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2016


“O Barro cinzento paulista”. Edileine Carvalho Vieira
01/01/201631/08/2025 03:14:55

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restrições especiais ao direito criativo dos membros sobre sua própria obra, e a subordinaçãoincondicional à loja51, no caso da Vila de São Paulo, subordinados aos senhores das terras.

Em 23 de maio de 16105, há o registro de uma ata que trata de um acordo entre a Câmara e Fernando Álvares para a construção do Pelourinho, com uma descrição bastante minuciosa sobre o material que deveria ser empregado, sobre os dados “arquitetônicos” como altura, largura, prazos de entrega e os valores que deveriam ser pagos pelo trabalho, incluindo as multas pelo não cumprimento do acordo. E mais uma vez surge a informação da possível existência de fornos na Vila:

que fizese o pelourinho desta vila na forma e manrª seguinte de tijolo cozido e baro e baro de doze peis em quadra e de tres degraos de alto com degraos de palmo e meo e de fazer o que for necesario pª que fique bem feito e composto e proporsionado e de altura de vimte e dous palmos do degrao pª sima e de grousura de quatro palmos por cada fase o que tudo se obriga a fazer por preso e cõtia de seis mil rs.

1.1 Indústria oleira

Há indícios de que os rios incorporavam-se a vida cotidiana da Vila, à medida queatendiam as múltiplas necessidades dos indivíduos, tais como deslocamento, comércio, lazer efonte de alimentos. E a suposta indústria oleira teria apenas se apropriado do material emabundância, o barro, adequando o material ao trabalho e não o trabalho ao material.Consta, nas Atas da Câmara53, um documento que atesta a existência de um pequenoporto nos arredores da olaria da Vila de Pinheiros administrada pelos beneditinos e que serviriacomo um entreposto comercial.Fazemos saber a toda a pessoa de qualquer calidade a quem esta carta dearendamto virem que por sermos informados que Luis de Barros Souto Mayormorador na passagem dos Pinheiro, termo desta d.ª v.ª havia lançado em prassa51 HAUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2000. Usamos a teoria deHauser apenas com o intuito de aproximar as atribuições das supostas corporações da Vila com as corporações daEuropa, tendo em vista que os juizes de oficio nomeados na Câmara eram possivelmente homens da Corte quevinham para colônia com seus ofícios ali treinados e supostamente moldados por corporações específicas.52Actas da Camara da Villa de S. Paulo (1596-1622), Vol. II. Publicação official do Archivo Municipal de S. Paulo,São Paulo: Duprat & Cia., 1915, p.268.53Actas da Camara da Villa de S. Paulo (1701-1719), Vol. VIII. Publicação official do Archivo Municipal de S.Paulo, São Paulo: Typographia Piratininga, 1916, p.87 a 89. [p. 23]

