Além disso, a travessia do Pacífico permitiu conhecer a extraordinária grandeza deste oceano, insuspeitada quando Balboa o avistou pela primeira vez na zona do Panamá, em 1513; a existência desta enorme massa de água pôs fim à disputa entre duas teorias geográficas – a que defendia que as águas eram rodeadas por terra em toda a orbe e a que imaginava as massas continentais rodeadas por água, tendo vingada a segunda. É interessante notar que a última representação cartográfica do mundo colocando os oceanos totalmente encerrados numa massa terrestre foi desenhada por Lopo Homem em 1519, nas vésperas da partida de Fernão de Magalhães.
Deve acrescentar-se todavia que, além de terminar com esta disputa académica, a longa navegação através do Pacífico revelou uma realidade que alterou profundamente a concepção do próprio mundo – afinal, a sua superfície está coberta predominantemente por água, ou seja, foi Magalhães quem deu a conhecer que a Terra é um planeta azul.
Mas voltemos aos antecedentes desta viagem extraordinária e vejamos de que modo o incerto Ocidente foi sendo perspectivado pelas civilizações euro-mediterrâneas antes das descobertas de Fernão de Magalhães.
No ano em que a expedição de circum-navegação partiu, em 1519, Lopo Homem publicou este peculiar mapa. Representava então as massas oceânicas fechadas, como lagos, sem comunicação entre si. (Mapoteca, ministério das relações exteriores, Brasil)
O prosseguimento da jornada ao longo da costa da Patagónia já foi uma espécie de fuga para a frente, pois Magalhães não tinha condições pessoais nem políticas para regressar a Castela sem uma descoberta. Ao contrário de África, que se estende apenas até aos 34 graus de latitude, a placa americana estende-se em direcção a sul por mais vinte graus – umas centenas de léguas que puseram à prova a tenacidade de Magalhães e a disciplina dos seus homens.
Muito provavelmente nessas semanas em que percorreram mais de quatro mil quilómetros a sul do rio da Prata sem que a terra terminasse ou sequer flectisse significativamente para ocidente, terão pensado que talvez o mar-oceano estivesse mesmo cercado pelas massas continentais como tinham imaginado os antigos e como Lopo Homem desenhara recentemente.
- Gonçalo Fernandes | era um homem de armas que embarcou na Concepción tendo depois passado para a Trinidad. Era filho de Diogo Rodrigues e Inês Eanes, irmão de Isabel Fernandes. Ficou na ilha de Bornéu, em 29 de julho de 1521.
- Gonçalo Rodrigues (1) | de Estremoz, foi como criado de Magalhães na Trinidad tendo passado, em Puerto de San Julián, para a Santo Antonio. Era marido de Beatriz Álvares e morreu, em 2 de abril de 1521, quando regressava a Sevilha naquela nau.
- Gonçalo Rodrigues (2) | de Leiria, era um ferreiro, marido de Isabel Bernal. Ele terá vivido em Sevilha antes de aí embarcar, em 10 de agosto de 1519, na nau Victoria onde morreu em 4 de janeiro de 1521 no Pacífico.
Foi Martín de Ayamonte, seguido por Fernão Lopes de Castanheda, que se lhe referiu como "Gonçalo Rodrigues ferreiro, natural de Leiria". A identificação da origem de Gonçalo Rodrigues encontra-se no depoimento de Martín de Ayamonte sobre a viagem de Magalhães registado em Malaca em 1 de junho de 1522, o qual terá sido enviado em 28 de agosto de 1522 para a Índia. É de assinalar que este texto é a primeira narrativa da história da famosa viagem que foi passada a escrito.
Este Gonçalo Rodrigues tem andado mal identificado pois até esclarecermos a sua identidade foi confundido com dois outros tripulantes. De facto um seu homónimo seguiu a bordo da armada, o qual era de Estremoz, havendo ainda o acima mencionado Gonçalo Fernandes.
