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Pero Lopes de Sousa
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  Pero Lopes de Sousa
  51º de 58
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2010
Atualizado em 31/10/2025 08:22:35
“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
•  Cidades (9): Mogi das Cruzes/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Miguel Paulista/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sevilha/ESP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (25): Antão Rodrigues Pacheco, Beatriz Gonçalves (Sardinha), Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Francisco de Sousa (1540-1611), José Carlos Vilardaga, Luiz Martins, Manoel Pinheiro Azurara (n.1570), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mem de Sá (1500-1572), Nicolas Mastrillo Duran (1570-1653), Pedro Sarmiento de Gamboa (1532-1592), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Piqueroby (1480-1552), Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), Ruy Díaz Ortiz Melgarejo (1519-1602), Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631), Salvador Pires (f.0), Sebastião de Peralta, Simão Leitão, Tomé de Sousa (1503-1579), Ulrico Schmidl (1510-1579), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626)
•  Temas (24): Antônio Bicudo, Antonio Bicudo de Brito, Léguas, Leis, decretos e emendas, Margarida Bicudo de Brito, Maria de Brito, Minas de Tambó, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Portos, Prata, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio Paraíba, Rio Tamanduatei, Serra de Jaraguá, Tordesilhas, União Ibérica, Ururay, Vale do Anhangabaú, Vila de Santo André da Borda, Villa Rica del Espírito Santo
    Registros relacionados
19 de outubro de 1526, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:48
1°. O Navegador espanhol Sebastião Caboto chegou à ilha de Patos
Sebastião Caboto batizou-a de Ilha de Santa Catarina. Há uma polêmica em torno da motivação desse nome. De acordo com uns, o nome homenageia a santa, enquanto para outros, faz referência a sua esposa Catarina Medrano.
3 de dezembro de 1530, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 00:52:20
2°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
Março de 1536. Atualizado em 25/02/2025 04:38:53
3°. Fundação de Buenos Aires*
1541. Atualizado em 25/02/2025 04:44:45
4°. Diante da viabilização da povoação, proporcionada por uma ampla baía fluvial, pelos arredores cultiváveis e por uma abundante população indígena, Domingos de Irala, em 1541, transformou o forte em “cabildo e ayuntamiento con cinco regidores”
1550. Atualizado em 24/10/2025 02:34:43
5°. Casamento de Afonso Sardinha, "o Velho", e Maria Gonçalves (filha do Mestre Bartholomeu Gonçalves e Antônia Rodrigues, “a índia”)
Sardinha era, ao que tudo indica, tanoeiro de origem. Não se sabe quando poderia ter chegado ao Brasil, nem mesmo se aqui havia nascido, mas casou-se em Santos em 1550, com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves.
1552. Atualizado em 24/10/2025 20:40:08
6°. Irala teria chegado no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi
Assim, a coincidência entre as ações de Irala, de um lado - que teria chegado, em 1552, no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi (Tietê) para combater os grupos tupis alertando ao rei da necessidade de consolidar as conquistas do Guairá para barrar um possível avanço português.
26 de março de 1553, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:26
7°. Chegada a Kariesseba
De qualquer forma, no trajeto, deveriam pesar, sobretudo, as ameaças indígenas.Somente com certa conivência ou anuência dos grupos indígenas, este percurso poderia ser utilizado com o mínimo de regularidade. As redes de alianças feitas com os índios nos primeiros tempos, tanto do lado tupi-português quanto do hispano-guarani, devem ter garantido certa paz, preservando a segurança dos viajantes. O espaço entre o Paraguai e a capitania vicentina era, de fato, mais um território indígena que colonial, e o relato de Ulrico Schmidil denota isso. Depois de atravessar o território dos karios, adentrou a área tupi, dos aliados dos portugueses, e isso bastou em sua precisão descritiva do trajeto. O que realmente demarcava os territórios eram as relações entre as etnias tupi-guaranis, e não qualquer determinação extemporânea vinda das rivalidades entre Lisboa e Madri na América Meridional. Ainda Anchieta, em suas Informações, de 1584, mencionava: os “índios carijós que são das Índias de Castela...”.752 Nesse sentido,os territórios eram até então demarcados pelo espaço indígena. ("SP na órbita do Império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.223)
20 de julho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 28/10/2025 16:13:44
8°. Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias
Por fim, cita o caso de um português que matara alguém em São Vicente e fugiu a pé para o Peru, onde recolheu certa quantidade de prata antes de voltar a Portugal. Essas notícias davam a certeza a Valdés de que era temerário que a capitania ficasse sob a jurisdição de um homem só, como o donatário Pero Lopes de Souza. Ela deveria, isto sim, por sua importância e riqueza, pertencer ao rei, que poderia “recompensar aquello en outra cosa antes que nada desto se entenda
1554. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
9°. O processo de conquista empreendido pelos castelhanos no Guairá se iniciou com Garcia de Vergara, que fundou, com 60 espanhóis advindos de Assunção, o povoado de Ontiveros, nas margens do rio Paraná
1556. Atualizado em 30/10/2025 15:11:06
10°. Fundação de Ciudad Real or "El Gauirá"
Dois anos depois, em 1556, o novo governador da Província do Rio da Prata e Paraguai, Gonzalo de Mendoza, enviou Ruy Díaz de Melgarejo para fundar Ciudad Real del Guairá, na foz do rio Piquiri, também às margens do rio Paraná. A vila, situada a dez quilômetros de Ontiveros, foi povoada em 1557, com 100 colonos que acompanharam Melgarejo e pela população de Ontiveros, transferida para Ciudad Real. [Página 207]
1560. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
11°. A igreja foi originalmente erguida como uma capela, de estrutura de pau-a-pique e folhagens. Foi a primeira construção religiosa da cidade e foi dedicada a Santo Antônio
1560. Atualizado em 24/10/2025 02:35:08
12°. Fundação de São Miguel Paulista/SP
5 de abril de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
13°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
Pretendemos, aqui, tão somente apresentar uma espécie de “radiografia” de São Paulo entre 1560 e 1580. Resultado tardio do colégio jesuítico erguido em 1554, esta vila nasceu formalmente no ano de 1560, depois que o governador-geral Mem de Sá ordenou o esvaziamento no núcleo inicial de Santo André da Borda do Campo e a transferência dos moradores para junto do colégio, no alto da colina situada entre o Tamanduateí e o Anhangabaú.

Pelo que se depreende das crônicas de época, morar em São Paulo, ao menos em termos climáticos, deveria ter lá o seu encanto. Há quase uma unanimidade em apontar o bom clima do lugar. Para Gabriel Soares de Souza, que estendeu a observação para toda a capitania, “são os ares frios e temperados, como na Espanha, cuja terra é mui sadia e de frescas e delgadas águas...”. Para Fernão Cardim, “é terra muito sadia, há nela grandes frios e geadas e boas calmas.”

Já sob o aspecto visual, de quem chegava à vila por um de seus quatro caminhos - cada um numa das direções do horizonte -, o que provavelmente chamava a atenção era o muro de taipa de pilão que contornava toda a extensão da colina, margeada, de um lado, pelo Tamanduateí e, do outro, pelo Anhangabaú, e onde se metia o casario.

Com aproximadamente oito metros de altura por um de largura, deveria contar ainda com um andaime de proteção para os vigilantes e defensores da vila. Seu caráter defensivo era, assim, visualmente, evidente. De fato, desde o princípio da vila, a manutenção dos muros de taipa figurou como uma preocupação oscilante em função dos momentos mais, ou menos, ameaçadores. Na década de 1560, por exemplo, a vila viveu sob assédio constante dos índios que habitavam o entorno. Verdadeiramente, seus primeiros anos não foram nada fáceis. [Página 82]
11 de novembro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10
14°. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri
Tanto que ele mesmo criou o aldeamento de Barueri, para onde reduziu indígenas direcionados aos trabalhos em Vuturuna (Parnaíba), nomeando pessoalmente os capitães para administrála.
20 de maio de 1561, sábado. Atualizado em 30/10/2025 04:53:35
15°. Carta à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes
1561. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
16°. Carta feita pelos oficiais da Câmara de São Paulo à rainha D. Catarina
Também significativa foi a carta feita pelos oficiais da Câmara de São Paulo à rainha D. Catarina em 1561, na qual se alertava que portugueses haviam sido mortos por índios no caminho do Paraguai. ("SP na órbita do Império dos Felipes" José Carlos Vilardaga. Página 224]
25 de abril de 1562, sexta-feira. Atualizado em 20/08/2025 06:12:13
17°. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578)
Esta entrada, do prático em mineração Martins, teria percorrido as redondezas de São Paulo, recolhendo algum ouro e pedras verdes, de pouca monta e interesse, na região de Jaraguá e Caatiba.
1562. Atualizado em 25/02/2025 04:47:23
18°. Reunião
10 de julho de 1562, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:12
19°. Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga
Em julho de 1562, uma reunião de índios que resistiam à presença portuguesa no planalto, somada a grupos já supostamente catequizados, e bastante insatisfeitos, promoveu violento ataque à vila, colocando, pela primeira vez, em xeque a rede de alianças costuradas pelos colonos com as lideranças indígenas locais.

Do lado dos padres e colonos, o cacique Tibiriçá, aliado de primeira hora, lideraria o exército defensor. Mas, ao final, ele mesmo seria abatido pelo inimigo que não poupou vítimas entre os índios agressores ou defensores da vila: o vírus da varíola. Ao lado do famoso cacique, seu genro, o ressentido João Ramalho, foi decisivo na defesa da vila de São Paulo neste crítico ano de 1562. Ramalho guardava consigo a insatisfação do desmanche da antiga vila de Santo André, onde fora patriarca e peça chave. [Página 83]
5 de novembro de 1562, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
20°. Os oficiais deram um ultimato para que os moradores terminassem os muros da vila
Nas Atas dos anos de 1562 e 1563, encontramos a aflição dos oficiais que pediam, com recorrente urgência, para se “acabar os muros e baluartes”, “fechar as portas com cadeados” e “construir guarita”. Em 5 de novembro de 1562, os oficiais deram um ultimato para que os moradores terminassem os muros da vila.

(...) Em 5 de novembro de 1562, os oficiais deram um ultimato para que os moradores terminassem os muros da vila. Ainda em dezembro do mesmo ano, Salvador Pires, procurador e povoador dos antigos, foi enviado “ao mar” para comprar coisas importantes para a defesa da vila.
8 de dezembro de 1562, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:36:38
21°. Em pousadas do vereador Jorge Moreira, estando presentes o juiz ordinário Antônio de Mariz e treze pessoas da governança, assinaram “auto de ajuntamento” em que foi nomeado Salvador Pires procurador dos moradores
26 de junho de 1563, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:09
22°. Salvador Pires recomendou que nenhum índio fosse levado para fora da vila e que se recolhessem os que estivessem espalhados pelas “taperas”, porque as notícias de uma guerra eminente aumentavam a dependência dos colonos em relação aos gentios aliados para sustentar a defesa de São Paulo
Retomemos o ano de 1563, mais especificamente junho, quando Pires recomendou que nenhum índio fosse levado para fora da vila e que se recolhessem os que estivessem espalhados pelas “taperas”, porque as notícias de uma guerra eminente aumentavam a dependência dos colonos em relação aos gentios aliados para sustentar a defesa de São Paulo. Assim, reforçava-se a proibição de que índios fossem mandados ao sertão e ao “quãopo” (campo).
1566. Atualizado em 24/10/2025 02:38:23
23°. Jorge Moreira é dono de terras num lugar chamado Urrutantan (Butantã)
Jorge Moreira, este último um dos maiores potentados da vila nestes tempos. Segundo Leme, Moreira nasceu em Rio Tinto, Porto, e foi dono de datas de terras num lugar chamado Urrutantan (Butantã) e 1566 (...)
1568. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
24°. Andres de Montalvo aproveitando uma trégua entre os índios, finalmente solicitou uma licença “por ser castelhano” para passar pelo caminho então proibido
Andres de Montalvo 1568, aproveitando uma trégua entre os índios, finalmente solicitou uma licença “por ser castelhano” para passar pelo caminho então proibido. [Página 224]
20 de março de 1569, sexta-feira. Atualizado em 27/10/2025 18:18:59
25°. Nascimento de Clemente Alvares em São Paulo, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves; foi batizado pelo Padre Anchieta
Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.
1570. Atualizado em 24/10/2025 02:18:23
26°. carvoeiro
Apesar de desempenhar funções no concelho desde os anos 1570, em 1584 houve uma tentativa de impedir que Domingos Luis assumisse cargos na república, por “não haver entrado até agora em oficio”. Naquele momento, seu passado de oficial mecânico deve ter pesado contra ele. [p.84]
1570. Atualizado em 27/10/2025 21:17:22
27°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
1570. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
28°. O mesmo Melgarejo funda Villa Rica del Espiritu Santo, distante 60 léguas de Ciudad Real. Levava com ele mais cavalos que homens: 40 vecinos e 53 cavalos
O mesmo Melgarejo fundaria, em 1570, Villa Rica del Espiritu Santo, distante 60 léguas de Ciudad Real. Levava com ele mais cavalos que homens: 40 vecinos e 53 cavalos. [Página 207]
22 de junho de 1572, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:24
29°. “todo o povo da vila” recomendava que ninguém ajuntasse índios para serem levados ao Rio de Janeiro
Nesta década de 1570, a ameaça mais imediata de ataques de índios inimigos parecia estar afastada, mas a preservação dos gentios aliados e de serviço na vila ainda era uma preocupação. Em junho de 1572, num auto de ajuntamento, “todo o povo da vila” recomendava que ninguém ajuntasse índios para serem levados ao Rio de Janeiro sob pretexto de irem à guerra ou prestar socorro, uma vez que nenhum pedido oficial deste tipo chegara a São Paulo. Dentre os que deveriam ser notificados estava Domingos de Braga, parente provável de Diogo de Braga, que em 1562 já havia sido notificado por recolher índios de São Paulo e andar pra fora da vila com eles e os Lucena. Portanto, a disputa e a administração em torno desta população indígena, cada vez mais essencial tanto na guerra, quanto na paz, tanto no trabalho quanto na manutenção da vila, foram, nos anos de 1560-1570, das questões que mais mobilizaram os moradores. Ao mesmo tempo, os Braga e os Lucena parecem revelar que, desde muito cedo, alguns núcleos familiares da vila se especializaram na arregimentação e translado de índios pelos caminhos da vila de São Paulo, que não eram poucos.
1575. Atualizado em 30/10/2025 18:50:50
30°. Melgarejo já com os títulos de tenente-governador, capitão-geral e justiça maior de Ciudad Real e Villa Rica, tentou desenvolver a mineração de ferro e pareceu sonhar com algum ouro ou prata
Em 1575, já com os títulos de tenente-governador, capitão-geral e justiça maior de Ciudad Real e Villa Rica, tentou desenvolver a mineração de ferro e pareceusonhar com algum ouro ou prata, justificativas que utilizou, aliás, para a fundação do novo povoado. Agindo como típico conquistador, Melgarejo distribuiu solares, encomiendas e mandou erguer fortaleza. Fundou a vila entre as nascentes dos rios Piquiri e Ubay, no “camino sabido e andado por donde entro el dicho gobernador Cabeça de Vaca y por onde este testigo guio e traxo con el ayuda de dios nuestro senor al capitan Hernando de Trejo e gente de la armada del governador Juan de Senabria”. [Página 207]
1575. Atualizado em 25/10/2025 00:57:21
31°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo
Afonso Sardinha aparece pela primeira vez em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo, ao tomar posse como Almotacel. Na vila, foi almotacel, em 1575, vereador, em 1572, 1576 e 1582 e juiz ordinário, em 1587. Portanto, em 1592, quando foi nomeado capitão da gente de guerra da vila, já apresentava uma longa ficha de préstimos à governança local.
4 de fevereiro de 1575, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:52:10
32°. Domingos Grou se dirigiu ao Rio de Janeiro
O caminho para o Rio de Janeiro era também constante, como mostram as idas não só de índios recolhidos à revelia, como de moradores, raras vezes informadas à Câmara, a exemplo de Domingos Luis que para lá se dirigiu em fevereiro de 1575
24 de dezembro de 1576, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
33°. “Há de se desconfiar quando ele alegava não comparecer a uma sessão da Câmara, como vereador que era, em pleno natal, pois não tinha botas”
1578. Atualizado em 24/10/2025 02:35:33
34°. Registros indicam ouro
Segundo Carvalho Franco, Salvador de Sá, o velho, possuía notícias e mercês de minas desde 1578, ostentando, inclusive, o título de superintendente.479 Segundo os relatos de Knivet, talvez um tanto fantasiosos, uma carga de nove toneladas de prata, que seria enviada ao reino pelo governador, teria ficado em Pernambuco aos cuidados de Salvador de Sá, ele próprio possuidor de uma caixa com ouro puro. O fato é que, enquanto D. Francisco investigava as minas da capitania de São Vicente, Salvador continuou, através de seu filho, a investigar o território fluminense. A complementaridade dos interesses dos Sá e de Francisco de Souza parece evidente neste caso das minas, visto que, após a morte do governador em São Paulo, seriam eles que herdariam as mercês das minas, primeiro através de Salvador de Sá, depois, dos irmãos Martim e Gonzalo de Sá e, finalmente, de Salvador Correia de Sá e Benevides.
4 de agosto de 1578, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:32
35°. Batalha de Kasr-el-Kebir (Alcacer-Kibir)
1580. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
36°. Afonso Sardinha (45 anos) adquiriu uma grande fazenda em São Paulo (o nas serras de Iguamimbaba, que agora se chama Mantaguyra, na de Jaraguá, termo de S. Paulo, na de Vuturuna (São Roque), na de “Hybiraçoyaba (Sorocaba)”
1580. Atualizado em 22/10/2025 17:21:12
37°. A descoberta de minas de ouro na Serra Negra contribuiu para o aumento da população (Paranaguá)
Sob esta perspectiva, o trabalho analisa o processo de incorporação e posse da Capitania de São Vicente na nova lógica monárquica implantada em Portugal a partir de 1580;
15 de novembro de 1580, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
38°. Expedição trata dos preparativos feitos na vila
Segundo Carvalho Franco, 1581 também foi o ano da primeira grande expedição dos colonos da capitania à região do Paranapanema, alcunhada pelos castelhanos assuncenhos de Guairá. O capitão Jerônimo Leitão teria subido o Tietê e feito uma grande arregimentação de índios tupiniquins e carijós.

A única referência na Câmara sobre esta presumível expedição trata dos preparativos feitos na vila em 15 de novembro de 1580, quando “estavam os mancebos para irem a guerra a Paraíba...”. De qualquer forma, é um nítido sinal de que a vila estava saindo da condição defensiva, predominante nas duas décadas anteriores, e parecia partir para a ofensiva. [Página 92]
9 de julho de 1581, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:10
39°. Mandato expedido por Francisco Duarte para que o capitão levasse albanires, ferreiros, carpinteiros e canteiros
A preparação da viagem incluía ainda o embarque de engenheiros para a planificação e construção dos fortes do Estreito. Na lista de nomes para engenheiros, estava o sobrinho de Juan Baptista Antonelli, Cristovão, que residia na Catalunha, o próprio Juan Baptista, um genro seu, Tiburcio Spanochi, e Phelipe Terao, que vivia em Lisboa. Mais tarde, documentos fazem referência a um irmão de Antonelli, que assinava somente Baptista Antonelli. Estes engenheiros e oficiais deveriam compor fundamentalmente a população de embarcados para ocupar o Estreito, junto com Sarmiento, como podemos deduzir do mandato expedido por Francisco Duarte para que o capitão levasse albanires, ferreiros, carpinteiros e canteiros.

