Ponderavão que Salvador Correia fallava com perfeiçãoa lingua do paiz, e era muito amado dos indios, os quaes seunirião a elle se chegasse a subir a serra, e tendo da sua partetantos mil frecheiros, poderia subjugar os brancos, como lheparecesse; coneluirão afirmando que o dito Salvador Correiapela razão de governador de&ta cidade não tinha jurisdição al-guma sobre as outras capitanias do Sul, que a Magestade só-mente lha dava nos casos respectivos ás minas, e que elle aampliava interpretando a patente regia, como lhe dictava àsua ambição.
Assim enganados alguns dos correspondentes a quem se es-creverão as cartas, entrarão à amotinar o povo, e conseguirãoque cincoenta ou sessenta individuos quasi todos pobres, ouforasteiros (segundo confessa o proprio governador em umdos seus bandos) fossem á casa do concelho, e obrigassem aossenadores a decretarem que se probibisse a entrada a SalvadorCorreia de Sá e Benevides; mandando atrancar o caminho,e nelle gente armada, que lhe vedasse o transito. Isto relatao mesmo Salvador Correia aos camaristas de S. Vicente emuma carta que lhes escreveo, a qual se conservava ha poucos an-nos no archivo da camara. Quem noticiou ao governador o je-vante, tambem lho disse que o Juiz dos Orfãos D. Simãode Toledo Piza, fidalgo muito illustre natural da Nha Terceira,e Antonio Lopes de Medeiros ouvidor actua! da capitania deS. Vicente forão cabeças do tumulto.
Por este motivo mandou o governador deitar um bando navilla de Santos a 15 de Novembro de 1660, em que sus-pendia do exercicio dos seus cargos aos ditos Juiz e Ouvidor,ordenando-lhes que no termo de um mez comparecessem di-ante delle. Mandou registar a sua patente na camara deS. Vicente, e de lá remetteo uma copia aos vereadores de S.Puulo, copia que á imitação de S. Telmo serenou felizmentea borrasca porque vendo os paulistas que S. Magestade haviaconfirmado a Salvador Correia no governo geral da reparotição do Sul, conhecerão a fallacia dos levantados desta cidade,e sem contradicção alguma lhe derão prompta obediencia,
Os dous ministros suspensos, confindos na sua innocencia,caminharão logo para Santos, onde não acharão o governador, por se haver ausentado para as minas do sul.[p. 46]
Voltandco das taes minas foi dar providencias respectivas às outras deserra acima.
Na villa de S. Paulo, indagondo as causas da sedição, e os motores della, achou que os dous ministros suspensos não tinhão faltado ás obrigações de fieis vassalos, e que os incursos no crime de revolta, e amotinagão, erão seduzidos pelos escriptores das cartas desta cidade,
Com pleno conhecimento da causa mandou lancar um bando pelas ruas de S. Paulo, ao som de caixas corridas, a 2 de Janeiro de 1661, e neile declarou sem culpa alguma, assim ao Juiz de Orfãos, como ao Ouvidor; ordenando, que ambos continuassem a exercitar seus magistrados, e juntamente concedeu perdão de qualquer acção, palavra, e obra, em que ouvessem cahido os moradores, na occasião do tumulto.
No dia precedente, o 1.º de Janeiro do mesmo anno, havia lançado outro bando, respectivo ao levante desta cidade, no qual perdoava a todos os amotinados, com a condição porem, de se mostrarem arrependidos; e ao mesmo tempo comminava justas penas a varios sujeitos, se perseverassem na rebellião. Ordenava mais, que Agostinho Barbalho Bezerra, prose-gnisse no governo, porém com a clausula de o fazer com jurisdição delegada por elle governador geral da repartição do Sul, enão com a que lhe havia conferido o povo. Determinava linalmente, que a camara teria voto em certos casos.
