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1627
Cornélio de Arzão (f.1638)
1628
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24
¨ RASUL

Belchior já estava na vila de São Paulo
01/04/1628
1 fontes

1° fonte: Cornélio de Arzão, consulta em projetocompartilhar.org
1 de abril de 1628 no termo da villa de São Paulo capitania de São Vicente partes do Brazil no termo desta vila donde chamam Piratiaba e roça e fazenda de Cornélio de Arzão onde veio o Juiz ordinário da villa Francisco de Paiva trazendo comsigo a Liguel Ribeiro meirinho da Santa Inquisição por ordem e mandado do Senhor Inquisidor Luiz Pires da Veiga trazendo mais comsigo a mim Tabelião ao diante nomeado, e ao tabelião Simão Borges de Cerqueira , e sendo aqui nesta fazenda a meia noite pouco mais ou menos chegando as portas da dita casa do dito Cornélio de Arzão logo o dito meirinho Miguel Ribeiro bateu a porta da dita casa dizendo que da parte da Santa Inquisição lhe abrissem a porta a qual foi aberta pela mulher do dito Cornélio de Arzão Elvira Rodrigues e juntamente com um irmão seu por nome Pedro Rodrigues Tenório e sendo aberta a porta da dita casa logo pelo dito meirinho Miguel Ribeiro e o dito Francisco de Paiva lhe foi mandado por parte da Santa Inquisição entregasse as chaves da dita casa e de todas as caixas que tivesse e declarasse toda a fazenda que nella havia a qual disse e declarou que na dita casa em que estava e nós todos entramos não havia mais que uma fraqueira em que estavam sete frascos juntamente duas tamboladeiras de prata e três digo uma maior e outra mais pequena e três colheres de prata, e que na dita casa não havia mais gente que gente de serviço, negros da terra e que em outra casa que junta estava estavam duas caixas em que tinha algumas coisas e que fossem ver, e logo se foi ver deixando na dita casa que primeiro vimos guardas e bom recado como o caso requeria e do que dentro estava se fez inventário seguinte perante o dito juiz e meirinho e a dita Elvira Rodrigues por mão saber e assignou por ella Belchior de Borba forasteiro que ahi se achou eu Fernão Rodrigues Cordova tabelião escrevi.






Funcionário da Inquisição, vai ao sítio de engenho de ferro
02/04/1628
3 fontes

1° fonte: No tempo dos bandeirantes. Benedito Carneiro Bastos Barreto, "Belmonte" (1896-1947)
Mas não pára aí a fúria confiscadora do Santo Ofício. No dia 2 de abril, o mesmo juiz, seguido pelo mesmo funcionário da Inquisição, vai ao sítio de engenho de ferro, e sequestra o que lá se encontra - casa de três laços com um laço assobradado, no alto de um outeiro, roça de milho, serras, um catre, um bufete e um moinho de moer trigo moente e corrente.



2° fonte: Fazendas e Engenhos do litoral vicentino: traços de uma economia esquecida (séculos XVI-XVIII), 2020. Vera Lucia Amaral Ferlini. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
A constituição de seu patrimônio deu-se pela anexação de terras de Pero Correa, em 1553; Cornélio Arzão, em 1628; Antonio Rodrigues de Almeida, em 1643; Francisco Pinto, em 1664; Pero de Go´es, em 1674; Domingos Leite de Carvalho, em 1687; Agostinho Rodrigues de Guerra, em 1687; Diogo Pinto do Rego, em 1743; Manuel Antunes Belém de Andrade, em 1743.



3° fonte: Povoadores de Santo Amaro/SP no século XVI e XVII: A grande família de Martim Rodrigues Tenório e Susana Rodrigues. Por Inez Garbuio Peralta








À meia-noite de 28 de Abril de 1628, um grupo de homens batem à porta da casa de um grande sítio em Pirituba, enquanto um deles, com voz clara, brada: —Abram, em nome da Santa Inquisição!
28/04/1628
1 fontes

1° fonte: No tempo dos bandeirantes. Benedito Carneiro Bastos Barreto, "Belmonte" (1896-1947)
Vê-se claramente que as perseguições da Inquisição no Brasil são, ao mesmo tempo,mais intensas do que se supõe. Na vila de São Paulo, contudo, tais acontecimentos não repercutem e o seu isolamento no planalto parece amortecer a vibração das paixões desencadeadas alhures e imunizá-la contra os perigos dessa ordem. Tanto que, a única vez que se tem notícia de uma ação do Santo Ofício em São Paulo, não é contra nenhum um judeu, mas contra um flamengo: Cornélio de Arzão.

À meia-noite de 28 de abril de 1628, um grupo de homens bate à porta da casa de um grande sítio em Pirituba, enquanto um deles, com voz clara, brada: Abram, em nome da Santa Inquisição!.

Uma mulher, pouco depois, escancara as portas, sem surpresa nem susto, pois já espera a incômoda visita. É ela dona Elvira Rodrigues, e sabe que esses homens sinistros a procurariam, pois seu marido, Cornélio de Arzão, acha-se preso em Lisboa, por ordem do Santo Ofício.

Cornélio de Arzão, flamengo que viera a São Paulo como perito em mineração, contratado por D. Francisco de Sousa, é homem de muita consideração na vila, onde se casa com a filha de Martim Rodrigues Tenório de Aguilar, grande sertanista espanhol, mas por motivos que se ignoram, cai em desgraça com a Inquisição, que o prende na aldeia de Setúbal e o remete para Lisboa, após excomungá-lo.

Cornélio não é judeu. Além disso é católico, e tão bom católico que trabalha na conclusão da igreja matriz, alguns anos antes, e ficam a dever-lhe não pouco dinheiro dessa empreitada. O certo é que, por esta ou aquela razão, Miguel Ribeiro, meirinho do Santo Ofício, e o juiz Francisco de Paiva exigem que dona Elvira entregue todas as chaves da casa e declare todos os bens que alí dentro se acham, após fazerem-na jurar, com a mão sobre a cruz que o meirinho trás ao peito. [Página 221]

No dia seguinte, pela manhã, iniciava-se o inventário dos bens, - ferramentas de lavoura, pratos, louças, tenda de marceneiro, tecidos, roupas, jóias, objetos de toda espécie além de dois negros da Guiné.

Mas não pára aí a fúria confiscadora do Santo Ofício. No dia 2 de abril, o mesmo juiz, seguido pelo mesmo funcionário da Inquisição, vai ao sítio de engenho de ferro, e sequestra o que lá se encontra - casa de três laços com um laço assobradado, no alto de um outeiro, roça de milho, serras, um catre, um bufete e um moinho de moer trigo moente e corrente.

Não é tudo, porém. No dia 3, é sequestrado um lanço de casas que está junto das casas de Domingos de Góis no arrebalde da vila, além de uma caixa contendo tigelas, pregos de cadeira, uma cadeira, um espelho e um tostão de prata. E, pouco depois, mais umas casas que estão defronte das casas do reverendo padre vigário e mais as casas que estão defronte das casas de Manuel João Branco. Quando ao engenho de ferro, do qual metade pertence a Cornélio de Arzão, não se avaliou por não haver pessoa que o entenda. [Página 222]







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