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Atualizado em 01/11/2025 01:59:13 “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco ![]() Data: 1954 Créditos: Francisco de Assis Carvalho Franco Página 359
• 1°. Depois de várias aventuras, regressou à Espanha, voltando pela quarta vez como pilôto na armada de Rasquim • 2°. Partida da expedição de Bras Cubas* Com seu filho Pedro Sardinha, também grande sertanista, desenvolveu os trabalhos de mineração no Jaraguá, que fora tentado sem grandes resultados por Brás Cubas, associado ao capitão-mór Jerônimo Leitão. • 3°. Leatherman: Os mistérios em torno do mendigo que intrigou os Estados Unidos. aventurasnahistoria.com.br Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho. • 4°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós • 5°. Clemente Álvares (1569-1641) passou a explorar minérios nos entornos de São Paulo Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto". Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho. • 6°. Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho. • 7°. Clemente Alvares foi nomeado almotacel (cargo mensal) • 8°. Clemente Alvares obteve uma sesmaria de légua junto ao Araçoiaba • 9°. Devido a desistência de Gaspar Cubas, os oficiais da Câmara, ordenaram que Clemente Alvares servisse também durante o mês de janeiro • 10°. Minas Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descubrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. • 11°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares Clemente Alvares, paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - "e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto". Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha o moço e Sebastião Marinho. Exerceu em São Paulo o cargo de almotacel em 1596 e 1600. Nesse ano obteve uma sesmaria de légua junto ao Araçoiaba tendo em 1609 igual concessão no porto de Parapitingui. Em 1619 obteve sesmaria de duas léguas na margem do Jataí e no sertão de Ibituruna. No ano de 1610 com Custodio de Aguiar Lobo, Braz Gonçalves o velho e outros organizou uma bandeira e, saído do porto de Pirapitingui, no Tietê, fez uma montaria aos índios Carijós. Com seu sogro construiu no ano de 1606, em Santo Amaro, um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto, engenho esse que, por herança, veio a pertencer a Luiz Fernandes Folgado. • 12°. Belchior Dias Carneiro comandou uma bandeira de cerca de 50 homens brancos e muitos nativos. Esta expedição partiu de Pirapitingui, no rio Tietê, rumo ao sertão dos nativos bilreiros e caiapós. O objetivo explícito era o descobrimento de ouro e prata e mais metais • 13°. Construção de um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto Com seu sogro construiu no ano de 1606, em Santo Amaro, um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto, engenho esse que, por herança, veio a pertencer a Luiz Fernandes Folgado. • 14°. Clemente Alvares ganha concessão no porto de Parapitingui: “Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, edem 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro” Obteve uma sesmaria de légua no porto de Parapitingui. • 15°. Sorocaba (data estimada) (..) para encontrar metais nobres na Sabaráboçú e no morro do Araçoiaba, D. Francisco determinou, para o primeiro efeito uma expedição chefiada por Simão Álvares, o velho, conforme verifica do torno de "Concêrto que houve entre Simão Álvarez e a viúva Custódia Lourença", no inventário de Henrique da Costa, em 1616 e que partiu de São Paulo em 1610 e atingiu o sertão "denominado" "Cahaetee", o qual se no formos cingir exclusivamente à toponímia, era o sertão da Casca, em plena Minas Gerais. Conseguiu, também, pelo Espírito Santo, visando a mesma Sabarábocú, uma expedição cujo cabo foi Marcos de Azevedo, o velho, que trouxe, em 1611, amostrar de esmeraldas. Em São Paulo continuava na faina de buscar prata no Araçoiaba, que até então e sempre apenas revelou possuir ferro. Curiosa, sobre tal ponto, a notícia que dava em 1612 e portanto contemporaneamente, o escritor Rui Diás de Gusman, na sua "Argentina". • 16°. Traslado feito em Santos do pedido de Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, feito em 5/2/1609, por 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro No ano de 1610 com Custodio de Aguiar Lobo, Braz Gonçalves o velho e outros organizou uma bandeira e, saído do porto de Pirapitingui, no Tietê, fez uma montaria aos índios Carijós. • 17°. Francisco de Souza chega em São Paulo* (..) para encontrar metais novres na Sabaráboçú e no morro do Araçoiaba, D. Francisco determinou, para o primeiro efeitom uma expedição chefiada por Simão Álavares, o velho, conforme verifica do tormo de "Concêrto que houve entre Simão Álvarez e a viúva Custódia Lourença", no inventário de Henrique da Costa, em 1616 e que partiu de São Paulo em 1610 e atingiu o sertão "denominado" "Cahaetee", o qual se no formos cingir exclusivamente à tponimia, era o sertão da Casca, em plena Minas Gerais. [Página 396] • 18°. Azevedo, o velho, que trouxe, em 1611, amostrar de esmeraldas • 19°. Começou um povoamento na margem esquerda do rio Pirajibu, no Mato Adentro, perto da atual Aparecida Não encontrara no entanto o fidalgo português nesse local os metais nobres que tanto ambicionava. E mergulhado no isolamento dessas paragens desde janeiro de 1611, desamparado de toda sua antiga comitiva e de todo seu antigo fausto, veio por fim a perecer, em meados de junho, com o mais humilde e desbaratado dos seus antigos caminheiros do desconhecido. Da melancolia e da singularidade deste fim do magnifico cortesão dos reis de Castela, nasceram, à maneira de legendas, versões várias. • 20°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil O Araçoiaba era para ele uma montanha que se denominava "serro de Nossa Senhora do Monte Serrate, que tem o círculo de cinco léguas, de cujas fraldas extraem os portugueses muito ouro de 23 quilates e em seu cume, encontram-se muitas betas de prata; perto desse serro, d. Francisco de Sousa, cavaleiro daquela nação, fundou um povoado que continua dedicando-se ao benefício dessas minas de ouro e prata". Não encontrara no entanto o fidalgo português nesse local os metais nobres que tanto ambicionava. E mergulhado no isolamento dessas paragens desde janeiro de 1611, desamparado de toda sua antiga comitiva e de todo seu antigo fausto, veio por fim a perecer, em meados de junho, com o mais humilde e desabaratado dos seus antigos caminheiros do desconhecido. Da melancolia e da singularidade deste fim do magnifico cortesão dos reis de Castela, nasceram, à maneira de legendas, versões várias. Dom Antônio de Anasco contava que morrera de desgosto ao receber a falsa notícia da morte de seu filho Antonio, colhido por piratas argelinos, em alto mar, quando levava presentes de ouro a El-Rei. Frei Vicente do Salvador anotava, entristecidamente, que perecera duma epidemia em São Paulo e tão pobre que se não fôra a piedade dum teatino, nem uma vela teria na sua agonia. [p. 396] • 21°. Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* "Informação da expedição que se pode fazer da vila de São Paulo ao Grande-Pará, que é o verdadeiro nome Maranhão... dada por Pero Domingues, um dos trinta portugueses que a dita vila foram descobrir no ano de 1613". - Pedro Domingues era o escrivão da expedição citada de André Fernandes, que diz se compunha de trinta brancos e de outras fontes sabemos que fora determinada pelo provedor das minas Diogo de Quadros e que estava partindo de São Paulo no derradeiro dia de novembro de 1613. Em setembro de 1615, abria-se na vila de São Paulo o inventário de Manuel Rodrigues Góis, que foi praça dessa expedição e no início do mesmo o escrivão faz referência - "no rio de Maranhão" - parecendo dizer que um arrolamento de bens aí tivera lugar. Esse trecho do inventário, no original, é ilegível, conforme pessoalmente verificamos. Pedro Taques afirmou que o sertão do Paraúpava ficava ao norte de Goiás e que o rio Paraúpava encaminhava o curso de suas águas para o rio de Maranhão. Pelos motivos que expusemos no nosso livro "Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo", entendemos que Pedro Taques tirara apenas ilação do toponímico Paraúpava, que existe tanto ao norte como no sul do Brasil. Agora nos certificamos que o grande Pedro Taques está certo, pois os documentos que aqui citamos assim o evidenciam e será então o Paraúpava de que deu notícia o sertanista João Leme do Prado e pelo qual se entava também pelo baixo Mato-Grosso. [Página 151] • 22°. Inventário* • 23°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas Em 1619 obteve sesmaria de duas léguas na margem do Jataí e no sertão de Ibituruna. • 24°. Clemente Alvares descobriu ouro em So... Em 1634 Clemente Alvares ainda continuava com seus descobrimentos mineralógicos, havendo revelado ouro em local que os antigos denominavam Serol.... • 25°. André Fernandes chegou a Santa Tereza do Ibituruna Em 1637 tomou parte como um dos principais da bandeira de Francisco Bueno, o qual tinha como seu imediato o seu irmão Jerônimo Bueno. A bandeira, pela morte do cabo, se dividiu em duas grandes levas, uma sob o comando de Jerônimo Bueno foi atacar as reduções do Ijuí e a outra, sob as ordens de André Fernandes, foi para as reduções do Tape, todas em território do Rio Grande do Sul. Começou ele destruindo a redução de Santa Teresa e nessa campanha, sem que se conheça ao certo as minudências, se demorou perto de três anos, sofrendo vários reveses e afinal desandou doente e sendo abandonado de seus nativos, valendo-se apenas o seu filho Jorge Fernandes, que o veio servindo e carregando através dos sertões, até chegar à Parnaíba, como faz certo uma escritura de doação, lavrada nessa vila, a 24 de setembro de 1641, nas notas do tabelião Ascenso Luís Grou. [p. 151] • 26°. Casamento de Maria Fernandes, filha do capitão André Fernandes, com João Fernandes Edra e a escriptura de dote, feita em Parnahyba (...) Em 1637 tomou parte como um dos principais da bandeira de Francisco Bueno, o o qual tinha como seu imediato o seu irmão Jerônimo Bueno. A bandeira, pela morte do cabo, se dividiu em duas grandes levas, uma sob o comando de Jerônimo Bueno foi atacar as reduções do Ijuí e a outra, sob as ordens de André Fernandes, foi para as reduções do Tape, todas em território do Rio Grande do Sul. Começou ele destruindo a redução de Santa Teresa e nessa campanha, sem que se conheça ao certo as minudências, se demorou perto de três anos, sofrendo vários reveses e afinal desandou doente e sendo abandonado de seus nativos, valendo-se apenas o seu filho Jorge Fernandes, que o veio servindo e carregando através dos sertões, até chegar à Parnaíba, como faz certo uma escritura de doação, lavrada nessa vila, a 24 de setembro de 1641, nas notas do tabelião Ascenso Luís Grou. Devia o capitão André Fernandes ter regressado das reduções do Tape seriamente enfermo, pois a 29 de setembro de 1641, perante o tabelião citado e no mesmo livro de notas, fez lavrar o seu testamento, no qual mencionou que tinha 63 anos de idade e que seu único filho legítimo era o então padre Francisco Fernandes de Oliveira, tendo os filhos naturais Catarina Dias, Jorge Fernandes, Margarida Fernandes e Maria Fernandes. Silva Leme acrescenta mais três - Sebastiana Fernandes, Custódia Dias e Pedro Fernandes. Posteriormente a esse ato, já restabelecido, aparece o capitão André Fernandes numa procuração • 27°. Testamento/falecimento de André Fernandes: apenas um filho legítimo • 28°. Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos Em novembro de 1648 Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos, e seu auxiliar ainda foi o velho, sexagenário, Capitão André Fernandes (que morreria no início da ação, em 1649, em local tão oposto ao sertão do Sabaraboçu onde sempre desejara e prometera ir). Ficaram destruídas as reduções jesuítas da serra de Maracaju e Terecañi, e depois Bolaños, Xerez e outras. O ataque produziu êxodo, mas partiu de Assunção um exército tão grande que os paulistas resolveram abandonar a província. A bandeira se dividiu em duas companhias. Na companhia comandada por Raposo, era alferes Manuel de Souza da Silva. A outra era chefiada pelo baiano Antônio Pereira de Azevedo. [p.151] O ilustre historiador Afonso E. Taunay cita-o na bandeira desse heróico Antonio Raposo Tavares, em 1648, no baixo Mato-Grosso, para o ataque às reduções do Itatim, acrescentando que o capitão André Fernandes era o comandante duma da divisões dessa expedição. Ao princípio duvidamos dessa asserção, pois nesse ano devia André Fernandes contar setentas anos de idade. Mas o historiador das bandeiras paulistas provou recentemente, por meio de um documento datado de 1649, que de fato o capitão André Fernandes sob a capa de ir descobrir as sonhadas riquezas da serra de Sabaráboçú. • 29°. André Afonso de E. Taunay cita-o na bandeira desse heroico Antônio Raposo Tavares, em 1648, no baixo Mato Grosso, para o ataque às reduções do Itatim, acrescentando que o capitão André Fernandes era o comandante duma das divisões dessa expedição. Ao princípio duvidamos desta asserção, como até chegamos a publicar, pois nesse ano devia André Fernandes contar 70 anos de idade. Mas o ilustrado historiador das bandeiras paulistas provou recentemente, por meio dum documento datado de 1649, que de fato o capitão André Fernandes sob a capa de ir descobrir as sonhadas riquezas da serra de Sabaráboçú, enveredou para um sertão muito diferente, nas fundas regiões do sudoeste brasileiro e lá pereceu, nesse mesmo ano de 1648, com toda sua tropa, escapando apenas duas praças, que conseguiram retornar a São Paulo. Desapareceu assim, ignoradamente, em meio da hostilidade daqueles ermos, o capitão André Fernandes, grande sertanejo (..) [Página 151] • 30°. Jorge Soares de Macedo chegou ao Rio de Janeiro* João Martins Claro - Português, foi militar que alcançou o posto de sargento-mor, provido pelo governador Artur de Sá e Meneses, em 7 de fevereiro de 1698. Da sua folha de serviços, expedida a 10 de abril de 1709, ficamos sabendo que assentou praça em 1677, na Bahia e veio com o administrador-geral das minas, d. Rodrigo de Castelo Branco, para a região do sul brasileiro, em 1678, a fim e tomar diligências referentes a supostas minas de prata, tendo corrido toda a costa desde o Rio de Janeiro até Paranaguá, incorporado à companhia do capitão Manuel de Sousa Pereira, indo a todo sertão onde diziam haver minas, como foi Peruna, Itaimbé e Dom Jaime, sustentado com seus recursos a dois mineiros, um religioso da Ordem de Nossa Senhora das Mercês e outro o chamado João Álvares Coutinho e tendo tomado parte na célebre prisão do provedor dos quintos de Paranaguá Manuel de Lemos Conde. • 31°. Fuga • 32°. D. Rodrigo de Castelo Branco, fidalgo espanhol, nomeado administrador-geral das minas pelo rei de Portugal em 1677, vai à Câmara da vila de São Paulo* • 33°. Expedição • 34°. João Martins Claro ganhou sesmaria no Piragibú; é a mesma que em parte passou a seu genro e netos, os Monteiro de Carvalho Voltando a São Paulo, trouxe com escravizados seus toda a fábrica da administração-geral das minas, tendo feito jornada ao morro do Araçoiaba, ali plantando roças para um demorado exame do respectivo minério e se fixando em Sorocaba por tal motivo.. Em 1694 a 1695, mandou dez negros seus em companhia de Manuel de Aguiar Mendonça a fim de fazerem exploração nuns morros de Taubaté, para feito de saber se existia ouro de beta e nesse último ano citado, livrou o capitão-mór Manuel Peixoto da Mota dum motim que contra ele se levantou na vila de Sorocaba, por causa da execução da lei da baixa da moeda, apaziguando o povo. Renovada a idéia de se fabricar ferro extraído do Araçoiaba, para ali seguiu e fez novamente muitos gastos da sua fazenda. • 35°. Criou-se a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos Em 1694 a 1695, mandou dez negros seus em companhia de Manuel de Aguiar Mendonça a fim de fazerem exploração nuns morros de Taubaté, para feito de saber se existia ouro de beta e nesse último ano citado, livrou o capitão-mór Manuel Peixoto da Mota dum motim que contra ele se levantou na vila de Sorocaba, por causa da execução da lei da baixa da moeda, apaziguando o povo. Renovada a idéia de se fabricar ferro extraído do Araçoiaba, para ali seguiu e fez novamente muitos gastos da sua fazenda. • 36°. Patente de sargento-mor da Capitania de N. S. da Conceição de Itanhaém a João Martins Claro, dada por Arthur de Sá e Menezes, governador e capitão general da Capitania do Rio de Janeiro João Martins Claro - Português, foi militar que alcançou o posto de sargento-mor, provido pelo governador Artur de Sá e Meneses, em 7 de fevereiro de 1698. Da sua folha de serviços, expedida a 10 de abril de 1709, ficamos sabendo que assentou praça em 1677, na Bahia e veio com o administrador-geral das minas, d. Rodrigo de Castelo Branco, para a região do sul brasileiro, em 1678, a fim e tomar diligências referentes a supostas minas de prata, tendo corrido toda a costa desde o Rio de Janeiro até Paranaguá, incorporado à companhia do capitão Manuel de Sousa Pereira, indo a todo sertão onde diziam haver minas, como foi Peruna, Itaimbé e Dom Jaime, sustentado com seus recursos a dois mineiros, um religioso da Ordem de Nossa Senhora das Mercês e outro o chamado João Álvares Coutinho e tendo tomado parte na célebre prisão do provedor dos quintos de Paranaguá Manuel de Lemos Conde. • 37°. Casamento Página 6 • 38°. Folha de Serviços de João Martins Claro • 39°. Doação • 40°. Caminho Em 14 de abril de 1721 o governador de São Paulo e Minas concedia-lhe licença para abrir um caminho de Sorocaba a Cuiabá, evitando os perigos do Tietê, indo pelos campos de Ibiticatu até o rio Paraná e da lagoa Sanguessuga, no alto do rio Pardo, até os rios Taquari, Piquiri e de São Lourenço, conferindo-lhe direitos de passagem nesses rios. [Página 228] • 41°. Governador pede que dois assassinos e estupradores sejam honrados com a mercê do Hábito de Cristo João e Lourenço Leme da Silva, naturais de Itu e filhos de Pedro Leme da Silva, alcunhado o Torto e de Domingas Gonçalves. Criados na vida solta de sertanistas, eram autores de mais de um crime, o que não constituía naqueles tempos nenhuma exceção. No rol de seus delitos avultava o assassinato do bandeirante Antonio Fernandes de Abreu, em 1717 e o estupro de três filhas de João Cabral da Távora, ambos na vila de Itu. Não eram assim culpas de molde a merecer muita condescendência, mas no meio em que viviam, passava-se de largo sobre tais coisas. E a prova é que d. Rodrigo César de Meneses, governador de São Paulo, em cartas de 12 de setembro de 1721, 10 de outubro de 1722 e 20 de dezembro do mesmo ano, insistia junto à Côrte para que fosse dado o perdão régio a Lourenço Leme da Silva, honrando-se-lhe com a mercê do hábito de Cristo, "porque não só ficaria contente, mas sujeito, e com este exemplo se animarão os demais a fazerem novos descobrimentos. João e Lourenço Leme foram os principais da expedição que descobriu ouro em Cuiabá, em 1718. Mas potentados soberbos, poderosos e ricos, eram odiados por muitos dos seus contemporâneos. [Página 375] • 42°. Parte de São Paulo para o descobrimento de minas de ouro em Goiás a bandeira do Anhanguera • 43°. Rodrigo Cesar de Meneses • 44°. Expedição Francisco Tosi Columbina - Sobre um personagem desse nome, encontrei o seguinte documento: - "Senhor Gomes Freire de Andrade - Pela carta de 22 de abril desse ano me avisa V. Exa. ter recebido a minha carta de 13 de outubro do ano passado em que lhe participava a resolução que Sua Majestade tinha tomado sobre a descoberta e expedição do Tibagi, em que ia encarregado Francisco Tosi Columbina. Pus na presença de Sua Majestade o inconveniente que V. Exa. pondera para se suspender na conjetura presente a execução desse descobrimento e a resolução que V. Exa. tomou de escrever ao dito Francisco Tosi para que fosse ao Viamão e V. Exa. o poder ouvir sobre esse mesmo projeto e a coluna paulista que ali se acha da conduta de Cristóvão Pereira. Foi o mesmo Senhor servido aprovar a resolução que V. Exa. tomou nesse particular para que se obre nele com todo o acerto. Deus guarde a V. Exa. Belém, 31 de julho de 1734 - Diogo de M. Costa Real". - Segue-se um relatório do dito Francisco Tosi Columbina, datado de Campo do Rio Jacuí, 5 de novembro de 1754, no qual expõe que essa expedição só podia ser feita com paulistas, principalmente de Itú e de Sorocaba, os quais eram grandes sertanistas e à imitação do corpo desses naturais que já havia sido organizado por Cristóvão Pereira de Abreu. • 45°. Sorocaba e Itu Segue-se um relatório do dito Francisco Tosi Columbina, datado de Campo do Rio Jacuí, 5 de novembro de 1754, no qual expõe que essa expedição só podia ser feita com paulistas, principalmente de Itú e de Sorocaba, os quais eram grandes sertanistas e à imitação do corpo desses naturais que já havia sido organizado por Cristóvão Pereira de Abreu. [Página 115]
Atualizado em 01/11/2025 01:59:11 Aula inaugural, proferida por ocasião da solene abertura dos Cursos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba ![]() Data: 1954 Créditos: Beda Krusf
Atualizado em 01/11/2025 01:59:12 Construção e abertura da barragem de Pirapora no rio Tietê ![]() Data: 1950 Créditos: Livro de Sergio Coelho de Oliveira “Baltazar Fernandes, Culpado ou Inocente?”
Atualizado em 01/11/2025 01:59:06 “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil ![]() Data: 1957 Créditos: Washington Luís (1869-1957) Página 263
• 1°. Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar 1997 Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões". ver mais
• 1°. Domingos Luis Grou “adquiriu” terras vizinhas as concedidas nativos de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba A verdade é que o primeiro Domingos Luís Grou possuía uma data de terra, que vizinhava com a sesmaria concedida aos índios de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba, como reza a provisão de Jerônimo Leitão passada a 12 de outubro de 1582, em S. Vicente, e registrada na Câmara da vila de S. Paulo em 26 de agosto de 1522 (Registro Geral,vol. 1º, págs. 354 a 357). • 2°. Chegada de Diogo Garcia de Moguer Comandando uma expedição, partida de Corunha em 1526, com o fim de explorar o Rio da Prata, Diogo Garcia chegou a S. Vicente a 15 de janeiro de 1527 – cinco anos antes de Martim Afonso – e, narrou ter encontrado o bacharel e seus genros, aí moradores mucho tiempo haque ha bien 30 años. Deles comprou um bergantim, se abasteceu de água, lenha e todo o necessário para a viagem, contratou um dos genros por língua (intérprete) até o Rio da Prata. De acordo com todos os seus oficiais, contadores e tesoureiros, fez com esse bacharel e seus genros um contrato para transportar nos seus navios, quando de volta, 800 escravos para a Europa. “Nesse porto [Páginas 93 e 94] • 3°. Casamento de Domingos Grou e a filha do cacique de Carapicuíba (data s/ confirmação) DOMINGOS LUÍS GROU Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal,veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1,pág. 15).Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues,declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó, Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430). O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. [Página 180] • 4°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? • 5°. Pero Lopes de Sousa, a 23 de novembro de 1531, partiu Rio da Prata acima levando em um bergantim 30 homens, tudo em boa ordem de guerra; e, como pôde, explorou esse rio até os Carandis, onde meteu padrões portugueses, e, como a ordem era de voltar em 20 dias, daí regressou a se reunir à esquadra • 6°. Sesmaria a Ruy Pinto • 7°. Martim Afonso concede sesmarias A outra vila, feita a nove léguas do litoral para o sertão, à borda de um rio que se chamava Piratininga, mencionada por Pero Lopes de Sousa, nem sequer se lhe indicou o nome, nem foi ela posta sob invocação religiosa, numa época em que o intenso fervor católico dava nome de “santos” a todos os acidentes geográficos do litoral e do interior nos descobrimentos feitos. Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tal vila foi situada, ou mesmo se foi situada; o rio Piratininga jamais foi identificado, e com esse nome talvez não tivesse existido rio algum. Piratininga (nenhuma etimologia satisfatória para essa palavra), era uma região situada no planalto. A Câmara da Vila de S. Paulo, que às vezes se denominava “S. Paulo do Campo”, “S. Paulo de Piratininga”, “S. Paulo do Campo de Piratininga”, concedeu datas de terras em “Piratininga, termo desta vila” no “caminho de Piratininga”, “indo para Piratininga”, “no caminho que desta vila vai para Piratininga” etc. (Atas da Câmara de S. Paulo, vol. 3.º, pág. 168, Registro Geral, vol. 1.º, págs. 10, 72, 88, 98, 100, 108, 129, 283). “Índios de Piratininga”, qualificam as sesmarias de terras concedidas aos índios de Pinheiros e aos de S. Miguel de Ururaí, por Jerônimo Leitão em 12 de outubro de 1580 (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 354), o que não deixa a menor dúvida que Piratininga estendia-se desde Carapicuíba, incluindo Pinheiros, até Ururaí. Piratininga era, pois, uma vasta região do campo vagamente indicada no planalto. É por isso que, em Piratininga, sem que se fizesse menção da qualidade de vila, como era de uso nesses documentos, foi concedida à sesmaria de Pero de Góis, sendo a respectiva posse dada alguns dias depois na ilha de S. Vicente. Martim Afonso teria nessa ocasião chegado até a morada, a povoação de João Ramalho, pela vereda de índios que, então, ligava o planalto ao litoral. Aí nessa zona, nos campos de Piratininga, vizinhos da sesmaria de Ururaí, por Jaguaporecuba, não se sabe bem onde, já afeiçoado aos costumes da terra, João Ramalho vivia maritalmente com filhas de morubixabas, tendo numerosa descendência e dispondo de grande influência sobre Tibiriçá e outros. Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt. Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [Páginas 101 e 102] • 8°. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo Piratininga (nenhuma etimologia satisfatória para essa palavra), era uma região situada no planalto. Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tal vila foi situada, ou mesmo se foi situada; o rio Piratininga jamais foi identificado, e com esse nome talvez não tivesse existido rio algum. • 9°. Martim em São Vicente* Durante a sua permanência em S. Vicente, desde 22 de janeiro de 1532 até meados de maio de 1533, onde esteve a esperar recado da expedição de Pedro Lobo, conforme o dizer de Pero Lopes de Sousa, daí fez, provavelmente, partir outras expedições pelo sertão à procura deminas de ouro, conforme narram cronistas espanhóis, com grandes erros cronológicos. O seu intuito foi, a meu ver, descobrir e apossar-se a leste, do ouro que Cortez e Pizarro tinham encontrado a oeste. • 10°. A sua morte, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel, Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa, ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir. Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo. Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus, como fonte de informação. Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos. [Página 88] Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão. • 11°. Foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa,ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir. Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo. Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus,como fonte de informação. Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos. Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão. [Páginas 88 e 89] Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt. Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Páginas 101 e 102] • 12°. Nascimento da filha do cacique de Carapicuiba Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal,veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1,pág. 15).Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fezem 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nascabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 mesesde idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues,declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó,Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430). O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. [Página 180] • 13°. Chegada a São Vivente* Em fevereiro de 1553, já no fim do seu mandato, em navio comandado por Pero de Góis, seu capitão do mar, Tomé de Sousa percorreu a costa do Brasil, em inspeção às capitanias, que constituíam o seu governo. • 14°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” Ele era português; mas qual a sua terra de origem? Pedro Taques afirma que ele veio de Barcellos, comarca de Viseu. Tomé de Sousa, na sua já referida carta de 1º de junho de 1553 (Hist. da Col. Port. no Brasil, vol. 3º, pág. 364) relata que ele era natural do termo de Coimbra. Alguns indicam Vouzelas ou Boucelas como o lugar de seu nascimento. [Página 162] De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse: “S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra. Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus. Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio. Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer”... Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão. Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553. Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas. Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos. Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga. Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente: “ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”... Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação. • 15°. Carta de Tomé de Sousa De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse: “S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra. Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus. Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio. Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer”... Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão. Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553. Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas. Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos. Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga. Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente: “ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”... Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação. • 16°. Carta de Manoel da Nóbrega á Luís Gonçalves da Câmara: “Vou em frente procurar alguns escolhidos que Nosso Senhor terá entre esses gentios” João Ramalho não deu informações precisas sobre a terra de seu berço. Dela veio estando casado com mulher, que lá deixou e da qual nunca mais teve notícia, supondo-a morta, quarenta anos depois. O Padre Manuel da Nóbrega, na carta de 31 de agosto de 1553 ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, diz que João Ramalho era parente do Padre Manuel de Paiva, o celebrante da missa no planalto, a 25 de janeiro de 1554. (Páginas de História do Brasil, pelo Padre Serafim Leite, págs. 92 a94). • 17°. Casamento de Domingos Luis Grou com Maria da Peña, filha de Antônio da Peña e Francisca de Góis Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues, declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó,Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430). O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. • 18°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi João Ramalho não deu informações precisas sobre a terra de seu berço. Dela veio estando casado com mulher, que lá deixou e da qual nunca mais teve notícia, supondo-a morta, quarenta anos depois. O Padre Manuel da Nóbrega, na carta de 31 de agosto de 1553 ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, diz que João Ramalho era parente do Padre Manuel de Paiva, o celebrante da missa no planalto, a 25 de janeiro de 1554. (Páginas de História do Brasil, pelo Padre Serafim Leite, págs. 92 a94). • 19°. Os jesuítas Pedro Correia e João de Sousa, acompanhados de um leigo, partem de São Vicente para a catequização dos índios de Cananéia, e ali acabam mártires no mês seguinte A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. Segundo a carta do Padre José de Anchieta (Cartas Jesuíticas, vol. 3º, págs. 79 a 83), os irmãos Pedro Correia e João de Sousa, enviados aos ibirajaras, foram trucidados por esse gentio. Parece que essas tribos estavam então vizinhas dos carijós. [p. 332] • 20°. Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves A mesma confusão se pode estabelecer com Baltasar Gonçalves. Assim, Afonso Sardinha, no seu testamento (Az. Marques, Apontamentos) declarava que foi casado com Maria Gonçalves, irmã de Baltasar Gonçalves; Clemente Álvares foi casado com Maria Gonçalves, filha de Baltasar Gonçalves (Inv. e Test., vol. 1º, pág. 17). E não se pode afirmar se esses Baltasar Gonçalves eram os irmãos de Brás Gonçalves, ou do genro do cacique de Ibirapuera, não obstante no livro de Atas (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 5 em 1583) haver declaração formal de que um Brás Gonçalves era irmão de um Baltasar Gonçalves. Nesse tempo os próprios apelidos – Gonçalves, como os de Fernandes, Rodrigues, Dias – eram usados por pessoas que nenhum parentesco tinham entre si. Assim encontram-se tais sobrenomes designando pessoas de diferentes famílias. Além disso os filhos do mesmo casal tomavam nomes diferentes dos seus pais, assinando os de seus avós ou padrinhos, o que também traz confusão ao investigador. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 183] • 21°. Braz Cubas proibiu a todos o trânsito pelo campo para o Paraguai e expressamente declara “avisareis a João Ramalho, alcaide e guarda-mor do campo que não deixe passar nenhuma pessoa para ele, sem mostrar vossa licença nem os próprios moradores” Duarte da Costa proibiu a todos o trânsito pelo campo para o Paraguai e expressamente declara "avisareis a João Ramalho, alcaide e guarda-mor do campo que não deixe passar nenhuma pessoa para ele, sem mostrar vossa licença nem os próprios moradores de Santo André". • 22°. Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? Santo André possuía ermida, mas não tinha pároco, só recebendo socorros espirituais idos de S. Paulo, com grande prejuízo para a religião. As duas povoações, por assim dizer contemporâneas, como núcleos urbanos, se equivaliam; a manutenção das duas dispersava esforços e atividades, cuja reunião era indispensável nessa época inicial de conquistas material e espiritual, de povoamento e catequese. Essas razões – que tinham em vista a defesa e a segurança, e que também eram de ordem econômica, social e espiritual – levaram a Mem de Sá, terceiro Governador Geral do Brasil, estando em S. Vicente, em 1560, atendendo os pedidos dos padres da Companhia de Jesus e os dos próprios moradores de Santo André, a mudar a sede dessa vila para junto da casa e igreja de S. Paulo edificadas estas na colina entre os ribeirões Tamanduateí e Anhangabaú, próximas às choças de Tibiriçá, ambas dentro do termo da vila de Santo André. Az. Marques, Cronologia, informa que Mem de Sá chegou a S. Vicente a 31 de março de 1560, e aí esteve cerca de sete meses ou mais, o que autoriza a dizer que a mudança foi feita depois de março e antes de findar esse ano de 1560. [Páginas 133, 134 e 135] • 23°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão Em 1560 foi também usado, por ordem de Mem de Sá, um outro caminho entre o planalto e o litoral, mais para oeste, a fim de evitar os ataques dos tamoios. Por essa forma, “para melhor serviço de Deus e de el-rei, nosso senhor”, que nesse tempo tudo decidia, concentrou o Governador Geral mais uma vez, os moradores do planalto em um ponto mais avançado no sertão, alargando a posse portuguesa. Documentos autênticos provam que não houve um pedido único nem uma só razão para a transferência de sede da vila. Essas duas veredas, ordinaríssimas, mal traçavam o trânsito entre o planalto e o Cubatão. Esta última ficou conhecida sob o nome de Caminho do Padre José, não se sabe desde que data e por que razão, talvez por ser freqüentada por Anchieta. Em 1560 José de Anchieta era apenas irmão da Companhia de Jesus, só tendo tomado ordens sacerdotais em 1566, na Bahia (Serafim Leite, História da Companhia de Jesus, Vol. 1º, pág. 29, Nota 2). Nem ele tinha poderes, nem a Companhia de Jesus, nessa época, tinha posses para construção de caminhos por piores que fossem. José de Anchieta “subia por esse caminho” (Documentos Interessantes, Vol. 29, pág. 112). É o que diz a Memória de Melo e Castro aqui citado. Foi uma preocupação constante, e com muita razão, da gente do planalto em manter a comunicação com o litoral. Desde as mais remotas vereanças da vila de Santo André (Atas, pág. 15), através das atas da Câmara de S. Paulo, continuamente se fala e se recomenda e se insta pela conservação do caminho do mar. Este caminho nos primeiros tempos, e por muito tempo, foi uma vereda de índios pela serra de Paranapiacaba, (porque da ilha de S. Vicente até ao pé da serra se viajava por água) e daí para a vila de S. Paulo, até à borda do campo, atravessavam-se rios caudalosos. Em 1560 o caminho do mar ainda passava pelo vale do Mogi, pelos sítios de João Ramalho, e por Ururaí, e foi por ele que Martim Afonso subiu até a região de Piratininga. Depois se fez outro, mais a oeste, que a tradição chamou caminho do Pe. José (Os rios correm para o mar) e que por ordem de Mem de Sé começou a servir ao tráfego entre o planalto e o litoral. O primeiro chamou-se o caminho velho do mar. Pelo caminho novo, era proibida a passagem de boiadas, visto o estrago que causavam. Ambos eram péssimos; do alto da serra até ao campo havia atoleiros causados pelas inundações dos rios Grande e Pequeno; do alto da serra para baixo eram aspérrimos e apenas indicados pelos cortes das árvores. • 24°. Carta à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes Comprova-o uma carta de 20 de maio de 1561 à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes, oficiais que foram da Câmara de Santo André e depois da de S. Paulo, na qual escreveu: “este ano de 1560 veio a esta capitania Mem de Sá, governador Geral, e mandou que a vila de Santo André, em que antes estávamos, se passasse para junto da casa de S. Paulo, que é dos padres de Jesus, porque nós todos lh’o pedimos por uma petição, assim por ser o lugar mais forte e mais defensável assim dos contrários como dos nossos índios, como por muitas causas que a ele se movera”. • 25°. João Ramalho assume o cargo de capitão para guerra na Vila de São Paulo Não se encontram elementos para afirmar ou para negar que ele tivesse tomado parte na governança da terra nos anos de 1558 a 1561, porque da Câmara, que nesses anos funcionou em Santo André e em S. Paulo, desapareceram os respectivos livros de atas. Mas em 1562, a 28 de maio, João Colaço, capitão-loco-tenente por Martim Afonso de Sousa, atendendo a que “por vozes e eleição João Ramalho havia sido escolhido para fazer a guerra, que então se esperava, nomeia-o capitão dessa guerra com amplos poderes, como si fosse ele em pessoa, determinando que todas as pessoas lhe obedecessem em tudo que fosse necessário para essa guerra, sob pena de prisão, de multa de vinte cruzados, pagos da cadeia, e de degredo de um ano para a Bertioga, sendo a metade da multa para o acusador e a outra metade para as despesas da guerra. (Atas V. 1º de S. Paulo, págs. 14 e 15)”. • 26°. Os oficiais da Câmara de S. Paulo Antônio de Mariz, Diogo Vaz, Luís Martins e Jorge Moreira dão a João Ramalho juramento sobre um livro dos santos evangelhos A 24 de junho de 1562, os oficiais da Câmara de S. Paulo Antônio de Mariz, Diogo Vaz, Luís Martins e Jorge Moreira dão a João Ramalho juramento sobre um livro dos santos evangelhos para bem e verdadeiramente servir esse cargo de grande e suma responsabilidade nesse momento crítico (Vide Atas da Câmara de S. Paulo, vol. 1º, pág. 14 em que estão lavradas a vereança da Câmara e provisão do capitão-loco-tenente). • 27°. João Ramalho teria sido novamente eleito vereador de São Paulo, porém, já velho (por volta dos setenta anos), recusou o posto, como consta da ata da Câmara Municipal Em 1564, em S. Paulo, quando recusou o cargo de vereador, os seus companheiros de governança vão à casa da Luís Martins, onde ele se achava pousado, insistir pela aceitação do cargo; e, entre outras razões, que ele apresenta para persistir na recusa, dá a de que se achava em terra de contrários dessa vila, dos contrários da Paraíba. • 28°. Anchieta* Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” e em companhia do Pe. Salvador Rodrigues e do secular Manuel Veloso e de alguns índios desceu o Anhembi. A canoa em que iam, naufragou e o Pe. Anchieta foi salvo por um índio, e o lugar, que era encachoeirado, ficou a chamar-se Abaremanduava que quer dizer cachoeira do Padre. É esse sem dúvida o episódio referido pelo Padre Pedro Rodrigues na vida do Padre José de Anchieta (Anais da Biblioteca Nacional, vol. 29, pág. 219) quando conta que “sucedeu que dois homens, de consciências largas e de nome, temendo o castigo de suas grandes culpas, se levantaram e com suas famílias, se foram meter com os gentios inimigos pelo que, com razão, se temiam não viessem com poder de gente a destruir a capitania. Vendo o Pe. José que não havia contra esse perigo forças humanas e confiado só nas de Deus se determinou de ir em pessoa a buscar os alevantados e reduzi-los a obediência do seu capitão levando-lhes largos perdões de todo o passado. Foi com ele o Pe. Vicente Rodrigues e outros homens e um índio esforçado”. Houve o naufrágio da canoa em que iam e o índio salvou o Pe. Anchieta, depois de dois mergulhos, que duraram meia hora debaixo d’água. Trouxe o Padre Anchieta os dois homens alevantados para a vila. Mas, daí a um ano, um desses homens (e que não é nomeado) “quis tornar ao sertão, mas o capitão recusou-lhe a licença, e por isso ele o maltratou por tal forma que um filho do capitão o matou a frechadas. O episódio do naufrágio foi posteriormente a 1572, quando Anchieta veio a S. Vicente com o Bispo D. Pedro Leitão e o Visitador da Companhia Pe. Ignácio de Azevedo. • 29°. Afonso Sardinha chega ao Jaraguá Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. • 30°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” Citando o Pe. Simão de Vasconcelos, na vida do Pe. José de Anchieta, Antônio de Alcântara Machado (1901-1953) narra que no ano de 1570, dois moradores de S. Paulo “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros, que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”. Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” • 31°. “Há de se desconfiar quando ele alegava não comparecer a uma sessão da Câmara, como vereador que era, em pleno natal, pois não tinha botas” Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. • 32°. Petição Domingos Luis Grou Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descartável nem deixaria seus filhos na miséria. [Página 202] • 33°. Sesmaria concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga Não estará longe da verdade quem disser que João Ramalho fazia parte da feitoria, estabelecida por iniciativa particular no porto de S. Vicente, e, sem perder o contato com essa feitoria, estabeleceu-se no planalto. Morou em lugar chamado Jaguaporecuba, próximo a Ururaí, como se vai ver. Na carta de sesmaria, concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga em 1580 (Registro Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se a palavra Jaguaporecuba cuja penúltima sílaba está roída por traças. Mas no mesmo 1º volume desse Registro, pág. 150, se encontra a transcrição da provisão em que João Soares, em 1607, é nomeado capitão-mor dos índios da aldeia de Guarapiranga, da aldeia-nova de Guanga e de Jaguaporecuba. • 34°. João Fernandes, filho de João Ramalho, é multado por não ter comparecido à procissão de Santa Isabel Assim na sesmaria concedida aos índios de Ururaí por Jerônimo Leitão (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se que era limítrofe com a de João Ramalho e de seus filhos, i. é., de João Ramalho e de Antônio de Macedo. Na vereança de 16 de julho de 1580 (Atas, vol. 1º, pág. 166) João Fernandes, filho de João Ramalho, é multado por não ter comparecido à procissão de Santa Isabel. Matias de Oliveira se declara neto de João Ramalho, quando requer uma sesmaria de terras na capitania de S. Vicente (Sesmarias, vol. 1º, pág. 41. Publicação oficial do Arquivo do Estado de S. Paulo). Outras referências se encontrarão com mais acurado exame. • 35°. Os aldeamentos de Pinheiros e São Miguel possuem uma população de quinhentas almas nos dois aldeamentos, igualando-se à população europeia da região, calculada em 120 lares Citando ainda Del Techo, História do Paraguai, o Barão do Rio Branco, em Ephemerides Brasileiras, de lº de setembro de 1583, narra que no vale do Anhembi, hoje Tietê, os Tupiniquins tinham 300 aldeias e 30. 000 sagitários, que, em seis anos de guerra, de 1592 a 1599, foram todas destruídas e exterminados os selvagens do rio de Jeticaí, hoje rio Grande. O rio Parnaíba é afluente da margem direita do rio Paraná e tem suas nascenças mais a leste, do lado das nascenças do rio S. Francisco. Conforme se vê pelas atas da Câmara de S. Paulo, que se referem às entradas de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, já esses sertanistas lá tinham estado. As bandeiras já tinham atravessado o rio [Páginas 262 e 263] • 36°. Testamento João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [Página 274] • 37°. Gabriel Soares de fato embarcara para a corte em fins de agosto de 1584, imediatamente após a carta do reitor do Colégio ter sido enviada a Lisboa João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [Página 274] • 38°. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó A 10 de abril de 1585 (Atas, vol. 1º, pág. 275), a Câmara de S. Paulo dirigiu longa e interessante representação a Jerônimo Leitão, alegando a situação aflitiva da capitania, na qual desde seis anos tinham morrido mais de seis mil peças do gentio, de câmaras de sangue e de outras moléstias, estando ela sem escravaria para o trabalho de plantações e criação de gado, de que viviam e pagavam o dízimo ao rei, e alegando ainda que o gentio carijó já havia matado dos brancos mais de 150 homens, espanhóis e portugueses, entre os quais os 80 mandados por Martim Afonso pela terra adentro, e até padres da Companhia de Jesus. A Câmara de S. Paulo nessa representação requereu que fizesse guerra a esse gentio carijó, inimigo dos tupiniquins, por mar, pela facilidade de se levar mantimentos, e, vencendo-os fossem eles trazidos ao ensino e à doutrina cristã. Sem essa guerra de escravização e de vingança, a capitania se despovoaria, porque estavam todos dispostos a “largar a terra e ir viver onde tivessem remédio de vida”. Pediu ainda que a respeito fossem ouvidas as demais Câmaras. [p. 238] • 39°. Reunião: já não se fala em viagem "por mar" A que pontos chegaram as entradas comandadas por Jerônimo Leitão? Bem difícil é determiná-los precisamente. Nos nossos arquivos não se encontram indicações do itinerário seguido por Jerônimo Leitão nem região a que ele chegou. O Padre Pablo Pastells, porém, na sua História da Companhia de Jesus na Província do Paraguai (vol. 1º, pág. 195), dá o resumo de uma carta de D. Antônio de Anhasco, datada de 14 de novembro de 1611, dirigida ao Sr. Diogo Marim Negron, Governador do Rio da Prata, em Buenos Aires, em que comunica “que havendo saído de Ciudad Real e estando em uma redução dos Padres da Companhia de Jesus, antes de chegar a Paranambaré, onde é capitão um índio chamado Taubici, na véspera de Todos os Santos, chegou-lhe a notícia de que os portugueses de S. Paulo entravam pelo caminho, que 30 anos antes tinha entrado Jerônimo Leitão com grande golpe de portugueses”. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 243] • 40°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados.Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586(Atas, vol. 1°, pág. 293). • 41°. Bandeira de Jerônimo Leitão ainda está no sertão Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados. Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586 (Atas, vol. 1°, pág. 293). • 42°. Domingos Grou não retorna com a expedição de que saiu de Santos um ano antes A 27 de julho de 1586, Jerônimo Leitão já estava de volta na Vila de S. Paulo de Piratini, e nomeava, por ser muito necessário, Diogo Teixeira, meirinho do campo, por provisão registrada em Ata dessa Câmara (Atas, vol. 1º, pág. 301). Já essa fase da guerra estava terminada; mas a esse termo não se referem os arquivos paulistas. Pode-se, porém, afirmar que não foi então uma guerra de extermínio, porque as entradas continuaram, sendo sem dúvida a reunião, na igreja e ermida de S. Jorge e a determinação tomada no engenho dos Esquetes, o reconhecimento de guerra justa ao indígena da capitania de S. Vicente, guerra que iria durar anos. • 43°. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"* Belchior Carneiro tomou parte na entrada de Antônio de Macedo e de Domingos Luís Grou, seu sogro, a qual na volta, fora desbaratada perto do rio Jaguari; fora um dos membros da companhia de Nicolau Barreto e, parece, fizera uma entrada por sua própria conta no sertão dos índios temiminós. [Página 331] • 44°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 295] Em 1902, segundo vejo do meu caderno, tomei a seguinte nota: “Em 27 de novembro de 1600, por um termo de vereança, vê-se que nessa data sepreparava, com consentimento de D. Francisco de Sousa, uma entrada ao sertão,que não era o da capitania, da qual faziam parte moradores da terra e de fora dela.Era sem dúvida a de André de Leão, que partida era dezembro de 1600 (pág. 403),ainda estava no sertão em 1601, tendo voltado por agosto ou setembro, assimcompletando os nove meses de que fala Glymmer. Este tomou parte em umabandeira quando D. Francisco de Sousa, vindo da Bahia, chegou a S. Paulo paradescobrir as minas de metal que continham prata extraída dos montesSabarousom”. No vol. 2º das Atas, em que foram publicadas as vereanças de 1600, não seencontra essa de 27 de novembro de 1600, a que se refere à nota transcrita. Comose vê no vol. 2º, das Atas às págs. 82 e 83 com que termina o ano de 1600 há umavereança a 27 de novembro que não se refere ao preparo dessa entrada. Há depoisum termo (pág. 83) de seis linhas que nada diz. Provavelmente quando ManuelAlves de Sousa copiou esse livro já as páginas correspondentes à vereança de 27dc novembro, de que foi copiada a nota transcrita, haviam desaparecido,consumidas pelo manuseio ou por outra qualquer razão. Para tal informação sóresta a nota por mim tomada, que pouco valor tem, quanto à autoridade doextrato, que ficou acima transcrito. “Partindo de S. Miguel1, nas margens do Tietê, perto de S.Paulo, a bandeira passou para um afluente do Parayba, ganhou esterio, navegou por ele abaixo, até a sua secção encachoeirada, galgou aSerra, da Mantiqueira, passou diversos rios atribuídos correctamenteao sistema platino e penetrou até próximo ao alto S. Francisco. Atéentrar na bacia do S. Francisco, este caminho deve corresponder muitoproxima, se não exactamente, com o da Bandeira de Fernão DiasPais Leme, ‘uns setenta anos mais tarde, e com o que depois da descoberta de ouro se tornou célebre como o caminho para as Minas Gerais. Sobre a derrota de Fernão Dias, não temos detalhes, senão doRio Grande para o norte, onde diverge da do atual roteiro; mas paraa dos mineiros existe o precioso roteiro dado por Antonil, na suaobra, intitulada Opulência e cultura do Brasil publicada em Lisboa,em 1711. Pela comparação desses dois roteiros e levando em consideração a probabilidade de que a derrota de ambas fosse determinadapor caminhos já existentes dos Índios, sendo, portanto, provavelmenteidênticos, é possível reconstruir grande parte do caminho da Bandeirade 1601. Os dois rios que deram acesso ao Parayba eram indubitavelmenteo Paratehy e o Jaguary. A serra de Guarimunis, ou Marumiminis, é a atualmente conhecida pelo nome de Itapety, perto de Mogy dasCruzes, sendo possível que estes nomes antigos ainda sejam conservados no uso local. A referência a minas de ouro nesta serra talvez sejaum acréscimo na ocasião de redigir o roteiro; mas é certo que em1601, havia, desde uns dez ou doze anos, mineração nas vizinhanças de S. Paulo, e que antes de 1633, quando foi publicada a ediçãolatina da obra de João de Láet, em que vem a enumeração das minaspaulistas, a houve na localidade aqui mencionada. A referência aoscampos, ao longo do primeiro destes rios, é, talvez, um caso de confusão com os do rio Parayba, visto que, conforme informações dos ajudantes da Comissão Geográphica e Geologica, que ultimamente levantaram a planta do vale do Pararehy, ali não existem campos notáveis. O rio então conhecido pelo nome de rio de Sorobis, bem que asua identidade com o Parahyba do litoral já era suspeitada, foi alcançado na foz do Jaguary, em frente da actual cidade de São Josédos Campos. Nota-se que, já nessa época, era conhecido o curso excêntrico do alto Parahyba. Depois de 15 ou 16 dias de viagem o riofoi abandonado no começo da secção encachoeirada, perto da actualcidade da Cachoeira, e a bandeira galgou a Serra da Mantiqueira,seguindo um pequena rio que, muito provavetmente, era o PassaVinte, que desce da garganta que depois serviu para a passagem daestrada dos mineiros e hoje para a da estrada de ferro Minas e Rio.Passando o alto da Serra, a bandeira entrou na região dos pinheiros,que os naturalistas holandeses (que evidentemnente não conheceram aAraucária, desconhecida no Norte do Brasil) julgaram, pela descrição de Glimmer, que eram Sapucaias. Deste ponto em diante, o roteiro torna-se um tanto obscuro, dandoa suspeitar o ter havido alguma confusão na redeção... Os dados topográficos são; o rumo de noroeste e as passagens de três rios, dos quaisdois maiores, navegáveis e vindos do norte, com a distância de 4 ou 5léguas entre um e outro. Os únicos rios em caminho das cachoeiras doParahyba para a região do alto S. Francisco, que corresponder a estadescrição destes dois rios, são o Rio Grande e Rio das Mortes, pertoda sua confluencia. Ahi o Rio Grande cujo curso geral é para o oestecorre, por alguns kilômetros, do norte, num grande saco que sempretem sido um ponto de passagem, e, a quatro ou cinco léguas adiante, o Rio das Mortes tambem vem um pequeno trecho do Norte2. Este trecho é junto à estação de Aureliano Mourão, na estrada de ferro Oestede Minas e poucos kilômetros abaixo da povoação de Ibituruna, ondeFernão Dias estabeleceu um dos seus postos, talvez por encontrar pertoa grande aldeia de índios amigos, rica em mantimentos, de que fala onosso Glymmer. Se porem, este for o ponto de passagem do Rio dasMortes, não se encontra, a três dias de viagem, dos Pinheiros e a quatorze do Rio Grande, rio algum que pareça digno de menção numanarrativa em que não vem mencionado o Angahy. Este, pelo roteiro deAntonil, está a 22 ou 24 dias de viagem dos Pinheiros e a 4 a 5 doRio Grande. Para pôr os dons roteiros de acordo, identificando o primeiro rio de Glymmer com o Angahy, seria necessário inverter os termos dos três e dos quatorze dias de viagem, supondo um outro caso deconfusão na redação, como o já apontado com os campos do Paratehy eParahyba. Da passagem do Angahy o caminho dos mineiros dado por Antonil tomou mais para a direita, procurando São João d’El-Rei, viaCarrancas. É para notar que as marchas diárias do roteiro de Antonil são pequenas, sendo geralmente “até o jantar”, o que explica, talvez, a discordância, do número de dias (de 14 a 22 ou 24) que se ‘nota na hypothese de ser o Angahy o primeiro rio do presente roteiro. Partindo da aldeia sobre o terceiro rio, a Bandeira caminhou durante um mes em rumo de noroeste, sem passar rio algum, até achar-seperto da confluência de dous rios de diversas grandezas, que romperampara o norte, entre montanhas que foram identificados com a desejadaSerra de Sabarábussú. Aqui, foi encontrada uma estrada larga e trilhada, que nesta época não podia ser senão dos Índios e cuja existência confirma a hipótese já lançada da que a derrota, desta e de subseqüentes bandeiras era por estes caminhos fá existentes. A estrada seguida da aldeia por diante era pelo alto de um espigão, e, admitindoque o ponto de partida era nas vizinhanças de Ibituruna, temos trêshipóteses a considerar: 1º O espigão entre o Rio Grande e as cabeceiras dos rios Pará eS. Francisco.2º O entre os rios Pará e S. Francisco.3º O entre os rios Pará e Paraopeba.O caminho pelo primeiro destes espigões, passando por Oliveira,Tamanduá e Formiga, até o alto S. Francisco, corresponde regularmente com o rumo dado, tendendo, porém, mais para o oeste do quepara o noroeste, e cruzando o rio Jacaré que, conquanto não seja grande, parece de bastante importância para ser mencionado. Por este espigão, porém, é difícil identificar os dois rios do fim da jornada e a serracortada por eles, porque as serras de Piumhy ou a de Canastra malcorrespondem à descrição do roteiro. O segundo espigão daria para cairna forquilha entre o Pará e o Itapecerica, ou entre o Pará e o Lambary, ou finalmente, entre o Pará e o S. Francisco. As duas primeirasparecem demasiado perto para a jornada de um mez, e na do Pará eSão Francisco os dois rios devem figurar como tendo proximamente amesma grandeza. O terceiro espigão daria, na hipótese de accompanhar de perto a margem direita do Pará, para cahir na forquilha entreeste rio e seu afluente o rio de S. João, na passagem das serras na vizinhança da atual cidade de Pitanguy; e, sem poder pronunciar-me positivamente a respeito, sou inclinado a considerar esta como a hipótesemais provável. Até aqui o estudo do O. Derby (R.I.H.G. de S. Paulo, vol. 4º,pág. 338), sobre a identificação do Roteiro de Glymmer no terreno.Fácil também é agora identificar o cabo da expedição mandada por D. Francisco de Sousa, e na qual tomou parte GuilhermeGlymmer.Essa identificação está baseada nos documentos do ArquivoPúblico do Estado de S. Paulo e do Arquivo da Câmara da vila de S.Paulo, apoiada em alheios estudos precedentes.As entradas de Antônio de Macedo e de Domingos LuísGrou foram começadas antes de 1583, as de Jerônimo Leitão até 1590,foram todas anteriores à nomeação de D. Francisco de Sousa para Governador-Geral do Brasil. A de Jorge Correia em 1595, a de ManuelSoeiro (?), em 1596 e a de João Pereira de Sousa em 1597 se realizaram [p. 297, 299] • 45°. Guarulhos Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia". “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 46°. Nova expedição com 50 homens* Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia". “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 47°. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia". “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 48°. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. • 49°. Carta régia ordenando que as duas urcas em que deveriam vir para o Brasil o governador nomeado dom Francisco de Sousa e Gabriel Soares de Sousa regressassem carregadas de açúcares • 50°. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil Os piratas, franceses e ingleses, corriam os mares não policiados para saquear, se apoderar dos galeões carregados de ouro que vinham da América para os reinos de D. Carlos I. D. Francisco de Sousa, mesmo em Lisboa e em Madri, ouvira falar dessas minas e nas pretensões de Robério Dias, e sem dúvida, a esses boatos dera crédito; no Brasil, depois de sua vinda essa crença mais se confirmou. Frei Vicente do Salvador, contemporâneo de D. Francisco de Sousa, recolhe, nas páginas de sua História do Brasil (Livro 1º, Cap. V), e dá curso à notícia de que um soldado de crédito lhe contara que um índio aprisionado falara de uma certa paragem, onde havia mina de muito ouro limpo, de onde se poderia tirar o metal precioso aos pedaços. • 51°. Capitão da gente de S. Paulo para reger e governar, de que teve patente por Jorge Correa, moço da câmara Quando foi nomeado capitão para entrar ao sertão, em 1592, Afonso Sardinha, o velho, fez o seu extenso testamento lavrado por tabelião, a 2 de novembro desse ano, e nele declara que do seu casamento com Maria Gonçalves (Vide Azevedo Marques, Cronologia, Testamento de Afonso Sardinha, o velho) não houve filhos, não tendo ele herdeiros forçados, pois que Afonso Sardinha, o moço, seu filho, foi havido na constância do matrimônio. Era portanto adulterino, sem direito a herdar. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luis. Página 189] • 52°. Abertura do testamento de Gabriel Soares de Sousa, capitão-mor e governador da conquista e do descobrimento do Rio de São Francisco (...) Sebastião de Freitas, que dela foi escrivão, e que em 1591 viera de Portugal, como soldado da companhia de Gabriel Soares de Sousa, para descobrimento de metais preciosos no rio S. Francisco; [p. 261] João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. Voltando para o Brasil, muito recomendado a D. Francisco de Sousa, já então Governador-geral, tratou de organizar uma expedição e partiu de suas terras, na Bahia, em busca das minas famosas que se supunham situadas no rio S. Francisco. Subiu pela margem direita do rio Paraguaçu e, de acordo com uma das cláusulas da sua concessão, deveria formar arraiais ou povoações, com os índios que levara, de 50 em 50 léguas. Fez o primeiro arraial e continuou a sua marcha pelo sertão. Mas adoeceram muitos dos seus homens de sezões, perdeu muitos animais, muitos mordidos por cobras, outros devorados pelas onças. Embaraçado pelas enchentes do próprio rio Paraguaçu, atravessou serras, e decidiu-se a fundar o segundo arraial; mas abatido por moléstia, esgotado de forças, faleceu aí. No comando da expedição foi substituído por, Julião da Costa, que, vendo-se privado do guia, o índio Aracy também aí morto, esmoreceu e retirou-se com os restos da expedição para lugar mais sadio e escreveu ao Governador-geral dando conta do sucedido e pedindo instruções. D. Francisco de Sousa que, segundo as ordens de seu rei, havia auxiliado a expedição, determinou-lhe o regresso. [Página 274] Varnhagen julga severamente o Governador-geral e até acusa-o de se ter apoderado dos roteiros e mais indicações para o descobrimento das minas. O mais provável que Julião da Costa tivesse entregue ao Governador-geral todos os papéis da expedição. O fato é que, de posse dos roteiros e das indicações das duas primeiras tentativas, D. Francisco de Sousa tratou de requerer e obteve do rei da Espanha todos os favores, concessões, privilégios, antes outorgados a Gabriel Soares de Sousa, e muitos outros ainda, entre eles a promessa de ser feito Marquês das Minas, se tal ouro ou prata fosse descoberto. Este título sintetiza a época, caracteriza o rei e define o Governo de D. Francisco de Sousa. Ele procurava honras e rendas, o rei precisava de ouro para as suas guerras na Europa. Ao mesmo tempo, que pelos roteiros tivera conhecimento da existência de minas de ouro e prata nas nascenças do rio S. Francisco, também tivera notícia certa e segura que, desde a vila de S. Paulo, homens que resistiam às sezões e às onças, às agruras e às asperezas das selvas, que guerreavam e venciam os índios ferozes, faziam entradas ao sertão do alto S. Francisco, já tendo tocado era alguns de seus afluentes. Esses homens, partindo do sul, seriam capazes de ir e chegar à Lagoa Dourada e voltar depois de descobrir as afamadas minas. Desejando encontrar as minas de ouro e prata nas cabeceiras do rio S. Francisco, e sentindo que obstáculos eram criados à gente de S. Paulo, impedindo-a de ir a essas cabeceiras, D. Francisco de Sousa achou intempestiva a atitude de Jorge Correia, pressuroso recebeu os embargos opostos pela Câmara de S. Paulo à provisão expedida, atendeu aos “capítulos de acusação opostos pelas câmaras que lhe foram apresentados por Atanázio da Motta”, e suspendeu Jorge Correia dos cargos de capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, emprazando-o a ir à cidade do Salvador para se defender na devassa, que contra ele mandou abrir. E para que “a capitania não ficasse acéfala, enquanto durasse a suspensão, e enquanto ele o houvesse por bem e por serviço de sua Majestade e o dito senhor não mandasse o contrário”, nomeou capitão-mor de S. Vicente a “João Pereira de Sousa” “pessoa benemérita” “dando-lhe por adjuntos Simão Machado e João Baptista Mallio, moradores em Santos,” para que todos três determinassem os casos e os negócios da capitania, dando mais a João Pereira de Sousa carta de recomendação para a Câmara de S. Paulo. Na própria cidade do Salvador, na Bahia, perante o próprio Governador, foi dado juramento a João Pereira de Souza, sobre um livro dos Santos Evangelhos, para bem servir o cargo, como já narrei. As instruções dadas ao novo capitão, é lícito crer, foram para fazer guerra imediata ao gentio, como reclamava a Câmara de S. Paulo, dirigir as expedições para esse sertão, já percorrido pelas bandeiras paulistas, nas proximidades do alto S. Francisco, onde, no seu pensar, se achavam as minas, e aí descobri-las. É o que se pode deduzir da ação de João Pereira de Sousa, como ver-se-á no capítulo em que é estudada essa ação. A expedição de João Pereira de Sousa não obteve os resultados esperados. Para não perder o auxílio dos paulistas, habituados à vida do sertão, para dirigi-los no descobrimento das minas, D. Francisco de Sousa resolveu transportar-se para a Capitania de S. Vicente, onde a sua habilidade tudo aplanaria e os recursos oficiais tudo facilitariam. De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65). Logo depois ele mesmo, como Governador-geral, para estimular, para mandar ao sertão diversas bandeiras, se transportaria para a Capitania de São Vicente, para a Vila de S. Paulo, onde estabeleceu, por assim dizer, a sede do Governo-geral do Brasil. [p. 275, 276] • 53°. Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão. E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores. Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94). • 54°. Afonso Sardinha é eleito capitão da guerra contra os índios Diante dessas dificuldades o capitão-mor hesitava e procurou contemporizar. Na provisão de 30 de setembro de 1592, registrada a 10 de outubro desse ano (vol. 1º, pág. 59 – Reg. Geral), Jorge Correia determinou que Afonso Sardinha, em seu nome, fosse ao sertão, a ver o estado dos contrários ou a dar-lhes guerra com a maior segurança, levando a... [p. 247 e 248] • 55°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia”. “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 56°. Domingos Luís Grou, filho, teria desaparecido, devorado pelos índios Domingos Luís Grou desapareceu na entrada, a que se refere a Câmara, feita com Antônio de Macedo, devorado pelos índios. Encontra-se a confirmação de sua morte em 4 de Junho de 1594, conforme deduzo do seguinte extrato por mim feito em 1902, dum livro de notas da vila de S. Paulo, do tabelião Belchior da Costa, que me foi confiado pelo Dr. Luís Gonzaga da Silva Leme – livro muito estragado–ea quem logo o restituí. “1594 – Junho – 4. Maria Afonso, viúva de Marcos “Fernandes dá em dote a sua filha Francisca Alvares, para “que se case com Antonio de Zouro, um pedaço de chão, terça “parte da data da câmara pegado a outro que ela comprou de “Domingos Luís Grou, já defunto, e pegado com a data de “Gaspar Collaço Villela no arrabalde da villa deS. Paulo”, e “também vende parte desses chãos a seu sobrinho Alonso Feres “Calhamares casado com sua sobrinha... [Páginas 181 e 182] • 57°. Falecimento Pedro Taques informa que ele e sua mulher, Filipa Vicente, naturais de Olivença, nessa época ainda pertencente no território português, eram pessoas nobres e honradas. No inventário de João de Prado declara-se somente que ela, Filipa Vicente, era pessoa honrada e viúva de pessoa honrada, o que significa que os dois foram pessoas de destaque na então insignificante vila de São Paulo. João de Prado, pela sua pessoa, pela sua família, pelas suas armas, pelo número de nativos administrados e escravizados que possuía, foi um dos mais poderosos elementos que compuseram a expedição de João Pereira de Sousa. Era tal a importância de que gozava, que a sua presença na expedição o punha em evidência de chefe. O Padre Del Techo, na sua História Provinciae Paraquariae o considerou chefe da expedição, o que não é verdade. Teria sido um dos chefes, mas o chefe supremo foi João Pereira de Sousa, em cujo arraial no sertão, ele faleceu a 13 de fevereiro de 1597, conforme expressamente é declarado no respectivo inventário. • 58°. A esse capitão, Jorge Correia, que a Câmara de São Paulo se dirige pedindo carcereiros, ferro, prisões, para os delinquentes da vila • 59°. A 21 de março de 1598, em vereança, a Câmara da vila de São Paulo se inquietava pela sorte da expedição de João Pereira de Sousa e requereu ao capitão-mór "que se mandasse socorro à nossa gente que ficara no sertão, porque não vinha, nem se sabia se eram mortos ou vivos" É de notar que este requerimento foi dirigido ao capitão-mór Jorge Correia, que já reassumira o seu cargo, e nesse cargo estava desde 19 de julho de 1597, porque nesta data é a esse capitão, Jorge Correia, que a Câmara de São Paulo se dirige pedindo carcereiros, ferro, prisões, para os delinquentes da vila. • 60°. Barreto Ainda inquieta pela sorte da bandeira a Câmara requereu de novo a 14 de novembro de 1598, mas já a Roque Barreto, então capitão-mor, “porquanto a nossa gente que ficou no sertão da companhia de João Pereira de Sousa não vinha e podia estar necessitada de socorro e que era bem que se lhe desse socorro e se soubesse de (que) modo estava, pois é bem de todos (Atas, vol. 2º, pág. 47). A devassa instaurada contra Jorge Correia não dera resultado criminal (e nem esse intuito teve D. Francisco de Sousa), pois que Jorge Correia exerceu seu cargo após a prisão de João Pereira de Sousa. O que importava para D. Francisco de Sousa era que o capitão, por ele mandado, fora preso e não poderia levar a cabo a entrada ao sertão, e que a opinião dos jesuítas e de seus partidários prevaleceria não se fazendo por conseqüência as explorações, que deveriam encontrar as minas desejadas, com o desânimo de alguns e com a dispersão dos bandeirantes. Na Bahia, o Governador-geral do Brasil sentiu que as atividades dos sertanistas vicentinos se perderiam e, que os seus esforços para descobrir as fabulosas minas de Robério Dias, procuradas antes por João de Sousa e por Gabriel Soares de Sousa nenhum resultado teriam. Resolveu, pois, passar-se para a Capitania de S. Vicente para coordenar o trabalho dos bandeirantes, acalmar os jesuítas e assim descobrir o ouro cobiçado e obter o marquesado das Minas. [Página 270] • 61°. Diogo Arias de Aguirre foi nomeado Capitão-Mór da Capitania de São Vicente De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65). • 62°. sem data específica O pequeno relato intitulado Uma Eleição em 1599, em que descreve o processo eleitoral de antanho, calcado em dados do Arquivo da Câmara Municipal Paulistana e no qual explica o procedimento da escolha dos eleitores, dos edis, dos juízes e do procurador do Conselho, tomando por base o pleito daquele ano, mereceu acolhida naquele matutino. Trabalho de maior fôlego, a que dedicaria, mais tarde, sua atenção, desenvolve-se sob a epígrafe A Vila de S. Paulo. Desdobra-se em quatro capítulos, em que traça o perfil da “insignificante e quase miserável vila de S. Paulo do Campo”, no início do século XVII. Descreve a terra e a gente – pingues 190 habitantes (dos quais, cerca de um terço embrenhados pelo sertão, em entradas), dos 700 que povoavam toda a Capitania de São Vicente – e assinala o descalabro administrativo em que se debatia o povoado; fala de fidalgos e bandidos, de bastardos, do relaxamento dos costumes, de “uma sub-raça forte e sóbria, uma mestiçagem vigorosa e audaz, a única capaz de assegurar os descobrimentos feitos e de fazer novas conquistas”. Eram os mamelucos, sinônimos de paulistas. • 63°. A 16 de maio de 1599, ou pouco antes, já o Governador-geral se achava na vila e S. Paulo A 16 de maio de 1599, ou pouco antes, já o Governador-geral se achava na vila e S. Paulo (Atas, vol. 2º pág. 58). Desde a Bahia já vinha ele diretamente intervindo na administração da Capitania de S. Vicente, exercendo e absorvendo os poderes do donatário, intervindo até na administração local determinando a feitura e conservação do caminho do mar, o que a Câmara de S. Paulo providenciava com a lentidão de seus parcos recursos (Atas, vol. 2º, pg. 28, 38 e 39. • 64°. D. Francisco por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro Já em 27 de maio de 1599, por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 84). • 65°. D. Francisco enviou a Valladolid, onde estava instalada a corte de Felipe III, os mineiros Diogo de Quadros, Manuel João (o tal Morales, da carta), Martim Rodrigues de Godoy e Manoel Pinheiro (o Azurara) As primeiras minas de prata haviam sido descobertas no Brasil por Gabriel Soares de Sousa, que morreu em 1592, cronista e explorador. Era primo de Belchior Dias Moréia, que com ele aprendeu a varar os sertões da Bahia e de Sergipe, em busca de ouro e prata, mas estava a serviço dos reis da Espanha. Atraiu com isso o interesse de Belchior, que veio se estabelecer na terra. Após dez anos de pesquisa, anunciou a descoberta das minas de prata. As supostas minas de Itabaiana jamais foram encontradas. Se foram descobertas, como afirmava ele, o segredo ficou guardado. Pedindo mercês em troca da informação sobre o local das minas, Belchior foi a Portugal e de lá à Espanha, em 1600, para conseguir um título de nobreza. Demorou-se quatro anos, sem sucesso. Voltaria duas vezes à Europa com novos insucessos. Os governadores Luís de Sousa, de Pernambuco, e D. Francisco de Sousa, da Bahia, marcaram encontro com Belchior Dias Moreia e viajaram juntos para Itabaiana, para marcar a localização das minas. Negando-se a mostrar o local enquanto não fosse recompensado com as mercês, Belchior Dias Moréia foi preso e passou dois anos na cadeia. • 66°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos A 11 de fevereiro de 1601, porém, por um mandado, autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos a S. M., fundindo-o e dele fazendo barras, marcadas com as armas reais. Supondo que nenhuma pessoa pudesse ser tão ousada para infringir tais ordens, e tivesse ouro em pó, entretanto, estabeleceu penas severíssimas a serem aplicadas aos infratores, tais como a perda do ouro tirado, sendo metade para cativos e a outra metade para o acusador, incorrendo mais no degredo para fora da capitania e pagando cem cruzados. Nenhuma pessoa, branca ou escrava poderia comprar ouro, salvo em barra com as marcas reais, sob pena, sendo branco, de ser degradado para Angola, com baraço e pregão na vila, e sendo índio, ser açoitado, pela vila. [p. 285] • 67°. Partida • 68°. Cigana Francisca Rodrigues responsável pela aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa Apesar de substituído no Governo-geral do Brasil, ainda se conservou em S. Paulo durante algum tempo, pelo menos até o ano de 1603, como se vê “no termo de ajuntamento que se fez para tratar da volta dos soldados que vieram de Vila Rica do Espírito Santo (no Guairá) “ajuntamento que se fez em presença de D. Francisco de Sousa” (Atas, vol. 2º, págs. 138 e 139). Nesse mesmo ano, em 9 de agosto, a Câmara da vila de S. Paulo havia providenciado a aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa, e mais gente que com ele vinha, e disso sendo encarregada a cigana Francisca Rodrigues (Atas, vol 2º, págs. 132 e 133). Quis ele sem dúvida esperar o resultado da expedição de Nicolau Barreto, para se apresentar em Madri com as provas da existência das grandes minas, que com tanta obstinação buscava. Partiu afinal para a Espanha. Na Espanha reinava, então, Filipe III que, no Governo do Brasil, substituíra D. Francisco por Diogo Botelho. [Na Capitania de São Vicente p.287] • 69°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão. E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores. Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94). • 70°. Diversos homens poderosos, cujos nomes por essa razão não são talvez mencionados, revéis e desobedientes aos mandos das justiças, se aprontavam para ir aos carijós • 71°. Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate: Testamento de “Belchior casado com Hilária Luís Grou, tio de Domingos Fernandes” • 72°. Falecimento de Belchior Dias Carneiro* Foi cabo da bandeira que em 1607 entrou pelo sertão dos bilreiros a cativar índios a mandado de Diogo de Quadros, provedor das minas, a fim de arranjar mão-de-obra para uma fábrica de ferro que havia em Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate. Belchior Carneiro tomou parte na entrada de Antônio de Macedo e de Domingos Luís Grou, seu sogro, a qual na volta, fora desbaratada perto do rio Jaguari; fora um dos membros da companhia de Nicolau Barreto e, parece, fizera uma entrada por sua própria conta no sertão dos índios temiminós (Inv., vol. 2º, pág. 111). [Página 331] • 73°. João Soares nomeado capitão dos índios de Guarapiranga Não estará longe da verdade quem disser que João Ramalho fazia parte da feitoria, estabelecida por iniciativa particular no porto de São Vicente, e, sem perder o contacto com essa feitoria, estabeleceu-se no planalto. Morou em lugar chamado Jaguaporecuba, próximo a Ururaí, como se vai ver. Na carta de sesmaria, concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga em 1580 (Registro Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se a palavra Jaguaporecuba cuja penúltima sílaba está roída por traças. Mas no mesmo 1º volume desse Registro, pág. 150, se encontra a transcrição da provisão em que João Soares, em 1607, é nomeado capitão-mor dos índios da aldeia de Guarapiranga, da aldeia-nova de Guanga e de Jaguaporecuba. [Página 152 • 74°. D. Francisco de Sousa os privilégios que haviam sido concedidos a Gabriel Soares de Sousa, para a exploração das minas Lá D. Francisco de Sousa desenvolveu as suas habilidades convencendo o Governo Espanhol da existência das famosas minas,conseguindo que o Governo do Brasil fosse dividido em dois, dele retirando as capitanias de Espírito Santo, Rio de Janeiro e S. Vicente, que passaram a constituir a repartição do sul e dela foi encarregado o próprio D. Francisco para a conquista e administração das minas descobertas e de todas as mais que ao adiante se acharem nas três capitanias. (Carta de 2 de janeiro de 1608). [p.287] • 75°. Provisão de D. Francisco A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros e dar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. Todas essas provisões são dadas de 2 de março e 16 de junho de 1608 (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 188 a 207). [Página 334] • 76°. Provisão de D. Francisco A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros e dar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. Todas essas provisões são dadas de 2 de março e 16 de junho de 1608 (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 188 a 207). • 77°. Falecimento de Belchior Dias, Raposo Tavares assume o comando Nessa expedição Belchior Carneiro morreu no sertão a 26 de junho de 1608; mas não se declara qual a causa de sua morte; assumiu, então, o comando da bandeira Antônio Raposo, o velho, que mandou fazer, no mesmo sertão, o inventário dos bens encontrados aí de seu antecessor. Por esse inventário pode-se constituir a lista de alguns dos bandeirantes que lá estiveram, pelos diversos termos lavrados onde se encontram os respectivos nomes dos arrematantes e fiadores. • 78°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves Na vereança de 6 de setembro de 1608 consta que os oficiais da Câmara reuniram o povo para eleger um vereador para substituir Martim Rodrigues, que era ido ao sertão (Atas, vol. 2º, pág. 217). De fato, em 1608, fez ele uma entrada “ao sertão onde estavam os bilreiros”, partindo do porto do Anhembi, assim o declaram Lourenço Gomes Ruxaque e Manuel Dias, em seus testamentos (Inventários, vol. 2º, pág. 358 – vol. 11, pág. 23). Foram testemunhas do testamento de Lourenço Gomes Ruxaque, Baltasar Gonçalves, João de Santana, Brás Gonçalves, Manuel de Oliveira, João Pais e o capitão Martim Rodrigues (Idem, pág. 360) e no de Manuel Dias além de alguns mencionados no testamento de Ruxaque, Diogo Martins Manuel de Oliveira. Parece que essas pessoas, estando no porto do rio Anhembi, como testemunhas dos testadores, que iam na companhia de Martim Roiz Tenório, também fizeram parte da sua bandeira. Parece também que a maior parte dessa bandeira desapareceu, pois que ao se iniciar o inventário de Martins Rodrigues Tenório, alguns anos depois, o escrivão declara em 1612, “que ele era ido ao sertão e se dizer que era lá morto” (vol. 2º, pág. 5). Mais uma bandeira que o sertão consumia.Sobre a entrada de Belchior Carneiro o seu inventário (vol. 2º, págs. 111 e seguintes) ministra algumas informações, e também as fornece as atas da Câmara da vila de S. Paulo numa longa, se bem que muito confusa, vereança (Atas, vol. 2º, págs. 234 a 237). Belchior Carneiro era, como já ficou dito, filho de Lopo Dias, português, e de sua primeira mulher, Beatriz Dias, filha ou neta de Tibiriçá. Foi casado com Hilária Luís Grou, filha de Domingos Luís Grou e de Maria da Penha, que era filha do cacique de Carapicuíba. (Página 330) • 79°. Vereança Na vereança de 6 de setembro de 1608 consta que os oficiais da Câmara reuniram o povo para eleger um vereador para substituir Martim Rodrigues, que era ido ao sertão (Atas, vol. 2º, pág. 217). De fato, em 1608, fez ele uma entrada “ao sertão onde estavam os bilreiros”, partindo do porto do Anhembi, assim o declaram Lourenço Gomes Ruxaque e Manuel Dias, em seus testamentos (Inventários, vol. 2º, pág. 358 – vol. 11, pág. 23). Foram testemunhas do testamento de Lourenço Gomes Ruxaque, Baltasar Gonçalves, João de Santana, Brás Gonçalves, Manuel de Oliveira, João Pais e o capitão Martim Rodrigues (Idem, pág. 360) e no de Manuel Dias além de alguns mencionados no testamento de Ruxaque, Diogo Martins Manuel de Oliveira. Parece que essas pessoas, estando no porto do rio Anhembi, como testemunhas dos testadores, que iam na companhia de Martim Roiz Tenório, também fizeram parte da sua bandeira. Parece também que a maior parte dessa bandeira desapareceu, pois que ao se iniciar o inventário de Martins Rodrigues Tenório, alguns anos depois, o escrivão declara em 1612, “que ele era ido ao sertão e se dizer que era lá morto” (vol. 2º, pág. 5). Mais uma bandeira que o sertão consumia.Sobre a entrada de Belchior Carneiro o seu inventário (vol. 2º, págs. 111 e seguintes) ministra algumas informações, e também as fornece as atas da Câmara da vila de S. Paulo numa longa, se bem que muito confusa, vereança (Atas, vol. 2º, págs. 234 a 237). Belchior Carneiro era, como já ficou dito, filho de Lopo Dias, português, e de sua primeira mulher, Beatriz Dias, filha ou neta de Tibiriçá. Foi casado com Hilária Luís Grou, filha de Domingos Luís Grou e de Maria da Penha, que era filha do cacique de Carapicuíba. (Página 330) • 80°. Cunhado Belchior da Costa apresentou ao juiz o inventário de Belchior Dias feito no sertão e nesse dia se iniciou o legal na vila de S. Paulo Nessa expedição Belchior Carneiro morreu no sertão a 26 de junho de 1608; mas não se declara qual a causa de sua morte; assumiu, então, o comando da bandeira Antônio Raposo, o velho, que mandou fazer, no mesmo sertão, o inventário dos bens encontrados aí de seu antecessor. Por esse inventário pode-se constituir a lista de alguns dos bandeirantes que lá estiveram, pelos diversos termos lavrados onde se encontram os respectivos nomes dos arrematantes e fiadores. Em 29 de dezembro de 1608, já era conhecida a morte desse cabo, pois que seu cunhado Belchior da Costa apresentou ao juiz o inventário (vol. 2º, pág. 112) feito no sertão e nesse dia se iniciou o legal na vila de S. Paulo. [p.332] • 81°. Em janeiro de 1609, a Câmara esperava a qualquer momento D. Francisco de Sousa e o ouvidor-geral, e “mandou fazer o caminho do mar” Pode-se seguir a sua viagem desde Pernambuco, na costa do Brasil, pelas atas da Câmara, que a foram registrando (Atas de janeiro de 1609). Em janeiro de 1609, a Câmara esperava a qualquer momento D. Francisco de Sousa e o ouvidor-geral, e “mandou fazer o caminho do mar (vol. 2º pág. 232); a 25 de abril de 1609, ainda o esperava e o caminho do mar ainda estava por fazer (...). [Páginas 333 e 334] • 82°. Afonso Sardinha acresce seu patrimônio com “uns alagadiços ao longo do rio Jerobatiba” Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. • 83°. Notícia certa de que D. Francisco de Sousa já estava no Rio de Janeiro, e estavam todos moradores da Capitania apenados em fazer o caminho do mar A a 26 de abril do mesmo ano (1609), tiveram notícia certa de que D. Francisco de Sousa já estava no Rio de Janeiro, e estavam todos moradores da Capitania apenados em fazer o caminho do mar. • 84°. D. Francisco registra nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil D. Francisco chegou afinal à capitania de S. Vicente, trazendo em sua companhia dois filhos, D. Antônio, o mais velho e D. Luís, ainda menor. A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmaraquatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros edar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. • 85°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil Em 1611, Pedro Vaz de Barros, comandando 32 homens,brancos e muitos índios tupis, em Guairá, teve “dares e tomares” com D.Antônio de Añasco, conforme este relata numa carta a Diego Marin Negron, a 14 de setembro do ano acima indicado (Anais do Museu de S.Paulo, vol. 1º, pág. 154). Pedro Vaz de Barros ia com um mandado de D. Luís de Sousa,filho menor de D. Francisco de Sousa, e que ficara governando a repartição do sul, por morte de seu pai e ausência de seu irmão D. Antônio de Sousa, para buscar índios para trabalho das minas. Este mandado está transcrito nos Anais do Museu Paulista (vol. 1º, pág. 148 e seguintes). • 86°. Carta de D. Antônio de Añasco a Diego Marin Negron Em 1611, Pedro Vaz de Barros, comandando 32 homens, brancos e muitos índios tupis, em Guairá, teve “dares e tomares” com D. Antônio de Añasco, conforme este relata numa carta a Diego Marin Negron, a 14 de setembro do ano acima indicado (Anais do Museu de S. Paulo, vol. 1º, pág. 154). Pedro Vaz de Barros ia com um mandado de D. Luís de Sousa,filho menor de D. Francisco de Sousa, e que ficara governando a repartição do sul, por morte de seu pai e ausência de seu irmão D. Antônio de Sousa, para buscar índios para trabalho das minas. Este mandado está transcrito nos Anais do Museu Paulista (vol. 1º, pág. 148 e seguintes). • 87°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo* Em 1612, Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo (Idem vol. 1º, pág. 158) o que é confirmado por carta do cabido de Ciudad Real, calculando o número de índios em 3.000 (Idem, pág. 159). [p. 351] • 88°. Bandeira parte para o sertão Em 1623, a 18 de novembro, outra bandeira de que faziamparte Henrique da Cunha, o velho, João Gago da Cunha Lobo, João Raposo, Diogo Barbosa Rego, Mateus Luís Grou, Jeronimo Abres, Jerônimo da Veiga, estava acampada no sertão dos carijós (Inv. e Test., vol. 1º,pág. 208 e seguintes). André Fernandes, de Parnaíba, foi grande matador de índios eo mais cruel dos invasores, e, segundo o extrato de Pastells (obr. cit.,pág. 461), fez lá entradas. • 89°. “O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649) A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. [Página 332] • 90°. D. Luís Céspedes y Xeria escreve ao rei da Espanha Segundo narra esse Governador do Paraguai, após 15 dias de sua nomeação foi a Cádiz e daí saiu para Lisboa, a fim de seguir para a América e tomar posse do seu governo; mas nessa cidade teve que se demorar um ano pois que aí, por causa da guerra com os holandeses, havia ordem de não sair navio algum, antes que partissem as naus da Índias, que eram comboiadas por forças militares marítimas. Afinal partiu de conserva com essas naus até certa altura e afastando-se seguiu para Salvador, na Capitania da Bahia de Todos os Santos. Aí assistiu ao ataque feito pelos holandeses. Foi muito bem recebido pelo Governador Geral, Diogo Luís de Oliveira, que lhe proporcionou transporte marítimo até o Rio de Janeiro. Da Bahia escreveu ao rei de Espanha a 30 de julho de 1627 (Documentação Espanhola – Anais do Museu Paulista, v. 1º, pág. 168). • 91°. “Do lado espanhol” À margem esquerda do Iñeai (alto Ivaí) situaram S. Paulo (1627) e nessa mesma margem S. Antônio (1628) no lbiticoí. A leste do Taiobá e ao sul de Taiati ficava S. Miguel de Ibituruna (1628). No mais alto das serranias, Jesus Maria em terras do cacique Guiravera, a última fundada, em 1630. A leste destas duas últimas e de Encarnación estava S. Pedro, fundada em 1627. Na margem direita do Iguaçu quase na sua foz no Paraná, estava Santa Maria Maior fundada em 1626. Em 1628 já haviam fundado Arcângelos. Havia nessa região, como se vê, duas cidades espanholas e quatorze reduções jesuíticas. • 92°. D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno Em S. Vicente, a 22 de junho de 1628, alegando possuir as licenças necessárias do Governo de Espanha para passar por terra ao Paraguai, D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno, que com grandes penas, fossem publicados editais para que nenhuma pessoa, de qualquer qualidade que fosse, o acompanhasse nessa sua viagem, a não ser aquelas que o capitão-mor de S. Vicente designasse, no que foi atendido (Idem, vol. 1º, pág. 172) por despacho no mesmo dia. O Capitão-Mor, naquela época, Álvaro Luís do Vale, designou o Capitão Manuel Preto para que, apenas com seis índios sem nenhuma pessoa branca, acompanhasse D. Luís Céspedes, pelos rios abaixo, voltando imediatamente a S. Paulo, sem ir ao sertão nem trazer outros índios (Idem, pág. 176). Ainda obteve esse governador, no mesmo dia 22 de junho de 1628, atestado dos padres jesuítas João de Almeida e José da Costa superiores das aldeias de Escada, de Conceição (Guarulhos?) e S. Miguel, e também do Padre Salvador da Silva, superior da casa de Santo Inácio na vila de S. Paulo, declarando que ele não levava consigo nada mais que seus criados e roupas de seu serviço. Tudo isso confirmado pelos tabeliães e escrivães de Santos e de S. Paulo (Anais do Museu Paulista, vol. 1º, págs. 178 e 179). • 93°. Testamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira • 94°. Bandeira ao mando de Fernão Dias Pais e de Garcia Roiz Em 1637, outra bandeira ao mando de Fernão Dias Pais e de Garcia Roiz (Vide representação de Francisco Dias Taño) estava também no Rio Grande, denominação, que, segundo Taques, os espanhóis davam ao rio Paraná. Essa denominação – Rio Grande – era dada a diversos rios. O próprio Tamanduateí foi assim chamado. • 95°. Efetivamente Fernão Dias Pais esteve acampado no sertão do Rio Grande, com uma bandeira Efetivamente Fernão Dias Pais, de 2 a 19 de abril de 1638 esteve acampado no sertão do Rio Grande, com uma bandeira8, (Invent. eTest., Vol. 11, págs. 239 e 253). Dela faziam parte entre outros: Antônio da Silveira, Romão FreireJoão Nunes da SilvaValentim de BarrosLuís Dias Leme Pedro Dias LemeSebastião Gil, o moço, Pascoal Leite Pais Pero Agulha de Figueiredo, Salvador Simões, João de Santa Ma- ria, Pascoal Leite Fernandes, Cristóvão de Aguiar Girão, Gaspar da Costa, Mauríciode Castilho, o moço, Manuel de Castilho, Sebastião Antônio, o moço, AntônioGonçalves Perdomo, Paulo da Costa, João Favacho, Fructuoso da Costa, Domin- gos Leme da Silva André Fernandes Mateus Leme, Lu... Marinho, Domingos Bar- bosa, João de Oliveira, Pascoal Ribeiro. [Página 389] • 96°. Em sessão da Câmara os oficiais juntos com as pessoas da governança da terra com o mais povo, resolveram pôr em execução o que em S. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido A ameaça da execução do breve do papa exasperou os povos.Aos 2 do mês de julho de 1640, em sessão da Câmara os oficiais desta (7) juntos com as pessoas da governança da terra com o maispovo (124), ao todo 131 pessoas, resolveram pôr em execução o que emS. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido, e que consistia emexpulsar da capitania os padres da Companhia de Jesus. Foram todos aocolégio dos padres da Companhia de Jesus e intimaram “ao reverendo padre Reitor Nicolau Botelho que dentro de seis dias todos os padres despejassem a vilae se recolhessem ao colégio do Rio de Janeiro para segurança de suas vidas, honras efazendas, por causa do levantamento do gentio, e por outros motivos que levariam aoconhecimento de Sua Santidade e de Sua Majestade” (Atas, vol. 5, págs. 8 e 9,de 25 a 28) • 97°. Acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida A 7 de julho, por ser acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida; mas foram ainda concedidos mais três dias sendo encarregado o escrivão de fazer aviso da prorrogação. [Página 406] • 98°. Terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios A 10 de julho, fizeram terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios. Em S. Paulo se juntaram os moradores às vilas de S. Paulo e S. Vicente, os procuradores das vilas de Parnaíba e de Mogi-mirim (Mogi das Cruzes) e todos fizeram idêntica notificação ao Padre Antônio Ferreira que, na ausência do Reitor, estava encarregado da direçãodo mosteiro. [Página 406] • 99°. paulistas, em número de 350 homens brancos, com arcabuzes, escopetas e mosquetes, e 1.300 índios auxiliares, sob o comando geral do capitão-mor Manuel Pires se quedaram no Acaraguá nesse e no dia seguinte O dia 9 de março de 1641, sábado, foi todo ele um temporal desfeito. Os paulistas, em número de 350 homens brancos, com arcabuzes, escopetas e mosquetes, e 1.300 índios auxiliares, sob o comando geral do capitão-mor Manuel Pires se quedaram no Acaraguá nesse e no dia seguinte. Comandava um dos terços das tropas paulistas, o capitão Jeronimo Pedroso, um dos maiores velhacos na opinião dos jesuítas. Desse terço faziam parte Sebastião Gonçalves, João Correia, Domingos Cordeiro, Valentim Cordeiro Malio, Francisco Mattoso, Gaspar Correia, Antônio Borges, Fernando Dias Borges, Antônio Rodrigues, Domingos Pires, Francisco Barreto, Mathias Cardoso, Pedro Cabral de Melo, João Leite, João de Pinha, João Dias Peres, Antônio da Cunha, Mateus Alves Grou, Francisco de Siqueira, Antônio de Carvalhaes, Antônio de Aguiar, Antônio Fernandes Sarzedas, Jorge Dias, Domingos Pires Valadares, Sebastião Pedroso Bayão, Manuel de Moraes, Pero da Silva, Francisco...................., Pero Lourenço, Amador Lourenço, Simão Borges, João Pi- res Monteiro, Gonçalo Guedes, Pero Nunes Dias, Baltasar Gonçalves, Domingos Furtado, Bartolomeu Alves, Miguel Lopes, Antônio Pedroso de Barros, Clemente Álvares (Vide Inventários e Testamentos, vol. 11, pág. 497). A qualificação dada a Jerônimo Pedroso encontra-se na narrativa jesuítica. • 100°. Rei concede perdão aos paulistas O caso teve solução em virtude do Alvará de D. João IV de 7 de outubro de 1647 que resolveu conceder perdão aos moradores da vila de S. Paulo de todas e quaisquer culpas que tivessem cometido na expulsão dos jesuítas, reservando-lhes (aos jesuítas) para demandarem no cível perdas e danos, com a declaração de que o perdão concedido só teria efeito “depois de restituídos os padres da Companhia de tudo que tinham na capitania (Documento publicado na Rev. do Inst. Geog. de S. Paulo, por Leite Cordeiro, vol. 51, pág. 300, extraído do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa). • 101°. Provinciae Paraquariae Societatis Jesv Leodii Pedro Taques informa que ele e sua mulher, Filipa Vicente, naturais de Olivença, nessa época ainda pertencente no território português, eram pessoas nobres e honradas. No inventário de João de Prado declara-se somente que ela, Filipa Vicente, era pessoa honrada e viúva de pessoa honrada, o que significa que os dois foram pessoas de destaque na então insignificante vila de São Paulo. João de Prado, pela sua pessoa, pela sua família, pelas suas armas, pelo número de nativos administrados e escravizados que possuía, foi um dos mais poderosos elementos que compuseram a expedição de João Pereira de Sousa. Era tal a importância de que gozava, que a sua presença na expedição o punha em evidência de chefe. O Padre Del Techo, na sua História Provinciae Paraquariae o considerou chefe da expedição, o que não é verdade. Teria sido um dos chefes, mas o chefe supremo foi João Pereira de Sousa, em cujo arraial no sertão, ele faleceu a 13 de fevereiro de 1597, conforme expressamente é declarado no respectivo inventário. Não se pode afirmar com segurança o dia exato da partida da bandeira; mas foi depois de 5 de outubro de 1596, porque, nessa data, Francisco da Gama, que nela tomou parte, ainda estava em S. Paulo e, nessa data, passou um documento a João Fernandes, em que declarou ter dele recebido “dez cruzados emprestados de amor em graça os quais prometeu pagar em dinheiro de contado ou em uma peça (do gentio) pelo que valer nesta guerra em que ora vamos com o Sr. João Pereira de Sousa, como capitão” (Inv. e Test. vol. 1º, pág. 351). Esse documento de dívida, que é cobrado judicialmente, prova que a bandeira a 5 de outubro de 1596 ainda estava em S. Paulo, mas em preparativos para a partida. Qual o sertão em que foi feita essa entrada? A provisão de D. Francisco de Sousa, que armou cavaleiro Sebastião de Freitas, declarou que este acompanhou Jorge Correia, Manuel Soeiro e João Pereira de Sousa a fazer guerra ao gentio que, em ataque, tinha vindo contra a vila de S. Paulo (vide provisão). Essas três bandeiras foram, pois, ao mesmo sertão. A 13 de fevereiro de 1597, no sertão da Parnaíba, onde estava o arraial de João Pereira de Sousa, começou-se o inventário de João de Prado, que lá falecera (Inv. cit. pág.79). Um outro documento de dívida de Francisco da Gama, foi cobrado judicialmente, em S. Paulo, e cujo processo se iniciou a 22 de Julho de 1600 com citação por éditos “por se achar o devedor ausente, perto de três anos ou perto de quatro anos (Inv. Francisco da Gama, vol. 1º, págs. 349 e 350) e nele depõem cinco testemunhas que afirmam que ele era ido à guerra de Parnaíba e dele não havia notícias”. Citando ainda Del Techo, História do Paraguai, o Barão do Rio Branco, em Ephemerides Brasileiras, de lº de setembro de 1583, narra que no vale do Anhembi, hoje Tietê, os Tupiniquins tinham 300 aldeias e 30. 000 sagitários, que, em seis anos de guerra, de 1592 a 1599, foram todas destruídas e exterminados os selvagens do rio de Jeticaí, hoje rio Grande. O rio Parnaíba é afluente da margem direita do rio Paraná e tem suas nascenças mais a leste, do lado das nascenças do rio S. Francisco. Conforme se vê pelas atas da Câmara de S. Paulo, que se referem às entradas de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, já esses sertanistas lá tinham estado. As bandeiras já tinham atravessado o rio [p. 262 e 263] • 102°. Primeira via de ligação entre a capital e o litoral paulista, a Calçada do Lorena foi concluída No fim do século 18, Bernardo José de Lorena mandou fazer uma estrada, em ziguezague na descida, que se chamou a “Calçada do Lorena”. A Câmara de S. Paulo, todos capitães-generais, todos os viajantes descrevem o caminho novo como temeroso. Todas as administrações, conforme as suas posses, fizeram esforços para melhorá-lo. O Capitão General Antônio de Melo e Castro, em 1799, fez uma memória sobre esse caminho que se pode ler nos Documentos Interessantes, Vol. 29, pág. 112 e seguintes, publicados pelo Arquivo do Estado. • 103°. O Conselheiro Cansanção de Sinimbu organizou uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testado Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano. Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro,Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio. Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes: “Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de MinasGerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.” Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879. Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço. Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações. O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito. Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno. Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério. Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco. Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400). Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400. Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295] • 104°. Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testa do Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testado Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano. Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro,Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio. Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes: “Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de MinasGerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.” Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879. Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço. Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações. O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito. Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno. Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério. Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco. Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400). Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400. Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295] • 105°. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas / Pirapora/MG Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testa do Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano. Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro, Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio. Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes: “Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de Minas Gerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes. “Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.” Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879. Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço. Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações. O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito. Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno. Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério. Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco. Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400). Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400. Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295] • 106°. Ribeirão Pires, wiki.pt-pt.nina.az
Atualizado em 01/11/2025 01:59:05 Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos ![]() Data: 1958 Créditos: Comissão de redação: Dácio Pires Correia, Nicolau Duarte Silva e Vinicio Stein de Campos Página 251
• 1°. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri Nossa Senhora do Monte Serrate ou Monserrate - É devoção local espanhola, do célebre santuário junto a Barcelona, e se espalhou entre os povos da Panínsula. No Brasil, o propagandista foi D. Francisco de Sousa, Governador-Geral na Bahia e Governador do Sul, séculos XVI e XVII. No século da imagem original, era cmum os artistas representarem Nossa Senhora sentada com o Menino, como as Virgens de magestade, o morro ou serra sob os pés de acordo com o nome do título, tal como se usa uma escada para Nossa Senhora da Escada. A primitiva capela de Pinheiros tinha por orago "Nossa Senhora" apenas. Coma passagem da capelania para os Beneditinos, no século XVII, estes adotaram a invocação Monte Serrate. Teve origem numa aldeia de nativos da nação Guaianás, criada pelo Padre José de Anchieta. • 2°. Francisco* Sorocaba, Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba - O primeiro homem branco que construiu sua primeira casa na região de Sorocaba foi o paulista Afonso Sardinha que, em 1589, fundou um engenho de ferro no Vale das Furnas, morro do Araçoiaba e tirou algum ouro de lavagem nas adjacências. Trabalhavam com ele escravizados nativos, ou quase todos nativos. Há quem diga ter estado no Araçoiaba também Afonso Sardinha, o pai. No mesmo local, o Governador-Geral do Brasil, Dom Francisco de Souza, fundou a vila de Nossa Senhora do Monte Serrate, em dezembro de 1599, com alguns mineradores brancos e nativos trazidos do Espirito Santo. • 3°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” Em 1611, estando em São Paulo, como Governador das capitanias e das minas do Sul, Dom Francisco de Souza autorizou a mudança do povoado para o campo, à beira do Rio Sorocaba, no Itavuvu, tendo a vila de efêmera duração, o nome de São Felipe em honra do Rei da Espanha. • 4°. Capela • 5°. Balthazar funda uma capela sob a invocação de “Nossa Senhora da Ponte” / vinda da imagem / transporte do pelourinho (1645/1654) Pelos anos de 1646, diz o Livro do Tombo, estabeleceram-se os primeiros moradores na atual Sorocaba: Baltasar Fernandes e seus genros, André de Zunega, Gabriel "Dona de Leon", Dom Diogo do Rego e Mendonça, Bartholomeu de Zunega e Leon, mais alguns netos casados e filhos, bem como o filho Manuel Fernandes de Abreu; Baltasar Fernandes, quando transmigrou de Parnaíba para Sorocaba com sua parentela, já era septuagenário e avô. A sua casa ainda hoje, embora no perímetro urbano, é considerada chácara. Está à beira do rio. Construiu na colina a capela à Nossa Senhora da Ponte, invocação única no Brasil, e que já assim se chamava de algum outro lugar da Ponte, em Portugal ou Espanha. A casa e a capela existiam em 1951, sem alteração substancial. • 6°. Pascoal Pascoal Moreira Cabral, paulista notável que, por volta de 1670, avançou pelo planalto até o rio Sorocaba, no ponto em que este se despenha no Itupararanga. O bairro chamava-se Itapeva. Aí fundou aquele sertanista a Capela do Populo, fazendo-lhe patrimônio com nativos, com a condição, porém, de os não levarem do sertão, pelos muitos pecados que isso acarretava. Faleceu ele em 1690 e jaz na Igreja de São Bento, em Sorocaba. [Página 263] • 7°. Matriz A matriz fundada por Balthazar Fernandes em 1767 estava em ruínas. Reconstruída, sob a direção do capitão José Ferraz de Arruda, em 1778, já recomeçou o sepultamento "na matriz nova", que devia estar emadeirada e coberta. Em 9 de fevereiro de 1783, o Vigário Domingos José Coelho benzeu a nova matriz. A 10, fez-se a transladação do S.S. e das imagens. A 11 rezou-se a primeira missa. Em 20 de janeiro de 1797, a paróquia passou a categoria de colada. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de SP, vol. LVIII, 1958. Páginas 261 e 262]
Atualizado em 01/11/2025 01:59:04 Jornal Correio Paulistano, página 10 ![]() Data: 1962 Página 10
• 1°. Já haviam moradores em Sorocaba O Bairro Itavuvu, se estacionário ficou o povoado, em 1654 decaiu completamente. É que, nesse ano, Balthazar Fernandes fundou um povoado numa colina ma margem esquerda do mesmo Sorocaba. “Pelo Livro Tombo sabe-se, e exatamente, que, desde 1646 se concentraram moradores onde hoje está Sorocaba. Eram eles, a citar os mais destacados, Balthazar Fernandes (...) Foi em 1654, conforme se depreende de documentos dos padres beneditinos de Sorocaba, que Balthazar fez erguer a Igreja de Santa Ana (padroeira de Parnaíba), mais tarde doada aos monges de São Bento, de Parnaíba. A ereção desse templo é que marca, inequivocada mente, a fundação da cidade”. • 2°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* O Bairro Itavuvu, se estacionário ficou o povoado, em 1654 decaiu completamente. É que, nesse ano, Balthazar Fernandes fundou um povoado numa colina ma margem esquerda do mesmo Sorocaba. “Pelo Livro Tombo sabe-se, e exatamente, que, desde 1646 se concentraram moradores onde hoje está Sorocaba. Eram eles, a citar os mais destacados, Balthazar Fernandes (...) Foi em 1654, conforme se depreende de documentos dos padres beneditinos de Sorocaba, que Balthazar fez erguer a Igreja de Santa Ana (padroeira de Parnaíba), mais tarde doada aos monges de São Bento, de Parnaíba. A ereção desse templo é que marca, equivocadamente, a fundação da cidade”.
Atualizado em 01/11/2025 01:59:04 Jornal Correio Paulistano/SP ![]() Data: 1962 Página 12
• 1°. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo • 2°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” Em 1611 dita povoação transferiu-se para Itavuvu. Em 1654 Baltazar Fernandes fundou Sorocaba e em 1661, criado o município deste nome, os bairros que hoje fazem parte de Araçoiaba da Serra, inclusive o Campo Largo de Sorocaba tem a sua história em comum com o daquele município. O povoamento foi contemporâneo. Quando Baltazar Fernandes deu terras ao Mosteiro de São Bento em Sorocaba mencionou os limites com Braz Esteves. A fazenda deste era tão grande que estava na sede já nos limites atuais com Tatuí, na barra do Tatuí no Sorocaba. Nesse local existiu, pois, a primeira casa e Capela de Araçoiaba da Serra enquanto território, cerca de 1660 a 1700. Então desaprovou-se de novo, vindo a imagem para a matriz de Sorocaba (Era Nossa Senhora da Conceição). A cruz foi erguida ha poucos anos no alto fronteiro à cidade. • 3°. Enquanto Baltazar fundava Sorocaba, a Coroa portuguesa voltou a se interessar pelas jazidas de ferro do morro Araçoiaba. Por isso, em 1660 ela proibiu a exploração do local por particulares, sob pena de morte, mas não realizou nenhum empreendimento O povoamento foi contemporâneo. Quando Baltazar Fernandes deu terras ao Mosteiro de São Bento em Sorocaba mencionou os limites com Braz Esteves. A fazenda deste era tão grande que estava na sede já nos limites atuais com Tatuí, na barra do Tatuí no Sorocaba. Nesse local existiu, pois, a primeira casa e Capela de Araçoiaba da Serra enquanto território, cerca de 1660 a 1700. Então desaprovou-se de novo, vindo a imagem para a matriz de Sorocaba (Era Nossa Senhora da Conceição). A cruz foi erguida ha poucos anos no alto fronteiro à cidade. • 4°. O auge do bandeirismo sorocabano ou sua marcha para oeste situa-se entre 1680, quando João Antunes Maciel criou nos campos do Pirapora a sua sede ou ninho de águias, com os filhos já meninos, e Pascoal Moreira Cabral e André de Zunega e Braz Mendes Pais se habituam a ir anualmente, pelo rio Tietê ou pelo Paranapanema na ida, sempre por êste caminho e na volta ao atual sul de Mato Grosso • 5°. Em São Bento, o lindo grupo de Santa Ana e Nossa Senhora veio depois de 1700, pois o primeiro titular após a saída de Nossa Senhora da Ponte para a matriz, era a Nossa Senhora da Visitação • 6°. Surge a então Vila Campo Largo, sob o termo da Vila de Sorocaba • 7°. Monumento do barco de pedra é danificado. Por Jéssica Nascimento, em jornalcruzeiro.com.br
Atualizado em 01/11/2025 01:59:03 “Memoria historica de Sorocaba”, Parte II. Aluísio de Almeida* ![]() Data: 1965 Créditos: Aluísio de Almeida Página 76
• 1°. “(...) mal instruídos os índios, cuja língua falava (...) um sacerdote bilíngüe cuidava dêles em Sorocaba” O padre Belchior de Pontes rebatizou alguns administrados de Manuel Pereira Pavão, que o foram pelo vigário em 1684, na sua fazenda de Apotribú, sendo segundo espôso de Potência de Abreu, viúva de Bejarano, fato êste das bodas, aliás, desconhecido dos genealogistas, mas:está no inventário dela. O padre Bélchior repetiu êsse gesto noutros lugares, segundo o autor de sua vida, porque achava mal instruídos os índios, cuja língua falava. Cêrca de 1690 um sacerdote bilíngüe cuidava dêles em Sorocaba. • 2°. A capela da Conceição do Rio Abaixo (outro lado do Araçoiaba) teve provisão em 7 de janeiro de 1721. Construída pelo fazendeiro Francisco Pais de Almeida. Havia os altares laterais a Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião • 3°. Em meados de maio de 1728 o governador de São Paulo, Caldeira Pimentel, passou uns dias em Sorocaba* Em meados de maio de 1728 o governador de São Paulo, Caldeira Pimentel, passou uns dias em Sorocaba, distribuindo sesmarias no caminho do Paranapanema e de Curitiba. A sesmaria não se deve confundir com os pequenos lotes nos ribeiros auríferos ao cuidado do superintendente. • 4°. Ainda se acreditava que os rios da esquerda nasciam nos campos de Sorocaba, que compreendiam Botucatú Gabriel Antunes Maciel esteve no Cuiabá pelo menos no rush que seguiu a vinda de seu irmão. Formidável sertanista, geógrafo prático, êle sabia que da serra de Botucatú, fazenda jesuítica entre o Tietê e o Paranapanema, entre cujas barras no Paraná caíam o rio Pardo e outros pela direita, pelos quais se varava ao rio Paraguai, era possível um caminho por terra ao rio Grande, como se chamava o Paraná. Em 1721 ofereceu-se ao governador para fazê-lo. Pensava, porém, que não era muita a distância pois até 1755, ainda se acreditava que os rios da esquerda nasciam nos campos de Sorocaba, que compreendiam Botucatú.
Atualizado em 01/11/2025 01:59:00 Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida ![]() Data: 1967 Créditos: Luiz Castanho de Almeida Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes. Página 212
• 1°. O fundador de Ciudad Real e Villa Rica, Ruy Dias de Melgarejo, acabou passando por São Vicente Cerca do ano de 1600 casou-se Baltazar Fernandes com Maria de Zúnega, nascida na Vila Rica de Guairá, filha de Bartolomeu de Torales e de Violante se Zúnega. O casamento de Baltazar precedeu de 30 anos a transmigração das famílias do Guairá para São Paulo. É um verdadeiro romance de aventuras este namoro a tantas léguas, de um bandeirante com uma, digamos, sul-americana. Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricas no coração da América. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas. Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, que se casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e com ele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de 1634 e depois de 1630. • 2°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias Sob o título “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes”, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: "Nascido em 1579 ou no máximo 1580, Baltazar Fernandes estava pois com 65 anos de idade em 1654. Era ainda um homem forte, por sem dúvida. Fundador na idade em que merecia o descanso." • 3°. D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses É um título notável e único no Brasil e em Portugal. Por ser de cor evidentemente local, trata-se uma ponte do rio Sorocaba, onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de Nossa Senhora. Esta imagem podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema, ou outra do próprio Balthazar e é provável que já se chamasse Nossa Senhora da Ponte antes da mudança do pelourinho para o atual lugar, pois o Itavuvu é à beira-rio e tinha provavelmente a primeira ponte. • 4°. Casamento de Balthazar Fernandes e Maria de Zunega Cerca do ano de 1600 casou-se Baltazar Fernandes com Maria de Zúnega, nascida na Vila Rica de Guairá, filha de Bartolomeu de Torales e de Violante se Zúnega. O casamento de Baltazar precedeu de 30 anos a transmigração das famílias do Guairá para São Paulo. É um verdadeiro romance de aventuras este namoro a tantas léguas, de um bandeirante com uma, digamos, sul-americana. Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricas no coração da América. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas. Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, que se casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e com ele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de 1634 e depois de 1630. • 5°. Clemente Álvares comparece em casa de Bernardo de Quadros • 6°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” Em 1645 ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavovú ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera no Araçoiaba. [p. 212] Braz Esteves também aparece em Parnaíba em 1640, e sabe assinar muito bem: é um dos povoadores de Sorocaba. Por tudo isto se conclui que o povoamento de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, em contraposição ao segundo núcleo (de 1611) Itavovú, começou por volta de 1646. [p 216] • 7°. Gabriel Ponce de Leon chega em Santana de Parnaíba, casado com a filha "índia" de Balthazar Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricas no coração da América. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas. Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, que se casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e com ele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de 1634 e depois de 1630. • 8°. Balthazar Fernandes e sua mulher Isabel de Proença fizeram em Parnaíba uma escritura de dote à filha Maria de Proença • 9°. Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba Domingos fundava a capela de Nossa Senhora da Candelária de Itú, cerca de 1645 (...) Em, 1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavovú ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera no Araçoiaba. Balthazar Fernandes, o fundador de Sorocaba, passou por ai antes de mudar-se de Parnaíba e recebeu em sesmaria. O Livro do Tombo de Sorocaba assinala a era de 1646, para a chegada dos primeiros povoadores parnaibanos. É exato, posto que Luís Gonzaga da Silva Leme (1852-1919) preferisse a data de 1645. • 10°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* É um título notável e único no Brasil e em Portugal. Por ser de cor evidentemente local, trata-se uma ponte do rio Sorocaba, onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de Nossa Senhora. Esta imagem podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema, ou outra do próprio Balthazar e é provável que já se chamasse Nossa Senhora da Ponte antes da mudança do pelourinho para o atual lugar, pois o Itavuvu é à beira-rio e tinha provavelmente a primeira ponte. Enumerando os serviços de Baltazar a Sorocaba, seu filho Manuel não se refere a construção da ponte. Em 1652 havia morrido a segunda mulher de Baltazar, Isabel de Proença. Ele morreu mais, que octogenário de 1667 e depois de 1662. Em 1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavuvu ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera na Araçoiaba. • 11°. Fundar vila Foi com o contato direto desses castelhanos, quando ainda se não povoara o Rio Grande, que a gente de São Paulo aprendeu a usar o mate ou congonha. O filho de Balthazar, Manuel Fernandes de Abreu, deixou no inventário "uma cuia de prata de beber congonha". Os paulistas, antes do século 18 e até os primeiros anos, beberam mate em lugar do café, como se sabe também pela tradição.4. Em 1698 pediam à Corte portuguesa os moradores de Sorocaba licença para fundarem uma vila no atual sul de Mato Grosso para negociarem com os castelhanos. Eram os filhos, netos e fins ou colaterais de Balthazar Fernandes. Nos "castelhanos" estavam o ouro e a prata do Perú, os gados e os primeiros muares que apareciam. E, ao lado disso, tudo em execrando comércio, os nativos. E ambos guerreavam os jesuítas, perseguindo os guaranis. • 12°. O comerciante João Antunes Cabral Camelo chega Cuiabá A igreja de São Bento em linhas essenciais é a mesma ainda existente. Fez-se mais tarde o convento. Os monges adotaram Santana como padroeira. Para Nossa Senhora da Ponte construiu Baltazar ainda outra igreja, depois matriz, hoje catedral. É um título notável e único no Brasil e em Portugal. Por ser de cor evidentemente local, trata-se uma ponte do rio Sorocaba, onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de Nossa Senhora. Esta imagem podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema, ou outra do próprio Balthazar e é provável que já se chamasse Nossa Senhora da Ponte antes da mudança do pelourinho para o atual lugar, pois o Itavuvu é à beira-rio e tinha provavelmente a primeira ponte. Enumerando os serviços de Baltazar a Sorocaba, seu filho Manuel não se refere a construção da ponte. Em 1652 havia morrido a segunda mulher de Baltazar, Isabel de Proença. Ele morreu mais, que octogenário, entre os anos de 1667 e depois de 1662. Em 1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavuvu ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera na Araçoiaba. • 13°. O Relato de Anthony Knivet, Jornal Correio Paulistano É um título notavel e único no Brasil e em Portugal. Por ser de cor evidentemente local, trata-se uma ponte do rio Sorocaba, onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de Nossa Senhora. Esta imagem podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema, ou outra do próprio Balthazar e é provavel que já se chamasse Nossa Senhora da Ponte antes da mudança do pelourinho para o atual lugar, pois o Itavuvu é à beira-rio e tinha provavelmente a primeira ponte.Enumerando os serviços de Baltazar a Sorocaba, seu filho Manuel não se refere a construção da ponte. Em 1652 havia morrido a segunda mulher de Baltazar, Isabel de Proença. Ele morreu mais,que octog.enário anbs de 1667 e depois de 1662. Em 1645, ele, os genros e os filhos se transportaram para o lugar chamado Sorocaba, a légua e meia do Itavuvu ou São Felipe, para onde em 1611 D. Francisco de Sousa permitira se transportasse o pelourinho que em 1600 erguera na Araçoiaba. • 14°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente? • 15°. Rua Hermelino Matarazzo e o Caminho de São Tomé
Atualizado em 01/11/2025 01:58:59 Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP ![]() Data: 1969 Página 60
• 1°. Caminho da Serra* Capistrano de Abreu já ensinava que os paulistas começaram a descer o Tietê desde os primeiros tempos, provavelmente na primeira metade do século XVI, logo depois de 1532, quando a mando de Martim Afonso foi fundada Piratininga. Alguns subiram os afluentes do Tietê, “o Juqueri, o Jundiaí, o Piracicaba, o Sorocaba. Outros foram até o Paraná”, diz o mestre. • 2°. Casamento de Afonso Sardinha, "o Velho", e Maria Gonçalves (filha do Mestre Bartholomeu Gonçalves e Antônia Rodrigues, “a índia”) Em 1615 devia Afonso Sardinha contar mais de oitenta anos de idade, pois contráira matrimônio em 1510 (o ano correto é 1550), isto é, sessenta e cinco anos antes, quando então não deveria ter menos de dezoito anos. Talvez julgando estar próximo o fim de seus dias, a 9 de julho fêz apresentar-se no mosteiro da Companhia de Jesus o tabelião da vila de São Paulo, para mais uma vez, lavrar seu testa mento, anulando aquele outro escrito vinte e três anos antes. quando partira para a guerra. Naquela igreja, “ diante do altar de Nossa Senhora da Graça, perante testemunhas, ele e Maria Gonçalves declararam. • 3°. Nascimento de Balthazar Fernandes • 4°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas Da consulta aos Inventários e Testamentos, à Genealogia Paulistana de Silva Leme, aos Apontamentos Históricos de Azevedo Marques, à Nobiliarquia de Pedro Taques, às obras de Américo de Moura e de Carvalho Franco, estão identificados os seguintes filhos do casal Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias, dos quinze filhos vivos em 1589:1 - André Fernandes2 - Balthazar Fernandes3 - Domingos Fernandes4 - Pedro Fernandes5 - Custódia Dias6 - Angela Fernandes7 - Benta Dias8 - Maria Machado9 - Margarida Dias10 - Catarina Dias11 - Francisco Dias12 - Paula Fernandes13 - Agostinha Dias • 5°. Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo Nessa incerteza em que andavam desde que em 1592 fôra Afonso Sardinha nomeado capitão da gente da vila, ora aprontando-se para partirem desde logo; ora aguardando que o capitão mór os viesse acompanhar na entrada contra os índios do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou se o pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga. [p. 607, 608] • 6°. Requeria a suas mercês os mandassem tapar e entupir, a saber, mandasse a Susana Dias que entupisse duas covas que estão na praça que seu filho Francisco Dias fez seu filho Francisco Dias fez e um beco que esta junto com ela Segundo Américo de Moura, Antônio Rodrigues teria o mesmo nome de seu pai, o que explica os dois nomes Antônio Rodrigues e Garcia Rodrigues em documentos diferentes, referindo-se à mesma pessoa. De qualquer maneira, Antônio Rodrigues estaria identificado como genro de Susana Dias, por uma ata de 17 de julho de 593, e que é empossado como almotacel e citado pelo escrivão Belchior da Costa como "genro de Suzana Dias". Francisco Dias está perfeitamente identificado por uma ata de 17 de julho de 1593, a propósito de "bequos e covas destampadas", da seguinte maneira: "... requeria a suas mercês os mandassem tapar e entupir, a saber, mandasse a Susana Dias que entupisse duas covas que estão na praça que seu filho Francisco Dias fez seu filho Francisco Dias fez e um bequo que esta junto com ela..." [p. 175] • 7°. Oficiais da Câmara e outras pessoas da governança, lembrando o procurador a Afonso Sardinha “o recado do senhor capitão para estarem todos prestes para a guerra". Ao procurador parecia que tendo Afonso Sardinha "ordem para vigiar os nativos”, não fora isso necessário por não se haver “apresentado gente do sertão”, convindo agora fazê-lo “indo vinte homens brancos a ver o que passava até oo Pirapitinguí” partindo outros a “vigiarem até Sabaúma” Em vindo o ano de 1594, reuniram-se a 13 de fevereiro os oficiais da Câmara e outras pessoas da governança, lembrando o procurador a Afonso Sardinha "o recado do senhor capitão para estarem todos prestes para a guerra". Ao procurador parecia que tendo Afonso Sardinha "ordem para vigiar os nativos", não fora isso necessário por não se haver “apresentado gente do sertão”, convindo agora fazê-lo “indo vinte homens brancos a ver o que passava até o Pirapitinguí” partindo outros a “vigiarem até Sabaúma”. [Página 59 e 60] • 8°. Troca entre chãos que Garcia tinha recebido de seu pai e mãe falecidos, com outros de Antonio de Siqueira, morador de Santos • 9°. Antonio Rodrigues vendeu chãos defronte ao pelourinho a Marcos Sanches de Paredes (Manuel Ramos falecido) O mesmo documento que citamos acima, datado 30 de junho de 1594, talvez identifique mais um filho de Manuel Fernandes Ramos e Susana Dias, de nome Manuel Dias Machado. Na carta de venda das casas de Antônio Rodrigues assinam como testemunhas seu cunhado Domingos Fernandes e um outro cunhado, Manuel Dias Machado, morador Rio de Janeiro. [p. 175] • 10°. Diogo de Lara assinou na Câmara A 5 de fevereiro de 1595 reunia-se a Câmara para que tratassem "das coisas pertencentes ao bem comum e principalmente sobre um mandado do provedor Pero Cubas em que manda apregar nesta vila que todos os moradores e estantes desta vila fossem ou mandassem levar todas as peças índios e índias e escravos desta guerra de Bougi e de outras guerra e entradas...". • 11°. Aguardando que o capitão-mór os viesse acompanhar na entrada contra os nativos do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou de pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga Nessa incerteza em que andavam desde que em 1592 fôra Afonso Sardinha nomeado capitão da gente da vila, ora aprontando-se para partirem desde logo; ora aguardando que o capitão mór os viesse acompanhar na entrada contra os índios do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou se o pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga. Alí estavam na Câmara juízes e vereadores e o procurador do Concelho, com o capitão Afonso Sardinha à frente, e alguns homens da governança da terra e outros moradores. Queriam saber se era bem requererem ao capitão mór Jorge Correia, também presente, que "se fizesse guerra com brevidade" e se conveniente seria impedirem a ida de uma canoa que o mesmo capitão queria enviar ao Rio de Janeiro, tendo em vista "a dilação" que daí proviria, pela distância que os separava. E que se os moradores de Santos e de São Vicente não quisessem vir, que Jorge Correia acompanhasse o povo de São Paulo ao qual se juntariam os moradores de Itanhaém e índios da terra. Houve o capitão mór de prometer que "com brevidade faria a dita guerra e não levaria mão dela e nem sairia da vila", mas desenhava, para garantia e "satisfação de seu cargo e ofício", dessem-lhe um documento de todo o combinado. Concordaram os oficiais da Câmara, assinando eles e mais Afonso Sardinha. Não consignam os documentos ou sejam as atas da Câmara, quando e quais as peripécias dessa entrada dos paulistas, ocasião em que teriam desbaratado o índio que os ameaçava e lhes roubava principalmente a tranquilidade. Consta da patente passada por dom Francisco de Souza a favor de Sebastião de Freitas, armado cavaleiro, que acompanhara no ano de 1594, "ao capitão Jorge Correia ao sertão desta capitania a dar guerra ao gentio inimigo... vindo a esta vila de São Paulo a dar-lhe guerra e pô-lo em cêrco". • 12°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido Em 1597, acompanhado pelo filho e com a colaboração de Clemente Alvares, acharia a iniciaria a mineração de ouro de lavagem nas serras de Jaguamimbaba e Jaraguá, em São Paulo e na de Ivuturuna em Parnaíba. Daí o avolumar-se sua opulência. • 13°. Acorria o povo a atender a provisão do Governador Geral, D. Francisco de Souza Acorria o povo, a 8 de março de 1598 a atender a provisão do Governador Geral, D. Francisco de Souza para que, com os moradores da vila de Santos, fossem fazer o caminho do mar, discutindo se o trabalho seria "de mão comum", se fintado o povo ou pagando a quem o desejasse. • 14°. Doze dias após Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do mesmo assunto e quando, a bem do povo, deliberaram sobre o quanto havia de custar a carne fresca do porco, que tabelaram a "quatorze réis o macho e a fêmea a doze réis e a da vaca fresca a duzentos réis a arroba", confirmando as posturas relativas ao gado e continuando proibida sua venda para Santos, sem licença da Câmara Doze dias após Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do mesmo assunto e quando, a bem do povo, deliberaram sobre o quanto havia de custar a carne fresca do porco, que tabelaram a "quatorze réis o macho e a fêmea a doze réis e a da vaca fresca a duzentos réis a arroba", confirmando as posturas relativas ao gado e continuando proibida sua venda para Santos, sem licença da Câmara. • 15°. Afonso Sardinha e seu filho Pedro fazem parte do regimento dado ao administrados das minas para que descobrisse as minas Anos depois, chegaria ao conhecimento de dom Francisco de Souza, o 7° governador geral do Brasil, por volta de 1598, a descoberta de pai e filho. Iniciava-se o século XVII com a chegada deste à vila de São Paulo donde partia para Araçoiaba a ver as jazidas. Ia acompanhado de vistoso séquito, a visitar a fábrica dos Sardinhas, acompanhado pelo mais moço deles. No ano anterior para lá enviara o perito Diogo Gonçalves Lasso, a fim de que examinasse os descobrimentos, tendo o técnico chegado a Piratininga a 13 de maio de 1598, na qualidade de Administrador das Minas e Capitão da vila. Era ele portador de um regimento que posteriormente lhe dera o Governador Geral, datado de 10 de setembro de 1601, onde determinava que não consentisse "que pessoa alguma possa ir às minas já descobertas nem tratem de descobrir outras, salvo Afonso Sardinha o velho e Afonso Sardinha o moço, aos quais deixo ordem do que neste particular poderão fazer que vos mostrarão por serem os ditos descobridores e pessoas que bem o entendem", evidenciando o prestígio que ambos desfrutavam junto ao poder governante. • 16°. sardinha A partir de então continuara ele afastado da administração da vila, só comparecendo aos ajuntamentos, quando a 25 de novembro de 1601, foi incluído no rol organizado para "se fazer um capitão, conforme ao regimento do senhor governador". Por mais cinco anos permaneceria Sardinha na obscuridade, cuidando tão somente de seus negócios particulares. • 17°. Oficiais da Câmara ainda reclamavam que Afonso Sardinha, o pai • 18°. Sardinha é eleito vereador* • 19°. Terras No ano seguinte veria Afonso Sardinha aumentada suas propriedades. Tendo requerido a Gaspar Conqueiro, capitão e ouvidor com alçada em São Vicente, loco tenente de Lopo de Souza, que como morador antigo da capitania, que em tudo servira a el-Rei e pronto estava para outra vez o fazer, desse-lhe "uns alagadiços e campos", situados ao longo do rio "Jerobatiba", de ambos os lados, onde tinha sua fazenda e um trapiche de açúcar, deferindo-lhe o ouvidor ao que pedia, mandando passar-lhe a respectiva carta em data de 3 de novembro de 1607. • 20°. Fundição criada por Afonso Sardinha no morro Ipanema para de funcionar • 21°. Doação da Aldeia de Carapicuíba feita por Afonso Sardinha e sua mulher Maria Gonçalves • 22°. Falecimento de Suzana Dias Dessa maneira, embora não se sabia a idade exata de cada um deles, ficam identificado treze, dos quinze filhos a que se refere Suzana Dias em seu testamento datado de 1628, ditado na casa de Baltazar Fernandes Alvarenga, como testamenteiro de sua mãe, em Santa Ana de Parnaíba. • 23°. Balthazar Fernandes deixa o Uruguai com cerca de 400 escravizados* Balthazar Fernandes foi companheiro de seu irmão André em 1613 na expedição para o sertão goiano, e, como ele também foi para o Rio Grande do Sul de 1637 a 1639, trazendo de suas expedições, centenas de nativos. Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645. • 24°. Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645. • 25°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* Balthazar Fernandes foi companheiro de seu irmão André em 1613 na expedição para o sertão goiano, e, como ele também foi para o Rio Grande do Sul de 1637 a 1639, trazendo de suas expedições, centenas de nativos. Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba.Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645. • 26°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
