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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 1915. Atualizado em 24/10/2025 03:32:04 Relacionamentos • Cidades (2): Paranaguá/PR, Sorocaba/SP • Pessoas (7) Antonio Camacho (n.1556), Gabriel de Lara (f.1694), Henrique da Cunha, velho (1560-1624), Isabel Fernandes "Pires" (f.1599), Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794), Pero Lopes de Sousa (1497-1539), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688) • Temas (6): Atuahy, Caciques, Caminho de São Roque-Sorocaba, Fortes/Fortalezas, Habitantes, Nheengatu • 1. Procurador do Couselho Antonio Camacho, dizia em vereança, que "lhe constava a vinda do gentio Carijó para esta vila, e que os mesmos vinhão maltratados e faltos de mantimentos, de modo que parecia bem socorre-los 8 de março de 1609 A 8 de Março de 1609, na mesmo villa de S. Paulo, o Procurador do Conselho Antonio Camacho, dizia em vereança, que "lhe constava a vinda do gentio Carijó para esta villa , e que os messmos vinhão maltratados e faltos de mantimentos, de modo que parecia bem soccorrel- os, nas partes que inelhor parecer; e maudaram os officiaes da Camara saber an certo da vinda, e si se poria cobro a isso etc." [p. 763]
• 2. “muita gente que se vinha para cá, por outro caminho (...) paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar”: O relato de André da Aldeia do Forte 3 de abril de 1609 Em 3 de Abril de 1609 efetuou -se uma outra vereança na Camara de S. Paulo, a requerimento do dito Procurador do Conselho, Antonio Camacho, onde se tratou, exclusivamente, da chegada, aquela vila, de um indio Carijó, de nome André da Aldeia do Forte, acompanhado de mais dois parlamentares da mesma nação. Vamos dar na integra esse documento, por ser importante e oportuno, neste capitulo da historia de Paranaguá e dos habitantes desse sertão, na época da conquista pelos bandeirantes. Essa tribo, ou essa nação até então indômita dos Carijós, "os pés largos", como lhes apelidavam os bandeirantes paulistas, era, por estes mesmos avaliada "em duzentos mil homens de arco", e achava -se nesta época, 1609, ja bem abatida e dispersa. A guerra constante que lhes moveram os conquistadores da primitiva Capitania de S. Vicente, nos sertões do Paraná, "nessas entradas", e as luctas não menos encariçadas que tiveram de sustentar contra os hespanhóes do Rio da Prata, seus antigos aliados contra os portuguezes, obrigava-os agora a virem humildemente, acossados pela fome e pelas epide demias, pedir « abrigo e paz ás auctoridades da vila de São Paulo! São esses mesmos Carijós, que, cinquenta anos depois, em 1660, já catechisados pelos jesuitas e bem adestrados nos mavejos das armas pelo intrepido governador de Itanhaen, o capitão Antonio Barbosa de Sotto -Maior, vão formar as com paphias de guerra que, ao mando desse mesmo ca pitão Sotto-Maior, hão-de conquistar -- com votaveis actos do bravura -- toda a região que faz parte hoje do Esta do do Rio Grande do Sul, conforme escreve Pedro Taques e nos confirmam os historiadores de Paranaguá Vieira Santos e Hermelino de Leão. Eis o referido documento: "Aos tres dias do mez de Abril de 1609 anos, nesta vila de S. Paulo, se ajuntaram os oficiais da Camara na na Casa do Conselho, a requerimento de Antonio Camacho, procurador do Conselho, e sendo juntos os abaixos assigna dos a saber: Balthazar de Godoy, vereador. e seu parceiro Sebastião de Freitas e o juiz Antonio Camacho, logo por elle foi dito e requerido aos ditos oficiais que, a esta vila eram chegados certos indios Carijós; e um indio dos mesmos, por nome André, da Aldeia do Forte; dos quaes estavam presentes, dois Carijós e o dito indio; e que requeria que os ditos oficiais da Camara mandassem fazer perguntas aos ditos indios que declarassem o que queriam e se haviam mister de alguma cousa. André "da Aldeia do Forte", Jagoarajúba, Tapien Foi chamado Pedro Colaço, morador de São Paulo e que falava a íngua nativa da terra, nesta Capitania. E pelos ditos oficiais lhe foi dito que fizesse perguntas aos ditos indios, sobre o que queriam e que novas traziam dos seus. E logo pelo dito língua lhes foi feito perguntas e declararão: que o dito indio André, que presente estava, fora em companhia de um indio principal Carijó, por nome Jagoarajúba, á sua terra, para vir em sua companhia ele e sua gente para aqui, e que chegando lá, perto de sua aldeia, lhe viéra recado, ao dito principal, como os espanhóis tinham levado a maior parte de sua gente; e, sabendo o dito principal a tal nova, lhe dissera ao dito indio André, que se tornasse, porque os hespanhoes lhe não fizessem algum mal e agravo. E que ele trouxesse com sigo alguma pouca de gente que escapara dos espanhóis, o que ele fizera. E que vindo se encontrou com muita gente que se vinha para cá, por outro caminho, os quais traziam muita fome e doenças; e que os outros que no caminho achara, se vieram com eles para esta vila, e vindo pelo rio acima, em uma paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar Gonsalvez e outros moradores, que lá estão, dos quais moradores sabiram duas canôas, nas quais viram dois brancos, a saber: Um filho de Baltezar Gonsalvez por nome Baltezar e outro, filho de Domingos Rodrigues, por nome Anrique da Costa, os quais chegando a eles perguntaram o que vinham fazer, e que alí não queriam o capitão nem ninguem que de la viessem e que lhes largasse a gente que traziam. Os nativos disseram que iam para morar entre os portuguezes; e ouvindo isto lhe tomaram a força tudo o que traziam, adonde entiava uma india casada, com seus filhos, cujo marido estava presente e se queixava do agravo que os portuguezes lhe tinham feito, em lhe tomarem sua mulher e seus filhos. A assi mais disse o dito Carijó, chamado Tapien que ele se vinha para esta terra adonde estavam alguns parentes seus, situados em aldeas para ser vir sua magestade, como os demais indios, que vinha pedir remédio para lhe darem sua mulher e demais parentes que lhe haviam tomado contra sua vontade. O que visto por eles oficiais da Camara, assentaram que fosse notificado Baltezar Gonsalvez como Pai que é do dito moço, que: "Com pena de quinhentos cruzados, aplicados para os fortes da Bahia de S. Salvador, e cativos, e dois anos de degredo para "Maçangano", mandasse vir os ditos indios que seu filho e vizinhos tinham tomado aos indios que presentes estavam, etc." E outro sim, requereu mais, o dito procurador do Conselho que por dito destes indios estava informado que desciam muitos Carijós para esta Capitania a servir a S. Magestade e o sr. Lopo de Souza, e que vinham muito faltos de mantimentos e ferramentas, por cujo respeito morriam muitos amingos, e havia muito tempo que haviam partido e não chegavain por lhes faltar o que dito tem. Que lhes requeria a eles ditos oficiais pusessem cobro nisso, pois era tão importante, o serviço de Deus, que mandassem lá, a seu caminho, com soccorro, alguns homens da terra suficientes para isso, ou fossem eles em pessoa para que viessem: mais seguros. E se acôrdaram que tratariam disso com o povo, e o que accordassem se faria, para serviço de Deus e de sua Magestade, e do sr. Lopo de Souza. » seAfim de se fazer um juizo bem claro do estado da ca pitania de S. Vicente nesta época, antese depois do litigio entre os donatarios, vamos transcrever, neste capitulo referente aos Carijós, mais um importante documento da Cama ra de S Paulo. É uma carta, dirijida ao donatario da Capitania, em Portugal, no qual os paulistas dessa época, com o desembaraço e a altivez que lhes era caracteristica, dão conta do estado da terra e da maneira porque eram explorados pelos governadores e mais autoridades. Quanto a guerra ao gentio, nessa época em que os paulistas, apezar das proibições, já batiam e devastavam os sertões em todos os sentidos, dizem os camaristas que:ars primeiros indios christavs vizinhos, são quase todos acabados, mas no sertão ha infinidade deles e muitas nações etc. > Que se descermos ( esse gentio ) será causa de grande proveito principalmente o gentio Carijó, que está a oitenta legoas daqui, por mar e por terra, e se afirma que podem ser duzentos mil homens de arco. » A carta, á qual nos re ferimos, é a que se segue. [p.763]
Atualizado em 02/11/2025 05:49:26 Monções, consulta em Wikipédia
• 1°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi Durante os primeiros anos da colonização do Brasil, apenas regiões ao longo do litoral haviam sido conquistadas. Diferente do que acontecia nas outras capitanias, a capitania de São Vicente, propriedade de Martim Afonso, não se adaptou aos costumes do propriedade rural e, a partir da integração entre forasteiros e nativos, recorreu ao movimento para se consolidar. Além disso, por estarem distantes dos centros de consumo, a compra de negros africanos era mais complicada aos paulistas, que recorreram ao interior para conquistar mão de obra indígena. Um dos benefícios da distancia da Metrópole para a capitania que originou São Paulo foi a adaptabilidade: diferente dos europeus, que implantaram sua realidade em solo brasileiro, os habitantes da capitania de São Vicente usaram o conhecimento da terra e da região ensinado pelos índios para tomar posse. Os indígenas guiavam os europeus por caminhos que já percorriam antes da colonização. Um exemplo disso é o fato dos Carijós do Guairá plantarem uma variedade de gramíneas em suas estradas para impedir que os caminhos se obstruíssem. Apesar de terem que se adaptar ao desconforto com que os índios exploravam, como ficar descalços e andar em "fila índia", os europeus encontraram refúgios pelos trajetos, já que os índios costumavam deixar apetrechos em lugares estratégicos, como lanças em regiões propicias a caça ou barcos onde haviam rios. Depois de um tempo, esses lugares se tornaram pousos. Alguns europeus, que não aguentavam aos caminhos primitivos, recorriam a um tipo de veículo rudimentar: redes carregadas por índios. Esse transporte também conotava uma superioridade e liderança diante do resto do grupo e, com o afastamento da civilização, acabava sendo inutilizado. Quando começaram a se deparar com rios maiores, enxergaram ali um obstáculo que, com o passar do tempo, se apresentou como novos caminhos. Embora não fossem a via mais comum de penetração do continente, os rios deixaram de ter um simples papel de acessório.
Atualizado em 02/11/2025 05:49:18 Historia do Brazil Antigo P. Raphael M. Galanti
• 1°. Não se sabe sobre seu fim, após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região, em outra versão acredita que pode ter sido assassinado pelos Carijós em 1537 Decadência da vila de São Vicente - A vila de São Vicente, todavia, estava destinada a uma decadência prematura, produzida pelos desastres seguintes. Consistiu o primeiro numa invasão de castelhanos, que, vindo da banda do sul, e capitaneados por um tal Ruy Mosquera, se haviam estabelecidos em Iguape. Reuniu-se-lhes um cavaleiro, chamado Duarte Peres, que fôra degradado naquela vizinhança. Intimou Gonçalo Monteiro, como logar-tenente do donatário, a este que se recolhesse para o lugar do seu degredo, e aos castelhanos que se retirassem daquela paragem pertencente a Portugal. Obedeceu o degradado; resistiram Mosquera e os seus. Indo, portanto, os nossos a ataca-los, caíram em uma cilada em que perderam até os barcos e as canoas. Aproveitaram os espanhóis o ensejo para agredir de improviso a vila de São Vicente, saqueá-la, e retirarem-se. Alguns vicentistas, ao mando de Pero de Góes e de Ruy Pinto, saíram então ao encalço dos fugitivos, mas sem resultado, porque os castelhanos haviam desaparecido. O Sr. Simão de Vasconcelos (1597-1671) coloca este fato no meado de 1537. O segundo revés ocorreu, no ver do Sr. Vasconcellos, em 1542. Houve na costa da capitania grandes temporais, e o mar se tornou tão furioso, que chegou a destruir muitas casas da vila de São Vicente, entre as quais a do concelho, a igreja matriz e o pelourinho. Mudaram, portanto, a vila para o lugar onde hoje se acha, sendo mar o sítio em qu estava antes. (1) Varnhagen, na página 166, diz: "Se havemos de dar crédito a Pierre-François-Xavier de Charlevoix (1682-1761), escritor que em outros assuntos não nos merece muito, viera das bandas do sul, com vários castelhanos, até Iguape, um Ruy Mosquera, e ai se estabelecera com o degradado bacharel português, cujo nome nos diz que era Duarte Peres". Charlevoix, porém, não diz que Mosquera se estabelecera em Iguape, nem que Duarte Peres fosse bacharel. Consta, é verdade, de outros documentos que o lugar era Iguape; mas dai não se segue que o tenha dito Charlevoix. Mais justo foi Fr. Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) que verteu fielmente Charlevoix. Honra seja feita á verdade. [Compendio de Historia do Brasil, 1896. P. Rapahel M. Galantis S. J., professor no colégio São Luiz de Ytú. Páginas 144 e 145] • 2°. “procissão com grande música, a que os respondiam os trombetas. Ficaram os índios espantados de tal maneira, que depois pediam ao Pe. Navarro que lhes cantasse assim como na procissão fazia” (2000:41). Cartas de Nóbrega - Desde o mês de agosto de 1549 dizia Nóbrega a seu superior de Portugal o seguinte: (...) Entre outros saltos que nesta costa são feitos, um se fez a dois anos muito cruel, que foi ire uns navios a um gentio que chamam os carijós, que estão além de São Vicente, o qual todos dizem que é o melhor gentio desta costa, e mais aparelhado para se fazer fruto: ele somente tem duzentas léguas de terra: entre eles estavam convertidos e batizados muitos: morreu um destes clérigos. (...)Os carijós dos portugueses, os carioes e carios dos espanhóis são os guaranis Um outro trecho da carta do mesmo ano explica muito bem que acabamos de copiar. É o seguinte: "Este (carijós) é um gentio melhor que nenhum desta costa. Os quais (talvez aos) foram, não há muitos anos, dois frades castelhanos ensinar, e tomaram tão bem sua doutrina que tem já casas de recolhimento para mulheres, como de freiras, e outras de homens como de frades. E isto durou muito tempo até que o diabo levou lá uma nau de salteadores e cativaram muitos deles. Trabalhamos por recolher os tomados e alguns temos já para os levar á sua terra com os quais irá um padre dos nossos". [Páginas 209 e 210] • 3°. Carta à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes Men de Sá em São Vicente - Estando o governador nesta capitania, ajudou os jesuítas a mudar o colégio de São Paulo para a vila de São Vicente, bem como abrir uma estrada, menos incomoda do que a precedente, através da serra de Paranapiacaba; enviou pelo Tieté uma expedição, e mandou em busca de ouro Bráz Cubas e Luiz Martins. De dermos crédito a Braz Cubas, andaram estes umas trezentas léguas sem fruto, encontrando na volta esse precioso metal em lugar mais perto de São Paulo. Supõe-se ter sido no morro Jaraguá. Remeteu Mem de Sá amostras deste ouro em 1562 para a metrópole juntamente com algumas pedras verdes que pareciam esmeraldas e talvez fossem turmalinas. Afirma o Padre Simão de Vasconcellos e repetem geralmente todos que a mudança da vila de Santo André para São Paulo, realizada nesta ocasião pelo governador, se efetuou a pedido dos jesuítas com o fim de por os moradores em lugar menos exposto aos assaltos dos bárbaros da serra. Lemos, entretanto, no tomo quarenta, parte II, página 349 da Rev., que tudo se fez a pedido da Câmara de Santo André. Pois Jorge Moreira e Joannes Alves, oficiais da Câmara de São Paulo, e outrora habitantes da vila de Santo André, em uma carta á Rainha Regente, em data de 20 de maio de 1561, dizem o seguinte: "E assim mandou (Mem de Sá) que a vila de Santo André, onde antes estávamos, se passasse para junto da casa de São Paulo que é dos padres de Jesus, porque nós todos lhes pedimos por uma petição, assim por ser lugar mais forte e mais defensável, e mais seguro assim dos contrários (tamoyos) como dos nossos nativos, como por outras muitas coisas que a ele e a nós moveram (...) [Páginas 266 e 267] • 4°. “E assim mandou (Mem de Sá) que a vila de Santo André, onde antes estávamos, se passasse para junto da casa de São Paulo que é dos padres de Jesus, porque nós todos lhes pedimos por uma petição, assim por ser lugar mais forte e mais defensável, e mais seguro assim dos contrários (tamoyos) como dos nossos nativos, como por outras muitas coisas que a ele e a nós moveram (...)” Men de Sá em São Vicente - Estando o governador nesta capitania, ajudou os jesuítas a mudar o colégio de São Paulo para a vila de São Vicente, bem como abrir uma estrada, menos incomoda do que a precedente, através da serra de Paranapiacaba; enviou pelo Tieté uma expedição, e mandou em busca de ouro Bráz Cubas e Luiz Martins. De dermos crédito a Braz Cubas, andaram estes umas trezentas léguas sem fruto, encontrando na volta esse precioso metal em lugar mais perto de São Paulo. Supõe-se ter sido no morro Jaraguá. Remeteu Mem de Sá amostras deste ouro em 1562 para a metrópole juntamente com algumas pedras verdes que pareciam esmeraldas e talvez fossem turmalinas. Afirma o Padre Simão de Vasconcellos e repetem geralmente todos que a mudança da vila de Santo André para São Paulo, realizada nesta ocasião pelo governador, se efetuou a pedido dos jesuítas com o fim de por os moradores em lugar menos exposto aos assaltos dos bárbaros da serra. Lemos, entretanto, no tomo quarenta, parte II, página 349 da Rev., que tudo se fez a pedido da Câmara de Santo André. Pois Jorge Moreira e Joannes Alves, oficiais da Câmara de São Paulo, e outrora habitantes da vila de Santo André, em uma carta á Rainha Regente, em data de 20 de maio de 1561, dizem o seguinte: "E assim mandou (Mem de Sá) que a vila de Santo André, onde antes estávamos, se passasse para junto da casa de São Paulo que é dos padres de Jesus, porque nós todos lhes pedimos por uma petição, assim por ser lugar mais forte e mais defensável, e mais seguro assim dos contrários (tamoyos) como dos nossos nativos, como por outras muitas coisas que a ele e a nós moveram (...) [Compendio de Historia do Brasil, 1896. P. Rapahel M. Galantis S. J., professor no colégio São Luiz de Ytú. Páginas 266 e 267]
Balthazar Carrasco obtém sesmaria 29 de junho de 1661, quarta-feira. Atualizado em 31/10/2025 04:26:11 Relacionamentos • Cidades (2): Santana de Parnaíba/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (3) Baltazar Carrasco dos Reis (44 anos), Matheus Leme (1560-1633), Salvador Correia de Sá e Benevides (67 anos) • Temas (4): Bandeirantes, Bituruna, vuturuna, Caminho de Curitiba, Ouro ![]()
Atualizado em 02/11/2025 05:50:06 “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” ![]() Data: 1897 Créditos: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro vol. XIX (1897) 01/01/1897
