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RASULA notícia da Serra Resplandecente surge em 1550, em uma carta escrita por Felipe de Guillen, provedor da fazenda da Capitania de Porto Seguro, ao Rei D. João III 20/07/1550 2 fontes 1° fonte: “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco Também a este Filipe de Guillen atribuímos a difusão da lenda da Sabaráboçú, não somente no Brasil, como no próprio reino, de onde vieram muitos colonos com mira de descobri-lá. A carta onde deu notícia dessa maravilha foi escrita a El-Rei, da cidade de Salvador, a 20 de julho de 1550. Nela existe o trecho seguinte: - "Sucedeu agora, que este março passado, vieram a Porto Seguro nativos que vivem junto a um grande rio, além do qual dizem que está uma serra junto dele que resplandece muito e que é muito amarela, da qual serra vão ter ao dito rio pedras da mesma cor, a que nós chamamos pedaços de ouro, que dela caem, e os nativos, quando vão à guerra, pela banda de aquém, apanham do dito rio os ditos pedaços, de que dizem que fazem gamelas para nelas darem de comer aos porcos, que para si não ousam fazer coisa alguma, porque dizem que aquele metal endoeçe, pela qual razão não ousam passar a ela e dizem que é muito temerosa por causa do seu resplandor e chamam-lhe Sol da Terra".
O Sol da Terra ou Serra Resplandescente, segundo a grafia de Teodoro Sampaio, seria no tupi-guarani - Ita-berá-guaçu, literalmente, Pedra-Brilhante-Grande. Já encontramos a grafia - Subrá-boçú ou Coisa-Felpuda. Esta serra ficou conhecida na Europa desde a publicação da obra de Piso e Marcgrave, em 1648 e no mapa de Coroneli, desenhado em 1688, figura com o nome de Sarabaçu, em posição proximamente da serra da Canastra.
O fato é que esta fantasia se pode enfeixar entre os mitos genéricos da conquista americana, pois os guaranis haviam criado uma Mbaé-Berá-Guaçu, literalmente,Coisa-Brilhante-Grande, no interior desconhecido das terras platinas. [Página 188]
2° fonte: Paraupava e Sabarabuçu: estudo dos nomes, 12.2011. Revista de Linguística e Teoria Literaria Paraupava e Sabarabuçu- Os portugueses, com o passar dos anos, foram sendo informados pelos indígenas que no interior do Brasil existia uma Grande Lagoa, na qual se encerravam imensas riquezas. Além disso, informavam que os rios do Prata e seu grande formador o Paraguai, mais o São Francisco nasciam naquela famosa Lagoa.
Nela também se dizia nascer um grande rio que desembocava na foz do Amazonas, o qual não tinha nome. A partir dessas informações os cosmógrafos passaram a desenhar no interior do continente uma grande lagoa e a ela ligaram as fozes dos rios Prata, São Francisco e Amazonas.
O mito da Lagoa Paraupava tinha como complementar o da Serra de Ouro, denominada pelos indígenas de sol da terra, Sabarabuçu. A notícia da Serra Resplandecente surge em 1550, em uma carta escrita por Felipe de Guillen, provedor da fazenda da Capitania de Porto Seguro, ao Rei D. João III. Segundo Guillen, alguns índios que foram à Capitania de Porto Seguro informaram que viviam junto de um grande rio, o qual se encontrava próximo a uma serra, na qual diziam haver muito ouro.
Devido a esse fato, os índios relatavam que a serra resplandecia muito. A Serra Resplandecente também recebia as seguintes denominações:
Itaberaba-açu, Taberaboçu e Sabaraboçu. Segundo Sampaio (1987, p. 310), SABARABAÇU – ant. Tabará-boçú, corrupção de Itaberaba-uçú, significa pedra reluzente grande, ou cristal grande. Entende-se como serra resplandecente.
Conforme o autor, tratava-se de um lugar lendário entre os colonos do primeiro século da conquista. Esta serra resplandecente que os indígenas em sua língua chamavam Itaberabuçú, transformada por corrupção em Taberabuçú e mais comumente em Sabarabuçú, passará a ser, por todo o século seguinte, o alvo das mais arrojadas expedições sertanistas.
O outro mito, Sabarabuçu, encontrava-se junto à Lagoa Paraupava. Ou seja, a serra resplandecente estava localizada junto à Lagoa; caso fosse descoberta uma delas, a outra estaria por perto. Nessas condições, quando uma bandeira se dirigia aos sertões à procura da Lagoa Paraupava, aproveitava a oportunidade para procurar Sabarabuçu, com o propósito de encontrar ouro, esmeraldas e outras pedras preciosas. Desmitificando o mito Paraupava, Sabarabuçu também se rompia.
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