Assim, grande parte dos oficiais mecânicos levados na armada estava destinada aos navios de Pedro Sarmiento, como o carpinteiro Bartolomeu Bueno, sevilhano, o malaguenho Marcus Lopez e o albañil português Antonio Preto, que tiveram seu destino atrelado à vila de São Paulo.
1583. Atualizado em 24/10/2025 03:11:11
40°. Os primeiros caminhos em direção ao ouro saiam da Vila de Pirapitinga de São Paulo, sendo terrestres para Minas Gerais e Goiás e fluvial para Cuiabá
15 de abril de 1583, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
41°. Armada de Valdez chega em São Vicente
Diante das dificuldades, Valdés diz que resolveu voltar a São Vicente, ondechegou em 15 de abril de 1583, ocasião em que encontrou Higino. Depois de valorizar aprópria decisão de ter mandado as três naus a São Vicente - que resultou na vitória sobreos ingleses –, o almirante fala sobre a construção do forte da Barra Grande, em SãoVicente, que, segundo ele, teria sido solicitado pelos moradores locais e pelo capitão Jerônimo Leitão. “Y asi el contador lo comenzo a fabricar conforme la traza que para ele dio Bautista Antonelli el inginiero que VM embio para los fuertes de lo estrecho...”.

Ao chegar a São Vicente, resolveu acelerar o término do forte e aparelhá-lo comartilharia de bronze e “ferro colado” e cem homens de guerra, nomeando por alcaideThomas Garri, que ia nesta função para um dos fortes do Estreito, “persona diestra paraaquelo efecto”. Nomeou também por capitão um sujeito chamado Fernando de Miranda,seu sobrinho, que tinha ordem para acabar a fortaleza. Garri, de 45 anos, fora deão de Cartagena, em Múrcia, e escapou a nado de uma das naus afundadas na baía de Cádiz,quando, então, foi nomeado alcaide de um dos fortes do Estreito por intervenção doDuque de Medina Sidonia, já que o primeiro nomeado morrera afogado no mesmonaufrágio224. Garri teria se integrado bem à região, visto que, alguns anos mais tarde,ressurge num caso de tentativa de enforcamento. Como capitão da fortaleza, quisenforcar, em surdina, um tal de Antonio Gonçalves que tentara matar o capitãoJerônimo Leitão. Segundo testemunhos, o caso não teve desfecho trágico porqueAnchieta interveio no episódio alertando a todos das intenções de Garri.225 Já o sobrinhode Valdés, Miranda, casou-se com a filha do capitão Jerônimo Leitão por intervençãodo almirante. De acordo com sua missiva, Valdés imaginava que a terra, mesmo pobre,tendia a aumentar e prosperar. As apostas pareciam mesmo elevadas, já que, até umcunhado do almirante, chamado Francisco Martins Bonilha, que viera com mulher efilhos, resolveu ficar na capitania e se instalou na vila de São Paulo.

A aliança de Valdés com o capitão Jerônimo Leitão foi de fato bastante profícua.Rendeu, à capitania, um forte aparelhado, e um casamento, ao capitão. Vinte anosdepois, um filho de Jerônimo, o mameluco Simão Leitão, lembrava desta ajuda do paiem seu memorial, no qual pedia mercês ao rei Felipe III, no Maranhão. Dentre o enormerol de serviços do pai, constava que:Ajudou no provimento da armada do estreito de Magalhães de Diego Flores Valdés ambas as vezes que por ali passou e na briga que três navios dela tiveram com dois galeões ingleses lhe acodiu com gente deixando o mesmo Diego Flores encarregado da capitania do forte que na paragem da Paraiba se fez para queacabasse a obra dele e o sustentou por espaço de sete anos.Ainda apresentou como prova “seis cartas do dito Diego Flores porque se mostraque teve com ele boa correspondência nas cousas do serviço de VM”
15 de junho de 1583, sexta-feira. Atualizado em 15/06/2025 02:04:42
42°. Os camaristas se queixavam da “grande tormenta de fome” ocasionada pela remessa de gado para a armada de “sua Majestade”
Além do pitoresco caso criminal, outro fator de mobilização da vila em torno da armada foi desencadeado pela mais aguda solicitação de gado para o abastecimento das naus de Valdés. Em junho de 1583, os camaristas se queixavam da “grande tormenta de fome” ocasionada pela remessa de gado para a armada de “sua Majestade”. No dia 10 de agosto, registrava-se, nas atas, provisão do capitão-mor, Jerônimo Leitão, ordenando que os habitantes remetessem 200 reses para a armada, estacionada em Santos.
Agosto de 1583. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
43°. Carta de Diogo Flores Valdez*
No quadro da viagem de Valdés, a capitania de São Vicente teve um papel bastante relevante. Segundo carta ao rei enviada em agosto de 1583, o almirante ressaltava a necessidade de que VM “no estime poco el Brasil”, pois apesar de pouco povoada, tratava-se de terra rica. A carta exaltava, recorrentemente, a importância de sua chegada num lugar que vivia sob clima de agitação e subversão, visto que a maioria das pessoas da terra era de gente vinda de Portugal e em quem não se podia confiar; além disso, ingleses e franceses frequentavam livremente o litoral.

Mas, nesse sentido, São Vicente parecia-lhe diferente, já que era “la (capitania) que VM tiene mas obediente en esta costa y de mejor gente y que es tierra de mas ymportancia que ay em estas partes.” As causas enumeradas, com base nas notícias que colhera, sustentavam a tese de que a terra era rica em minérios.

E essa riqueza seria de tal monta que a prata era melhor que a de Potosí. Existiriam ainda cerros de ouro e muito cobre, este último utilíssimo para os engenhos de açúcar. Havia indícios que mostravam a proximidade com as minas de Potosí de, no máximo, trezentas léguas: a circulação de muitos índios chiriguanos e de boatos, junto aos índios, de que no interior existiam homens brancos barbados.

Por fim, cita o caso de um português que matara alguém em São Vicente e fugiu a pé para o Peru, onde recolheu certa quantidade de prata antes de voltar a Portugal. Essas notícias davam a certeza a Valdés de que era temerário que a capitania ficasse sob a jurisdiçãode um homem só, como o donatário Pero Lopes de Souza. Ela deveria, isto sim, por sua importância e riqueza, pertencer ao rei, que poderia “recompensar aquello en outra cosa antes que nada desto se entenda

Segundo ele, escolhera três das maiores naus da armada, com seiscentos homens, para que voltassem a São Vicente e Rio de Janeiro, e aliestacionassem e fortificassem a região até receberem novas ordens. Em São Vicente, recomendou que desembarcassem povoadores casados com seus filhos e mulheres para receber mantimentos, pois faltava muito na armada.

Depois de enviar Alonso de Sotomayor, pelo rio da Prata, ao Chile, empreendeu uma nova tentativa de cruzar o Estreito, mas de novo foi malsucedido. Para ele, tanto Sarmiento quanto o piloto Anton Pablo tinham dado informações erradas sobre a largura do Estreito, opinião, aliás, compartilhada por Antonelli. [Página 80]
10 de agosto de 1583, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:28:48
44°. No dia 10 de agosto, registrava-se, nas atas, provisão do capitão-mor, Jerônimo Leitão, ordenando que os habitantes remetessem 200 reses para a armada, estacionada em Santos
Em sessão dos camaristas, com a presença dos homens bons da vila, nomeados na ocasião como povo, decidiu-se por negar o pedido, visto que já tinha sido entregue gado no ano anterior, em troca do qual não haviam recebido dinheiro, conforme prometido, mas vinho, vinagre e ferro, todos por alto preço. Sem contar que o pouco gado restante estava prenhe e magro. Apesar das queixas das autoridades e dos reforços na solicitação, o pedido não foi atendido e o gado do planalto foi preservado. O sujeito responsável pela cobrança foi o feitor e almoxarife da capitania, Melchior da Costa, que, coincidentemente, quando os galeões ingleses estacionaram em Santos, estava “en la vila de sampablo del campo estudando em mandar hacer bastimentos para la dicha real armada”.
14 de setembro de 1583, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 16:04:57
45°. “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes”
Um Gaspar Fernandes, acusado de traficar gentios do Paraguai para São Vicente na década de 1580, e um Manuel Fernandes, casado com uma integrante da família Adorno de São Vicente, que tinha um representante vivendo em Assunção e também frequentava o Guairá nesta década, mostram que mesmo uma incursão mais regular era possível nestes tempos.
11 de fevereiro de 1584, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:46:36
46°. Pedro Sarmiento de Gamboa funda a Ciudad Real de Felipe
4 de agosto de 1584, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:06:30
47°. Apesar de desempenhar funções no concelho desde os anos 1570, em 1584 houve uma tentativa de impedir que Domingos Luis assumisse cargos na república, por “não haver entrado até agora em oficio”. Naquele momento, seu passado de oficial mecânico deve ter pesado contra ele.
1 de novembro de 1585, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 08:31:39
48°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós
Segundo Miriam Ellys, a entrada de Jerônimo Leitão ao Paranaguá, em 1585, teria também trazido algum ouro de lavagem da região ao sul. Lembremos, inclusive, que Afonso Sardinha, pai, participara desta entrada. De qualquer maneira, as suspeitas sobre a existência de metais preciosos na Capitania obedeciam a algumas informações concretas e outras tantas marcadas por expectativas e desejos.

Sardinha já havia participado de uma incursão de Leitão aos Patos, em 1585, e liderado entradas punitivas, entre 1592 e 1593. Todavia, entre 1594 e 1599, sua presença foi atestada em entradas no sertão juntamente com seu filho mameluco, homônimo.
20 de setembro de 1587, domingo. Atualizado em 23/10/2025 17:07:05
49°. Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade
Em 1587 assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade. Assim, antes de casar-se ou de filiar-se a alguma das importantes famílias do planalto, Bueno já participava das decisões comunitárias. Possivelmente antes mesmo de possuir bens de raiz.
1589. Atualizado em 28/10/2025 23:24:12
50°. Villa Rica del Espírito Santo teve uma segunda fundação
Por outro lado, Villa Rica del Espírito Santo, que teve uma segunda fundação em 1589, mantendo-se até 1632, parece ter atingido uma maior prosperidade. Segundo estudos de Claudia Parellada, baseados nos vestígios arqueológicos em Nova Cantu, atual Paraná, a cidade teria uma área total de 300.000 metros quadrados e seria cercada por chácaras. De acordo com o modelo codificado urbano da lei de 1573, o povoado era “enxadrezado de ruas retilíneas”. Possuía um centro com uma praça e terrenos ao redor que não poderiam, conforme o regimento, ser cedidos a particulares, mas sim à Igreja, aos edifícios reais e municipais. As ruas tinham de 10 a 12 m de largura e cruzamentos em ângulos retos. Suas quadras tinham a dimensão de 100x100m e eram cercadas por muros de taipa. As casas eram pequenas e de taipa com telhas. No canto sudoeste da praça, situava-se a igreja, também de taipa e com cobertura de telhas, dedicada a São João Batista e pertencente à Companhia de Jesus. Ao lado, existia um cemitério. Na parte leste da vila, dispunham-se as ruínas de casas de alvenaria, com poço para captação de água, e fornos para fundição de metais. As pesquisas arqueológicas encontraram ainda muitas escórias de ferro espalhadas pelas ruínas e casas subterrâneas, provavelmente para os índios guaranis.

Dentre os moradores da vila desde os seus primeiros tempos estavam Alonso Benitez, Pedro Miño, Francisco Romero, Melchior Moreno, Manuel Duarte (português), Juan Baptista Troche, Hernando de Melgarejo, Juan Pérez de Godoy, Diego González, Francisco de Peralta, Juan de Villalba, Bartolomé de Contreras, Juan Alvear de Zuniga, Antonio Bernal e Gabriel Ponce de Leon, considerados os conquistadores do Guairá.
1589. Atualizado em 09/10/2025 03:23:27
51°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas
O filho Afonso Sardinha, o moço, era nascido em São Paulo, residia em Emboaçava, junto do rio Pinheiros, e minerava em Jaraguá. Descobriu minas de ferro em Araçoiaba em 1589, segundo Azevedo Marques, e com seu parceiro, Clemente Alvares, minas de ouro no Jaraguá, Vuturuna (Parnaíba) e Jaguamimbaba (nas proximidades da Serra da Mantiqueira)
1 de abril de 1589, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:41:03
52°. Armada partiu de Londres
Naquele momento, a importância do Brasil ainda guardava a velha razão estratégica. Desde o início do século XVII, os embaixadores da monarquia em França davam conta dos preparativos de D. Manuel, filho de D. António, Prior do Crato, para “ir ao Brasil”. Tanto que, em 1603, o governador Diogo Botelho enviou carta ao rei comunicando que havia mandado fortificar Olinda para se defender do provável ataque que seria empreendido pelo tal D. Manuel.

Biblioteca D´Ajuda. Códice: 51-V-48 – Livro do Governo da Índia de Diogo Botelho. 03/03/1603. Curioso este reencontro: D. Manuel aparecia, em 1581, embarcado com o pai, D. António, em armada feita em Londres para o ataque a Lisboa, na qual ainda figurava o próprio Diogo Botelho, aliado de primeira hora do Prior. AGS, Secretariade Estado.
1590. Atualizado em 30/10/2025 18:27:10
53°. Para Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), seguindo Frei Vicente (1564-1639), Gabriel teria vindo ao Brasil em 1590, portanto antes de D. Francisco
É provável que tenha vindo ao Brasil em 1590 por mandato de D. Francisco de Souza, pois era mineiro de ouro, e seguido para São Paulo, juntamente com Manuel Juan, a fim de averiguar os indícios do minério na região.
1 de dezembro de 1590, sábado. Atualizado em 31/10/2025 01:53:34
54°. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas
substituto de Giraldes em 01/12/1590, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas. A escolha de Francisco de Souza como governador-geral do Brasil não foi fortuita nem acidental. Sua trajetória pessoal, de fato, o qualificava como um dos fidalgos “mais seletos e significativos” da corte portuguesa, ademais, sua experiência em armas também o tornava representativo de um perfil de fidalgos que assumiram postos no império português.

Contudo, a sua nomeação deve ser ainda compreendida pela ótica das relações com a Coroa de Madri, portanto, inserida no contexto do império filipino. D. Francisco de Souza estivera, desde a primeira hora, ao lado das pretensões de Felipe II em torno da coroa portuguesa e, depois, quando este foi bem-sucedido, revelou-se também um importante aliado seu, inclusive nas lutas contra o Prior do Crato. Claro está que, sendo terceiro filho, D. Francisco de Souza não fazia parte da fidalguia mais alta do reino, carecendo, em parte, de largos morgadios, mas sua fidelidade a Felipe II, sua entrada na poderosa e influente rede dos Furtado de Mendonça e seu histórico de serviços, somados à sensível necessidade crescente de fidalgos para os cargos mais significativos das colônias, o tornaram um candidato mais do que apropriado para os postos vacantes no ultramar.

Numa perspectiva mais estendida, a escolha de Souza é atinente à lógica doimpério filipino que, apesar do Acordo de Tomar, levava adiante um gradativo processo de integração, em longo prazo, dos territórios portugueses peninsulares e ultramarinos aos espaços filipinos. Efetivamente, a articulação da economia, dos espaços e da nobreza ibérica, durante a União, tem sido apontada por diversos historiadores. ["SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.131]
5 de janeiro de 1591, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:38:56
55°. Frei Vicente fala da morte de Giraldes, mas se sabe que, de fato, o governador nomeado ao Brasil acabou, por problemas na navegação, desembarcando em Santo Domingo, nas Índias de Castela, de onde voltou a Portugal
Junho de 1592. Atualizado em 23/10/2025 17:07:08
56°. Após o falecimento do sogro solicitou terras para os pequenos cunhados*
3 de dezembro de 1593, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:07:08
57°. As primeiras notícias que temos sobre a região de Mogi pelas atas da câmara
Embora, no planalto, Sardinha tivesse organizado, nos meses de setembro e outubro de 1592, entradas punitivas e estabelecido um sistema de revezamento na vigilância do forte, exemplos de pedidos como os do castelhano João de Santa Anna, que solicitava à Câmara um “chão” no rocio da vila em 1592 por “ser muito necessário recolherem-se os moradores à vila e nela terem casas por respeito de estarmos em guerra”, 362 davam mostra de que a situação estava mesmo longe de apaziguar.

De fato, apesar de os conflitos serem empurrados para áreas cada vez mais distantes, ainda em 1593 a pressão indígena se fazia sentir, só que agora na área de Mogi, onde atacaram gente de Antonio Macedo e Domingos Luis Grou. Numa única emboscada no rio Jaguari, segundo as Atas, teriam morrido o francês Guilherme Navarro, Francisco Correa, Diogo Dias, Manuel Francisco e Gabriel Pena. Os depoimentos dos sobreviventes assustavam a todos, que, em uníssono, exigiam do capitão Jorge Correa, estante em São Paulo, talvez para acalmar os ânimos, que não voltasse a Santos sem antes dar uma lição nos índios de Bogi [03/10/1593].
5 de dezembro de 1593, domingo. Atualizado em 30/10/2025 14:47:31
58°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas
1594. Atualizado em 24/10/2025 02:36:00
59°. Fundação do convento do Carmo em terras doadas por Braz Cubas
1595. Atualizado em 24/10/2025 04:14:37
60°. D. Francisco de Souza atuou mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele
De fato,Francisco de Souza atuou, pela primeira vez, na instância dos ofícios da capitania de São Vicente ainda em 1595, quando mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele. Para seu lugar, o governador-geral nomeou João Pereira de Souza, um dos homens que, mais tarde, lideraria uma das entradas ao sertão a mando do governador. [Página 169]
1595. Atualizado em 24/10/2025 19:13:51
61°. Manuel Juan de Morales foi enviado pelo governador à Capitania de São Vicente onde, juntamente com outros dois mineiros (um deles alemão, Wilhelm Glymmer), diz ter descoberto a serra de “Sirasoyaba
22 de maio de 1595, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:51
62°. Aguardando que o capitão-mór os viesse acompanhar na entrada contra os nativos do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou de pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga
Iniciava, assim, sua viagem rumo à capitania de São Vicente. Como já dissemos, fora para lá formalmente atraído em função das notícias de descobertas de ouro e prata nas minas de Jaraguá, Viraçoiaba e Vuturuna, nas cercanias da vila de São Paulo, todas elas com participação ativa de Afonso Sardinha, pai, e Afonso Sardinha, o moço, por volta de 1595.A certeza da existência de metais preciosos no Brasil parecia tão grande que, ainda mesmo na Europa, o governador providenciara o provimento de ofícios para o setor mineral, como o de provedor das minas para o castelhano Agostinho de Soutomayor, que já havia estado em Monomotapa; o de feitor das minas para João Correia; o de fundidores para Gaspar João e seu filho Manoel João, e o de operários especializados das minas para Manuel Simão e Manuel Rodrigues.Além desses, lembremos dos vários mineiros e engenheiros que acompanharam o governador em sua viagem, e podemos perceber que D. Francisco veio ao Brasil com o objetivo bastante claro de encontrar as tais minas, inicialmente inspirado nos projetos de Gabriel Soares e, mais tarde, seguindo os indícios vindos da capitania de São Vicente.Suspeita-se que, desde as primeiras notícias das descobertas, D. Francisco estivesse predisposto a ir às capitanias do sul, visto que, já em 1595, o governador enviou a São Paulo Sebastião de Freitas, que havia percorrido com Gabriel Soares o sertão do São Francisco, e também o fundidor de ferro Manoel João.De fato,Francisco de Souza atuou, pela primeira vez, na instância dos ofícios da capitania de São Vicente ainda em 1595, quando mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele. Para seu lugar, o governador-geral nomeou João Pereira de Souza, um dos homens que, mais tarde, lideraria uma das entradas ao sertão a mando do governador.
1596. Atualizado em 24/10/2025 02:38:51
63°. O rio Sapucaí foi descoberto pelo sertanista João Pereira Botafogo entres os municípios de Paraguaçu e Carmo do Rio Claro
A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118]
Fevereiro de 1597. Atualizado em 23/10/2025 17:21:28
64°. Era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta dogovernador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro”*
Em fevereiro de 1597, era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta do governador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro”. 476 Na verdade, como afirma Frei Vicente:

Muitos anos havia que voava a fama de haver minas de ouro, e de outros metais na terra da capitania de São Vicente (...) e já por algumas partes voava com asas douradas, e havia mostras de ouro; o governador se partiu para baixo no mês de outubro de 1598, levando consigo o desembargador Custódio de Figueiredo...