Atualizado em 01/11/2025 01:58:58 “História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior ![]() Data: 1969 Créditos: Jesuíno Felicíssimo Junior Página 6
• 1°. Nascimento de Bartolomeu Camacho É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"... [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V] • 2°. Possível nascimento do Mestre Domingos Gonçalves Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. [Página IV] Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos". É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"... Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353). Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes Cabral não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência". Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa". E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [Página V] Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi. Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. • 3°. Possível nascimento • 4°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página IV] Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos". É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"... Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353). Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência". Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa". E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V] Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi. Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 1] • 5°. Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” Era óbvio que desde o início do povoamento do Brasil pelos civilizados europeus, o ferro e as atividades de ferreiro seriam de grande importância e imprescindíveis para atender suas solicitações mínimas de bem estar, de produção e defesa. Já na Expedição de Martim Afonso de Souza, ao desembarcar na barra do Tumiaru, em praias Vicentinas, a 22 de janeiro de 1532, para dar início ao povoamento do Estado do Brasil, deparamos com Bartolomeu Gonçalves, também mais conhecido por Mestre Bartolomeu Fernandes e ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes dêsse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de “Carrasco”, no ambiente Vicentino de então, era designativa do ofício de ferreiro. Mestre Bartolomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga — peixe sêco —, tornando-se um dos seus primei-os povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba — sítio dos Jiribás —, às margens do rio dêste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi. Tudo indica que Mestre Bartolomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou à sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja à margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou, nas suas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. [p. 1] • 6°. Meste Bartholomeu frequentara estas paragens Sendo certo que Meste Bartholomeu frequentara estas paragens de 1535 a 1566, é admissível, que sua curiosidade, habilidade de improvisação e conhecimento da arte aliadas ao fato de que também se reduzia minério em forjas de ferreiro, possivelmente, o levaram a utilizar este minério para sua conversão em artefatos de ferro, ficando aceitável a suposição de poder ter sido este local o verço do 1° empreendimento siderúrgico do Brasil e das Américas. Se tal suposição, não for exata, tal galardão continuará com Araçoiaba, mantendo-se Ibirapuera, em 2° lugar, como geralmente se considera. • 7°. Casamento de Rodrigo Alvares e Catarina Ramalho Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos". É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"... Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353). Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência". Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa". E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [Página V] • 8°. Procurador do Concelho • 9°. Portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi.Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. • 10°. Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte (Américo de Moura) louva-se em Frei Gaspar, frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos". [Página V] • 11°. Leonardo Nunes e o noviço Mateus Nogueira chegam à São Paulo Em 1559, o inolvidável padre Leonardo Nunes, cognominado "Abarebebê" - o padre Voador -, trazia do Convento da Penha, em Vitória, capitania de Espírito Santo, para a aldeia do Colégio dos Jesuítas, no âmago da atual São Paulo, o noviço Mateus Nogueira que, no século, fôra espião, soldado, ferreiro, fundidor e armeiro em terras africanas. [p. 2] [24536] • 12°. Registro de terras Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. [Página IV] • 13°. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi. Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. • 14°. Morre em Piratininga o irmão Matheus Nogueira, coadjutor temporal, ferreiro de sua profissão, e primeiro religioso que a Companhia adquiriu nestas partes • 15°. Carta de Sesmaria: Mestre Bartholomeu e Bartholomeu Carrasco • 16°. “Tudo indica o falecimento de Mestre Bartholomeu” Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comercializados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior, página 1] • 17°. Documento A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido Avezedo Marques leu era CARASCO, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. • 18°. “confirmando a mudança do nome de Domingos para Bartolomeu” Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido Avezedo Marques leu era CARASCO, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros • 19°. Intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra” Um segundo Bartolomeu Fernandes que a história registra, possivelmente descendente em 1.a linha de seu homônimo reinol, foi intimado pela Câmara, ás alturas de 1578, a estabelecer regimento de seu ofício - "carvão, ferro e aço" - para não explorar o povo com preços escorchantes, obrigando-se a fazer "... foices roçadeiras, calçadas ou não, cavilhas, pregos de vários formatos inclusive os verdugos e chapas de ferro". Em 19 de julho de 1578, este ferreiro foi intimado a não ensinar seu ofício a um mameluco ou índio de sua adoção, sob pena de multa de 10 cruzados. Alguns historiadores identificam este aprendiz como sendo seu filho Gaspar. [p. 3] • 20°. Mestre Bartholomeu “foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção” Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência".Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa".E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V] • 21°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias E em 1580 Américo de Moura, 1881- 1953) a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê- se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V] André Fernandes que em 1580, ao lado de seu pai e de sua mãe, participou da fundação de Santa Ana de Parnaíba. [Página 15] • 22°. O procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer • 23°. Em seu Testamento descreve seus bens, especialmente uma grande Fazenda em Amboaçava, onde Braz Cubas teria “umas cruzes de pedras” Perante o tabelião Belchior da Costa, fez seu primeiro testamento por “... sendo mortal e não sabendo o que Deus Nosso Senhor por mim fará, estando de saúde e em todo o meu juízo e entendimento, ordeno que esta cédula e mando em maneira seguinte: ... o que faço por não ter herdeiro nenhum forçado a quem de direito deva deixar minha fazenda, por Afonso Sardinha, o moço, é havido depois de eu ter casado (1550) com minha mulher (Maria Gonçalves), por eu ter já a ele feito o que devia e lhe ter já dado de minha fazenda até 500 cruzados, nos quais entram as terras onde está no Amboaçava, as quais se entenderá da ribeira da aguada dos nativos do forte até onde fiz minha demarcação, e que esta fazenda será entregue aos reverendos padres da companhia de Jesus desta casa do Senhor São Paulo desta vila...” • 24°. Dom Francisco mudou o pelourinho, enviou moradores mas somente os "Sardinha" tinha autorização de entrar nas minas de "Obiracoyava" • 25°. Convocação de D. Francisco de Sousa Em 1602, D. Francisco de Souza foi substituído no Governo Geral do Brasil por D. Diogo Botelho, permanecendo em São Paulo até 1605, só voltando à Espanha face sua convocação pela carta régia de 19 de março de 1605. Na Espanha, D. Francisco tratou de preparar seu regresso ao Brasil em nova investidura. Durante a sua ausência, os moradores do Vale das Furnas trasladaram-se para Itavuvu, ás margens do rio Sorocaba, 2 léguas a nordeste de Araçoiaba e cerca de meia légua a jusante da barra do rio Pirajibú, à sua margem direita. Regressando da Espanha em 1610, D. Francisco de Souza conformou-se com o êxodo de Araçoiaba, mas mudou o nome de Itavuvu ou Itapeboçu para São Filipe, em homenagem a Filipe II da Espanha e I de Portugal, mandando instalar um pelourinho, para atribuir-lhe fotos de autonomia e câmara. • 26°. D. Francisco no posto de governador e administrador das minas do Espirito Santo, Rio de Janeiro e S. Paulo, separadas do governo geral da Bahia por provisão régia assinada em Lerma D. Francisco no posto de governador e administrador das minas do Espirito Santo, Rio de Janeiro e S. Paulo, separadas do governo geral da Bahia por provisão régia assinada em Lerma. (História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior, Página 9) • 27°. Cornélio Arzão teria erguido a matriz de São Paulo • 28°. Francisco de Souza chega em São Paulo* Durante a sua ausência, os moradores do Vale das Furnas trasladaram-se para Itavuvu, ás margens do rio Sorocaba, 2 léguas a nordeste de Araçoiaba e cerca de meia légua a jusante da barra do rio Pirajibú, à sua margem direita. Regressando da Espanha em 1610, D. Francisco de Souza conformou-se com o êxodo de Araçoiaba, mas mudou o nome de Itavuvu ou Itapeboçu para São Filipe, em homenagem a Filipe II da Espanha e I de Portugal, mandando instalar um pelourinho, para atribuir-lhe fotos de autonomia e câmara. [p. 8 e 9] • 29°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro Empreendedor e ativo, Arzão, em 1610, construiu a Igreja Matriz de São Paulo e foi o primeiro que, em 1613, introduziu nos campos de Piratininga a lavoura de trigo e construiu um moinho no Anhangabaú. Arzão, tronco de numerosa e notável descendência, teve vida ativa e atribulada, sendo excomungado em 1618, encarcerado e seus bens sequestrados. [p. 10] • 30°. Cornélio de Arzão foi excomungado, encarcerado e seus bens sequestrados No seu segundo governo, D. Francisco de Souza esteve em São Paulo em novembro de 1609 para registrar um grande número de alvarás, provisões e ordens régias e seguiu logo para Araçoiaba, com o propósito de reanimar o empreendimento metalúrgico e mineiro alí em decadência. A povoação espontânea que começara a desenvolver-se junto ao morro foi incentivada por D. Francisco de Souza que, também, procurou incrementar a produção de ferro. Nessa sua viagem de volta e incursão, se fez acompanhar de Cornélio de Arzão, natural de Flanders, que veio com a missão especial de construir os engenhos das minas, mediante o salário anual de 200 cruzados. Empreendedor e ativo, Arzão, em 1610, construiu a Igreja Matriz de São Paulo e foi o primeiro que, em 1613, introduziu nos campos de Piratininga a lavoura de trigo e construiu um moinho no Anhangabaú. Arzão, tronco de numerosa e notável descendência, teve vida ativa e atribulada, sendo excomungado em 1618, encarcerado e seus bens sequestrados. • 31°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas Em 23 de setembro de 1619, André Fernandes, que em 1580, ao lado de seu pai e de sua mãe, participou da fundação de Santa Ana de Parnaíba, obteve do Capitão-Mór de São Vicente, Gonçalo Correia de Sá, uma sesmaria de terras com minas em Ibituruna. Nessa ocasião, seu irmão Balthazar Fernandes também obteve sesmaria no Porto das Canoas, vizinha da de André, e levantou em Parnaíba um forno para fundição de ferro que, em 1645, foi sequestrado e desmontado em consequência de denúncia e representação de Francisco Jorge ao Juiz Ordinário paulo do Amaral. Foi mais um Fernandes e talvez o último, que viu seu pendor de ferreiro e fundidor embaraçado pela autoridade local. • 32°. Clemente Não obstante o empenho dos paulistas em ter sua própria siderurgia, o ofício de ferreiro continuou a ser severamente fiscalizado e vemos, em 1624, Clemente Alvares, grande minerador e prático de forja, ser punido das atividades pouco obedientes as prescrições impostas pela Câmara de São Paulo, em 1626 por "causa crime". [Página 15] • 33°. Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba Em 23 de setembro de 1619, André Fernandes que em 1580, ao lado de seu pai e de sua mãe, participou da fundação de Santa Ana de Parnaíba, obteve do Capitão-Mór de São Vicente, Gonçalo Correia de Sá, uma sesmaria de terras com minas em Ibituruna. Nessa ocasião seu irmão Balthazar Fernandes também obteve sesmaria no Porto das Canoas, vizinha da de André, e levantou em Parnaíba um forno para fundição de ferro que, em 1645, foi sequestrado e desmontado em consequência de denúncia e representação de Francisco Jorge ao Juiz Ordinário Paulo do Amaral. Foi mais um dos Fernandes e talvez o último, que viu seu pendor de ferreiro e fundidor embaraçado pela autoridade oficial. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 15] • 34°. “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página IV] Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos". É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"... Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353). Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência". Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa". E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [Página V] • 35°. Memória Histórica Sobre a Fundação da Fábrica de Ferro de S. João de Ipanema, 1822. Senador Vergueiro (1778-1859) Diz-se que nos pequenos frascos estão as melhores essências. Vox populi vox Dei. É uma verdade. A "pequena" História da Siderurgia de São Paulo não deixa de ser uma grande História, por abrir caminho para obras de maior vulto e roteiro seguro ampliá-la, porque o tema é fascinante e representa, hoje, uma das grandes realizações no campo industrial paulista - a metalurgia que alcançou alto grau de progresso. A obra, na sua quase total extensão fixa-se, como, aliás, se impunha, nos dois mais importantes cenários da história do ferro em São Paulo: Ipanema e Ibirapuera, sobretudo em Ipanema que, realmente, até o fim do Império foi o centro nevrálgico da tímida siderúrgica paulista, e diz bem, em melancólica comprovação, o Autor: "Ipanema é, hoje, um repositório dos mais autênticos monumentos siderúrgicos históricos do Brasil, em processo acentuado de destruição". A par desse, o Autor alinha, na sucesso do tempo, do Brasil Reino ao Brasil República, os remanescentes que se conservam, em nossos dias, reclamando cuidados dos poderes públicos para que se preservem os monumentos históricos do complexo Ipanema. São poucos, não excedem a treze, e estão devidamente citados. Informe-se que o apelo aqui lançado pelo autor aos poderes públicos já estão sendo atendidos pelo Conselho Nacional da Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico. É agradável a jornada através das páginas escritas pelo Autor em linguagem clara e objetiva, exumando os principais vultos da história da siderurgia paulista e acentuado-lhes os feitos e os altos marcantes do processo histórico. Não se esquece de Dom Francisco de Souza, a quem alguns autores dão indevidamente o título de Marquês das Minas. Tenho as minhas restrições para com a figura quinhentista, apelidado Dom Francisco das Manhas, mas concordo que haja sido de grande projeção. [p. III, IV] • 36°. Os Povoadores do Campo de Piratininga. Américo de Moura Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro. A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros." [Página IV] Quanto a Bartolomeu Gonçalves, a mesma fonte, Américo de Moura (1881-1953), louva-se em Frei Gaspar (1715-1800), frisando: "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição d Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos FOI O ÚNICO FERREIRO da Capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Brás Cubas grande sesmaria em Santos". É certo que este "mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra" mudou o nome de batismo de tal forma que, diz Américo de Moura (1881-1953), "poderia disputar a Bartolomeu Antunes a identificação por mim suposta como Bartholomeu Camacho"... Entretanto, há entre os numerosos Fernandes, um Bartholomeu a que uo autor se refere como "um segundo Bartholomeu Fernandes que a História registra, possivelmente descendente em 1a. linha de seu homônimo reinol", como há, também, outro Bartholomeu Gonçalves, este mameluco, filho do Padre Adão Gonçalves (antes de entrar para a Companhia de Jesus), nascido em 1548, que entrou e faleceu na Companhia (Serafim Leite, História I, 576, 577, "Cartas" III, 191, 353). Américo de Moura (1881-1953) investigando a origem de Bartholomeu Fernandes não conseguiu descobri-la, mas atribuiu a ele e não à mulher o "nome CABRAL que aparece em sua descendência". Também, foi ferreiro e era analfabeto. O autor está em plena concordância com as melhores fontes, quando refere que o dito ferreiro "foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção". De fato, em 1579, intimaram-no "a não ensinar o oficio a um nativo que tinha em casa". E em 1580 (Américo de Moura, 1881-1953), a cominação foi mais forte: era ele obrigado a expulsar de casa o nativo Gaspar". Vê-se que não é fácil deslindar o caso do Mestre Bartholomeu: três pessoas distintas ou uma só, como pretende o Autor, com três nomes diferentes? [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página V] Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi. Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro. [História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 1]
Atualizado em 01/11/2025 01:58:57 Revista do Arquivo Municipal, CLXXX. Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade, 1970 ![]() Data: 1970 Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade. Página 50
• 1°. Casamento de Rodrigo Alvares e Catarina Ramalho Em São Paulo, moradia à rua Direita, então ainda sem denominação. A referência é clara na petição que frei João de Carvalho prior do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Santos, vindo a São Paulo, fez ao juiz Manuel Fernandes. E do qual consta: "desse juramento a pessoas antigas e sem suspeitas para declararem o caminho de Piratininga que vinha da vila velha de Santo André". João Maciel e Pascoal Dias depuseram que o caminho vinha de Santo André pelo curral que foi de Aleixo Jorge, penetrava à ponte do Tabatinguera, seguia direito pela rua onde estava o mosteiro dos Padres da Companhia, passava pelas portas que foram de Afonso Sardinha, Rodrigo Álvares, e Martim Afonso (Tibiriça elucida monsenhor Silveira de Camargo) e ia sair no ribeiro (Tamamduateí) até o rio grande (Tietê). [Revista do Arquivo Municipal, CLXXX. Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade, 1970. Páginas 604 e 605 do pdf] • 2°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Em 1585 figurava Sardinha no estado-maior da expedição contra os carijós, juntamente com Antônio de Proença, Sebastião Leme, Manuel Ribeiro, Salvador Pires, Afonso Dias e Jerônimo Leitão. • 3°. Ata: em Santos "tupiniquins vem marchando" O ano de 1590 seria depois frequentemente lembrado. Era o do assalto à vila. A ata do dia 13 de abril contém o apelo lancinante de socorro a todos os povoados. "Com muita brevidade porquanto o gentio estava já junto nas fronteiras e era certeza vir marchando com grande guerra sobre a vila". O socorro vem de "todas as vilas deste mar e a Itanhaém". [Revista do Arquivo Municipal, CLXXX. Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade, 1970. Página 603 do pdf] • 4°. Afonso Sardinha aparece em todas as atas desse tempo. No dia 1 de julho de 1590 lá está: "se ajuntarão em Câmara oficiais dela, a saber: Afonso Sardinha, Sebastião Leme, vereadores e juiz Fernão Dias" O Ataque arrasador - O ano de 1590 seria depois frequentemente lembrado. Era o do assalto à vila. A ata do dia 13 de abril contém o apelo lancinante de socorro a todos os povoados. "Com muita brevidade porquanto o gentio estava já junto nas fronteiras e era certeza vir marchando com grande guerra sobre a vila". O socorro vem de "todas as vilas deste mar e a Itanhaém". Afonso Sardinha aparece em todas as atas desse tempo. No dia 1 de julho de 1590 lá está: "se ajuntarão em Câmara oficiais dela, a saber: Afonso Sardinha, Sebastião Leme, vereadores e juiz Fernão Dias". • 5°. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil Depois da vinda de D. Francisco de Sousa, governador geral do Brasil entre 1591 e 1602, a vida recebera novos estímulos. "E o verdadeiro promotor do bandeirismo" - Escreve Taunay. Agora a vida corre em paz. "A vila durante a semana ficava deserta porque os moradores iam trabalhar nas suas fazendas. Os padres seculares viviam nas suas casas e alguns tinham a sua fazendinha. "Os religiosos nos conventos ocupados em seus misteres e também com fazendas para a cultura de cereais e criação de gado. Era coisa comum esta modalidade de vida e por vêzes necessária à manutenção própria dos agregados". Monta fornos de fundição. Araçoiaba, depois denominada Ipanema, para os lados de Sorocaba, resulta de sua experiência. Ali seria depois montada a grande metalúrgica do reinado D. João VI. E em Ibirapuera. Ainda existem seus restos em Santo Amaro. [Páginas 604 e 605 do pdf] • 6°. Francisco Correa Lemos- 6/4/1630- Foi morador do ES. No rocio da vila, indo para N.S. do Guaré pelo caminho da encruzilhada de Piratininga até Ascenço Ribeiro em Piratininga até a encruzilhada de Tabacoara, terras devolutas • 7°. Testamento de Isabel de Proença é assinado em Santana de Parnaíba Seiscentista era a casa de Pedro Vaz de Barros, em muros de pedra. Um dos motivos era a defesa contra os nativos. Não se conservaram estas casas. Do mesmo modo não se sabe de casas de taipa de mão ou de pau-a-pique seiscentistas. Houve-as, principalmente menores, mas até mesmo grandes, em terras menos própria para taipa e junto à abundante madeira da floresta. No inventário de Isabel de Proença, com testamento em novembro de 1654, consta que a casa do fundador de Sorocaba, Balthazar Fernandes, era de pau-a-pique. E muito grande. • 8°. Documento Das inúmeras curiosidades anotadas, acontecidas no decurso pesquisado, encontramos, com a data de 25 de março de 1680, uma carta do Ouvidor Geral da Repartição do Sul, Dr. André da Costa Moreira, ordenando que Francisco Nunes de Siqueira se afastasse sete ou oito léguas, visto o mal estar que causava a sua presença na vila, dado que podia interferir no resultado das eleições marcadas para o dia 21 de abril, de renovação do quadro de vereadores. Foi assim banido, por uns dias, a uma distância de 50 quilômetros, para não exercer a sua influência, ou não perturbar o processamento das eleições. (Rev. Geral, vol. 3, pg. 244). • 9°. Eleições em São Paulo Das inúmeras curiosidades anotadas, acontecidas no decurso pesquisado, encontramos, com a data de 25 de março de 1680, uma carta do Ouvidor Geral da Repartição do Sul, Dr. André da Costa Moreira, ordenando que Francisco Nunes de Siqueira se afastasse sete ou oito léguas, visto o mal estar que causava a sua presença na vila, dado que podia interferir no resultado das eleições marcadas para o dia 21 de abril, de renovação do quadro de vereadores. Foi assim banido, por uns dias, a uma distância de 50 quilômetros, para não exercer a sua influência, ou não perturbar o processamento das eleições. (Rev. Geral, vol. 3, pg. 244). • 10°. “Paragem chamada Piritininga” • 11°. Terras • 12°. Falecimento de Dona Escolástica Veloso • 13°. Terras • 14°. Terras • 15°. Falecimento de Bento Gomes de Oliveira • 16°. Terras • 17°. Caminho • 18°. Caminho
Atualizado em 01/11/2025 01:58:56 Processo de Tombamento das Forjas de Santo Amaro (1972) ![]() Data: 1972 01/01/1972
Atualizado em 01/11/2025 01:58:56 Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História ![]() Data: 1974 Créditos: Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História
• 1°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos • 2°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” • 3°. O Capitão Balthazar Fernandes doou a Igreja de Nossa Senhora da Ponte, hoje Mosteiro de São Bento, aos frades beneditinos existentes na Vila de Parnaiba. Em 1661, Balthazar Fernandes, o fundador de Sorocaba, manda construir a Igreja de Nossa Senhora no local onde é hoje o mosteiro de São Bento, legando-a aos padres Beneditinos do Parnaíba, pois ele era bandeirante que com toda sua família e escravizados veio do Parnaíba para Sorocaba. A nova matriz, teve o início de sua construção em 1770 e em 1773 foi solenemente inaugurada. • 4°. mudança Em 1661, Balthazar Fernandes, o fundador de Sorocaba, manda construir a Igreja de Nossa Senhora no local onde hoje é o mosteiro de São Bento, legando-a aos padres Beneditinos do parnaíba, pois ele era bandeirante que com toda sua fazenda e escravizados veio de Parnaíba para Sorocaba. A nova matriz teve o início de sua construção em 1770 e em 1773 foi solenemente inaugurada. • 5°. “Acha-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ponte da Vila de Sorocaba destituída de toda a qualidade de ornamentos precisos para a celebração dos Officios Divinos” Em 1661, Balthazar Fernandes, o fundador de Sorocaba, manda construir a Igreja de Nossa Senhora no local onde hoje é o mosteiro de São Bento, legando-a aos padres Beneditinos do parnaíba, pois ele era bandeirante que com toda sua fazenda e escravizados veio de Parnaíba para Sorocaba. A nova matriz teve o início de sua construção em 1770 e em 1773 foi solenemente inaugurada. (Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História, 1974. Página 1490
Atualizado em 01/11/2025 01:58:56 Anais do VII Simpósio Nacional dos Professores Universitários de História* ![]() Data: 1973 Organizado pelo Prof. Eurípedes Simões de Paula. Página 1490
Atualizado em 01/11/2025 01:58:55 “Imagem de Nossa Senhora da Ponte não seria a original”, jornal Cruzeiro do Sul ![]() Data: 1982 Créditos: Jornal Cruzeiro do Sul (Mosteiro São Bento(ar fernandes
• 1°. Matriz até 1783
Atualizado em 01/11/2025 01:58:55 Hino de Sorocaba foi cantado pela primeira vez defronte ao busto de Balthazar Fernandes pelas crianças do Instituto Matheus Maylasky, onde lecionava a autora da música, que o regeu ![]() Data: 1978 Créditos: Douglas Gomes / Antônio Carlos Sartorelli Dia 15 de agosto de 1975 o Hino de Sorocaba foi cantado pela primeira vez defronte ao busto de Balthazar Fernandes pelas crianças do Instituto Matheus Maylasky, onde lecionava a autora da música, que o regeu.((emm)(Mosteiro São Bento
Atualizado em 01/11/2025 01:58:54 Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Aluísio de Almeida, Jahyra B. Arrua, Jair T. Veiga, Néglio F. Arruda e Oswaldo Cambiaghi ![]() Data: 1989 Créditos: Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba
• 1°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias Balthazar Fernandes era filho de Manuel Fernandes Ramos, português, e de Suzana Dias, paulistana, bisneta de Tibiriçá. Teria nascido no Ibirapuera e acompanhada a família a Parnaíba. Mesmo que aí nascesse, antes de 1624, tinha de ser paulistano. Não há assentamento de batismo. Um cálculo aproximado dá o ano de 1580 para o natal do homem que fundou Sorocaba. Octagenário. • 2°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas Tudo começou no Morro de Araçoiaba, a três quilômetros do ribeiro Ipanema. no seu tributário. riacho das Furnas, donde até o fim do século passado se retirava o minério de ferro à flor da terra. Cerca de dez anos antes de terminar o século 16, aí fundou Afonso Sardinha, natural de Santos, e filho de um homônimo português. um primitivo engenho e forja para a fundição do ferro. Provavelmente em 1589 descobriu também ouro.aí e nas imediações, em pequena quantidade. Em 1599-1600 Dom Francisco de Souza, Governador Geral do Brasil,foi pessoalmente ao Araçoiaba. sonhando com minas de ouro, e fundou uma vila sob a proteção de Nossa Senhora do Monte Serrat. • 3°. Casamento de Balthazar Fernandes e Maria de Zunega A primeira esposa, Maria de Zúnega era de Assunção no Paraguai. Como se haveria realizado tal casamento cerca de 1600? Os de Assunção haviam fundado a Vila Rica de Guairá, perto das Sete Quedas. Como a primeira filha aí nasceu e não houve mais, é de crer que logo faleceu a primeira esposa, podendo ele passar às segundas núpcias com dona Isabel de Proença, paulista. Os genros "castelhanos" somente se mudaram para Parnaíba, onde se casaram, depois de 1630. • 4°. Francisco Rodrigues recebeu de D. Francisco de Souza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo, além do morro do Araçoiaba, desde a tapera de “Ibapoara”, topônimo desconhecido Já desde 1601 Francisco Rodrigues recebeu de Dom Francisco de Souza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo, além do morro do Araçoiaba, desde a tapera de "Ibapoara", topônimo hoje desconhecido mas que corresponde a terras da confluência do Sorocaba e do Sarapuí. [p.12] Hibapaára - Lugar á margem direita do rio Sarapuhy, no Estado de São Paulo, mencionado em um documento de 14 de julho de 1601 como tapera. "Hibapaára, diz o Dr. João Mendes de Almeida, corruptela de Ib-apá-á, ramo torcido e quebrado. De ib, árvore; apá, torcer, torcido; á, quebrar. Alusivo ao costume que os nativos tem de assinalar, por maio de ramos torcidos e quebrados, a rota que seguem nas matas, e mesmo nos campos, quando há árvores para isso; afim de que outros os possam seguir ou eles possam voltar ao mesmo lugar de onde saíram" [Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba; 1660-1956 (1989) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba p.12] • 5°. Dom Francisco mudou o pelourinho, enviou moradores mas somente os "Sardinha" tinha autorização de entrar nas minas de "Obiracoyava" Já desde 1601 Francisco Rodrigues recebeu de Dom Francisco de Souza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo, além do morro do Araçoiaba, desde a tapera de "Ibapoara", topônimo hoje desconhecido mas que corresponde a terras da confluência do Sorocaba e do Sarapuí. • 6°. Conduzido por André Fernandes, Luis Céspedes e sua comitiva chegam no “Porto misterioso": Nossa Senhora de Atocha Já a esse tempo, desde 1628 (mapa da viagem de Dom Luiz Céspedes Xeria ao Paraguai), assinalavam-se moradores rio Sorocaba acima, aliás com o nome de rio Sarapuí. • 7°. Baltahzar dá como dote de casamento à filha Potência de Abreu, casada com Manuel Bicudo Bezarano Seguindo o Piragibu abaixo, 1641, Balthazar Fernandes havia dado como dote de casamento à filha Suzana, as terras do Taquarivaí, não longe da atual Aparecida. Parece que, antes de mudarem se, ele e seus parentes estabeleceram currais de gado, e que ainda no sul do Estado se chamam "retiros". longe da sede da fazenda. • 8°. Fundada a vila da Parnaiba, sendo o mosteiro Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro de Santana de Parnaíba doação do capitão André Fernandes • 9°. Outro parnaibano, Baltazar Carrasco dos Reis iniciava o povoamento de Curitiha Em 1654, Balthazar se transferiu definitivamente para Sorocaba, segundo Azevedo Marques e o Livro do Tombo desta Paróquia. De fato, o vigário Pedro Domingues Paes, escrevendo naquele livro em 1747, ainda ouviu os velhos darem a data aproximada da fundação: pelos anos de 1646. Os antigos não pensavam senão nos primeiros povoadores em geral, e já os havia esparsos. Possivelmente os peões (nativos administrados) já haviam fundado um estabelecimento de criação de gado. Contemporaneamente se fundava Curitiba, e, quarenta anos depois, já havia um caminho unindo as duas povoações pelo Itararé, e feito a pata de gado. Também é possível que, em 1646 Balthazar obtivesse a sesmaria de Sorocaba por doação ou compra, e tal documento com razão se conservava entre os herdeiros. Em 1648 cuidava ele em Parnaíba do Inventário da filha Isabel. • 10°. Balthazar funda uma capela sob a invocação de “Nossa Senhora da Ponte” / vinda da imagem / transporte do pelourinho (1645/1654) Em 1654, Balthazar se transferiu definitivamente para Sorocaba, segundo Azevedo Marques e o Livro do Tombo desta Paróquia. De fato, o vigário Pedro Domingues Paes, escrevendo naquele livro em 1747, ainda ouviu os velhos darem a data aproximada da fundação: pelos anos de 1646. Os antigos não pensavam senão nos primeiros povoadores em geral, e já os havia esparsos. Possivelmente os peões (nativos administrados) já haviam fundado um estabelecimento de criação de gado. Contemporaneamente se fundava Curitiba, e, quarenta anos depois, já havia um caminho unindo as duas povoações pelo Itararé, e feito a pata de gado. Também é possível que, em 1646 Balthazar obtivesse a sesmaria de Sorocaba por doação ou compra, e tal documento com razão se conservava entre os herdeiros. Em 1648 cuidava ele em Parnaíba do Inventário da filha Isabel. • 11°. Em data não sabida. por volta de 1650, estabelece-se no Apotribu, a meio caminho de Sorocaba, sua filha Potência de Abreu. casada com Manuel Bicudo Bezarano Em data não sabida. por volta de 1650, estabelece-se no Apotribu, a meio caminho de Sorocaba, sua filha Potência de Abreu. casada com Manuel Bicudo Bezarano. Seguindo o Piragibu abaixo, 1641, havia ele dado como dote de casamento à filha Suzana, as terras do Taquarivaí, não longe da atual Aparecida. Parece que, antes de mudarem se, ele e seus parentes estabeleceram currais de gado, e que ainda no sul do Estado se chamam "retiros". longe da sede da fazenda. • 12°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* Em 1654, Balthazar se transferiu definitivamente para Sorocaba, segundo Azevedo Marques e o Livro do Tombo desta Paróquia. De fato, o vigário Pedro Domingues Paes, escrevendo naquele livro em 1747, ainda ouviu os velhos darem a data aproximada da fundação: pelos anos de 1646. Os antigos não pensavam senão nos primeiros povoadores em geral, e já os havia esparsos. Possivelmente os peões (nativos administrados) já haviam fundado um estabelecimento de criação de gado. Contemporaneamente se fundava Curitiba, e, quarenta anos depois, já havia um caminho unindo as duas povoações pelo Itararé, e feito a pata de gado. Além dos filhos, genros, parentes, amigos de Balthazar que transmigraram da Parnaíba em 1654, houve pois, moradores de outras procedências. Ele porém, é o fundador de quem os outros, mesmo filhos e genros, não passam de ajudantes. Porque na família patriarcal o chefe é absoluto. • 13°. “E em 20 de abril de 1660 havia garantido a estabilidade do povoado, fundando um mosteiro beneditino” Em 1654, Balthazar se transferiu definitivamente para Sorocaba, segundo Azevedo Marques e o Livro do Tombo desta Paróquia. De fato, o vigário Pedro Domingues Paes, escrevendo naquele livro em 1747, ainda ouviu os velhos darem a data aproximada da fundação. E em 20 de abril de 1660 havia garantido a estabilidade do povoado, fundando um mosteiro beneditino. [p. 14] • 14°. Havia um caminho
Atualizado em 01/11/2025 01:58:54 Largo São Bento no final dos anos 90. Foto de Wilson Munhos ![]() Data: 1999 Créditos: Crédito/Fonte: Wilson Munhos 01/01/1999
Atualizado em 01/11/2025 01:58:54 Wanderson Esquerdo Bernardo, arqueólogo sorocabano ![]() Data: 2021 Créditos: Oficina Geo Histórica Adolfo Frioli (£) casarão de balthazar fernandes (ccc)
• 1°. O “Descobrimento” do Brasil Para o arqueólogo sorocabano Wanderson Esquerdo Bernardo, Historicamente, los Tupínikin fueron los primeros del grupo Tupí a entrar em contacto com los portugueses. [...] En un mapa de 1640 de Jansenius Blaeu, vemos el sudeste de Brasil, a la altura de Trópico de Capricornio que pasa por la región de Sorocaba, habitada por los Tupinikin, al norte, margen derecha del rio Tietê poblada por los tupinambás y sur por los carijós (guaraníes). Finalmente, en 1654, cuando el conquistador portugués Balthazar Fernandes, funda Sorocaba construyendo su casagrande y una capilla, las aldeas indígenas de la región ya no existían debido a la sistemática esclavitud de sus antiguos habitantes (ESQUERDO, 1998, p. 3). • 2°. Sorocaba já era conhecida e habitada Para o arqueólogo sorocabano Wanderson Esquerdo Bernardo, Historicamente, los Tupínikin fueron los primeros del grupo Tupí a entrar em contacto com los portugueses. [...] En un mapa de 1640 de Jansenius Blaeu, vemos el sudeste de Brasil, a la altura de Trópico de Capricornio que pasa por la región de Sorocaba, habitada por los Tupinikin, al norte, margen derecha del rio Tietê poblada por los tupinambás y sur por los carijós (guaraníes). Finalmente, en 1654, cuando el conquistador portugués Balthazar Fernandes, funda Sorocaba construyendo su casagrande y una capilla, las aldeas indígenas de la región ya no existían debido a la sistemática esclavitud de sus antiguos habitantes (ESQUERDO, 1998, p. 3). • 3°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* Para o arqueólogo sorocabano Wanderson Esquerdo Bernardo, Historicamente, los Tupínikin fueron los primeros del grupo Tupí a entrar em contacto com los portugueses. [...] En un mapa de 1640 de Jansenius Blaeu, vemos el sudeste de Brasil, a la altura de Trópico de Capricornio que pasa por la región de Sorocaba, habitada por los Tupinikin, al norte, margen derecha del rio Tietê poblada por los tupinambás y sur por los carijós (guaraníes). Finalmente, en 1654, cuando el conquistador portugués Balthazar Fernandes, funda Sorocaba construyendo su casa grande y una capilla, las aldeas indígenas de la región ya no existían debido a la sistemática esclavitud de sus antiguos habitantes (ESQUERDO, 1998, p. 3). O mapa de Jansenius Blaeu também pode ser encontrado na série de fascículos do jornal Cruzeiro do Sul (Figura 4), escritos por Bonadio e Frioli (2004, p. 31), para os quais O povoado do Itavuvu, elevado a vila com o nome de São Felipe, aparece neste mapa de 1640, de Guilherme Jansênio Blaeu com o nome de Philippa villa. O trabalho cartográfico a localiza corretamente num ponto próximo ao rio Sorocaba e registra a vizinhança dos Tupiniquim. A região, no entanto, é mostrada como se estivesse muito mais próxima do Paraguai do que na realidade (minhas ênfases). [p. 295] • 4°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre O trabalho cartográfico a localiza corretamente num ponto próximo ao rio Sorocaba e registra a vizinhança dos Tupiniquim. A região, no entanto, é mostrada como se estivesse muito mais próxima do Paraguai do que na realidade (minhas ênfases). [Página 295]
Sorocaba no Império: comércio de animais e desenvolvimento urbano, por Cássia Maria Baddini junho de 2000. Atualizado em 20/05/2025 01:25:18 • Cidades (3): Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (9): José Tomás da Silveira, Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Américo Antônio Ayres (1766-1840), Antonio de Paes Madureira, Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), Barão de Iguape (1778-1875), Barão de Tatuí (64 anos), José Joaquim da Lacerda, Vicente de Oliveira Lacerda • Temas (22): Avenida Itavuvu, Bairro Itavuvu, Câmara Municipal de Sorocaba, Caminho das Tropas, Caminho de Curitiba, Caminho Sorocaba-Porto Feliz, Córrego Supiriri, Dinheiro$, Estrada Santo Antônio, Estradas antigas, Leis, decretos e emendas, Pelourinhos, Pontes, Registro de Animais, Revolução Liberal, Rua 7 de Setembro, Rua Comendador Oetterer (Piques), Rua da Penha, São Filipe, Terra Vermelha (Sorocaba), Tropeiros, Vila Santana / Além Linha
• 1. Governador da Província de São Paulo, Antonio da Silva Caldeira Pimentel, escreve ao rei 16 de julho de 1728 A resistência à abertura da estrada foi o principal motivo para o fracasso da expedição do sargento-mor Francisco de Souza e Faria, a primeira encarregada pelo governador da capitania paulista, Caldeira Pimentel, para construir o caminho até o sul, em 1728. Segundo Cristovão Pereira de Abreu:A esta diligência foram sempre opostos vários moradores das vila de Santos, Paranaguá e Coritiba, e da mesma sorte os da vila de Laguna e de Santa Catarina, estes porque, vivendo retirados, ou por crimes, ou por outros iguais motivos (...), receosos de que com a abertura do novo caminho perderiam as suas liberdades, o faziam impossível; e aqueles, porque sendo senhores de algumas limitadas fazendas, que há nos Campos de Coritiba, temiam, o ficar com muito menos valor."