• 1°. Caminho do Anhembi, Américo de Moura, Correio Paulistano, 22.08.1942, página 4 22 de agosto de 1942, sábado Como o pai, que em 1563 fora por Pedro Colaço investido nas funções de capitão dos índios, também ele se tornou delegado de confiança de Jerônimo Leitão, na fronteira entre os nativos cristãos de Piratininga e os tupiniquins levantados, que em 1570 entre o Salto de Itu e a embocadura do Capivari, haviam acolhido não somente o velho Grou e seus companheiros, fugitivos de São Paulo, como a expedição de paz do Padre Anchieta, assinalada por um dos milagres da vida do santo”. ver mais • 2°. “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil 1957 Citando o Pe. Simão de Vasconcelos, na vida do Pe. José de Anchieta, Antônio de Alcântara Machado (1901-1953) narra que no ano de 1570, dois moradores de S. Paulo “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros, que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”. Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” ver mais • 3°. “Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP 2008 Elas tornaram-se também locais de refúgio para os que praticavam assassinatos ou outros delitos graves, como se viu num episódio, ocorrido por volta de 1570, envolvendo a Domingos Grou, o primeiro capitão de Índios. Ao praticar o crime, fugiu com sua família para junto de uma comunidade indígena do médio Tietê, na região do rio Sorocaba. Como estes indígenas estavam em conflito com os moradores de Piratininga, Anchieta decidiu buscá-lo, aproveitando para tentar fazer as pazes com este povo. A viagem foi acidentada, tendo o barco virado numa cachoeira, quando afundou parte a carga, juntamente com o missionário. Não sabendo nadar, Anchieta foi socorrido pelo jovem Tupi Araguaçu. Por este motivo, o salto passou a ser chamado Abaremanduaba, isto é, “local que recorda o padre”. Chegando à aldeia, conseguiu a paz e o retorno de Grou e sua família. Voltaram para São Paulo, tendo obtido perdão do Conselho. ver mais • 4°. História de Carapicuíba. João Barcellos 25 de março de 2013, segunda-feira Falar dos rios Anhamby/Tietê e Jeribatiba/Pinheiros é falar de Affonso Sardinha, o Velho, e de como, entre 1570 e 1605, ele os liga numa malha social, econômica e militar, para dar segurança aos percursos que, mais tarde, serão os percursos das bandeiras que demandarão o ouro e as esmeraldas em outros rincões do Brasil. Os rios que abriram as portas à colonização e ao bandeirismo, nos séculos XVI e XVII, são os mesmos rios que no século XXI continuam a dar vida à malha social e econômica da grande São Paulo dos Campos de Piratininga, na sua malha metropolitana e estadual. Apesar dos desvios de curso, principalmente no Butantã/Ybitátá, pontes e mais pontes, obras para navegação comercial, poluição industrial e doméstica sem controle, etc., os dois rios continuam a deixar-nos sonhar com a aventura de ir sempre além. [1] Carapocuyba - aldeia de goyanazes ou de guaranis?... Tudo indica que a primitiva Aldeia Carapocuyba é de origem guarani, até pela proximidade com a Aldeia Koty, pois, segundo documentos antigos (títulos de terras e testamentos) que falam dos "goayanazes aldeados no sítio do Capão, por Fernão Dias Paes, o velho, e que Afonso Sardinha, o Velho, tem aldeado outros da mesma tribo em Carapicuíba". Ou seja, há uma miscigenação nativa forçada pela preação que logo vai acabar com os guaranis tanto na Koty como na Carapocuyba. [p. 7 e 8 do pdf] Em 1570 tem um engenho de cana d´açúcar em Santos e monta o primeiro trapiche (depósito) de açúcar e pinga da Vila piratininga. Paralelamente ao comércio de açúcar, monta engenho para processar marmelos e torna-se um dos mais ricos comerciantes de São Paulo. Tanto no litoral como no planalto tem casas que arrenda a padres e aos primeiros advogados que chegam à colônia. É o judeu por excelência que vive de empreendimentos e de renda. Nos anos 70 é o colono mais poderoso da Capitania de São Vicente acima da Serra do Mar e dá-se ao luxo de financiar a expansão dos jesuítas para o sul, a partir do oeste paulista. Conhece o prático-minerador Clemente Álvares e estabelece sociedade com ele, pela qual financia a busca de novas minas de ferro, prata e ouro. Clemente Álvares vem a ser um minerador respeitado e, ao mesmo tempo, um cidadão detestado por se apropriar abusivamente de bens e documentos da própria família e das minas de ouro de outros, incluindo as do "velho" Sardinha... que chega a registrar como suas na Câmara Municipal piratininga! [p. 15 e 16] ver mais
“Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?”. Sérgio Coelho de Oliveira, jornalista e historiador 2014. Atualizado em 31/10/2025 10:46:16 Relacionamentos • Cidades (19): Araçoiaba da Serra/SP, Buenos Aires/ARG, Cananéia/SP, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Foz do Iguaçu/PR, Guaratinguetá/SP, Iguape/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Mogi das Cruzes/SP, Passo Fundo/RS, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP, Ubatuba/SP • Pessoas (44) Adolfo Frioli (n.1943), Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), André Fernandes (1578-1641), Antonio Gomes Preto (1521-1608), Antonio Lopes de Medeiros, Antonio Pedroso de Barros (1610-1652), Antônio Raposo Tavares (1598-1659), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartyra/M´Bcy (Isabel Dias) (1493-1580), Beatriz Dias Teveriçá ou Ramalho (1502-1569), Belchior da Costa (1567-1625), Benta Dias de Proença (1614-1733), Benta Dias Fernandes (n.1590), Catarina Dias II (1601-1667), Cecília de Abreu (1638-1698), Diogo de Alfaro (f.1639), Diogo de Quadros, Diogo do Rego e Mendonça (1609-1668), Francisco de Paiva, Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Gaspar de Guzmán (1587-1645), Hélio Abranches Viotti, João IV, o Restaurador (1604-1656), João Ramalho (1486-1580), José de Anchieta (1534-1597), Lopo Dias Machado (1515-1609), Luís Castanho de Almeida (1904-1981), Luís da Grã (n.1523), Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (1620-1721), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Maria de Torales y Zunega (n.1585), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Paschoal Leite Paes (1610-1661), Paulo de Oliveira Leite Setúbal (1893-1937), Paulo de Proença e Abreu, Paulo do Amaral, Pedro Dias Correa de Alvarenga (1620-1698), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), Suzana Dias (1540-1632) • Temas (55): Algodão, Apiassava das canoas, Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Botocudos, Bugres, Caaçapa, Cachoeiras, Caciques, Caminho de Curitiba, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Capela de Santa Ana de Sorocaba, Capela de São Bento, Catedral / Igreja Matriz, Cavalos, Colinas, Cristãos, Curiosidades, Deus, Ermidas, capelas e igrejas, Escolas, Escravizados, Farinha e mandioca, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guayrá, Ijuí, Inquisição, Jardim Sandra, Jesuítas, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Mulas, Música, Papas e o Vaticano, Pela primeira vez, Pelourinhos, Pontes, Porcos, Redução de Santa Tereza do Ibituruna, Rio Anhemby / Tietê, Rio Araguaia, Rio Sorocaba, Rua XV de Novembro, São Bento, São Paulo de Piratininga, Tapuias, Tordesilhas, Tupis, União Ibérica, Villa Rica del Espírito Santo, Vinho ![]() • 1. O “Descobrimento” do Brasil 22 de abril de 1500 Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79]
• 2. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas 23 de setembro de 1619 Nestes limites, à margem esquerda do rio Anhembi, André Fernandes ergueu mais tarde a capela de Santana, e tendo devassado os sertões vizinhos, pesquisando ouro, obteve para si uma sesmaria limítrofe em 23 de setembro de 1619.Antes de ser o homem público ativo e dedicado, Balthazar Fernandes foi, além de lavrador, ferreiro. Essa reveleção é feita por Jeuíno Felicíssimo Junior, autor da "História da Siderurgia de São Paulo - seus personagens, seus feitos".Informa o autor que, em 1619, Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas e levantou, em Parnaíba, um forno para fundição de ferro, que funcionou até 1645, quando foi interditado e desmontado, em consequência de denúncia feita ao juiz ordinário, Paulo do Amaral.Pelas leis de Portugal para o Brasil, na época, as tendas de ferreiros eram proibias, a fim de evitar que as técnicas de preparação e aproveitamento do ferro fossem parar nas mãos dos índios, tornando suas flechas mais perigosas e mortais.Detalha ainda o mesmo autor que a sesmaria de Balthazar era vizinha da de André, no lugar chamado Ibitiruma.
• 3. Testamento de Isabel de Proença é assinado em Santana de Parnaíba 28 de novembro de 1654 E, para finalizar, os historiadores divergem quanto à data da chegada de Balthazar Fernandes a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando esses dois momentos. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670 E tem mais: a tal casa do Balthazar... será que era mesmo? [Página 12] Outra suposição: era setuagenário, cerca de 74 anos, quando se transferiu para a paragem de Sorocaba, em 1654. Até o nome do ilustre sertanista é discutível. Tão diversas são as formas que aparecem nos documentos do século XVII: Balthazar, Balthezar, Baltasar e Baltazar. [Página 19] O testamento de Izabel de Proença, esposa de Balthazar, fez quando ainda viva, em 28 de novembro de 1654, e os dois inventários dos bens da família que se seguem, após a sua morte, em abril de 1555 - o primeiro em Santa Ana de Parnaíba e o outro em Sorocaba - contém importantes revelações sobre a vida dos Fernandes. São, portanto, três documentos já citados por Luis Castanho de Almeida, de onde extraímos alguns fatos interessantes. No primeiro documento, de novembro de 1654, Izabel de Proença revela que... "... estando eu, Izabel de Proença, em meu perfeito juízo e entendimento, Nosso Senhor Jesus Cristo me deixou doente de cama temendo a morte... e por não saber o que Deus Nosso Senhor quererá fazer de mim, e quando será servido me levar para si, ordenei fazer este meu testamento." Esse documento segue com uma profissão de fé na Santíssima Trindade, obediência à Santa Madre Igreja e um pedido de proteção a Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora e a todos os santos e anjos da corte celestial, em especial à santa do seu nome. Seguindo costume da época, pede que seu corpo seja sepultado na igreja do lugar onde falecer. Em seguida, dirige-se a sua família e recomenda: "E peço por serviço de Deus Nosso Senhor ao padre vigário meu sobrinho, Francisco Fernandes de Oliveira, faça a minha cédula de testamento e peço ao meu marido, Balthazar Fernandes e a meu irmão Paulo de Proença Abreu, sejam meus testamenteiros". Declara-se casa com Balthazar Fernandes, com quem teve vários filhos e filhas, nomeando seus herdeiros. Nem todos... "... quanto a, minha filha Benta, que se casou com Pedro Correa não dotamos e nem demos nada por se casar contra as nossas vontades, minha e de seu pai, no que nos tem dado muitos desgostos". [Páginas 28 e 29] Retornando do Rio Grande do Sul, em1639, já beirando os 60 anos, Balthazar decidiu "pendurar as chuteiras", como bandeirante. Era hora de se dedicar mais aos seus negócios, em Santa Ana do Parnaíba, onde exercia certa liderança política e tinha a sua fazenda. Era hora, também, de iniciar a sua missão de povoador, uma tradição de família. Era hora de pensar em Sorocaba. Nas suas idas e vindas ao Paraguai, conheceu a Paragem de Sorocaba, onde os bandeirantes costumavam fazer um pouso, antes de chegarem em casa - Parnaíba ou São Paulo. E foi aí "nessas datas de terras de sesmaria de uma légua de terra em quadra; outra légua de terra nessa mesma paragem de Sorocaba, da outra banda do rio correndo da ponte para cima até a cachoeira", parte doada por sua mãe e por seu irmão André, parte conquistada por ele mesmo, que decidiu se estabelecer com uma fazenda de criação de gado e plantação, o embrião da futura Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. [Página 65] Essa ponte a que se refere o documento não foi construída por Balthazar, mas já existia desde o final do século XVI, mandada construir por D. Francisco de Souza, governador geral do Brasil, quando em visita às minas do Morro Araçoiaba. Era uma ponte pequena, estreita, porém no mesmo local da atual, na rua XV de novembro. [Página 66] Em um outro documento, produzido em 1732, e existente na Biblioteca da História Real Portuguesa, na cidade do Porto, a história da origem de Sorocaba é assim contada: "Esta igreja e mosteiro fundou no alto desta Villa de Sorocaba o capitão-mór Balthazar Fernandes, fundador que foi também da dita Villa, no ano de 1654. Está esta villa situada junto ao rio do Sorocaba, nome que lhe deu o gentio... Este não é muito grande, mas é navegável porque por ele abaixo navegavam os homens antigamente a buscar gentio e hoje o navegam também para ir as minas novamente descobertas do Cuyabá e Cochiponen..." [Página 69] (...) Nativos pioneiros Além desses primeiros moradores, procedentes de Santa Ana do Parnaíba, São Paulo e Paraguai, temos o grande contingente de nativos, cuja relação nominal estamos publicando, conforme o testamento de Izabel de Proença. É curioso observar que , quando se trata de bebês e crianças, são identificados como "crias" e não tem nomes, talvez porque ainda não tivessem sido batizados ou registrados. A seguir a lista dos nativos: José e sua mulher Sabina e uma cria; Gabriela solto, com um irmão rapazinho e duas raparigas; Pedro solto e seu irmão Bastião; Antonia rapariga e sua irmã; Pedro e Izabel com um filhinho e sua filhinha; Salvador rapaz solto; Miguel, solto; João e sua mulher Cecília, uma rapariga e três rapadinhos seus filhos; Ipólita, solta com dois filhinhos; Tomas solto; Bras e sua mulher Maria com uma criança; Bartholomeu e sua mulher, Andreaza com uma cria; Alberto solto; PEdro e sua mulher (?) com uma cria; Grimaneza solta; Baltezar solto; Aleixo, solto; Cecília solta com duas crias; Marinho rapaz solto; Felipe rapaz solto; Domingos e sua mulher Custódia e sua mulher Mônica; Joseph, sua mulher Christina, sua filha Barbosa e uma cria; Felipa solta e seu filho André; Paula solta; América moça, sua filha e 4 filhos pequenos; José e sua mulher Maria com três filhos pequenos; Manoel solto; Pedro e sua mulher Sabina com quatro filhos pequenos; José e sua mulher Sabina com quatro filhos; Antônia solta com dois filhos e uma filha pequena; Pascoal e sua mulher Constança com duas filhas e um filho pequeno; Miguel e sua mulher Clemência, com um filho e uma filha pequenos; Roque e sua mulher Helena com duas filhas, Catarina e Asença e mais quatro filhos pequenos; Gaspar e sua mulher Marqueza e mais quatro filhos pequenos; Lourenço e sua mulher Lucrécia; Ignocêncio e sua mulher Augustinha, com dois filhos pequenos; Luiz solto; João e sua mulher "Índia"; Gregório solto e seu filho João; Antonio solto; Gabriel e sua mulher Pelonia com quatro filhos pequenos; Vicente solto e sua irmã moça por nome Maria e sua mãe também por nome Maria; José solto; Gabriel e sua filha Anastácia e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Joana e seu filho João, moço, e dois filhos pequenos; Alonço e sua mulher Paula Angela, seu marido velho com um filho moço por nome Fernando e uma filha pequena; Henrique e sua mulher Mônica e uma filha moça por nome Leonor; Joana solta com cinco filhos e filhas pequenos e um moço, também seu filho, por nome Francisco; Izabel, solta; Maria, solta com uma cria; José e sua mulher Izabel; Fernando e sua mulher (?) com seus filhos pequenos, Pedro e Sebastião; Pedroe sua mulher Ana, João, seu filho moço e dois filhos pequenos; Alexandre e sua mulher Inácia e uma filha pequena; Domingos e sua mulher Cecília com cinco filhos pequenos; Pedro e sua mulher; Paula e sua filha moça por nome de Catarina e um filho pequeno; Luzia e seu marido velho, com dois filhos pequenos; Gabriel e sua mulher; Francisca e uma filha moça por nome Izabel e três filhos pequenos; Bastião e sua mulher Marina; Afonso e sua mulher Marqueza com um rapaz seu filho e outro filho moço por nome José e sua mulher Tiodora; Marcos e sua mulher Ambrosia com duas filhas moças por nome Bastiana e Juliana e três filhos pequenos; Salvador e sua mulher velha Inocencia; Paulo e sua mulher Maria, seu filho moço por nome Miguel e quatro filhos pequenos; Camila solta com duas filhas pequenas; Domingos e sua mulher Cecília e dois filhos pequenos; Henrique e sua mulher Apolonia com um filhinho; Garcia e sua mulher Cristina e um filho moço por nome João; Antonio e sua mulher Sabina; Tomé e sua mulher velha Cecília; Felipe solto com seu filho pequeno; Felipa solta com filho; Branca solta; Angela solta; Estacia solta; Maria solta; Constança, solta; Antonio solto e sua irmã Serafina, as crias e três irmãos pequenos; Andreza solta; Ana, solta; Merencia solta; Cecília solta; Marqueza solta; Lourença solta; Uma raparigona solta por nome de Domingas; Tiodozia solta; Matia e sua mulher velha; Lourenço e sua mulher Andreza com duas crias; Bastião e sua mulher Luzia com duas crias; Barnabé, solto, rapagão; Gonçalo e sua mulher Antonia com duas filhas pequenas; Branca solta com seu filhos moço por nome de Amaro e sua filha pequena; Asenço e sua mulher Maria e seu irmão por nome Tomé, moço solto e um irmão pequeno e seus pais velhos; Potencia solta e um pequeno filho; Clemencia solta; Catarina solta e uma irmã pequena e seu pai velho; Fernando e sua mulher Izabel, Manoel e seu filho moço e Verônica moça também sua filha; Roque solto; Luiz e sua mulher Maria, com três filhos pequenos; Alonço e sua mulher Mônica e três filhos e uma irmã por nome Paula, solta; Luiz e sua mulher Sabina e um filho moço por nome Dionisio e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Ignacia e um rapaz por nome Bartolomeu, seu filho e quatro crias; Francisco e sua mulher Ursula e seu irmão Belchior; Henrique solto; Manoel solto e mudo; Cristina solta com uma filha; Domingas, solta; Antonio e sua mulher Andreza; Alonço e sua irmã Francisca; Bárbara solta e sua irmã Maria e seu filho Custódio, moço solto com dois filhos e a mãe velha; Guiomar solta; Sabina solta; Tomazia solta; Bartolomeu e sua mulher Fabiana, seu filho moço por nome Bartolomeu e dois filhos pequenos; Cecília solta; Generoza solta; Marina solta; Sabina solta; Francisco, rapagão solto; Tomé e sua mulher Luzia com dois filhos pequenos e um moço solto, seu irmão por nome João; João e sua mulher Ana com dois filhos pequenos. A relação acima, de 377 nativos, leva-nos a sua conclusões interessantes. A primeira é que uma pessoa para ter essa quantidade de nativos, seja para serviços em suas terras, seja para comércio, teria de ser muito rica, muito abastada, como de fato o era Balthazar Fernandes. Na verdade, ele precisava de mão de obra para plantar e colher, para fazer vinho e farinha de trigo e, finalmente, transportar a sua produção no lombo dos nativos. E ele tinha duas fazendas. O historiador Sérgio Buarque de Holanda observa no seu livro História Geral da Civilização Brasileira: "Possuir escravizados nativos constitutía índice de abastança e de poder que seriam proporcionais ao número das ´peças´ possuídas". A segunda sugere que os nativos, que concorreram para a formação do povo sorocabano, não eram, obrigatoriamente, os tupis, que habitavam esta região paulista. A maioria fazia parte das levas de outras tribos de nativas, como os guaranis do Paraguai; os tapes e gês, do Rio Grande do Sul, apreendidos pelas expedições de apresamento. Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79]