Os preparativos exigiram dezoito meses de trabalho árduo. Magalhães recebeu cinco navios em mau estado que teve de recuperar; por outro lado, o decidido marinheiro teve de lidar com os funcionários da Casa de Contratação e do porto, ignorar as tentativas de sabotagem dos agentes portugueses e reunir uma tripulação de mais de duzentos homens – a maioria de baixa condição e de sete nacionalidades diferentes. No entanto, o almirante não se rendeu e, finalmente, no dia 10 de Agosto de 1519, a armada, formada pelo Trindad, que era o navio-almirante, o Victoria, o Conceição, o Santiago e o Santo António, levantaram âncoras. No dia 20 de Setembro, depois de encherem as despensas com os últimos aprovisionamentos, os navios fizeram-se ao mar.
Uma frotilha de 5 caravelas foi montada e denominada "Armada de Moluca", em homenagem as ilhas Molucas, as tais ilhas das especiarias, onde hoje é a Indonésia. Mas como seria possível um desconhecido, de uma nação inimiga, comandar algo tão importante? O rei da Espanha confiava nele, mas poucos espanhóis estavam dispostos a aceitar suas ordens, e entre os que estavam dispostos, alguns acreditavam que ele era um espião e planejaram matá-lo no caminho. Quem também planejava matar Magalhães pela sua traição, era a corôa portuguesa.
Na tripulação tinha um italiano, chamado Antonio Pigafetta, que pelo seu alto grau de escolarização tinha função de ser o cronista e registrar tudo, e principalmente, graças a ele, que se conhece tão bem essa História.
No entanto, o almirante não se rendeu e, finalmente, no dia 10 de Agosto de 1519, a armada, formada pelo Trindad, que era o navio-almirante, o Victoria, o Conceição, o Santiago e o Santo António, levantaram âncoras. No dia 20 de Setembro, depois de encherem as despensas com os últimos aprovisionamentos, os navios fizeram-se ao mar.
Magalhães mudou seu curso pelas ilhas de Cabo Verde, e como sempre, sem consultar os outros capitães, continuou para sudeste, em vez de seguir para o oeste, diretamente para o Brasil. Se ele queria perder outros navios nessa viagem ou esperava ventos mais afortunados, não sabemos. Qualquer situação seria aceita pela tripulação, mas o silêncio condescendente de Magalhães destruía a confiança que tinham nele como líder. Ele chegou na América depois de dois meses.
ter às Canárias onde estiveram seis dias e souberam como as naus de Portugal eram já passadas diante para a Índia e daí foram ter ao porto de Santa Luzia que é na terra do Brasil o qual se dizia quer era já descoberto dos portugueses onde estiveram quinze dias tomando água e lenha no qual porto João Carvalho português achou um filho seu que houvera de uma negra no tempo que aí esteve com um navio português / no qual porto o dito Fernão de Magalhães//
resgatou alguns paus de brasil para amostra e dali se foram ao longo da costa e foram ter ao porto de Santa Maria e daí passaram por o Cabo Frio e foram ter em uma enseada grande na qual era água doce e entrava muito por a terra a que eles não viram cabo e puseram em passar de uma ponta à outra seis dias onde tomaram água para suas naus e da dita ponta foram costeando um mês e meio até chegarem a um rio a que eles puseram nome São Julião na qual terra não havia arvoredo nenhum senão terra escalvada e muito fria no qual rio corregeram os navios e estiveram nele quatro meses e a gente da terra é
Magalhães mudou seu curso pelas ilhas de Cabo Verde, e como sempre, sem consultar os outros capitães, continuou para sudeste, em vez de seguir para o oeste, diretamente para o Brasil. Se ele queria perder outros navios nessa viagem ou esperava ventos mais afortunados, não sabemos. Qualquer situação seria aceita pela tripulação, mas o silêncio condescendente de Magalhães destruía a confiança que tinham nele como líder. Ele chegou na América depois de dois meses.
João Lopes de Carvalho, piloto-mor da expedição deMagalhães, já conhecedor de Cabo Frio e do Rio de Janeiro (fora piloto da nau Bretoa), levou consigo um filho que tivera de uma índia do Rio de Janeiro (Gaspar Correia, Lendas da Índia, II, 621). Foi, portanto, este jovem mameluco o primeiro brasileiro que fez uma viagem à roda do mundo.