Roteiro percorre marcos históricos e religiosos, 14.08.2011, Carolina Santana, Jornal Cruzeiro do Sul 14 de agosto de 2011, domingo. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31 • Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Cananéia/SP, Paranaguá/PR, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Votorantim/SP • Pessoas (1): Jacinto Moreira Cabral • Temas (10): Bairro de Aparecidinha, Caminho do Peabiru, Capela de Santa Ana de Sorocaba, Estrada do Ipatinga, Estradas antigas, Ipatinga, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Nossa Senhora do Pópulo, Peru, Rio Sorocaba
Atualizado em 01/11/2025 01:58:52 Ser monge na “Era do Vazio”: um estudo do Mosteiro da Ressurreição e sua mensagem de felicidade na sociedade pós-moderna ![]() Data: 2011 Créditos: Neuza de Fátima Brandellero Doutorado em Ciências da Religião. Pontifícia Universidade Católica de SP. Página 73
Atualizado em 01/11/2025 01:58:51 Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de Concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Nanci Leonzo ![]() Data: 1978 Créditos: Nguyen Thanh Nghe
• 1°. Carta a rainha Catarina e nova solicitação ao "mineiro da Rainha" que adentrasse novamente ao sertão • 2°. Intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra” Em 19 de junho de 1578 intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”. • 3°. “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes” Em 1583 ainda persistia essa preocupação. O procurador Gonçalo Madeira apresentou denúncia na sessão de 14 de setembro de 1583 de que Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes. [Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema, 2012. Eduardo Tomasevicius Filho. Página 40] • 4°. O procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer Em 19 de junho de 1578 intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra”. Em 1583 ainda persistia essa preocupação. O procurador Gonçalo Madeira apresentou denúncia na sessão de 14 de setembro de 1583 de que Manuel Fernandes,homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes.97 No mesmo sentido, em 16 de agosto de 1586 o procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer. [p. 40] • 5°. Houve problemas com esse mesmo ferreiro, mestre Bartolomeu Fernandes, denominado por Taunay de “Tubalcaim paulistano”. Este foi intimado para que mandasse seus aprendizes à vila, sob pena de mil réis de multa A Câmara da São Paulo quinhentista preocupou-se com o ofício de ferreiro. Ter-se-ia elaborado regimento ao mestre Bartolomeu Fernandes, denominado por Taunay de “Tubalcaim paulistano”, relativo às foices roçadeiras caçadas e descalçadas, enxadas, machados, e cunhas de resgate, pregos de solhar, de costado e de cinta, pernetes e verdugos de engenho cotados por diversos preços, vintenas e dezenas de réis, conforme se fornecesse o ferro, o aço ou o carvão. Em 1588 também houve problemas com esse mesmo ferreiro, acusado de desordem e abuso. Este foi intimado para que mandasse seus aprendizes à vila, sob pena de mil réis de multa. No mesmo ano, a Câmara da Vila de São Paulo solicitou ferros, sem os quais não se poderiam promover castigos. • 6°. Composição da Câmara • 7°. Registros de construção de fortificações, como a de Emboaçava • 8°. Capitão da gente de S. Paulo para reger e governar, de que teve patente por Jorge Correa, moço da câmara Afonso Sardinha foi personagem central desse primeiro estágio de mineração. Na opinião de Taunay, ele teria sido o homem mais rico de sua época. A partir da análise de seu testamento elaborado em 1592, ele importava lãs de Buenos Aires, por meio de seu correspondente Antonio Rodrigues de Barros. Vendia índios para o Rio da Prata e, por meio de seu sobrinho Gregório Francisco, trazia escravos da Costa da Mina. Importava do Rio da Prata rendas, papel, medicamentos e facas fabricadas na Alemanha. Também emprestava dinheiro a pessoas de São Paulo, Santos, São Vicente e Rio de Janeiro e alugava imóveis em São Paulo. Teria sido proprietário de uma fazenda chamada Ubatatã [Butantã], a qual corresponde atualmente ao Instituto Butantã, da USP. Foi vereador em São Paulo em 1572 e juiz ordinário em 1590. Em 1592, assumiu o comando das forças da vila ante o ataque dos indígenas, ocasião em que celebrou testamento antes de partir para a guerra. No ano seguinte, na companhia de seu sócio João do Prado, partiu em entrada na procura de ouro e planejou a escravização de índios junto com mais de cem índios cristianizados. • 9°. Em seu Testamento descreve seus bens, especialmente uma grande Fazenda em Amboaçava, onde Braz Cubas teria “umas cruzes de pedras” Afonso Sardinha foi personagem central desse primeiro estágio de mineração. Na opinião de Taunay,101 ele teria sido o homem mais rico de sua época. A partir da análise de seu testamento elaborado em 1592, ele importava lãs de Buenos Aires, por meio de seu correspondente Antonio Rodrigues de Barros. Vendia índios para o Rio da Prata e, por meio de seu sobrinho Gregório Francisco, trazia escravos da Costa da Mina. Importava do Rio da Prata rendas, papel, medicamentos e facas fabricadas na Alemanha. Também emprestava dinheiro a pessoas de São Paulo, Santos, São Vicente e Rio de Janeiro e alugava imóveis em São Paulo. Teria sido proprietário de uma fazenda chamada Ubatatã [Butantã], a qual corresponde atualmente ao Instituto Butantã, da USP. Em 1592, assumiu o comando das forças da vila ante o ataque dos indígenas, ocasião em que celebrou testamento antes de partir para a guerra. [Página 42] • 10°. Também compareceram à câmara oficiais mecânicos, entre eles, o ferreiro Clemente Álvares Em 1593 também compareceram à câmara oficiais mecânicos, entre eles, o ferreiro Clemente Álvares. [Página 41] • 11°. Sardinha Moço é nomeado almotacel com Simão Borges (de Cerqueira) estando ambos ausentes da vila Em 1592, assumiu o comando das forças da vila ante o ataque dos indígenas, ocasião em que celebrou testamento antes de partir para a guerra. No ano seguinte, na companhia de seu sócio João do Prado, partiu em entrada na procura de ouro e planejou a escravização de índios junto com mais de cem índios cristianizados. • 12°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido Muito provavelmente seu filho homônimo, mameluco, realizou pesquisas mineralógicas em direção a oeste em companhia do ferreiro Clemente Álvares, que, em 1597, que, inclusive mandou buscar em São Paulo a sua tenda de ferreiro. Por esse trabalho, encontraram ouro no Pico do Jaraguá e diversos metais na região de Parnaíba [Santana de Parnaíba], onde se localiza a então chamada Voturuna. Prosseguindo em direção oeste, encontraram o morro Biraçoiaba, onde hoje é o município de Araçoiaba da Serra, próximo a Sorocaba. Entre o Pico do Jaraguá e o morro Biraçoiaba pode-se imaginar uma linha reta, cujos pontos passam pelos municípios de Santana de Parnaíba e Araçariguama e pelo bairro de Pirapetingui. • 13°. “Estando em Biraçoyaba, passou ordem ao provedor Braz Cubas, para fazer cobrar 200$000 do fiador dos flamengos João Guimarães e Nicolau Guimarães, para as despezas que estavam fazendo com a gente do trabalho, com que se achava naquelas minas e com os soldados de infantaria que o acompanhavam” • 14°. Francisco de Souza Em 27 de novembro de 1599 teriam sido remetidos seis contos, cento vinte e nove mil, seiscentos e setenta e oito réis. Após ter examinado as minas, teria ordenado a construção de pelourinho e teria retornado para São Paulo em 11 de fevereiro de 1601 com “muita gente para minerar as terras”. Em São Paulo, teria expedido bando, ordenando o pagamento do quinto dos metais extraídos e sua fundição em barras. Também teria enviado ao sertão a tropa de André Leão, atrás de minas de prata. • 15°. Sardinha, o moço, ainda teria construído dois engenhos para fundição de ferro em Araçoiaba, sendo um deles doado ao próprio governador A documentação da Câmara de São Paulo registra também a fabricação de ferro na regiãosul da atual cidade de São Paulo. No entanto, os relatos divergem sobre o número de fábricasinstaladas: uma ou duas. Consta que em 1600 foi construído um engenho de ferro na região doIbirapuera, o qual teve como sócios D. Francisco de Sousa e Afonso Sardinha, cuja escritura desociedade foi lavrada pelo tabelião Simão Borges de Cerqueira. O segundo engenho estariasupostamente instalado às margens do Rio Jurubatuba (atual Rio Pinheiros), nas proximidades doatual bairro de Santo Amaro. Essa dúvida é pertinente porque em 15 de agosto de 1606 a Câmarade São Paulo sabia que Diogo de Quadros resolveu abandonar os dois engenhos que construiupara capturar índios. Eschwege, ao iniciar o capítulo sobre a história antiga do ferro no Brasil,colocou a existência de: “(...) uma pequena fábrica de ferro, com forno de refino, situada na freguesia de Santo Amaro, à beira de umpequeno ribeirão, afluente do Rio Pinheiros, que é navegável, a uma distância de 2 léguas SE de São Paulo. Nasruínas dessa pequena fábrica ainda se podem ver a vala da roda, o lugar da oficina, os restos de um açude, assimcomo um monte de pesada escória de ferro”.105 Calógeras, por sua vez, ao comentar essa passagem, disse que Eschwege havia dado um infundado parecer.106 Enquanto não há qualquer vestígio dos engenhos do Ibirapuera, até mesmo pela sua localização, cujo terreno sofreu fortes transformações urbanas, somado ao fato de que esses engenhos tiveram pequena duração. Já ao lado do morro Biraçoiaba, onde se encontrou ferro, também se instalou umapequena fábrica de ferro ao final do século XVI, sobre cuja data divergem todos os autores.Nesse local, que até pouco tempo atrás era local isolado e de difícil acesso, Afonso Sardinha –tanto o pai como o filho - teriam construído dois fornos, cuja localização se desconhecia. Por issoque Mario Neme chegou a levantar a tese de que as ruínas de Afonso Sardinha seriam umagrande ilusão, uma lenda. Como já mencionado na introdução deste trabalho, na década de 1980,a professora Margarida Davina Andreatta encontrou os dois fornos construídos à época.Anicleide Zequini, com base nos estudos arqueológicos realizados por Margarida [p. 43] • 16°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos Em 27 de novembro de 1599 teriam sido remetidos seis contos, cento vinte e nove mil, seiscentos e setenta e oito réis. Após ter examinado as minas, teria ordenado a construção de pelourinho e teria retornado para São Paulo em 11 de fevereiro de 1601 com “muita gente para minerar as terras”. Em São Paulo, teria expedido bando, ordenando o pagamento do quinto dos metais extraídos e sua fundição em barras. Também teria enviado ao sertão a tropa de André Leão, atrás de minas de prata. • 17°. D. Francisco atende o pedido Guiomar Lopez, viúva de Diogo Gonçalves Lasso, para prover ao neto e homônimo o cargo de Capitão de São Paulo Porém muito tempo antes havia o mesmo general provido ao dito Laço em capitão das minas de ouro e prata com 500 cruzados de soldo por provisão do 1º de outubro de 1599, como se vê na dita câmara, e dito caderno tit. 1598 pag. 46. e já em 1602 era fallecido o dito capitão Laço, e os 200$ do seu ordenado conferiu o mesmo D. Francisco de Sousa ao neto do dito Laço, que também se chamava Diogo Gonçalves Laço, por provisão datada em S. Paulo a 8 de maio de 1602 (Câmara caderno tit. 1600 pag 44). • 18°. D. Francisco voltou ao reino com dois mineiros espanhóis e um nativo, testemunhas do muito que fizera em São Paulo* Segundo Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), D. Francisco de Sousa fora substituído em 1602 por Diogo Botelho e teria retornado à Europa no navio dos alemães Erasmo Esquert e Julião Vionat, que tinham construído o engenho de São Jorge da Vila de São Vicente, primeiro engenho de açúcar do Brasil. Em Madri, teria comunicado ao Rei no fim do ano de 1602 o estado das Minas e teria conseguido ser eleito Governador e Administrador das Capitanias de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. D. Francisco de Sousa não teria regressado ao Brasil antes de 1609, já que o Rei havia oferecido o pagamento de passagem e mantimentos durante a viagem a quem viesse com D. Francisco ao Brasil, assim como são de 1609 os Alvarás e Provisões Régias que lhe foram dadas. Segundo Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855): Em 1602, voltando o governador para Portugal deixou a fundição a seu filho D. Antonio de Sousa a quem propriamente Sardinha fizera o presente. Desterecebeu-a Francisco Lopes Pinto, fidalgo e cavaleiro, da Ordem de Cristo. Morrendo este a 26 de fevereirode 1629, todos os serviços foram paralisados embora o seu sogro, Diogo de Quadros, também fosse um dosproprietários da fábrica. Os citados documentos antigos dizem que Afonso Sardinha, após ter dado depresente essa fábrica, construiu uma nova, que trabalhou, então, por conta do Rei”. [*Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema, 2012. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de Concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Nanci Leonzo. Página 203] • 19°. Firmada sociedade entre Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e D. Antônio de Souza, filho de D. Francisco de Souza, que se refere a um engenho de ferro "situado em o distrito e limite desta vila de São Paulo e donde chamam Ibirapuera, da outra banda do Rio Jeribatiba A documentação da Câmara de São Paulo registra que um engenho de ferro foi construído em 1660 na região do Ibirapuera, que teve como sócios D. Francisco de Sousa e Afonso Sardinha, cuja escritura de sociedade foi lavrada pelo tabelião Simão Borges de Cerqueiro. Um segundo engenho estaria supostamente instalado às margens do Rio Jerubatuba (atual Pinheiros), nas proximidades do baixo de Santo Amaro. Não restam dúvidas que os únicos engenhos de ferro conhecidos nesse período se localizavam em Araçoiaba. Esses fornos tornaram-se famosos, porque são considerados como os verdadeiros precursores da siderurgia brasileira, ou ainda, a primeira fábrica de ferro do Brasil, por terem sido construídos em 1599 e a documentação da Câmara de São Paulo registrar a escritura de compra e venda dos fornos do Ibirapuera como ocorrida em 1600, isto é, após os fornos de Biraçoiaba. • 20°. “Processo sobre a fábrica de ferro da vila de Sorocaba e das minas de São João do Ipanema, da capitania de São Paulo. Constam ofícios, informações e relações trocadas relativas ao assunto em causa” Enquanto Hedberg partia de Londres para o Brasil, a Coroa trabalhava na captação de acionistas para a fábrica de ferro. Em 17 de julho de 1810, o Príncipe encaminhou ofício ao General Horta para que formulasse “convite” para que as pessoas mais abonadas da vila subscrevessem ações de 800$ cada. • 21°. Descobertas as ruínas dos fornos dos Sardinha / Fornos eram biscainhos (espanhóis)* • 22°. Ipanema
Atualizado em 01/11/2025 01:58:50 História Viva - Conceição do Mato Dentro ![]() Data: 2012 28/06/2012
• 1°. Nascimento de Antônio Fernandes Cabral em Guaíra • 2°. Nascimento de Maria de Zunega Vila Rica. Filha de Bartholomeu de Torales (1555) e Violante de Zunega (1560) • 3°. Nascimento de Maria de Torales y Zunega Fernandes Gabriel Ponce de Leon, n. Cidade Real de Guairá, Paraguai, fct. Parnaíba, 1655, filha do Capitão Barnabé de Contreras e Violante de Gúsman, casado no Paraguai com Maria de Zunega e Torales, filha de Pedro Fernandes ou Rodrigues Cabral ou do seu irmão Antonio Rodrigues Cabral, ambos paulistas, filhos de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues (ou Fernandes), que em 1611 foram para o Guairá, num suposto primeiro casamento de um deles com Maria de Zunega, nascida em Vila Rica, naquele país, que depois foi a primeira esposa do Capitão Baltazar Fernandes, o Povoador, fundador de Sorocaba, e com este vieram para Parnaíba, acompanhados ainda do irmão de Maria de Zunega, Bartolomeu de Torales, este filho de outro Bartolomeu de Torales e Violante de Zunega (em Fernandes), e de sua primeira mulher Ana Rodrigues Cabral, falecida em Parnaíba em 1634 (em Raposos Góes, de Silva Leme), todos naturais de Vila Rica, esta filha de Antonio Rodrigues Cabral, já citado, e Joanna de Escobar. Obs. Versão de Américo de Moura. Silva Leme descreveu Maria de Torales como sendo nascida em Santa Ana de Parnaíba e filha de Baltazar Fernandes, por isso, apesar de não ter feito este Título, juntou a geração ao Título Fernandes Povoadores, Cap. 2o., Part. 1o. Além dessas informações, no geral, os dados genealógicos brasileiros sobre Ponce de Leon não apresentam variações notáveis, inclusive nos estudos de Pedro Taques, um dos mais famosos genealogistas brasileiros, sobre Barnané de Contreras y Leon, também podemos encontrar referências esparsas a Ponce de Leon, que segue, como demonstrado antes, o itinerário de Fernão Dias Paes, que se empenhou na busca da Ilha Brasil e da lendárias Sabarabuçu. Referências mais completas sobre a genealogia da nobrezas espanhola são encontradas em sites de busca internacionais mais especializados sobre o tema. Mas, apesar da escassez de dados, merece atenção a íntima ligação de Ponce de Leon com o Capitão Baltazar Fernandes, Povoador e Fundador de Sorocaba. Pois, a presença de castelhanos em São Paulo durante a União Ibérica (1580-1640) problematiza conexões dos moradores castelhanos com a Coroa Portuguesa (Vilardaga, 2008), mormente no tocante às rotas de escoamentos de minérios que se utilizavam para tanto do Caminho do Peabiru, trajeto também envolvido no mito do Eldorado. A família Fernandes construiu vínculos bastante estreitos com o Paraguai, estabelecendo relações entre São Paulo e aquele país. O Capitão Baltazar (Vilardaga, ibidem), amigo e participe ativo na mítica Aclamação de Amador Bueno, parece intencionar construir, por intermédio de ligações familiares por casamento com outras famílias castelhanas poderosas e influentes, proveitosos laços que ultrapassam os vínculos familiares. Assim, o casamento de Ponce de Leon com a filha de Fernandes que, a princípio, poderia parecer singelo, evidencia uma arquitetura econômico-política de influentes famílias castelhanas do ovale paraibano, com repercussões em Minas Gerais e outras regiões do Brasil: [Páginas 273 e 274] • 4°. Pedro Fernandes ou Rodrigues Cabral e Antonio Rodrigues Cabral, ambos paulistas, filhos de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues (ou Fernandes), foram para o Guairá, num suposto primeiro casamento de um deles com Maria de Zunega Gabriel Ponce de Leon, n. Cidade Real de Guairá, Paraguai, fct. Parnaíba, 1655, filha do Capitão Barnabé de Contreras e Violante de Gúsman, casado no Paraguai com Maria de Zunega e Torales, filha de Pedro Fernandes ou Rodrigues Cabral ou do seu irmão Antonio Rodrigues Cabral, ambos paulistas, filhos de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues (ou Fernandes), que em 1611 foram para o Guairá, num suposto primeiro casamento de um deles com Maria de Zunega, nascida em Vila Rica, naquele país, que depois foi a primeira esposa do Capitão Baltazar Fernandes, o Povoador, fundador de Sorocaba, e com este vieram para Parnaíba, acompanhados ainda do irmão de Maria de Zunega, Bartolomeu de Torales, este filho de outro Bartolomeu de Torales e Violante de Zunega (em Fernandes), e de sua primeira mulher Ana Rodrigues Cabral, falecida em Parnaíba em 1634 (em Raposos Góes, de Silva Leme), todos naturais de Vila Rica, esta filha de Antonio Rodrigues Cabral, já citado, e Joanna de Escobar. Obs. Versão de Américo de Moura. Silva Leme descreveu Maria de Torales como sendo nascida em Santa Ana de Parnaíba e filha de Baltazar Fernandes, por isso, apesar de não ter feito este Título, juntou a geração ao Título Fernandes Povoadores, Cap. 2o., Part. 1o. Além dessas informações, no geral, os dados genealógicos brasileiros sobre Ponce de Leon não apresentam variações notáveis, inclusive nos estudos de Pedro Taques, um dos mais famosos genealogistas brasileiros, sobre Barnané de Contreras y Leon, também podemos encontrar referências esparsas a Ponce de Leon, que segue, como demonstrado antes, o itinerário de Fernão Dias Paes, que se empenhou na busca da Ilha Brasil e da lendárias Sabarabuçu. Referências mais completas sobre a genealogia da nobrezas espanhola são encontradas em sites de busca internacionais mais especializados sobre o tema. Mas, apesar da escassez de dados, merece atenção a íntima ligação de Ponce de Leon com o Capitão Baltazar Fernandes, Povoador e Fundador de Sorocaba. Pois, a presença de castelhanos em São Paulo durante a União Ibérica (1580-1640) problematiza conexões dos moradores castelhanos com a Coroa Portuguesa (Vilardaga, 2008), mormente no tocante às rotas de escoamentos de minérios que se utilizavam para tanto do Caminho do Peabiru, trajeto também envolvido no mito do Eldorado. A família Fernandes construiu vínculos bastante estreitos com o Paraguai, estabelecendo relações entre São Paulo e aquele país. O Capitão Baltazar (Vilardaga, ibidem), amigo e participe ativo na mítica Aclamação de Amador Bueno, parece intencionar construir, por intermédio de ligações familiares por casamento com outras famílias castelhanas poderosas e influentes, proveitosos laços que ultrapassam os vínculos familiares. Assim, o casamento de Ponce de Leon com a filha de Fernandes que, a princípio, poderia parecer singelo, evidencia uma arquitetura econômico-política de influentes famílias castelhanas do ovale paraibano, com repercussões em Minas Gerais e outras regiões do Brasil. [Páginas 273 e 274] • 5°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil Gabriel Ponce de Leon, n. Cidade Real de Guairá, Paraguai, fct. Parnaíba, 1655, filha do Capitão Barnabé de Contreras e Violante de Gúsman, casado no Paraguai com Maria de Zunega e Torales, filha de Pedro Fernandes ou Rodrigues Cabral ou do seu irmão Antonio Rodrigues Cabral, ambos paulistas, filhos de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues (ou Fernandes), que em 1611 foram para o Guairá, num suposto primeiro casamento de um deles com Maria de Zunega, nascida em Vila Rica, naquele país, que depois foi a primeira esposa do Capitão Baltazar Fernandes, o Povoador, fundador de Sorocaba, e com este vieram para Parnaíba, acompanhados ainda do irmão de Maria de Zunega, Bartolomeu de Torales, este filho de outro Bartolomeu de Torales e Violante de Zunega (em Fernandes), e de sua primeira mulher Ana Rodrigues Cabral, falecida em Parnaíba em 1634 (em Raposos Góes, de Silva Leme), todos naturais de Vila Rica, esta filha de Antonio Rodrigues Cabral, já citado, e Joanna de Escobar. • 6°. Casamento de Maria de Torales e Gabriel Ponde de Leon e nascimento de Anna Rodrigues de Torales em Guairá Gabriel Ponce de Leon, n. Cidade Real de Guairá, Paraguai, fct. Parnaíba, 1655, filho do Capitão Barnabé de Contreras e Violante de Gúsman, casado no Paraguai com Maria de Zunega e Torales, filha de Pedro Fernandes ou Rodrigues Cabral ou do seu irmão Antonio Rodrigues Cabral, ambos paulistas, filhos de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues (ou Fernandes), que em 1611 foram para o Guairá, num suposto primeiro casamento de um deles com Maria de Zunega, nascida em Vila Rica, naquele país, que depois foi a primeira esposa do Capitão Baltazar Fernandes, o Povoador, fundador de Sorocaba, e com este vieram para Parnaíba, acompanhados ainda do irmão de Maria de Zunega, Bartolomeu de Torales, este filho de outro Bartolomeu de Torales e Violante de Zunega (em Fernandes), e de sua primeira mulher Ana Rodrigues Cabral, falecida em Parnaíba em 1634 (em Raposos Góes, de Silva Leme), todos naturais de Vila Rica, esta filha de Antonio Rodrigues Cabral, já citado, e Joanna de Escobar. • 7°. Gabriel Ponce de Leon chega em Santana de Parnaíba, casado com a filha "índia" de Balthazar • 8°. Falecimento de Ana Rodrigues Cabral • 9°. Aclamação de Amador Bueno • 10°. Falecimento de Gabriel Ponce de Leon em Santana de Parnaíba Gabriel Ponce de Leon, n. Cidade Real de Guairá, Paraguai, fct. Parnaíba, 1655, filha do Capitão Barnabé de Contreras e Violante de Gúsman, casado no Paraguai com Maria de Zunega e Torales, filha de Pedro Fernandes ou Rodrigues Cabral ou do seu irmão Antonio Rodrigues Cabral, ambos paulistas, filhos de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues (ou Fernandes) (...)
Atualizado em 01/11/2025 01:58:48 Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária colonial brasileiras, séculos XVI-XVII. Rafael Schunk ![]() Data: 2013 Créditos: Rafael Schunk Página 4
• 1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa avista a costa do Brasil na altura do cabo Percaauri O português Manuel Fernandes Ramos era natural da região de Moura,Portugal, e casado com Suzana Dias, filha de Lopo Dias, um pioneiro que emigrou com a frota de Martim Afonso de Sousa e se amasiou com uma das filhas de Tibiriçá. João Ramalho também foi casado com outra filha do cacique Tibiriçá e,por conseguinte, Suzana Dias era, por afinidade, sobrinha de Ramalho e neta de Tibiriçá, linhagem respeitada no meio social do planalto. • 2°. Expedição de Mem de Sá / O português Manuel Fernandes Ramos, primeiro marido de Suzana Dias construiu a capela de Santo Antônio* Em 1561, Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil decide realizar uma expedição exploratória pelo Vale do Anhembi (rio dos inhambus ou perdizes), mais tarde conhecido como Tietê, com o intuito de procurar ouro e pedras preciosas. Deste grupo participou Manuel Fernandes Ramos que, em determinado trecho da viagem, explora as matas e corredeiras de uma região conhecida pelos índios com o nome de Parnaíba. [p.186] • 3°. A história da Freguesia do Ó, bairro da região norte de São Paulo começa com a vinda do português Antônio Preto de São Vicente para São Paulo onde assumiria as funções de juiz Ordinário da Câmara A história da Freguesia do Ó, bairro da região norte de São Paulo começa com a vinda do português Antônio Preto de São Vicente para São Paulo onde assumiria as funções de juiz Ordinário da Câmara em 1575. [p. 241] • 4°. Nascimento de André Fernandes, filho de Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias Nesta época, Belchior Dias Carneiro (um provável meio-irmão de Suzana Dias) recebe outra sesmaria em Parnaíba, passando a residir juntamente com Suzana e André Fernandes na região. Conforme as leis portuguesas e Ordenações Filipinas, se André nasceu provavelmente em 1578, em 1603 ocorre sua maioridade, pois, todo indivíduo tornava-se maior de idade aos 25 anos ou no momento de seu casamento, recebendo os usos e frutos da herança de seu pai Manuel Fernandes Ramos.49 André Fernandes casa-se com Dona Antônia de Oliveira em data imprecisa, vinculando-se as famílias de Jerônimo Leitão e dos Mendes, todas de cristãos-novos. Ângela, uma das irmãs de André Fernandes também se vincula a este clã. [p. 183, 184] • 5°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias Além das inusitadas relações de habitantes convivendo com as mais variadas etnias e credos, devemos aos aventureiros de Santana de Parnaíba a ideia de expansão territorial do Brasil. Desafiando o Tratado de Tordesilhas e invadindo o imenso território devoluto no centro do continente, os sertanistas dessa localidade foram fundando povoados ao longo de suas expedições. Em bandeiras de reconhecimento por imensos territórios, garantiram as futuras fronteiras do país. Mitificados como heróis por antigos historiadores, a exemplo de Affonso de Taunay, Varnhagen ou Belmonte, hoje são recolocados como bandidos ferozes, reforçando as visões que os jesuítas desenvolveram a respeito dos mamelucos do planalto, no século XVII. (...)Em 1580, o então vereador da Câmara de São Paulo, Manuel Fernandes Ramos recebe uma sesmaria nesta área, famosa devido um grande acidente geográfico no Rio Tietê chamado de Cachoeira do Inferno, construindo uma capela em louvor a Santo Antônio e iniciando os preparativos para instalação de uma fazenda. O português Manuel Fernandes Ramos era natural da região de Moura,Portugal e casado com Suzana Dias, filha de Lopo Dias, um pioneiro que emigrou com a frota de Martim Afonso de Souza e que por sua vez amasiou-se com uma das filhas de Tibiriçá. João Ramalho também foi casado com outra filha do Cacique Tibiriçá e, por conseguinte, Suzana Dias era, por afinidade, sobrinha de Ramalho e neta de Tibiriçá, linhagem respeitada no meio social do planalto. [p.181] Nessas incursões, a família dos Fernandes, povoadores instalados em Santana de Parnaíba, engajou-se em diversas expedições contra as reduções do Guairá (aldeamentos que transpuseram o rio Paraná), Tape (instaladas para além do rio Uruguai) e Itatim (fixadas na parte oriental do rio Paraguai). André Fernandes foi capitão de grandes bandeiras e participou de quase todas as expedições contra as missões jesuíticas na região Sul do país. Era sócio de Raposo Tavares,44 outro grande mestre de campo, chamado de O Conquistador dos Andes e dono de uma fazenda em Quitaúna, situada nos arrabaldes de Parnaíba, hoje município de Osasco (SP). A grande sesmaria que outrora formava o território parnaibano abrangia terras nos atuais municípios de Araçariguama, Itu, São Roque e Sorocaba. Pertenciam a Suzana Dias e foram desmembrados aos seus familiares, descendentes e agregados. Um dos seus maiores desejos era que seu corpo fosse enterrado na “ermida da gloriosa Santana”, da qual seu filho André Fernandes foi patrono benfeitor. A grande matrona paulista, em testamento realizado no ano de 1628, dividia seus bens com filhos, enteados, netos, escravos forros incorporados à família e com confrarias de irmandades religiosas do seu povoado, manifestando uma preocupação em distribuir os pertences com afeto e a maior equidade possível (Camargo, 1971, p.39-40): “a residência de Suzana Dias era uma casa à margem do rio Tietê. Ficava em frente à antiga Santa Casa, propriedade posterior da família Aquilino de Morais. A tradição fantasiara que seus filhos lhe ofereceram riquíssimo sofá engastado de ouro, prata e pedras preciosíssimas, para repousar sobre os frutos das canseiras de seus descendentes ilustres os bandeirantes parnaibanos notáveis e respeitados. Lá residiu Suzana” (idem, p.32). [p.202 e 203] • 6°. O pai de Manuel Preto partindo de Piratininga acompanha o Rio Tietê aportando na margem direita em um areal, uma légua e meia (cerca de 9 km) da antiga vila A história da Freguesia do Ó, bairro da região norte de São Paulo começa com a vinda doportuguês Antônio Preto de São Vicente para São Paulo onde assumiria as funções de juizOrdinário da Câmara em 1575. O pai de Manuel Preto partindo de Piratininga acompanha o RioTietê aportando na margem direita em um areal, uma légua e meia (cerca de 9 km) da antiga vila.Escolhe uma colina vizinha à várzea, com vista estratégica do planalto paulistano para construirsua moradia, olaria, moinho e engenho (c.1580). Manuel Preto, herdeiro das terras, solicita junto aCâmara uma provisão para erguer em sua fazenda uma capela dedicada a N. Sra. da Esperança,pois naquele lugar, longe da vila e isolado pelo rio Tietê, tornava-se difícil cumprir as obrigaçõesreligiosas: Pede autorização para “[...] se levantar altar nela, pagando chancela ordinária, e possaenterrar seus defuntos, batizar e casar [...]” (Livro de Tombo da Sé de São Paulo, 2-2-19). Obtevedespacho favorável em 29 de setembro de 1615 pagando dois marcos de prata à chancelaria. Aescritura lavrada impunha como dote hipotecar sua fazenda vinculando-a a conservação da [p. 241] • 7°. Oficializou-se a entrega da capela através de uma carta de doação e assinada, inclusive, pelo autor do Tratado Descritivo do Brasil, Gabriel Soares de Sousa* Dessa forma, os membros do Capítulo Geral enviaram ao nosso país um brasileiro professo na ordem em Portugal, Fr. Pedro de S. Bento Ferraz.63 Ele traz uma carta do abade geral da congregação portuguesa apresentando-a ao Senado da Câmara da Cidade do Salvador com uma proposta para implantação de um mosteiro no Brasil e que se tornaria pioneiro em todo continente americano: Dirigiu-se, então, à presença do Governador Geral, Diogo Lourenço da Veiga. Obtida a sua confirmação, apresentou-se novamente aos oficiais da câmara, “os quais, a vista das licenças concedidas e assinadas pelas autoridades civis e eclesiásticas, não puseram dúvida alguma em entregar, por sua vez, a Ermida de S. Sebastião à Ordem de S. Bento [...]. Oficializou-se a entrega da capela através de uma carta de doação datada de junho de 1581 e assinada, inclusive, pelo autor do Tratado Descritivo do Brasil, Gabriel Soares de Sousa. Retornando a Portugal, Fr. Pedro de S. Bento fez um relato do êxito de sua missão. No quarto Capítulo Geral, reunido em outubro daquele ano, o Abade elegeu Pe. Fr. Antonio Ventura para liderar os monges na fundação do mosteiro que se pretendia construir em Salvador, “[...] para q’ estes nesta quarta parte do Mundo se empregassem aos exercícios da virtude, e piede [...]”, que se tornaria o primeiro mosteiro beneditino construído na América. (ENDRES, In: DEL NEGRO, 2000, p. 47 e 48). Acolhidos com zelo pelos moradores locais: Frei Antônio Ventura, Pedro de S. Bento e mais sete religiosos brevemente tomariam posse de uma ermida dedicada a S. Sebastião, abrigando-se em casas contínuas destinadas à moradia e formando uma pequena comunidade. [Página 239] • 8°. Luís Eanes Grou (1554-1590) obteve, do Cap. Mor Jerônimo Leitão, sesmaria de uma légua de terras em Quitaúna • 9°. Apesar da saúde frágil, Manuel Fernandes Ramos continuava exercendo atividades como vereador na Câmara de São Paulo • 10°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas • 11°. “Manoel Fernandes falecido (...) requerimento do procurador do conselho Gonçalo Madeira que se fizesse a ponte grande que esta caminho de tejuguasu e que se consertassem todas as mais pontes e caminhos de Ipiranga, Birapoeira, Pinheiros e da Ambuasava” [Atas da Câmara de São Paulo (7.12.1589) p. 374 e 275] Provavelmente em 1578 nasce André Fernandes o filho primogênito de Manuel Fernandes e Suzana Dias. Ainda em 1588, apesar da saúde frágil, Manuel Fernandes Ramos continuava exercendo atividades como vereador na Câmara de São Paulo, falecendo em 1589. Após sua morte, as terras de Parnaíba são transferidas por herança ao primogênito André Fernandes, que por ser menor deidade, passam a ser administradas sob tutela da matriarca Suzana Dias. • 12°. As terras de Tibiriçá foram doadas em caráter perpétuo aos beneditinos Em 1600, as terras de Tibiriçá foram doadas em caráter perpétuo aos beneditinos, iniciando as obras do claustro e ampliação da primitiva capela. O fundador, frei Mauro Teixeira, habitou esse local por alguns anos, levando uma vida solitária e eremítica. Ausentando-se da vila por volta de 1610, deixa como procurador e protetor da igreja nada menos que o temível bandeirante Manuel Preto,um dos sertanistas de maior prestígio, dono de uma grande fazenda, núcleo inicial do tradicional bairro da Freguesia do Ó. Ficou encarregado de cuidar da ermida de São Bento e demais bens do mosteiro até que novos religiosos viessem: verdade é que também este procurador […] era um dos paulistanos de maior prestigio, nada menos do que o formidável sertanista Manuel Preto, terror das reducções jesuiticas, generalissimo do exercito paulista de 1628, arrazador do domínio ignacino no Guayrá e morto em 1630 em plena actividade de sua vida de “corsario y ladron de yndios” como delle dizia o Pe. Justo Mansilla. Opulento afazendado no Ó, com mais de mil escravos índios “conquistados por suas armas, alli fundara, em suas terras, a capella da Senhora da Expectação, dotando-a com um sitio de meia legua de terras do sertão e matos maninhos, doze escravos administrados e 36 vacas de ventre”. Era um homem de seu tempo, e da America da conquista este Manuel Preto e a sua mentalidade lhe permittia este bifrontismo de caçador de indios e procurador devotado de uma abbadia de S. Bento a quem prestou muitos relevantes serviços. (Taunay, 1927, p.45-6) • 13°. Frei Mauro Teixeira ausentando-se da vila deixa como procurador e protetor da pequena capela de São Bento nada menos que o temível bandeirante Manuel Preto • 14°. Domingos Fernandes (33 anos) funda a cidade de Itu Por volta de 1610, outro filho de Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias, o Capitão Domingos Fernandes e seu genro Cristóvão Diniz erguem uma ermida em honra a Nossa Senhora da Candelária no lugar conhecido como Outu-Guassu (grande catadupa, ou salto), núcleo inicial da cidade de Itu. O Capitão Baltasar Fernandes, também filho da matriarca deixa Santana com seus genros e funda Sorocaba. A capela construída nessa região sob invocação de Nossa Senhora da Ponte foi posteriormente doada aos monges beneditinos de Parnaíba. [Página 188] • 15°. Francisco de Souza chega em São Paulo* Ausentando-se da vila por volta de 1610 deixa como procurador e protetor da igreja nada menos que o temível bandeirante Manuel Preto, um dos sertanistas de maior prestígio, dono de uma grande fazenda, núcleo inicial do tradicional bairro da Freguesia do Ó.64 Ficou encarregado de cuidar da ermida de São Bento e demais bens do mosteiro até que novos religiosos viessem: Verdade é que também este procurador [...] era um dos paulistanos de maior prestigio, nada menos do que o formidavel sertanista Manuel Preto, terror das reducções jesuiticas, generalissimo do exercito paulista de 1628, arrazador do dominio ignacino no Guayrá e morto em 1630 em plena actividade de sua vida de “corsario y ladron de yndios” como delle dizia o Pe. Justo Mansilla. Opulento afazendado no Ó, com mais de mil escravos indios “conquistados por suas armas, alli fundara, em suas terras, a capella da Senhora da Expectação, dotando-a com um sitio de meia legua de terras do sertão e matos maninhos, doze escravos administrados e 36 vacas de ventre.” Era um homem de seu tempo, e da America da conquista este Manuel Preto e a sua mentalidade lhe permittia este bifrontismo de caçador de indios e procurador devotado de uma abbadia de S. Bento a quem prestou muitos relevantes serviços. (TAUNAY, 1927, p. 45 e 46). Ainda em 1610 três monges vindos da Bahia: Fr. Antônio da Assunção, Fr. [Página 343] Diante desta realidade o recolhimento é abandonado por longos anos, sendo visitado esporadicamente por religiosos: “[...] os frades do convento do Rio de Janeiro, ao qual se subordinava a capela paulistana Senhora do Monte Serrate, julgavam desnecessário mandar visita-la, enquanto viveu Manuel Preto, para provimento das suas necessidades, pois tinham nele quem de tudo cuidasse [...].” (HOLANDA, In: DEL NEGRO, 2000, p. 76). [Página 245] Em 1600, as terras de Tibiriçá foram doadas em caráter perpétuo aos beneditinos, iniciando as obras do claustro e ampliação da primitiva capela. O fundador, frei Mauro Teixeira, habitou esse local por alguns anos, levando uma vida solitária e eremítica. Ausentando-se da vila por volta de 1610, deixa como procurador e protetor da igreja nada menos que o temível bandeirante Manuel Preto,um dos sertanistas de maior prestígio, dono de uma grande fazenda, núcleo inicial do tradicional bairro da Freguesia do Ó.52 Ficou encarregado de cuidar da ermida de São Bento e demais bens do mosteiro até que novos religiosos viessem: [Página 246] • 16°. Suzana Dias, a matrona bandeirante, representando a família dos Fernandes, doa um terreno na parte mais elevada do núcleo para a construção de uma capela em homenagem à Santana substituindo a anterior dedicada a Santo Antônio Suzana Dias une-se em segundas núpcias com Belchior da Costa, do qual não teve filhos e que em 1610 também recebe uma sesmaria na região de Parnaíba. Nesta oportunidade, a matrona bandeirante representando a família dos Fernandes, doa um terreno na parte mais elevada do núcleo para a construção de uma capela em homenagem à Santana substituindo a anterior dedicada a Santo Antônio arruinada na várzea do Rio Tietê. Provavelmente consagrada em 26 de julho, data de comemoração da santa, a nova igreja marca o momento em que o arraial passa a ser conhecido como Santana de Parnaíba. • 17°. Fundação São Francisco Xavier (Tayatí, provavelmente entre as atuais cidades de Santa Cecília do Pavão, Irerê e Londrina, 1622), Nossa Senhora da Encarnação (Nautingui, no posto conhecido como Itapuá, imediações da atual cidade de Telêmaco Borba, 1625), São José (Tucuti, possivelmente próximo a Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis, 1625), São Miguel (Ibiangui, perto do município de Laranjeiras, a noroeste de Castro, 1627), São Paulo (Iñieay, em local não identificado, 1627), Santo Antônio (Biticoy, provável região de Ivaiporã, Grandes Rios e Manoel Ribas, 1627), São Pedro e Nossa Senhora da Conceição (Gualacos, 1627-1628), Sete Arcanjos (às margens do rio Ivaí e afluentes, 1627), São Tomé e redução de Jesus Maria (provavelmente próximos dos portos de Planaltina e São Carlos do Ivaí, às margens do rio Ivaí, 1628). [Página 174] • 18°. Falecimento de Belchior da Costa, filho de Manuel da Costa e Beatriz Diniz • 19°. Capela feita matriz / Criada a vila de Parnaíba por provisão do conde de Monsanto, donatário da capitania • 20°. Reduções • 21°. A terceira entrada e a fundação da Redução dos Arcanjos • 22°. “Do lado espanhol” A ele (Montoya) devemos as instalações de numerosos povoados, posteriormente desaparecidos nas selvas do Paraná: São Francisco Xavier (Tayatí, provavelmente entre as atuais cidades de Santa Cecília do Pavão, Irerê e Londrina, 1622), Nossa Senhora da Encarnação (Nautingui, no posto conhecido como Itapuá, imediações da atual cidade de Telêmaco Borba, 1625), São José (Tucuti, possivelmente próximo a Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis, 1625), São Miguel (Ibiangui, perto do município de Laranjeiras, a noroeste de Castro, 1627), São Paulo (Iñieay, em local não identificado, 1627), Santo Antônio (Biticoy, provável região de Ivaiporã, Grandes Rios e Manoel Ribas, 1627), São Pedro e Nossa Senhora da Conceição (Gualacos, 1627-1628), Sete Arcanjos (às margens do rio Ivaí e afluentes, 1627), São Tomé e redução de Jesus Maria (provavelmente próximos dos portos de Planaltina e São Carlos do Ivaí, às margens do rio Ivaí, 1628). • 23°. parte de São Paulo a grande bandeira comandada por Raposo Tavares tendo como imediato Manoel Preto que atacou as reduções jesuíticas e aldeias guaranis, com 69 portugueses, 900 mamelucos e 3 mil índios • 24°. Falecimento de Manoel Preto, filho de Antonio Gomes Preto e Antonia Gonçalves Lage Antunes • 25°. Falecimento de Suzana Dias Suzana Dias faleceu em 2 de setembro de 1634. O vigário de Parnaíba, padre Joan de Ocampo y Medina, sacramentou o corpo da matriarca, acompanhou o enterro, cantou lições e celebrou missas em espanhol, pois ainda não dominava o português. Em 30 de julho de 1635, três herdeiros – capitão André Fernandes, Baltasar Fernandes e Domingos Fernandes – fizeram composição amigável, assinando perante o juiz ordinário João Missel Gigante. O escrivão era Manuel de Alvarenga e testemunhou João de Godói. O prior do Mosteiro de Nossa Senhora do Montesserrate da Vila de São Paulo, frei Álvaro de Caravajal, recebeu dez missas de Baltasar Fernandes pela alma da sua mãe em 21 de fevereiro de 1635. • 26°. Certifico eu Frei Alvaro de Caravajal pior (...) de Nossa Senhora de Monserrate da ordem do Patriarca SP (...) padre nesta vila de São Paulo, que recebi do Cap. Balthazar Fernandes de Parnaíba a esmola de dez missas que eu me obriguei a dizer e são em descargo do testamento de sua mãe defunta que ele como testamenteiro mandou fazer e por ser verdade lhe dei este por mim assinado hoje O escrivão era Manuel de Alvarenga e testemunhou João de Godói. O prior do Mosteiro de Nossa Senhora do Montesserrate da Vila de São Paulo, frei Álvaro de Caravajal, recebeu dez missas de Baltasar Fernandes pela alma da sua mãe em 21 de fevereiro de 1635. • 27°. Documento Em 30 de julho de 1635, três herdeiros – capitão André Fernandes, Baltasar Fernandes e Domingos Fernandes – fizeram composição amigável, assinando perante o juiz ordinário João Missel Gigante. • 28°. Nossa Senhora do Rosário, uma das primeiras obras do escultor encontradas no Planalto Paulista Frei Agostinho de Jesus (1600/10-1661): Nossa Senhora do Rosário, com data naface posterior da peanha (1641), 24 cm de altura, terracota policromada. Uma das primeiras obras do escultor encontradas no Planalto Paulista. Pertcenceu à antiga coleção de Roberto Lemos Monteiro, São Paulo-SP. In: ETZEL, Eduardo. Arte Sacra Berço da Arte brasileira. São Paulo: Melhoramentos, EDUSP, 1984. Figura 241. Detalhe da peanha de Nossa Senhora do Rosário (1641). [p.206] • 29°. Fundada a vila da Parnaiba, sendo o mosteiro Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro de Santana de Parnaíba doação do capitão André Fernandes Os filhos foram crescendo e casando-se na vila da Parnaíba, onde Baltazar teve. além da lavoura. um engenho de ferro seqüestrado em 1643.