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Paranaitú
1609
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¨ RASUL

Sorocaba é citada: as primeiras terras fruto das desapropriações dos homens da “Casa” de Suzana Dias começam a serem concedidas em sesmarias
10/11/1609
1 fontes

1° fonte: “Razias”, Celso E Junko Sato Prado
Atalho pela Serra Botucatu à Paranan-Itu (Salto Grande) no Paranapename

Júlio Manoel Domingues, em sua obra A História de Porangaba (2008: 21), transcreve levantamento histórico sobre a primeira concessão sesmarial em Tatutí, publicado pelo advogado e historiador Laurindo Dias Minhoto, onde a primeira menção de um caminho para Botucatu - citado Intucatu, no ano de 1609:

- "O mais remoto documento, que conseguimos descobrir, foi a carta de sesmaria concedida em 10 de novembro de 1609, pelo Conde da Ilha do Príncipe, por seu procurador Thomé de Almeida Lara, sendo aquele donatário da Capitania de São Vicente. Essa concessão foi feita a João de Campos e ao seu genro Antônio Rodrigues e nela se lê: "seis léguas de terras no distrito da vila de Nossa Senhora da Ponte (Sorocaba), na paragem denominada RIbeirão de Tatuí, com todos os campos e restingas para pastos de seu gado, como também Tatuí-mirim até o Canguera, com largura que tiver, com mais três léguas em quadra no Tatuí-guassú e Canguary, três léguas para o caminho de Intucatú, seis léguas correndo Paraguary abaixo pra a parte do Paranapanema, com condição de pagar os dízimos a Deus Nosso Senhor dos produtos que delas colherem"."

Os autores SatoPrado contestam a data de 10 de novembro de 1609 para o documento analisado por Dias Minhoto, sem prejuízos quanto as demais citações. Ora, o título nobiliárquico de Conde da Ilha do Príncipe somente foi criado pelo Rei D. Felipe IV da Espanha e III de Portugal e Algarves, por Carta Régia de 4 de fevereiro de 1640, a favor de Luís Carneiro de Sousa.

Para o estudioso jesuíta, monsenhor Aluísio de Almeida, entre os anos 1608 e 1628 eram comuns as viagens subindo a Serra e daí ao baixo Paranapanema, tendo o rio Pardo como referência (Memória Histórica de Sorocaba - I, Revistas USP, 2016: 342). Também o estudioso, igualmente jesuíta, Luiz Gonzaga Cabral, ao mencionar Aleixo Garcia informa que os padres abriram estradas desde o litoral a São Paulo e outras rumo ao interior, inclusa aquela, que pela Serra Botucatu levava ao aldeamento no Paranapanema, com comunicação fluvial para o Paraná e Mato Grosso (Apud Donato, 1985: 35); sendo certo que os padres, no início colonial, foram usuários e reformadores de estradas e trilheiras nativas preexistentes, valendo-se de nativos pacificados que bem conheciam os feixes de caminhos, de onde saíam e para qual destino.

Aluísio de Almeida, explica o melhor curso deslocado da Peabiru, em Botucatu:

"A tal estrada subiu a serra, ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (O Vale do Paranapanema, Revista do Instituto Histórico e Geográfico - RJ, volume 247 - abril/junho de 1960: 41), sem prejuízos ao trecho prosseguinte ao Salto das Canoas (Paranan-Itu), desde onde possível a navegabilidade do Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas (1608/1628), e ao Rio Paraná.

Os autores, SatoPrado, apontam que o antigo caminho jesuítica, rumo aos aldeamentos no Paranapanema, era pelo Tietê desde onde a trilha rumo às cabeceiras do paulista Cuiabá (AESP, BDPI: Cart325602), daí a margeá-lo até o Paranapanema. Somente após 1620, com a expedição de Antonio Campos Bicudo no alto da serra e os detalhamentos das nascentes do rio Pardo, então Capirindiba, se fez comum o trecho desde a Serra ao Paranapanema, onde o Salto das Canoas (também Quebra Canoas, Paranitu, Yucumã e Salto do Dourado), em atual município Salto Grande, pela mesma cartografia, caminho dos expedicionários e sertanistas.






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