• 4. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados dezembro de 1654 E, para finalizar, os historiadores divergem quanto à data da chegada de Balthazar Fernandes a Sorocaba, se em 1646 ou se em 1654. Existem documentos historiando esses dois momentos. Existem documentos historiando, além desses dois momentos, uma fundação em 1670 E tem mais: a tal casa do Balthazar... será que era mesmo? [Página 12] Outra suposição: era setuagenário, cerca de 74 anos, quando se transferiu para a paragem de Sorocaba, em 1654. Até o nome do ilustre sertanista é discutível. Tão diversas são as formas que aparecem nos documentos do século XVII: Balthazar, Balthezar, Baltasar e Baltazar. [Página 19] O testamento de Izabel de Proença, esposa de Balthazar, fez quando ainda viva, em 28 de novembro de 1654, e os dois inventários dos bens da família que se seguem, após a sua morte, em abril de 1555 - o primeiro em Santa Ana de Parnaíba e o outro em Sorocaba - contém importantes revelações sobre a vida dos Fernandes. São, portanto, três documentos já citados por Luis Castanho de Almeida, de onde extraímos alguns fatos interessantes. No primeiro documento, de novembro de 1654, Izabel de Proença revela que... "... estando eu, Izabel de Proença, em meu perfeito juízo e entendimento, Nosso Senhor Jesus Cristo me deixou doente de cama temendo a morte... e por não saber o que Deus Nosso Senhor quererá fazer de mim, e quando será servido me levar para si, ordenei fazer este meu testamento." Esse documento segue com uma profissão de fé na Santíssima Trindade, obediência à Santa Madre Igreja e um pedido de proteção a Deus, Jesus Cristo, Nossa Senhora e a todos os santos e anjos da corte celestial, em especial à santa do seu nome. Seguindo costume da época, pede que seu corpo seja sepultado na igreja do lugar onde falecer. Em seguida, dirige-se a sua família e recomenda: "E peço por serviço de Deus Nosso Senhor ao padre vigário meu sobrinho, Francisco Fernandes de Oliveira, faça a minha cédula de testamento e peço ao meu marido, Balthazar Fernandes e a meu irmão Paulo de Proença Abreu, sejam meus testamenteiros". Declara-se casa com Balthazar Fernandes, com quem teve vários filhos e filhas, nomeando seus herdeiros. Nem todos... "... quanto a, minha filha Benta, que se casou com Pedro Correa não dotamos e nem demos nada por se casar contra as nossas vontades, minha e de seu pai, no que nos tem dado muitos desgostos". [Páginas 28 e 29] Em um outro documento, produzido em 1732, e existente na Biblioteca da História Real Portuguesa, na cidade do Porto, a história da origem de Sorocaba é assim contada: "Esta igreja e mosteiro fundou no alto desta Villa de Sorocaba o capitão-mór Balthazar Fernandes, fundador que foi também da dita Villa, no ano de 1654. Está esta villa situada junto ao rio do Sorocaba, nome que lhe deu o gentio... Este não é muito grande, mas é navegável porque por ele abaixo navegavam os homens antigamente a buscar gentio e hoje o navegam também para ir as minas novamente descobertas do Cuyabá e Cochiponen..." [Página 69] (...) Nativos pioneiros Além desses primeiros moradores, procedentes de Santa Ana do Parnaíba, São Paulo e Paraguai, temos o grande contingente de nativos, cuja relação nominal estamos publicando, conforme o testamento de Izabel de Proença. É curioso observar que , quando se trata de bebês e crianças, são identificados como "crias" e não tem nomes, talvez porque ainda não tivessem sido batizados ou registrados. A seguir a lista dos nativos: José e sua mulher Sabina e uma cria; Gabriela solto, com um irmão rapazinho e duas raparigas; Pedro solto e seu irmão Bastião; Antonia rapariga e sua irmã; Pedro e Izabel com um filhinho e sua filhinha; Salvador rapaz solto; Miguel, solto; João e sua mulher Cecília, uma rapariga e três rapadinhos seus filhos; Ipólita, solta com dois filhinhos; Tomas solto; Bras e sua mulher Maria com uma criança; Bartholomeu e sua mulher, Andreaza com uma cria; Alberto solto; Pedro e sua mulher (?) com uma cria; Grimaneza solta; Baltezar solto; Aleixo, solto; Cecília solta com duas crias; Marinho rapaz solto; Felipe rapaz solto; Domingos e sua mulher Custódia e sua mulher Mônica; Joseph, sua mulher Christina, sua filha Barbosa e uma cria; Felipa solta e seu filho André; Paula solta; América moça, sua filha e 4 filhos pequenos; José e sua mulher Maria com três filhos pequenos; Manoel solto; Pedro e sua mulher Sabina com quatro filhos pequenos; José e sua mulher Sabina com quatro filhos; Antônia solta com dois filhos e uma filha pequena; Pascoal e sua mulher Constança com duas filhas e um filho pequeno; Miguel e sua mulher Clemência, com um filho e uma filha pequenos; Roque e sua mulher Helena com duas filhas, Catarina e Asença e mais quatro filhos pequenos; Gaspar e sua mulher Marqueza e mais quatro filhos pequenos; Lourenço e sua mulher Lucrécia; Ignocêncio e sua mulher Augustinha, com dois filhos pequenos; Luiz solto; João e sua mulher "Índia"; Gregório solto e seu filho João; Antonio solto; Gabriel e sua mulher Pelonia com quatro filhos pequenos; Vicente solto e sua irmã moça por nome Maria e sua mãe também por nome Maria; José solto; Gabriel e sua filha Anastácia e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Joana e seu filho João, moço, e dois filhos pequenos; Alonço e sua mulher Paula Angela, seu marido velho com um filho moço por nome Fernando e uma filha pequena; Henrique e sua mulher Mônica e uma filha moça por nome Leonor; Joana solta com cinco filhos e filhas pequenos e um moço, também seu filho, por nome Francisco; Izabel, solta; Maria, solta com uma cria; José e sua mulher Izabel; Fernando e sua mulher (?) com seus filhos pequenos, Pedro e Sebastião; Pedro e sua mulher Ana, João, seu filho moço e dois filhos pequenos; Alexandre e sua mulher Inácia e uma filha pequena; Domingos e sua mulher Cecília com cinco filhos pequenos; Pedro e sua mulher; Paula e sua filha moça por nome de Catarina e um filho pequeno; Luzia e seu marido velho, com dois filhos pequenos; Gabriel e sua mulher; Francisca e uma filha moça por nome Izabel e três filhos pequenos; Bastião e sua mulher Marina; Afonso e sua mulher Marqueza com um rapaz seu filho e outro filho moço por nome José e sua mulher Tiodora; Marcos e sua mulher Ambrosia com duas filhas moças por nome Bastiana e Juliana e três filhos pequenos; Salvador e sua mulher velha Inocencia; Paulo e sua mulher Maria, seu filho moço por nome Miguel e quatro filhos pequenos; Camila solta com duas filhas pequenas; Domingos e sua mulher Cecília e dois filhos pequenos; Henrique e sua mulher Apolonia com um filhinho; Garcia e sua mulher Cristina e um filho moço por nome João; Antonio e sua mulher Sabina; Tomé e sua mulher velha Cecília; Felipe solto com seu filho pequeno; Felipa solta com filho; Branca solta; Angela solta; Estacia solta; Maria solta; Constança, solta; Antonio solto e sua irmã Serafina, as crias e três irmãos pequenos; Andreza solta; Ana, solta; Merencia solta; Cecília solta; Marqueza solta; Lourença solta; Uma raparigona solta por nome de Domingas; Tiodozia solta; Matia e sua mulher velha; Lourenço e sua mulher Andreza com duas crias; Bastião e sua mulher Luzia com duas crias; Barnabé, solto, rapagão; Gonçalo e sua mulher Antonia com duas filhas pequenas; Branca solta com seu filhos moço por nome de Amaro e sua filha pequena; Asenço e sua mulher Maria e seu irmão por nome Tomé, moço solto e um irmão pequeno e seus pais velhos; Potencia solta e um pequeno filho; Clemencia solta; Catarina solta e uma irmã pequena e seu pai velho; Fernando e sua mulher Izabel, Manoel e seu filho moço e Verônica moça também sua filha; Roque solto; Luiz e sua mulher Maria, com três filhos pequenos; Alonço e sua mulher Mônica e três filhos e uma irmã por nome Paula, solta; Luiz e sua mulher Sabina e um filho moço por nome Dionisio e três filhos pequenos; Paulo e sua mulher Ignacia e um rapaz por nome Bartolomeu, seu filho e quatro crias; Francisco e sua mulher Ursula e seu irmão Belchior; Henrique solto; Manoel solto e mudo; Cristina solta com uma filha; Domingas, solta; Antonio e sua mulher Andreza; Alonço e sua irmã Francisca; Bárbara solta e sua irmã Maria e seu filho Custódio, moço solto com dois filhos e a mãe velha; Guiomar solta; Sabina solta; Tomazia solta; Bartolomeu e sua mulher Fabiana, seu filho moço por nome Bartolomeu e dois filhos pequenos; Cecília solta; Generoza solta; Marina solta; Sabina solta; Francisco, rapagão solto; Tomé e sua mulher Luzia com dois filhos pequenos e um moço solto, seu irmão por nome João; João e sua mulher Ana com dois filhos pequenos. A relação acima, de 377 nativos, leva-nos a sua conclusões interessantes. A primeira é que uma pessoa para ter essa quantidade de nativos, seja para serviços em suas terras, seja para comércio, teria de ser muito rica, muito abastada, como de fato o era Balthazar Fernandes. Na verdade, ele precisava de mão de obra para plantar e colher, para fazer vinho e farinha de trigo e, finalmente, transportar a sua produção no lombo dos nativos. E ele tinha duas fazendas. O historiador Sérgio Buarque de Holanda observa no seu livro História Geral da Civilização Brasileira: "Possuir escravizados nativos constitutía índice de abastança e de poder que seriam proporcionais ao número das ´peças´ possuídas". A segunda sugere que os nativos, que concorreram para a formação do povo sorocabano, não eram, obrigatoriamente, os tupis, que habitavam esta região paulista. A maioria fazia parte das levas de outras tribos de nativas, como os guaranis do Paraguai; os tapes e gês, do Rio Grande do Sul, apreendidos pelas expedições de apresamento. Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79]
• 5. História de Sorocaba 1969 Para encerrar este capítulo, é importante observar o que escreveu Luiz Castanho de Almeida, sobre este assunto, em sua "História de Sorocaba": "Provavelmente, passava por estar imediações o habitat da grande tribo dos carijós, que se estendia desde o Itanhaen até o Guairá e Rio Grande do Sul. Pobres criaturas, foram os primeiros escravos e em povoação tão grande que, até o século XVIII, se chamavam carijós os escravizados da raça vermelha de um modo geral. Esses escravizados é que foram os fundadores humildes de Sorocaba, ficando nas fazendas e sesmarias da redondeza, socando as primeiras taipas, aumentando a população entre si e, aqui também, servindo a sensualidade de brancos e mamelucos." [Páginas 76, 77, 78 e 79]
• 6. Quais são as 10 MAIORES TRIBOS INDÍGENAS brasileiras? Conhecendo o Brasil (Youtube.com) 19 de setembro de 2024
A fazenda geral dos jesuítas e o monopólio da passagem do Cubatão: 1553-1748, 2008. Francisco Rodrigues Torres 2008. Atualizado em 23/10/2025 17:29:24 Relacionamentos • Cidades (5): Araçariguama/SP, Cubatão/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP • Pessoas (14) Álvaro Luís do Valle, Clemente Álvares (1569-1641), Cornélio de Arzão (f.1638), Francisco Cubas (n.1594), Francisco de Paiva, Francisco de Sousa (1540-1611), João Ramalho (1486-1580), Luis de Góes, Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mem de Sá (1500-1572), Pero (Pedro) de Góes, Pero Correia (f.1554), Simão Borges Cerqueira (1554-1632) • Temas (12): Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Jesuítas, Pela primeira vez, Piaçaguera, Porto das Almadias, Portos, Rio Cubatão, Rio Mogy, Trilha dos Tupiniquins
Atualizado em 02/11/2025 05:49:41 Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo
• 1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa • 2°. Casamento de Francisco Rodrigues e Catarina Dias Adorno • 3°. José Adorno torna-se dono de de uma sesmaria em Piratininga • 4°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo • 5°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós • 6°. Falecimento do Capitão Luís Pedroso de Barros, no Reino do Peru
Atualizado em 02/11/2025 05:49:21 São Paulo no século XVI, Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Correio Paulistano ![]() Data: 1917 28/11/1917
• 1°. Afonso Sardinha (45 anos) adquiriu uma grande fazenda em São Paulo (o nas serras de Iguamimbaba, que agora se chama Mantaguyra, na de Jaraguá, termo de S. Paulo, na de Vuturuna (São Roque), na de “Hybiraçoyaba (Sorocaba)”
Sorocaba (data estimada) 1610. Atualizado em 23/10/2025 15:41:07 Relacionamentos • Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Caeté/MG, Carapicuiba/SP, Itu/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (13) Afonso Sardinha, o Velho (79 anos), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606), Clemente Álvares (41 anos), Cristovão Diniz, Custódia Dias (29 anos), Domingos Fernandes (33 anos), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Francisco de Sousa (70 anos), Gaspar Gonçalves Conqueiro, Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (35 anos), Henrique da Costa (37 anos), Simão Álvares Martins (Jorge) (37 anos), Suzana Dias (70 anos) • Temas (16): Alemães, Bairro Itavuvu, Beneditinos, Fortes/Fortalezas, Léguas, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Ouro, Pelourinhos, Pirapitinguí, Pontes, Portos, Rio Anhemby / Tietê, Rio Sorocaba, Rio Ypané, Sabarabuçu, São Filipe ![]()
• “História geral do Brazil”, de Francisco Adolfo de Varnhagen, o Visconde de Porto Seguro (1816-1878) 1 de janeiro de 1854, domingo
• Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, volume VI 1 de janeiro de 1895, terça-feira É muito explicável, portanto, que, por 1680, Luiz Lopes Carvalho, Capitao-mór de N. S. da Conceição de Itanhaem, por provisão de Príncipe D. Pedro, insinuasse a este a conveniência de ser verificado a procedência dos dizeres vagos que corriam sobre o valor dessa região. Essa exposição de Pedro Taques parece mais exacta do que a narrativa do Senador Vergueiro, pela qual Lopes de Carvalho se teria inculcado como descobridor da minas de ferro (5), entregando-as em 14 de Março de 1681 á Camará da villa de Sorocaba.
• “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco 1 de janeiro de 1954, sexta-feira Conseguiu, também, pelo Espírito Santo, visando a mesma Sabarábocú, uma expedição cujo cabo foi Marcos de Azevedo, o velho, que trouxe, em 1611, amostrar de esmeraldas. Em São Paulo continuava na faina de buscar prata no Araçoiaba, que até então e sempre apenas revelou possuir ferro. Curiosa, sobre tal ponto, a notícia que dava em 1612 e portanto contemporaneamente, o escritor Rui Diás de Gusman, na sua "Argentina".
• História de Carapicuíba. João Barcellos 25 de março de 2013, segunda-feira
• Clemente projetocompartilhar.org 14 de março de 2023, terça-feira
História das missões orientais do Uruguai. Aurélio Pôrto. 1954. Atualizado em 31/10/2025 19:45:50 Relacionamentos • Cidades (8): Curitiba/PR, Laguna/SC, Paranaguá/PR, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (29) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Álvaro Luís do Valle, Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Amador Bueno de Ribeira (1584-1649), André Fernandes (1578-1641), Antonio Pedroso de Barros (1610-1652), Antônio Raposo Tavares (1598-1659), Bacharel de Cananéa, Balthazar Fernandes (1577-1670), Brás Cubas (1507-1592), Diogo de Alfaro (f.1639), Domingo Martinez de Irala (1506-1556), Francisco Dias Velho (f.1689), Hernando de Trejo y Carvajal (1520-1558), João da Rocha Pita, João Diaz Melgarejo, Jorge Soares de Macedo, Juan de Salazar y Espinosa (1508-1560), Leonardo Nunes, Luis de Góes, Manuel Lobo Pereira (1635-1683), Mência Calderon Ocampo (1514-1593), Padre Francisco Fernandes de Oliveira (1600-1672), Paulo do Amaral, Pero (Pedro) de Góes, Pero Correia (f.1554), Rodrigo de Castelo Branco, Simão Macetta (n.1582), Vasco da Mota • Temas (17): Açúcar, Bilreiros de Cuaracyberá, Boigy, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminhos até São Vicente, Cavalos, Enguaguassú, Gados, Jeribatiba (Santo Amaro), Piqueri, Porcos, Redução de Santa Tereza do Ibituruna, Redução Santo Thomé, Rio Taquari, Tape, Vila de Santo André da Borda ![]() • 1. Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado" 1551 Em 1550 João Ramalho funda Santo André da Borda do Campo de Piratininga, por sugestão do Padre Leonardo Nunes, a primeira povoação européia na América Portuguesa a se distanciar do litoral: Mas, é no planalto, onde João Ramalho funda Santo André da Borda do Campo, e os jesuítas, mais tarde, Piratininga, que se desenvolve a criação de gados pela excelência dos campos que ali se encontram. Fundado o Colégio, que dá origem a São Paulo, quando o Padre Nóbrega aí vem compreende que ele não poderá manter-se e sustentar-se sem terras e gados que suprem às necessidades de alimentação e indústria dos Irmãos; e, "se não foram as terras e vacas que o Padre Nóbrega com tanta caridade foi granjeando e que é a melhor sustentação que agora tem com que se criou tantos Irmãos", informa Anchieta, não poderia subsistir o Colégio. [História das missões orientais do Uruguai, 1954. Aurélio Pôrto. Página 248]
• 2. Sesmarias e gados de Pero Correa são doados aos jesuítas 1553 • 3. Chegada a São Vivente fevereiro de 1553 Em substituição a Álvar Núnez Cabeza de Vaca, governador do Prata, que fora preso e deportado de Assunção, escolhe el-rei, em competição com outro candidato a esse cargo, a João de Sanábria, homem nobre e rico, que apresta logo uma expedição para se transportar à sua governança. Aparelhada já estava a frota que a devia transportar quando faleceu "o capitão João de Sanábria, que nesses preparativos empregara todos os bens que possuía. Substituiu-o seu filho Diogo de Sanábria. Compunha-se a expedição de uma nau e duas caravelas, e nela vinham a viúva de João de Sanábria, D. Mencia Calderon e duas filhas, D. Maria e D. Mencia. Partiu a frota de Sanlúcar, no ano de 1552. Como cabo da gente dela regressava ao Paraguai o capitão João de Salazar de Espinosa, que fora deportado de Assunção e seguira para a Espanha na mesma caravela que conduzira o governador Cabeza de Vaca. Vinham, na mesma expedição, vários fidalgos e povoadores, entre os quais se destacavam Cristóvão de Saavedra, filho do correio-mor Hernando de Trejo e o capitão Becerra que trazia mulher e filhos, em nau de sua propriedade. Depois de longa viagem, aportou a esquadra ao Brasil e na Laguna, à entrada da barra, perdeu-se o navio de Becerra com tudo quanto trazia, salvando-se unicamente a gente que pôde chegar à terra. Desavieram-se aí o piloto-mor e o capitão Salazar, e sendo eleito Hernando de Trejo chefe da expedição, retiraram-se para São Vicente vários componentes da armada. Trejo, compreendendo a necessidade que se fazia sentir de uma povoação que fosse escala, na costa do Brasil, para atingir Assunção, indo ao porto de São Francisco ali lançou, em 1553, os fundamentos de uma cidade. Estabelecendo-se aí, casou com D. Maria de Sanábria, viúva de João de Sanábria, nascendo em, território brasileiro, desse matrimónio, Dom Frei Hernando de Trejo, que foi bispo de Tucumã e fundador da sua Universidade. Não faltaram trabalhos e misérias naquela incipiente fundação e Trejo, atendendo a rogos insistentes de sua mulher, resolveu abandonar a povoação, seguindo por terra para o Paraguai. Depois de trabalhos sem conto e duros meses de largas provações, em que morreram de fome 32 soldados que se perderam, chegou Hernando de Trejo a Assunção, onde o general Domingos de Irala, nomeado governador do Rio da Prata, o conservou preso por largo tempo, por ter abandonado o porto de São Francisco, que fundara, e que tão necessário se tornava para as entradas, por terra, no Paraguai. O capitão João de Salazar, que fora para São Vicente, havia casado com D. Elvira de Contreras, filha do capitão Becerra, e aí se encontrou com o capitão João Diaz de Melgarejo, com quem concertou voltar a Assunção. Fizera Salazar, na vila de Martim Afonso, boas relações de amizade com os moradores, insinuando a muitos deles as vantagens que teriam passando com famílias e bens à cidade de Assunção. E tal foi a propaganda e a retirada de povoadores para o Paraguai que o P. Manuel de Nóbrega, temendo o despovoamento da capitania de São Vicente, «pela pouca conta e cuidado que el-rei e Martim Afonso de Sousa têm, e se vão lá passando ao Paraguai pouco a pouco», diz que «seria bom ter a Companhia lá um ninho onde se recolhesse quando de todo São Vicente se despovoasse». Além disto, «estando lá os da Companhia se apagariam alguns escândalos que os castelhanos têm dos portugueses, e a meu parecer com muita razão, porque usaram mui mal com uns que vieram a São Vicente, que se perderam de uma armada do Rio da Prata. 2:: ) Entre as pessoas que se ligam a Salazar contam-se os irmãos Cipião 24 ) e Vicente de Góis, oriundos de troncos ilustres de povoadores vicentinos, filhos de Luís de Góis* fidalgo da Casa Real, irmão de Pedro de Góis, que foi donatário da capitania de São Tomé e capitão-mor de uma armada que, em Fevereiro de 1553, estava surta no porto de Santos. Segundo refere Frei Gaspar da Madre de Deus residiu Luís de Góis alguns anos em São Vicente, dali saindo com sua mulher D. Catarina de Andrade e Aguilar, quando seu irmão, Pedro de Góis, os transportou para a capitania que ia fundar, no ano acima referido. Anteriormente Pedro de Góis doara-lhe o engenho da Madre de Deus, que ficava em terras fronteiras ao de Engagaçu. - )
• 4. Falecimento de Antonio Pedroso de Barros (1610-1652) 1652 Santa Teresa de los Pinales, ou Curiti, como a denomina o P. Alfáro, estava em situação vantajosa para se tornar um interposto de aprovisionamento de futuras bandeiras que demandas sem as doutrinas jesuíticas. Já então, aberto pelos índios, um caminho a ligava a São Carlos do Caapi e outras aldeias cristãs da bacia do Ijuí. Assinalada no mapa de Carafa, essa via de pe- outra citação. E António Pedroso de Barros, notável sertanista, que fa- leceu em 1652 com testamento, e foi potentado pelo número de 600 índios que tinha em suas fazendas (Geneal. 3", 444). Era filho do capitão-mor governador Pedro Vaz de Barros e de sua mulher Luzia Leme, e neto ma- terno de Fernão Dias Pais e de Lucrécia Leme.
