1° fonte: Jornal Correio Mercantil
Itú, 9 de abril de 1820
Eis-nos chegados á famosa vila de Itú, aduar de árabes do mato com algumas poucas casas á Européia, depois de ter talado matas impérvias á cata de alguns grãos de ouro, sofrendo sol e chuvas contínuas mal comidos e dormidos. Meu irmão Martim continua para Piracicaba a visitar os engenhos que lá tem a nossa casa, e eu irei descansar alguns dias em Sorocaba, de onde conto ir visitar a fábrica de Ipanema, de dúbia nomeada.
Remeto a V. Ex. a copia do nosso Diário, desde São Paulo até Itú, por crer que a sua lição, deixada a parte geológica, pode ser útil ao estado, se quiser e souber aproveitar um dos os tesouros e dons espontâneos da natureza. Para satisfazer aos patrióticos desejos de V. Ex. já estou em ajustes acerca da compra de vários terrenos auríferos, e outros para estabelecimentos de gadaria. Quanto aos terrenos de Geraguá, que o general que foi desta província, o Horta de bestial memória, comprou por uma bagatela com toda a escravatura que tem, e depois soube vender no Rio de Janeiro e um bom homem de Parnaguá, dizem que (...)