Diogo Laço foi enviado a São Paulo já como administrador das minas e trazia consigo o primeiro aparato tecno-administrativo para a então pequena vila. Vinha acompanhado do alferes Jorge João, dos mineiros Gaspar Gomes Moalho e Manoel Pinheiro Azurara, e do fundidor Domingos Rodrigues. Laço foi a São Paulo, preparou a vinda do governador e voltou à Bahia para buscá-lo.

Entretanto, antes de chegar a São Paulo, Francisco de Souza estacionou em Vitória, na Capitania do Espírito Santo, para averiguar as notícias de esmeraldas que circulavam por ali. De lá, enviou a São Paulo o capitão Diogo Arias de Aguirre, junto com 200 índios de serviço. Começavam, assim, a mobilização e a arregimentação de mão de obra indígena para um futuro projeto mineral.

O que, de certo, não passou despercebido pela Cia de Jesus, que reclamou, através de seu provincial, deste tipo de transplante. Dizia ele que “os governadores geraes do Brasil pretendem mudá-los de umas capitanias para outras de diversos senhorios como se fez da capitania do Espírito Santo para a de São Vicente”.

De Vitória, D. Francisco se dirigiu ao Rio de Janeiro, onde atendeu a uma série de demandas locais, o que o obrigou a providenciar a vinda do ouvidor-geral da Bahia para continuar a resolver as querelas. Ali teria arregimentado, dentre outros, André de Leão e o boticário-cirurgião João Serrão. Na cidade, D. Francisco deve ter estreitado sobremaneira suas relações com o clã dos Sá. Mesmo porque não nos esqueçamos que Martim de Sá, filho de Salvador Corrêa de Sá, havia liderado uma das entradas solicitadas pelo próprio governador. [Página 143]

Lembremos que, em fevereiro de 1597, Dom Francisco já tinha enviado um representante para São Paulo com correspondência sua. Em maio, chegava nova carta, cujo conteúdo não foi revelado, e, em outubro, mais uma que solicitava à Câmara providenciar a melhora e arrumação do “caminho do mar”, terrível serpenteado detrilhas que partiam da base da serra do mar e subiam até o planalto. O serviço deveria ser feito pela “mão comum”, mas, em março do ano seguinte, os oficiais foram obrigados a cobrar dos próprios moradores as providências quanto a este pedido. [Página 146]
Maio de 1597. Atualizado em 24/10/2025 04:14:40
65°. Dom Francisco envia nova carta, cujo conteúdo não foi revelado*
Dom Francisco já tinha enviado um representante para São Paulo com correspondência sua. Em maio, chegava nova carta, cujo conteúdo não foi revelado.
Julho de 1597. Atualizado em 23/10/2025 15:41:03
66°. Retorno*
A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118]
Maio de 1598. Atualizado em 24/10/2025 04:14:42
67°. Chegada do governador e de sua comitiva mobilizou as autoridades locais / A igreja matriz, iniciada em 1588, ficara parada durante anos, e a vinda do governador se tornou um pretexto*
A chegada do governador e de sua comitiva mobilizou as autoridades locais, que tiveram de garantir refeição, abrigo e serviços aos novos personagens. Os oficiais da Câmara se preocuparam em regular os ofícios mecânicos, em especial, controlar o ofício de barbeiro.

Em maio de 1598, os oficiais exigiam que não se levasse mais gado para Santos até a vinda do governador, pois poderia criar problemas de abastecimento. Além disso, cada um dos moradores deveria limpar e carpir seu chão de terra. O uso do tingui (espécie de veneno indígena) foi proibido como instrumento de pesca, pois extinguia rapidamente a quantidade de peixes dos rios adjacentes.

A igreja matriz, iniciada em 1588, ficara parada durante anos, e a vinda do governador se tornou um pretexto, e uma oportunidade, para encerrá-la. Era ainda necessário criar alguma estalagem ou estabelecimento que vendesse coisas de comer e beber, o que foi feito ao se conceder tal tarefa ao malaguenho Marcus Lopes.

A dinâmica local começava, desde antes da chegada do governador, a se alterar em função de sua iminente presença. Contudo, mesmo depois de sua chegada, uma espécie de “febre normatizadora” continuou atingindo a vida cotidiana da vila, como se pode verificar nas sessões da Câmara, que regulavam o açougue onde se tallhe a carne, os juízes telheiros (padrão de telhas) e as caixas de marmelada, principal produto de “exportação” da vila.

A regulação e disciplinarização da vila, diante da chegada do governador, é um dos denotativos do impacto e dos efeitos de sua presença no pequeno povoado. O homem de idade madura, ânimo decidido, polido e adaptável, como dizia Carvalho Franco, veio acompanhado da comitiva “mais douta, mais operosa e mais luzida que já vira a colônia nascente”.

O que deve ter impressionado os moradores da vila de São Paulo que se viram, de repente, alçados à condição de sede e centro, senão do governo - que permanecia em Salvador -, da governança. Segundo Afonso Taunay, a chegada de Francisco de Souza a São Paulo foi um verdadeiro “choque de civilização”.

De fato, o historiador paulista fazia esta inferência a partir de Frei Vicente Salvador, para quem, em São Paulo, Até então os homens e mulheres se vestiam de pano de algodão tinto, e se havia alguma capa de baeta e manto de sarja se emprestava aos noivos e noivas para irem à porta da igreja; porém depois que chegou d. Francisco de Souza, e viram suas galas, e de seus criados e criadas, houve logo tantas librés, tantos periquitos, e mantos de soprilhos.
1 de outubro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:45
68°. D. Francisco partiu para o Sul
Foi ainda sob o cumprimento dessa missão, já depois dos insucessos de Gabriel Soares no sertão do rio São Francisco, que o governador descambou para a parte sul da colônia, em outubro de 1598, deixando em seu lugar, na Bahia de Todos os Santos, o capitão Álvaro de Carvalho. Iniciava, assim, sua viagem rumo à capitania de São Vicente. Como já dissemos, fora para lá formalmente atraído em função das notícias de descobertas de ouro e prata nas minas de Jaraguá, Viraçoiaba e Vuturuna, nas cercanias da vila de São Paulo, todas elas com participação ativa de Afonso Sardinha, pai, e Afonso Sardinha, o moço, por volta de 1595.
29 de outubro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 29/10/2025 09:43:34
69°. “é possível identificar um grande processo distributivo de datas, tratado em sessões da Câmara realizadas em pequenos intervalos, podemos nos perguntar se o assunto tinha ou não relação com as notícias de que o governador se dirigia a São Paulo (...), 27 datas foram distribuídas num pequeno intervalo de três meses”
No final de outubro de 1598, é possível identificar um grande processo distributivo de datas. Tratado em sessões da Câmara realizadas em pequenos intervalos, podemos nos perguntar se o assunto tinha ou não relação com as notícias de que o governador se dirigia a São Paulo. Nesse sentido - e isso nos parece bastante provável -, resta-nos saber se esta distribuição responderia a uma necessidade de regularizar e oficializar a situação de ocupação das terras; o que poderia servir tanto para agradar ao governador, quanto para garantir as datas aos moradores mais antigos, antes que os forasteiros da comitiva de D. Francisco pegassem as melhores. Assim, 27 datas foram distribuídas num pequeno intervalo de três meses.
14 de novembro de 1598, sábado. Atualizado em 13/10/2025 22:25:31
70°. Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais / Metalúrgicos se estabeleceram na região / Carijós fogem para Paranapanema
Mas, independente das duas visões, o que podemos aferir sobre a existência efetiva de ouro em São Paulo? Como já dito, as notícias que atraíram o governador davam conta de certo ouro encontrado pelos Sardinha (o velho e o moço), nas cercanias de São Paulo. Em novembro de 1598, na iminência da chegada de Souza, Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais.
26 de janeiro de 1599, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:44
71°. Oficiais alegaram (a d. Francisco) que “parecia bem não ter juiz dos índios” e que o “uso e costume” da terra era que os índios estivessem sob controle do juiz ordinário, ou seja, sob controle dos oficiais da Câmara
Entretanto, os mesmos oficiais alegaram que “parecia bem não ter juiz dos índios” e que o “uso e costume” da terra era que os índios estivessem sob controle do juiz ordinário, ou seja, sob controle dos oficiais da Câmara.
27 de maio de 1599, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:52
72°. D. Francisco por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro
Uma das primeiras medidas de Francisco, ainda em 1599, foi autorizar que todos pudessem tirar ouro, na tentativa de aumentar e estimular os moradores envolvidos nas investigações e descobertas das minas.
15 de outubro de 1599, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:37
73°. D. Francisco nomeia Antonio de Proença capitão da gente a cavalo na vila e nas entrada ao sertão
As nomeações de Francisco, sem dúvida, participaram da estruturação de um aparato jurídico e administrativo para as minas - e também militar -, mas serviram, sobretudo, para a consolidação de uma elite local sobre a qual o governador se assentou.

A militarização da vila foi marcante a partir da chegada de D. Francisco que, conforme já assinalado, implantou o Regimento dos Capitães-mores de D. Sebastião e organizou as bandeiras, sob formato militar. Aos Proença, aliados de primeira hora, foram concedidas nomeações de capitão da gente a cavalo (na vila e nas entradas), para Antonio, e de alferes, a Francisco. [Página 166]
Novembro de 1599. Atualizado em 30/10/2025 06:32:01
74°. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza*
Em novembro, o mineiro Gaspar Gomes Moalho requeria terras no caminho de Pinheiros e Piratininga, defronte às de Domingos Dias, este também soldado de D. Francisco de Souza.
1600. Atualizado em 31/10/2025 03:04:07
75°. Falecimento de Gaspar Fernandes em sua fazenda de Emboaçava
O caso de Manoel Pinheiro Zurara, rapidamente esboçado no capítuloprecedente, merece um pouco mais de atenção aqui. Trata-se, sem sombra de dúvida, do mesmo que aparece na data de chão dada ao vigário João Pimentel, em São Paulo, no ano de 1607. Sabemos que, apesar de ter sido identificado como Miguel Pinheiro Azurara e castelhano por alguns autores, era, de fato, português e seu primeiro nome Manoel. Conforme seu depoimento dado em Assunção, era “avencidado” há mais de trinta anos no reino de Nova Granada, onde tinha mulher e filhos. Os processos de 1606 não apresentavam a sua idade, mas, em suas petições, sempre alegava ser “viejo y muienfermo”. Devia, portanto, ter chegado ainda jovem às Índias de Castela, por volta de 1570. É provável que tenha vindo ao Brasil em 1590 por mandato de D. Francisco de Souza, pois era mineiro de ouro, e seguido para São Paulo, juntamente com Manuel Juan, a fim de averiguar os indícios do minério na região. Ele permaneceu longos anos na vila, já que, em 1600, escreveu o testamento de Gaspar Fernandes - genro de Antonio Preto e sujeito, por sinal, bastante assíduo na região paraguaia.
15 de abril de 1600, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:14:56
76°. Os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira
D. Francisco também foi o grande incentivador do estabelecimento e consolidação dos beneditinos em 1600, que,juntamente com os carmelitas recém-instalados (1594), ajudaram a quebrar o até então monopólio religioso dos jesuítas na vila. Em suma, a presença do governador foi marcante para o desenvolvimento da polis paulista, ordenando espaços, regulando avida cotidiana e organizando famílias e futuros clãs.
19 de novembro de 1600, domingo. Atualizado em 24/10/2025 04:14:57
77°. Dentre as demandas de Diogo de Quadros em Valladolid, o exemplo de uma autorização requerida para que os moradores da capitania de São Vicente “pudessem ir livremente com as suas mercadorias ao rio da Prata e que não pagassem direitos das mercadorias da terra que tirassem desta capitania de São Vicente ou do rio da Prata para fora do Reino...”
Vale a pena lembrarmos, aqui, da constatação de Canabrava quanto ao crescente afluxo comercial entre o Brasil e o mundo platino durante o governo de Souza; de sua demasiada – e “desinteressada” - simpatia pelo contador de Buenos Aires, e de seu procurador vendendo escravos negros em Tucumã. Parecem, portanto, evidentes o entusiasmo e o interesse do governador em relação a esse trânsito comercial entre a América portuguesa e castelhana. Com sua mudança para São Paulo, estes vínculos tiveram de ser reconstruídos, agora sob uma nova realidade geográfica e sob novas possibilidades. Nesse sentido, podemos citar, dentre as demandas de Diogo de Quadros em Valladolid, o exemplo de uma autorização requerida para que os moradores da capitania de São Vicente “pudessem ir livremente com as suas mercadorias ao rio da Prata e que não pagassem direitos das mercadorias da terra que tirassem desta capitania de São Vicente ou do rio da Prata para fora do Reino...
Fevereiro de 1601. Atualizado em 24/10/2025 02:18:27
78°. Francisco da Gama foi nomeado procurador dos índios forros / Antonio Camacho recebeu o direito de advogar na vila*
Francisco da Gama foi nomeado procurador dos índios forro / Antonio Camacho recebeu o direito de advogar na vila (02/1601) [p.166]
11 de fevereiro de 1601, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:57
79°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos
Mas, em 1601, dois anos depois, apesar de reforçar a autorização, o governador exigia o pagamento do quinto e proibia a circulação de ouro em pó, que deveria agora ser fundido; o que pode também denotar a retirada e a circulação de certa quantidade deste tipo de ouro que escapava aos canais de fisco e regulação
7 de abril de 1601, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:57
80°. Preço da carne
De fato, parece que o trato com o gado, atividade que tanto inspirou os primeiros colonos, não agradava muito a Camargo. No dia 07/04/1601, em sessão que contou com os “homens do governo”, votou-se pela elevação do preço da carne, visto a “criação ser pouca e o milho valer muito...”. Seus companheiros de viagem, Bartolomeu Bueno e Francisco Martins votaram pelo sim, salvaguardando seus interesses como criadores, já Camargo votou pelo não, na verdade, um dos poucos. O que nos leva a pensar que Camargo concentrava seus esforços no plantio e, mais, que seu engajamento bastante intenso contra os padres na questão da mão de obra indígena revelava um homem que acumulou certo cabedal, acompanhando o relativo crescimento econômico da vila a partir da década de 1590. [p. 109]
Julho de 1601. Atualizado em 24/10/2025 04:14:58
81°. D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto*
A capacidade de D. Francisco de “cariciar” os cidadãos, como dizia Frei Vicente do Salvador (1564-1639), nos parece evidente. Quando partiu de São Paulo, com destino incerto, em julho de 1601, Souza deixou expressa a vontade - transcrita no Registro Geral – de que a então vila: Com o divino favor há de ser cidade antes de muito tempo e (seus moradores) hão de ter grandes privilégios e mercês que lhe eu hei de procurar com sua majestade porque foi a primeira e principal parte donde mediante o favor de Deus descobri estas minas. [Página 165]
19 de julho de 1601, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 08:42:15
82°. Dom Francisco proibiu quem quer que fosse, exceto os Sardinha, de bulir nas minas, enquanto os mineiros que haviam sido solicitados não chegassem para avaliar as descobertas
Foi justamente na experiência mineral desta família que D. Francisco se apoiou, reconhecendo, inclusive, sua precedência nas pesquisas minerais. Em 19 de julho de 1601, o governador proibiu quem quer que fosse, exceto os Sardinha, de bulir nas minas, enquanto os mineiros que haviam sido solicitados não chegassem para avaliar as descobertas.

As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário.588 A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito,resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto,notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas. [p. 176]
14 de agosto de 1601, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:59
83°. Martim de Sá partiu para Portugal com nove barris de prata que D. Francisco de Sousa lhe confiou, trazidos do Alto Peru
Encontramos um exemplo dela em um documento da Biblioteca D´Ajuda, cujo título é “Relações das capitanias do Brasil”. Na parte sobre a capitania de São Vicente lê-se que:

Nos limites desta capitania pela terra adentro obra de quarenta léguas estão as minas de ouro e prata que Dom Francisco de Sousa diz ter descobertas, as quais muitos anos antes se tinha notícia e por boa razão de philosophia esta região do Brasil deve ter mais e melhores minas que as do Peru por ficar mais oriental que ela e mais disposta para a criação de metais.
1 de janeiro de 1602, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:01
84°. Cédula real
A primeira cédula que tenta impedir o trânsito terrestre entre a América espanhola e o Brasil é de 26 de junho de 1595, na esteira das incursões feitas a partir de Santa Cruz de la Sierra rumo ao Brasil. Somente em 1602, no reboque da autorização temporária do comércio de Buenos Aires, é que se tenta proibir o trânsito pelo Guairá.

Contudo, estes pareciam ter mais a ver com a tal preservação dos monopólios comerciais, do que propriamente com um olhar atento às afinidades lusocastelhanas no mundo paraguaio, tema que despertará a atenção somente no final da União Ibérica.

Mas foi no início do século XVII que o uso do caminho reapareceu explicitamente na documentação, tanto castelhana quanto paulista. Foi mais precisamente em 1603 que irrompeu o tema do “caminho de São Paulo”, o que parece ter derivado da política imperial castelhana em relação à presença de portugueses sem licença nos espaços coloniais do império.

Foi na sequência da cédula real de 1602, que solicitava aos governadores a expulsão dos portugueses sem licença, que as medidas punitivas e investigativas trouxeram à cena a via de São Paulo. Como efeito imediato da cédula real, o novo governador Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires [15.09.1603].
Fevereiro de 1602. Atualizado em 24/10/2025 02:54:52
85°. Memorial sobre os feitos do capitão Diogo de Quadros, Manuel Pinheiro de Azurara, Martim Roiz de Godoi -mineiro da prata-, Manuel João -mineiro de ferro-, enviado pelo governador do Brasil*
As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário. A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito, resultados infrutíferos.

Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto, notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas.

Nos pedidos de mercês de Martim Rodrigues Godoy, mineiro de prata enviado a Espanha por Francisco de Souza junto com Diogo de Quadros em 1602, ele afirmava que queria ir ao Peru, mas o governador o retivera e o mandou a São Paulo. Ali pesquisou e encontrou muitas minas de ouro e “oito minas de prata”, das quais levava algumas amostras; amostras estas confirmadas nos memoriais de Azurara e Quadros. Azurara ainda falava de uma pedra que suspeitava ser prata e que fora deixada com Clemente Alvarez, em São Paulo. [p.176]
26 de março de 1602, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:54:52
86°. Memorial sobre os feitos do capitão Diogo de Quadros, Manuel Pinheiro de Azurara, Martim Roiz de Godoi -mineiro da prata-, Manuel João -mineiro de ferro-, enviado pelo governador do Brasil
11 de maio de 1602, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:32
87°. Martim entregou as peças para Damião, antes de partir, em bandeira, para o sertão
As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário. A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito, resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto, notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas.

Nos pedidos de mercês de Martim Rodrigues Godoy, mineiro de prata enviado a Espanha por Francisco de Souza junto com Diogo de Quadros em 1602, ele afirmava que queria ir ao Peru, mas o governador o retivera e o mandou a São Paulo. Ali pesquisou e encontrou muitas minas de ouro e “oito minas de prata”, das quais levava algumas amostras; amostras estas confirmadas nos memoriais de Azurara e Quadros. Azurara ainda falava de uma pedra que suspeitava ser prata e que fora deixada com Clemente Alvarez, em São Paulo. [p.176]
19 de julho de 1603, sábado. Atualizado em 30/10/2025 09:37:37
88°. Os oficiais da Câmara de São Paulo escreveram uma carta ao governador-geral reclamando de várias coisas, dentre elas a tentativa de Diogo Botelho de cobrar o terço dos índios descidos do sertão
Interessante notar que, ainda em julho de 1603, portanto antes da abertura oficial do caminho, os oficiais da Câmara de São Paulo escreveram uma carta ao governador-geral reclamando de várias coisas, dentre elas a tentativa de Diogo Botelho de cobrar o terço dos índios descidos do sertão.