O encontro entre os guarani e os jesuítas na Província do Paraguai e o glorioso martírio do venerável padre Roque González nas tierras de Ñezú, 2010. Paulo Rogério Melo de Oliveira 2010. Atualizado em 31/10/2025 21:28:51 Relacionamentos • Cidades (3): Assunção/PAR, Buenos Aires/ARG, Sorocaba/SP • Pessoas (15) Aleixo Garcia (f.1526), Alfred Métraux (1902-1963), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Cacique Tayaobá (1546-1629), Curt Nimuendajú, Egon Francisco Willibald Schaden (1913-1991), Henrique Montes, Justiniano (482-565), Léon Cadogan (1899-1973), Pedro de Mendoza, Roque Gonzálies de Santa Cruz (1576-1628), Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), Sebastião Caboto (1476-1557), Ulrico Schmidl (1510-1579) • Temas (27): Aldeia de Tabaobi, Algodão, Caciques, Caminho do Peabiru, Canibalismo, Cariós, Cayacangas, Cruzes, Farinha e mandioca, Fortes/Fortalezas, Galinhas e semelhantes, Gentios, Guaranis, Itatins, Léguas, Milho, Ouro, Payaguás, Pela primeira vez, Porcos, Rei Branco, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio Paraná, Serra dos Itatins, Vinho, Xókleng • 1. Aleixo Garcia foi morto, com alguns dos seus companheiros. Francisco de Chaves conseguiu sobreviver 1526 Ruy Díaz de Guzmán menciona Alejo García no quinto capítulo de sua obra La Argentina (1612): «De uma entrada, que quatro portugueses do Brasil fizeram por terra, aos confins do Peru. No entanto, é comum este autor cometer erros nas datas e dados. Díaz de Guzmán escreve que o mencionado Alejo García entrou nas terras do interior "até os confins do Peru", não em 1516 como membro da expedição de Juan Díaz de Solís, mas em 1526 por ordem de Martín Alonso de Sosa: [E] é o caso que no ano de 1526 quatro portugueses saíram de São Vicente por ordem de Martín Alonso de Sosa, senhor daquela capitania, entrar interior, e descobriu o que havia lá, levando consigo alguns índios amigos daquela costa, um dos quatro portugueses chamado Alejo García, estimado naquela costa como um homem prático, então no língua dos Carijos, que são os Guarani, assim como dos Tupies, e dos Tamoyos, os como andar por seus dias pelo sertão [planície] dentro com os outros companheiros, veio sair para o rio Paraná, e dele atravessando a terra por povoados de índios Guarani, chegaram ao Rio Paraguai, onde foram recebidos e entretidos pelos habitantes da província de Sacella, convocaram toda a região, para que fossem com eles à parte ocidental para descobrir e reconhecer aquelas terras, de onde trariam muitas roupas de estima, e coisas de metal (Díaz de Guzmán, cap. 5, 85).
• 2. Carta de Luis Ramírez a su padre desde el Brasil (1528): orígenes de lo "real maravilloso" en el Cono Sur 1 de janeiro de 1528 Ruy Díaz de Guzmán menciona Alejo García no quinto capítulo de sua obra La Argentina (1612): "De uma entrada, que quatro portugueses do Brasil fizeram por terra, aos confins do Peru". No entanto, é comum este autor cometer erros nas datas e dados. Díaz de Guzmán escreve que o mencionado Alejo García entrou nas terras do interior "até os confins do Peru", não em 1516 como membro da expedição de Juan Díaz de Solís, mas em 1526 por ordem de Martín Alonso de Sosa: [E] é o caso que no ano de 1526 quatro portugueses saíram de São Vicente por ordem de Martín Alonso de Sosa, senhor daquela capitania, entrar interior, e descobriu o que havia lá, levando consigo alguns índios amigos daquela costa, um dos quatro portugueses chamado Alejo García, estimado naquela costa como um homem prático, então no língua dos Carijos, que são os Guarani, assim como dos Tupies, e dos Tamoyos, os como andar por seus dias pelo sertão [planície] dentro com os outros companheiros, veio sair para o rio Paraná, e dele atravessando a terra por povoados de índios Guarani, chegaram ao Rio Paraguai, onde foram recebidos e entretidos pelos habitantes da província de Sacella, convocaram toda a região, para que fossem com eles à parte ocidental para descobrir e reconhecer aquelas terras, de onde trariam muitas roupas de estima, e coisas de metal (Díaz de Guzmán, cap. 5, 85). A Novell, porém, em seu artigo "Aleixo Garcia e o Rei Branco", afirma que as datas dadas por Díaz de Guzmán estão erradas. Que a capitania de São Vicente (hoje Santos), ainda não havia sido fundado e que Sousa, ou Sosa, não chegou ao Brasil até 1531. Ele também afirma que, segundo fontes incas, o líder inca que estava no poder à chegada de Alejo García foi Huayna Cápac e que morreu em 1526. Portanto, a chegada de esses portugueses tinham que ser mais cedo. Novel escreve: [Página 13] No ano de 1526 Sebastián Caboto chegou ao Río de la Plata com a missão de realizar a mesma volta ao mundo que Fernando de Magalhães e Juan Sebastian Elcano. No entanto, ao chegar à Ilha de Santa Catalina, localizada na costa do Brasil, um dos principais navios se perdeu e Sebastián Caboto conheceu outros sobreviventes da expedição Solís que haviam permanecido entre os índios desde 1516, e que nessa época exploravam o interior do continente chegando ao sopé dos Andes. Esses espanhóis relacionados com Caboto o existência de uma região onde abundavam ouro e prata e onde era possível chegar subindo os rios Paraná e Paraguai. Deslumbrado com suas histórias, Sebastián Caboto desistiu da importante missão que lhe foi confiada pela coroa espanhola e decidiu explorar unilateralmente a região do Rio da Prata. A relação manuscrita com a qual nos ocupamos agora é essencial, embora pouco conhecido por estudos sobre a América ibérica e indígena no início do século XX. Pouco conhecido porque até hoje dependeu da transcrição de Varnhagen publicada em 1852 e nunca traduzida para outras línguas. Essa expedição ao sul do continente americano partiu em 3 de abril de 1526 do porto de San Lúcar de Barrameda sob o comando de Sebastián Caboto (1476-1557), que na época era "piloto prefeito" por Carlos. Esta carta descreve todos os caminhos que eles percorreram e as aventuras que viveram durante os vinte e sete meses que viajaram. Da mesma forma, o grupo indígena dos "guarenis" é mencionado pela primeira vez, assim como os "tupisnambo". A boa recepção que tiveram nas Ilhas Canárias, a viagem pela costa do Brasil por San Agustín e Pernambuco, assim como a diversidade da flora, costumes canibais e rituais dos índios Tupinambo. Mas o mais importante é que no Rio de la Plata, quinze sobreviventes cristãos da expedição de Godofredo de la Plata foram encontrados. Loaysa, um dos que foram no navio de Rodrigo de Acuña, que por sua vez lhe disse ter conhecido pelos sobreviventes da expedição de Juan Díaz de Solís. Contam-se suas andanças pelos rios Paraná, Uruguai e Paraguai em busca de metais preciosos. Também se fala sobre os problemas de fome e doenças que eles tiveram que passar, bem como de algumas dificuldades que sofreram com seus navios. Batizaram alguns lugares como o Puerto de Santa Catalina ou San Lázaro, e na confluência do rio Carcaraná com o Paraná tiveram a oportunidade de conhecer os índios "querandis", que dirigiam com destreza e habilidade duas bolas unidas por uma corda, sobre as quais falaremos mais adiante. Na foz do Paraguai encontraram a expedição liderada pelo capitão Diego García de Moguer, o tesoureiro real Fernando Calderón e Rojel Barlo (Campos 438-39). A "Carta de Luis Ramírez a seu pai" foi escrita pelo mencionado, membro da tripulação que Sebastián Caboto carregava em sua marinha. Em termos de testemunho etnográfico e antropológico, «a Carta de Luis Ramírez» tem um grande valor por nos oferecer informações em primeira mão sobre os habitantes de as tribos de toda a região, principalmente os Tupis-Guarani. Como em outras crônicas da época, é preciso deixar uma ampla margem de credulidade sobre as informações que o autor nos dá, pois não sabemos ao certo onde começa e onde termina. esgota-se a imaginação e a veracidade de suas afirmações. É precisamente a imaginação e o caráter fictício de alguns trechos da Carta, o que confere a esta obra uma dimensão literária. A "lenda do rei branco", homens com pernas de avestruz que cansam o veado, tesouros que nunca são encontrados por causa das mentiras e desculpas magistrais que Luis Ramírez apresenta, são precursoras de outras crônicas e lembram as mentiras que Alvar Núñez Cabeza de Vaca (1540-1545) contou sobre suas andanças no norte e no sul do continente americano. [O encontro entre os guarani e os jesuítas na Província do Paraguai e o glorioso martírio do venerável padre Roque González nas tierras de Ñezú, 2010. Paulo Rogério Melo de Oliveira. Páginas 15 e 16]
• 3. Chegada a Kariesseba 26 de março de 1553 • 4. “Historia argentina del descubrimiento, población y conquista de las provincias del Río de la Plata”. Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) 1612
Atualizado em 02/11/2025 05:49:27 Inventários e Testamentos como documentos linguísticos, consultado em 13.10.2022
• 1°. Braz Gonçalves "velho" chega ao Brasil PaisMestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566) e “Antônia Rodrigues”, a índia (n.1502) BALTASAR GONÇALVES n Santos, por 1544 - m antes de 1619, no sertão do rio Tietê. [Mm] Filho de Domingos Gonçalves e de Antônia Rodrigues; irmão de Brás Gonçalves, o velho (n por 1552, Santos), c1c Margarida Fernandes [In] e c2c Fulano Malio, e de Marcos Fernandes, o moço. [Página 82 do pdf] • 2°. Nascimento de Álvaro Neto, o velho Escrivães e avaliadores portugueses ÁLVARO NETO, o velho n. por 1542, vila de Viana do Minho, PT - f. 1636, SP.Filho de Afonso Álvares de Feijó (PT) e de Inês Afonso (PT); cc Mécia da Pena (n. por 1552, vila de Conceição de Itanhaém - f. 1635, SP), filha de Antônio da Pena (PT) e de Francisca de Góis (?SP) Avaliador na vila de SP, junto [Página 2 do pdf] • 3°. Nascimento de Antonio Luis Grou PEDRO MADEIRA SP 1644, SP [Mm]Filho de Gonçalo Madeira, o velho (PT - 1626) e de Clara Parente [Mm] (SP - 1635); n.m. de Pedro Dias (PT - 1590, SP) e de Maria de Grã [In](SP), filha de Tibiriçá e Violante Cardoso(ES - 1620, SP), filha de Gaspar Vaz Guedes (ES) e de Francisca Cardoso (ES - 1611, SP).c2c Isabel Bicudo [2Mm], filha de Antônio Luís Grou ( por 1588, SP - por 1632, SP) e de Guiomar Bicudo; n.p. de Domingos Luís Grou (PT) e de Mariada Pena [In]; n.m. de Antônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel) e de Isabel Rodrigues (SP) [p. 138] • 4°. Belchior BELCHIOR DA COSTA - n PT - m 1625, na vila de Santana de Parnaíba [CN] Deve ter chegado à vila de São Vicente por volta de 1560, pois num pedido de sesmaria que fez para suas filhas em 1610, diz que estava na Capitania há 48 anos. Foi filho de Manuel da Costa (n PT) e de Beatriz Dinis (n PT). Casado duas vezes, a primeira com Isabel Rodrigues (n CSV), filha de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues, e com Susana Dias [Mm], que já havia sido casada com Manuel Fernandes Ramos (PT). • 5°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Segundo Franco (1989: p. 221), “português (...), veio para SV na segunda metade do século XVI. Exerceu, na vila de SP, cargos de confiança e tomou parte nas entradas contra o gentio hostil, sendo uma delas em Paranaguá, em 1585, em companhia do capitão-mor Jeronimo Leitão. Obteve uma sesmaria em Angra dos Reis e se mudou com a família para lá depois de 1612”. • 6°. Botafogo Simão Borges de Cerqueira, filho de Antônio Martins Cerqueira e de Feliceta de Cerqueira, ambos portugueses. Veio para a Bahia em 1591, acompanhando Francisco de Sousa, o 7º governador-geral do Brasil; em 1595 passou para a capitania de SV, acompanhando João Pereira de Sousa Botafogo, para participar da busca de metais preciosos. • 7°. Falecimento de Maria Gonçalves, filha de Balthazar Gonçalves, em São Paulo / Testamento geito no Birapoera SEBASTIÃO LEMEn PT m Angra dos Reis. Segundo Franco (1989: p. 221), “português (...), veio para SV na segunda metade doséculo XVI. Exerceu, na vila de SP, cargos de confiança e tomou parte nas entradas contra o gentio hostil, sendo uma delas em Paranaguá, em 1585, em companhia do capitão-mor Jeronimo Leitão. Obteve uma sesmaria em Angra dos Reis e se mudou com a família para lá depois de 1612”. • Em 1599, T de Maria Gonçalves, feito no termo de Birapoera, situado na vila de SP, esposa de Clemente Alveres e filha de Balthazar Gonçalves; v.1 • Em 1600, T de Antão Pires, feito na vila de SP, casado com Barbara Mendes; v.1 • 8°. Luís Ianes Grou faz seu testamento declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues LUÍS ANES GROU, o moço, ou LUÍS IANES GROU SP, por 1573 - 1628, no sertão, nas cabeceiras do rio Ribeira [Mm]Filho de Luís Eanes Grou, o velho [Mm] SP - 1628, no sertão) e de Guiomar Rodrigues ( 1625, SP); n.p. de Domingos Luís Grou, o velho c2c Jerônima Dias [Mm], filha de Isac Dias Carneiro [Mm]( SP) e de uma índia; n.p. de Lopo Dias (PT) e de Beatriz Dias [In], filha de Tibiriçá; “cc” uma índia ou [3Mm] SP), filho do precedente e de sua 2ª mulher. • 9°. Casamento de Antonio Bicudo de Brito e Maria Leme de Alvarenga ANTÔNIO BICUDO DE BRITO n SP - m 1662, na vila de Itu. [? CN]Filho de Antônio Bicudo (SP - m 1650) e de Maria de Brito (SP); n.p. deAntônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel, Açores, PT) e de IsabelRodrigues (SP); n.m. de Domingos Pires (SP) e de Isabel de Brito. Foi casado em 1635, na vila de São Paulo, com Maria Leme de Alvarenga (SP - m 1654, P), filha de Francisco de Alvarenga (SP - m 1675) e de Luzia Leme (SP - m 1653); n.p. de Antônio Rodrigues de Alvarenga (Viseu, PT - m 1614, SP) e de Ana Ribeira (n por 1560, Porto PT - m 1647, SP); n.m. de Aleixo Leme (SV - m 1629, SP) e de Inês Dias (*SV - m 1655, SP).- c2c Vicência da Costa, filha de Úrsulo Colaço (SV - m 1644, PT) e de Vicência da Costa; n.p. de Pedro Colaço, o moço e de Juliana de Oliveira Lobo; n.m. de Belchior da Costa (PT - m 1625, P) e de Isabel Rodrigues.• em 1641 (SP), escreveu o T de Inês Dias de Alvarenga (SP - m 1642,P), sua cunhada e irmã de sua mulher, que foi cc Antônio Correia da Silva (Lisboa, PT - m 1672, P) [Página 74 do pdf] • 10°. Apiteroby • 11°. Inventário e Testamento ANTÔNIO BICUDO DE BRITO n SP - m 1662, na vila de Itu. [? CN]Filho de Antônio Bicudo (SP - m 1650) e de Maria de Brito (SP); n.p. deAntônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel, Açores, PT) e de IsabelRodrigues (SP); n.m. de Domingos Pires (SP) e de Isabel de Brito. Foi casado em 1635, na vila de São Paulo, com Maria Leme de Alvarenga (SP - m 1654, P), filha de Francisco de Alvarenga (SP - m 1675) e de Luzia Leme (SP - m 1653); n.p. de Antônio Rodrigues de Alvarenga (Viseu, PT - m 1614, SP) e de Ana Ribeira (n por 1560, Porto PT - m 1647, SP); n.m. de Aleixo Leme (SV - m 1629, SP) e de Inês Dias (*SV - m 1655, SP).- c2c Vicência da Costa, filha de Úrsulo Colaço (SV - m 1644, PT) e de Vicência da Costa; n.p. de Pedro Colaço, o moço e de Juliana de Oliveira Lobo; n.m. de Belchior da Costa (PT - m 1625, P) e de Isabel Rodrigues.• em 1641 (SP), escreveu o T de Inês Dias de Alvarenga (SP - m 1642,P), sua cunhada e irmã de sua mulher, que foi cc Antônio Correia daSilva (Lisboa, PT - m 1672, P) [Página 74 do pdf] • 12°. Falecimento de Antonio Bicudo de Brito ANTÔNIO BICUDO DE BRITO n SP - m 1662, na vila de Itu. [? CN]Filho de Antônio Bicudo (SP - m 1650) e de Maria de Brito (SP); n.p. deAntônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel, Açores, PT) e de IsabelRodrigues (SP); n.m. de Domingos Pires (SP) e de Isabel de Brito. Foi casadoem 1635, na vila de São Paulo, com Maria Leme de Alvarenga (SP - m 1654, P),filha de Francisco de Alvarenga (SP - m 1675) e de Luzia Leme (SP - m 1653);n.p. de Antônio Rodrigues de Alvarenga (Viseu, PT - m 1614, SP) e de AnaRibeira (n por 1560, Porto PT - m 1647, SP); n.m. de Aleixo Leme (SV - m1629, SP) e de Inês Dias (*SV - m 1655, SP).- c2c Vicência da Costa, filha de Úrsulo Colaço (SV - m 1644, PT) e de Vicênciada Costa; n.p. de Pedro Colaço, o moço e de Juliana de Oliveira Lobo; n.m. deBelchior da Costa (PT - m 1625, P) e de Isabel Rodrigues.• em 1641 (SP), escreveu o T de Inês Dias de Alvarenga (SP - m 1642,P), sua cunhada e irmã de sua mulher, que foi cc Antônio Correia daSilva (Lisboa, PT - m 1672, P) [Página 74 do pdf] • 13°. Maria Portes del-Rei, na paragem de Ytacatiara, escreveu o seu testamento Manuel Franco Brito, em 1680 (na paragem de Ytacatiara, P) escreveu o T de Maria Portes Del-Rei, filha de Clemente Portes e de Helena de Saavedra; esse T foi assinado por Domingos Leite; cc Antônio Cordeiro; v.19 Entre 1671 e 1673 foi escrivão na vila de Santana de Parnaíba e junto* com Manuel Paes Farinha e João Dias Dinis.