[p.199] • 30°. “A Matriz de Santana de Parnaíba, reconstruída em 1646 e finalizada por volta de 1650” Em contrapartida ao patrocínio de obras no mosteiro parnaibano, Frei Agostinho de Jesus vai retribuir generosamente ofertando imagens para uma nova igreja erguida pelos bandeirantes, a Matriz de Santana de Parnaíba, reconstruída em 1646 e finalizada por volta de 1650. Este espaço religioso tornou-se uma extensão do monastério e foi ornado com numerosas terracotas marianas, santos e ícones votivos: Santo Antônio do Suru (uma das obras mais realistas criadas pelo escultor), Nossa Senhora da Purificação (obra-prima do artista), Nossa Senhora dos Prazeres e um São Francisco de Paula. Além destes célebres trabalhos, a matriz parnaibana ostentava outros tesouros culturais, como o fragmento de Nossa Senhora com o Menino, N. Sra. da Piedade e as imagens de Nossa Senhora do Rosário, “a grande e a pequena”, algumas delas utilizadas em procissões. Um de seus últimos trabalhos nesta localidade é o grupo de Santana Mestra, orago de devoção particular do fundador da vila, André Fernandes; peças finalizadas por volta de 1650. • 31°. Frei Agostinho permanece no território paulista até aproximadamente 1654 Os últimos trabalhos de sua produção paulista foram provavelmente as esculturas idealizadas para a capela da fazenda Parateí em Mogi das Cruzes. Após o arruinamento desta chácara secular, sua antiga padroeira, Nossa Senhora do Rosário foi removida para o mosteiro paulistano. Outras terracotas procedentes de Parateí dispersaram-se pelas igrejas mogianas algumas das quais foram reunidas no Museu das Igrejas do Carmo em Mogi das Cruzes: Nossa Senhora da Conceição e Assunção e um pequeno relicário de Santo Antônio, único deste gênero identificado na produção do mestre. Estes caminhos outrora se interligavam por meio da Estrada Velha Rio - São Paulo. Na antiga igreja do Bom Jesus localizada no centro de Mogi o saudoso colecionador Francisco Roberto adquiriu uma escultura do Rosário de Frei Agostinho de Jesus. Identificamos nesta pesquisa uma monumental obra do artista: a imagem de Nossa Senhora da Ajuda e que pertenceu a uma capela seiscentista homônimo em Guararema. Apóso furto da imagem e sua devolução, a peça foi restaurada e hoje se encontra preservada na matriz da cidade. Na Capela da Ajuda foi colocada uma réplica. Relacionamos esta escultura à Frei Agostinho de Jesus, pois além de apresentaros estilemas típicos, localiza-se geograficamente próxima a antiga Fazenda deParateí, área de atuação do artista. Provavelmente o escultor elaborou a imagempara os moradores de Guararema na época em que passou pela região, uma desuas últimas obras-primas. O artista não assinava suas esculturas e apenas algumas peças foramdatadas ao longo da carreira. Permanece no território paulista atéaproximadamente 1654, realizando obras no Mosteiro de São Bento em SãoPaulo, Santos e na fazenda beneditina de Parateí em Mogi das Cruzes. Transitavanesta época entre os recolhimentos de São Paulo e o Rio de Janeiro. Retornando ao litoral fluminense, dedica-se a confecção de algumasterracotas para fazendas beneditinas no entorno da Baía de Guanabara, entre osatuais municípios de Duque de Caxias e o Rio de Janeiro, inclusive fornecendoimagens para igrejas ao sul do Estado. Podemos destacar, nesta época, a Virgemda Aldeia de Mambucaba, obra pertencente à Angra dos Reis e o Santo Antônioda irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Negros de Paraty, uma das maisantigas obras religiosas paratienses, acervo do Museu de Arte Sacra da Igreja deSanta Rita – IPHAN. [Página 223] • 32°. O mosteiro de São Bento da Parnaíba foi elevado à categoria de Presidência ou Priorado • 33°. Frei Anselmo Batista passou a residir em Sorocaba Segundo Monsenhor Florêncio Camargo, os monges beneditinos, Fr. Jerônimo do Rosário e Fr. Baltazar do Rosário, residiam na vila de Parnaíba em 1653; período posterior à passagem de Frei Agostinho de Jesus. Este pesquisador localizou alguns religiosos que habitaram este mosteiro: Encontrei alguns nomes de monges que residiram neste convento: Fr. Jerônimo do Rosário e Fr. Baltasar do Rosário, 1653; Fr. Tomé Batista, presidente, e Fr. Anselmo da Anunciação, pregador, 1660; Fr. Bernardo de Santa Maria, presidente, 1671; Fr. Matias de S. Bento, 1682; Fr. Antônio de São Bento, 1687; Fr. Antônio de Nazarath, 1687; Fr. José de Jesus, prior, 1700. Em 1825 era o Fr. Felisberto de Nossa Senhora, o presidente e o único religioso que havia muitos anos, residia sozinho no convento. Servia depois, até 1880 ou 1881, de habitação do pároco [da igreja matriz]. Em 1887 ameaçava desabar e hoje só resta notícia do convento. (CAMARGO, 1971, p. 355). • 34°. A Câmara de Parnaíba decide demarcar o rocio da vila: “um ribeiro que fica por cima do moinho da vila e subindo por a capoeira deu em um têso que fica por baixo da casa de sobrado que foi de Balthazar Fernandes” No ano de 1681 a Câmara de Parnaíba decide demarcar o rocio da vila para cobrança de foro devido aos moradores, regularizando os terrenos por meio de marcos e cruzes. Este itinerário foi detalhadamente descrito no “Auto de medição” e faz referências ao mosteiro e igreja dos beneditinos ali existentes. Trata-se de uma rara menção do complexo conventual no século XVII. Neste itinerário proposto, ao atravessar: [...] um ribeiro que fica por cima do moinho da vila e subindo por a capoeira deu em um têso que fica por baixo da casa de sobrado que foi de Baltasar Fernandes e indo corrente o dito rumo atravessou uma “milharada” de mim Tabelião e descendo por um “mandiocal” foi a dar no ribeiro que serve de aguada aos Padres Bentos e subindo pelo Convento de Nossa Senhora do Destêrro passou um rumo por o pé de uma paineira a vista do Convento e atravessou o caminho que vem para o convento distância de dez braças da Igreja e tornou a entrar no capão e indo o dito rumo por o capão a dentro foi atravessar o ribeiro que está por traz da casa de Gaspar Favacho [...]. (AUTO DE MEDIÇÃO DO ROCIO DESTA VILA, 1681, In: CAMARGO, 1971, p. 338). [p. 275] • 35°. Primeira notícia do falecimento Graças às doações generosas do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, conhecido como “governador das esmeraldas”, foi possível viabilizar a construção de um novo Mosteiro de São Bento em São Paulo finalizado em 1650. Em contrapartida, os padres ofertam a capela-mor para sua família e descendentes serem sepultados. Sérgio Buarque de Holanda nos lembra deste acordo ao afirmar: [...] tão à risca foi cumprida a cláusula que, morrendo Fernão Dias Paes no sertão do rio das Velhas [1681], [...] cuidou logo o filho primogênito, Garcia Rodrigues Paes, de fazer embalsamar seu corpo e [...] trazê-lo do lugar do sumidouro, onde se encontrava, para vir sepultá-lo no jazido que lhe foi designado na capela-mor de São Bento. [Ao seu lado repousa sua esposa Maria Garcia Betim, falecida em 1691. Os restos mortais dos benfeitores da abadia foram transladados para a nova basílica em 1922]. (SOUZA, 2004, p. 54 e 55). • 36°. Falecimento de Fernão Dias Paes Leme (data estimada) Graças às doações generosas do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, conhecido como “governador das esmeraldas”, foi possível viabilizar a construção de um novo Mosteiro de São Bento em São Paulo finalizado em 1650. Em contrapartida, os padres ofertam a capela-mor para sua família e descendentes serem sepultados. Sérgio Buarque de Holanda nos lembra deste acordo ao afirmar: [...] tão à risca foi cumprida a cláusula que, morrendo Fernão Dias Paes no sertão do rio das Velhas [1681], [...] cuidou logo o filho primogênito, Garcia Rodrigues Paes, de fazer embalsamar seu corpo e [...] trazê-lo do lugar do sumidouro, onde se encontrava, para vir sepultá-lo no jazido que lhe foi designado na capela-mor de São Bento. [Ao seu lado repousa sua esposa Maria Garcia Betim, falecida em 1691. Os restos mortais dos benfeitores da abadia foram transladados para a nova basílica em 1922]. (SOUZA, 2004, p. 54 e 55). • 37°. Os beneditinos substituem a antiga padroeira do Mosteiro de São Bento em São Paulo, Nossa Senhora do Montesserrate, autoria de Frei Agostinho da Piedade por um novo orago Em 1720 os beneditinos substituem a antiga padroeira do Mosteiro de São Bento em São Paulo, Nossa Senhora do Montesserrate, autoria de Frei Agostinho da Piedade por um novo orago: Durante a primeira metade do século XVIII, seguindo as notícias da Crônica de 1766, o mosteiro contou com a ajuda de um segundo benfeitor, José Ramos da Silva, “um dos homens mais abastados de S. Paulo”. Ele patrocinou a reforma da capela mor, para a qual mandou fazer um retábulo de talha e um altar lateral que, inclusive, foram dourados por douradores vindos de Lisboa. Foi nessa época, no ano de 1720, que, a seu pedido, mudou-se a invocação da igreja para a de N. Sra. da Assunção, que permanece até hoje. (DEL NEGRO, 2000, p. 79). Mediante custeio de muitos devotos e patronos, fizeram-se novos retábulos para a nave desta igreja, acompanhando os três altares originais, tanto ao lado do evangelho quanto na parte da epístola. Alguns manuscritos de época destacam a capela de Nossa Senhora do Pilar que: “foy uma das melhores capellas, que teve esta Igreja, e a mayor devoção que havia nesta cidade pelos muytos milagres, que obrava a Sra. nos seus devotos”, (Crônica de 1766, In: DEL NEGRO, 2000, p. 79). Constituiu-se, inclusive, ao redor desta invocação uma confraria. O culto a Nossa Senhora do Pilar sempre foi muito disseminado pelos mineradores paulistas, tradição transportada posteriormente até Minas Gerais. Só teremos notícias documentais da elevação do mosteiro a abadia no Capítulo Geral de 14/V/1635, sendo eleito primeiro abade Fr. Álvaro do Carvajal, sevilhano de origem, que, em 1627, fora enviado aio Brasil como Visitador da Província. Depois dele, o mosteiro conheceu um período de pujança, que levou à fundação de outras casas. A invocação do padroeiro do mosteiro mudou definitivamente em 1720 de Nossa Senhora de Monserrate para Nossa Senhora da Assunção. [Página 260] • 38°. TEMPLOS, CASAMENTOS E CEMITÉRIOS DE UM GRUPO OUTSIDER. Luiz Cândido Martins, Luciana Fernandes Volpato
Atualizado em 01/11/2025 01:58:48 “Transcatolicidades: contribuições à sociodiversidade brasileira”, Doutorado em Ciências Sociais, 2013. Sílvio Luiz Sant´Anna. ![]() Data: 2013 Créditos: Sílvio Luiz Sant´Anna Página 62
Atualizado em 01/11/2025 01:58:45 “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador ![]() Data: 1950 Créditos: Livro de Sergio Coelho de Oliveira “Baltazar Fernandes, Culpado ou Inocente?”
• 1°. Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay Baltazar Fernandes era bisneto de Tibiriçá, cacique dos nativos guaianases e uma das mais importantes figuras da História de São Paulo de Piratininga. Foi tão importante que Anchieta o considerava o fundador de São Paulo. Catequizado pelos jesuítas, foi batizado com o nome de Martim Afonso, em homenagem ao português donatário da Capitania de São Vicente. Das filhas de Tibiriçá, duas ganharam destaque nos primeiros tempos da vida paulista: Bartira, que se casou com João Ramalho e Beatriz, que se casou com Lopo Dias, os avós do fundador de Sorocaba. • 2°. O “Descobrimento” do Brasil Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79] • 3°. Nascimento de Lopo Dias Machado (1515-1609) em Portugal, viria ao Brasil e se casaria com Beatriz, uma das filhas do cacique Tibiriça Foi pai de três filhos Belchior Dias Carneiro, Isaac Dias Carneiro e Gaspar Dias. E três filhas, Isabel, Suzanna, Jerônima e Antônia Dias Baltazar Fernandes era bisneto de Tibiriçá, cacique dos nativos guaianases e uma das mais importantes figuras da História de São Paulo de Piratininga. Foi tão importante que Anchieta o considerava o fundador de São Paulo. Catequizado pelos jesuítas, foi batizado com o nome de Martim Afonso, em homenagem ao português donatário da Capitania de São Vicente. Das filhas de Tibiriçá, duas ganharam destaque nos primeiros tempos da vida paulista: Bartira, que se casou com João Ramalho e Beatriz, que se casou com Lopo Dias, os avós do fundador de Sorocaba. [Página 21] • 4°. Bertioga • 5°. Nascimento de Suzana Dias. Filha de Lopo Dias e da nativa Bartira Baltazar Fernandes era bisneto de Tibiriçá, cacique dos nativos guaianases e uma das mais importantes figuras da História de São Paulo de Piratininga. Foi tão importante que Anchieta o considerava o fundador de São Paulo. Catequizado pelos jesuítas, foi batizado com o nome de Martim Afonso, em homenagem ao português donatário da Capitania de São Vicente. Das filhas de Tibiriçá, duas ganharam destaque nos primeiros tempos da vida paulista: Bartira, que se casou com João Ramalho e Beatriz, que se casou com Lopo Dias, os avós do fundador de Sorocaba. • 6°. Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias • 7°. Santo Amaro Vale a pena abrir um parênteses, nesta narrativa, a fim de registrar um episódio curioso na vida de Suzana, mãe de Balthazar, contado pelos historiadores Mons. Paulo Florêncio da Silveira Camargo (História de Santana de Parnaíba) e Padre Hélio Abranches Viotti (Anchieta, o Apóstolo do Brasil). E, este detalhe, que vou narrar, agora, ganhou grande notoriedade, neste ano de 2014, quando S. S. o Papa Francisco canonizou o Padre José de Anchieta. Quando ainda menina, residindo com seus pais em São Vicente, Suzana Dias foi acometida de uma moléstia grave. Esgotados todos os recursos humanos para a sua cura, Suzana recorreu a Deus, prometendo consagrar-se à vida religiosa, caso ficasse livre da doença, que a atormentava. Miraculosamente, livre do infortúnio, Suzana cumpria a sua promessa, vivendo uma vida de cristã exemplar, com plano de ingressar num convento. Certo dia, quando estava compenetrada em suas orações, acercou-se dela um irmão leigo jesuíta e sussurrou-lhe aos ouvidos: "Você está liberada da promessa que fez ao Senhor". Suzana levou um susto e, ruborizada e confusa, dirigiu-se ao religioso: - Mas, que promessa, se eu nunca revelei a ninguém, nem a minha mãe, que fiz alguma promessa ou tinha alguma a cumprir? O irmão leigo insistiu: - Sou apenas um mensageiro da ordem do Senhor. Você está liberada. Suzana casou-se e teve 17 filhos. Essa história da mãe de Balthazar Fernandes não é lenda. O irmão citado, na narração anterior é o venerável padre José de Anchieta e essas informações fazem parte do testemunho de Suzana Dias, no processo de santificação do Apóstolo do Brasil em 1621. Outro livro: "A Causa da Beatificação do Venerável Padre José de Anchieta", de autoria do padre Viotti, traz mais detalhes sobre o depoimento de Suzana: "Conhece muito bem o Padre Anchieta e o teve por diretor espiritual, abrindo-lhe toda a consciência". Conhecia-o, deste antes do sacerdócio, e narra o seguinte fato, que deve referir-se ao ano de 1560, quando novamente se encontram, em Piratininga (São Paulo), os padres Luiz da Grã e Manuel da Nóbrega, superiores da Companhia de Jesus. "Sendo eu menina de poucos anos e indo à igreja desta vila de São Paulo, ouvi muitas vezes das padres Luiz da Grã e Manuel da Nóbrega, outrora provinciais, que o irmão José era santo e, contando alguns sonhos do irmão, afirmavam que eram revelações e que ele os dissimulava, dizendo que eram sonhos". E reforça mais ainda: "Sendo eu de 12 anos e estando enferma, desejei morrer, consagrando a Deus a minha virgindade, mas o padre José, sendo que a ninguém eu dissesse, me falou nesse assunto, que só podia saber através de revelação. Não fiz voto!" [Páginas 23 e 24] • 8°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias Baltazar Fernandes nasceu por volta de 1580, em São Paulo, nas proximidades do atual Ibirapuera, onde seu pai tinha fazenda. Ou pode ter nascido em Santa Ana de Parnaíba, onde viveu a família dos Fernandes por muitos anos. (...) Outra suposição: era setuagenário, cerca de 74 anos, quando se transferiu para a paragem de Sorocaba, em 1654. • 9°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas O pai de Baltazar, Manoel Fernandes, faleceu em 1589 e, em 1608, a mãe Suzana Dias, casada pela segunda vez com Belchior da Costa, já havia deixado São Paulo, residindo então na sua fazenda, às margens do rio Tietê, em Santa Ana de Parnaíba. Não há data precisa para essa mudança, foi depois de 1593 e antes de 1608, conforme atesta a documentação da época (...) • 10°. “Manoel Fernandes falecido (...) requerimento do procurador do conselho Gonçalo Madeira que se fizesse a ponte grande que esta caminho de tejuguasu e que se consertassem todas as mais pontes e caminhos de Ipiranga, Birapoeira, Pinheiros e da Ambuasava” [Atas da Câmara de São Paulo (7.12.1589) p. 374 e 275] O pai de Baltazar, Manoel Fernandes, faleceu em 1589 e, em 1608, a mãe Suzana Dias, casada pela segunda vez com Belchior da Costa, já havia deixado São Paulo, residindo então na sua fazenda, às margens do rio Tietê, em Santa Ana de Parnaíba. Não há data precisa para essa mudança, foi depois de 1593 e antes de 1608, conforme atesta a documentação da época (...) • 11°. O pai de Baltazar, Manoel Fernandes, faleceu em 1589 e, em 1608, a mãe Suzana Dias, casada pela segunda vez com Belchior da Costa, já havia deixado São Paulo, residindo então na sua fazenda, às margens do rio Tietê, em Santa Ana de Parnaíba. Não há data precisa para essa mudança, foi depois de 1593 e antes de 1608, conforme atesta a documentação da época (...) (...) em 1608, a mãe Suzana Dias, casada pela segunda vez com Belchior da Costa, já havia deixado São Paulo, residindo então na sua fazenda, às margens do rio Tietê, em Santa Ana de Parnaíba. Não há data precisa para essa mudança, foi depois de 1593 e antes de 1608, conforme atesta a documentação da época (...) • 12°. D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses Nas suas idas e vindas ao Paraguai, conheceu a Paragem de Sorocaba, onde os bandeirantes costumavam fazer um pouso, antes de chegarem em casa - Parnaíba ou São Paulo. E foi aí "nessas datas de terras de sesmaria de uma légua de terra em quadra; outra légua de terra nessa mesma paragem de Sorocaba, da outra banda do rio correndo da ponte para cima até a cachoeira", parte doada por sua mãe e por seu irmão André, parte conquistada por ele mesmo, que decidiu se estabelecer com uma fazenda de criação de gado e plantação, o embrião da futura Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. [Página 65] Essa ponte a que se refere o documento não foi construída por Balthazar, mas já existia desde o final do século XVI, mandada construir por D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, quando em visita às minas do Morro Araçoiaba. Era uma ponte pequena, estreita, porém no mesmo local da atual, na rua XV de novembro. [Página 66] Balthazar não foi o primeiro a se interessar pela região. Antes dele, a história registra duas tentativas de formação de povoado. A primeira foi em 1589, quando os Afonso Sardinha, pai e filho, descobriram minério de ferro no Morro Araçoiaba, instalando nesse local, dois anos depois (1591), uma fundição de ferro. A descoberta atraiu a atenção do Governador Geral do Brasil, Francisco de Souza, que, em 23 de maio de 1599, conforme narrativa do historiador Jesuíno Felicíssimo Júnior: "Acompanhado de grande e imponente séquito, constituído de fidalgos coloridamente trajados, técnicos, infantes e nativos, sob o som de música marcial, partiu para Araçoiaba". Permaneceu entre nós durante sete meses, ocasião em que fundou, oficialmente, no local, a povoação de Nossa Senhora do Monte Serrate. [Páginas 82 e 83] • 13°. Casamento de Balthazar Fernandes e Maria de Zunega No ano de 1600, já em plena atividade como sertanista, nos sertões de Guairá, conheceu Maria de Zunega, nascida na Vila Rica, com quem se casou e teve uma filha, Maria de Torales. Alguns genealogistas discordam, dizendo que Maria de Torales seria filha adotiva. • 14°. Balthazar se casa com Isabel de Proença em São Paulo, com a qual teria doze filhos Em 1603, Balthazar está em São Vicente, casando-se com a paulista Izabel de Proença. Desse casamento, teve 12 filhos: Benta, Maria, Izabel, Potência, Anna, Cecília, Custódia, Marina, Verônica, Manoel, Luiz e Antônio [Página 43]. Em 1603, incansável sertanista já se encontrava em São Vicente, realizando o seu segundo casamento, com Izabel de Proença, filha de João de Abreu, almoxarife da Capitania, português da Ilha Terceira e de Izabel de Proença Varela [Página 47]. • 15°. Casamento de Suzana Dias e Belchior da Costa • 16°. Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no caminho de aldeia de Tabaobi • 17°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” A segunda tentativa, ainda por iniciativa de D. Francisco de Souza, foi o agrupamento dos remanescentes de Ipanema no atual bairro do Itavuvu, em 1611. O local recebeu o seu pelourinho e ganhou o nome de Vila de São Felipe, homenagem a Felipe II, rei de Portugal e Espanha. Também não vingou e nem chegou a ter Câmara. • 18°. Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* De 1613 a 1615, Baltazar Fernandes foi alferes numa expedição chefiada por seu irmão André, na região do rio Paraupava (trecho inferior do Rio Araguaia), em Goiás. Essa expedição, organizado por Diogo de Quadros, provedor das minas, embora oficialmente enviada com propósitos de mineração, acabou se transformando em expedição de apresamento de nativos. • 19°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas Nestes limites, à margem esquerda do rio Anhembi, André Fernandes ergueu mais tarde a capela de Santana, e tendo devassado os sertões vizinhos, pesquisando ouro, obteve para si uma sesmaria limítrofe em 23 de setembro de 1619.Antes de ser o homem público ativo e dedicado, Balthazar Fernandes foi, além de lavrador, ferreiro. Essa reveleção é feita por Jeuíno Felicíssimo Junior, autor da "História da Siderurgia de São Paulo - seus personagens, seus feitos".Informa o autor que, em 1619, Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas e levantou, em Parnaíba, um forno para fundição de ferro, que funcionou até 1645, quando foi interditado e desmontado, em consequência de denúncia feita ao juiz ordinário, Paulo do Amaral.Pelas leis de Portugal para o Brasil, na época, as tendas de ferreiros eram proibias, a fim de evitar que as técnicas de preparação e aproveitamento do ferro fossem parar nas mãos dos índios, tornando suas flechas mais perigosas e mortais.Detalha ainda o mesmo autor que a sesmaria de Balthazar era vizinha da de André, no lugar chamado Ibitiruma. • 20°. Quando da destruição do Guairá, nos anos de 1629 e de 1630, os paulistas parnaibanos, chefiados por André Fernandes, certamente passaram pela localização da futura Sorocaba na ida e na volta *Balthazar está em São Paulo para resolver o "problema" de sua irmã, Benta Dias Convento do Carmo da Vila de Santana das Cruzes "Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?" p. 42 • 21°. Benta Balthazar está em São Paulo para resolver o "problema" de sua irmã, Benta Dias. "Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?" p. 42 • 22°. Gabriel Ponce de Leon chega em Santana de Parnaíba, casado com a filha "índia" de Balthazar • 23°. Falecimento de Suzana Dias Vale a pena abrir um parênteses, nesta narrativa, a fim de registrar um episódio curioso na vida de Suzana, mãe de Balthazar, contado pelos historiadores Mons. Paulo Florêncio da Silveira Camargo (História de Santana de Parnaíba) e Padre Hélio Abranches Viotti (Anchieta, o Apóstolo do Brasil). E, este detalhe, que vou narrar, agora, ganhou grande notoriedade, neste ano de 2014, quando S. S. o Papa Francisco canonizou o Padre José de Anchieta. Quando ainda menina, residindo com seus pais em São Vicente, Suzana Dias foi acometida de uma moléstia grave. Esgotados todos os recursos humanos para a sua cura, Suzana recorreu a Deus, prometendo consagrar-se à vida religiosa, caso ficasse livre da doença, que a atormentava. Miraculosamente, livre do infortúnio, Suzana cumpria a sua promessa, vivendo uma vida de cristã exemplar, com plano de ingressar num convento. Certo dia, quando estava compenetrada em suas orações, acercou-se dela um irmão leigo jesuíta e sussurrou-lhe aos ouvidos: "Você está liberada da promessa que fez ao Senhor". Suzana levou um susto e, ruborizada e confusa, dirigiu-se ao religioso: - Mas, que promessa, se eu nunca revelei a ninguém, nem a minha mãe, que fiz alguma promessa ou tinha alguma a cumprir? O irmão leigo insistiu: - Sou apenas um mensageiro da ordem do Senhor. Você está liberada. Suzana casou-se e teve 17 filhos. Essa história da mãe de Balthazar Fernandes não é lenda. O irmão citado, na narração anterior é o venerável padre José de Anchieta e essas informações fazem parte do testemunho de Suzana Dias, no processo de santificação do Apóstolo do Brasil em 1621. Outro livro: "A Causa da Beatificação do Venerável Padre José de Anchieta", de autoria do padre Viotti, traz mais detalhes sobre o depoimento de Suzana: "Conhece muito bem o Padre Anchieta e o teve por diretor espiritual, abrindo-lhe toda a consciência". Conhecia-o, deste antes do sacerdócio, e narra o seguinte fato, que deve referir-se ao ano de 1560, quando novamente se encontram, em Piratininga (São Paulo), os padres Luiz da Grã e Manuel da Nóbrega, superiores da Companhia de Jesus. "Sendo eu menina de poucos anos e indo à igreja desta vila de São Paulo, ouvi muitas vezes das padres Luiz da Grã e Manuel da Nóbrega, outrora provinciais, que o irmão José era santo e, contando alguns sonhos do irmão, afirmavam que eram revelações e que ele os dissimulava, dizendo que eram sonhos". E reforça mais ainda: "Sendo eu de 12 anos e estando enferma, desejei morrer, consagrando a Deus a minha virgindade, mas o padre José, sendo que a ninguém eu dissesse, me falou nesse assunto, que só podia saber através de revelação. Não fiz voto!" [Páginas 23 e 24] • 24°. Balthazar e o irmão André sofreram uma derrota no seu ataque às Missões do Uruguai • 25°. André Fernandes chegou a Santa Tereza do Ibituruna É verdade também, que Balthazar Fernandes, ao lado do irmão André Fernandes e do seu sobrinho, padre Francisco Fernandes de Oliveira,participou, em 23 de dezembro de 1637, da expedição que destruiu a redução de Santa Tereza, na região da atual cidade de Passo Fundo. Foi em consequência dos atos praticados em Santa Tereza, que Baltazar Fernandes e André Fernandes foram relacionados num documento de excomunhão, assinado pelo bispo de Buenos Aires, caso continuassem destruindo as reduções e caso não devolvessem os nativos cativos e pagassem os dados feitos nas reduções. Isso aconteceu em 1637, conforme documentos originais, guardados na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Após a destruição da redução de Santa Tereza, Baltazar e André retornam, em novembro de 1639, a São Paulo, ocasião em que já está a caminho da expedição de Fernão Dias Paes e do seu irmão, Pascoal Leite Paes, que vai atacar as reduções dos Apóstolos (Caaçapaguassu), quando, pela primeira vez, os paulistas são derrotados. É nesse combate, que morre o padre, atingido por um tiro no olho. [Página 111] • 26°. Padre Alfaro adverte Balthazar A excomunhão de Baltazar Fernandes "...excomulgacion y censuras contra los portugueses que acometen a las reduciones de los nativos..." Este é o cabeçalho de um documento de fevereiro de 1638, assinado pelo padre Diego de Alfaro, da Companhia de Jesus, superior das reduções jesuíticas pertencentes ao Paraguai e comissário do Santo Ofício da Inquisição, que adverte "o capitão André Fernandes, Baltazar Fernandes, o capitão fulano Pedroso,o capitão Domingos Álvares e fulano Prieto y otros muchos portugueses y castelhanos, que estão aprisionando nativos cristãos - homens, mulheres, crianças e velhos - destruindo suas cabanas, sua alimentação e até matando-os. Invadem as igrejas e furtam os bens eclesiásticos". Esse documento, cujo original se encontra na Biblioteca Nacional, foi entregue, na Redução da Candelária, pelos padres Pedro Romero e Juan Batista Hornos, notário apostólico, aos sertanistas Francisco Paiva e Antonio Pedroso, que se negaram a recebê-lo. Nesse momento, o padre Alfaro procedeu a leitura do documento em voz alta e inteligível, como relato o historiador Aurélio Porto, ordenando os sertanistas para que dentro de 24 horas saíssem do território do bispado da Prata e restituíssem os nativos maiores e menores, homens e mulheres que têm cativos, sob pena de excomunhão. Os sertanistas Paiva e Pedroso destruíram as citações, o que levou o padre Alfaro a confirmar a excomunhão.Mas vez compareceram os jesuítas ao acampamento dos sertanistas, anunciando a sua excomunhão, com o que não se preocuparam os paulistas, alegando que iriam recorrer. Embora citados, no documento de excomunhão, André e Baltazar não se encontravam no local (Candelária). Já tinham iniciado a volta para São Paulo, trazendo grande número de nativos cativos. Esse episódio é o único que estabelece uma relação entre Baltazar Fernandes e o padre Diego de Alfaro, advindo daí, talvez, o boato de que teria sido ele o matador do padre. Como se vê, esse fato ocorreu, em fevereiro de 1638, e o padre viria a morrer em combate em janeiro de 1639, 11 meses depois, algumas centenas de quilômetros distante dali. A ausência de André e Baltazar Fernandes, em Candelária, onde fora lido o documento de excomunhão, é explicado por Aurélio Porto, na sua "História das Missões Orientais do Uruguai": "Terminada a ocupação de Santa Tereza, mandou o caudilho André Fernandes, que um destacamento de 30 a 40 paulistas, apoiado por mais de 1.000 tupis e nativos amigos fossem assolar as reduções do Ijuí. Esse grupo, parece, teria por comandantes os sertanistas capitães Francisco de Paiva e Antonio Pedroso, se bem que outros paulistas de escol dele fizessem parte". Efetivamente, foram esses dois bandeirantes, Paiva e Pedroso que, segundo documentação jesuítica, receberam a notícia de excomunhão das mãos dos jesuítas. [Páginas 118 e 119] • 27°. Bula papal à Companhia de Jesus a direção dos Índios* • 28°. Bandeirantes paulistas travam combate com espanhóis e guaranis Embora citados, no documento de excomunhão, André e Baltazar não se encontravam no local (Candelária). Já tinham iniciado a volta para São Paulo, trazendo grande número de nativos cativos. Esse episódio é o único que estabelece uma relação entre Baltazar Fernandes e o padre Diego de Alfaro, advindo daí, talvez, o boato de que teria sido ele o matador do padre. Como se vê, esse fato ocorreu, em fevereiro de 1638, e o padre viria a morrer em combate em janeiro de 1639, 11 meses depois, algumas centenas de quilômetros distante dali. A ausência de André e Baltazar Fernandes, em Candelária, onde fora lido o documento de excomunhão, é explicado por Aurélio Porto, na sua "História das Missões Orientais do Uruguai": "Terminada a ocupação de Santa Tereza, mandou o caudilho André Fernandes, que um destacamento de 30 a 40 paulistas, apoiado por mais de 1.000 tupis e nativos amigos fossem assolar as reduções do Ijuí. Esse grupo, parece, teria por comandantes os sertanistas capitães Francisco de Paiva e Antonio Pedroso, se bem que outros paulistas de escol dele fizessem parte". Efetivamente, foram esses dois bandeirantes, Paiva e Pedroso que, segundo documentação jesuítica, receberam a notícia de excomunhão das mãos dos jesuítas. [Páginas 118 e 119] • 29°. Assassinato de Diego de Alfaro, comissário da Inquisição Nas questões políticas, como representante de Santa Ana de Parnaíba e líder de sua comunidade, está sempre na vanguarda dos acontecimentos a qualquer preço. Por ter participado, em 1640, juntamente com outras lideranças paulistas, do episódio da expulsão dos jesuítas de São Paulo, foi castigado pela Igreja, sofrendo a pena de excomunhão. Os paulistas justificavam a decisão, diante do fato dos padres terem extrapolado as suas funções, indo além do poder espiritual, interferindo nas questões políticas do povoado. Pesou, principalmente, na decisão dos paulistas, a publicação da bula do Papa Urbano VIII, que proibiu a escravização dos nativos, uma causa defendida pelos jesuítas. Em 1647, esclarecidos os fatos, um alvará régio suspendeu a pena de excomunhão. Em 1652, Baltazar está em São Vicente, como representante de Parnaíba, participando do movimento pela volta dos jesuítas expulsos. [Página 44] Após a destruição da redução de Santa Tereza, Baltazar e André retornam, em novembro de 1639, a São Paulo, ocasião em que já está a caminho da expedição de Fernão Dias Paes e do seu irmão, Pascoal Leite Paes, que vai atacar as reduções dos Apóstolos (Caaçapaguassu), quando, pela primeira vez, os paulistas são derrotados. É nesse combate, que morre o padre, atingido por um tiro no olho. As suspeitas apontam para Paschoal Leite Paes As suspeitas apontam o sertanista Paschoal Leite Paes, irmão de Fernão Dias Paes (Leme), o governador das esmeraldas, como o responsável pela morte do padre Alfaro, durante o combate de Caazapaguassu. Não há documento que afirme, taxativamente, que foi ele quem deu o tiro fatal. Mas, está documentado que Paschoal era o chefe (cabo) da expedição de Caazapaguassu, como também está documentado que foi o chefe da expedição em