Em aproximadamente 1 000 AP, os antigos povos foram substituídos pelos tupis-guaranis, semi-sedentários, que os portugueses encontraram posteriormente disseminados ao longo da costa ao chegarem no Brasil no início do século XVI. (DEAN, W. (1977). Rio Claro: Um Sistema Brasileiro de Grande Lavoura. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil: Paz e Terra)
Duas urnas funerárias indígenas encontradas em Sorocaba esta semana podem trazer novas revelações sobre a história da civilização índia no Estado de São Paulo. Segundo o historiador Adolfo Frioli, diretor do Museu Histórico Sorocabano, as urnas datam de mil anos atrás e têm uma característica inusitada: são decoradas no interior com traços finíssimos em preto e vermelho, revêlando que seus artífices já dominavam a arte da pintura.
Isso pode significar, numa primeira análise, que as tribos indígenas que habitavam a região meio milênio antes da chegada do homem branco pos- suíam uma cultura mais avançada que aquela que vem sendo atribuída a esses povos, com bases nas peças encontradas até agora.
"Só havíamos encontrado urnas com acabamento rústico em barro cozido, mas sem nenhuma decoração desse tipo, além de instrumentos rudimentares de pedra destinados à caça e uso doméstico", disse Frioli.
As urnas mortuárias foram achadas por acaso pelos empregados e uma construtora que a realizavam serviços de terraplanagem à margem da rodovia Raposo Tavares, no Jardim São Carlos, periferia de Sorocaba. Uma das máquinas utilizadas no trabalho de escavação atingiu as peças indígenas, quebrando-as em muitos pedaços.
Numa das urnas, havia restos de ossos. Todo o material foi recolhido e encaminhado ao museu, onde será submetido a um trabalhoso processo de construção para a recomposição das peças originais.
Segundo as pesquisas preliminares, os achados teriam entre 1000 e 1500 anos e colocam em xeque as teorias até agora firmadas de que as tribos que habitavam a região de Sorocaba nesse período eram apenas guerreiras e caçadores, sem propensão às atividades artísticas.
"Temos que continuar com as pesquisas para chegarmos a uma conclusão mais definitiva", ponderou o historiador. O local onde as urnas foram encontradas está sendo agora objeto de novas investigações, pois acredita-se que tenha sido um antigo cemitério indígenas.
Os primeiros habitantes a penetrarem em território de Santa Catarina foram grupos de caçadores e coletores, que teriam atingido a região através do vale do rio Uruguai, há 4.500 anos atrás.
Os primeiros habitantes a penetrarem em território de Santa Catarina foram grupos de caçadores e coletores, que teriam atingido a região através do vale do rio Uruguai, há 4.500 anos atrás [Teresa Domitila Fossari: Cultura pré-histórica da Ilha de Santa Catarina, in História Sócio-Cultural de Florianópolis, Clube Doze de Agosto - Editora Lunardelli - IHGSC, Florianópolis, 1991, p. 9-25. Silvio Coelho dos Santos: Índios e Brancos no sul do Brasil, Edeme, Florianópolis, 1973, p. 29-30)].
Posteriormente o litoral, em face dos amplos recursos alimentares de que dispunha, serviu como polo de atração, abrigando populações diversificadas, e por um longo período de tempo. O povoamento do litoral teve início cerca de 2.500 aC., estendendo-se praticamente até a chegada dos europeus. Os grupos humanos, pescadores e coletores, pré-ceramistas, foram substituídos por grupos ceramistas, talvez agricultores, por volta do ano 1000. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Página 59, 1 do pdf]
Tudo indica que os europeus vieram interromper o fluxo dos povoadores nativos, de tradição tupi-guarani, que estavam a demandar as terras do litoral.
Segundo relatos dos missionários e viajantes, era bastante expressivo o número de nativos nas terras catarinenses no momento da Conquista.
No litoral - os nativos da grande nação tupi-guarani, da língua "geral", aqui denominados carijós, nome originado do tupi-guarani "Carai-Yoic", branco, mestiço. Inicialmente designado os filhos dos fugazes acasalamentos entre nativos e brancos, depois estendeu-se aos habitantes de todo o Sertão dos Patos.
No interior - o grupo "jê", denominado botocudo, bugre, kaiakang, xôkren, eweikorna, hoje "xókleng". Os xókleng e kaiakang tiveram seu território palmilhado, mas praticamente não interessaram aos bandeirantes pois eram semi-nômades, viviam dispersos em pequenos grupos; falavam uma língua diferente e não tinham maiores tradições de trabalho agrícola.
Os carijós viviam ao sul da Capitania de São Vicente, de Cananéa ao Rio Grande, e eram tidos como "o melhor gentio da costa". Vestiam apenas uma espécie de avental (tanga), feito de fibra vegetal, de pele ou de pluma, que descia dos quadris até as pernas. As mulheres andavam de cabeça coberta e usavam no cabelo fibras tintas de várias cores.