E comunicavam que, se os moradores que estavam no sertão soubessem disso, se meteriam “no caminho do piquiri que he província do rio da prata”, o que reforça a hipótese de que o caminho foi trilhado continuamente desde a segunda metade do século XVI.
15 de agosto de 1603, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:02
89°. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais”
Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”.

Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.

Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto.

Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração(rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores.

Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
15 de setembro de 1603, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:02
90°. Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires
Mas foi no início do século XVII que o uso do caminho reapareceu explicitamente na documentação, tanto castelhana quanto paulista. Foi mais precisamente em 1603 que irrompeu o tema do “caminho de São Paulo”, o que parece ter derivado da política imperial castelhana em relação à presença de portugueses semlicença nos espaços coloniais do império. Foi na sequência da cédula real de 1602, que solicitava aos governadores a expulsão dos portugueses sem licença, que as medidas punitivas e investigativas trouxeram à cena a via de São Paulo. Como efeito imediato da cédula real, o novo governador Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires.764

Nessa mesma ocasião, um auto de investigação foi levado a cabo em Assunção. Nele se condenou “un portugues llamado Pedro Acosta que entro por el camino prohibido de san pablo...” a voltar pelo mesmo, além de terem-lhe confiscado e leiloado o “negro esclavo de angola” que trazia consigo.7
9 de outubro de 1603, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:07
91°. Con que ordem trajo el dho. negro y su persona por caminos cerrados y contra los bandos de su magestade (ANA-SH v. 36 n. 17 – 9 out 1603). Sobre Pedro de Acosta, que veio com um negro escravo de angola.
No sentido São Paulo-Paraguai, temos o caso de Pedro de Acosta, de 1603, preso por passar escondido “en estas balsas de la yerva (que) es delito atroz” e com “negros de Angola”. Acosta, entretanto, foi libertado e tornou-se potentado local em Maracayú, onde controlava balsas e administrava índios encomendados de outros moradores no transporte da erva. Acabou morto, em 1625, pelos indios payaguás em pleno rio Paraguai. [p. 214]
22 de novembro de 1603, sábado. Atualizado em 24/10/2025 03:38:58
92°. Hernando Arias estimula a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos
Da disputa territorial, predominante no século XVI, passava-se a um processo que predispunha a cooperação entre as partes. Em novembro de 1603, com a presença, naquela altura, do ex-governador, chegaram à vila de São Paulo, e se apresentaram na Câmara, quatro “soldados” de Vila Rica del Espiritu Sancto, com ordens de Antonio de Añasco, lugar-tenente e cunhado do governador do Rio da Prata (o criollo Hernando Arias de Saavedra), para estabelecer e regularizar o caminho que ligava o mundo vicentino ao paraguaio.

O tal caminho encontrava-se formalmente fechado desde o governo de Tomé de Souza, na década de 1550, tendo sido novamente vedado com Duarte de Souza, na década de 1560. Estes fechamentos iniciais foram iniciativas da coroa portuguesa. Por outro lado, já durante a União das Coroas, parece que a coisa se inverteu e o temor passou a ser mais da Coroa espanhola, que buscava, de todas as formas, impedir os contrabandos e o afluxo de estrangeiros (incluindo, paradoxalmente, os portugueses) ou mesmo de castelhanos sem licença rumo a Potosí. [p. 161]

O bando de Hernando Arias de Saavedra, lugar-tenente nessa altura, expressava uma indisposição deste poderoso criollo com a planta. Ao longo de seus sucessivos governos, emitiu bandos para proibir o beneficiamento e a comercialização da erva, porque, segundo alguns autores, além de considerar um mau costume, implicavam um a exploração demasiada dos indígenas. [p. 211]

Curioso notar, contudo, que, ao mesmo tempo em que portugueses eram expulsos de Buenos Aires e Pedro Acosta processado e condenado em Assunção, tudo sob a governança de Hernando Arias, o próprio tenha estimulado a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos. Nas atas paulistas de 22 de novembro de 1603, ou seja, um mês depois da condenação de Acosta, lê-se que:

Soldados espanhóis que vieram da Villa Rica do Espírito Santo Província do Paraguai, a saber João Benites de La Cruz, procurador e Pero Minho, Pero Gonsales, Sebastião Peralta despachados pelo major dom Antonio de Andras que a tratar que sendo-lhes necessário socorro como cristãos e vassalos de sua majestade lhe dessem desta...mas que não se meteriam fazendas de uma parte para outra até sua majestade ser avisado. [p. 227]Os quatro vilariquenhos que chegaram a São Paulo em 1603 aparecem nadocumentação oficial como soldados. Isso, sem dúvida, dava-lhes certo respaldo diantede uma possível acusação futura. Agiam a serviço do lugar-tenente e buscavaminstaurar tratos com a vila vicentina, revestidos, portanto, do caráter de uma missãooficial. Conforme processo feito muitos anos depois, sabemos que os quatroprocuravam estabelecer “trato y comercio com la costa del Brasil”, mas tambémalianças com alguns moradores de São Paulo, já que voltaram para Villa Rica com umaproposta de casamento “Processo obrado en la Villa rica del espiritu santo, contra el capn. Franco. Benitez, por haver metido trêsportugueses por la via de San Pablo. Año 1616.” In: Bandeirantes no Paraguai...op.cit. pO objetivo era, ainda segundo esse processo, “descobrir elcamino” ou “la navegacion a la vila” de São Paulo. Na esteira desta primeira viagem,outra expedição partiu de Villa Rica rumo a São Paulo entre os anos de 1604 e 1605, naqual identificamos apenas os nomes de Francisco Benitez e Alonso Moreno,possivelmente tio e sobrinho. Nesta viagem, em que Benitez levava “vino ymercadorias” nas canoas de Moreno, foram tratar também de um casamento com osCamargo de São Paulo. Casamento que não deu certo, apesar de Alonso trazer, de voltaao Guairá, um português chamado Diogo Nunes, que provavelmente chegara a SãoPaulo com D. Francisco de Souza, e que se casou com sua filha, Ginebra Moreno.773 Osucessor de Añasco como lugar-tenente de Villa Rica, e que providenciara tal viagem,foi Alonso Benitez, pai de Francisco e interessado no consórcio com os Camargo.Enviara, assim, o filho de cerca de 20 anos para as tratativas. Mal sabia ele queFrancisco teria longas e custosas relações com os moradores de São Paulo ao longo dosanos posteriores. [p. 229]
23 de novembro de 1603, domingo. Atualizado em 24/10/2025 03:38:58
93°. Pero Vaz de Barros, de São Paulo, acertou com o então ex-governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza, a decisão de enviar de 12 a 15 homens pelo caminho
Decisão da Câmara, com a presença de Souza, foi pela abertura do caminho e envio de gente com os castelhanos para ver a viabilidade dele. Entretanto, ressaltava que “tudo se desse conta ao senhor governador geral para ele avisar a sua majestade...”.

No dia seguinte, o capitão Pero Vaz de Barros, de São Paulo, acertou com o então ex-governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza, a decisão de enviar de 12 a 15 homens pelo caminho:

Para verem a disposição da gente e os sítios e assentos dela e para saberem se está a terra toda segura de inimigos e que tudo se desse conta ao senhor governador geral para ele avisar a sua majestade...pelo proveito que se esperava de se abrir este caminho e comércio.
1604. Atualizado em 25/02/2025 04:46:44
94°. Os portugueses que acompanharam Benitez em 1604 o encontraram numa aldeia de índios cerca de sete ou oito léguas da vila de São Paulo, enquanto praticavam uma entrada, ou maloca, e, segundo Pero Barbosa, “hallo alli comodidad para pasar a ella
Os portugueses que acompanharam Benitez em 1604 o encontraram numa aldeia de índios cerca de sete ou oito léguas da vila de São Paulo, enquanto praticavam uma entrada, ou maloca, e, segundo Pero Barbosa, “hallo alli comodidad para pasar a ella.”

Ressalte-se que, em 1605, ou seja apenas um ano e meio depois dos “primeiros”contatos, o bispo do Paraguai, Reginaldo de Lizarraga, falava em “doceintas léguas por terra poblada y no mal camiño”.

Portanto, num primeiro momento, entre os anos de 1603 e 1607, o caminho esteve bastante frequentado e facilitado, como atesta inclusive a quantidade de clérigos que o utilizaram tanto para se ordenar em Assunção quanto para assumir os vicariatos de Ciudad Real e Villa Rica, que contavam, ambos, com religiosos de São Paulo. O próprio Hernando Arias sugeriu que pelo menos seis padres da Companhia de Jesus partissem de São Paulo, pela via proibida, para atuar no Guairá.
Julho de 1604. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
95°. Certidão apresentada em autodefesa pelo mineiro-mor Manoel Pinheiro Azurara. num processo criminal movido contra ele em Assunção, os camaristas de São Paulo comunicavam que Azurara tentara alocar gentios paras as minas*
Ao que tudo indica, alguma mão de obra negra foi efetivamente utilizada notrabalho de beneficiamento das minas de ouro. Segundo certidão apresentada emautodefesa pelo mineiro-mor Manoel Pinheiro Azurara, de julho de 1604, num processocriminal movido contra ele em Assunção, os camaristas de São Paulo comunicavam queAzurara tentara alocar gentios paras as minas, mas “a pouquidade dos mesmos gentios eoutros inconvenientes que não foram seu particular” o impediram. Mesmo assim, asminas de Montesserrate e São Francisco estavam sendo exploradas por moradores deSão Paulo e gente de “fora com escravos da guine”. [Página 156]

Varnhagen, por outro lado, afirmava que ele havia sido registrado em Iguape já em 1605. Pela certidão apresentada por Manoel Pinheiro Azurara, mineiro-mor do Brasil, como peça de sua defesa num processo em Assunção, ficamos sabendo que ele comparecera à Câmara de São Paulo em julho de 1604 com suas provisões e Regimento que trazia do governador Diogo Botelho – que bem pode ser o tal regimento. Assim que chegou a São Paulo, teria começado a usar de seu ofício, e “mandou apregoar a liberdade das minas do ouro e que pagassem os quintos a sua majestade”. Em agosto, acompanhado de padres da Companhia de Jesus e do escrivão e tabelião público Belchior da Costa foi às minas de Monteserrate e São Francisco, e lá fez a repartição das minas entre alguns moradores, e “senalou” as de Dom Francisco, naquele momento um morador “comum” da vila de São Paulo. Pinheiro teria voltado à vila e tentado, conforme seu regimento, arregimentar gentios para serem distribuídos nas minas, mas, como já assinalamos, não foi bemsucedido devido à “pouquidade do gentio”. [Página 178]
Agosto de 1604. Atualizado em 24/10/2025 04:15:03
96°. Manoel Pinheiro Azurara acompanhado de padres da Companhia de Jesus e do escrivão e tabelião público Belchior da Costa foi às minas de Monteserrate e São Francisco, e lá fez a repartição das minas entre alguns moradores, e “senalou” as de Dom Francisco, naquele momento um morador “comum” da vila de São Paulo*
Parece-nos mesmo indubitável que uma quantidade de ouro razoável foi retirada das minas de São Paulo. Mais do que faiscagem, pois incluía minas, e menos do que os boatos alardeiam, parafraseando Benevides. Efetivamente, as minas serviram para alimentar e justificar mercês – a maior parte delas concedida - de diversas autoridades, a começar pelo nosso governador, que talvez tenha percebido o potencial de cobiça que as minas despertavam na Corte para a concessão de privilégios. No mínimo aprendera com Gabriel Soares! Mas é improvável que o governador tenha investido toda a sua energia somente para exercer poder e privilégios sobre uma pequena vila nos rincões da América portuguesa. Alguma riqueza, ou ao menos alguma possibilidade efetiva, deve ter sido vislumbrada por D. Francisco, já que fez questão de ter suas próprias minas demarcadas pelo mineiro-mor Manuel Pinheiro em Montesserrate e São Francisco.
10 de janeiro de 1605, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:33
97°. Diogo Quadros reclama pelos peritos em mineração / voltou a São Paulo, depois de sua missão em Castela, como provedor das minas e com a licença de construir dois engenhos
Diogo Quadros reclamava pelos peritos em mineração ainda em 1605 e, depois de vários entreveros em São Paulo,acabou findando seus dias na Índia. [Página 182]

Em 1605, Diogo de Quadros voltou a São Paulo, depois de sua missão emCastela, como provedor das minas e com a licença de construir dois engenhos para“fabricar todo o ferro necessário para este estado”. Quadros fez um levantamento do que havia de aproveitável nos almoxarifados do Rio de Janeiro e São Vicente, encontrando neste último algumas peças de utilidade, provavelmente restos da primeira fundição dos Sardinha.

Na vila, participou efetivamente apenas de uma das fábricas, organizando uma sociedade com seu cunhado, Francisco Lopes Pinto, o castelhano Martim Rodrigues Tenório e Clemente Alvares.

Mais tarde, já quando da segunda vinda deFrancisco de Souza, o flamengo Cornélio de Arzão, genro de Tenório (que haviamorrido em bandeira de 1612) e Antonio de Souza, o filho do governador, entrarampara a sociedade. [Página 184]
1606. Atualizado em 24/10/2025 04:15:12
98°. D. Francisco voltou a Portugal, e, depois, a Valladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III
Para tanto, algum tempo após o fim de seu mandato, em 1606, voltou a Portugal, e, depois, aValladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III, aproximando-se ali doDuque de Lerma, o todo poderoso valido do novo rei. Foi neste contexto que conseguiua divisão da colônia, o consequente novo ofício de governador da Repartição Sul e ogoverno e administração das minas, com amplas mercês, nos mesmos moldes dasobtidas por Gabriel Soares de Souza décadas antes.Nos preparativos para o que seria este segundo governo de Francisco de Souza, asituação era já muito diversa, mas, ainda assim, ele conseguiria se articular, adaptandose muito bem à nova realidade. Segundo Fernanda Olival, em análise sobre asinfluências do reinado de Felipe III sobre Portugal, o início do século XVII refletia umaaguda crise econômica que assolava todo o império, acumulada desde os tempos deFelipe II, e que obviamente ecoava forte no reino lusitano, que também tinha lá suaprópria crise. Segundo ela, crises agrícolas, perda de territórios no Oriente, ondas depeste sucessivas e a diminuição abrupta da entrada de capital na aduana de Lisboafizeram com que a Coroa outorgasse “privilégios y mercedes a quienes pretendiandescubrir y explotar minas de metales y piedras preciosas en Brasil...”,442 como formade amenizar os danos financeiros de Portugal. O que ocorreu, diríamos, não só em terrasamericanas, mas também na África, como mostram os pedidos de mercêscontemporâneos aos de D. Francisco, voltados para Angola e Monomotapa. Tal política,estimulada pelo Duque de Lerma, visava tornar Portugal minimamente autossuficiente,o que a autora considera “una de las líneas básicas de todas las diretivas sugeridas porMadrid en este tiempo...”443. Lerma projetava reformas das estruturas portuguesas,refletidas nos pedidos de revisão do funcionamento do Conselho de Portugal, muitodispendioso, segundo ele; no questionamento das concessões de pau-brasil; na anistiaaos cristãos-novos em troca de ajuda financeira e na crítica à prática corrente emPortugal de solicitar mercês continuamente, mesmo que as causas da primeirasolicitação ainda não tivessem sido cumpridas.444Neste sentido, é significativa a consulta do vice-rei do reino português junto aoConselho de Portugal, em 1606, para reforçar o valor da nomeação do governador-geral,“posto que este governo foi sempre de muita importância grossa parece que se devefazer mais consideração”. Pesando, sobretudo, que as promessas minerais - melhor dizendo, a “esperança que se tem de serem de efeito as minas de São Vicente”-poderiam acrescentar, em muito, o rendimento da Real fazenda. [p. 123]

Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”. Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins.

As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos. Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463).

O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15). Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.). [p., 135]

Ademais, o avô, Salvador Correia de Sá era próximo de D. Francisco e herdou as mercês do governador após a sua morte, depois de algumas diligências políticas na corte de Madri. [p. 173]
20 de agosto de 1606, domingo. Atualizado em 31/10/2025 00:54:23
99°. Provisão
Em relação às minas existentes, além da mina do Jaraguá, de Afonso Sardinha, e que, segundo Taunay, enriquecera também Braz Esteves Leme, e Vuturuna, próxima a Santana de Parnaíba, existiam as chamadas “minas do Geraldo”, no caminho para o morro do Jaraguá.

Estas minas são comprovadas numa carta apócrifa, e sem data, inserida na publicação do Livro Segundo do Governo do Brasil. Provavelmente direcionada a Francisco de Souza, o sujeito relatava, nesta carta, que, depois de quase ter sido preso por tentar averiguar os quintos na casa de fundição da vila, acabou sendo levado por Simão Alvares para ver amostras de ouro trazidas por Clemente Alvares, que havia descoberto e fundido um ouro “mui finíssimo e limpo” e que, segundo “Claudio” (talvez o ourives Claudio Furquim), tinha vantagem “do de Seraldo”, na verdade Geraldo Correia Sardinha.

Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.

Tornou-se, assim, cunhado do engenheiro flamengo Cornélio de Arzão, também envolvido, a partir de 1609, com a produção de ferro. Em 1600, ficou como guardião de certo metal que parecia prata, e foi responsável por fazer os testes adequados.

As Atas da Câmara denunciam sua presença no sertão, com sua tenda de ferreiro, resgatando com os índios em pelo menos duas ocasiões. Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo.

É provavelmente deste ouro que nosso missivista em questão falava. Portanto, as notícias concretas destas riquezas minerais são mesmo esparsas e fragmentárias, mas ainda assim sugestivas.
16 de setembro de 1606, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:33
100°. Minas
Em relação às minas existentes, além da mina do Jaraguá, de Afonso Sardinha, e que, segundo Taunay, enriquecera também Braz Esteves Leme, e Vuturuna, próxima a Santana de Parnaíba, existiam as chamadas “minas do Geraldo”, no caminho para o morro do Jaraguá.

Estas minas são comprovadas numa carta apócrifa, e sem data, inserida na publicação do Livro Segundo do Governo do Brasil. Provavelmente direcionada a Francisco de Souza, o sujeito relatava, nesta carta, que, depois de quase ter sido preso por tentar averiguar os quintos na casa de fundição da vila, acabou sendo levado por Simão Alvares para ver amostras de ouro trazidas por Clemente Alvares, que havia descoberto e fundido um ouro “mui finíssimo e limpo” e que, segundo “Claudio” (talvez o ourives Claudio Furquim), tinha vantagem “do de Seraldo”, na verdade Geraldo Correia Sardinha.

Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.

Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo.

É provavelmente deste ouro que nosso missivista em questão falava. Portanto, as notícias concretas destas riquezas minerais são mesmo esparsas e fragmentárias, mas ainda assim sugestivas.
27 de novembro de 1606, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
101°. Provisão de Diogo Botelho ordena que Quadros não abandonasse mais os engenhos de ferro para ir ao sertão
Provisão de Diogo Botelho chegou a ordenar que Quadros não abandonasse mais os engenhos de ferro para ir ao sertão. RGCSP, 27/11/1606. O mesmo Botelho, em carta ao rei, comunicava que Quadros era suspeito de “aplicar os quintos para si”. Códice 51-V-48, f.32. [Página 184]
16 de dezembro de 1606, sábado. Atualizado em 28/10/2025 12:31:53
102°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares
Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Eschwege dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652. Varnhagen, por outro lado, afirmava que ele havia sido registrado em Iguape já em 1605.

Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo

Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652.
1607. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
103°. O ferro era extraído das chamadas minas de Tambó, perto da mesma Vila Rica
Para reforçar a importância do metal no contexto regional, vale lembrar que a moeda de ampla circulação no mundo paraguaio, em especial no Guairá - também usada para resgate com os mesmos carijós -, era a chamada cuña, pequena peça de ferro fundida.

