¨
RASUL“grande língua da terra e dos principais moradores de São Vicente, foi aí recebido por Leonardo Nunes, em 1549, juntamente com Pero Correa” 01/01/1549 1 fontes 1° fonte: “A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística Outro trabalho volumoso sobre a Historia da Companhia de Jesus no Brasil, de Serafim Leite à página 322, onde além de fazer referência ao Lozano, redigiu importante dado:
Ficando em São Vicente, Leonardo Nunes desceu daí a algum tempo umas trinta léguas pela costa, mas por terra, com grandes trabalhos e fome.
Pelo interior sulcou também vários caminhos: e entre eles, pelo menos parcialmente, o chamado Piabiru, que ia até o Paraguai, ramificando-se para o sul até o Iguaçú, em cujas margens moravam os ibirajaras…Por este mesmo caminho iam os irmãos Pero Correia e João de Souza, quando os mataram os Carijós".
Manuel de Chaves era dos Padres que ingressaram na Companhia já de posse do domínio da língua geral. Sobre ele e Pedro Correa assim se refere Anchieta em Informação do Brasil... (1988:323): “Aqui se receberam logo à Companhia o irmão Pedro Correa e o irmão Manuel de Chaves, homens antigos na terra e línguas, e com ajuda deles se começou a ensinar a doutrina na língua do Brasil aos Mamalucos e Mamalucas, filhos dos Portugueses e aos escravos da terra”. Antônio Alcântara Machado em notas às Cartas... de Anchieta, anota (1988:69): “grande língua da terra e dos principais moradores de São Vicente, foi aí recebido por Leonardo Nunes, em 1549, juntamente com Pero Correa”.
Tome de Sousa, jesuítas e cerca de 400 degredados chegam ao Brasil 29/03/1549 4 fontes 1° fonte: Cartas Avulsas: 1550-1568
2° fonte: “A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
3° fonte: Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo Ao ser chamado em 11 de novembro de 1592 à Mesa de Consciência e inquirido como era de praxe sobre a sua genealogia, Ribeiro informou não ter conhecido os avós paternos. Os maternos eram Rodrigo de Argolo, nobre castelhano que chegara à Bahia em 1549 com o primeiro governador geral, Tomé de Sousa, e Joana Barbosa. Possuía tios por parte do pai moradores de Viseu que não sabia os nomes, um irmão estudante em Coimbra e duas irmãs moradoras de Jaguaribe. Joana de Argolo, viúva de Diogo Correa de Sande, senhor de um engenho vizinho ao de Gabriel Soares e de Fernão Cabral de Ataíde, famoso pela Santidade e Helena de Argolo, casada então com Manuel de Sá Souto Maior. Na mesma localidade moravam seus tios maternos, Paulo de Argolo e Ana, “mulher que fora de Gabriel Soares”. Ribeiro recebeu uma sentença leve; penitências espirituais e o pagamento das custas do processo.
4° fonte: Publicação da “A Terra de Santa Cruz” (Facebook)
Carta de Manoel da Nóbrega 10/04/1549 1 fontes 1° fonte: Expedição Peabiru - Pay Zumé Os nativos acolheram bem os europeus, Nóbrega fica surpreso. Mais ainda quando percebe que esses mesmos nativos procuravam a casa de culto e de catequese como se aquilo fosse um hábito antigo. Os nativos levam Nóbrega até um local sagrado. Alí haviam marcas de pegadas nas pedras, as quais apontavam os nativos e diziam "Zumé", Pay Zumé. O padre logo escreve uma carta ao seu superior em Coimbra informando a grande notícia: São Tomé esteve no Brasil!
"Eles dizem que São Tomé, a quem chamam de Zamé, passou por aqui. E isto ficou dito pelos seus antepassados. E que suas pegadas estão marcadas, próximas de um rio, das quais eu mesmo fui ver, para maior certeza da verdade e vi, com meus próprios olhos quatro pegadas, bem marcadas com seus dedos."