questão, que acertou o padre. Essas informações estão claras e fazem parte das narrativas dos principais historiadores brasileiros, que trataram do assunto. Confirmando esses fatos, Sorocaba continua fazendo parte da história da morte do padre Diego de Alfaro. Ao lado de Baltazar Fernandes, Pascoal foi o primeiro juiz de Sorocaba, eleito em 3 de março de 1661. Aluísio de Almeida em seu livro "História de Sorocaba", editado em 1969, ao fazer identificação de cada um dos integrantes da primeira Câmara de Sorocaba, comenta: "Pascoal Leite Paes, de identificação difícil, porque não podia ser o irmão de Fernão Dias Paes Leme, e logo morreu em Parnaíba". Em outro livro, "Sorocaba, 3 séculos de História" publicação póstuma do mesmo autor, a informação é totalmente contrária. Observem: "Pascoal Leite Paes, um dos primeiros vereadores (sic) nomeados, foi velho sertanista a descansar em sua fazenda possivelmente dos lados do Apotribu. Irmão do grande Governador das Esmeraldas, com quem esteve na derrota de 1630, em Caaçapaguaçu, foi prisioneiro no Prata. Voltando alguns anos depois, este grande homem ajudou a nascer Sorocaba, findando-se em sua fazenda, em 1664". Informações equivocadas à parte (Pascoal foi juiz e não vereador, a derrota foi em 1639), a informação do historiador sorocabano confirma que Pascoal Leite Paes, primeiro juiz de Sorocaba, irmão de Fernão Dias Paes, esteve em Caazapaguassu e foi mantido preso no Prata. Só não afirmou que foi ele quem atirou no padre. [Páginas 115, 116 e 117] • 30°. Bula Papal condenando o cativeiros dos índios no Brasil produz graves distúrbios no Rio de Janeiro, em Santos e em São Paulo O monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo descreve este fato em seu livro "História de Santa Ana de Parnaíba": "Repercutiu em Parnaíba, o breve libertador dos nativos, a dita bula do papa Urbano VIII (22 de abril de 1639). Atribuíram aos jesuítas a consecução da referida bula e queria expulsá-los de São Paulo. Na reunião das Câmaras, em São Vicente (24 e 25 de junho de 1640), Baltazar Fernandes representou Parnaíba". Na mesma obra o monsenhor Paulo Florêncio lembra que: "Baltazar Fernandes foi procurador geral de Parnaíba. Compareceu em São Paulo (6 de agosto de 1641), na reunião coletiva para eleição do representante na visita a D. João IV, em Lisboa". Registra também, que a expedição de André Fernandes, da qual Baltazar Fernandes fazia parte, retorna a São Paulo, em dezembro de 1638 ou no início de 1639, após a destruição da Redução de Santa Tereza. O padre foi morto em janeiro de 1639. [Páginas 115 e 116] • 31°. Carta datada de 23 de julho de 1639, do padre Ruyer para o padre Antonio Ruiz de Montoya, procurador geral das reduções do Paraguai e da Companhia de Jesus Vamos ao trecho (já traduzido) da carta do padre Ruyer, que mais interessa a este caso: "Vossa Reverendíssima já está sabendo da desgraçada morte repentina do nosso bom padre Diego de Alfaro, superior digníssimo destas reduções, a qual um malvado português matou em Caaçapaguassu, onde estava também o governador do Paraguai, D. Pedro de Lugo, com 60 soldados, por cuja covardia, frouxidão e omissão, o bom padre foi animando os seus filhos (nativos) a que lutassem valorosamente contra os inimigos, que haviam se escondido atrás de um pequeno morro. Acontece que um malvado, escondido em uma choça,a poucos passos dali, conhecendo muito bem o padre, apontou e atirou de frente sobre o olho direito, o que derrubou o pobre padre, que em seguida perdeu a fala e não o sentido. Foi quando um outro padre ali presente, tomando-lhe a mão, disse que a apertasse, para que lhe desse a absolvição e concedesse a indulgência plena. Ele abriu o olho esquerdo, olhou para o padre e lhe apertou a mão, que foi dia de Santo Antonio Abade (17 de janeiro de 1639), pela manhã, depois de ter caminhado todo o exército três léguas de noite". (Carta datada de 23 de julho de 1639, do padre Ruyer para o padre Antonio Ruiz de Montoya, procurador geral das reduções do Paraguai e da Companhia de Jesus). [Páginas 111 e 112] • 32°. Retorno* Após a destruição da redução de Santa Tereza, Baltazar e André retornam, em novembro de 1639, a São Paulo, ocasião em que já está a caminho da expedição de Fernão Dias Paes e do seu irmão, Pascoal Leite Paes, que vai atacar as reduções dos Apóstolos (Caaçapaguassu), quando, pela primeira vez, os paulistas são derrotados. É nesse combate, que morre o padre, atingido por um tiro no olho. • 33°. Balthazar Fernandes está no atual território do Rio grande do Sul participando da destruição de Santa Tereza do Ibituruna, segundo o livro “Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?” do jornalista Sérgio Coelho de Oliveira 1639 (Natal) - Novamente no sertão, agora no atual território do Rio Grande do Sul, participando da destruição da redução de Santa Tereza. [Página 100] • 34°. Reunião O monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo descreve este fato em seu livro "História de Santa Ana de Parnaíba": "Repercutiu em Parnaíba, o breve libertador dos nativos, a dita bula do papa Urbano VIII (22 de abril de 1639). Atribuíram aos jesuítas a consecução da referida bula e queria expulsá-los de São Paulo. Na reunião das Câmaras, em São Vicente (24 e 25 de junho de 1640), Baltazar Fernandes representou Parnaíba". • 35°. Jesuítas são expulsos de São Paulo Nas questões políticas, como representante de Santa Ana de Parnaíba e líder de sua comunidade, está sempre na vanguarda dos acontecimentos a qualquer preço. Por ter participado, em 1640, juntamente com outras lideranças paulistas, do episódio da expulsão dos jesuítas de São Paulo, foi castigado pela Igreja, sofrendo a pena de excomunhão. Os paulistas justificavam a decisão, diante do fato dos padres terem extrapolado as suas funções, indo além do poder espiritual, interferindo nas questões políticas do povoado. Pesou, principalmente, na decisão dos paulistas, a publicação da bula do Papa Urbano VIII, que proibiu a escravização dos nativos, uma causa defendida pelos jesuítas. Em 1647, esclarecidos os fatos, um alvará régio suspendeu a pena de excomunhão. • 36°. Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba A história de Sorocaba é cheia de encontros e desencontros, que chega a ser folclórico. O Morro do Ipanema, não é de Ipanema, e sim de Araçoiaba; A igreja de São Bento não é de São Bento, é de Santa Ana; a casa da Marquesa de Santos (Quinzinho de Barros) não é da Marquesa; Brigadeiro Tobias, marido traído, nunca foi traído; o animal do tropeiro era mula, mas no monumento está o cavalo; a casa do Balthazar parece que não é... e assim por diante. • 37°. Outro parnaibano, Baltazar Carrasco dos Reis iniciava o povoamento de Curitiha A paragem de Sorocaba, que sempre esteve nos sonhos do povoador Balthazar Fernandes, era, na primeira metade do século XVII, uma boca de sertão. Era a porta de entrada de São Paulo, das expedições paulistas, envolvidos no apresamento dos nativos e na mineração, nos sertões do Rio Grande do Sul, do Paraná, do Mato Grosso e da região dos campos gerais de Curitiba para São Paulo e Rio de Janeiro. Homem de negócios, Balthazar apostava no potencial da paragem de Sorocaba, ainda um sertão a ser ocupado. • 38°. Rei concede perdão aos paulistas Por ter participado, em 1640, juntamente com outras lideranças paulistas, do episódio da expulsão dos jesuítas de São Paulo, foi castigado pela Igreja, sofrendo a pena de excomunhão. Os paulistas justificavam a decisão, diante do fato dos padres terem extrapolado as suas funções, indo além do poder espiritual, interferindo nas questões políticas do povoado. Pesou, principalmente, na decisão dos paulistas, a publicação da bula do Papa Urbano VIII, que proibiu a escravização dos nativos, uma causa defendida pelos jesuítas. Em 1647, esclarecidos os fatos, um alvará régio suspendeu a pena de excomunhão. • 39°. Falecimento de Izabel Proença de Abreu, filha de Balthazar Fernandes em Santana de Parnaíba • 40°. Restituição dos padres jesuítas aos seis colégios Em 1652, Baltazar está em São Vicente, como representante de Parnaíba, participando do movimento pela volta dos jesuítas expulsos. • 41°. Testamento de Isabel de Proença é assinado em Santana de Parnaíba E, para finalizar, os historiadores divergem quanto à data da chegada de Balthazar Fernandes a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando esses dois momentos. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670 E tem mais: a tal casa do Balthazar... será que era mesmo? [Página 12] Outra suposição: era setuagenário, cerca de 74 anos, quando se transferiu para a paragem de Sorocaba, em 1654. Até o nome do ilustre sertanista é discutível. Tão diversas são as formas que aparecem nos documentos do século XVII: Balthazar, Balthezar, Baltasar e Baltazar. [Página 19] O testamento de Izabel de Proença, esposa de Balthazar, fez quando ainda viva, em 28 de novembro de 1654, e os dois inventários dos bens da família que se seguem, após a sua morte, em abril de 1555 - o primeiro em Santa Ana de Parnaíba e o outro em Sorocaba - contém importantes revelações sobre a vida dos Fernandes. São, portanto, três documentos já citados por Luis Castanho de Almeida, de onde extraímos alguns fatos interessantes. No primeiro documento, de novembro de 1654, Izabel de Proença revela que... "... estando eu, Izabel de Proença, em meu perfeito juízo e entendimento, Nosso Senhor Jesus Cristo me deixou doente de cama temendo a morte... e por não saber o que Deus Nosso Senhor quererá fazer de mim, e quando será servido me levar para si, ordenei fazer este meu testamento." Esse documento segue com uma profissão de fé na Santíssima Trindade, obediência à Santa Madre Igreja e um pedido de proteção a Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora e a todos os santos e anjos da corte celestial, em especial à santa do seu nome. Seguindo costume da época, pede que seu corpo seja sepultado na igreja do lugar onde falecer. Em seguida, dirige-se a sua família e recomenda: "E peço por serviço de Deus Nosso Senhor ao padre vigário meu sobrinho, Francisco Fernandes de Oliveira, faça a minha cédula de testamento e peço ao meu marido, Balthazar Fernandes e a meu irmão Paulo de Proença Abreu, sejam meus testamenteiros". Declara-se casa com Balthazar Fernandes, com quem teve vários filhos e filhas, nomeando seus herdeiros. Nem todos... "... quanto a, minha filha Benta, que se casou com Pedro Correa não dotamos e nem demos nada por se casar contra as nossas vontades, minha e de seu pai, no que nos tem dado muitos desgostos". [Páginas 28 e 29] Retornando do Rio Grande do Sul, em1639, já beirando os 60 anos, Balthazar decidiu "pendurar as chuteiras", como bandeirante. Era hora de se dedicar mais aos seus negócios, em Santa Ana do Parnaíba, onde exercia certa liderança política e tinha a sua fazenda. Era hora, também, de iniciar a sua missão de povoador, uma tradição de família. Era hora de pensar em Sorocaba. Nas suas idas e vindas ao Paraguai, conheceu a Paragem de Sorocaba, onde os bandeirantes costumavam fazer um pouso, antes de chegarem em casa - Parnaíba ou São Paulo. E foi aí "nessas datas de terras de sesmaria de uma légua de terra em quadra; outra légua de terra nessa mesma paragem de Sorocaba, da outra banda do rio correndo da ponte para cima até a cachoeira", parte doada por sua mãe e por seu irmão André, parte conquistada por ele mesmo, que decidiu se estabelecer com uma fazenda de criação de gado e plantação, o embrião da futura Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. [Página 65] Essa ponte a que se refere o documento não foi construída por Balthazar, mas já existia desde o final do século XVI, mandada construir por D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, quando em visita às minas do Morro Araçoiaba. Era uma ponte pequena, estreita, porém no mesmo local da atual, na rua XV de novembro. [Página 66] Em um outro documento, produzido em 1732, e existente na Biblioteca da História Real Portuguesa, na cidade do Porto, a história da origem de Sorocaba é assim contada: "Esta igreja e mosteiro fundou no alto desta Villa de Sorocaba o capitão-mór Balthazar Fernandes, fundador que foi também da dita Villa, no ano de 1654. Está esta villa situada junto ao rio do Sorocaba, nome que lhe deu o gentio... Este não é muito grande, mas é navegável porque por ele abaixo navegavam os homens antigamente a buscar gentio e hoje o navegam também para ir as minas novamente descobertas do Cuyabá e Cochiponen..." [Página 69] (...) Nativos pioneiros Além desses primeiros moradores, procedentes de Santa Ana do Parnaíba, São Paulo e Paraguai, temos o grande contingente de nativos, cuja relação nominal estamos publicando, conforme o testamento de Izabel de Proença. É curioso observar que , quando se trata de bebês e crianças, são identificados como "crias" e não tem nomes, talvez porque ainda não tivessem sido batizados ou registrados. A seguir a lista dos nativos: José e sua mulher Sabina e uma cria; Gabriela solto, com um irmão rapazinho e duas raparigas; Pedro solto e seu irmão Bastião; Antonia rapariga e sua irmã; Pedro e Izabel com um filhinho e sua filhinha; Salvador rapaz solto; Miguel, solto; João e sua mulher Cecília, uma rapariga e três rapadinhos seus filhos; Ipólita, solta com dois filhinhos; Tomas solto; Bras e sua mulher Maria com uma criança; Bartholomeu e sua mulher, Andreaza com uma cria; Alberto solto; PEdro e sua mulher (?) com uma cria; Grimaneza solta; Baltezar solto; Aleixo, solto; Cecília solta com duas crias; Marinho rapaz solto; Felipe rapaz solto; Domingos e sua mulher Custódia e sua mulher Mônica; Joseph, sua mulher Christina, sua filha Barbosa e uma cria; Felipa solta e seu filho André; Paula solta; América moça, sua filha e 4 filhos pequenos; José e sua mulher Maria com três filhos pequenos; Manoel solto; Pedro e sua mulher Sabina com quatro filhos pequenos; José e sua mulher Sabina com quatro filhos; Antônia solta com dois filhos e uma filha pequena; Pascoal e sua mulher Constança com duas filhas e um filho pequeno; Miguel e sua mulher Clemência, com um filho e uma filha pequenos; Roque e sua mulher Helena com duas filhas, Catarina e Asença e mais quatro filhos pequenos; Gaspar e sua mulher Marqueza e mais quatro filhos pequenos; Lourenço e sua mulher Lucrécia; Ignocêncio e sua mulher Augustinha, com dois filhos pequenos; Luiz solto; João e sua mulher "Índia"; Gregório solto e seu filho João; Antonio solto; Gabriel e sua mulher Pelonia com quatro filhos pequenos; Vicente solto e sua irmã moça por nome Maria e sua mãe também por nome Maria; José solto; Gabriel e sua filha Anastácia e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Joana e seu filho João, moço, e dois filhos pequenos; Alonço e sua mulher Paula Angela, seu marido velho com um filho moço por nome Fernando e uma filha pequena; Henrique e sua mulher Mônica e uma filha moça por nome Leonor; Joana solta com cinco filhos e filhas pequenos e um moço, também seu filho, por nome Francisco; Izabel, solta; Maria, solta com uma cria; José e sua mulher Izabel; Fernando e sua mulher (?) com seus filhos pequenos, Pedro e Sebastião; Pedroe sua mulher Ana, João, seu filho moço e dois filhos pequenos; Alexandre e sua mulher Inácia e uma filha pequena; Domingos e sua mulher Cecília com cinco filhos pequenos; Pedro e sua mulher; Paula e sua filha moça por nome de Catarina e um filho pequeno; Luzia e seu marido velho, com dois filhos pequenos; Gabriel e sua mulher; Francisca e uma filha moça por nome Izabel e três filhos pequenos; Bastião e sua mulher Marina; Afonso e sua mulher Marqueza com um rapaz seu filho e outro filho moço por nome José e sua mulher Tiodora; Marcos e sua mulher Ambrosia com duas filhas moças por nome Bastiana e Juliana e três filhos pequenos; Salvador e sua mulher velha Inocencia; Paulo e sua mulher Maria, seu filho moço por nome Miguel e quatro filhos pequenos; Camila solta com duas filhas pequenas; Domingos e sua mulher Cecília e dois filhos pequenos; Henrique e sua mulher Apolonia com um filhinho; Garcia e sua mulher Cristina e um filho moço por nome João; Antonio e sua mulher Sabina; Tomé e sua mulher velha Cecília; Felipe solto com seu filho pequeno; Felipa solta com filho; Branca solta; Angela solta; Estacia solta; Maria solta; Constança, solta; Antonio solto e sua irmã Serafina, as crias e três irmãos pequenos; Andreza solta; Ana, solta; Merencia solta; Cecília solta; Marqueza solta; Lourença solta; Uma raparigona solta por nome de Domingas; Tiodozia solta; Matia e sua mulher velha; Lourenço e sua mulher Andreza com duas crias; Bastião e sua mulher Luzia com duas crias; Barnabé, solto, rapagão; Gonçalo e sua mulher Antonia com duas filhas pequenas; Branca solta com seu filhos moço por nome de Amaro e sua filha pequena; Asenço e sua mulher Maria e seu irmão por nome Tomé, moço solto e um irmão pequeno e seus pais velhos; Potencia solta e um pequeno filho; Clemencia solta; Catarina solta e uma irmã pequena e seu pai velho; Fernando e sua mulher Izabel, Manoel e seu filho moço e Verônica moça também sua filha; Roque solto; Luiz e sua mulher Maria, com três filhos pequenos; Alonço e sua mulher Mônica e três filhos e uma irmã por nome Paula, solta; Luiz e sua mulher Sabina e um filho moço por nome Dionisio e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Ignacia e um rapaz por nome Bartolomeu, seu filho e quatro crias; Francisco e sua mulher Ursula e seu irmão Belchior; Henrique solto; Manoel solto e mudo; Cristina solta com uma filha; Domingas, solta; Antonio e sua mulher Andreza; Alonço e sua irmã Francisca; Bárbara solta e sua irmã Maria e seu filho Custódio, moço solto com dois filhos e a mãe velha; Guiomar solta; Sabina solta; Tomazia solta; Bartolomeu e sua mulher Fabiana, seu filho moço por nome Bartolomeu e dois filhos pequenos; Cecília solta; Generoza solta; Marina solta; Sabina solta; Francisco, rapagão solto; Tomé e sua mulher Luzia com dois filhos pequenos e um moço solto, seu irmão por nome João; João e sua mulher Ana com dois filhos pequenos. A relação acima, de 377 nativos, leva-nos a sua conclusões interessantes. A primeira é que uma pessoa para ter essa quantidade de nativos, seja para serviços em suas terras, seja para comércio, teria de ser muito rica, muito abastada, como de fato o era Balthazar Fernandes. Na verdade, ele precisava de mão de obra para plantar e colher, para fazer vinho e farinha de trigo e, finalmente, transportar a sua produção no lombo dos nativos. E ele tinha duas fazendas. O historiador Sérgio Buarque de Holanda observa no seu livro História Geral da Civilização Brasileira: "Possuir escravizados nativos constitutía índice de abastança e de poder que seriam proporcionais ao número das ´peças´ possuídas". A segunda sugere que os nativos, que concorreram para a formação do povo sorocabano, não eram, obrigatoriamente, os tupis, que habitavam esta região paulista. A maioria fazia parte das levas de outras tribos de nativas, como os guaranis do Paraguai; os tapes e gês, do Rio Grande do Sul, apreendidos pelas expedições de apresamento. Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79] • 42°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* E, para finalizar, os historiadores divergem quanto à data da chegada de Balthazar Fernandes a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando esses dois momentos. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670 E tem mais: a tal casa do Balthazar... será que era mesmo? [Página 12] Outra suposição: era setuagenário, cerca de 74 anos, quando se transferiu para a paragem de Sorocaba, em 1654. Até o nome do ilustre sertanista é discutível. Tão diversas são as formas que aparecem nos documentos do século XVII: Balthazar, Balthezar, Baltasar e Baltazar. [Página 19] O testamento de Izabel de Proença, esposa de Balthazar, fez quando ainda viva, em 28 de novembro de 1654, e os dois inventários dos bens da família que se seguem, após a sua morte, em abril de 1555 - o primeiro em Santa Ana de Parnaíba e o outro em Sorocaba - contém importantes revelações sobre a vida dos Fernandes. São, portanto, três documentos já citados por Luis Castanho de Almeida, de onde extraímos alguns fatos interessantes. No primeiro documento, de novembro de 1654, Izabel de Proença revela que... "... estando eu, Izabel de Proença, em meu perfeito juízo e entendimento, Nosso Senhor Jesus Cristo me deixou doente de cama temendo a morte... e por não saber o que Deus Nosso Senhor quererá fazer de mim, e quando será servido me levar para si, ordenei fazer este meu testamento." Esse documento segue com uma profissão de fé na Santíssima Trindade, obediência à Santa Madre Igreja e um pedido de proteção a Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora e a todos os santos e anjos da corte celestial, em especial à santa do seu nome. Seguindo costume da época, pede que seu corpo seja sepultado na igreja do lugar onde falecer. Em seguida, dirige-se a sua família e recomenda: "E peço por serviço de Deus Nosso Senhor ao padre vigário meu sobrinho, Francisco Fernandes de Oliveira, faça a minha cédula de testamento e peço ao meu marido, Balthazar Fernandes e a meu irmão Paulo de Proença Abreu, sejam meus testamenteiros". Declara-se casa com Balthazar Fernandes, com quem teve vários filhos e filhas, nomeando seus herdeiros. Nem todos... "... quanto a, minha filha Benta, que se casou com Pedro Correa não dotamos e nem demos nada por se casar contra as nossas vontades, minha e de seu pai, no que nos tem dado muitos desgostos". [Páginas 28 e 29] Em um outro documento, produzido em 1732, e existente na Biblioteca da História Real Portuguesa, na cidade do Porto, a história da origem de Sorocaba é assim contada: "Esta igreja e mosteiro fundou no alto desta Villa de Sorocaba o capitão-mór Balthazar Fernandes, fundador que foi também da dita Villa, no ano de 1654. Está esta villa situada junto ao rio do Sorocaba, nome que lhe deu o gentio... Este não é muito grande, mas é navegável porque por ele abaixo navegavam os homens antigamente a buscar gentio e hoje o navegam também para ir as minas novamente descobertas do Cuyabá e Cochiponen..." [Página 69] (...) Nativos pioneiros Além desses primeiros moradores, procedentes de Santa Ana do Parnaíba, São Paulo e Paraguai, temos o grande contingente de nativos, cuja relação nominal estamos publicando, conforme o testamento de Izabel de Proença. É curioso observar que , quando se trata de bebês e crianças, são identificados como "crias" e não tem nomes, talvez porque ainda não tivessem sido batizados ou registrados. A seguir a lista dos nativos: José e sua mulher Sabina e uma cria; Gabriela solto, com um irmão rapazinho e duas raparigas; Pedro solto e seu irmão Bastião; Antonia rapariga e sua irmã; Pedro e Izabel com um filhinho e sua filhinha; Salvador rapaz solto; Miguel, solto; João e sua mulher Cecília, uma rapariga e três rapadinhos seus filhos; Ipólita, solta com dois filhinhos; Tomas solto; Bras e sua mulher Maria com uma criança; Bartholomeu e sua mulher, Andreaza com uma cria; Alberto solto; Pedro e sua mulher (?) com uma cria; Grimaneza solta; Baltezar solto; Aleixo, solto; Cecília solta com duas crias; Marinho rapaz solto; Felipe rapaz solto; Domingos e sua mulher Custódia e sua mulher Mônica; Joseph, sua mulher Christina, sua filha Barbosa e uma cria; Felipa solta e seu filho André; Paula solta; América moça, sua filha e 4 filhos pequenos; José e sua mulher Maria com três filhos pequenos; Manoel solto; Pedro e sua mulher Sabina com quatro filhos pequenos; José e sua mulher Sabina com quatro filhos; Antônia solta com dois filhos e uma filha pequena; Pascoal e sua mulher Constança com duas filhas e um filho pequeno; Miguel e sua mulher Clemência, com um filho e uma filha pequenos; Roque e sua mulher Helena com duas filhas, Catarina e Asença e mais quatro filhos pequenos; Gaspar e sua mulher Marqueza e mais quatro filhos pequenos; Lourenço e sua mulher Lucrécia; Ignocêncio e sua mulher Augustinha, com dois filhos pequenos; Luiz solto; João e sua mulher "Índia"; Gregório solto e seu filho João; Antonio solto; Gabriel e sua mulher Pelonia com quatro filhos pequenos; Vicente solto e sua irmã moça por nome Maria e sua mãe também por nome Maria; José solto; Gabriel e sua filha Anastácia e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Joana e seu filho João, moço, e dois filhos pequenos; Alonço e sua mulher Paula Angela, seu marido velho com um filho moço por nome Fernando e uma filha pequena; Henrique e sua mulher Mônica e uma filha moça por nome Leonor; Joana solta com cinco filhos e filhas pequenos e um moço, também seu filho, por nome Francisco; Izabel, solta; Maria, solta com uma cria; José e sua mulher Izabel; Fernando e sua mulher (?) com seus filhos pequenos, Pedro e Sebastião; Pedro e sua mulher Ana, João, seu filho moço e dois filhos pequenos; Alexandre e sua mulher Inácia e uma filha pequena; Domingos e sua mulher Cecília com cinco filhos pequenos; Pedro e sua mulher; Paula e sua filha moça por nome de Catarina e um filho pequeno; Luzia e seu marido velho, com dois filhos pequenos; Gabriel e sua mulher; Francisca e uma filha moça por nome Izabel e três filhos pequenos; Bastião e sua mulher Marina; Afonso e sua mulher Marqueza com um rapaz seu filho e outro filho moço por nome José e sua mulher Tiodora; Marcos e sua mulher Ambrosia com duas filhas moças por nome Bastiana e Juliana e três filhos pequenos; Salvador e sua mulher velha Inocencia; Paulo e sua mulher Maria, seu filho moço por nome Miguel e quatro filhos pequenos; Camila solta com duas filhas pequenas; Domingos e sua mulher Cecília e dois filhos pequenos; Henrique e sua mulher Apolonia com um filhinho; Garcia e sua mulher Cristina e um filho moço por nome João; Antonio e sua mulher Sabina; Tomé e sua mulher velha Cecília; Felipe solto com seu filho pequeno; Felipa solta com filho; Branca solta; Angela solta; Estacia solta; Maria solta; Constança, solta; Antonio solto e sua irmã Serafina, as crias e três irmãos pequenos; Andreza solta; Ana, solta; Merencia solta; Cecília solta; Marqueza solta; Lourença solta; Uma raparigona solta por nome de Domingas; Tiodozia solta; Matia e sua mulher velha; Lourenço e sua mulher Andreza com duas crias; Bastião e sua mulher Luzia com duas crias; Barnabé, solto, rapagão; Gonçalo e sua mulher Antonia com duas filhas pequenas; Branca solta com seu filhos moço por nome de Amaro e sua filha pequena; Asenço e sua mulher Maria e seu irmão por nome Tomé, moço solto e um irmão pequeno e seus pais velhos; Potencia solta e um pequeno filho; Clemencia solta; Catarina solta e uma irmã pequena e seu pai velho; Fernando e sua mulher Izabel, Manoel e seu filho moço e Verônica moça também sua filha; Roque solto; Luiz e sua mulher Maria, com três filhos pequenos; Alonço e sua mulher Mônica e três filhos e uma irmã por nome Paula, solta; Luiz e sua mulher Sabina e um filho moço por nome Dionisio e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Ignacia e um rapaz por nome Bartolomeu, seu filho e quatro crias; Francisco e sua mulher Ursula e seu irmão Belchior; Henrique solto; Manoel solto e mudo; Cristina solta com uma filha; Domingas, solta; Antonio e sua mulher Andreza; Alonço e sua irmã Francisca; Bárbara solta e sua irmã Maria e seu filho Custódio, moço solto com dois filhos e a mãe velha; Guiomar solta; Sabina solta; Tomazia solta; Bartolomeu e sua mulher Fabiana, seu filho moço por nome Bartolomeu e dois filhos pequenos; Cecília solta; Generoza solta; Marina solta; Sabina solta; Francisco, rapagão solto; Tomé e sua mulher Luzia com dois filhos pequenos e um moço solto, seu irmão por nome João; João e sua mulher Ana com dois filhos pequenos. A relação acima, de 377 nativos, leva-nos a sua conclusões interessantes. A primeira é que uma pessoa para ter essa quantidade de nativos, seja para serviços em suas terras, seja para comércio, teria de ser muito rica, muito abastada, como de fato o era Balthazar Fernandes. Na verdade, ele precisava de mão de obra para plantar e colher, para fazer vinho e farinha de trigo e, finalmente, transportar a sua produção no lombo dos nativos. E ele tinha duas fazendas. O historiador Sérgio Buarque de Holanda observa no seu livro História Geral da Civilização Brasileira: "Possuir escravizados nativos constitutía índice de abastança e de poder que seriam proporcionais ao número das ´peças´ possuídas". A segunda sugere que os nativos, que concorreram para a formação do povo sorocabano, não eram, obrigatoriamente, os tupis, que habitavam esta região paulista. A maioria fazia parte das levas de outras tribos de nativas, como os guaranis do Paraguai; os tapes e gês, do Rio Grande do Sul, apreendidos pelas expedições de apresamento. Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79] • 43°. Inventário de Balthazar Fernandes foi feito em Sorocaba São centenas e centenas de inventários, testamentos e escrituras, guardados pelos cartórios, cúrias, paróquias e Câmaras, formando um fantástico acervo capaz de reconstruir e esclarecer importantes aspectos da história de São Paulo nos tempos coloniais. Pena que o inventário de Balthazar Fernandes, feito antes de morrer, tenha se extraviado. • 44°. Isabel de Procença faleceu em Santana de Parnaíba • 45°. Inventário a avaliação dos bens da família de Isabel Proença No segundo documento, elaborado em 12 de abril de 1655, em que Isabel de Proença é tratada como "defunta" e Balthazar Fernandes como viúvo, está o inventário e a avaliação dos bens da família, em Santa Ana de Parnaíba. Revela, por exemplo, que em 1655, um ano após a data da fundação de Sorocaba, Balthazar ainda tinha a sua fazenda em Parnaíba. Após citar o dia ano do inventário, detalha: "nesta vila de Santa Ana da Parnaíba... nas casas de morada do capitão Balthazar Fernandes...". Outros detalhes que o inventário apresenta: uma casa de taipa de pilão, com corredor e quintal de taipa de pilão, com suas portas e fechaduras. Tem um moinho novo, a fazenda tinha uma roça de mandioca, uma moenda aparelhada, uma casa de palha e outra casa de palha de trigo e tudo isso relacionado e avaliado. Observem: ter uma porta com fechadura era um progresso digno de nota, naqueles tempos, em que as casas eram fechadas com trancas e tramelas. • 46°. Registro dos bens e propriedades de Isabel de Proença no sítio e paragem chamada Sorocava Aparece o nome Sorocaba Concluídos o levantamento e as avaliações dos bens da família, em Parnaíba, o juiz, o escrivão e os avaliadores se deslocaram até Sorocaba para registrar os bens e propriedades aqui existentes. "Aos 22 de abril de 1655, neste sítio e paragem chamada Sorocava, termo e limite da vila de Santa Ana da Parnaíba, fazenda do capitão Balthazar Fernandes..." Mais informações sobre os bens do casal Izabel e Balthazar: casas de taipa de mão de três lanços, cobertas de telhas com portas. Esta é, sem dúvida, a descrição da primeira casa construída em Sorocaba. Tem mais benfeitorias: uma tenda (oficina) de ferreiro, com foles e outros equipamentos relacionados: torno, bigorna, malho, tenazes, mó, etc. Tinha 24 foices para roçar e 24 machados para lavrar. Segue o relatório do fazendeiro Balthazar: 40 porcos, muitos nativos escravizados e muitas escrituras de terras em Sorocaba. O inventário é extenso, aborda pertences pessoais e até dívidas; porém, o que nos parece fundamental é citar este trecho da partilha: "... lhe deram ao viúvo, em Sorocaba, adonde tem o seu sítio e igreja, três mil braças...". Essa pequena frase é de suma importância pelo tanto que ela informa: cita mais uma vez o nome Sorocaba e informa que já existia, em 1655, a igreja de Nossa Senhora da Ponte, a mesma que está, hoje, ao lado do Mosteiro de São Bento, como existia também a sede da fazenda. [Páginas 30 e 31] • 47°. Registro do segundo testamento de Balthazar Fernandes na fazenda de Miguel Bicudo Bejarano na paragem Aputeroby A paragem de Sorocaba começa ter vida. O número de casas, moradores e sítios cresce todos os dias, desenhando os primeiros contornos do sonho do povoador. Em 1660, cinco anos após ter deixado Santa Ana do Parnaíba, Balthazar sente a necessidade de dar uma melhor condição de vida aos moradores, que começavam a ocupar as terras em sua volta. Lembrou-se de sua mãe, Suzana Dias e do seu irmão André Fernandes que, para consolidar o povoado de Santa Ana de Parnaíba, atraíram para o local os monges beneditinos, doando-lhes terras e bens. Os padres representavam assistência religiosa para os moradores, educação e escola. Decidiu seguir o exemplo da família. Nessa época, 1660, Sorocaba ainda pertencia à Vila de Santa Ana de Parnaíba e, por isso, Balthazar precisou se dirigir até aquela povoação, com o propósito de doar terras e bens aos padres de São Bento de Santa Ana do Parnaíba, a fim de que eles se instalassem em Sorocaba. [Páginas 82 e 83] • 48°. Tayaobi Mas, o grande sonho de Balthazar era ver o seu povoado transformado em vila, como já havia acontecido com a Parnaíba do seu irmão André e a Itú de Domingos Fernandes. E a paragem de Sorocaba estava madura para mais este passo. Estabelecia a legislação da época que um povoado poderia reivindicar a elevação à vila, com direito à Câmara, vereadores, juízes e pelourinho (símbolo do poder), desde que contasse, no mínimo, com 30 fogos, o mesmo que quer dizer 30 casas ou famílias. Quanto a isso não havia dúvida e a providência seguinte seria solicitar, oficialmente, a criação da Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Ou, simplesmente, a transferência do pelourinho e dos poderes simbolizados por ele, de Itavuvu para o povoado de Sorocaba, atual região central de Sorocaba. Como se fosse coisa de Deus, a oportunidade de se fazer o pedido surgiu "de bandeja", com a visita do capitão Salvador Correa da Sá Ybenavid (e Benavides), governador da Repartição Sul, a que pertencia a São Paulo. Na versão mais correta, ele esteve fugindo de problemas que enfrentaria com os moradores do Rio de Janeiro, sede do governo da Repartição Sul. Salvador, uma das pessoas mais influentes do Brasil da época, era muito amigos dos Fernandes, desde os tempos do Paraguay. Balthazar não teve dúvidas, encilhou o cavalo e seguiu para São Paulo, levando consigo um pedido para elevação de Sorocaba à Vila. Alguns historiadores defendem outra versão, mais viável, de que ele não foi, por estar muito idoso e adoentado. Teria mandado uma representação. Afinal, era uma cavalgada de três dias, quase 100 quilômetros, um sacrifício, um heroísmo para um homem de 80 anos. Mas, se ele não foi, pessoalmente, é possível que os seus assessores tenham levado do documento preparado por ele e dirigido ao Administrador Geral da Repartição Sul. [Páginas 84, 85] • 49°. Partida Como se fosse coisa de Deus, a oportunidade de se fazer o pedido surgiu "de bandeja", com a visita do capitão Salvador Correa da Sá Ybenavid (e Benavides), governador da Repartição Sul, a que pertencia a São Paulo. Na versão mais correta, ele esteve fugindo de problemas que enfrentaria com os moradores do Rio de Janeiro, sede do governo da Repartição Sul. Salvador, uma das pessoas mais influentes do Brasil da época, era muito amigos dos Fernandes, desde os tempos do Paraguay. Balthazar não teve dúvidas, encilhou o cavalo e seguiu para São Paulo, levando consigo um pedido para elevação de Sorocaba à Vila. Alguns historiadores defendem outra versão, mais viável, de que ele não foi, por estar muito idoso e adoentado. Teria mandado uma representação. Afinal, era uma cavalgada de três dias, quase 100 quilômetros, um sacrifício, um heroísmo para um homem de 80 anos. Mas, se ele não foi, pessoalmente, é possível que os seus assessores tenham levado do documento preparado por ele e dirigido ao Administrador Geral da Repartição Sul. [Páginas 84-87] • 50°. Após uma cavalgada de três dias, Balthazar solicita a Salvador Correia que Sorocaba seja elevada a categoria de "Vila" Recebida a petição, Salvador Correa a encaminhou ao ouvidor da Capitania, para averiguar a quantidade dos moradores de Sorocaba, a fim de que ele pudesse atender ou não o pedido. Todo o processo deve ter sido encaminhado com urgência urgentíssima, dada a consideração do governador para com o representante de Sorocaba. O pedido feito no dia 2 de março de 1661, foi encaminhado à ouvidoria nesse mesmo dia e retornando com parecer favorável do sr. Antonio Lopes de Medeiros, ouvidor da Capitania de São Vicente. "Diz o capitão mór Balthazar Fernandes, morador na nova povoação de Sorocaba, Vila de Nossa Senhora da Ponte, que ele como povoador, em nome dos mais moradores, trata de levantar pelourinho na dita vila, que será meia légua do lugar que levantou o sr. Francisco que Deus tem, governador deste Estado; como tão bem necessitam de Justiça para se poderem governador, como bons vassalos de V. M.; o que ûa e outra coisa se não pode obrar, nem conseguir sem expressa ordem de V. S., para que - Pede a V. S. lhe faça mercê conceder o deduzido em sua petição visto redundar tudo em aumento desta repartição, e serviço de S. Majestade e aumento dos seus moradores, provendo V. S. Receberá mercê." O processo retorna à mãos do governador, que dá o despacho final em 3 de março de 1661.. "Vista a justificação feita pelo Ouvidor desta Capitania com alçada, Antonio Lopes de Medeiros, e a bem do dito Foral dos Donatários, e haver o meu antecessor D. Francisco de Sousa levantado pelourinho no dito distrito e ao presente a querem mudar dentro do mesmo termo. Mando se lhes faça provisão na forma que se pede. São Paulo, 3 de março de 1661". [Páginas 84, 85, 86 e 87] • 51°. O processo retorna com parecer favorável do ouvidor da Capitania de São Vicente sr. Antônio Lopes de Medeiros e o povoado ao redor da capela de Sorocaba foi elevado à categoria de vila O processo retorna à mãos do governador, que dá o despacho final em 3 de março de 1661: "Vista a justificação feita pelo Ouvidor desta Capitania com alçada, Antonio Lopes de Medeiros, e a bem do dito Foral dos Donatários, e haver o meu antecessor D. Francisco de Sousa levantado pelourinho no dito distrito e ao presente a querem mudar dentro do mesmo termo. Mando se lhes faça provisão na forma que se pede. São Paulo, 3 de março de 1661". • 52°. Balthazar foi convocado para prestar contas do cumprimento do testamento de sua esposa Isabel • 53°. Documento-petição elaborado pelo filho de Balthazar Fernandes, Manoel Fernandes de Abreu, e dirigido à Câmara Municipal As obras de construção do mosteiro tiveram início em 1667 e foram concluídas ano ano seguinte. Ainda a respeito do documento de doação, o padre José Carlos Camorim Gatti, atual prior do mosteiro, comenta que alguns historiadores tem publicado que Balthazar Fernandes deixou como obrigação aos padres a celebração de uma missa todos os meses pela sua alma. "No documento original não existe nada a respeito" - afirma taxativo o padre. "Ao pedir a celebração da missa mensal, na capela de Nossa Senhora da Ponte, Balthazar queria garantir a presença constante do sacerdote na povoação". [Página 84] Um documento-petição, elaborado pelo filho de Balthazar Fernandes, Manoel Fernandes de Abreu, e dirigido à Câmara em 4 de junho de 1667, requerendo a doação de 20 braças de chão para casas e quintais de seus filhos e filhas, contém informações valiosíssimas. Vejam o que diz o filho do fundador: "Diz Manoel Fernandes de Abreu, morador nesta dita vila de Nossa Senhora da Ponte, que ele haverá doze anos, pouco mais ou menos em companhia de seu pai (QUE DEUS O TENHA EM SUA GLÓRIA), o capitão-mór Balthazar Fernandes começaram a fundar e povoar esta vila com suas pessoas e fazendas e fizeram as suas custas duas igrejas e casas do Conselho nesta vila..." Na verdade Manoel estava fazendo uso do prestígio e dos empreendimentos do pai para conseguir o benefício de terras para a sua família, terras que já haviam sido doadas aos padres beneditinos. Manoel não se conformava com a decisão do seu pai de doar sua parte em terras aos padres. Ao assumir essa povoação, deixou para a posteridade importantes informações sobre os primeiros anos da história de Sorocaba, dos primeiros prédios - as duas igrejas, de São Bento e a matriz - e as casas do Conselho - Câmara e Cadeia. Esse documento também é o primeiro e, até agora, o único que faz referência à morte de Balthazar Fernandes (Que Deus o tenha...). Resta saber em que ano se deu a morte, se foi em 1667 ou no ano anterior. Para alguns historiadores, intérpretes da documentação histórica sorocabana, Balthazar morreu em 1666 ou 1667, pois o seu filho Manoel Fernandes de Abreu não esperaria tanto tempo para reivindicar as terras que tanto queria para a criação dos seus filhos. [Página 93] • 54°. Chega para tomar posse da igreja doada o Fr. Francisco da Visitação: “Orago da N.S. da Ponte transfere-se para a nova matriz, e a igreja beneditina, daí em diante muda a sua invocação para N.S. da Visitação” • 55°. Em 1668, frei Mauro da Trindade Vieira foi ao sertão "e companhia dos sertanistas que costumavam ir todos os anos ao gentio", sua intenção era trazer algumas "peças" para o hospício que os beneditinos tinham em Sorocaba • 56°. Segunda fundação de Sorocaba “Como se fosse coisa de Deus, a oportunidade de se fazer o pedido surgiu de "bandeja", com a visita do Governador a pronvíncia de São Paulo (Benevides era governador da província do Rio de Janeiro); (..) se Balthazar não foi pessoalmente (já possuiía mais de 80 anos) enviou seus assessores.” (“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”, 2014. Sérgio Coelho de Oliveira) A nossa história, oficial e acadêmica, trabalha com probabilidades, quando se trata de Balthazar Fernandes. Aliás, nem se sabe ao certo a grafia do seu nome, se é Baltasar ou Baltasar, se é Balthazar ou Balthezar, tal é a diversidade das informações contidas nos documentos. Apesar do "fundador" de Sorocaba ter sido um cidadão ilustre, na sua época, nem se sabe quando ele nasceu, nem o dia nem o ano, como também não se sabe quando ele morreu.Não se sabe, com certeza, quando ele se casou, nem a primeira e nem a segunda vez. Sempre as datas são acompanhadas do clássico "por volta de". Também, não se sabe se a sua primeira filha, única do primeiro casamento, Maria de Torales, era sua filha biológica ou adotiva.