Acreditavam num Ser supremo mas, como o restante dos guaranis, não tinham formas públicas de culto religioso. A vida religiosa desenvolvia-se em torno dos pajés (xamãs): restringia-se às necessidades imediatas de cura para as doenças, à vingança contra os inimigos e à busca de sorte no quotidiano. Uma religião prática.
O missionário São Roque Gonzales, no dia que foi morto (15 de novembro de 1628), escreve um bilhetinho ao superior da Missão, dizendo que os caciques tinham descido dos montes e a única coisa que lamentava era não ter mais cunhas e machados porque, se tivesse um pouco mais, seria capaz de trazer mais uns 500 nativos.
Isto se entende facilmente, pois, na derrubada de uma árvore, o trabalho que fazia uma pessoa com o machado de ferro era equivalente ao de uns 15 nativos com machado de pedra. Pela busca do ferro, grupos nativos atacam outros que o utilizam, para apropriar-se dos objetos deste material.
Os carijós não ficaram imunes a esta sedução-necessidade, corrompendo-se para obter estes instrumentos que facilitariam em muito seu trabalho.
Tinham a pele mais clara que o restante dos nativos brasileiros. Sobre seus hábitos alimentares, em 1628 o Padre Francisco Carneiro SJ teceu este comentário:
"... os carijós, em entremo comilões, por natureza e por uso tão habituados nesse exercício, que como animais do campo gastam o dia inteiro e parte da noite em comer, sem interpolação ou distinção de tempos que monte!"
Por suas qualidades naturais, o carijó foi a maior vítima da sanha escravagista bandeirante, que nele viu o melhor braço para o serviço em suas fazendas.
Por volta do ano 1000, a região foi invadida por povos tupis-guaranis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes anteriores, falantes de línguas do tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região, a mesma era habitada pelos carijós. [BUENO, E. Brasil: uma história. 2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.]
É provável que os primitivos habitantes, tenham se utilizado desses caminhos ou trilhas ou ainda costeando as áreas limítrofes do Atlântico. Alguns grupos possivelmente tenham subido pelas encostas das serras ou vindo pelos caminhos das terras mais altas como, por exemplo, os caminhos que deram origem a estrada, como a Rodovia Raposo Tavares, que até meados do século 20 (1949 a 1953) tinha a maior parte do seu trajeto de São Paulo a divisa do Paraná praticamente de terra batida e seguia também um antigo traçado que posteriormente foi demarcado pelos tropeiros. Esses traçados ou trajetos eram baseados em um “peabiru” bastante primitivo.
Talvez tenham ficado um bom tempo por aqui, até se deslocarem para o sul onde se encontram com outros grupos humanos que tenham descido o continente pelos lados do Pacífico, formando assim grande parte das tribos primitivas do sul do continente americano. [Página 9 do pdf]
Passo de Torres foi provavelmente o nome original da região que envolvia as duas margens do rio Mampituba, em sua foz. A região fora ocupada inicialmente pelo “homem de Sambaqui” que vivia da caça e da pesca. Os indícios arqueológicos e referências documentais apontam que posteriormente ao Homem de Sambaqui a área fora habitada pelos Bugres ou Guainás, de raça Jê, que já utilizavam a agricultura rudimentar. Os bugres foram expulsos para a encosta da serra e para o planalto por um povo mais agressivo e de melhor tecnologia, os Carijós ou Cariós, da nação Guarani. Eram os Carijós que aqui habitavam quando da chegada dos imigrantes de origem portuguesa, espanhola, italiana e alemã.
Por fim, localizadas ao sul da Capitania de São Vicente estavam várias nações de origem Guarani. Eram os chamados Carijós, possivelmente um dos maiores subgrupos, e habitavam a parte meridional da capitania. Sendo grandes agricultores, rapidamente foram notados pelos colonizadores e religiosos. Antes mesmo da fundação oficial da Capitania de São Vicente, já havia um notável tráfico de escravos no litoral sul e, na metade do século XVI, muitos escravos presentes nos engenhos de açúcar de Santos e São Vicente eram de origem Carijó, justamente por conta de algumas de suas habilidades que se sobressaíam ao olhos dos colonizadores.
Por volta do anno 1000, indios tupis procedentes da Amazonia conquistaram a região actualmente occupada por São Vicente, expulsando, para o interior, os seus habitantes anteriores (os chamados tapuias).
Quando a expedição portugueza commandada por Gaspar de Lemos chegou ao Brazil, em 22 de janeiro de 1502, deu, á ilha, o nome de São Vicente, em homenagem a Vicente de Saragoça, um dos padroeiros de Portugal. O local, no entanto, já era conhecido pelos indios tupiniquins que a habitavam como ilha de Gohayo.
Por volta do ano 1000, a região foi invadida por povos tupis-guaranis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes anteriores, falantes de línguas do tronco linguístico macro-jê, para o interior do continente. No século XVI, quando os primeiros europeus chegaram à região, a mesma era habitada pelos carijós.