Chegou a tanto excesso a subordinação que tiveram a estes padres os mesmos governadores, que até lhes permitiram, por algum tempo, que eles dessem de assinatura sua passaportes aos que queriam atravessar os sertões, ou passar ao recôncavo, e o mais é que só estes passaportes chegaram a valor entre os mesmos nativos, que não reconheciam nem respeitavam outros, que não fossem assinados pelos jesuítas e com o selo de que usavam.
Nada pode provar mais a autoridade que tinham os jesuítas em geral sobre o governo do que o acontecimento do ano de 1553. Neste tempo governando a Bahia D. Duarte da Costa, segundo governador dela, pretendeu o provincial jesuíta mandar estabelecer, e criar pelo sertão dentro em distância de mais de cem léguas uma aldeia de nativos Carijós, que segundo o estado político das coisas não era conveniente, por motivos que o mesmo governador não declarou. Sem embargo desta recusação do governador o puseram em prática os mesmos jesuítas. Entrou o seu mesmo provincial com muitos nativos; levantou a mesma aldeia que lhe tinha sido vedada, e lhe deu o nome de Maniçoba de Japyuba, erigindo igreja, e casas. Esta aldeia não existe hoje, porque se rebelaram depois os mesmos Carijós. [Páginas 58 e 59]
Revista do Instituto Historico e Geographico do Brazil Data: 01/01/1851 Página 58
ID: 13223
Revista do Instituto Historico e Geographico do Brazil Data: 01/01/1851 Página 59
ID: 13224
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