A cuña supria a carência de moeda na região e, apesar de sua larga utilização no século XVI, foi pouco a pouco abandonada em troca dos frutos da terra. Em 1607, foi difícil encontrar alguém em Vila Rica que soubesse precisarquantos reales valia a moeda, in: AGI, Contadoria, 1609, Auto de visita a Vila Rica. 1607.

O ferro era extraído das chamadas minas de Tambó, perto da mesma Vila Rica. Em torno deste ferro e da necessidade de sua fundição, Rui Dias de Melgarejo, fundador da vila, fez uma probanza com o sentido de alavancar a atividade, mas com o cuidado de garantir sua nobre condição embora praticasse o ofício. “Probanza hecha em Villa Rica em 1578”. Apud: CARDOZO, Ramón. La Antigua…op.cit. p. 72-74
18 de fevereiro de 1607, domingo. Atualizado em 23/10/2025 15:41:04
104°. Diversos homens poderosos, cujos nomes por essa razão não são talvez mencionados, revéis e desobedientes aos mandos das justiças, se aprontavam para ir aos carijós
5 de maio de 1607, sábado. Atualizado em 28/10/2025 23:24:26
105°. Carta de Hernando Arias ao rei, sugeriu que pelo menos seis padres da Companhia de Jesus partissem de São Paulo, pela via proibida, para atuar no Guairá
Portanto, num primeiro momento, entre os anos de 1603 e 1607, o caminho esteve bastante frequentado e facilitado, como atesta inclusive a quantidade de clérigos que o utilizaram tanto para se ordenar em Assunção quanto para assumir os vicariatos de Ciudad Real e Villa Rica, que contavam, ambos, com religiosos de São Paulo. O próprio Hernando Arias sugeriu que pelo menos seis padres da Companhia de Jesus partissem de São Paulo, pela via proibida, para atuar no Guairá. [página 234]

Podemos comprovar incontestavelmente que Pero Ribeiro acompanhou Manoel Pinheiro. Diante das suspeitas quanto ao episódio do negro confiscado - e depois resgatado pelo próprio dono -, Hernando Arias ordenou uma visita às caixas reais de Ciudad Real e Villa Rica em 1607. Na cabeça das investigações estava o “apaixonado” antilusitano Diego de Teva. A visita e os autos mostraram que as caixas reais das duas cidades tinham parte da cera, ferro e pólvora retirada ilegalmente pelos moradores ou mesmo com mandatos do bispo e outras autoridades. Dentro delas, restava somente alguma ametista, ferro, cera, e alguns documentos antigos. O histórico dos dízimos estava todo calculado em cuñas, cujo valor correspondente o inquérito não conseguiu precisar. Os envolvidos eram os falecidos Diego de Zuniga e Juan Merino, respectivamente contador e tesoureiro, e os seus sucessores Blas de Almada e Bartolomeu de Torales.

Torales aparecia, nos depoimentos, como aquele que havia mandado confiscar os negros da Guiné, ao mesmo tempo em que deixara passar a grande quantidade de tecido trazida pelos mercadores, sem registro. Eram dois escravos: um de Manoel Pinheiro e outro de Pero Ribeiro. Cobrados os dízimos, que aparentemente nunca foram para a caixa real, os escravos foram leiloados, sendo um arrematado pelo próprio dono e o outro arrematado por um terceiro, mas que, conforme depoimento de Antonio Aresco, que demonstrava conhecer os mercadores pelo nome, também foi parar na mão do dono original. No fundo, uma operação corrupta travestida de legalidade. [página 245]
1 de dezembro de 1607, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:40:00
106°. Os oficiais da Câmara Municipal da vila de São Paulo dizem ter recebido a notícia de que "Belchior Rodrigues, de Birapoeira, com forja de ferreiro, queria ir para "Piassava das Conoas", onde desembacarvam carijós e que era um prejuízo para esta vila"
1608. Atualizado em 30/10/2025 08:43:25
107°. João de Santa Ana? dois desaparecidos
Além destes, outros nomes podem ter vindo na armada de Valdés, como João de Sant´Anna, castelhano morto em bandeira de 1608, cujo testamento revela um homem cheio de dívidas; o galego Jorge de Barros Fajardo, parceiro de Camargo em negócios e vereança; o albañil Marcos Lopez, natural de Malága e provável dono da primeira loja de comes e bebes criada para receber a comitiva do governador Francisco de Souza nos anos 1590; o piloto da Nau Saint Nicholas e natural de Triana, Gonçalo Conqueiro, homônimo do capitão-mor da Capitania de São Vicente no início do XVII; ou mesmo os Munhoz (Fernão e Diogo), e os Sanches (Francisco e Diego).

Numa listagem da população masculina de São Paulo - montada por Nuto Sant´Anna a partir da documentação disponível na década de 1950 -, revela-se, dentre outros, a irrupção, entre 1581 e 1590, dos seguintes nomes de origem castelhana não citados até aqui: André Casado, Francisco Farel, João Bernal, Alonso Pelaez, Antonio de Saavedra e Martim Rodrigues Tenório.327 Este último, bandeirante ativo no início do XVII, desapareceu em entrada por ele capitaneada em 1608.
5 de outubro de 1608, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:46:39
108°. Nas Atas da Câmara de São Paulo, o procurador denunciava que índios que se encontravam ao longo “deste rio Anhembi”, que “vinham em paz se meter conosco”, terminavam sendo aprisionados pelos moradores
Em rivalidades com os moradores do Guairá em torno dos carijós também começou cedo. Em 1608, já se protestava na Câmara que “algumas pessoas que vinham a essa vila se apoderavam de indios que pelo caminho achavam aposentados como seja ao longo deste rio Anhembi”, o que era prejudicial para as boas relações com eles, que vinham em paz “se meter conosco mais razão era ajudá-los a vir que não fugeá-los nem agravá-los...” [05/10/1608].
1609. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
109°. A divisão do Brasil se efetivaria
A suposta riqueza da capitania de São Vicente e suas conexões com o mundo castelhano do interior do Paraguai desdobrar-se-iam em políticas e ingerências diretas e indiretas por parte de Madri. A administração civil e eclesiástica na Bahia, como vimos, foi uma das influências mais visíveis da presença castelhana no período, e a luta contra os inimigos da coroa, nesse contexto, resultaria na maciça fortificação das costas brasileiras. Por fim, a divisão do Brasil se efetivaria em 1609.
1609. Atualizado em 30/10/2025 09:35:46
110°. Mineiro Manoel Azurara apareceu em processos judiciais em torno da erva mate em Maracayu, onde estabeleceu negócios
Entre 1609 e 1612, apareceu em processos judiciais em torno da erva mate emMaracayu, onde estabeleceu negócios. Do ouro ao mate, Pinheiro parecia ter umabússola apontada para os bons negócios. Não podemos assegurar se ele realmente usou algum ouro de São Paulo como capital inicial, apenas deduzir, visto que, em seu processo, reclamou, diante das desconfianças gerais, que o ouro de São Paulo não era beneficiado como se deveria e que ele mesmo tinha seus salários atrasados. [Página 181]
1609. Atualizado em 25/02/2025 04:47:04
111°. A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto
A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto. Contudo, o ápice ocorreu entre 1622 e 1628, já sob a direção do Padre Antonio Ruiz de Montoya, quando onze reduções foram então organizadas. A década de 1620 foi marcada por uma forte expansão das reduções jesuíticas, o que significou a incorporação de grande população guarani. Este processo atingiu em cheio as vilas guairenhas, cada vez mais ressentidas com a escassez desta mão de obra. Ciudad Real passou a depender dos distantes indígenas reduzidos em Loreto e San Ignácio; Villa Rica, por sua vez, viu limitado seu crescimento em função da utilização de mão de obra, exatamente no período que sinalizava uma expansão da demanda por erva-mate, a grande riqueza exportável da região.
3 de abril de 1609, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 06:47:57
112°. “muita gente que se vinha para cá, por outro caminho (...) paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar”: O relato de André da Aldeia do Forte
As próprias Atas da Câmara falam da reunião de parentes e de índios que buscavam voluntariamente abrigo na vila, fosse porque fugiam de algo, fosse porque lhes haviam prometido algo. ACVSP de 03/04/1609, por exemplo, fala de carijós que, no caminho rumo a São Paulo, encontraram muitos outros que também iam para a vila, e que, ademais, estavam famintos e doentes. O depoimento de um dos índios ainda menciona como os espanhóis haviam tentado impedi- los e como portugueses tentaram escravizá- los pelo caminho, antes que chegassem à vila. [Página 159]
22 de abril de 1609, sexta-feira. Atualizado em 29/10/2025 21:30:34
113°. Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM
Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”. Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins. As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos. Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463). O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15). Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.). [1]

BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver [2]
1610. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
114°. “semear muito trigo”, pois a compra do vinho de fora causava prejuízo à vila; “muito bom trigo quase sem nenhuma indústria” e sentia a falta de moinhos
Em 1610, os oficiais conclamavam os homens bons de vila a deliberarem sobre a hipótese de se obrigar os moradores a plantar bacelos e “semear muito trigo”, pois a compra do vinho de fora causava prejuízo à vila. Neste mesmo ano, o padre Jacome Monteiro,visitando São Paulo, afirmava que havia “muito bom trigo quase sem nenhuma indústria” e sentia a falta de moinhos, “que já se vão levando”, ou seja, assistia in loco a instauração das moendas em São Paulo. [p.155]
8 de janeiro de 1610, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:49
115°. Traslado feito em Santos do pedido de Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, feito em 5/2/1609, por 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro
As Atas da Câmara denunciam sua presença no sertão, com sua tenda de ferreiro, resgatando com os índios em pelo menos duas ocasiões.
8 de março de 1610, segunda-feira. Atualizado em 29/08/2025 23:14:01
116°. Sugestão do vice-rei do Peru, Marques de Montes Claros, ao rei
E comunicavam que, se os moradores que estavam no sertão soubessem disso, se meteriam “no caminho do piquiri que he província do rio da prata”, o que reforça a hipótese de que o caminho foi trilhado continuamente desde a segunda metade do século XVI [19/07/1603].

De fato, a contiguidade entre os territórios era evidente. Diego Flores sugeriu que o rei tomasse a posse da capitania de São Vicente, vislumbrando as relações que área tinha com o interior paraguaio. Em 1610, o Marques de Montes Claros também recomendava que a vila de São Paulo entrasse para a nova governação, que naquela altura se estudava, do Paraguai separado do Rio da Prata.
5 de abril de 1610, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:21
117°. Degredo de João Rodrigues de Almeida
O degredo comutado foi o de João Roiz de Almeida. ACVSP, 05/04/1610 - Cf carta do rei ao governador Gaspar de Souza, Além disso, vinha com o direito de comutar degredo, o que parece ter usado largamente, pois, apesar de as Atas conterem apenas um caso, uma carta do rei ao governador Gaspar de Souza, em 1613, refere certo uso generalizado da comutação por Francisco e seu filho Luis no Rio de Janeiro. [p. 166]
30 de outubro de 1610, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
118°. O ferro era de fundamental importância na vila, pois tanto os objetos como as ferramentas feitos deste metal eram amplamente utilizados para o pagamento dos serviços praticados por índios
De todo modo, eles teriam repassado o engenho ao próprio governador. O ferro era de fundamental importância na vila, pois tanto os objetos como as ferramentas feitos deste metal eram amplamente utilizados para o pagamento dos serviços praticados por índios; além disso, era usado para resgate com os próprios índios, em especial os carijós, conforme depreendemos das Atas da Câmara de 1607 e 1610, nas quais se tentam tolher os avanços dos ferreiros com suas tendas para o sertão a resgatar com os índios. [Página 183]
31 de outubro de 1610, domingo. Atualizado em 28/10/2025 13:27:33
119°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro
Três anos depois, Clemente Alvares montou sua tenda de ferreiro em Pirapitingui, no salto do Tietê, provável lugar do “piassava”. [31/10/1610] Neste mesmo ano, Diogo de Quadros, o provedor das minas, organizou uma entrada para o sertão, gerando protestos da Câmara que pedia que ninguém o acompanhasse. De todo modo, os carijós eram já abundantes em 1615, tanto que, no retorno de uma bandeira do próprio Quadros, eles foram matriculados e partilhados entre 78 moradores.
1611. Atualizado em 24/10/2025 02:39:04
120°. Pedido de Sesmaria
12 de maio de 1611, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:17
121°. Epidemia que atingia a vila de São Paulo / D. Francisco está no Sertão
As Atas se calam. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila.
10 de junho de 1611, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 05:30:20
122°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil
As Atas se calam. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila. Ou seja, não sabemos bem quando, nem onde e muito menos de quê morrera o governador.

As versões dão conta mais das ansiedades de cada um do que de uma informação legítima. Até mesmo nas versões de sua morte o governador foi apresentado de diversas maneiras. E talvez essa série de versões nos ajude a revelar um pouco mais do que foi a história da região nas décadas posteriores: uma disputa acirrada por hegemonia e pelos despojos do governador, com alianças instáveis, conexões interrompidas e a eclosão de grupos e facções em confronto.
11 de setembro de 1611, domingo. Atualizado em 29/10/2025 01:01:38
123°. Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro”
Por outro lado, nas Atas de 11/09/1611, Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro”, por ordem de Diogo de Quadros. A despeito da proibição dos moradores irem ao sertão, os oficiais dizem que “em matéria de minas não se metiam por não ser de sua jurisdição”, o que reforça a ideia da jurisdição paralela. De qualquer modo, o misterioso mineiro alemão parece ainda estar vivo depois da morte de Francisco de Souza, que ocorrera em junho daquele ano. [“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga Página 181]
1612. Atualizado em 25/02/2025 04:41:37
124°. Manoel João Branco é um exemplo bastante claro: mineiro de ferro, em pouco tempo passou a ter navios armados para Angola, moinhos de trigo, e uma rede comercial que chegava até a Bahia
Agosto de 1612. Atualizado em 24/10/2025 04:34:17
125°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo*
O guairenho Bartolomeu de Torales havia seguido, pelos sertões, o morador deSão Paulo Sebastião Preto, em 1612.874 Segundo seus próprios relatos, alguns índiosrebelados fugiam para São Paulo e outros se metiam pelas matas e montes.

Na demanda atrás desses índios, ele teria encontrado índios que seguiam o tal Preto e conseguiu trazer alguns deles de volta, para serem reduzidos à aldeia de Piquiri, distante oito léguas (38,6 km) de Ciudad Real.

A questão interessante de sua carta é que, no final, se justificava dizendo que, como os padres jesuítas não foram capazes de mantê-los nas reduções, o aldeamento sob controle dos colonos serviria para que “no se atreban otros a hacer otro tanto (...) y para que estas pobres almas no se pierdan y se mueram por los montes...”.

Tradução Outros não se atreveram a fazer outro tanto (...) e para que essas pobres almas não se percam e morram na montanha

Torales afirmava que, apesar de perseguir Preto, conseguira trazer apenas uma parcela dos índios para perto de Villa Rica, pois outra parte teria seguidocom Preto. De todo modo, foi o mesmo tipo de história contada por Romero, em seudepoimento no processo do presente-suborno.
20 de dezembro de 1612, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 10:04:54
126°. “desde 1611 os portugueses de São Paulo entravam “de roldon” sacando e levando os índios. Dizia que, com isso, já tinham ido embora mais de três mil índios, e que, não fossem as ações de Torales e de Añasco, que mantinha alguns caciques presos, a região já teria se despovoado”
De fato, não era só com o uso da violência que os índios, em especial os carijós, foram descidos e levados a São Paulo. Os métodos persuasórios eram amplamente utilizados: faziam-se promessas de variados tipos, promovia-se a reunião de parentes e formavam-se redes de alianças. Sobre estes métodos, ver: MONTEIRO, John. “Os Guarani e a História do Brasil Meridional” In: CUNHA, M. História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1982. p. 475-498. Neste sentido, é famosa a carta do vilariquenho Bartolomeu de Torales, em 1612, comentando como Sebastião Preto, de São Paulo, havia utilizado com os caciques de “puras dádivas” para atraí-los, com suas aldeias, para a vila vicentina. “Carta de Bartolomeu de Torales a Diego Marin Negron”. Anais do Museu Paulista, Tomo I, 2a Parte, p.158. As próprias Atas da Câmara falam da reunião de parentes e de índios que buscavam voluntariamente abrigo na vila, fosse porque fugiam de algo, fosse porque lhes haviam prometido algo. ACVSP de 03 de abril de 1609, por exemplo, fala de carijós que, no caminho rumo a São Paulo, encontraram muitos outros que também iam para a vila, e que, ademais, estavam famintos e doentes. O depoimento de um dos índios ainda menciona como os espanhóis haviam tentado impedi-los e como portugueses tentaram escravizá-los pelo caminho, antes que chegassem à vila. [p. 159]

Uma carta do cabildo de Ciudad Real, de dezembro de 1612, traz a questão à tona. Segundo ela, desde 1611 os portugueses de São Paulo entravam “de roldon” sacando e levando os índios. Dizia que, com isso, já tinham ido embora mais de três mil índios, e que, não fossem as ações de Torales e de Añasco, que mantinha alguns caciques presos, a região já teria se despovoado. De fato, São Paulo estava atraindo grande quantidade de índios inclusive encomendados, mas a carta não deixa de trazer, em seu final, mais uma crítica aos padres jesuítas, porque “ellos nunca fueron poderosos para aquietar los dichos índios y traer-los a su reducion...”. [Página 260]
1616. Atualizado em 25/02/2025 04:47:11
127°. “Processo obrado en la Villa rica del espiritu santo, contra el capn. Franco. Benitez, por haver metido três portugueses por la via de San Pablo”
A mina de ferro e a fundição devem ter gerado ferramentas e material de consumo local, bem como produtos para trocas e resgates com índios. As minas de ferro eram chamadas de Tambó, e aparecem muito ocasionalmente na documentação. Em pelo menos um dos processos para averiguar gente que entrava no Paraguai pelo caminho de São Paulo, menciona-se um português que teria se dirigido para as ditas minas. Segundo testemunho, um tal Enrique Vaz Platero teria chegado em Villa Rica mas, como ninguém lhe deu abrigo nem ajuda, partiu rumo “ao tambo veynte leguas de aqui dezia hiva a hazer algunas cunas para bestirse y que se fue y nunca mas lo vieron...

As cunhas - moeda de ferro de ampla circulação no Paraguai, e talvez com algum prolongamento em São Paulo – serviam fundamentalmente para resgates com os índios e trocas locais. Basicamente, as transações eram feitas em cunhas ou lienzos de algodão, mas, em pouco tempo, foram substituídos pela erva-mate. De qualquer modo, uma cunha valia, segundo Chaves, 50 maravedis, apesar de o inquérito feito na região em 1609 não ter conseguido precisar seu valor junto aos vizinhos de Villa Rica. [Página 210 e 211]

No sentido inverso, Paraguai-São Paulo, temos a prisão e a investigação, em 1616, do vecino de Villa Rica Francisco Benitez, que havia se dirigido a São Paulo com “vino e mercadorias”. No seu inventário, feito quando do sequestro de seus bens, aparece “una vina y três mil sepas, dez arrobas de vino, un trapiche moiliene y corriente”, o que mostra uma produção centrada no vinho paraguaio. [Página 214]
21 de julho de 1616, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:37
128°. Salvador Correia alegou que estava averiguando as minas e que havia muito ouro, que a cada dia se descobria mais
Numa carta do avô de 21/07/1616, citada por Carvalho Franco, Salvador Correia alegou que estava averiguando as minas e que havia muito ouro, que a cada dia se descobria mais, mas que os ministros reais teriam empenho em esconder as descobertas, já que atingiam suas jurisdições. De fato, Salvador Correia chegou a encarregar o filho Gonçalo de empreender uma devassa na vila para apurar a suspeita de que moradores estavam induzindo testemunhas a relatar que não havia ouro algum. [Página 173]
19 de abril de 1621, segunda-feira. Atualizado em 29/10/2025 06:30:55
129°. Peabiru
Todas estas personagens, e mais outras dezenas delas, revelam um trânsito que não era só de desgarrados e aventureiros solitários. Benitez, por exemplo, concentrou sua produção no vinho, principal produto paraguaio, junto com o trigo, até o início do século XVII. Ambos os produtos foram substituídos pela erva em tal dimensão que, já em 1630, não conseguiam nem sequer abastecer o mercado interno. De todo modo, Benitez era um homem voltado para a atividade comercial, conforme atesta uma permissão concedida pelo rei para que Villa Rica exportasse “frutos de la tierra” a Sevilha durante três anos:

Sepan cuantos qta. carta de poder general viezen como nos el Cab. Justicia y Regimiento de la Villa Rica del Esp. Sto. de las probincias del guayrá asaber el Cap.Yo. Ortiz Melgarejo,Ten. de gobernador y Justicia mayor... otorgamos y conosemos po sta carta que damos y otorgamos poder cumplido libre genero y bastante segun unos o abemos y tenemos vendero mas puede... a favor de Manuel de Frias y al Cap. Francisco Benitez. Dado en Villa Rica del expu. Sto. a 19 de abril de 1621. Posteriormente el Capitán Fco. Benitez, Tte. de la Villa Rica, como procurador desde poder de aquella Villa tengo de que... comparezca ante Vuesa Señoria y digo que su mag. fue servido conceder a estas probincias mi dio permisión por tiempo de tres años pa nabegar los ha las dellas a la Ciudad de Sebilla y porque en razonbien y utilidad dela.

