1° fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21
Relação dos Capitães-Móres Governadores da Capitania de Itanhaem, desde 1622 até 1721
12° - Dyionisio da Costa (Releito?) O nosso ilustre consócio Dr. Carmelino de Leão na lista dos Capitães-móres Governadores de Itanhaem diz o seguinte: Um dos sucessores de Moura Fogaça no governo de Itanhaem foi Dyonisio da Costa, nomeado a 20 de novembro de 1648 e que pensamos só exerceu o cargo até 1650.
"Deste governador não há referência na crônica de Vieira Santos: entretanto um dos documentos constantes da memória de Benedito Calixto, (a Villa de Itanhaém) menciona Dyonisio da Costa como Capitão, firmando termo de doação de Santo Antonio do Rio de Janeiro, aos 2 dias do mês de janeiro de 1654, sendo o segundo signatário do auto de posse lavrado na mesma data".
De fato, na nossa monografia "a Villa de Itanhaém" como neste livro, na parte que se refere "á fundação do Convento de Nossa Senhora da Conceição", estão transcritos esses documentos que faziam parte do Arquivo da Câmara de Itanhaém.
Em ambos os documentos, que trazem a data de 2 de janeiro de 1654, contém a assinatura de Dyonisio da Costa. Se bem que nossa assinatura não venha indicado o seu título de "Capitão governador e Ouvidor" vê-se, pela leitura do mesmo termo, que o "Capitão Dyonisio da Costa" era a principal pessoa do lugar, visto ser a primeira nomeada, como era de praxe.
(...) No termo de posse a pessoa que assina, em primeiro lugar, depois do Vigário, é Dyonisio da Costa, o que demonstra bem ser ele a primeira autoridade na sede da Capitania dos condes de Vimeiros, como declara o mesmo documento. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 447 e 448 do pdf, 437 e 438]
"Não sabemos se Escobar já residia no Brasil quando D. Diogo de Faro e Sousa fê-lo seu loco-tenente. A situação da Capitania de Itanhaém era precária, com a descobertas das minas de Paranaguá e Curitiba; numerosos povoadores de suas terras emigraram para as novas conquistas, de sorte que se fazia mister chamar para seu governo novas povoações que se estabeleciam ao sul do Brasil". (As Capitanias de Itanhaem e Paranaguá, por Ermelino de Leão).
Além das povoações que iam estabelecendo ao sul como diz o citado historiador, os governadores de Itanhém, desde 1633, como se verifica desta lista, já vinham dilatando a conquista territorial ao norte da Capitania, fundando povoações e vilas no litoral desde Angra dos Reis até Paraty, e depois no interior, no vale do Parahyba, criando as vilas de Taubaté, Guaratinguetá, e Pindamonhangaba, onde se formaram os primeiros elementos das bandeiras que haviam de penetrar e desvendar as riquezas do sertão.
"Escobar, acumulando os cargos de Capitão-mór, governador, sesmeiro, ouvidor, corregedor e provedor das minas, com amplos poderes de que se achava armado pelo seu constituinte, procurou levar a efeito os seus desígnios de administração com o mais louvável zelo.
Segundo um apontamento que temos, quando D. Diogo de Faro e Sousa, doou a Capitania de Itanhaém a sua irmã ou prima, D. Maria de Faro, Escobar já se achava empossado no cargo de governador de Itanhaém.
O conde da Ilha do Príncipe, ao receber o dote de sua esposa, tratou de valoriza-lo e incumbiu-o de tomar posse das 50 léguas de costa que governava, em seu nome, como novo donatário. Escobar teve a habilidade de desempenhar-se da comissão, chamado a simpatia do povo para a causa de seu constituinte.
Em Paranaguá, tratou logo de captar a boa vontade de Gabriel de Lara, capitão Fundador da Vila, a quem passou patente de Capitão-mór a 12 de outubro de 1653. No ano seguinte, o Capitão-mór Escobar percorrer as vilas do sul, organizando-as e dando-lhes provimento. A 2 de janeiro de 1654 demarcou o rocio de Paranaguá. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21, 1918. Páginas 449 e 450 do pdf, 439 e 440]