“Cá há clérigos, mas é a escória que de lá vem” 15/04/1549 1 fontes 1° fonte: “A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística O clero secular, a impressão que deixou em Nóbrega foi claramente negativa. O jesuíta encontrou seus membros imersos em absoluta irresponsabilidade. Em carta escrita da Bahia já em 15 de abril de 1549, afirma (2000:26): “Cá há clérigos, mas é a escória que de lá vem”. (Em cartas escritas a 11 de agosto (2000:89), 13 (2000:92) e 14 de setembro de 1551 (2000:98) ele é ainda mais severo em seu juízo sobre aqueles clérigos.) Deles, portanto, não se tem nenhuma notícia de deliberada contribuição seja quanto à língua geral, seja quanto à difusão do português.
Um outro trecho epistolar de Nóbrega confirma essa sua convicção de mais rápida aprendizagem da língua tupi pelos falantes do idioma basco. Em carta escrita da Bahia a 15 de abril de 1549 ele sugere a vinda de “mestre João” ou Mosen (ou Misser) Juan de Aragão, como explica Serafim Leite em nota de rodapé:
“Também me parece que mestre João aproveitaria cá muito, porque a sua língua é semelhante a esta”. Por ser aragonês, presumese que esse jesuíta falasse o idioma basco, já que o dialeto aragonês era falado no antigo reino de Aragón e Navarra, como explica Tagliavini (1993:583):
“otro dialecto importante es el aragonés, que en parte se funda historicamente en el antiguo reino de Aragón y Navarra, pero que recibió gran influencia del castellano”.
“Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha” 10/08/1549 1 fontes 1° fonte: “A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística Há duas angulações que merecem ser analisadas. A primeira parte da afirmação de Nóbrega, que, em carta escrita em Salvador a 10 de agosto de 1549, falando de Azpilcueta Navarro, relata (2000:53):
“Já sabe a língua de maneira que se entende com eles, e a todos nos faz vantagem, porque esta língua parece muito à biscainha”.
Essa afirmação, que veio aceita por muitos historiadores, está a merecer comprovação no terreno da Lingüística Comparada. Mas é digna de nota a rapidez com que esse jesuíta adquiriu a fluência na língua brasílica. O cotejo de trechos de diferentes epístolas de Nóbrega dá idéia disso:
em carta escrita da Bahia em 1549, presumidamente em abril, ele menciona o avantajamento de Navarro, em relação aos demais jesuítas, no aprendizado da língua (2000:21), embora a referência de Navarro pregando “à gente da terra” (2000:19), esclarece Serafim Leite em nota, deva ser entendido como sendo a portugueses e seus filhos.
Em carta de agosto do mesmo ano, Nóbrega afirma, conforme já transcrito, que o padre de origem biscainha “já sabe a língua de maneira que se entende com eles” (2000:53). Em janeiro de 1550, em nova carta, o jesuíta pioneiro registra:
“Na língua desta terra somos alguns de nós bem toscos, mas o P. Navarro tem especial graça de Nosso Senhor nesta parte, porque andando por estas Aldeias dos negros, nos poucos dias que está aqui, se entende com eles e prega na mesma língua” (2000:72). [Páginas 134 e 135]
(...) existência do dilúvio: é referida em vários trechos por Métraux (1979:4,10,28,32-3 e 37). Anchieta em Informações...(1988:340) assim se refere a essa crença: “Têm alguma notícia do dilúvio, mas muito confusa, por lhes ficar de mão em mão dos maiores e contam a história de diversas maneiras”. Nóbrega (2000:49), em carta escrita da Bahia em 10 de agosto de 1549, é mais específico quanto ao que resgatou das narrativas dos índios: “Têm notícia do dilúvio de Noé, posto que não segundo a verdadeira história, porque dizem que morrem todos excepto uma velha que escapou numa árvore alta”.