Na verdade, esta autorização para o comércio com Sevilha serviu como alento para a desesperançosa região paraguaia. Desde a segunda fundação de Buenos Aires, em 1580, Assunção sofria com certa marginalização das rotas comerciais. Como já mostrava Alice Canabrava, todos os principais caminhos passavam ao largo deAssunção, com exceção da via terrestre e fluvial de São Paulo, cortando o Guairá. Não que a situação de Buenos Aires fosse muito melhor, mas as sucessivas autorizações de comércio, temporárias, dadas à cidade, aliviavam certas tensões e necessidades. Além disso, tinha o contrabando! [Página 214 e 215]
1624. Atualizado em 24/10/2025 04:15:34
130°. “Libro de los sucessos del ano de 1624”
Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”.

Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.

Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto.

Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração (rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores.

Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
1627. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
131°. Os espanhóis que vivem nesta cidade são aproximadamente cinqüenta homens, filhos da boa gente que veio de Espanha para o Paraguai, e se consideram muito ricos porque se contentam com sua pobreza
Numa leitura um pouco mais simpática, mas igualmente desalentadora, o provincial Nicolas Duran, em 1627, em sua carta ânua, falava que (em Ciudad Real):

Os espanhóis que vivem nesta cidade são aproximadamente cinqüenta homens, filhos da boa gente que veio de Espanha para o Paraguai, e se consideram muito ricos porque se contentam com sua pobreza. A roupa ordinária é de algodão tingido e raras vezes conseguem alguma roupa de Espanha. Não existem lojas de mercadores e não se encontram oficiais de artes mecânicas porque todos os são, em suas casas... Não tem ambições, nem desejo de obter honra nessa vida, nem de exaltar sua linhagem, porque o oficio mais supremo a que aspiram é o de ser alcaide de seu povoado. [p. 209]
1627. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
132°. Em função de supostas minas descobertas nos “termos da vila de São Paulo”, solicitou sesmaria, ganhando-a do capitão-mor Álvaro Luiz do Valle
1629. Atualizado em 25/02/2025 04:47:08
133°. O procurador de Villa Rica solicitou ao governador a demarcação das jurisdições entre as reduções civis e jesuíticas, e o mestre de campo da mesma localidade, Rodrigo Ortiz de Melgarejo, pedia-lhe que não atendesse à demanda de alguns caciques para se libertarem das encomiendas tornando-se “en cabeza de su magestad”
Além das duas vilas e doze reduções religiosas, a região ainda contava com os chamados “pueblos de naturales”, que funcionavam sob administração de clérigos ou leigos, e eram localizados nas proximidades das encomiendas. Eles eram os grandes fornecedores da mita e sua preservação foi alvo constante das preocupações dos encomenderos guairenhos. No ano de 1629, por exemplo, o procurador de Villa Rica solicitou ao governador a demarcação das jurisdições entre as reduções civis e jesuíticas, e o mestre de campo da mesma localidade, Rodrigo Ortiz de Melgarejo, pedia-lhe que não atendesse à demanda de alguns caciques para se libertarem das encomiendas tornando-se “en cabeza de su magestad”. Suspeitava-se, inclusive, da influência dos jesuítas, que tentavam minar as reduções sob controle dos encomenderos. [p. 216]
21 de julho de 1631, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:35:06
134°. Saíra de Vila Rica uma força sob o comando do capitão Lourenço de Villalva
Conforme seu depoimento em 1631, em que alega ser de idade de 49 anos. “Testimonio de autos hechos em la Villa Rica del Espiritu Santo desde el 21 de Julio al 12 de agosto de 1631 contra el capitan Francisco Benitez.” [p.230]
Janeiro de 1632. Atualizado em 28/10/2025 23:25:07
135°. Villa Rica del Espírito Santo manteve até 1632*
20 de agosto de 1633, sábado. Atualizado em 22/08/2025 02:32:57
136°. Oficiais da Câmara de São Paulo, daquele ano, fizeram um termo e o levaram até a aldeia de Barueri para expulsar os padres que ali estavam
O envolvimento de Francisco e Juan, juntamente com outros castelhanos, na suposta “Aclamação” de Amador Bueno não é fato comprovado, mesmo porque nem a própria aclamação o é. Mas este episódio, do qual falaremos mais adiante, é denotativo de um possível conflito de identidades naquele contexto.

Independente de uma rivalidade ou oposição “nacionalista” entre castelhanos e portugueses, o que nos parece realmente importante é comprovar um forte processo de partidarização que teria ocorrido na vila de São Paulo a partir da década de 1620. Efetivamente, em 1633, surgiu o primeiro indício de que o tema da identidade peninsular poderia servir como pretexto para embates.

No dia 20 de agosto, os oficiais da Câmara de São Paulo, daquele ano, fizeram um termo e o levaram até a aldeia de Barueri para expulsar os padres que ali estavam. Alegavam, na ocasião, que os jesuítas, ao se apossar da aldeia, agiam contra a jurisdição real, pois a lei de 1611 garantia o poder temporal aos capitães, reservando-se a um clérigo somente o atendimento espiritual.

O termo conclamava os “moradores desta vila e mais estantes e habitantes com seus negros vão a aldeia de marui ajudar a defender a jurisdição real porquanto os padres da companhia queriam usurpar fazendo conservador fora do direito e clérigos castelhanos forasteiros...”.1104 O clérigo castelhano, em questão, era Juan de Medina y Ocampo, villariquenho com família estabelecida em Santana de Parnaíba e homem próximo de André Fernandes.

A ação dos oficiais Antonio Raposo Tavares, Pedro Leme, Lucas Fernandes Pinto, Paulo do Amaral e Sebastião Ramos de Medeiros era, na verdade, impulsionada pela disputa em torno dos índios da aldeia de Barueri, que, muito provavelmente, ainda servia para abrigar uma parte da grande quantidade de índios descidos das reduções do Guairá.
22 de agosto de 1633, segunda-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:39:49
137°. “moradores desta vila e mais estantes e habitantes com seus negros vão a aldeia de marui ajudar a defender a jurisdição real porquanto os padres da companhia queriam usurpar fazendo conservador fora do direito e clérigos castelhanos forasteiros...”
10 de setembro de 1633, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:24:21
138°. O procurador do Conselho e declara que, "a requerimento do povo", exige a expulsão de Antão Roiz Pacheco
7 de junho de 1634, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:07
139°. Segundo provisão do próprio Felipe IV, os oficiais agiram com “excessotemerário e extorsão”, e quebraram “as portas de seu recolhimento profanando a igreja e as cousas sagradas a que acresce veemente suspeita de que o intuito principal dos ditos oficiais e mais povo daquela capitania é cativar os índios”
1636. Atualizado em 07/10/2025 18:06:28
140°. Carta de Manuel Juan Morales ao rei Filipe IV (1605- 1665), “O Grande”
Em 1636, aquele que pode ter sido um dos maiores produtores do planalto, edono de dois moinhos, o mineiro Manuel João Branco (ou Manuel Juan de Morales),falava ao rei da abundância e da riqueza de São Paulo na produção do trigo. John Monteiro, autor do trabalho mais importante sobre o tema, revela as íntimas filiações entre a expansão desta lavoura no planalto e a crescente organização das bandeiras de apresamento. Ao coincidir os dois tópicos, ele mostra, firmemente, como os indígenas capturados e descidos nas entradas não eram necessariamente revendidos a outras capitanias ou vilas, mas, sim, aproveitados, em sua maior parte, na expansão agrícola de São Paulo; expansão esta que conectava a economia de São Paulo à economia colonial.

Outro documento famoso, anteriormente citado e que pode nos dar mais pistas, é a carta de Manuel Juan Morales ao rei, de 1636. Chamado por Cortesão de “espião castelhano”, numa leitura bastante enviesada, Morales relata sua permanência em São Paulo desde pelo menos 1595, o que tornaria seu “serviço de espionagem” uma tarefa quase vitalícia.

De qualquer modo, a carta cumpre bem o papel de denunciar uma série de descalabros, justificando mercês ao próprio missivista, detentor da solução de uma parte dos problemas Outro documento famoso, anteriormente citado e que pode nos dar mais pistas, é a carta de Manuel Juan Morales ao rei, de 1636.

Chamado por Cortesão de “espião castelhano”, numa leitura bastante enviesada, Morales relata sua permanência em São Paulo desde pelo menos 1595, o que tornaria seu “serviço de espionagem” uma tarefa quase vitalícia. De qualquer modo, a carta cumpre bem o papel de denunciar uma série de descalabros, justificando mercês ao próprio missivista, detentor da solução de uma parte dos problemas.

O tema dos metais de São Paulo perpassa seu relato, já que o autor era especialista em minério de ferro. Viera a São Paulo na demanda deste mineral, por mandato de D. Francisco, e atuara juntamente com um mineiro de ouro - que faz questão de desqualificar - e um mineiro de prata.

Apesar dos indícios sugeridos, Morales pouco reforça a existência substancial do minério, ressaltando e lamentando apenas o fracasso dos engenhos de ferro, depois que deixaram de ser de “particulares”.

Quanto a Manuel Juan Morales (vulgo Manoel João Branco), mineiro de ferro e “espião”, ele reclamava de nunca terem sido enviados os peritos solicitados, ainda insistindo na demanda em 1636, enquanto provavelmente desfrutava de sua riqueza baseada no trigo, no tráfico de escravos da Guiné e na criação e venda do gado... e até mesmo em seus empreendimentos minerais.
1636. Atualizado em 24/10/2025 04:34:18
141°. Casamento de Bartholomeu de Torales y Contreras e Maria de Góes em Santa Ana de Parnaíba
7 de outubro de 1637, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:56
142°. Documento
Um último tema seria ainda agregado aos paulistas, todavia de maneira mais irregular. A identificação dos moradores com os mamelucos, curiosamente, aparece pouco nas missivas jesuíticas deste tempo. De modo geral, nestas, remete-se aos “portugueses” e “tupis” como seus asseclas. Já o governador do Paraguai, Martim de Ledesma Valderrama, em 1637, afirmava com todas as letras as “insolencias y atrevimentos de los portugueses mamelucos del puerto de San Pablo que en desacato de S magestade desde el ano de vinte y ocho anentrado a usurpar la real jurisdicion y terrasdesta província” [ 07/10/1637].
16 de setembro de 1639, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 03:29:50
143°. O rei espanhol Felipe IV exigiu que Raposo Tavares fosse caçado a qualquer preço e colocado à disposição do Tribunal da Inquisição
Em 16 de setembro 1639, numa Real Cédula se lamentava que “a província del Paraguay esta arriesgada pues de quatro ciudades que tenia le faltan las tres y solo a quedado la Assumpcion”. Recomendava-se, naquela ocasião, a prisão e o envio para Madri dos portugueses Antonio Raposo Tavares e Federico de Mello Coutinho, principais responsáveis pelo despovoamento da região. Entretanto, nesta cédula, surgia também uma rede de cúmplices que atingia, além dos clérigos Juan de Campo Medina, Francisco Xorxe e Salvador de Lima que “las fomientan...”, alguns castelhanos ou portugueses que foram vizinhos “del Paraguai por que servem de guia a los que van a las entradas”, dentre eles Sebastião de Peralta, Diego Guillermo, Diego Dorexo, Fulano Ponce, Francisco Sanches, Fernando Melgarejo, Gabriel Brite, Amador Gonçalves, Pedro Domingues. Grande parte tratava-se de moradores de Santana de Parnaíba.
10 de julho de 1641, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:38:58
144°. Confisco dos bens de Pedro Boeça e castelhanos
6 Os documentos que dão conta das notícias de confisco estão em: AHU-Espírito Santo, cx. 01 doc. 17 A. “1642, Abril, 12, Espírito Santo. Bens de Marcos Monsanto e D. Diego Ximenes de Vargas.” AHU-Rio de Janeiro, cx. 2, doc. 126. “c.1641. confisco dos bens de Pedro Boeça e castelhanos”. AHU-Rio de Janeiro, cx. 2, doc. 8. “1641, Julho, 10; notícias da Bahia do sequestro dos bens dos castelhanos”.
1692. Atualizado em 24/10/2025 04:15:37
145°. O governador do Rio de Janeiro, Antonio Paes de Sande, dizia que os paulistas escondiam as verdadeiras informações das minas e teriam sido, inclusive, indiretamente responsáveis pela morte do governador D. Francisco de Souza, já que este morrera de desgosto depois das notícias do assassinato de um mineiro que enviara às minas
A tese de uma população turbulenta e insubmissa que praticava toda sorte de impedimentos, roubos e boicotes deitaria frutos no tempo. Tanto que, em 1692, o governador do Rio de Janeiro, Antonio Paes de Sande, dizia que os paulistas escondiam as verdadeiras informações das minas e teriam sido, inclusive, indiretamente responsáveis pela morte do governador D. Francisco de Souza, já que este morrera de desgosto depois das notícias do assassinato de um mineiro que enviara às minas.

O trecho do relatório de Sande que fala destas suspeitas está reproduzido em FRANCO, Francisco de Carvalho. Dicionário...op.cit.. De todo modo, a versão de que Francisco de Souza morrera de desgosto prevaleceu no tempo. Para Sande, pela morte do mineiro por colonos, já em documento da Biblioteca de Madri, pela morte do mineiro a mando dos jesuítas. Jesuítas e colonos brigavam até pela autoria da morte de um mineiro alemão! Esse mineiro, nunca nomeado, parece ter vindo com Francisco de Souza em 1608 e foi instruído pelo Conselho da Índia, conforme solicitação do rei ao vice-rei de Portugal. Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VIII-18.
31 de maio de 1692, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:33:36
146°. Carta de Luis Lopes de Carvalho
1698. Atualizado em 24/10/2025 03:11:44
147°. Relatório de Antonio Paes Sande (1622-1695)




  Pero Lopes de Sousa
  52º de 58
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15 de maio de 2011, domingo
Atualizado em 31/10/2025 08:22:29
História da Ilha de Santo Amaro. almanarkitapema.blogspot.com
•  Cidades (1): Itapema/SP
•  Pessoas (6): Américo Vespúcio (1454-1512), André Gonçalves, Antônio Gonçalo Afonso, Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), João de Barros de Abreu (n.1560), Sebastião Caboto (1476-1557)
•  Temas (15): Capitania de Santo Amaro, Fortes/Fortalezas, Geografia e Mapas, Guaimbé, Ilha de Barnabé, Ilha de Santo Amaro, Nheengatu, O Sol, Pela primeira vez, Portos, Rio Cuipara, Tamoios, Tordesilhas, Tupinambás, Tupiniquim
    Registros relacionados
22 de janeiro de 1502, sexta-feira. Atualizado em 15/07/2025 05:10:06
1°. André Gonçalves e Américo Vespúcio descobrem o porto, a que deram o nome de Rio de São Vicente / Cruz de Pedra
Geograficamente a Ilha de Santo Amaro tem a forma de um "dragão alado", justamente assentada em sua cabeça está a Fortaleza da Barra Grande, enquanto que na cauda estão o Forte de São Felipe, a Ermida de Santo Antônio de Guaibê, a Armação das Baleias e na sua asa o Forte Vera Cruz de Itapema, bem como o Distrito de Vicente de Carvalho (ITAPEMA/SP). Localizada à borda do Oceano Atlântico, no Litoral Paulista e possuindo 143 Km quadrados de território.

Data de 1502 o primeiro registro documental da formação geográfica santo-amarense, quando duma Expedição de reconhecimento comandada por André Gonçalves e Américo Vespúcio, que ancorou a 22 de Janeiro (daquele ano) na costa ocidental da Ilha Guaibê, nas proximidades da Praia de Santa Cruz dos Navegantes. Otras expedições européias que por aqui estiveram registram a passagem pelo contorno insular, como a Armada de Sebastião Caboto em 1530.
1530. Atualizado em 30/10/2025 06:06:19
2°. “Estas ilhas (São Vicente e Santo Amaro), os portugueses crêem ficar no continente que lhes pertence, dentro da sua linha de partilha; eles porém se enganam
Geograficamente a Ilha de Santo Amaro tem a forma de um "dragão alado", justamente assentada em sua cabeça está a Fortaleza da Barra Grande, enquanto que na cauda estão o Forte de São Felipe, a Ermida de Santo Antônio de Guaibê, a Armação das Baleias e na sua asa o Forte Vera Cruz de Itapema, bem como o Distrito de Vicente de Carvalho (ITAPEMA/SP). Localizada à borda do Oceano Atlântico, no Litoral Paulista e possuindo 143 Km quadrados de território.Outras expedições européias que por aqui estiveram registram a passagem pelo contorno insular, como a Armada de Sebastião Caboto em 1530.

