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RASULDiáspora carijó 01/01/1000 4 fontes 1° fonte: A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja Os primeiros habitantes a penetrarem em território de Santa Catarina foram grupos de caçadores e coletores, que teriam atingido a região através do vale do rio Uruguai, há 4.500 anos atrás [Teresa Domitila Fossari: Cultura pré-histórica da Ilha de Santa Catarina, in História Sócio-Cultural de Florianópolis, Clube Doze de Agosto - Editora Lunardelli - IHGSC, Florianópolis, 1991, p. 9-25. Silvio Coelho dos Santos: Índios e Brancos no sul do Brasil, Edeme, Florianópolis, 1973, p. 29-30)].
Posteriormente o litoral, em face dos amplos recursos alimentares de que dispunha, serviu como polo de atração, abrigando populações diversificadas, e por um longo período de tempo. O povoamento do litoral teve início cerca de 2.500 aC., estendendo-se praticamente até a chegada dos europeus. Os grupos humanos, pescadores e coletores, pré-ceramistas, foram substituídos por grupos ceramistas, talvez agricultores, por volta do ano 1000. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Página 59, 1 do pdf]
Tudo indica que os europeus vieram interromper o fluxo dos povoadores nativos, de tradição tupi-guarani, que estavam a demandar as terras do litoral.
Segundo relatos dos missionários e viajantes, era bastante expressivo o número de nativos nas terras catarinenses no momento da Conquista.
No litoral - os nativos da grande nação tupi-guarani, da língua "geral", aqui denominados carijós, nome originado do tupi-guarani "Carai-Yoic", branco, mestiço. Inicialmente designado os filhos dos fugazes acasalamentos entre nativos e brancos, depois estendeu-se aos habitantes de todo o Sertão dos Patos.
No interior - o grupo "jê", denominado botocudo, bugre, kaiakang, xôkren, eweikorna, hoje "xókleng". Os xókleng e kaiakang tiveram seu território palmilhado, mas praticamente não interessaram aos bandeirantes pois eram semi-nômades, viviam dispersos em pequenos grupos; falavam uma língua diferente e não tinham maiores tradições de trabalho agrícola.
Os carijós viviam ao sul da Capitania de São Vicente, de Cananéa ao Rio Grande, e eram tidos como "o melhor gentio da costa". Vestiam apenas uma espécie de avental (tanga), feito de fibra vegetal, de pele ou de pluma, que descia dos quadris até as pernas. As mulheres andavam de cabeça coberta e usavam no cabelo fibras tintas de várias cores.
Acreditavam num Ser supremo mas, como o restante dos guaranis, não tinham formas públicas de culto religioso. A vida religiosa desenvolvia-se em torno dos pajés (xamãs): restringia-se às necessidades imediatas de cura para as doenças, à vingança contra os inimigos e à busca de sorte no quotidiano. Uma religião prática.
O missionário São Roque Gonzales, no dia que foi morto (15 de novembro de 1628), escreve um bilhetinho ao superior da Missão, dizendo que os caciques tinham descido dos montes e a única coisa que lamentava era não ter mais cunhas e machados porque, se tivesse um pouco mais, seria capaz de trazer mais uns 500 nativos.
Isto se entende facilmente, pois, na derrubada de uma árvore, o trabalho que fazia uma pessoa com o machado de ferro era equivalente ao de uns 15 nativos com machado de pedra. Pela busca do ferro, grupos nativos atacam outros que o utilizam, para apropriar-se dos objetos deste material.
Os carijós não ficaram imunes a esta sedução-necessidade, corrompendo-se para obter estes instrumentos que facilitariam em muito seu trabalho.
Tinham a pele mais clara que o restante dos nativos brasileiros. Sobre seus hábitos alimentares, em 1628 o Padre Francisco Carneiro SJ teceu este comentário:
"... os carijós, em entremo comilões, por natureza e por uso tão habituados nesse exercício, que como animais do campo gastam o dia inteiro e parte da noite em comer, sem interpolação ou distinção de tempos que monte!"
Por suas qualidades naturais, o carijó foi a maior vítima da sanha escravagista bandeirante, que nele viu o melhor braço para o serviço em suas fazendas.
2° fonte: “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador
3° fonte: Arqueologias, em Busca dos Primeiros Brasileiros. T1:E4 "Engenharia". Direção: Ricardo Azoury
4° fonte: O sertão primordial e o grande confronto. Por Gustavo Maia Gomes, economista, em inteligencia.insightnet.com.br (data da consulta)
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