Em outra carta do mesmo ano (2000:65), ele torna ao assunto: “Têm memória do dilúvio, mas falsamente, porque dizem que, cobrindo-se a terra de água, uma mulher com seu marido subiram em um pinheiro, e depois de minguadas as águas desceram”.
Nóbrega se refere a "vida além-túmulo" da seguinte forma, em carta escrita presumivelmente em agosto de 1549:
“Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer vão descansar a um bom lugar”.
Diabo ou anjo decaído: Nóbrega também dá notícia dessa entidade e do temor dos índios a ela. Em carta escrita de Salvador a 10 de agosto de 1549, ele informa (2000:49):
“Têm muita notícia do demônio e topam com ele dia e noite e têm grande medo dele. Andam com lume de noite por medo dele e esta é sua defesa”.
Em nova carta escrita da Bahia em 1549, presumivelmente em agosto, ele relata:
“Dormem em redes de algodão, sobre si, junto dos fogos, que em toda a noite têm acesos, assim pelo frio, porque andam nus, como também pelos demônios que dizem fugir do fogo, pela qual causa trazem tições de noite quando vão fora” (2000:62).
A figura do diabo entre os índios era chamada de Yurupari ou de Anhanga (ou Agnan). Métraux (1979) trata das duas separadamente: “Todos os antigos missionários acordam em considerar Yurupari uma entidade sobrenatural, correspondente ao diabo na
religião católica” (p.45). Mais adiante, discorre: “À semelhança deste último [Yurupari], Agnan é comparado ao diabo da religião católica” (p.46).
O Padre Fernão Cardim fez o registro de uma festividade promovida pelos jesuítas, já como processo supostamente aculturativo, em que essa crença foi assimilada:
“Nem faltou um anhangá, sc. diabo, que saiu do mato; este era o diabo Ambrósio Pires, que Lisboa foi com o padre Rodrigo de Freitas”.
A essa parecença mística juntou-se também a renominação. Sobre esta última,
Métraux (1979:142) faz a seguinte análise: “A renominação era medida de prudência
igualmente adotada por todo indivíduo que tivesse morto a outrem e a quem cabia desviar o
espírito de qualquer empresa dirigida contra a pessoa causadora de sua cólera”. Adita o
150
etnólogo francês: “Atualmente ainda, em casos de moléstia grave, os apapocuvas recorrem
à mudança de nome como remédio infalível. ‘Rebatizando’ o paciente, esses selvagens
imaginam afastar dele as influências malignas responsáveis por seu estado”. Anchieta em
Informação...(1988:337) assim se refere a essa prática:
A maior honra que têm é tomar algum contrário na guerra e disto fazem
mais caso que de matar, porque muitos dos que o tomam os dão a matar a
outros, para que fiquem com algum nome, o qual tomam de novo quando
os matam, e tantos nomes têm quanto inimigos mataram, posto que os
mais honrados e estimados e tidos por mais valentes são os que os
tomam.
Não é difícil identificar a similitude entre essa prática e a renominação decorrente
do batismo cristão. Em ambas há a marca da transição para uma vitória, a qual, na teologia
cristã estava no asseguramento da salvação, que, para o universo simbólico do indígena, não foi difícil assimilar. Cassirer (2003:68-72) também analisa, dentro da perspectiva do fenômeno mítico de algumas tribos indígenas, a importância do nome e sua mutação em compasso com a individualidade que o carrega.
Menciona, assim, a substituição do nome na sagração da puberdade em tribos australianas, para proteção contra um perigo iminente, para furtar um homicida ou enfermo da morte, conseguindo fazer com que esta não os encontre. Reportando-se aos Tamoio, Anchieta registra a estranha denominação perseguida por aqueles indígenas:
“Não se contentam de matar os vivos, mas também desenterrar os mortos e lhes quebrar as cabeças para maior vingança e tomar novo nome”. [Páginas 149 e 150]
|
|
| | Brasilbook.com.br Desde 27/08/2017 | | |
| | | 27868 registros, 14,570% de 191.260 (meta mínima) |
|
|
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes |
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP |
|
| | |
|
|