Alonso de Santa Cruz no seu conhecido "Yslario", escreveu que por ocasião da viagem realizada como Primeiro-Oficial (de Sebastião Caboto), nos anos de 1527 a 1530, ao sul do Brasil e ao Rio da Prata teve ocasião de verificar pessoalmente que: "Dentro do porto de São Vicente há duas ilhas grandes habitadas de índios, e na mais oriental, na parte ocidental dela, estivemos mais de um mês surtos..."
1530. Atualizado em 28/10/2025 11:29:36
3°. Armada de Sebastião Caboto passa pela ilha de Santo Amaro
Geograficamente a Ilha de Santo Amaro tem a forma de um "dragão alado", justamente assentada em sua cabeça está a Fortaleza da Barra Grande, enquanto que na cauda estão o Forte de São Felipe, a Ermida de Santo Antônio de Guaibê, a Armação das Baleias e na sua asa o Forte Vera Cruz de Itapema, bem como o Distrito de Vicente de Carvalho (ITAPEMA/SP). Localizada à borda do Oceano Atlântico, no Litoral Paulista e possuindo 143 Km quadrados de território.Outras expedições européias que por aqui estiveram registram a passagem pelo contorno insular, como a Armada de Sebastião Caboto em 1530.Alonso de Santa Cruz no seu conhecido "Yslario", escreveu que por ocasião da viagem realizada como Primeiro-Oficial (de Sebastião Caboto), nos anos de 1527 a 1530, ao sul do Brasil e ao Rio da Prata teve ocasião de verificar pessoalmente que: "Dentro do porto de São Vicente há duas ilhas grandes habitadas de índios, e na mais oriental, na parte ocidental dela, estivemos mais de um mês surtos..."
28 de setembro de 1532, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 04:24:49
4°. Carta do rei dom João III, dirigida a Martim Afonso de Sousa, anunciando-lhe que dividira o Brasil em capitanias
No ano da fundação da Vila Vicentina 1532) em carta do dia 28 de Setembro, D. João III escreve ao Almirante colonizador informando sobre a resolução de dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias: "e antes de dar a nenhuma pessoa, mandei apartar para vós cem léguas, e para Pero Lopes, vosso irmão, cinquenta dos melhores limites desta costa." Uma parte desta doação passou a designar a Capitania de Santo Amaro. Compreendia dez léguas de costa, encravada junto à Capitania Vicentina, entre a foz do Rio Curupacé hoje Juquerepacé) limítrofe a São Sebastião ao Norte) e a boca do Rio São Vicente ao Sul) em medidas atuais aproximados 130 Km de costa, os os limites da Capitania Santo-amarense extendendo-se para o planalto, dentro da demarcação imposta pelo Tratado de Tordesilhas. Sendo a Ilha de Santo Amaro, cabeça da Capitania, incluindo em sua costa marítima localidades como Buriquióca, Boissucanga, Maembipe (São Sebastião) e Ilha (Pequena) Barnabé.
Setembro de 1542. Atualizado em 25/02/2025 04:39:03
5°. Tem-se registro de uma ofensiva por parte dos Tupinambás à região*
Com a permanência definitiva dos colonos lusitanos, naqueles idos do século XVI verifica-se as primeiras incursões sistemáticas dos Tupinambás descidos de Iperoig (Ubatuba). Os índios guerreiros passam a rondar diariamente as localidades da marinha (São Vicente, Enguaguassú, Cubatão, Piaçaguera, Cabraiaquáara, Titiguapara, Peruti, Ilha Pequena, Itapema, Ilha Guaimbê, Cabuçu, Itapanhaú, Buriquióca), semeando intranquilidade entre os moradores. Algumas outras tribos Tupiniquins vivendo nestas cercanias demonstravam igual animosidade. Em Setembro de 1542, tem-se registro de uma ofensiva por parte dos Tupinambás à região.
1544. Atualizado em 25/02/2025 04:39:03
6°. O primeiro Capitão-mor da Capitania de Santo Amaro de Guaíbe, foi sucedido por Capitão-mor Cristovão de Aguiar de Altero, Cavaleiro Fidalgo
O vigário Gonçalo Monteiro administrou a Capitania e aqui distribuiu sesmarias. Foi substituído em 1543, por Antônio Gonçalo Afonso (procurador e ouvidor da Donatária), primeiro Capitão-mor da Capitania de Santo Amaro de Guaíbe. Sucedeu-lhe o Capitão-mor Cristovão de Aguiar de Altero, Cavaleiro Fidalgo (1544).
1547. Atualizado em 25/02/2025 04:39:04
7°. Construção duma rudimentar Casa-Forte (por volta de 1547), na foz do Rio Bertioga, adjacente à Ilha Guaimbê (Capitania de Santo Amaro), chamou a atenção dos Tamoios
A construção duma rudimentar Casa-Forte (por volta de 1547), na foz do Rio Bertioga, adjacente à Ilha Guaimbê (Capitania de Santo Amaro), chamou a atenção dos Tamoios de Ubatuba. Logo que isso descobrem, preparam uma invasão. Centenas deles partem em canoas. Atacam de madrugada. Portugueses e mamelucos correram para uma casa de pau-a-pique, e ali se defendem. Os indígenas aliados protegeram-se nas cabanas e resistem quanto podem. Muitos Tupinambás perecem, mas por fim derrotam os habitantes de Buriquióca. Somente colonos e mamelucos salvam-se. Capturam todos os índios adversários, esquartejam os cativos dividindo-os entre si. Depois rumaram para a sua Taba.

Por causa disso, deliberaram os habitantes edificar outro Fortim (Forte São Felipe) à margem d´água, bem defronte na Ilha Guaimbê (Santo Amaro), pois os guerreiros Tamoios evitavam o mar aberto sacudido pelas vagas.

Então colocar canhões e gente para impedir os indígenas rebelados acessar o Rio Bertioga ou a terra firme pelos caminhos da Ilha do donatário Pero Lopes de Souza, até o estuário Guarapissumã, acossando a Vila de Santos, Ilha pequena (Barnabé), Itapema e Vila de São Vicente. Boiçucanga, mais adiante (paragens dos Tupiniquins) também viveu ranhidas batalhas envolvendo os dois povos Tupis e os colonizadores lusitanos.
22 de julho de 1557, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:56:39
8°. Outro que teria sido designado Capitão-mor da Capitania Santo-amarense, foi Jorge Pires
Pelo ano de 1557, a Donatária (viúva de Pero Lopes) tornou Antônio [Roriz] Rodrigues de Almeida, Capitão-mor de Santo Amaro de Guaíbe, conforme procuração lavrada em Lisboa, à 22 de Julho daquele ano. Outro que teria sido designado Capitão-mor da Capitania Santo-amarense, foi Jorge Pires.
1579. Atualizado em 24/10/2025 02:57:02
9°. No período de 1562 e 1579, vigora enquanto Capitão-mor e ouvidor Antônio [Roriz] Rodrigues de Almeida
No período de 1562 e 1579, vigora enquanto Capitão-mor e ouvidor Antônio [Roriz] Rodrigues de Almeida.

Meramente engano e falta de conhecimento da situação e correta demarcação do território foram as causas que introduziram a Capitania de Santo Amaro num longo litígio familiar. Esta posse das terras esteve cercada de muitas dissensões entre os pleiteantes da Capitania Santo-amarense e os legatários de Pero Lopes de Souza. As informações geográficas obtidas seriam tão incertas e confusas, que originaram em demoradas demandas judiciais envolvendo os beneficiários de Martim Afonso e Pero Lopes. Como foram feitas várias doações além dos entendidos limites territoriais e outras tantas nomeações, principalmente por Antônio [Roriz] Rodrigues de Almeida e outros administradores, fizeram-se reclamantes os demais herdeiros.
17 de janeiro de 1595, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:42:51
10°. Provisão do Governador-Geral do Brasil, D. Francisco de Sousa, em atenção e recompensa aos serviços prestados pelo mesmo Abreu a El-Rei, acudindo de seu bolso a todas as guerras havidas nesta região contra os índios rebelados
Brás Cubas era Provedor da Fazenda Real da Capitania de Santo Amaro. Na data de 8 de Março de 1597, deferiu juramento e deu posse a João de Abreu, na serventia vitalícia do ofício de Almoxarife da Capitania Santo-amarense, mercê que lhe fizera, por provisão de 17 de Janeiro de 1595, o Governador-Geral do Brasil, D. Francisco de Sousa, em atenção e recompensa aos serviços prestados pelo mesmo Abreu a El-Rei, acudindo de seu bolso a todas as guerras havidas nesta região contra os índios rebelados.
22 de outubro de 1709, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:08:22
11°. Resolveu então, o Conde de Monsanto VII vender as terras das Capitanias (Santo Amaro e Santa Ana). José de Góis de Morais, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, filho do Capitão-mor Governador Pedro Taques de Almeida
Resolveu então, o Conde de Monsanto VII vender as terras das Capitanias (Santo Amaro e Santa Ana). José de Góis de Morais, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, filho do Capitão-mor Governador Pedro Taques de Almeida, intentou (através de procuradores em Lisboa) comprar pelo preço de 40.000 ducados mais 5 mil liras, as cinquenta léguas que tinha por costa pertencente ao Conde de Monsanto (englobando as dez léguas da Capitania de Santo Amaro).

Alertado o Rei de Portugal (D. João V), foi feita uma proposta ao Conde de Monsanto oferecendo igual quantia em dinheiro paga pela Fazenda Real e ficasse as ditas capitanias incorporadas à Coroa Portuguesa, e consequentemente ao Patrimônio Real. Oficializada por Alvará de Compra emitido em 22 de Outubro de 1709.
19 de setembro de 1711, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:39:05
12°. Assina-se a respectiva Escritura de Compra e Venda
Resolveu então, o Conde de Monsanto VII vender as terras das Capitanias (Santo Amaro e Santa Ana). José de Góis de Morais, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, filho do Capitão-mor Governador Pedro Taques de Almeida, intentou (através de procuradores em Lisboa) comprar pelo preço de 40.000 ducados mais 5 mil liras, as cinquenta léguas que tinha por costa pertencente ao Conde de Monsanto (englobando as dez léguas da Capitania de Santo Amaro).

Alertado o Rei de Portugal (D. João V), foi feita uma proposta ao Conde de Monsanto oferecendo igual quantia em dinheiro paga pela Fazenda Real e ficasse as ditas capitanias incorporadas à Coroa Portuguesa, e consequentemente ao Patrimônio Real. Oficializada por Alvará de Compra emitido em 22 de Outubro de 1709.

Assina-se a respectiva Escritura de Compra e Venda, na data de 19 de Setembro de 1711. Sendo a Escritura definitiva lavrada perante a Câmara da Vila de São Paulo, a 25 de Fevereiro de 1714.




  Pero Lopes de Sousa
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Dezembro de 2013
Atualizado em 31/10/2025 08:22:28
Reconstruindo o Mapa das Capitanias Hereditárias, Jorge Pimentel Cintra*
•  Cidades (3): Cabo de Santo Agostinho/PE, Belém/PA, Laguna/SC
•  Pessoas (3): Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), João Capistrano Honório de Abreu (1853-1923), Martim Afonso de Sousa (1500-1564)
•  Temas (2): Tordesilhas, Geografia e Mapas
Mapa
Data: 1854
    Registros relacionados
21 de janeiro de 1535, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:37
1°. Donatários
1586. Atualizado em 25/02/2025 04:39:05
2°. Mapa de Luis Teixeira: Capitanias
1854. Atualizado em 25/02/2025 04:41:22
3°. Mapa das Capitanias Hereditárias proposto por Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878)
Examinando-se o mapa do MEC com cuidado, nota-se que há algumas falhas ou omissões com os quais iniciamos nossa problematização acerca da representação cartográfica das capitanias. Em primeiro lugar, o mapa está em uma projeção (não indicada, mas provavelmente a policônica), em que os meridianos são curvos com a concavidade voltada para o meridiano central da projeção e os paralelos com a concavidade voltada para o pólo sul. Nesse esquema, o meridiano de Tordesilhas deveria ser desenhado com a curvatura correspondente e foi traçado como uma reta, por simplicidade, ao que tudo indica. Esse mapa apresenta de maneira basicamente correta os pontos de fronteira entre as capitanias, mas o Cabo de Todos os Santos está desenhado a oeste da baia do Maranhão quando na realidade situa-se a leste.

Essa peça cartográfica representa corretamente, dentro dessa lógica de divisão, uma porção de terra não distribuída ao norte da primeira capitania na região norte e, portanto, sem nome. No entanto, por coerência, a linha divisória dessa região deveria ser estendida para a Ilha de Marajó, o que não acontece.

Outra pequena falha de finalização é não ter sido desenhada a linha divisória ao sul entre as duas últimas capitanias, correndo aproximadamente pela Ilha do Mel. Passemos, então, a examinar o processo de formação dessa concepção de divisão territorial, cujas representações procuramos rever criticamente.

Nota sobre as fontes ou a influência de Varnhagen

O visconde de Porto Seguro, em sua clássica obra História Geral do Brasil (1854)3, parece-nos ser a fonte desse ícone cartográfico, visto que já na primeira edição de seu tratado consta uma representação cartográfica entre as páginas 88 e 89 (Figura 2).

Da análise dessa peça e da toponímia presente, pode-se concluir que se trata de um mapa construído sobre uma base cartográfica contemporânea (segunda metade do século XIX), com destaque para a hidrografia, orografia e algumas cidades, sendo que o excesso de detalhes acaba prejudicando a visibilidade das linhas divisórias, finalidade principal almejada. A projeção é a sinusoidal, com paralelos de 5° em 5°, retilíneos, equiespaçados e paralelos ao equador, e com meridianos elipsoidais, com concavidade voltada para o meridiano central do mapa, também graduados de 5° em 5°. O meridiano de origem escolhido foi o cabo de Santo Agostinho, na época considerado o ponto extremo leste do Brasil, e a contagem se dá para oeste. O meridiano da primitiva demarcação, como o mapa denomina o de Tordesilhas, situa-se nos extremos clássicos: Belém do Pará e Laguna.

Uma legenda no canto inferior direito associa algarismos romanos aosdonatários das Capitanias primitivas, começando por Martim Afonso (I) e terminando com Fernando Álvares de Andrade (XII), valendo destacar que, já nessa legenda associa-se de maneira gráfica, colocando-os numa mesma linha, os donatários IX e X: João de Barros e Aires da Cunha. [Página 3 do pdf]

Como apontado, devido à poluição visual e à escala do mapa, nãohá muito destaque para as linhas divisórias entre as capitanias. Mas essa condição geométrica está também presente através dos algarismos romanos dispostos verticalmente junto à margem direita do mapa: IX e X, XII, XI, etc. Para transmitir melhor essa idéia de faixas horizontais, o autor do mapa situa o mesmo algarismo romano junto à demarcação de Tordesilhas, na mesma altura ou latitude, reforçando a ideia de uma faixa. Algumas dessas linhas, em estilo tracejado, podem ser vistas claramente no mapa original4, ainda que haja algumas falhas de desenho.

Essa forma de divisão cartográfica está confirmada por todo o texto da História Geral do Brasil e viria a ser reconhecida elogiosamente por grandes historiadores. Com efeito, Capistrano de Abreu comenta:

Varnhagen precisou nossos conhecimentos sobre os donatários: mostrou como eram em número de doze, deu os nomes de todos, descobriu os forais e cartas de doação de quase todos, traçou os limites das diversas capitanias e calculou as respectivas áreas. O resultado de todas estas investigações fixou lapidarmente do seguinte modo o sábio G. d’Avezac nas Considérations géographiques sur l’histoire du Brésil, 30/31, Paris 18575.

Nas revisões e notas a essa clássica obra do historiador sorocabano, tanto Capistrano de Abreu como Rodolfo Garcia confirmam essa divisão territorial brasileira. Diante de tais autoridades não é de estranhar que esse protótipo ganhasse aceitação generalizada.

Por sua vez, o mapa de Luis Teixeira, datado de 1586 pelos autores da Portugaliae Monumenta Cartographica, parece uma prova históricocartográfica do acerto dessa divisão de Varnhagen, que teria simplesmente completado pequenas lacunas.

Mas deve-se notar que esse mapa reflete uma situação posterior ao momento das doações. Como se pode ver, comparando-o com o da Figura 1, há uma série de alterações: a capitania da Bahia já pertencia a Sua Majestade; nas capitanias do norte, unificadas, aparece somente o donatário João de Barros e nas do sul somente Lopo de Sousa; outras capitanias também haviam mudado de dono. Mas com certeza esse mapa inspirou Varnhagen: bastava encontrar os pontos limítrofes das diversas capitanias fundidas em uma só nesse mapa, ao norte e ao sul, e traçar as linhas para oeste. Seu mapa das capitanias apresenta-as com as linhas ao longo de paralelos, ainda que falte alguma na região norte, e fazendo, como se disse, uma indicação dos donatários através de algarismos romanos dispostos verticalmente no Atlântico e no continente, na faixa correspondente a cada capitania.

Mas, como se procurará mostrar, esse autor, sob cuja sombra ainda vivemos, equivocou-se nessa reconstrução e por isso, no presente trabalho, recorresse a fontes primárias: cartas de doação, forais, outros textos originais e mapas da época, para poder avançar no estudo da questão. [Página 5 do pdf]




  Pero Lopes de Sousa
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2017
Atualizado em 31/10/2025 05:09:21
Os limites das capitanias hereditárias do sul e o conceito de território, Jorge Pimentel Cintra
•  Cidades (23): Angra dos Reis/RJ, Bertioga/SP, Cabo Frio/RJ, Cananéia/SP, Curitiba/PR, Guaratinguetá/SP, Iguape/SP, Itanhaém/SP, Itu/SP, Jacareí/SP, Jundiaí/SP, Mogi das Cruzes/SP, Paranaguá/PR, Paraty/RJ, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Sebastião/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP, Ubatuba/SP
•  Pessoas (8): Condessa de Vimieiro (1570-1646), Fernão Vieira Tavares (1565-1622), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), 1o Visconde de Asseca (1639-1678), João Correia de Sá
•  Temas (6): Capitania de Santa Ana, Capitania de Santo Amaro, Capitania de São Tomé, Capitania de São Vicente, Geografia e Mapas, Léguas
    1 fonte
  0 relacionadas
    Registros relacionados
5 de setembro de 1558, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:08
1°. Pelo foral o povoado de São Paulo de Piratininga tornou vila, sob o governo de Mem de Sá
13 de janeiro de 1561, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:40:12
2°. Fundada a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, em Itanhaém
20 de fevereiro de 1567, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:30
3°. Falecimento de Estácio de Sá no Rio de Janeiro
13 de julho de 1600, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:32
4°. O primeiro nome de Cananéia era Vila de São João Batista de Cananéia
1608. Atualizado em 25/02/2025 04:46:48
5°. Tornou-se vila em 1608, com o nome de Vila dos Reis magos da Ilha grande
13 de novembro de 1615, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:30
6°. Segundo Pizarro (Memórias históricas, II, 133 e 211), o governador do Rio de Janeiro, Constantino de Menelau, fundou nesta data a povoação de Cabo Frio
1 de janeiro de 1620, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:39:33
7°. O Conde de Monsanto consegue ganho de causa e assume as capitanias da família (São Vicente, Sant Anna e Santo Amaro)
No auge da controvérsia pelo limite dessas capitanias, por volta de 1620, houve ações fraudulentas que forçaram, contra todo o direito, a colocação do marco divisório (Santo Amaro/São Vicente) na terceira barra, ao sul da cidade de São Vicente. As autoridades foram coniventes com essa clamorosa injustiça que só foi reparada no reinado de D. Maria I, no fim do século XVIII. Diante das injustiças, Frei Gaspar discorre apaixonadamente, com muitos argumentos, para mostrar que o limite era pela barra da Bertioga. Dentre esses, destacamos somente um: o fato de serem 10 as léguas de Pero Lopes de Sousa, a partir do rio Juquiriquerê, segundo a carta de doação.

Isso se prova medindo as léguas, sobre um mapa atual, com o auxílio de um programa de cartografia digital (MapInfo, por exemplo). Resulta no valor de 14 léguas.23 Isso concorda com o depoimento de 10 pilotos, experimentados nesse trecho da costa, que foram chamados para testemunharem no caso. Afirmaram unanimemente e em altas vozes que nesse trecho se encontravam 12 léguas esforçadas (com sobra), talvez 13. E que até a barra ao sul de São Vicente haveria mais 5 ou 6.24. Por disputas de terra, falsificaram-se as cartas de Pero Lopes para excluir do texto a expressão da banda do norte, e assim forçar a interpretação de que a barra do rio de São Vicente ficava junto à vila desse nome.

Foram com muita probabilidade os partidários da causa de Monsanto que adulteraram as cópias da carta de doação de Pero Lopes de Sousa para alterar as léguas de 10 para 12 e de suprimir a expressão da banda do norte, justaposta à barra de São Vicente, para forçar a demarcação mais ao sul. Mas a carta de doação de Martim Afonso, na qual se pode conferir as expressões da fronteira, não foram adulteradas. Além disso, se fossem 12 as léguas de Pero Lopes, a soma com as 40 ao sul de Paranaguá (não adulteradas) daria 52 e não 50 léguas como indica a carta de doação a Pero Lopes.