No dia 20 de setembro de 1519, cinco navios com 250 homens deixaram o porto de Sanlúcar de Barrameda, no sul da Espanha, em direção ao Atlântico. No comando da nau Trinidad estava o capitão português Fernão de Magalhães.
Nem Magalhães ou mesmo seus homens sabiam que a expedição mudaria o curso da história: eles seriam os primeiros a dar a volta ao mundo, um marco que celebra seu quinto centenário.
Mas também foi considerado um feito real da resistência humana: a primeira circunavegação do mundo foi um verdadeiro inferno de doenças, fome e violência, relata o historiador Jerry Brotton na BBC History Magazine.
De fato, apenas 18 dos 250 tripulantes retornaram a Sanlúcar três anos depois de deixar o porto.
E embora muitos atribuam a Magalhães o crédito de ser a primeira pessoa a circunavegar a Terra, o português não está entre esses 18 sobreviventes.
Mas isso não tira o mérito de ser o explorador que idealizou e empreendeu essa dura e histórica jornada.
Fernão de Magalhães, navegador português a serviço do rei de Castela, Carlos I, iniciou sua viagem em 20 de setembro de 1519 partindo de Sanlúcar de Barrameda, em Cádis. Ele não tinha a intenção de circunavegar a Terra. O acordo firmado com o rei de Castela em 22 de março de 1518 proibia isso, pois violaria os interesses e direitos do D. Manoel I, de Portugal, tio e cunhado do rei espanhol garantidos pelo Tratado de Tordesilhas de 1494.
Os preparativos exigiram dezoito meses de trabalho árduo. Magalhães recebeu cinco navios em mau estado que teve de recuperar; por outro lado, o decidido marinheiro teve de lidar com os funcionários da Casa de Contratação e do porto, ignorar as tentativas de sabotagem dos agentes portugueses e reunir uma tripulação de mais de duzentos homens – a maioria de baixa condição e de sete nacionalidades diferentes. No entanto, o almirante não se rendeu e, finalmente, no dia 10 de Agosto de 1519, a armada, formada pelo Trindad, que era o navio-almirante, o Victoria, o Conceição, o Santiago e o Santo António, levantaram âncoras. No dia 20 de Setembro, depois de encherem as despensas com os últimos aprovisionamentos, os navios fizeram-se ao mar.
Martinho e um Rebelo criado do dito Fernão de Magalhães e outro por nome Estêvão Dias e que dos nomes dos outros não era lembrado e os outros eram castelhanos e homens de fora do reino e foram ter às Canárias onde estiveram seis dias e souberam como as naus de Portugal eram já passadas diante para a Índia e daí foram ter ao porto de Santa Luzia que é na terra do Brasil o qual se dizia quer era já descoberto dos portugueses onde estiveram quinze dias tomando água e lenha no qual porto João Carvalho português achou um filho seu que houvera de uma negra no tempo que aí esteve com um navio português, no qual porto o dito Fernão de Magalhães resgatou alguns paus de brasil para amostra e dali se foram ao longo da costa e foram ter ao porto de Santa Maria e daí passaram por o Cabo Frio e foram ter em uma enseada grande na qual era água doce e entrava muito por a terra a que eles não viram cabo e puseram em passar de uma ponta à outra seis dias onde tomaram água para suas naus e da dita ponta foram costeando um mês e meio até chegarem a um rio a que eles puseram nome São Julião (...)
No ano de 1519 estava eu na Espanha e soube que navegando pelo oceano se viam coisas maravilhosas. Assim, quis assegurar, a ver a verdade de tudo que contavam. Soube que se acabara de fretar, em Sevilha, uma esquadra de 5 navios destinada a descobrir as ilhas Molucas, de onde nos vinham as especiarias e que Dom Fernão de Magalhães, fidalgo português, havia sido nomeado capitão geral dessa expedição.
A 10 de agosto de 1519, a esquadra e sua tripulação, composta por 237 homens, anunciou sua saída. Em 20 de setembro partimos da cidade de Sanlúcar de Barrameda em direção ao mar.