Antes da publicação destes bandos, tinhão os vereadores de S. Paulo recebido uma carta digna do fôgo, que lhes dirigirão os desta cidade, com data de 16 de Novembro de 1660. Nella, depois de exagerarem seus autores, (como é costume ordinario dos criminosos, quando buscão pretextos, com que desenlpão seus insultos) o mão governo de Salvador Correia de Sá, e o lastimoso estado a que à prepotencia de seus consanguincos, tinha reduzido a capitania Muminense; pedem informações à camara de S. Paulo, sobre o atroz homicidio de um mineiro, e varias acções criminaes, que dizião commettera nestas capitanias de S. Vicente, e Itanhaen, o provedor da fazenda real Pedro de Sousa Pereiro. A esta carta responderam os vereadores paulistas em 18 de dezembro de 1660, dizendo, que o mineiro, casualmente se arrojara na profunda caverna de uma cata, indo a saltar de um lado para outro, na parte superior, sem que pessoa alguma concorresse para a sua morte. [p 47 e 48]
Governando a capitania de São Paulo o general d´ela D. Pedro de Almeida, conde de Assumar pelos anos de 1718, fez uma expedição ao sertão do Cuyába para conquistar o gentio Aripocônê Paschoal Moreira Cabral, filho do coronel do mesmo nome, que era irmão do alcaide-mór Jacinto Moreira Cabral, naturais da cidade de São Paulo, das principais famílias d´ela, como filhos do Capitão Pedro Alvares Cabral e de sua mulher Sebastiana Fernandes, filha do capitão-mór povoador André Fernandes, primeiro padroeiro da igreja matriz da Parnahyba etc. [Páginas 56 e 57 do pdf]
Foi Antonio Antunes Maciel recebido com alvoroço de contentamento do general conde de Assumar, com júbilos de alegria dos moradores de São Paulo e vilas de sua comarca, pelos quais se derramou logo a notícia de sua chegada, e do novo descobrimento de ouro. Sem demora o general aplicou os meios para o regresso de Antonio Antunes Maciel, por quem escreveu ao cabo Paschoal Moreira Cabral, remetendo-lhe na forma do regimento delas.
Porém, quando chegou Antonio Antunes já as minas do Cuyabá estavam descobertas, e dando ouro com muita abundância, concorreu logo muita gente para as novas minas pela navegação dos rios Anhebú, Grande, Pardo e Tietê (por falta de caminho por terra, que com manifesto erro, descuido ou falsidade, afirmou Pitta no No. 89, que o general Rodrigo César de Menezes mandara abrir caminho por terra por Manoel Godinho de Lara, que conseguiu o trânsito com felicidade) que até agora são seguidos em canoas sem temor do perigo das grandes cachoeiras, que tem os rios, que se navegam até o Cuyabá. [Páginas 58 e 59 do pdf]
Passados alguns dias procurou João Leme o sítio e casa de sua madrinha, a viúva Maria de Chaves, a qual preocupada do temor de ficar incursa nas penas, que por edital se tinha publicado para que pessoa alguma de qualquer qualidade ou sexo, não desse agasalho aos facinorosos e régulos João e Lourenço Leme da Silva, mandou aviso ao desembargador corregedor, que não ficava muito distante do sítio e conservava ainda o corpo da tropa auxiliar com que tinha acometido ao mato.
Neste intermédio tinha a pobre velha feito guisar o jantar para o descuidado afilhado, que ao tempo de principiar a comer foi a casa posta em cerco, porém João Leme tirando forças da própria fraqueza, e ainda valoroso rompeu o cerco e se lançou ao caudaloso rio Anhebú, em cujas margens existia o sítio de Maria de Chaves. [Página 67 do pdf]
342Deos Guarde a V. Ex. e S. muitos annos. Caetano 24 de Agosto de 1763.as-- Campo de S.LUIS MANOEL DA SILVA PAES.(Extrahido do original.)ITINERARIOfeito desde os confins Septentrionaes da Capitania do Rio Grande de S. Pedro do Sul, até a cidade de S. Paulo, no qual se marcão os pontos de divisão de uma e outra capitania, e os Rios que atravessão o caminho geral da primeira para a segunda, trabalho enviado pelo governador daquella Capitania.(Ms. offerecido ao Instituto pelo Sr. Libanio Augusto da Cunha Mattos.)O Rio Pelotas caja origem é na serra geral da costa do Brasil, e se termina nos dous pequenos galhos denominados Rio das Contas, e Jararaca que sabem da sobredita Serra os quaes depois de se unirem formão o sobredito rio, é aquelle cujas margens são o limite da capitania de S. Paulo com a do Rio Grande. Aquelle rio é um dos principaes galhos do gran- de Uruguay com quem conflue pela sua margem meridional, depois de percorrer um espaço de quarenta legoas contadas desde as suas cabeceiras até a confluencia, na direcção de Su- este para Noroeste.No ponto onde tem o passo geral, conserva effectivamente canoas para a sua serventia por não dar vão; e neste mesmo passo é onde está estabelecida a guarda de Registo denomi- nada, de Santa Victoria, onde se revistão, e pagão os reaes direitos todos os animaes cavallares, e alguns vacuns que para a capitania de S Paulo se exportão da do Rio Grande. Do [p. 342 (pdf?)]
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3. Visão Documental (Completa e Aberta) Quantidade estimada: 30.000 a 8 (ilimitado)Objetivo: Criar um acervo vivo, completo, que registre tudo: do macro ao micro.Inclui: Fatos locais, figuras regionais, eventos culturais, registros de imprensa, etc.Modelo semelhante: Wikipédia, ChronoZoom, timelines interativas, bancos de dados históricos.
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