(...) os historiadores divergem quanto à data da chegada do “fundador” a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670. • 57°. Documento existente na Biblioteca da História Real Portuguesa, na cidade do Porto • 58°. Sorocaba: Registro da primeira tropa de muar em Sorocaba* Um dos documentos mais importantes para preencher as lacunas existentes na história de Sorocaba parece passar despercebido pelos historiadores e pesquisadores. No ano de 2014 pelo frei José Carlos Camorim Gatti, prior do Mosteiro de Sorocaba, encontrou entre os guardados do convento um documento que teria sido recebido por D. Tadeu. Se trata de um relato histórico do Mosteiro, produzido em 1732, abrangendo o período de 1660 e 1772, pertecente à Biblioteca Real da História Portuguesa, Porto, em Portugal. Ele começa assim: Notícias que pertencem a este Mosteiro de Nossa Senhora da Visitação da Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba da Ordem do Patriarca de São Bento, as quais ordena o rei, nosso Senhor, se mande a Academia Real da História Portuguesa. O documento de 14 páginas, encontramos na penúltima delas uma informação definitiva: "(...) não há capela alguma, nem este mosteiro a tem nesta vila, mais em parte alguma." • 59°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre • 60°. Libertados os últimos 460 escravos em Sorocaba • 61°. “História Antiga da Abadia de São Paulo 1598-1772”. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Tipografia Ideal O historiador Affonso de E. Taunay, no seu livro "História Antiga da Abadia de São Paulo", deixou este registro: "Deste casal (o povoador Manuel Fernandes Ramos, português, e Suzanna Dias, mameluca filha de João Ramalho) nasceram três typos de singular robustez e excepcional energia: André, Domingos e Balthazar, os fundadores de Parnahyba, Itu e Sorocaba". [Página 18] • 62°. Estrada Real, Koboyama Afinal, uma ponte era uma marca única e fantástica, naquele tempo, naquele sertão. Não era qualquer rio que tinha ponte. Registra a história que esta foi a primeira ponte do interior do Estado de São Paulo e remonta ao final do século XVI, por ocasião da descoberta das Minas do Morro Araçoiaba. [“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”, 2014. Sérgio Coelho de Oliveira. Páginas 70 e 71] • 63°. Revista Investigações* Com o título "CASAS GRANDES E SENZALAS DE SOROCABA", de artigo publicado na Revista INVESTIGAÇÕES (n° 11/1949), o historiador sorocabano Aluísio de Almeida faz amplo relato da casa que seria de Balthazar Fernandes, no bairro do Lageado. Ele admite que há controvérsias e que uma outra casa teria sido construída, posteriormente, no mesmo local onde existiu a casa do fundador de Sorocaba. Na época em que foi escrito esse artigo, ainda existiam as ruínas do casarão. Foi demolido na década de 50. Vale a pena conhecer o que escreveu o ilustre historiador: "CASA GRANDE DE BALTAZAR FERNANDES. Em 1645, Baltazar Fernandes veio estabelecer-se com fazenda de criar e plantação na paragem de Sorocaba, que já tinha esse nome (terra que esboroa) devido ao rio. Fixou-se à margem esquerda deste, um quilômetro acima da atual ponte (da rua XV de Novembro), que está quase no lugar da primeira, com alguns genros e escravos índios em número de 400, segundo Azevedo Marques. [Página 135] • 64°. Paulo de Oliveira Leite Setúbal (1893-1937) - “Ensaios históricos” O notável escritor paulista, Paulo Setúbal, aqui da vizinha cidade de Tatuí, dedicou, no livro "Ensaios Históricos", páginas bastante interessantes sobre a relação bandeirantes-índios-jesuítas e que passamos a reproduzir. Para se compreender claro o psique daqueles velhos paulistas semibárbaros, é preciso penetrar bem no espírito da época. Um fato, um só, pincela coloridamente aqueles torvos tempos. É o caso dos índios. Para os sertanistas, para esses tipos hirsutos, almas encoscoradas e selvagens, os bugres não eram gente. Jamais! Os bugres eram, simplesmente, bichos do mato. Bichos perigosos, muito maus, que se preava como quem prea caça. Não houve, no tempo, ideia mais enraizada. Ninguém podia crer que aqueles brasís de batoque no beiço, comedores de gente, ouriçados de usanças sanguinárias, pudessem ter, como os outros homens, uma alma racionalmente e espiritual. Não era possível! Aqueles tapuias eram bichos. Mais nada... Tão estranhado andou este pensar nos homens do tempo, que foi necessário uma bula do papa, elucidando de vez a questão. É a famosa bula de Paulo III, promulgada em 9 de junho de 1536, reconhecendo "OS AMERICANOS COMO HOMENS VERDADEIROS". Mas, tudo isso, essa bula e discussões provam alto que, por esses tempos, a ideia dominante, a ideia tida como certa, foi a de que os índios não tinham alma. Não passavam eles de bichos, só bichos. Daí, de tais idéias, nasceu a famosa desavença entre jesuítas e paulistas. Entre jesuítas e paulistas, nos fins do século XVI (1500-1599), desencadeara o ódio mais aceso de que há memória na história do Brasil. A luta nascera em torno do ponto eterno, do ponto único, os índios. É que os de São Paulo, gente fagueira, metiam-se rijos e desassombrados pelos matos. Sofriam tudo! Canseiras? Nunca existiu para aqueles homens. Fome? Era coisa de somenos. Feras, febres? Riam-se delas. E tudo isso, para quê? Para caçar bugres. São Paulo enchia-se de selvagens. Era a feira nacional do comércio vermelho. Os engenhos do Norte entupiam-se de índios de Piratininga. Do Rio, cada estação, chegavam bandos de mercadores tapuias. Uma febre! Ora, exatamente contra isso que se encapelaram os jesuítas. Esses religiosos aqui desembarcavam cheios de entusiasmo. Traziam no peito, muito cândida, uma fervente chama evangelizadora. Ferretoava-os essa límpida ambição de semear na alma bronzeada dos botocudos a palavra mística de Jesus. E enfiavam-se, duramente, pelos sertões. Aprendiam a língua dos brasís. Aladeavam-nos. Cristianizavam-nos. Mas, um dia, depois de suada evangelização, lá vinham os paulistas - zás - atiravam-se como brutos sobre os aldeamentos, incendiavam, arcabuzavam, preavam as peças, arrastavam-nas algemadas para São Vicente. Nessa faina, nesse período de caça, ajudados pelo seu gênio aventureiro, desbravador, foi que os bandeirantes conquistaram o sul inteiro do Brasil. Foi graças ao atrevimento e à dureza desses homens ásperos, homens do seu tempo, que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pertencem ao território nacional. Foram eles, os intrépidos caçadores de bugres, que recuaram para muito longe o clássico meridiano de Tordesilhas. Foram eles, só pela audácia, os conquistadores da terra... Os jesuítas, então poderosíssimos, moveram céus e terra para meter um paradeiro da caça aos índios. Mandavam emissários aos ministros. Mandavam ao rei. Chegaram a mandá-los ao próprio papa. O provincial de São Paulo escrevia, com lágrimas, ao superior de Madri: - Meu padre! Tenha dó de nós... Vá falar a sua Majestade, vá falar ao senhor Conde de Olivares, vá falar aos senhores do Conselho de Portugal. E, no final desse patético apelo, um grito feroz: "Arrasar São Paulo. Destruir a cidade herética. Delenda, São Paulo!". [Páginas 57 e 58] • 65°. O monumento ao Tropeiro, doado à cidade pelo conde Francisco Matarazzo • 66°. História de Sorocaba Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79] • 67°. História de Santana de Parnaíba, 1971. 372 páginas. Paulo Florêncio da Silveira Camargo • 68°. Adolfo Frioli, em palestra proferida no Instituto Genealógico Brasileiro, em São Paulo Quanto ao local de nascimento é São Paulo, aí residiam os Fernandes, antes de se mudarem para as suas terras à margem do rio Tietê, onde André Fernandes e sua mãe, Suzana Dias, fundariam mais tarde (1625) a vila de Santa Ana de Parnaíba. Não tem sentido a hipótese apresentada por alguns historiadores; de que Baltazar teria nascido em 1580, em Santa Ana de Parnaíba e, mesmo se admitindo essa tese, Baltazar continua sendo paulistano, pois nessa época tudo era São Paulo. O historiador Adolfo Frioli, em palestra proferida no Instituo Genealógico Brasileiro, em São Paulo, no ano de 1986, anotou que, "Baltazar Fernandes, nascido em 1580, no Ibirapuera, acompanhou sua mãe e os irmãos na mudança para o sertão. Deveria estar menino, pelo menos com 9 anos e, no contato com a vida agreste, formou a sua mentalidade sertanista, esperando seguir, um dia, para o oeste desconhecido, na trilha dos seus parentes mais velhos. Na mocidade, participou do chamado bandeirismo escravagista". [p. 21] • 69°. Rapodo Tavares atacou a redução de Jesus Maria, na margem esquerda do rio Jacuí, e depois de seis horas de luta arrasou a redução O monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo descreve este fato em seu livro "História de Santa Ana de Parnaíba": "Repercutiu em Parnaíba, o breve libertador dos nativos, a dita bula do papa Urbano VIII (22 de abril de 1639). Atribuíram aos jesuítas a consecução da referida bula e queria expulsá-los de São Paulo. Na reunião das Câmaras, em São Vicente (24 e 25 de junho de 1640), Baltazar Fernandes representou Parnaíba". Na mesma obra o monsenhor Paulo Florêncio lembra que: "Baltazar Fernandes foi procurador geral de Parnaíba. Compareceu em São Paulo (6 de agosto de 1641), na reunião coletiva para eleição do representante na visita a D. João IV, em Lisboa". Registra também, que a expedição de André Fernandes, da qual Baltazar Fernandes fazia parte, retorna a São Paulo, em dezembro de 1638 ou no início de 1639, após a destruição da Redução de Santa Tereza. O padre foi morto em janeiro de 1639. • 70°. Apontamentos historiográficos de 1991-92, revistos e ampliados em 2017, por João Barcellos. Prefeitura Municipal de Santana de Parnaíba consultado em 17.06.2022 • 71°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente? • 72°. Avenida Itavuvu • 73°. O NASCIMENTO DE GUARAPIROCABA, urublues1.blogspot.com • 74°. A importância da comunicação não-verbal e como é que o estudo de Mehrabian tem vindo a ser mal interpretado. Consulta em objetivolua.com • 75°. Quais são as 10 MAIORES TRIBOS INDÍGENAS brasileiras? Conhecendo o Brasil (Youtube.com) • 76°. Distância Sorocaba-São Paulo/SP
Atualizado em 01/11/2025 01:58:42 Revista Ponto de Fusão ![]() Data: 2015 Créditos: catalãosmetal.org.br Simulação da rotina de trabalho em um engenho rústico de ferro, com forno(Fazenda Ipanema
• 1°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas Mais de 60 anos antes da chegada de Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, trabalhadores metalúrgicos já forjavam minério de ferro e construíam vilas operárias na região. O primeiro povoado da categoria foi formado no final do século 16, no morro de Araçoiaba. O segundo, no início do século seguinte, onde hoje fica o bairro Itavuvu, zona norte de Sorocaba. Em 1589, uma expedição liderada pelos Afonso Sardinha, pai e filho, sendo o pai português, conhecido como “o Velho”; e o filho mameluco, chamado de “o Moço”, chegou ao morro de Araçoiaba, onde encontrou farta quantidade de magnetita, que chegava a brotar do solo. Hoje o morro é parte integrante da Floresta Nacional de Ipanema (Flona). Contando com a mão de obra vinda de São Paulo, de onde também vinham os Sardinha, foram construídos no morro, na região do Vale das Furnas, dois fornos rústicos de fundição, do tipo catalão, e uma forja. A fábrica começou a funcionar em 1591. • 2°. Fundição de Afonso Sardinha começa a funcionar • 3°. Após um Mameluco informar Dom Francisco de Souza que visita os "Montes de Sabaroason", enfim ele visitou o local / Nossa Senhora de Monte Serrat do Itapevuçu • 4°. Convocação de D. Francisco de Sousa Nos primeiros anos do século 17, o governador já tinha voltado para a Corte e os Sardinha haviam partido para outras empreitadas. Com a ausência dos empreendedores, os moradores começaram a procurar outros locais para se estabelecerem. Parte dos metalúrgicos voltou para São Paulo. Outra parcela continuou mantendo a fábrica, que produziu até 1615. Um terceiro grupo mudou-se para “uma região melhor, às margens do Rio Sorocaba, conhecida então como Itavuvu, cerca de 12 quilômetros a leste do Araçoiaba”, conta Salazar em seu livro O “Esconderijo do Sol”, uma das principais referências literárias sobre o assunto. • 5°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” O povoado do Itavuvu foi reconhecido em 1611 como vila. Ali também a coroa portuguesa autorizou a instalação de um pelourinho e batizou a localidade como Vila São Felipe. • 6°. Fundição criada por Afonso Sardinha no morro Ipanema para de funcionar • 7°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* Em meados do século 17, o capitão bandeirante Balthazar Fernandes aprisionava índios no caminho de Peabiru, que passava pela região de Sorocaba, e foi nomeado proprietário das terras locais pela realeza. Em 1654, vindo de Santana do Parnaíba, Balthazar mudou-se para a região com familiares e escravos índios e fundou o povoado de Sorocaba. Nessa época, a fábrica de ferro dos Sardinha estava abandonada havia quase quatro décadas. • 8°. Descobertas as ruínas dos fornos dos Sardinha / Fornos eram biscainhos (espanhóis)* As ruínas dos fornos dos Sardinha foram descobertas em 1977. Já os vestígios da vila operária de Monte Serrat não foram encontrados. • 9°. “O Esconderijo do Sol”. Autor José Monteiro Salazar Nos primeiros anos do século 17, o governador já tinha voltado para a Corte e os Sardinha haviam partido para outras empreitadas. Com a ausência dos empreendedores, os moradores começaram a procurar outros locais para se estabelecerem. Parte dos metalúrgicos voltou para São Paulo. Outra parcela continuou mantendo a fábrica, que produziu até 1615. Um terceiro grupo mudou-se para “uma região melhor, às margens do Rio Sorocaba, conhecida então como Itavuvu, cerca de 12 quilômetros a leste do Araçoiaba”, conta Salazar em seu livro O “Esconderijo do Sol”, uma das principais referências literárias sobre o assunto.
Atualizado em 01/11/2025 01:58:43 “A dúvida dos pelourinhos Pródromos da Fundação e os Beneditinos”. Otto Wey Netto é professor, advogado e ex-redator deste jornal. Membro da Academia Sorocabana de Letras e Instituto Histórico Sorocabano (Jornal Cruzeiro do Sul) ![]() Data: 1942 Página 72
• 1°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo • 2°. Nascimento de Balthazar Fernandes • 3°. Ocupação de terras Todavia, essa discrepância não vingou, pois as terras dos dois povoados já haviam sido redistribuídas, juntamente com as vilas de Sarapui, Iperó, Piragibu, Pirapitingui e Itu. Tal ocupação de terras ocorreu, principalmente de 1601 a 1646. Entre os beneficiados estavam Domingos Fernandes Mourão e seus irmãos André e Balthazar, que já trabalhavam com currais de gados, em campos de Sorocaba (hoje bairros de Santa Rosália e Vila Barão), bem como, Diogo do Rego Mendonça, Braz Teves e seu genro Paschoal Moreira Cabral, além de Jacinto Moreira Cabral. • 4°. Francisco Rodrigues recebeu de D. Francisco de Souza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo, além do morro do Araçoiaba, desde a tapera de “Ibapoara”, topônimo desconhecido (...) Todavia, essa discrepância não vingou, pois as terras dos dois povoados já haviam sido redistribuídas, juntamente com as vilas de Sarapui, Iperó, Piragibu, Pirapitingui e Itu. Tal ocupação de terras ocorreu, principalmente de 1601 a 1646. Entre os beneficiados estavam Domingos Fernandes Mourão e seus irmãos André e Balthazar, que já trabalhavam com currais de gados, em campos de Sorocaba hoje bairros de Santa Rosália e Vila Barão) bem como, Diogo do Rego Mendonça, Braz Teves e seu genro Paschoal Moreira Cabral, além de Jacinto Moreira Cabral. • 5°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” • 6°. Balthazar funda uma capela sob a invocação de “Nossa Senhora da Ponte” / vinda da imagem / transporte do pelourinho (1645/1654) Todavia, essa discrepância não vingou, pois as terras dos dois povoados já haviam sido redistribuídas, juntamente com as vilas de Sarapui, Iperó, Piragibu, Pirapitingui e Itu. Tal ocupação de terras ocorreu, principalmente de 1601 a 1646. Entre os beneficiados estavam Domingos Fernandes Mourão e seus irmãos André e Balthazar, que já trabalhavam com currais de gados, em campos de Sorocaba (hoje bairros de Santa Rosália e Vila Barão), bem como, Diogo do Rego Mendonça, Braz Teves e seu genro Paschoal Moreira Cabral, além de Jacinto Moreira Cabral. • 7°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* A Vila dispunha de todos os recursos para progredir. Com auxílio de mais de 400 nativos, construiu a primeira grande ponte da Província, sobre o Rio Sorocaba. Em 1654, Balthazar Fernandes Mourão, com auxilio de dois genros, castelhanos do Paraguai, André e Bartholomeu de Zunega, e Gabriel Ponce de Leon, marcaram seus nomes como fundadores de Sorocaba. • 8°. “Agora finalmente descobriu-se uma grande copia de ouro, prata, ferro e outros metais, até aqui inteiramente desconhecida, como afirmam todos” • 9°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
Atualizado em 01/11/2025 01:58:40 Ato no Pelourinho marca 363 anos de Sorocaba. Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul ![]() Data: 2017 Créditos: Crédito/Fonte: Erick Pinheiro / Jornal Cruzeiro do Sul 11/08/2017
• 1°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* O Pelourinho de Sorocaba fica na praça Bruno Abreu Tigani, na altura do número 8.800 da avenida Itavuvu. No local está instalada, desde 1611, a coluna de pedra onde se amarravam os criminosos e escravos fugitivos para aplicação de castigos. Era um símbolo da justiça, presente em todas as vilas, e que foi instalado ainda em 1599 quando o governador dom Francisco de Souza fundou a Vila de Nossa Senhora do Monte Serrat, próximo ao Morro de Ipanema (onde Afonso Sardinha havia encontrado minério de ferro). Em 1611, a Vila -- e o Pelourinho -- foram transferidos para o local onde está até hoje, Vila de São Felipe, o embrião da Sorocaba, fundada em 1654 por Baltasar Fernandes.
Atualizado em 01/11/2025 01:58:39 “José Custódio de Sá e Faria e o mapa de sua viagem ao Iguatemi”, Jorge Pimentel Cintra e Rafael Henrique de Oliveira ![]() Data: 1804 Ilustrativo do critério dos espigões. Fonte: adaptado de Oliveira (1804).
• 1°. Começa a ser utilizado um caminho para Itú A presente pesquisa permitiu aprofundar no estudo do Diário de José Custódio de Sá e Faria, em seu primeiro trecho, analisando textos originais e diferentes versões (ver apêndice). Os dados de azimute e tempo, conversível em distância, presentes nos borrões permitiram, em combinação com mapas antigos e alguns critérios (pontos de injunção, toponímia, espigões e outros), determinar as ruas atuais por onde passava esse caminho que, segundo as informações do mapa de Policarpo, remonta a 1604, ou seja, aos primórdios da colonização da região de Itu (Pirapitingui). O estudo mostrou que os caminhos presentes no mapa da CGG, existentes para a quase totalidade da região ocupada do Estado de São Paulo em inícios do século XX, coincidindo, em grande medida, com a poligonal de Custódio, refletem bem a situação dos caminhos antigos e podem ser a base inicial para estudos desse tipo. Essa metodologia de trabalho pode ser aplicada a outros casos, coisa que se torna particularmente interessante em um momento em que os órgãos responsáveis pelo patrimônio realizam tombamentos de caminhos. José Custódio de Sá e Faria e o mapa de sua viagem ao Iguatemi, 2020. Jorge Pimentel Cintra e Rafael Henrique de Oliveira. Página 31] Cruzaram também o riacho Putribu, pouco distante da sede da fazenda de mesmo nome. Em 21 de abril de 1660, nessa fazenda de Manuel Bicudo Bejarano, compareceram o tabelião de Santana de Parnaíba para registrar que Baltazar Fernandes doava aos beneditinos de Parnaíba a capela de Nossa Senhora da Ponte. Esse ato, presentes as partes interessadas, deu origem à cidade de Sorocaba. • 2°. Registro do segundo testamento de Balthazar Fernandes na fazenda de Miguel Bicudo Bejarano na paragem Aputeroby Cruzaram também o riacho Putribu, pouco distante da sede da fazenda de mesmo nome. Em 21 de abril de 1660, nessa fazenda de Manuel Bicudo Bejarano, compareceram o tabelião de Santana de Parnaíba para registrar que Baltazar Fernandes doava aos beneditinos de Parnaíba a capela de Nossa Senhora da Ponte. Esse ato, presentes as partes interessadas, deu origem à cidade de Sorocaba. • 3°. José Custódio de Sá e Faria parte da ponte de Cotia
Atualizado em 01/11/2025 01:58:38 Monumento de Balthazar Fernandes é vandalizado em Sorocaba ![]() Data: 2021 Créditos: Crédito/Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul 01/07/2021
Atualizado em 01/11/2025 01:58:38 Yby-Soroc: identidade, história e patrimônio ![]() Data: 2021 Créditos: Pedro Lopes 01/01/2021
• 1°. A obra é intitulada “Yby Soroc”, uma homenagem de Pedro Lopes ao nome como a nossa localidade era chamada em 1530 quando por aqui chegaram os primeiros portugueses até que, posteriormente, em 1654 houve o primeiro registro da expressão Sorocaba O conjunto de 20 painéis do artista plástico Pedro Lopes está prestes a ser tornar Patrimônio Cultural da Cidade de Sorocaba graças ao Projeto de Lei nº 101/2021, de autoria do vereador João Donizeti Silvestre, que já foi aprovado em duas discussões na Câmara Municipal e aguarda sanção do prefeito Rodrigo Manga.A obra é intitulada “Yby Soroc, uma homenagem de Pedro Lopes ao nome como a nossa localidade era chamada em 1530 quando por aqui chegaram os primeiros portugueses até que, posteriormente, em 1654 houve o primeiro registro da expressão Sorocaba. Tanto Yby Soroc quanto Sorocaba são expressões indígenas do tupi-guarani e significam “Terra Rasgada”, uma referência a fenda na qual a cidade se desenvolveu do ponto de vista geográfico. • 2°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* A obra é intitulada “Yby Soroc, uma homenagem de Pedro Lopes ao nome como a nossa localidade era chamada em 1530 quando por aqui chegaram os primeiros portugueses até que, posteriormente, em 1654 houve o primeiro registro da expressão Sorocaba. Tanto Yby Soroc quanto Sorocaba são expressões indígenas do tupi-guarani e significam “Terra Rasgada”, uma referência a fenda na qual a cidade se desenvolveu do ponto de vista geográfico.O conteúdo do conjunto dos painéis (cada um mede 2,50m x 1,90m) retrata a história de Sorocaba, desde antes da fundação da Vila de Nossa Senhora da Ponte do Rio Sorocaba, por Baltasar Fernandes, em 1654, até episódios mais recentes da história da cidade, entre 1900 e 1915, como o assassinato do advogado sorocabano Joaquim Marques Ferreira Braga (1872-1911), o Dr. Braguinha, e a chegada da luz elétrica e do primeiro automóvel.A forma de expressão do conteúdo acompanha diferentes fases dos estilos de arte como o barroco, por exemplo.
Atualizado em 01/11/2025 01:58:37 Biografia de Pedro Rodrigues Cabral, consultado em pt.rodovid.org/wk/Pessoa:1123471 ![]() Data: 2022 Créditos: Crédito/Fonte: https://pt.rodovid.org/wk/Pessoa:1123471 12/02/2022
• 1°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias Nascimento de Pedro Rodrigues Cabral em São Paulo filho do ferreiro Bartholomeu Fernandes Cabral e Anna Rodrigues. Bartholomeu era ferreiro.Veio para o Brasil nos primeiros anos da colonização.Em 1578, residia em São Paulo, onde "tinha chãos no Caminho da Cruz e fazenda na banda do Ipiranga". • 2°. Nascimento de Maria de Torales y Zunega Fernandes
Atualizado em 01/11/2025 01:58:38 Biografia de Maria de Zunega Ponce de Leon y Contreras, consultado em My Heritage ![]()
• 1°. Nascimento de Balthazar Fernandes MyHeritage é uma plataforma de genealogia online. Usuários da plataforma podem criar árvores genealógicas, subir fotos e visualizá-las, bem como pesquisar 9 bilhões de registros históricos globais, entre outras funções. Atualmente a empresa conta com 6.2 bilhões de perfis e 54 milhões de árvores genealógicas. Milhões de famílias no mundo inteiro usam o MyHeritage para explorar suas histórias. • 2°. Nascimento de Maria de Zunega Vila Rica. Filha de Bartholomeu de Torales (1555) e Violante de Zunega (1560) • 3°. Nascimento de Maria de Torales y Zunega Fernandes Maria de Zunega Ponce de Leon y Contreras (nascida Torales) nasceu cerca de 1607, filha de Pedro Rodrigues Cabral e Maria Rodrigues Cabral (nascida Zunega). • 4°. Casamento de Maria de Torales e Gabriel Ponde de Leon e nascimento de Anna Rodrigues de Torales em Guairá
Atualizado em 01/11/2025 01:58:37 Biografia do Capitão Balthazar de Godoy Bicudo e de Benta Dias de Proença, consultada em genearc.net ![]() Data: 2022 Créditos: Crédito/Fonte: genearc.net 29/04/2022
• 1°. Balthazar Fernandes está com André nas reduções orientais do Uruguai, território do Rio Grande do Sul, onde se proveu dos últimos escravizados chegando ao seu número, em Parnaíba, a quase quatrocentos, incluídas as crianças Benta Dias de Proença nasceu por volta de 1636, provavelmente em São Paulo. Foi a segunda dentre os treze filhos do Capitão Balthazar Fernandes e a mais velha dentre os doze filhos de sua segunda esposa, Isabel de Proença.
Atualizado em 01/11/2025 01:58:34 Imagens de um "Índio brasileiro fazendo ferro", criadas digitalmente pelo ChatGPT ![]() Data: 2024 20/04/2024
Atualizado em 01/11/2025 01:58:35 Aniversário de Sorocaba: cidade ainda tem descendentes do fundador Baltazar Fernandes, diz historiador ![]() Data: 1755 Créditos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme Página 70
Atualizado em 01/11/2025 01:58:34 Sílvia Renata Sommerlath: 754 ![]() Data: 1502 Créditos: Reprodução 01/01/1502
• 1°. Os Fundadores de São Paulo. nacaopaulista.com 21 de maio de 2021, sexta-feira Sílvia Renata Sommerlath, a rainha Silvia da Suécia, é uma dos inúmeros descendentes do cacique Tibiriçá. O seu avô materno era Artur Floriano de Toledo (1873-1935), descendente do rei Afonso III de Portugal e sua concubina Maria Peres de Enxara. Artur era o bisneto de Antónia de Almeida de Aguiar, descendente de famílias de fidalgos estabelecidas em São Paulo, durante o período colonial português, entre eles a família Alvarenga de Lamego, Portugal. Sua mãe, Alice Soares de Toledo, era natural de São Manuel, cidade muito pequena do interior paulista. Ela se casou com o empresário alemão Walther Sommerlath que, na época, era presidente de uma subsidiária brasileira de uma metalúrgica. Após o casamento eles se mudaram para a Alemanha. A rainha Silvia da Suécia também é de muito distante ascendência ameríndia brasileira. Um de seus antepassados era o chefe indígena dos tupiniquim, Tibiriçá de Piratininga. A família Sommerlath viveu na cidade de São Paulo, entre 1947 e 1957, onde Sílvia estudou no tradicional colégio alemão Visconde de Porto Seguro. A família retornou para a Alemanha Ocidental em 1957. ver mais
“História de Santos”. Francisco Martins dos Santos 1937. Atualizado em 23/10/2025 15:54:11 • Cidades (9): Araçoiaba da Serra/SP, Iguape/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Família (1): Martim Afonso de Melo Tibiriçá (bizavô(ó) , 1470-1562) • Temas (29): Assassinatos, Beneditinos, Calçada de Lorena, Caminho do Mar, Cristãos, Curiosidades, Descobrimento do Brazil, Estradas antigas, Gentios, Geografia e Mapas, Graus, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guerra de Iguape, Ilha de Barnabé, Jurubatuba, Geraibatiba, Morpion, Morro do São Jerônimo, N S do Desterro, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Montserrate, Nossa Senhora do Desterro de Santana de Parnaíba, Ouro, Pela primeira vez, Porcos, Rio da Prata, São Paulo de Piratininga, Tordesilhas, Vila de Santo André da Borda • 35. “Estas ilhas (São Vicente e Santo Amaro), os portugueses crêem ficar no continente que lhes pertence, dentro da sua linha de partilha; eles porém se enganam 1530 O ponto de interferência entre o meridiano de Tordesilhas e a cósta brasileira, nunca foi bem determinado no Sul, surgindo dessa incerteza as constantes questões verificadas, com penetrações portuguezas sobre território hespanhol e hespanhólas sobre território portuguez. Para muitos o ponto de interferência em apreço, ficava sendo a baia da atual Laguna/SC; porem, em 1530, em seu "YSLARIO", Alonso de Santa Cruz, dirigindo-se ao Rei da Hespanha, dizia que o mesmo ponto ficava situado, conforme verificações feitas antes por geógraphos e cartógraphos caste- lhanos, nas "Sierras de San Sebastian", pouco aquém da atual ilha do mesmo nóme. Que ele, entretanto, nunca foi bem determinado e reconhecido, quér por uma quer por outra das partes, ahi estão para o provar essa declaração do oficial de Caboto, e a ordem de D. João III, do mesmo ano de 1530, a Martim Affonso de Souza, para que partisse a explorar m regiões austrais do Brasil "e o Rio da Prata!!"
D. Francisco voltou ao reino com dois mineiros espanhóis e um nativo, testemunhas do muito que fizera em São Paulo junho de 1602. Atualizado em 24/10/2025 02:38:58 • Família (1): Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (cunhado , 1575-1611) • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (8): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Sousa (1584-1631), Erasmo Esquert, Francisco de Saavedra (n.1555), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Lopes Pinto, Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612) • Temas (9): Alemães, Bairro Itavuvu, Biscainhos, Fazenda Ipanema, Geografia e Mapas, Nossa Senhora de Montserrate, Ouro, Primeira Matriz, Serra de Araçoiaba Fontes (5 de ) • 1 fonte História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) 1 de janeiro de 1755, quarta-feira • 2 fonte Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21 1 de janeiro de 1918, terça-feira • 3 fonte Um neerlandês em São Paulo, Jacyntho José Lins Brandão 1 de janeiro de 1975, quarta-feira • 4 fonte Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de Concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Nanci Leonzo 1 de janeiro de 2012, domingo Segundo Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855): Em 1602, voltando o governador para Portugal deixou a fundição a seu filho D. Antonio de Sousa a quem propriamente Sardinha fizera o presente. Desterecebeu-a Francisco Lopes Pinto, fidalgo e cavaleiro, da Ordem de Cristo. Morrendo este a 26 de fevereirode 1629, todos os serviços foram paralisados embora o seu sogro, Diogo de Quadros, também fosse um dosproprietários da fábrica. Os citados documentos antigos dizem que Afonso Sardinha, após ter dado depresente essa fábrica, construiu uma nova, que trabalhou, então, por conta do Rei”. [*Entre a memória coletiva e a história “cola e tesoura”: as intrigas e os malogros nos relatos sobre a fábrica de ferro de São João de Ipanema, 2012. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de Concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Nanci Leonzo. Página 203]
• 5 fonte A origem do (antropo) topônimo Betim, Jeander Cristian da Silva 1 de janeiro de 2020, quarta-feira
Quadro Histórico da Província de São Paulo. José Joaquim Machado de Oliveira (1790-1867) 1864, atualizado em 23/10/2025 15:51:06 • Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Bertioga/SP, Itanhaém/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Família (2): Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (filho , 1620-1721), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (bizavô(ó) , 1470-1562) • Pessoas (9): Caiubi, senhor de Geribatiba, João Ramalho (1486-1580), José Joaquim Machado de Oliveira (1790-1867), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Garcia Lumbria (f.0), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Piqueroby (1480-1552), Rodrigo de Castelo Branco, Domingos Luís Grou (1500-1590) • Temas (8): Buraco de Prata, Fazenda Ipanema, Guaianás, Guaimbé, Minas de Itaimbé, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, São Paulo de Piratininga, Tupis
Notícias do Bispado do Rio de Janeiro 1687, atualizado em 25/02/2025 04:40:03 • Cidades (2): Rio de Janeiro/RJ, Sorocaba/SP • Temas (1): Habitantes
Consulta em Geni.com 22 de maio de 2025, quinta-feira 22/05/2025 04:43:34 • Cidades (1): Jacareí/SP • Família: , Baltasar de Godoy Bicudo (neto* , 1647-1718)
Consulta em Geni.com 30 de maio de 2025, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:23 • Família (1): Rafael de Oliveira, velho (cunhado , 1571-1648) Fontes (0 de )
• teste1. Nascimento de Rafael de Oliveira, o Moço, em São Paulo/SP. Filho de Rafael de Oliveira, o Velho e Paula Fernandes 1602
Consulta em geneaminas.com.br 2 de março de 2025, domingo. Atualizado em 03/03/2025 19:05:38 • Cidades (2): Guaratinguetá/SP, Itu/SP • Família (1): Baltasar de Godoy Bicudo (neto* , 1647-1718)
Consulta em Geni.com 3 de maio de 2025, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:22 Relacionamentos • Cidades (2): Mogi das Cruzes/SP, Taubaté/SP • Pessoas (60) Maria Leme da Silva, Agostinha Rodrigues, Ana Barbosa Calheiros (n.1610), Ana Corrêa, Ana Ribeiro, Antonia Ribeiro, Antônio Bicudo Carneiro (1540-1628), Antonio de Quadros, Bartholomeu de Quadros (1610-1649), Bartolomeu de Quadros, o Moço (1640-1729), Brás Fernandes Cortes, Brígida Sobrinha de Aguiar, Domingos Leme da Silva, Catarina Pinheiro, Catarina Ribeiro, Domingos Leme, Estevão Ribeiro Baião Parente (1630-1679), Francisco Rendon de Quevedo, Gaspar Cubas Ferreira (1564-1648), Guilherme da Cunha Gago, Henrique da Cunha Lobo, Henrique da Cunha Lobo (1612-1673), Inês Pedroso, Isabel Duarte, Isabel Sobrinho, Izabel de Aguiar e Mendonça (1647-1685), Izabel Ribeiro, Joana de Castilho, Joanne Annes Sobrinho (1526-1580), João Lourenço Corim (1687-1739), João Lourenço Corim I, João Maciel Valente (1578-1641), João Matheus Rendon de Quevedo e Luna (1600-1646), José Fogaça de Almeida, Luísa Corim (1653-1691), Madalena Clemente de Alarcão Cabeça de Vaca, Magdalena Clemente Alarcão Cabeça de Vaca, Manuel da Cunha Gago, Manuel de Quadros, Margarida Fernandes Carrasco II, Maria Antunes da Luz, Maria Bicudo, Maria da Costa, Maria de Jesus Barboza (n.1689), Maria Duarte, Maria Fogaça de Almeida (1671-1761), Maria Ribeiro (1620-1662), Maria Ribeiro de Siqueira (1620-1652), Mariana Ribeiro, Martim Rodrigues Tenório de Aguilar II, Matheus Leme (1560-1633), Mécia Nunes Bicudo ou Mendonça (1575-1647), Miguel Sutil (1667-1755), Pedro Matheus Rendon (1577-1627), Sebastiana Ribeiro, Sebastião Bicudo de Siqueira (1607-1683), Sebastião Bicudo de Siqueira II, Sebastião Machado de Lima, Sebastião Sutil De Oliveira (1644-1706), Sebastião Sutil de Oliveira II
Família Carrasco, consultado em projetocompartilhar.org 3 de março de 2023, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:18:02 Relacionamentos • Cidades (1): Sorocaba/SP • Pessoas (17) Ana Barbosa Calheiros (n.1610), Antônio Antunes Maciel (1685-1745), Baltasar Gonçalves Malio (1573-1667), Belchior Fernandes ou Gonçalves, Brás Mendes Pais, Domingos Barbosa (f.1611), Gabriel Antunes Maciel I (1600-1648), Isabel Fernandes II, Isabel João, Joana Garcia, João Antunes Maciel (n.1674), Maria Paes Domingues, Martim Carrasco Galera, Mécia Cardoso Camacho, Miguel Garcia Carrasco (1595-1658), Miguel Garcia Carrasco II (1612-1678), Sebastião Sutil De Oliveira (1644-1706)
Notas para a Historia de Parnahyba", escrito pelo Padre Paulo Florêncio da Silveira Camargo 1935. Atualizado em 24/10/2025 02:40:21 Relacionamentos • Cidades (1): Santana de Parnaíba/SP • Pessoas (2) Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (1575-1611), Custódia Dias (1581-1650)
Inventários e testamentos XIII 1921. Atualizado em 23/10/2025 17:12:27 • Família (1): Anna da Costa (cunhado , 1585-1650) • Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Santana de Parnaíba/SP, Sorocaba/SP • Temas (12): Bituruna, vuturuna, Bois e Vacas, Bulas da Santa Cruzada, Caucaya de Itupararanga, Cavalos, Gados, Guaramimis, Jatuabi, Ouro, Pirapitinguí, Rio Juquiri, Tamboladeiras Fontes (0 de ) ANDREA! Sobre o Brasilbook.com.br |