Partida da expedição que chegaria ao "sertão dos carijós" 13 de julho de 1615, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:39:00 Relacionamentos • Pessoas (3) Antonio Pedroso de Barros (5 anos), Francisco de Almeida, Pedro Sardinha (35 anos) ![]()
História do Brasil, 1914. João Ribeiro 1914. Atualizado em 31/10/2025 09:51:38 Relacionamentos • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Jundiaí/SP, Rio de Janeiro/RJ, Sorocaba/SP • Pessoas (4) Anthony Knivet (1560-1649), João Capistrano Honório de Abreu (61 anos), Martim Correia de Sá (1575-1632), Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631) • Temas (14): Bairro Itavuvu, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Grunstein (pedra verde), Guaianase de Piratininga, Lepos, Pories, Rio Jaguari, Serra de Paranapiacaba, Tamoios, Tomenos, Nheengatu, Peru, Colinas
Os seis primeiros documentos da História do Brazil 1874. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31 Relacionamentos • Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (9) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Anthony Knivet (1560-1649), Ascenso Ribeiro, Brás Cubas (1507-1592), Francisco Correa (f.1590), Francisco de Sousa (1540-1611), João Ramalho (1486-1580), Rio Paraíba, Simão de Vasconcelos (1597-1671) • Temas (3): Diamantes e esmeraldas, Ouro, Caminho do Paraguay
Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri 11 de novembro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10 Relacionamentos • Cidades (7): Barueri/SP, Itapetininga/SP, Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Roque/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (5) Bartolomeu Carrasco (f.1571), Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luís Grou (60 anos), José de Anchieta (26 anos), Suzana Dias (20 anos) • Temas (12): Bituruna, vuturuna, Cachoeira da Escada, Ermidas, capelas e igrejas, Guaianase de Piratininga, Jeribatiba (Santo Amaro), Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Nossa Senhora da Escada, Nossa Senhora de Montserrate, Ouro, Rio Pinheiros, Ybyrpuêra ![]()
Capitania de São Paulo. Governo de Rodrigo César de Menezes, 1938. Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) 1938. Atualizado em 31/10/2025 09:36:42 Relacionamentos • Cidades (10): \\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\resumos\c1110.txt, Cuiabá/MT, Itanhaém/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (9) Antonio Fernandes de Abreu (1654-1717), Catarina de Bragança (1638-1705), Domingos Jorge Velho (1611-1670), João Leme, Lourenço Leme da Silva, Manuel de Melo Godinho Manso, Margarida Bicudo, Rodrigo César de Meneses, Washington Luís Pereira de Sousa (69 anos) • Temas (5): Cavalos, Metalurgia e siderurgia, Pela primeira vez, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pardo • 1. Os irmãos João e Lourenço Leme da Silva chegavam a Sorocaba, com os seus índios, negros, bastardos e carijós. Vinham adquirir mais escravos e novos elementos necessários ao maior êxito de sua prospérrima mineração 2 de janeiro de 1723 E embora por política, mantinha com eles uma correspondência amistosa, na qual se mostrava todo desvelos, todo cuidado pelo engrandecimento deles. Em 31 de maio de 1722, ainda escreveu-lhes carta amável, que os encontrou em caminho, porquanto em janeiro de 1723 os Lemes chegaram a Sorocaba, acompanhados dos nativos de sua administração, com arcos e flechas, dos mamelucos seus camaradas, e de negros, seus escravos, com mosquetes e arcabuzes. [Página 118]
Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós 1 de novembro de 1585, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 08:31:39 Relacionamentos • Cidades (7): Boituva/SP, Cananéia/SP, Curitiba/PR, Paracatu/MG, Paranaguá/PR, Santos/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (13) Afonso Dias (30 anos), Afonso Sardinha, o Velho (54 anos), Antonio de Proença (45 anos), Balthazar Fernandes (8 anos), Clemente Álvares (16 anos), Diogo de Unhate (50 anos), Domingos Luis Carvoeiro (45 anos), Domingos Luís Grou (85 anos), Francisco de Saavedra (n.1555), Francisco Teixeira Cid (f.1594), Jerônimo Leitão, Manuel Fernandes Ramos (60 anos), Sebastião Leme "Ghost" • Temas (21): Aldeias, Bairro Itavuvu, Boigy, Cachoeiras, Caminho do Paraguay, Caminho São Paulo-Santos, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Ermidas, capelas e igrejas, Gentios, Guerra de Extermínio, Lagoa Dourada, Ouro, Pirapitinguí, Rio Anhemby / Tietê, Rio dos patos / Terras dos patos, Rio Iguassú, Rio Paraguay, Rio Paranapanema, Sabarabuçu, Tupinambás, Tupiniquim ![]()
• “Diccionario geographico, historico e descriptivo do Imperio do Brazil”, J.C.R. Milliet de Saint-Adolphe 1 de janeiro de 1845, quarta-feira Os habitantes da capitania de São Vicente, indignados com este acontecimento, pediram licença á câmara da vila de São Paulo para fazer guerra aos ditos nativos, que foram a final subjulgados e reduzidos á escravidão; porém algumas das tribos mais valerosas se recolheram no interior das matas. No século seguinte um sem-número de paulistas se derramaram pela parte do sul e do oeste do país, e os Carijós que viviam nas matas se retiraram para o sertão; porém encontraram nas margens do rio Guacúhi uma cabilda d´eles que não tiveram mais que o tempo necessário para fugirem com suas armas e alguns objetos que estimavam, deixando nas aldeias as mulheres decrepitas, que entendiam não tinham forças para executarem os trabalhos a que os portugueses sujeitavam aos que d´entre eles caiam em suas mãos, e d´ai veio o nome de Rio das Velhas dado a este Rio. Esta nação está hoje extinta ou confundida com outras tribos reduzidas igualmente a mui poucas famílias.
• “O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) 1 de janeiro de 1934, segunda-feira
• “Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953) 1 de janeiro de 1940, segunda-feira
• “A primeira guerra de Jerônimo Leitão”. Américo de Moura (1881-1953), Jornal Correio Paulistano 25 de julho de 1942, sábado
• “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco 1 de janeiro de 1954, sexta-feira
• Revista Marítima Brazileira/RJ 1 de janeiro de 1955, sábado Depois das expedições escravizados do litoral, foi talvez a primeira guerra de caça ao nativo, requerida a aconselhada pelos camaristas da vila de São Paulo. "Estava iniciada e organizada, em larga escala, a escravidão do nativo. Com esse ardimento e afã, que sempre foram característicos da raça, os bandos paulistas se atiraram à expedição de resgate". Enquanto isso, os castelhanos, no sul, iam,semeando pequenos povoados como Mendoza, San Juan, San Luis e Tucumán, na vasta província do Rio da Prata, e os inacianos, procedentes do Brasil e do Peru, penetravam no Paraguai, dando início à catequese dos ameríndios de Guaíra, Vila Rica, etc.
• “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil 1 de janeiro de 1957, terça-feira
• Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo 1 de janeiro de 1992, quarta-feira • História de Carapicuíba. João Barcellos 25 de março de 2013, segunda-feira
• HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DO POVOADO DE PARANAGUÁ - msinstituto.blogspot.com 29 de julho de 2016, sexta-feira • Fazendas e Engenhos do litoral vicentino: traços de uma economia esquecida (séculos XVI-XVIII), 2020. Vera Lucia Amaral Ferlini. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho 1 de janeiro de 2020, quarta-feira
• Inventários e Testamentos como documentos linguísticos, consultado em 13.10.2022 13 de outubro de 2022, quinta-feira
“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística 2005. Atualizado em 31/10/2025 10:31:50 Relacionamentos • Cidades (7): Buenos Aires/ARG, Cabo Frio/RJ, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Timbó/SC • Pessoas (21) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Agustín de Zárate, Caiubi, senhor de Geribatiba, Diogo Álvares Correia, o Caramuru (1475-1557), Domingo Martinez de Irala (1506-1556), Fernão Cardim (1540-1625), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), João Capistrano Honório de Abreu (1853-1923), João de Azpilcueta Navarro, João III, "O Colonizador" (1502-1557), João Ramalho (1486-1580), José de Anchieta (1534-1597), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pedro de Mendoza, Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580), Serafim Soares Leite (1890-1969) • Temas (22): Algodão, Bíblia, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Cristãos, Curiosidades, Estradas antigas, Gentios, Inferno, Jesuítas, Leis, decretos e emendas, Música, Nheengatu, Papas e o Vaticano, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, São Paulo de Piratininga, Serra do Mar, Tabatinguera, Tamoios, Tupis, Vila de Santo André da Borda • 1. Batalha entre espanholes e os indios Querandíes 15 de junho de 1536 Sua participação na exploração começa em 1535 (Antônio Rodrigues). Umano depois, depois de enfrentar mil agruras, inclusive ter de se repastar, para não morrer de fome, com a carne dos corpos dos companheiros mortos, alcançou a terra dos Carijó, que foram convencidos do caráter pacífico daquela coluna exploratória de famintos soldados porque “un hombre llevabamos que sabia la lengua empezó a dezir a aquellos gentiles que nosostros eramos hijos de Dios”. Ou seja, um ano depois de suas andanças exploratórias ainda não se julgava apto para se fazer entender pelos índios de língua de base tupi.
• 2. “grande língua da terra e dos principais moradores de São Vicente, foi aí recebido por Leonardo Nunes, em 1549, juntamente com Pero Correa” 1549 Outro trabalho volumoso sobre a Historia da Companhia de Jesus no Brasil, de Serafim Leite à página 322, onde além de fazer referência ao Lozano, redigiu importante dado: Ficando em São Vicente, Leonardo Nunes desceu daí a algum tempo umas trinta léguas pela costa, mas por terra, com grandes trabalhos e fome. Pelo interior sulcou também vários caminhos: e entre eles, pelo menos parcialmente, o chamado Piabiru, que ia até o Paraguai, ramificando-se para o sul até o Iguaçú, em cujas margens moravam os ibirajaras…Por este mesmo caminho iam os irmãos Pero Correia e João de Souza, quando os mataram os Carijós". Manuel de Chaves era dos Padres que ingressaram na Companhia já de posse do domínio da língua geral. Sobre ele e Pedro Correa assim se refere Anchieta em Informação do Brasil... (1988:323): “Aqui se receberam logo à Companhia o irmão Pedro Correa e o irmão Manuel de Chaves, homens antigos na terra e línguas, e com ajuda deles se começou a ensinar a doutrina na língua do Brasil aos Mamalucos e Mamalucas, filhos dos Portugueses e aos escravos da terra”. Antônio Alcântara Machado em notas às Cartas... de Anchieta, anota (1988:69): “grande língua da terra e dos principais moradores de São Vicente, foi aí recebido por Leonardo Nunes, em 1549, juntamente com Pero Correa”.
• 3. Tome de Sousa, jesuítas e cerca de 400 degredados chegam ao Brasil 29 de março de 1549 • 4. “procissão com grande música, a que os respondiam os trombetas. Ficaram os índios espantados de tal maneira, que depois pediam ao Pe. Navarro que lhes cantasse assim como na procissão fazia” (2000:41). 9 de agosto de 1549 • 5. Manoel da Nóbrega escreve de São Vicente: “Ainda que com tanta contradição dos brancos não se pode fazer nada mais que desacreditar cada vez o nosso ministério” 10 de março de 1553 Romper uma longa herança atávica de simbologia mística era, por si, só um desafio inquietante que somente a extraordinária paciência dos primeiros missionários podia facear. A isso se somavam outros inimigos ideológicos. Um deles, lembra Boxer(1977:89), era “o mau exemplo dado por muitos dos moradores ou colonos”. Estes, acrescenta ele, “tentaram, deliberadamente, muitas vezes, sabotar o trabalho que estava a ser feito pelos jesuítas entre os ameríndios, a quem viam, antes de mais nada, como força de trabalho explorável e a aproveitar”. Nóbrega (2000:158), a esse respeito, escreve de São Vicente, a 10 de março de 1553: “Ainda que com tanta contradição dos brancos não se pode fazer nada mais que desacreditar cada vez o nosso ministério”. Anchieta em carta escrita de Piratininga em 1554 também registra esse reiterado propósito por parte dos ramalhenses de Santo André da Borda do Campo. Em Informação do Brasil... (1988:342) igualmente assinala:... A consequência dessa limitação lingüística é que os índios jamais conseguiram penetrar na intimidade dos mistérios docristianismo católico, como Encarnação, Ressurreição, Salvação etc, embora lhe fossem introduzidas tais noções através de elementoslexicais do português, mas a verdade é que nunca lhes apreenderam o sentido.Por outro lado, a ressignificação de suas próprias crenças era motivada pela perspectiva de uma nova crença mais vantajosapara um povo guerreiro e nômade. Por isso Nóbrega reconhece, em carta escrita de São Vicente a 10 de março de 1553, que os índios“crêem-nos como crêem aos seus feiticeiros”, apud Serafim Leite (1953b:22-3). Em vários trechos dos escritos de Anchieta se vê como oimediatismo das novas concepções religiosas era automaticamente transplantado para as adversidades da labuta cotidiana – o que, decerta forma, ainda é muito usual hoje em dia: tendo caído na simpatia de Pindobuçu, um dos principais dos Tamoio em Iperoig, Anchietadeparou com as manobras pérfidas de alguns desses índios do Rio de Janeiro tentando abortar o plano de pacificação conhecido comoArmistício de Iperoig. Estava na iminência de sofrer um ataque deles, mas – registra (1988:233) – surgiu Pindobuçu, que os advertiu edesafiou, tendo depois se voltado ao jesuíta dizendo: “Bem vês como sempre te defendo e falo por ti, por isso olhe Deus por mim e dê-melonga vida”.
• 6. Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola 15 de março de 1555 • 7. Bispo Sardinha foi "comido" por índios Caetés 16 de junho de 1556 Coincidência ou não, num contexto muito diferente daquele em que dramaticamente morreu o famoso língua Pero Correia nas mãos dos Carijós, conforme narrativa de Anchieta (1988:91), entre os três sobreviventes, dois dos quais eram índios, do naufrágio ocorrido a algumas léguas da costa da Bahia em junho de 1556, em que pereceu uma centena de outras pessoas vítimas da antropofagia dos Caeté, entre as quais o Bispo Sardinha, estava um língua, relata Serafim Leite em notas às Cartas de Nóbrega (2000:279).
• 8. Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres 8 de maio de 1558 Substituir tais símbolos, recodificando psicolinguisticamente a mentalidade indígena, era tarefa das mais árduas. O ideal de transformar “selvagens em homens, e homens em cristãos, e os cristãos em perseverantes na fé” (BOXER, 1977:89) revelava-se, muitas vezes, um trabalho de Sísifo, como se vê das notas de desesperança que pervagam as cartas jesuíticas, especialmente de Nóbrega e Anchieta. Em missiva escrita já a 08 de maio de 1558, dez anos do início da obra missionária, o jesuíta português assim se lamenta (2000:290): Depois que fui entendendo por experiência o pouco que se podia fazer nesta terra na conversão do gentio, por falta de não serem sujeitos, e pouca esperança de se a terra senhorear por ver os cristãos desta terra como sujeitos ao mais triste e vil gentio de todo o mundo, e ver a pouca ajuda e os muitos estorvos dos cristãos destas partes, cujo escândalo e 147 mau exemplo é bastante para não se converterem posto que fora o melhor gentio do mundo.