Como se não bastasse isso, o procurador da Fazenda, representante da Coroa, Fernão Vieira Tavares, que deveria ser árbitro na questão, serviu-se de prepotência, por despeito pessoal; sem efetuar nenhuma medição e contrariamente ao testemunho unânime dos pilotos e aos protestos do representante da casa de Vimieiro, mandou estabelecer a fronteira por uma pedra natural que ele indicou, na barra mais ao sul, deixando acima a vila de São Vicente. Em função disso, com extrema injustiça, a condessa de Vimieiro viu-se despojada da Capitania de São Vicente e transferiu a sede de seus domínios para a Vila de Itanhaém (1624), continuando sua jurisdição sobre as cidades daí para o sul e no Vale do Paraíba, São Sebastião, Paraty, Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Cabo Frio. [p. 12 do pdf]
6 de novembro de 1623, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:55
8°. A Relação da Bahia indicou que se demarcassem as 50 léguas de Pero Lopes de Sousa
6 de fevereiro de 1624, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:40:00
9°. Criada a Capitania de Itanhaém
14 de novembro de 1625, sexta-feira. Atualizado em 26/10/2025 10:26:44
10°. Distante 35 km do Piratininga, sob protestos de São Paulo, oficializou um novo núcleo de pressão e concorrência sobre os gentios do sertão, o povoado que cresceu ao redor da capela foi elevado à categoria de vila com a denominação de Santana de Parnaíba
28 de outubro de 1637, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:52
11°. A Aldeia de Iperoig foi elevada a vila, com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, subordinada à sessão norte da Capitania de Itanhaém
5 de dezembro de 1645, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 04:07:26
12°. Fundação do povoado de São Francisco das Chagas de Taubaté
29 de julho de 1648, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 23:31:10
13°. Gabriel de Lara faz a leitura de elevação o povoado à categoria de Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá
1657. Atualizado em 25/10/2025 00:39:27
14°. Povoação de Nossa Senhora da Candelária do Outu Guaçu, atual Itu, é elevada a vila
3 de março de 1661, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:38:37
15°. O processo retorna com parecer favorável do ouvidor da Capitania de São Vicente sr. Antônio Lopes de Medeiros e o povoado ao redor da capela de Sorocaba foi elevado à categoria de vila
1854. Atualizado em 25/02/2025 04:41:22
16°. Mapa das Capitanias Hereditárias proposto por Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878)
2017. Atualizado em 25/10/2025 15:40:19
17°. Os limites das capitanias hereditárias do sul e o conceito de território, Jorge Pimentel Cintra




  Pero Lopes de Sousa
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21 de outubro de 2022, sexta-feira
Atualizado em 31/10/2025 08:22:27
Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, professora associada de Toponímia Geral e do Brasil do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH - USP
•  Cidades (6): Caeté/MG, Embu das Artes/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (14): Antonio Cubas de Macedo, Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Brás Cubas (1507-1592), Fernão Dias Paes Leme (1608-1681), Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953), Jerônimo Leitão, João Pires Cubas (n.1460), Jorge Moreira (n.1525), José de Anchieta (1534-1597), Manuel de Borba Gato (1649-1718), Mathias Cardoso de Almeida (n.1605), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Rodrigo de Castelo Branco
•  Temas (7): Açúcar, Almotacel, Piqueri, República, Rio das Velhas, Sabarabuçu, São Paulo de Piratininga
    Registros relacionados
26 de junho de 1681, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:40:40
1°. Primeira notícia do falecimento
O episódio da expedição do Sabarabussu, em busca das esmeraldas, foi dissecado em seus pormenores não só por Taunay mas por outros estudiosos, aos quais se remete; os dissabores da empresa vivificam-se, contudo, na narrativa em que se depreende que, destituído da ajuda oficial, abandonado à própria sorte, o sertanista, já idoso, só pode contar com os recursos próprios e da família; nem por isso esmoreceu, continuou obstinadamente, acompanhado por alguns, Mathias Cardoso de Almeida, primo e "nome dos maiores do bandeirantismo", seu filho Garcia Rodrigues Paes, o genro Manuel de Borba Gato, Antonio do Prado Cunha, além de José Paes, o mameluco que reconhecera como filho e que, afinal, acabou tramando contra a vida do pai e por ele morto. Falecendo Fernão Dias no sertão, seu filho Garcia Paes intentou a longa viagem de volta do Sumidouro para sepultá-lo, conforme sua vontade, no Colégio de São Bento, que ajudara a reformar e onde tinha jazigo perpétuo; isto ocorreu a 30 de dezembro de 1681:

"e ainda depois de morto o perseguiram as calamidades ordinárias do sertão porque o seu cadáver, e as amostras (das pedras) padeceram o naufrágio do rio que chama das Velhas, em que se perderam as armas e tudo quanto trazia de seu uso e se afogou gente porque os nativos nadadores se ocuparam em salvar as vidas, e acudir às amostras das esmeraldas como em sua vida lhes tinha recomendado o defunto seu Senhor cujo corpo se achou depois de muitos dias a diligência de seu filhos Garcia Rodrigues Paes que o tinha ido a socorrer; e chegara ali depois de sua morte e naufrágio." [Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, professora associada de Toponímia Geral e do Brasil do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH - USP. Consultado em 21.10.2022. Páginas 10 e 11 do pdf]
4 de novembro de 1681, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:40:41
2°. Falecimento de Fernão Dias Paes Leme (data estimada)
O episódio da expedição do Sabarabussu, em busca das esmeraldas, foi dissecado em seus pormenores não só por Taunay mas por outros estudiosos, aos quais se remete; os dissabores da empresa vivificam-se, contudo, na narrativa em que se depreende que, destituído da ajuda oficial, abandonado à própria sorte, o sertanista, já idoso, só pode contar com os recursos próprios e da família; nem por isso esmoreceu, continuou obstinadamente, acompanhado por alguns, Mathias Cardoso de Almeida, primo e "nome dos maiores do bandeirantismo", seu filho Garcia Rodrigues Paes, o genro Manuel de Borba Gato, Antonio do Prado Cunha, além de José Paes, o mameluco que reconhecera como filho e que, afinal, acabou tramando contra a vida do pai e por ele morto. Falecendo Fernão Dias no sertão, seu filho Garcia Paes intentou a longa viagem de volta do Sumidouro para sepultá-lo, conforme sua vontade, no Colégio de São Bento, que ajudara a reformar e onde tinha jazigo perpétuo; isto ocorreu a 30 de dezembro de 1681:

"e ainda depois de morto o perseguiram as calamidades ordinárias do sertão porque o seu cadáver, e as amostras (das pedras) padeceram o naufrágio do rio que chama das Velhas, em que se perderam as armas e tudo quanto trazia de seu uso e se afogou gente porque os nativos nadadores se ocuparam em salvar as vidas, e acudir às amostras das esmeraldas como em sua vida lhes tinha recomendado o defunto seu Senhor cujo corpo se achou depois de muitos dias a diligência de seu filhos Garcia Rodrigues Paes que o tinha ido a socorrer; e chegara ali depois de sua morte e naufrágio." [Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, professora associada de Toponímia Geral e do Brasil do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH - USP. Consultado em 21.10.2022. Páginas 10 e 11 do pdf]




  Pero Lopes de Sousa
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7 de março de 2023, sexta-feira
Atualizado em 31/10/2025 05:08:59
Genealogia de Diogo de Unhate, consultada em geni.com
•  Cidades (5): Bertioga/SP, Paranaguá/PR, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (4): Diogo de Unhate (1535-1617), Jerônimo Leitão, Manoel Soeiro, Martim Afonso de Sousa (1500-1564)
•  Temas (4): Almotacel, Capitania de Santa Ana, Guerra de Extermínio, Rio Sorocaba
    Registros relacionados
21 de janeiro de 1535, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:37
1°. Donatários
1545. Atualizado em 08/10/2025 19:41:35
2°. Nascimento de Diogo de Oñate, em Guipuzcoa, Biscaia, Pais Basco, Espanha
Diogo de Unhate. Nomes alternativos: "Diogo de Oñate". Data de nascimento: circa 1545. Local de nascimento: Guipuzcoa, Biscaia, Pais Basco, Spain (Espanha). Falecimento: Família imediata: Marido de Maria Nunes.
1550. Atualizado em 29/09/2025 17:37:05
3°. Nascimento de Diogo de Onhate
Diogo de Unhate II - MARIA NUNES, n. por 1556, C. em Santos por 1572 c. DIOGO DE ONHATE, n. por 1550, vindo para a Capitania de S. Vicente cerca de 1570, conforme declarou num requerimento de sesmaria em 1608.
1556. Atualizado em 25/10/2025 14:19:58
4°. Nascimento de Maria Nunes Botelho, filha de Antão Nunes e Isabel Botelho
Diogo de Unhate II - MARIA NUNES, n. por 1556, C. em Santos por 1572 c. DIOGO DE ONHATE, n. por 1550, vindo para a Capitania de S. Vicente cerca de 1570, conforme declarou num requerimento de sesmaria em 1608.
1570. Atualizado em 29/09/2025 16:46:13
5°. Casamento de Diogo de Unhate e Maria Nunes Botelho, em Santos/SP
Diogo de Unhate II - MARIA NUNES, n. por 1556, C. em Santos por 1572 c. DIOGO DE ONHATE, n. por 1550, vindo para a Capitania de S. Vicente cerca de 1570, conforme declarou num requerimento de sesmaria em 1608.
1570. Atualizado em 25/02/2025 04:40:08
6°. Diogo de Unhate veio para a Capitania de São Vicente
vindo para a Capitania de S. Vicente cerca de 1570, conforme declarou num requerimento de sesmaria em 1608.
23 de maio de 1584, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 21:49:53
7°. “os oficiais ordenaram que sejam feitos serviços de manutenção do caminho do Ipiranga, que é no rumo do caminho do mar”
1 de novembro de 1585, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 08:31:39
8°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós
Dentre as primeiras referências a presença portuguesa no litoral paranaense, consta uma bandeira Cativadora de índios em 1585, a primeira lançada pelos paulistas, que se dirigiu contra os Carijó de Paranaguá. Essa bandeira foi chefiada por Jerônimo Leitão, Capitão-Mor de São Vicente, que deu continuidade à ação preadora nos anos subsequentes. Seu sucessor, Manoel Soeiro, e outros bandeirantes, continuaram as incursões preadoras após 1594, até o extermínio de toda a população indígena no litoral sul.
28 de maio de 1590, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
9°. Ata
Em maio de 1590 teve o cargo de almotacel e, em julho do mesmo ano, nomeado escrivão da armada do Cap. Jerônimo Leitão aos contrários (ACCSP, I, 244, 246, 249, 253 a 317, 318 e 405).
22 de julho de 1590, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:32
10°. Diogo de Unhate apresenta provisão de Jerônimo Leitão
Em maio de 1590 teve o cargo de almotacel e, em julho do mesmo ano, nomeado escrivão da armada do Cap. Jerônimo Leitão aos contrários (ACCSP, I, 244, 246, 249, 253 a 317, 318 e 405).
5 de outubro de 1596, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:28
11°. Onde
26 de janeiro de 1608, sábado. Atualizado em 29/10/2025 09:46:48
12°. Requerimento de sesmaria
Diogo de Unhate II - MARIA NUNES, n. por 1556, C. em Santos por 1572 c. DIOGO DE ONHATE, n. por 1550, vindo para a Capitania de S. Vicente cerca de 1570, conforme declarou num requerimento de sesmaria em 1608.
7 de março de 1608, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 12:10:44
13°. Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no caminho de aldeia de Tabaobi
Voltou para Santos, alguns anos depois, onde serviu, de 1609 a 1617, os cargos de escrivão da Ouvidoria e da Fazenda Real (“Sesm.”, I, 35 a 224). Obteve em 1608, com João de Abreu, sesmaria em S. Sebastião e, no mesmo ano, outra sesmaria na região do rio Sorocaba. Em luta contra índios hostis e piratas de várias procedências, recebeu muitos ferimentos, do que resultou ficar manco e aleijado da mão e do braço direito (“Sesm.”, I, 22, 24 e 33).

Diogo de Unhate e João de Abreu – 1608 – Estiveram em guerras, na Capitania há 40 anos, Diogo tinha 11 filhos e 5 filhas para casar. Recebeu muitas “frexadas e feridas”, ficou manco e aleijado do braço direito e mão direita, derramou seu sangue muitas vezes. Pediram terras devolutas “tão longe” para ir roçar, a 15 léguas de Santos, em frente à ilha de S. Sebastião.
1609. Atualizado em 24/10/2025 02:36:08
14°. Segundo os documentos históricos, o seu primeiro povoador foi Diogo de Unhate, morador em Santos, que obteve de Pedro Cubas, delegado de Salvador Correia de Sá, então capitão-mór de Santo Amaro, uma carta de sesmaria compreendendo o terreno entre Ararapira e Superaguy "na parte que se chama Parnaguá"
Voltou para Santos, alguns anos depois, onde serviu, de 1609 a 1617, os cargos de escrivão da Ouvidoria e da Fazenda Real (“Sesm.”, I, 35 a 224). Obteve em 1608, com João de Abreu, sesmaria em S. Sebastião e, no mesmo ano, outra sesmaria na região do rio Sorocaba. Em luta contra índios hostis e piratas de várias procedências, recebeu muitos ferimentos, do que resultou ficar manco e aleijado da mão e do braço direito (“Sesm.”, I, 22, 24 e 33). Em 1614, requereu uma sesmaria em Paranaguá, sem obter a confirmação (Idem, 216). Faleceu em data não conhecida, em Paranaguá ou S. Sebastião. Ignora-se o número exato de filhos; em 1608, cinco das seis filhas estavam casadas ou por dotar (v. a carta de sesmaria). Pais de, entre outros (acrescidos de alguns netos):
1 de janeiro de 1943, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:25
15°. PLANALTO CENTRAL: CONTANDO NOSSA HISTÓRIA - Revista Xapuri




  Pero Lopes de Sousa
  57º de 58
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13 de março de 2023, segunda-feira
Atualizado em 31/10/2025 08:22:25
Bacharel de Cananeia, consultado em Wikipedia
•  Cidades (3): Cananéia/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (14): Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Américo Vespúcio (1454-1512), Bacharel de Cananéa, Bartolomeu Dias (1450-1500), Duarte Pacheco Pereira, Duarte Peres, Ernesto Guilherme Young, Francisco de Chaves (1500-1600), Gonçalo Monteiro, Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), João Ramalho (1486-1580), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937)
•  Temas (1): Incas
    7 fontes
  0 relacionadas
    Registros relacionados
1499. Atualizado em 25/02/2025 04:42:51
1°. Expedição não oficial de Bartolomeu Dias
Duarte Peres - No entanto, Ruy Díaz de Guzmán, em La Argentina de 1612 afirma que o nome do bacharel teria sido Duarte Perez. Essa hipótese é corroborada pelo historiador português Jaime Cortesão, que afirma em seu livro Descobrimentos Portugueses que a personagem teria sido trazido em uma expedição não oficial de Bartolomeu Dias em 1499. Ernesto Young, no entanto, argumenta que esse seria outra pessoa devido a falta de evidências.
22 de janeiro de 1502, sexta-feira. Atualizado em 15/07/2025 05:10:06
2°. André Gonçalves e Américo Vespúcio descobrem o porto, a que deram o nome de Rio de São Vicente / Cruz de Pedra
12 de agosto de 1531, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:56:31
3°. Pedro Agnez é enviado a terra pafra buscar o Bacharel de Cananéia
Em agosto de 1531, Martim Afonso de Sousa e seu irmão, Pero Lopes de Sousa, aportaram com sua esquadra no lagamar de Maratayama para povoar, fiscalizar e conquistar a já dividida em capitanias colônia do Brasil.

De acordo com escritura pública, tomou propriedade por intermédio do padre Gonçalo Monteiro das instalações de estaleiros, arsenais e arredores do Porto das Naus (atual região de São Vicente), recebendo uma das primeiras sesmarias da colônia. Na escritura lavrada por segundo capitão-mor de São Vicente, em 25 de maio de 1542 em favor de Perro Correia, nota-se a menção ao Bacharel como proprietário de terras defronte ao Tumiaru, onde estavam instalados os estaleiros ou arsenais e o Porto das Naus.

Graças ao apoio do Bacharel foi organizada uma expedição portuguesa malfadada ao Rio da Prata.

Martim Afonso, foi então o Bacharel de Cananeia tido como traidor de seu reino, sendo sua cabeça colocada a prêmio no pelouro da então recém-fundada cidade de São Vicente, no ano seguinte de 1532. Encurralado por seus próprios paisanos, Bacharel então buscou arregimentar seus indígenas aliados e os outros náufragos que com ele viviam na região de Cananéia. Posteriormente, vingou-se saqueando e danificando São Vicente durante a Guerra de Iguape.

Não se sabe sobre seu fim. Após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região. Em outra versão acredita-se que pode ter sido assassinado pelos carijós em 1537.
1 de setembro de 1531, sexta-feira. Atualizado em 11/10/2025 01:43:11
4°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada?
1537. Atualizado em 31/10/2025 01:54:54
5°. Não se sabe sobre seu fim, após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região, em outra versão acredita que pode ter sido assassinado pelos Carijós em 1537
Não se sabe sobre seu fim, após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região, em outra versão acredita que pode ter sido assassinado pelos Carijós em 1537.
25 de maio de 1542, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:34:41
6°. Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel”
1902. Atualizado em 23/10/2025 15:54:07
7°. Revista do Instituto Histórico e Geographico de São Paulo, volume VII
Segundo Theodoro Sampaio, em artigo publicado no volume 7 da revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, alguns autores estariam hipotetizando que o bacharel seria o português João Ramalho, fundador da Vila de Santo André da Borda do Campo, e genro do chefe tupiniquim, Tibiriçá. Sampaio, no entanto, afasta essa possibilidade, atestando que Ramalho era analfabeto.
1990. Atualizado em 30/10/2025 17:07:33
8°. Cortesão, Jaime (1990). Os descobrimentos portugueses, Volume 3. [S.l.]: Imprensa Nacional-Casa da Moeda
Duarte Peres - No entanto, Ruy Díaz de Guzmán, em La Argentina de 1612 afirma que o nome do bacharel teria sido Duarte Perez. Essa hipótese é corroborada pelo historiador português Jaime Cortesão, que afirma em seu livro Descobrimentos Portugueses que a personagem teria sido trazido em uma expedição não oficial de Bartolomeu Dias em 1499. Ernesto Young, no entanto, argumenta que esse seria outra pessoa devido a falta de evidências.




  Pero Lopes de Sousa
  58º de 58
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25 de fevereiro de 2024, domingo
Atualizado em 31/10/2025 08:22:24
José de Góis de Morais: O paulista que quase comprou São Paulo. Por Suely Robles Reis de Queiroz, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (data da consulta)
•  Cidades (5): Bertioga/SP, Santos/SP, Cananéia/SP, São Vicente/SP, Paranapanema/SP
•  Pessoas (11): José de Góis de Morais, Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Isabel de Gamboa, Ana Pimentel Henriques Maldonado (1500-1571), Lopo de Souza (f.1610), Pedro Taques de Almeida (1640-1724), Condessa de Vimieiro (1570-1646), 3° Conde de Assumar (1688-1756), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Padre Guilherme Pompeu de Almeida (1656-1713)
•  Temas (11): Capitania de Santo Amaro, Léguas, Ermidas, capelas e igrejas, Santo Mauro, Capitania de São Paulo, Ouro, Escravizados, Dinheiro$, Cataguazes, Ribeirão das Mortes, Curiosidades
    Registros relacionados
1544. Atualizado em 25/02/2025 04:39:03
1°. Nas terras de Estevam da Costa, devido à prosperidade da empreitada, José Adorno manda construir uma Capela, tendo por orago Santo Amaro
1705. Atualizado em 25/02/2025 04:41:02
2°. “por estar de assento nas Minas Gerais dos Cataguaz”
1708. Atualizado em 24/10/2025 04:08:13
3°. Um paulista de nobre linhagem propunha ao donatário da Capitania de Santo Amaro a compra das 50 léguas de terra de que êste era possuidor
9 de novembro de 1709, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:42:31
4°. Carta régia nomeando Antônio de Albuquerque governador da nova capitania de São Paulo e Minas, então criada. A carta régia de 12 de setembro de 1720 separou de São Paulo o território de Minas, criando aí uma capitania independente.
14 de março de 1711, sábado. Atualizado em 30/10/2025 10:41:52
5°. José de Góis e Morais torna-se capitão-mór da vila de São Paulo
1718. Atualizado em 25/02/2025 04:41:02
6°. Descoberta das minas de Paranapanema

  


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