¨
RASULTestamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira 21/04/1632 2 fontes 1° fonte: Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) - Monções Capítulos de expansão paulista Mesmo para levar cargas a curta distância foram de pouco uso os cavalares e menos ainda os muares. Estes são, aliás, raridade no Brasil seiscentista, ao oposto do que se dá em Buenos Aires ou no Peru. O mais antigo de que há notícia em São Paulo, em 1636 o “burro castiço” de Antonia de Oliveira,23 deve ter vindo do Paraguai, de onde André Fernandes, seu marido, trouxe burros e cabras pelo caminho fluvial. Depois, bem depois, aparecem um macho, além de duas mulas, no espólio de Francisco Pedroso Xavier, que, dois anos antes de morrer, recolhera cavalgaduras na Vila Rica do Espírito Santo.
Em verdade, só quando Cristóvão Pereira de Abreu melhorar, em 1733, o caminho do sul, percorrendo-o com numerosas cabeças de gado, começa a mudar a situação. Em meados do mesmo século já é grande o número dos muares trazidos — sabe-se de um negociante que veio com, outro com 691, em 1751 —, mas esses vão provavelmente para as Minas. Naquele ano de 1751, do total de 8994 animais que pagam direitos em Curitiba, predominam os cavalares — 6094, ou quase 68%26 —, seguindo-se, com menos de 27%, os muares e, finalmente, os bovinos, que não chegam a 6%. [Página 138 do pdf]
i Este mesmo caso foi contado no capítulo “Do peão ao tropeiro”, de Caminhos e fronteiras, op. cit., p. 130, onde se lê: “Com os cavalos começam a introduzir-se, em larga escala, os muares, que só excepcionalmente aparecem referidos nos antigos inventários paulistas. Duas mulas e um macho, pertencentes a Francisco Pedroso Xavier, e o burro castiço de Antônia Oliveira, são quase tudo quanto encontramos. A partir de 1733, ou pouco depois, é que começa a avolumar-se o número de bestas muares vindas do Sul, geralmente de passagem para as minas”. [Página 169 do pdf]
Em percursos mais consideráveis empregavam-se índios e mamelucos, depois pretos de carga, e nem existiria quase outro meio de transporte possível enquanto não se ampliassem as primitivas veredas ou se introduzissem bestas muares e burros. Estes constituem aliás verdadeira raridade no Brasil seiscentista, em contraste com o que ocorria no Paraguai, em Buenos Aires, no Peru e outras partes das Índias de Castela. Em São Paulo, o primeiro de que dá notícia a documentação conhecida é, em 1632, o “burro castiço” do inventário dos bens de Antônia de Oliveira.
Teria vindo do Paraguai, de onde o capitão André Fernandes, marido da mesma Antônia de Oliveira, trouxera burros e cabras pelo caminho dos rios, com a ajuda de índios que lhe mandou dar o governador d. Luís de Céspedes. Só a falta dessas criações na capitania explica o trabalho que se fez preciso para transportá-los através de tão longo e penoso trajeto. Os primeiros muares, por sua vez, um macho e duas mulas, figuram no inventário de Francisco Pedroso Xavier e podem ter vindo por sua vez no meio dos cavalos que trouxera o defunto dois anos antes, de seu assalto a Vila Rica.
Mas só depois de 1733, data da expedição de Cristóvão Pereira de Abreu, começam a surgir as mulas em grandes quantidades. Pelos meados do século, o número das que vêm dos campos do sul, geralmente com destino às minas de ouro, já será considerável, havendo um indivíduo, em 1751, que levou 681 e outro 493. Mesmo assim, o total das 2312 cabeças que naquela data passam pelo registro de Curitiba ainda é duas a três vezes menor que os dos equinos. Parece significativo que só dois anos mais tarde venha a aparecer em São Paulo o primeiro regimento de ferradores de que trata a documentação municipal. Já então vendem-se na cidade, a preços vários, ferraduras e cravos: é justamente essa variedade nos preços o que motiva a postura. [Páginas 223 e 224 do pdf]
2° fonte: Jornal O Pioneiro
Carta do Vice-Rey do Perú, Conde Chincón ao rei Filipe IV, “O Grande” (1605-1665) 24/04/1632 1 fontes 1° fonte: Historia de la Compañía de Jesús en la provincia del Paraguay, vol. 1 Carta do Vice-Rey do Perú, Conde Chincón, á Sua Majestade em 24 de abril de 1632. Trata dos danos que os índios reduzidos das províncias do Paraguai recebem dos portugueses através do porto de San Pablo. Diz que D. Luís de Céspedes Xeria ajudou ou pelo menos consentiu e deixou de atrapalhar o máximo de estragos que pôde; e é por isso que quando o presidente de La Plata, D. Juan de Carvajal y Sande, passou por Lima, falou com ele para que pudesse remediar.
Ele acredita ser conveniente que, depois que os papéis forem reconhecidos no Conselho das Índias, envie H.M. formar uma reunião de alguns dos seus Ministros com outros de Portugal, e mesmo com o Conselho de Estado; para que sejam adotados os meios que preservem, se não todos, o máximo possível de danos futuros; o único a comprar S.M. o porto de San Pablo para seus proprietários, dando-lhes uma recompensa equivalente por colocar sua própria pessoa lá, não parece ruim para ele. Lima, 24 de maio de 1632. [Historia de la Compañía de Jesús en la provincia del Paraguay, vol. 1, 1912. Padre Pedro Lozano. Página 471]
Do início deste rio até esta cachoeira estendem-se as províncias dos índios do Paraguai, que assolaram os portugueses desde a cidade de San Pablo, que faz fronteira com o Paraguai e é a última cidade do Brasil. Nestas 250 léguas do salto acima, há duas cidades espanholas chamadas Ciudad Real de Guairá que não terá mais de 40 e Vila Rica del Espíritu Santo que terá 200. Desta última cidade San Pablo fica a 100 léguas mais ou menos distante, onde começa o governo do Brasil, que não é de S.M. mas de senhores particulares portugueses, que há alguns anos pertenciam a Lope de Sosa, senhor da Capitania de São Vicente, na qual cai São Paulo, que fica a quase 12 léguas (57,9364 km) de São Vicente. Nesta Capitania e perto de São Paulo, D. Francisco de Sosa, depois de ter sido Governador do Brasil, descobriu riquíssimas minas de ouro. O povo de São Paulo tira muito pouco proveito dessas minas, pois são preguiçosos e se ocupam em fazer entradas para os índios do Paraguai até a cachoeira do Paraná. [Historia de la Compañía de Jesús en la provincia del Paraguay, vol. 1, 1912. Padre Pedro Lozano. Página 472]
|
|
| | Brasilbook.com.br Desde 27/08/2017 | | |
| | | 27868 registros, 14,570% de 191.260 (meta mínima) |
|
|
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes |
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP |
|
| | |
|
|