Em dezembro, chegamos á Terra do Verzino, o Brasil, que pertence ao rei de Portugal. Os brasileiros andam completamente nus, e sua habitações consistem em espaçosas cabanas. Seus barcos são feitos de troncos de árvores e são tão grandes que cabem de 30 a 40 homens.
Passamos 13 dias neste porto, onde nos abastecemos de provisões para podermos prosseguir em nossa viagem.
No detalhadíssimo mapa de Heinrich Scherer (1702-1703), antes de 14 de fevereiro de 1520, a expedição liderado por Fernão de Magalhães aportou logo abaixo do Trópico de Capricórnio, de onde partia um "Caminho do Mar".
1519 — Fernando de Magalhães chega à baía do Rio de Janeiro e prossegue, no dia 27, a famosa viagem para as Índias, descobrindo a passagem do estreito que ficou tendo o seu nome. Pigafetta, que escreveu a relação dessa primeira circunavegação do globo, refere que no Rio de Janeiro encontraram-se aves domésticas (galinhas, gansos) e canas-de-açúcar.
Foram, sem dúvida, introduzidas pelos portugueses da expedição de Gonçalo Coelho, pois é sabido que este construiu na nossa baía um forte (1504), destruído pouco depois pelos Tamoio (ver 18 de junho de 1504). João Lopes de Carvalho, piloto-mor da expedição de Magalhães, já conhecedor de Cabo Frio e do Rio de Janeiro (fora piloto da nau Bretoa), levou consigo um filho que tivera de uma índia do Rio de Janeiro (Gaspar Correia, Lendas da Índia, II, 621). Foi, portanto, este jovem mameluco o primeiro brasileiro que fez uma viagem à roda do mundo.
A expedição ancorou na baía da Guanabara em 13 de dezembro de 1519. Os tupis receberam os estranhos de maneira amigável e negociaram com eles. Depois de duas semanas a armada espanhola prosseguiram para o sul e, em 10 de janeiro de 1520, chegou ao vasto estuário do Rio da Prata. Magalhães ficou cerca de um mês explorando a região. Depois, retomou a navegação ao longo da costa sul-americana, explorando todas as baías e estuários ao longo do caminho.
Depois da escala técnica obrigatória nas ilhas Canárias, a expedição seguiu a linha da costa africana, o que começou a levantar algumas suspeitas aos capitães castelhanos – em especial a Juan de Cartagena, fiscal do rei – para quem o almirante não deixava de ser um estrangeiro que os poderia atraiçoar a qualquer momento. Magalhães tinha consciência da desconfiança que gerava. Mas não estava disposto a partilhar os seus planos. Dois meses depois de partir, avistaram o cabo Frio. Alguns dias mais tarde, no dia 13 de Dezembro, os navios chegavam à baía de Santa Luzia (Brasil) onde a tripulação pôde desfrutar do calor do clima e das suas gentes.
00: 16: 24 Magalhães mudou seu curso pelas ilhas de Cabo Verde, e como sempre, sem consultar os outros capitães, continuou para sudeste, em vez de seguir para o oeste, diretamente para o Brasil. Se ele queria perder outros navios nessa viagem ou esperava ventos mais afortunados, não sabemos. Qualquer situação seria aceita pela tripulação, mas o silêncio condescendente de Magalhães destruía a confiança que tinham nele como líder. Ele chegou na América depois de dois meses.
E no Natal, no Natal de 1519, em dezembro de 1519, a expedição... pequena, três embarcações, do Fernando de Magalhães, adentra a baía de Guanabara num fulgurante dia de verão de dezembro, de Natal de 1519 com o Carvalhinho no comando.
1519 — Fernando de Magalhães chega à baía do Rio de Janeiro e prossegue, no dia 27, a famosa viagem para as Índias, descobrindo a passagem do estreito que ficou tendo o seu nome. Pigafetta, que escreveu a relação dessa primeira circunavegação do globo, refere que no Rio de Janeiro encontraram-se aves domésticas (galinhas, gansos) e canas-de-açúcar.