Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958) foi quem redesenhou o brasão de Sorocaba, substituindo o primeiro através da Lei Municipal em 23 de março de 1925. Em 1927 e 1937 ele pressupõe, respectivamente, no livro "História Antiga da Abadia de São Paulo" e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXII", que o pai de Belchior era João Ramalho:
"Deste casal (o povoador Manuel Fernandes Ramos, português, e Suzanna Dias, mameluca filha de João Ramalho e de Beatriz Dias, filha do Cacique Teberisa) nasceram três typos de singular robustez e excepcional energia: André, Domingos e Balthazar, os fundadores de Parnahyba, Itu e Sorocaba". [Página 18]
Alfredo Ellis Júnior (1896-1974), em sua "consagrada" obra chamada Meio Século de Bandeirismo (1948)
Belchior Dias Carneiro era, de fato, mameluco, pois sua mãe era Beatriz Ramalho, filha do fronteiro de campo e de M´Bcy, filha de Tibiriçá com Lopo Dias, português, pai de Belchior, que, assim, teria de 1/4 de sangue indígena. [24624]
Sobre o Balthazar Fernandes, um dos sobrinhos de Belchior Dias Carneiro, em 2014 o jornalista e historiador Sérgio Coelho de Oliveira escreveu “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”, uma obra de pesquisa rigorosa, de análise criteriosa e de valor histórico indiscutível. Está ela repleta de citações que avalizam as opiniões emitidas, de observações que, estribadas na documentação autêntica e nos testemunhos de coevos fidedignos, retificam erros consagrados. Tudo com a indicação das fontes. Aparenta preocupação, aliás, que sempre tinha em mente, para documentar suas opiniões, citando sempre o autor, o livro e as devidas páginas em que se apoiou.
Em determinado ponto ele menciona o registro deixado por
Baltazar Fernandes era bisneto de Tibiriçá, cacique dos nativos guaianases e uma das mais importantes figuras da História de São Paulo de Piratininga. Foi tão importante que Anchieta o considerava o fundador de São Paulo. Catequizado pelos jesuítas, foi batizado com o nome de Martim Afonso, em homenagem ao português donatário da Capitania de São Vicente. Das filhas de Tibiriçá, duas ganharam destaque nos primeiros tempos da vida paulista: Bartira, que se casou com João Ramalho e Beatriz, que se casou com Lopo Dias, os avós do fundador de Sorocaba e pais de Suzana Dias. [Página 21]
Dir-se-á que o erudito cronista não podia fazer tal confusão. Mas, a verdade é que ela seria muito mais explicável do que certos lapsos que se encontram na referida obra, aliás valiosíssima?