conhecimento indígena sobre o manejo do barro e as inúmeras técnicas de modelagemapresentada pelas distintas etnias que viveram no território brasileiro, um conhecimento secularinerente dessa população antes mesmo da chegada dos “brancos”.Os documentos das Atas da Câmara indicaram que o contato entre os colonizadores e ossilvícolas não se deu de forma amigável desde o início, muito pelo contrário. Vários registros de1610 do volume 1 falam sobre os diversos conflitos entre os gentios e os brancos, inclusivecitando a atitude dos padres da Companhia de Jesus e as proibições da retirada dos gentios forosda Vila, por receio do prejuízo que isso traria tanto para o serviço geral, quanto para os serviçosdomésticos.Os mestres oleiros vindos da Corte provavelmente trouxeram consigo técnicas próprias demanejo do barro que foram apreendidas dentro de suas supostas corporações de origem. Aochegar à colônia e assumirem seus ofícios junto a Câmara, é provável que tenham introduzidotécnicas supostamente diferentes das aqui empregadas, incluindo o uso de distintas tipologias defornos e, consequentemente, obtiveram objetos cerâmicos78 onde o manejo, a manufatura eacabamento plástico possuíam suas próprias especificidades.Nossa pesquisa tenta demonstrar que os objetos produzidos em barro, dentro e fora dasolarias, articularam conhecimentos locais com os conhecimentos dos oficiais mecânicos vindosda Corte, num processo nem sempre linear, inclusive com o desenvolvimento de uma mão deobra específica.78 Os objetos cerâmicos produzidos no período colonial receberam na década de 60 a terminologia, de acordo com oPRONAPA (Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas – Instituto fundado na década de 60) de TradiçãoNeobrasileira, que definiria que os objetos seriam confeccionados por grupos familiares (não índios ou caboclos)com técnicas indígenas e de outras procedências. Ora, diante desta definição os grupos familiares se resumiriamapenas aos colonizadores e supomos que os grupos sociais que compunham a Vila de São Paulo eram maiscomplexos. Por outro lado, alguns documentos sugerem que esses objetos eram produzidos em olarias, com seusmestres oleiros, com contrato e, portanto, ultrapassaria o contexto apenas familiar. Além disso, os princípios teóricose empíricos do PRONAPA eram reacionários e anti-humanistas, promovendo o conceito, por muito tempo arraigadona sociedade acadêmica e não acadêmica de que os povos indígenas eram preguiçosos. FUNARI, Pedro Paulo. AArqueologia no Brasil e no mundo: origens, problemáticas e tendências. Universidade Estadual de Campinas/Unicamp. Cienc. Cult. Vol. 65 nº2 São Paulo, 2013. [p. 33]

Anexo 2Caixa 3 – Ordem 229 – Pasta 3 (1768-1798)Documentos diversos sobre vigários, conventos do incidente ocorrido entre religiosos dosconventos de Santos e Conceição – 54 ofícios.

Relação do estado actual deste Mosteiro de S. Bento da Cidade de S. Paulo.

Na era de 1598 chegou a esta terra Fr. Mauro Teixeira mandado pelo Pe. Provincial a missionar estes povos, que o receberão com agazalho, e lhe destinarão o lugar prezte. pa. sua habitação, onde fundou huma pequena Capella com a invocação de S. Bento. Passados algunsannos se retirou pa. a Bahia. No anno de 1610 vindo D. Francisco de Louza Marquez das Minas pr Governador, e Capitam General desta Capitania, conduzio comsigo do Mosteiro da Cide. da Bahia trez Monges, aos quaes a Camera desta Cide. lhes conferio a antiga Capella de S. Bento com a mesma cerca, que existe hoje, e mais huma legoa de terra pa seo patrimônio, que perderão os antigos a sua posse.

Tem este Mosteiro prezenteme. sinco Monges Conventuaes Sacerdotes, e se esperão maistrez que o Pe. Provincial foi mandar paencher o numero dos falecidos. Tem mais dous Donatos.

Bens de Raiz.Fazenda de Paraty destricto deMogy das CruzesEsta Fazenda consta de huma sorte de terras comprada a Aleixo Roiz Niza por preço de18$000 rs. em a era de 1654 com 500 braças de testada, e legoa de certão, cuja quantiadeterminou se pozesse a juros, e dos juros se lhe dicesse annulamedoze Missas, como se observaathe o prezente. Por duvidas que havião com os Confinates, que erão os Religiosos do Carmo,comprou mais esse Mostro. aquelle Convento em 1757 duzentas braças de testada, e huma legoade certão por 300$000; e assim mais no anno de 1788 comprou ao mesmo Convento duztas braçasde testada, e meia legoa de certão por preço de 40$000 que tudo se annexou a mesma fazenda. [p. 86]



“O BARRO CINZENTO PAULISTA”
Data: 01/01/2016
Créditos/Fonte: EDILEINE CARVALHO VIEIRA
Página 86


ID: 6223



  


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Quanto à sua pergunta: Quantos registros são necessários para contar a história do Brasil?

Depende de como você define "contar a história". Existem diferentes níveis de profundidade e objetivos possíveis:

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