• 9. Levante dos Tupinaquim 18 de janeiro de 1590 É esse domínio da língua geral que permitirá aos jesuítas uma reputação sobranceira perante os índios, em algumas situações de forma absolutamente invulgar, como no caso do Padre Manuel de Chaves, cuja facilidade com a língua, certamente aliada ao carisma pessoal, fazia-o ser tido à conta de acabar com estado de guerra entre índios e brancos. Serafim Leite (2004-I:104), tratando do levante dos Tupinaquim em 1590, ressalta sua figura, que faleceu a 18 de janeiro daquele ano. Conclui desta última data que o ataque deve ter sido posterior a essa data, porque, segundo Anchieta, enquanto morou em S. Paulo o P. Chaves, só uma vez, houve guerra entre os Índios e os Portugueses; nunca jamais, enquanto esteve em Piratininga, se abriu guerra entre uns e outros. Uma só vez se ausentou e foi o mesmo que rompesse a guerra, que com sua presença depois parou, durando a paz toda a sua vida, e acabando-se com a sua morte. ["A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005]
Mapa de América del Sur desde el Ecuador hasta el Estrecho de Magallanes, 1607. Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) 1607. Atualizado em 24/10/2025 04:15:13 Relacionamentos • Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Cananéia/SP, Laguna/SC, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (4) Cacique Tayaobá (61 anos), Domingo Martinez de Irala (1506-1556), Francisco de Sousa (67 anos), Ruy Diaz de Guzman (48 anos) • Temas (27): Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Caminho do Peabiru, Caminho Sorocaba-Paranapanema, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Estreito de Magalhães, Fortes/Fortalezas, Geografia e Mapas, Guayrá, Maniçoba, Ouro, Portos, Rio Anhemby / Tietê, Rio Guapeí, Rio Huybay, Rio Iguassú, Rio Itapocú, Rio Jaguari, Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Pirapo, Rio Sorocaba, Rio Taquari, São Filipe, Tordesilhas ![]() • 1. “História do Brasil”, Antônio José Borges Hermida 1958
Revista Histórica do Museu Nacional de Montevidéu março de 1956. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31 Relacionamentos • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Iperó/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (6) Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Cacique Tayaobá (1546-1629), George Marcgrave (1610-1644), Hans Staden (1525-1576), José de Anchieta (1534-1597), Pedro Lozano (1697-1752) • Temas (6): Apoteroby (Pirajibú), Caminho do Peabiru, Canibalismo, Estradas antigas, Nheengatu, Peru
“Notas sobre a evolução da morada paulista”. Luiz Saya (1911-1975) 1957. Atualizado em 30/10/2025 13:58:44 Relacionamentos • Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Caeté/MG, Cananéia/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (21) 1º visconde de Barbacena (1610-1675), Agostinho Barbalho Bezerra, Antonio Dias Adorno (1535-1583), Antonio Pedroso de Barros (1610-1652), Antônio Rodrigues Arzão, Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740), Cristóbal de Mendoza, Diogo de Quadros, Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Jerônimo Leitão, José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), José de Anchieta (1534-1597), Lourenço Castanho Taques (o capitão; velho) (1609-1671), Luiz Saya (46 anos), Manoel Paes de Linhares, Manuel Preto (1559-1630), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Nicolau Barreto, Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Simão Borges Cerqueira (1554-1632), Washington Luís Pereira de Sousa (88 anos) • Temas (7): Concepción del Bermejo, Diamantes e esmeraldas, Gentios, Nossa Senhora da Candelária, Rio Huybay, Sabarabuçu, Tordesilhas • 1. Não se sabe sobre seu fim, após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região, em outra versão acredita que pode ter sido assassinado pelos Carijós em 1537 1537 • 2. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza 13 de janeiro de 1606 chorar. Só faremos lembrança a Vossa Mercê que se sua pessoa ou cousa muito sua desta Capitania não acudir com brevidade pode entender que não terá cá nada, pois que estão as cousas desta terra com a candeia na mão e cedo se despovoará, porque assim os capitães e ouvidores que Vossa Mercê manda, como os que cada quinze dias nos metem os governadores gerais, em outra cousa não entendem, nem estudam senão como nos hão de esfolar, destruir e afrontar, e nisto gastam o seu tempo: eles não vem nos governar e reger, nem aumentar a terra que o Senhor Martim Afonso de Sousa ganhou e Sua Majestade lhe deu com tão avantajadas mercês e favores. Vai isto em tal maneira e razão, que pelo eclesiástico e pelo secular não há outra cousa senão pedir e apanhar, e um que nos pede e outro que nos toma tudo é seu e ainda lhes ficamos devendo. E se falamos prendem-nos e excomungam-nos, e fazem de nós o que querem, que como somos pobres e temos o remédio tão longe não há outro recurso senão baixar a cerviz e sofrer o mal que nos põem. Assim, Senhor, acuda, veja, ordene e mande o que lhe parecer que muito tem a terra que dar: é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhas, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açúcar, e esperamos que haja prata pelos muitos indícios que há, mas faltam mineiros e fundidores destros. E o bom governo é o que nos falta de pessoas que tenham consciência e temor de Deus e valia, que nos mandem o que for justo, e nosfavoreçam no bem e castiguem no mal quando o merecermos, que tudo é necessário. Diogo de Quadros é ainda provedor das minas, até agora tem procedido bem, anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila ecomo se perdeu no Cabo Frio, tem pouca posse e vai devagar, mas acaba-lo-á e será de muita importância por estar perto daqui como três léguas, e haverá metal de ferro; mais há na serra de Biraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastada; e perto dali como três léguas está a Caatiba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao Norte haverá 60 léguas de cordilheira de terra alta, que toda leva ouro, principalmente a serra de Jaraguá, de Nossa Senhora do Monte Serrate, a de Voturuna, e outras. Pode Vossa Mercê fazer aqui um grande reino a Sua Majestade, há grande meneio e trato para Angola, Peru e outras partes, podem-se fazer muitos navios, que só o bem se pode trazer de lá, pois há muito algodão, muitas madeiras e outros achegos. Quanto à conservação do gentio que não convém termos e avexarem-nos, assim como nos fazem a nós o faremos a eles, e os [índios] cristãos vizinhos são quase acabados, mas no sertão há infinidade deles e de muitas nações, que vivem à lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os descermos com ordem para serem cristãos, será causa de grande proveito, principalmente o gentio Carijó, que está 80 léguas daqui por mar e por terra e se afirma que podem ser 200.000 mil homens de arco. Esta é uma grande empresa e a Vossa Mercê ou cousa muito sua lhe estava bem que Sua Majestade lhe concedesse, e lhe importaria mais de 100.000 cruzados, afora o de seus vassalos, o que pelo tempo em diante pode redundar a esta capitania, além do particular do mesmo gentio vindo ao grêmio da Santa Madre Igreja. Tornamos a lembrar, acuda Vossa Mercê, porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra lhe levam o gentio do seu sertão e distrito, e muito cedoficará tudo ermo com as árvores e ervas do campo somente; porque os portugueses, bem sabe Vossa Mercê que são homens de pouco trabalho, principalmente fora de seu natural. Não tem Vossa Mercê cá tão pouca posse, que das cinco vilas que cá tem com a Cananéia pode por em campo para os Carijós mais de 300 homens portugueses, fora os seus índios escravos, que serão mais de 1.500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Peru por terra, e isto não é fábula. Já Vossa Mercê será sabedor como Roque Barreto, sendo capitão, mandou ao sertão 300 homens brancos a descer gentio e gastou dois anos na viagem, com muitos gastos e mortes, e por ser contra uma lei de El Rei, que os padres da Companhia trouxeram, o governador geral Diogo Botelho mandou provisão para tomarem o terço para ele, e depois veio ordem para o quinto; sobre isto houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados, que talvez há nesta vila hoje mais de 65 homiziados, não tendo ela mais de 190moradores ; se lá for alguma informação de que a gente desta terra é indômita, creia Vossa Mercê o que lhe parecer com o resguardo que deve aos seus, que não há quem sofra tantos desaforos. Nosso Senhor guarde a pessoa e família de Vossa Mercê, etc. – São Paulo, 13 de janeiro de 1606. (Assinados os juízes e vereadores).”
• 3. Chegam ao Rio de Janeiro 23 de março de 1619 • 4. “Canibalismo, nudez e poligamia”, Adriano César Koboyama 31 de julho de 2022 Na Ata de 24 de Dezembro de 1612, os moradores da vila de São Paulo se queixavam de que os homens que iam ao sertão e ajudavam a “vir o gentio carijó que voluntariamente vêm para esta capitania [de São Vicente] e os moradores lhe saiam ao caminho com suas ferramentas [e] mantimentos para os ajudarem a vir e deseja-lhes com isso granjear as vontades e ver se os querem servir pagando-lhes com vestir e doutrinar e o dito administrador [dos índios Mateus da Costa Amorim] os avexa com excomunhões sendo a jurisdição real de Sua Majestade e suas justiças não indo contra direito nenhumda Santa Madre Igreja porque não dão guerra a ninguém nem levantam bandeira...” 5 E é aqui que a bandeira sai do baú onde se guardavam os pertences da Câmara e se torna símbolo, por metonímia, de uma expedição militar, mesmo que a intenção belicosa seja do inimigo, no caso o índio: levantar a bandeira em uma lança significa ter intenção agressiva declarada. No caso específico, a intenção do gentio carijó que vinha a São Vicente não era agressiva, pois não levantavam bandeira e nem faziam guerra a ninguém. Nesse pequeno trecho está resumida toda a problemática daquilo que seria tratado no futuro como o /ciclo das Bandeiras Paulistas/: os índios vinham voluntariamente ou involuntariamente ao encontro dos paulistas? os índios eram escravizados ou trabalhavam em troca de uma recompensa em termos de alimento, vestuário, moradia e alimentação? nos conflitos entre os paulistas e a Santa Madre Igreja – sendo que nesse momento em São Paulo a Santa Madre Igreja era fortemente (se não totalmente) representada pela Companhia de Jesus – qual era a posição da jurisdição real de Sua Majestade? e o que podemos entender por jurisdição real de Sua Majestade em um momento que o rei era espanhol, mas a administração era portuguesa?
Atualizado em 02/11/2025 05:49:37 “Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda ![]() Data: 1959 Créditos: Sérgio Buarque de Holanda Páginas 70 e 71
• 1°. Mapa de Andrèa Bianco • 2°. Colombo Ainda em 1436, o mapa de Andrèa Bianco, provavelmente conhecido de Colombo, mostra, ao lado do Paraíso, numa península projetada do oriente da Ásia, homens sem cabeça e com olhos e a boca no peito. A Índia verdadeira, Índia Maior, como lhe chamavam antigos geógrafos e que o Almirante presumia ter alcançado, tanto que escrevera, ainda em 1503, aos Reis Católicos que certa região por ele descoberta ficava a dez jornadas do Ganges, era, dada a notoriedade de seus tesouros e mistérios, um dos lugares favorecidos pela demanda do sítio do Éden. [Páginas 22 e 23] • 3°. Martin Waldseemüller chega a converter em “pagus S. Paulli ”, originando a hipótese de que se acharia ali o mais antigo povoado europeu no Brasil onde ficara a impressão das pisadas, para consigo levarem as raspasem relicários. Foi, em parte, a êsse hábito que, segundo o autor daCrônica da Companhia, se deveu o desgaste das ditas rochas, até aopaulatino desaparecimento das pegadas que já nos meados do séculoXVII eram invisíveis, pôsto que a lembrança delas ainda a guardassemos antigos. Além disso era sua existência atestada em certas cartas dedoação, onde se lia por exemplo: "Concedo uma data de terra sita naspegadas de São Tomé, tanto para tal parte, tanto para outra[ .... ]"10•A relação dos milagres do apóstolo, aqui como na índia, nãofica, porém, nisso, e sua notícia não nos chegou unicamente atravésdos padres missionários. Ao próprio Anthony Knivet, tido por herege,que em certo lugar chamado Itaoca ouvira dos naturais ter sido alio lugar onde pregara São Tomé, mostraram perto do mesmo sítio umimenso rochedo, que em vez de se sustentar diretamente sôbre o solo,estava apoiado em quatro pedras, pouco maiores, cada uma, do queum dedo. Disseram-lhe os índios que aquilo fôra milagre e que arocha era, de fato, uma peça de madeira petrificada. Disseram mais,que o apóstolo falava aos peixes e dêstes era ouvido. Para a parte domar encontravam-se ainda lajedos, onde o inglês pudera distinguirpessoalmente grande número de marcas de pés humanos, todos de igualtamanho li. Parece de qualquer modo evidente que muitos pormenores dessaespécie de hagiografia do São Tomé brasileiro se deveram sobretudoà colaboração dos missionários católicos, de modo que se incrustaram,afinal, tradições cristãs em crenças originárias dos primitivos moradores da terra. Que a presença das pegadas nas pedras se tivesseassociado, entre êstes, e já antes do advento do homem branco, àpassagem de algum herói civilizador, é admissível quando se tenha emconta a circunstância de semelhante associação se achar disseminadaentre inúmeras populações primitivas, em todos os lugares do mundo.E é de compreender-se, por outro lado, que entre missionários e catequistas essa tendência pudesse amparar o esfôrço de conversão dogentio à religião cristã. Não admira, pois, se a legenda "alapego de sam paulo", que numadas mais antigas representações cartográficas do continente sul-americano, a de Caverio, aparentemente de 1502, se acha colocada emlugar aproximadamente correspondente à bôca do Rio Macaé, no atualEstado do Rio de Janeiro e que, em 1507, Waldseemüller chega aconverter em "pagus S. Paulli", originando a hipótese de que se achariaali o mais antigo povoado europeu no Brasil, levasse pelo menos umestudioso e historiador à idéia de que a outro apóstolo cristão, alémde São Tomé, se associassem as impressões de pés humanos encontradas em pedras através de várias partes do Brasil e ligadas pelosíndios à lembrança ancestral de algum personagem adventício que, ao lado de revelações sobrenaturais, lhes tivesse comunicado misteres maiscomezinhos, tais como o plantio, por exemplo, e a utilização da mandioca 12. Essas especulações foram reduzidas a seus verdadeiros limites,desde que Duarte Leite, aparentemente com bons motivos, explicoucomo a discutida palavra "alapego" não passaria de simples corrupçãode "arquipélago", alusivo à pequena Ilha de Sant´Ana, em frente à fozdo Macaé e a algumas ilhotas circunvizinhas. Em realidade a identificação de rastros semelhantes no ExtremoOriente, que os budistas do Cambodge atribuíam a Gautama, o seu"preah put" como lhe chamam, e os cristãos a São Tomé, de onde odizerem vários cronistas que uns e outros os tinham por coisa sua,não deveria requerer excessiva imaginação de parte das almas naturalmente piedosas no século XVI. A prova está em que, ainda em 1791, missionários franceses do Cambodge se deixarão impressionar também pela possibilidade da mesma aproximação. Em carta daquela data,escrita por Henri Langenois, um dêsses missionários, encontra-se, por exemplo, o seguinte trecho, bem ilustrativo : "Há alguns anos, nosso chefe Capo de Orta, tendo ido a Ongcor vat, perto do sítio onde estamos, mais para o norte, disse-lhe o grande bonzo: Cristão, vês essa estátua de um homem prosternado em frente ao nosso preah put(é o nome de seu falso deus)? Chama-se Chimé. Que significa aquela marca de uma planta de pé impressa em suas costas? Foi por não querer reconhecer e adorar a divindade de nosso preah put, que a tanto o forçou êsse pontapé. Ora, como se afirma que São Tomé Dídimo passou para a China através do Ongcor, não estaria aqui ahistória de suas dúvidas sôbre a Ressurreição e, depois, da adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo?"14. Sumé no Brasil; Chimé em Angcor, nomes que aparecem relacionados, um e outro, a impressões de pegadas humanas, que tanto noOriente, como aqui, se associavam, por sua vez, às notícias do aparecimento em remotas eras de algum mensageiro de verdades sobrenaturais, essas coincidências podem parecer deveras impressionantes.Não seria difícil, pelo menos na órbita da espiritualidade medieval equinhentista, sua assimilação à lembrança de um São Tomé apóstolo,que os autores mais reputados pretendiam ter ido levar às partes da1ndia, a luz do Evangelho cristão. Não só as pisadas atribuídas aosanto, mas tudo quanto parecesse assinalar sua visita e pregação aosíndios da terra. Em Itajuru, perto de Cabo Frio, existiu outrora umpenedo grande, amolgado de várias bordoadas, sete ou oito para cima,como se o mesmo bordão dera com fôrça em branda cêra, por seremiguais as marcas, e os naturais do lugar faziam crer que viriam do [p. 109, 110] • 4°. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel Pode dar-se idéia de celeridade com que se difundiu a lenda do \\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\resumos\apostolado\apostolado.txtie São Tomé nas índias, e não apenas nas índias Orientais, lembrando como, em 1516, quando Barbosa acabou de escrever seu livro, já se falava em sua estada na costa do Brasil. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã , referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel, Cristóvão de Haro e outros, que a 12 de outubro de 1514 aportava, já de torna-viagem, à Ilha da Madeira. Dos dados que o autor da Gazeta pôde recolher a bordo e mandar em seguida a um amigo de Antuérpia, constava a existência naquela costa de uma gente de muito boa e livre condição, gente sem lei, nem rei, a não ser que honram entre si aos velhos. Contudo, até àquelas paragens tinha chegado a pregação evangélica e dela se guardava memória entre os naturais. “Eles têm recordação de São Tomé”, diz o texto. E adianta: “Quiseram mostrar aos portugueses as pegadas de São Tomé no interior do país. Indicam também que têm cruzes pela terra adentro. E quando falam de São Tomé, chamam-lhe o Deus pequeno, mas que havia outro Deus maior”. “No país chamam freqüentemente a seus filhos Tomé.” A presunção, originária das velhas concepções colombinas, e que a cartografia contemporânea nem sempre se mostrara solícita em desfazer, de uma ligação por terra entre o Novo Continente e a Ásia, facilitava grandemente essa idéia de que à América e ao Brasil, particularmente, se estendera a pregação de São Tomé Apóstolo. Na própria Gazeta acha-se refletida essa idéia, onde se lê que o piloto da nau portadora das notícias, presumivelmente o célebre João de Lisboa, já afeito à carreira da índia, não acreditava achar-se o cabo e terra do Brasil a mais de seiscentas milhas de Malaca, e pensava até que em pouco tempo, e com grande vantagem para el-rei de Portugal, se poderia navegar do Reino até aquelas partes. “Achou também que a terra do Brasil continua, dobrando, até Malaca.” E presume o autor que esse fato favorece a crença na vinda do apóstolo a estas partes. “É bem crível”, diz, “que tenham lembrança de São Tomé, pois é sabido que está corporalmente por trás de Malaca: jaz na Costa de Siramath, no Golfo de Ceilão.” O crédito universal do motivo da impressão dos pés humanos, a que provavelmente não seriam alheios os nossos índios, a julgar pelos testemunhos de numerosos cronistas, dava ainda mais corpo à idéia. Aos europeus recém-vindos tratavam logo os naturais de mostrar essas impressões, encontradas em várias partes da costa. Simão de Vasconcelos, por exemplo, refere-nos como as viu em cinco lugares diferentes: para o norte de São Vicente; em Itapoã, fora da barra da Baía de Todos os Santos; na praia do Toqué Toqué, dentro da mesma barra; em Itajuru, perto de Cabo Frio, e na altura da cidade de Paraíba, a sete graus da parte do sul, para o sertão. Neste último lugar, com um penedo solitário, achavam-se duas pegadas de um homem maior e outras duas menores, de onde tirou o jesuíta que não andaria só o apóstolo e reporta-se, aqui, a São João Crisóstomo tanto quanto ao Doutor Angélico, segundo os quais se fazia ele acompanhar, em geral, de outro discípulo de Cristo: “as segundas pegadas menores”, escreve, “devem ser deste” 5. Por sua vez, Frei Jaboatão, dos Frades Menores, diz que no lugar do Grojaú de Baixo, sete léguas distante do Recife de Pernambuco, vira gravada a estampa de um pé, e era o esquerdo, “tão admiravelmente impresso, que à maneira de sinete em líquida cera, entrando com violência pela pedra, faz avultar as fímbrias da pegada, arregoar a pedra e dividir os dedos, ficando todo o circuito do pé a modo que se levanta mais alto que a dita pedra sobre que está impressa a pegada” 6 . Admite que sem embargo de atribuir-lhe a fama do vulgo a São Tomé, seria antes de um menino que andasse em sua companhia, porventura seu anjo da guarda. E a causa da suspeita estava na pequenez da impressão, que mostrava ser de um menino de cinco anos, com pouca diferença. • 5°. Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil” Pode dar-se ideia de celeridade com que se difundiu a lenda do apostolado de São Tomé nas Índias, e não apenas nas Índias Orientais, lembrando, como, em 1516, quando Barbosa acabou de escrever seu livro já se falava em sua estada na costa do Brasil. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazetta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por D. Nuno Manuel, Cristóvão de Haro e outros, que a 12 de outubro de 1514 aportava, já de torna-viagem, á Ilha da Madeira. Dos dados que o autor da Gazeta pôde recolher a bordo e mandar em seguida a um amigo de Antuérpia, constava a existência naquela costa de uma gente de muito boa e livre condição, gente sem lei, nem rei, a não ser que honram entre si aos velhos. Contudo, até àquelas paragens tinha chegado a pregação evangélica e dela se guardava memória entre os naturais. "Eles tem recordação de São Tomé", diz o texto. E adianta: "Quiseram mostrar aos portugueses as pegadas de São Tomé no interior do país. Indicam também que tem cruzes pela terra adentro. E quando falam de São Tomé, chamam-lhe o Deus pequeno, mas que havia outro Deus maior". "No país chamam frequentemente seus filhos Tomé." A presunção, originária das velhas concepções colombinas, e que a cartografia contemporânea nem sempre se mostrara solícita em desfazer, de uma ligação por terra entre o Novo Continente e a Ásia, facilitava grandemente essa idéia de que à América e ao Brasil, particularmente, se estendera a pregação de São Tomé Apóstolo. Na própria Gazeta acha-se refletida essa idéia, onde se lê que o piloto da nau portadora das notícias, presumivelmente o célebre João de Lisboa, já afeito à carreira da índia, não acreditava achar-se o cabo e terra do Brasil a mais de seiscentas milhas de Malaca, e pensava até que em pouco tempo, e com grande vantagem para el-rei de Portugal, se poderia navegar do Reino até aquelas partes. “Achou também que a terra do Brasil continua, dobrando, até Malaca.”. E presume o autor que esse fato favorece a crença na vinda do apóstolo a estas partes. “É bem crível”, diz, “que tenham lembrança de São Tomé, pois é sabido que está corporalmente por trás de Malaca: jaz na Costa de Siramath, no Golfo de Ceilão.” [Páginas 135 e 136] À fé comum dos índios Tupi poderia o cronista da Companhia juntar a de muitos descobridores e conquistadores brancos do Novo Mundo. O próprio Colombo não começara por ver no Pária, precisamente ao norte da Amazônia, em lugar que Schõner, no seu Globo de 1515, chega a identificar com o Brasil - Paria sive Brasília - a verdadeira porta do Éden? E não lhe parece tão bom como o do Fison o ouro que na mesma terra se criava? Mais tarde, sob a forma de Eldorado, se deslocaria esse paraíso colombino para a Guiana e para o rio de Orellana. Nem faltariam argumentos ainda mais respeitáveis, apoiados estes em escritos de teólogos antigos e modernos, a favor da crença dos que situassem o sagrado horto no coração do Brasil, e de preferência na Amazônia. Observa Vasconcelos que muitos daqueles teólogos, entre eles o próprio São Tomás de Aquino, teriam colocado o Paraíso debaixo da linha equinocial, cuidando que era a parte do mundo mais temperada (...) [Página 173] Confirmadas, bem ou mal, as notícias obtidas pela expedição lusitana de 1514 e documentadas na Nova Gazeta acerca das terras do ouro e prata, não tardariam muito em manifestar-se os ciúmes e divergências nacionais em torno de sua posse. Entre as Coroas de Portugal e Castela, que eram as diretamente interessadas, conduziu-se a polêmica sem acrimônia visível, como convinha a casas reais tão intimamente aparentadas, e no entanto com obstinada firmeza. A esperança dos maravilhosos tesouros, alvo de todas as ambições, dissimulava-se naturalmente sob raciocínios mais confessáveis, de sorte que não vinham à tona senão argumentos como o da demarcação ou o da prioridade. Não menos do que os castelhanos, presumiam-se os portugueses favorecidos, neste caso, pela linha de Tordesilhas, chegando mesmo a reivindicar todo o litoral que se estende até o estuário platino ou mais ao sul. E quem provaria a sem-razão dessas pretensões? Quanto ao problema das prioridades eram capazes de apresentar argumentos ainda mais impressionantes. [Página 91] • 6°. São Thomé Pode dar-se ideia de celeridade com que se difundiu a lenda do apostolado de São Tomé nas Índias, e não apenas nas Índias Orientais, lembrando, como, em 1516, quando Barbosa acabou de escrever seu livro já se falava em sua estada na costa do Brasil. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazetta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por D. Nuno Manuel, Cristóvão de Haro e outros, que a 12 de outubro de 1514 aportava, já de torna-viagem, á Ilha da Madeira. Dos dados que o autor da Gazeta pôde recolher a bordo e mandar em seguida a um amigo de Antuérpia, constava a existência naquela costa de uma gente de muito boa e livre condição, gente sem lei, nem rei, a não ser que honram entre si aos velhos. Contudo, até àquelas paragens tinha chegado a pregação evangélica e dela se guardava memória entre os naturais. "Eles tem recordação de São Tomé", diz o texto. E adianta: "Quiseram mostrar aos portugueses as pegadas de São Tomé no interior do país. Indicam também que tem cruzes pela terra adentro. E quando falam de São Tomé, chamam-lhe o Deus pequeno, mas que havia outro Deus maior". "No país chamam frequentemente seus filhos Tomé." [Páginas 135 e 136] • 7°. Real Cédula de D. Joana • 8°. Carta do embaixador Juan de Çúñiga a Carlos V* • 9°. Partida • 10°. Subiram o rio* • 11°. Uma carta do embaixador João da Silveira a Dom João III era portadora de notícias alarmantes* • 12°. A denominação Santa Catarina aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro • 13°. Diário de Pero Lopes Francisco de Chaves, morador antigo de Cananéia e possivelmente um dos que ficaram em terra da nau San Gabriel de Dom Rodrigo de Acuna, se não mesmo um dos náufragos da armada de Solis, e neste caso, antigo companheiro de Henrique Montes e Aleixo Garcia, aparece no Diário da Navegação de Pero Lopes, a propósito da jornada que mandou Martim Afonso de Cananéia terra adentro em busca do metal precioso. Para tanto seguira Pero Lobo a 1 de setembro de 1531 com quarenta besteiros e quarenta espingardeiros, guiados pelo mesmo Chaves, que “se obrigava que em dez meses tornara ao dito porto com quatrocentos escravos carregados de prata e ouro”. Pode dizer-se que cronologicamente é essa a primeira grande entrada paulista de que existe documentação. [p. 98] • 14°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? Dos Patos saíra Aleixo Garcia, e saíra, mais tarde, Cabeza de Vaca. Ambos tinham subido o Rio Itapucu, rumando para terras do atual Estado do Paraná, e sabe-se que o adelantado, valendo-se de guias indígenas, seguiu o itinerário de seu antecessor. Esse itinerário está descrito nos “Comentários” de Pero Hernandez e sobre ele discorre, com sua habitual segurança, o Barão do Rio Branco, além de reproduzi-lo em mapa 55. Tudo faz admitir que em algum ponto dessa via devesse desembocar o caminho que tinham percorrido, saindo de Cananéia, os expedicionários de Pero Lobo. De outro modo explica-se mal o fato de a gente de Cabeza de Vaca transitar em sua entrada pelo mesmo lugar onde dez anos antes se verificara o trucidamento daqueles expedicionários encontrando, além disso, à altura do Tibaji, um índio recentemente convertido chamado Miguel, de volta à costa do Brasil, de onde era natural, após longa assistência entre os castelhanos do Paraguai. Desse Miguel dirá mais tarde Irala, em documento publicado por Machaín, que tinha seguido pelo caminho que percorreu Aleixo Garcia: “por el camino que Garcia vino”. • 15°. Adorno assassina Henrique Montes • 16°. Uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires Na atividade que, já a partir de 1538, e até 1546, ano em que morreu, desenvolvera na Ilha de Santa Catarina, no continente vizinho, no Guairá e até em Assunção, o Frade Bernardo de Armenta, comissário da Ordem de São Francisco, estariam, muito possivelmente, os acontecimentos históricos que podem ter servido para avivar a lenda. A alta reputação ganha por ele entre os indígenas teria sido partilhada e talvez herdada, até certo ponto, por outro franciscano que o acompanhou e lhe sobreviveu, Frei Alonso Lebron, o mesmo que Pascoal Fernandes iria aprisionar em 1548, levando para São Vicente 39 . A este podia corresponder, na história, o papel atribuído no mito indígena ao “companheiro” de Sumé. Sabe-se que Frei Bernardo percorreu, pelo menos uma vez, em toda a sua extensão, o caminho chamado de São Tomé quando acompanhou, à frente de uma centena de índios, o Governador Gabeza de Vaca, e que o tinham em grande acatamento aqueles índios. Posto que o não estimasse o “adelantado ”, autor de sérias acusações ao seu comportamento, entre outras a de que, junto com Frei Alonso Lebron, guardaria encerradas em sua casa mais de trinta índias dos doze aos vinte anos de idade 40, a boa conta em que era geralmente havido entre catecúmenos e gentios Carijó espelha-se no nome que todos lhe atribuíam de Pay Zumé, como a identificá-lo com figura mítica. Consta que, ao chegar a Santa Catarina, onde aceita a oferta do feitor real Pedro Dorantes, que se propõe ir descobrir o caminho “por donde garcia entró”, Cabeza de Vaca conseguiria realizar mais facilmente o intento de penetrar por terra até o Paraguai pelo fato de o julgarem os índios filho do comissário da Ordem de São Francisco, ou seja, de Bernardo de Armenta, “a quien ellos dizen Payçumé y tienen en mucha veneración”, segundo se expressaria em carta o próprio Dorantes 43 . No que dirão mais tarde os guaiarenhos aos missionários jesuítas, não parece muito fácil separar o que pertenceria ao franciscano, predecessor daqueles na obra de catequese, dos atributos do personagem mitológico celebrado pelos seus avós e a eles comunicado de geração em geração. Mesmo no nome dado ao caminho que, da costa do Brasil, procurava as partes centrais do continente, não se prenderia, de alguma forma, a lendária tradição a uma verdade histórica ou, mais precisamente, ao fato de o ter trilhado Frei Bernardo, que na imaginação dos índios da terra deveria ser figura mais considerável do que o adelantado? O certo, por este ou outro motivo, é que o mítico Sumé assume então no Paraguai, em particular no Guairá, que se achava para todos os efeitos dentro do Paraguai, proporções que desconhecera na América Lusitana, de precursor declarado e verdadeiro profeta da catequese jesuítica. Que dizer então do Pay Tumé peruano, em quem se acrisolam suas virtudes taumatúrgicas, dando ensejo à formação de toda uma brilhante hagiografia capaz de emparelhar-se com a do apóstolo cristão nas supostas andanças através do extremo oriente? [Páginas 152 e 153] • 17°. Documento • 18°. Expedição de Mercadillo à província de Maxifaro, perto das cabeceiras do Amazonas, e ao país dos Omágua • 19°. Tupinambás Êsse fato surpreende tanto mais quanto a mestiçagem e o assíduo contato dos portuguêses com o gentio da costa, longe de amortecer, era de molde talvez a reanimar alguns dos motivos edênicos trazidos da Europa e que tanto vicejaram em outras partes do Nôvo Mundo. Sabe-se, por exemplo, graças aos textos meticulosamente recolhidos e examinados por Alfred Métraux, o papel considerável que para muitas daquelas tribos chegara a ter a sedução de uma terra misteriosa "onde não se morre". Nem essa idéia, porém, que dera origem, por volta de 1540, a extensa migração tupinambá do litoral atlântico para o poente - causa, por sua vez, da malfadada aventura de Pedro de Orsúa na selva amazônica -, nem outras miragens paradisíacas dos mesmos índios, que se poderiam inocular nas chamadas "santidades" do gentio, parece ter colorido entre nossos colonos o fascínio, êste indiscutível, que exerceram sôbre êles as notícias da existência de minas preciosas. • 20°. Tem-se registro de uma ofensiva por parte dos Tupinambás à região* Sabe-se, por exemplo, graças aos textos meticulosamente recolhidos eexaminados por Alfred Métraux, o papel considerável que para muitas daquelas tribos chegara a ter a sedução de uma terra misteriosa "onde não se morre". Nem essa idéia, porém, que dera origem, por volta de 1540, a extensa migração tupinambá do litoral atlântico para o poente - causa, por sua vez, da malfadada aventura de Pedro de Orsúa na selva amazônica -, nem outras miragens paradisíacas dos mesmos índios, que se poderiam inocular nas chamadas "santidades" do gentio, parece ter colorido entre nossos colonos o fascínio, êste indiscutível, que exerceram s"ôbre êles as notícias da existência de minas preciosas. Num primeiro momento, é certo, tiveram essas notícias qualquer coisa de deslumbrante. Delas tratara, em carta a D. João III, certo Filipe Guillén, castelhano de nação, o qual, tendo sido boticário em sua terra, fizera-se passar em Portugal por grande astrônomo e astrólogo, até que, revelado um dia seu embuste, o mandou prender el-rei.Já à sua chegada ao Brasil, pelo ano de 1539, êsse mesmo homem,de quem Gil Vicente chegou a declarar, numas trovas maldizentes,que andou por céus e terras, olhou o solo e o abismo,de[ abismo vió el profundo,de[ profundo el paraisa,dei paraíso vió el mundo,dei mundo vió quanto quiso5,pretendera ter ouvido como de Pôrto Seguro entravam terra adentrouns homens e andavam lá cinco e seis meses. Empenhando-se eminquirir e saber das "estranhas coisas dêste Brasil", propusera-se sair,com o favor de Sua Alteza, a descobrir as minas que os índios diziamlá haver. [Páginas 34 e 35] • 21°. Carta de mestre Pedro de Medina • 22°. Descoberta das minas de Potosí • 23°. Pascoal Fernandes aprisiona o Frei Alonso Lebron • 24°. Entrada grande de Domingo Martinez de Irala • 25°. Depoimento de Brás Arias, em Sevilha Brás Arias, português de São Vicente, dera causa a uma denúncia por onde os oficiais da Casa de Contratação puderam ter conhecimento dos processos usados em tais assaltos. A denúncia partira do mesmo Martin de Orue que apare- cerá mais tarde em Lisboa a colher informações para o Conselho de Sua Majestade sobre as propostas de Diogo ou Domingos Nunes a el-rei Dom João III e sobre as pretensões territoriais lusitanas com respeito a terras da demarcação de Castela. Quatro ou cinco dias apenas depois da chegada de Arias, era este chamado a com- parecer perante o visitador de Sua Majestade na Casa, a fim de prestar depoimento acerca dos latrocínios e malícias atribuídos por Orue aos de São Vicente e outras partes do Brasil em prejuízo de vassalos e súditos do imperador. Tomado seu juramento na devida forma de como diria a verdade do que sabia, confirmou Arias, acrescentando-lhes novos pormenores, as acusações do espião castelhano. Referiu como, cerca de um ano antes, dois navios, um de São Vicente, outro da capitania de Ilhéus, se tinham reunido em Cananéia, seguindo em conserva até a laguna do Viaça, junto à Ilha de Santa Catarina, onde estavam vários espanhóis, além de muitos índios e índias, que vinham sendo doutrinados por Frei Alonso Lebron, da Ordem de São Francisco. Achando-se a testemunha num dos navios, em que saíra a fazer os seus tratos, viu como Pasqual Fernandes, genovês, vizinho de São Vicente, e Martim Vaz, de Ilhéus, senhores e mestres dos navios, atraíram a bordo com enganos e fingida amizade aos espanhóis, entre estes Frei Alonso, além de parte dos catecúmenos que apresaram, e seriam cento e tantas peças, entre homens e mulheres. Feito isso partiram ambos os navios, com todos aqueles prisioneiros, seguindo um deles, o que era de Pascoal Fernandes, com destino a São Vicente, e neste iam o dito frade e os demais espanhóis, além de parte dos índios aprisionados, en- quanto o de Martim Vaz tomava o caminho de Ilhéus. Vira mais a testemunha, e assim o disse, que chegado a São Vicente o navio de Pasqual Fernandes, o capitão daquele porto, que se chamava Brás Cubas, lhe tomou os espanhóis e índios cristãos, pondo aqueles em liberdade e entregando estes a Frei Alonso, que lhe mostrara os privilégios e faculdades recebidos da sua Ordem e de Sua Majestade. Em seguida, deixou o frade em poder de certos vizinhos e moradores portugueses de São Vicente os índios e índias convertidos, para que os guardassem provisoria- mente, enquanto ele próprio ia a Portugal e Castela a queixar-se do sucedido. E com efeito, partiu para esses reinos onde, todavia, não chegou, constando-lhe que fora aprisionado por algum corsário francês. Quanto aos índios ainda não convertidos, sabia ainda o depoente que Brás Cubas os deixou em poder de Pasqual Fernandes e dos companheiros deste que participavam do negócio com a condição de os devolverem se e quando fossem reclamados por quem de direito os pudesse haver. • 26°. Primeira notícia da descoberta de metais preciosos foi o biscainho João Sanches: “e na parte donde nós outros povoamos, os portuguezes encontraram muitas minas de prata muito ricas, e isto digo porque na minha presença fizeram muitas fundições, as quais todas enviam ao rei de Portugal para que logo mande povoar toda a costa” • 27°. Caminho Também é provável que a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552 ou pouco antes, fosse um dos galhos da mesma estrada. Não há prova de que antes da vinda dos europeus fosse correntemente usada, em todo o seu curso, pelos Tupi vicentinos. Ao menos em certa informação que, depois de 1554, escreveu do Paraguai Dona Mencia Galderón, a viúva de Juan de Sanabria, diz-se que de São Vicente se podia ir até Assunção “por cierto camino nuevo que se habia descubierto”. • 28°. Maniçoba / Ulrico Schrnidel partiu de Buenos Aires, que veio do Paraguai a São Vicente, passando por Santo André, a vila de João Ramalho Também é provável que a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552 ou pouco antes, fosse um dos galhos da mesma estrada. Não há prova de que antes da vinda dos europeus fosse correntemente usada, em todo o seu curso, pelos Tupi vicentinos. Ao menos em certa informação que, depois de 1554, escreveu do Paraguai Dona Mencia Galderón, a viúva de Juan de Sanabria, diz-se que de São Vicente se podia ir até Assunção “por cierto camino imevo que se habia descubierto”. Esse novo caminho, descrito no livro do célebre aventureiro alemão Ulrico Schmidl, que em 1553 o percorreu de regresso ao Velho Mundo, foi largamente trilhado naqueles tempos, em toda a sua extensão, pelos portugueses de São Vicente, em busca dos Carijó, e ainda mais pelos castelhanos do Paraguai, que vinham à costa do Brasil ou pretendiam ir por ela à Espanha, até que os mandou cegar Tomé de Sousa no mesmo ano de 1553. Com alguma possível variante, deve ser uma das trilhas que no século seguinte percorrerão numerosos bandeirantes de São Paulo para seus assaltos ao Guairá. • 29°. Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei Esse novo caminho, descrito no livro do célebre aventureiro alemão Ulrico Schmidl, que em 1553 o percorreu de regresso ao Velho Mundo, foi largamente trilhado naqueles tempos, em toda a sua extensão, pelos portugueses de São Vicente, em busca dos Carijó, e ainda mais pelos castelhanos do Paraguai, que vinham à costa do Brasil ou pretendiam ir por ela à Espanha, até que os mandou cegar Tomé de Sousa no mesmo ano de 1553. Com alguma possível variante, deve ser uma das trilhas que no século seguinte percorrerão numerosos bandeirantes de São Paulo para seus assaltos ao Guairá. • 30°. Ulrico Schmidel chegou a São Vicente Também é provável que a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552 ou pouco antes, fosse um dos galhos da mesma estrada. Não há prova de que antes da vinda dos europeus fosse correntemente usada, em todo o seu curso, pelos Tupi vicentinos. Ao menos em certa informação que, depois de 1554, escreveu do Paraguai Dona Mencia Galderón, a viúva de Juan de Sanabria, diz-se que de São Vicente se podia ir até Assunção “por cierto camino imevo que se habia descubierto”. Esse novo caminho, descrito no livro do célebre aventureiro alemão Ulrico Schmidl, que em 1553 o percorreu de regresso ao Velho Mundo, foi largamente trilhado naqueles tempos, em toda a sua extensão, pelos portugueses de São Vicente, em busca dos Carijó, e ainda mais pelos castelhanos do Paraguai, que vinham à costa do Brasil ou pretendiam ir por ela à Espanha, até que os mandou cegar Tomé de Sousa no mesmo ano de 1553. Com alguma possível variante, deve ser uma das trilhas que no século seguinte percorrerão numerosos bandeirantes de São Paulo para seus assaltos ao Guairá. Por esse tempo, o vivo interesse com que a “costa do ouro e da prata” fora disputada pelas duas Coroas ibéricas parecia em grande parte arrefecido. Tanto que, compreendida em um dos quinhões que a Pero Lopes coubera na distribuição de capitanias hereditárias, o qual quinhão devia estender-se de Cananéia até, aproximadamente, o porto dos Patos, não se preocupam em colonizá-la os portugueses. Quando muito continuam a impedir que nela se estabeleçam os seus rivais. Em vez do metal precioso que dali parecera reluzir aos antigos navegantes, o que iam a buscar na mesma costa eram os Carijó para a lavoura ou o serviço doméstico. • 31°. Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante do "proprietário" das terras adquiriu em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte • 32°. Documento • 33°. Carta • 34°. Documento* • 35°. Partida da expedição de Bras Cubas* Outro tanto dissera em 1560 Vasco Rodrigues de Caldas, quando obteve de Mem de Sá autorização para rematar a jornada do espanhol. No mesmo ano e no anterior tinham-se realizado as expedições de Brás Cubas e Luís Martins, saídas do litoral vicentino. De uma delas há boas razões para presumir que teria alcançado a àrea do São Francisco, onde recolheu amostras de minerais preciosos. Marcava-se,assim, um trajeto que seria freqüentemente utilizado, no século seguinte,pelas bandeiras paulistas. É de crer, no entanto, que o govêrno, interessado, porventura, em centralizar os trabalhos de pesquisa mineral,tanto quanto possível, junto à sua sede no Brasil, não estimulasse as penetrações a partir de lugares que, dada a distância, escapavam mais fàcilmente à sua fiscalização. [p. 44 e 45] Se em vida do Senhor de Beringel tiveram, não obstante, algum alento as pesquisas de minerais preciosos, não só nas proximi- dades da vila de São Paulo, mas também em sítios apartados, como aqueles - porventura na própria região do São Francisco - de onde Brás Cubas e Luís Martins tinham tirado ouro já nos anos de 1560 e 61, por sua morte vieram elas a fenecer ou, por longo espaço, a afrouxar-se. [p. 64] • 36°. CARTA de nomeação de Domingos Garrucho para mestre-de-campo-general da projectada jornada de descobrimento da lagoa do Ouro • 37°. Peru • 38°. O Minion of London zarpou de Harwich a três de novembro de 1580 com dois integrantes da tripulação de John Winter a bordo, homens que conheciam a rota e tinham no currículo uma estadia em São Vicente • 39°. Conversa com o então embaixador de Portugal em Londres, Antônio de Castilho • 40°. Chegada da armada de Valdez ao Rio de Janeiro Sabe-se, com efeito, que um dos informantes de Hakluyt sobre as vantagens que podia oferecer a Ilha de São Vicente é o mesmo Thomas Griggs, que, tendo viajado anteriormente no Minion, aludira, segundo aqui mesmo já foi notado, à pouca distância, “doze dias apenas”, por terra ou água, entre a vila de Santos e certas partes do Peru. Que não deveria parecer muito extraordinária essa idéia indicam-no os receios surgidos na mesma época, isto é, em 1582, no Rio de Janeiro, de que se desgarrassem e fugissem para o Peru os oitenta soldados deixados em São Vicente parada defesa do porto pelo contador Andrés de Equino, da armada de Diego Florez Valdez. Mesmo a quem não partilhasse de ilusões semelhantes sobre a pretensa facilidade de acesso ao Peru entrando pelo caminho de São Vicente, pareceria claro, ainda nos primeiros anos do século seguinte, e mais tarde, que, de todas as do Brasil, era aquela a capitania de melhor passagem para as míticas serras, de onde, segundo numerosos testemunhos, continuamente se despejavam riquezas fabulosas no lago que ia alimentar o São Francisco e outros rios. E se o mau sucesso de tantas buscas sucessivas parecia sugerir que, ao menos na América Portuguesa, se não verificava a antiga crença de que os tesouros naturais sempre se avolumam à medida que se vai de oeste para leste, impunha-se a suspeita de que essas minas estariam, ao contrário, nas vizinhanças dos lugares onde fora largamente comprovada sua existência: em outras palavras, para as bandas do poente e junto às raias do Peru. Idéia simplista, sem dúvida; por isso mais apta a logo fazer prosélitos. A prova de que não se apartaria muito da realidade está em que, passado mais de um século, se descobrirão, justamente naquele rumo, as grandes aluviões auríferas de Cuiabá e Mato Grosso, das mais avultadas que registra a história das minas do Brasil. [p. 118] • 41°. Discourse of Western Planting • 42°. Alvará de Felipe II concediendo privilegios a Gabriel Soares de Sousa • 43°. Expedição de Martim Correia de Sá • 44°. Richard Hakluyt • 45°. Relato do padre Andrea Lopez • 46°. D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto* • 47°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza E se a imagem serrana das vizinhanças de São Paulo ainda não falasse bastante à sua imaginação, outros motivos, em particular a suspeita de que estando ali se acharia mais perto do Peru, por conseguinte das sonhadas minas de prata e ouro, poderiam militar em favor da escolha que fêz dessa vila para lugar de residência. Justamente pela época em que andaria na côrte da Espanha a pleitear junto ao Duque de Lerma e Filipe III sua nomeação para a conquista, benefício e administração das minas das três capitanias do Sul, devera ter chegado às mãos do donatário de São Vicente, aparentado seu, uma carta dos camaristas de São Paulo com data de janeiro de 1600, que era de natureza a suportar tais ambições e ainda mais corroborar suas ilusões acêrca da distância entre aquela vila e o Peru. A carta é, antes de tudo, um cerrado libelo contra os capitães, ouvidores e até governadores-gerais que segundo diz, não entendiam e nem estudavam senão como haviam de "esfolar, destruir e afrontar" o povo de São Paulo. Para dar remédio a tais malefícios, pede-se ao donatário que, por sua pessoa, ou "coisa muito sua", trate de acudir com brevidade à terra que o Senhor Martim Afonso de Sousa ganhou e Sua Majestade lhe deu com tão avantajadas mercês e favores. E para mostrar a bondade da mesma terra, referem-se os oficiais da Câmara entre outras coisas, às minas, exploradas ou não, que nela se acham, a de Caatiba, de onde se tirou o primeiro ouro, e ainda a serra que vai dali para o norte - "haverá sessenta léguas de cordilheira de terra alta, que tôda leva ouro" -, além do ferro de Santo Amaro, já em exploração, e o de Biraçoiaba, que é região mais larga e abastada, e também do muito algodão, da muita madeira, de outros muitos achegos, tudo, enfim, quanto é preciso para nela fazer-se "um grande reino a Sua Majestade". Ao lado disso, fala-se também no grande meneio e trato com o Peru e na presença de "mais de 300 homens portuguêses, fora seus índios escravos, que serão mais de 1500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Peru por terra, e isto não é fábula" [M. E. de AZEVEDO MARQUES, Apontamentos Históricos, Geográficos, Biográficos, Estatísticos e Noticiosos da Província de São Paulo, 11, págs. 224 e segs. Cf. também ACSP, li, págs. 497 e segs., onde vem reproduzida a carta dos camaristas de São Paulo, de acôrdo com o texto anteriormente impresso por Azevedo Marques.]. Sôbre a distância entre o litoral atlântico e os Andes são muitas vêzes imprecisas e discordes as notícias da época, e já se sabe como a idéia de que os famosos tesouros peruanos eram vulneráveis do lado do Brasil, chegara a preocupar a própria Coroa de Castela nos dias. [Páginas 94 e 95] • 48°. Belchior Dias Carneiro comandou uma bandeira de cerca de 50 homens brancos e muitos nativos. Esta expedição partiu de Pirapitingui, no rio Tietê, rumo ao sertão dos nativos bilreiros e caiapós. O objetivo explícito era o descobrimento de ouro e prata e mais metais • 49°. Aporta a Pernambuco dom Francisco de Sousa, nomeado capitão-general e governador da Repartição do Sul (ver 11 de junho de 1611) • 50°. BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver] • 51°. D. Francisco chegou em São Paulo Com todo o desvairado otimismo de seus planos grandiosos, não é impossível que, no íntimo, Dom Francisco se deixas-se impressionar por aquela idéia, partilhada com outros portugueses da época, de que, em matéria de ouro e prata, Deus se mostrara mais liberal aos castelhanos, dando-lhes a fabulosa riqueza de suas minas. Assim se explica a miragem do Potosi, o sonho, que já tinha sido o de Tomé de Sousa, de fazer do Brasil um “outro Peru” e que está presente em todos os atos de sua administração. Essa idéia obsessiva há de levá-lo, em dado momento, ao ponto de querer até introduzir lhamas andinas em São Paulo. Com esse fito chegaria a obter provisão real, lavrada em 1609, determinando que se metessem aqui duzentas lhamas ou, em sua linguagem, “duzentos carneiros de carga, daqueles que costumam trazer e carregar a prata de Potosi, para acarrear o ouro e a prata” das minas encontradas nas terras de sua jurisdição. E recomenda-se no mesmo documento que das ditas lhamas se fizesse casta e nunca faltassem 77 . Já seria essa, à falta de outras, uma das maneiras de ver transfiguradas as montanhas de Paranapiacaba numa réplica oriental dos Andes. E se a imagem serrana das vizinhanças de São Paulo ainda não falasse bastante à sua imaginação, outros motivos, em particular a suspeita de que estando ali se acharia mais perto do Peru, por conseguinte das sonhadas minas de prata e ouro, poderiam militar em favor da escolha que fez dessa vila para lugar de residência. Justamente pela época em que andaria na Corte da Espanha a pleitear junto ao Duque de Lerma e Filipe III sua nomeação para a conquista, benefício e administração das minas das três capitanias do sul, devera ter chegado às mãos do donatário de São Vicente, aparentado seu, uma carta dos camaristas de São Paulo com data de janeiro de 1600, que era de natureza a suportar tais ambições e ainda mais corroborar suas ilusões acerca da distância entre aquela vila e o Peru. • 52°. D. Francisco enviou a Madri um de seus filhos, Antônio de Sousa, com dois regalos para d. Filipe II: uma espada e uma cruz forjadas com o pouco ouro das minas de São Paulo* Em maio de 1610, enquanto seu filho se preparava para ir à Espanha levando a incumbência, entre outras, de fazer vir bacelos de vinha e sementes de trigo a fim de se introduzirem dessas granjearias, assentou-se em câmara que, na procuração dada a Dom Antonio em nome do povo para ir tratar de coisas relacionadas com o bem comum fosse excluída qualquer solicitação para a vinda daquelas plantas, de modo a que ninguém ficasse depois com a obrigação de as cultivar 4 *. Semelhante exemplo esclarece bem os receios que deveria causar entre a mesma gente o descobrimento ou conquista das minas, tão apetecidas de Dom Francisco. Tal há de ser sua constância nesses temores que, para fins do século, um governa- dor do Rio de Janeiro assinala o escasso interesse que demonstravam os paulistas por aquelas minas. Julgavam, e abertamente o diziam, observa ele, que, descobertos os tesouros, lhes haveriam de enviar governador e vice-rei, meter presídios na capitania para sua maior segurança, multiplicar ali os tributos, com o que ficariam expostos ao descrédito, perderiam o governo quase livre que tinham de sua república, seriam mandados onde antes mandavam, e nem lhes deixariam ir ao sertão, ou, se lá fossem, lhes tirariam as peças apresadas para as empregar no serviço das minas. • 53°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil • 54°. Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo • 55°. Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* • 56°. “Do lado espanhol” • 57°. Carta de Manuel Juan Morales ao rei Filipe IV (1605- 1665), “O Grande” • 58°. Quevedo, escrito por volta de 1636 • 59°. Carta do secretário do Conselho Ultramarino, solicitando informações sobre as minas de prata de Sabarabuçu e outras minas de esmeraldas e ouro de fundição de que se tinha notícia e que haviam motivado a preparação da jornada de Fernão Dias • 60°. Ruiz Montoya en Indias (1608-1652). Francisco Jarque (1609-1691) Francisco Jarque, por sua vez, na biografia que escreveu de Montoya, além de reproduzir o que diz este das origens e fama do mesmo caminho chamado de São Tomé, refere como, por ele, “el Peabiyu, que es el camino que llaman de San Tomé”, tratara o Padre Antônio Ruiz de recolher os catecúmenos que se tinham escapado, em 1628, às garras dos “portugueses dei Brasil”, assim como à servidão a que os queriam sujeitar os espanhóis da Vila Rica iniciando, à beira dele, a fundação de um povoado que teria, afinal, destino idêntico ao dos outros, destruído que foi pelos mamelucos de São Paulo. • 61°. Já em fins do século XVII, como os viajantes que saíssem do Brasil para o Guairá ainda podiam avistar a senda de São Tomé, onde andara o apóstolo Também Nicolas dei Techo, recorrendo ao testemunho de Nóbrega, apoiado pelas razões de Orlandini, o historiador da Companhia, refere, já em fins do século XVII, como os viajantes que saíssem do Brasil para o Guairá ainda podiam avistar a senda de São Tomé, onde andara o apóstolo. Conserva-se, adianta, “igual todo el ano, sin mas que las hierbas crecen algo y difieren bastante de las que hay en el campo, ofreciendo el aspecto de una via hecha con artificio; jamás la miran los misioneros dei Guairá que no experimenten grande asombro”. Além disso, perto da capital do Guairá existiriam elevados penhascos coroados de pequenas planícies onde se viam, como em várias partes do Brasil, gravadas sobre o rochedo, pisadas humanas. Contavam os indígenas como, daquele lugar, costumava o apóstolo, freqüentemente, pregar ao povo que acudia de toda parte a ouvi-lo. • 62°. Livro de Frei Antônio do Rosário, aponta entre os tesouros do Brasil o diamante, que seria então mandado “não em bisalhos, mas em caixas, que todo ano vem a este Reyno” • 63°. Descoberta dos diamantes no Brasil, no Cerro Frio • 64°. Missionários franceses do Cambodge se deixarão impressionar também pela possibilidade da mesma aproximação com S. Tomé Em realidade a identificação de rastros semelhantes no Extremo Oriente, que os budistas do Cambodge atribuíam a Gautama, o seu "preah put" como lhe chamam, e os cristãos a São Tomé, de onde o dizerem vários cronistas que uns e outros os tinham por coisa sua, não deveria requerer excessiva imaginação de parte das almas naturalmente piedosas no século XVI. A prova está em que, ainda em 1791, missionários franceses do Cambodge se deixarão impressionar também pela possibilidade da mesma aproximação. Em carta daquela data,escrita por Henri Langenois, um dêsses missionários, encontra-se, por exemplo, o seguinte trecho, bem ilustrativo: "Há alguns anos, nosso chefe Capo de Orta, tendo ido a Ongcor vat, perto do sítio onde estamos, mais para o norte, disse-lhe o grande bonzo: Cristão, vês essa estátua de um homem prosternado em frente ao nosso preah put (é o nome de seu falso deus)? Chama-se Chimé. Que significa aquela marca de uma planta de pé impressa em suas costas? Foi por não querer reconhecer e adorar a divindade de nosso preah put, que a tanto o forçou êsse pontapé. Ora, como se afirma que São Tomé Dídimo passou para a China através do Ongcor, não estaria aqui a história de suas dúvidas sôbre a Ressurreição e, depois, da adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo?" 14. Sumé no Brasil; Chimé em Angcor, nomes que aparecem relacionados, um e outro, a impressões de pegadas humanas, que tanto no Oriente, como aqui, se associavam, por sua vez, às notícias do aparecimento em remotas eras de algum mensageiro de verdades sobrenaturais, essas coincidências podem parecer deveras impressionantes. Não seria difícil, pelo menos na órbita da espiritualidade medieval e quinhentista, sua assimilação à lembrança de um São Tomé apóstolo, que os autores mais reputados pretendiam ter ido levar às partes da 1ndia, a luz do Evangelho cristão. Não só as pisadas atribuídas ao santo, mas tudo quanto parecesse assinalar sua visita e pregação aos índios da terra. Em Itajuru, perto de Cabo Frio, existiu outrora um penedo grande, amolgado de várias bordoadas, sete ou oito para cima, como se o mesmo bordão dera com fôrça em branda cêra, por serem iguais as marcas, e os naturais do lugar faziam crer que viriam do [p. 109, 110] • 65°. “Terra sem mal”
História das bandeiras paulistas - Tomo II, 1975. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958) 1975. Atualizado em 23/10/2025 17:29:23 Relacionamentos • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Itu/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (11) Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Braz Rodrigues de Arzão (1626-1692), Clemente Álvares (1569-1641), Frei Vicente do Salvador (1564-1639), João Capistrano Honório de Abreu (1853-1923), Lourenço Leme da Silva, Mathias Cardoso de Almeida (n.1605), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Rodrigo de Castelo Branco • Temas (5): Apereatuba, Bituruna, vuturuna, Ouro, Serra de Jaraguá, Vutucavarú ![]() • 1. Os irmãos João e Lourenço Leme da Silva chegavam a Sorocaba, com os seus índios, negros, bastardos e carijós. Vinham adquirir mais escravos e novos elementos necessários ao maior êxito de sua prospérrima mineração 2 de janeiro de 1723 Em janeiro de 1723 chegavam a Sorocaba, com os seus índios, negros, bastardos e carijós. Vinham adquirir mais escravos e novos elementos necessários ao maior êxito de sua prospérrima mineração. Convidou-os Rodrigo César de Meneses a se apresentarem, em palácio, o que recusaram, quiçá receosos das conseqüências dos crimes ou desejosos de não terem contato com o Delegado Régio. Empregou este todos os esforços para que viessem à sua presença multiplicando convites, ordens, rogos.
Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar 1997. Atualizado em 31/10/2025 09:07:11 Relacionamentos • Cidades (7): Araçoiaba da Serra/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sarapuí/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (19) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Baltazar Carrasco dos Reis (1617-1697), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), Daniel Pedro Müller (1785-1841), Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Francisco de Sousa (1540-1611), Jerônimo Leitão, José Monteiro Salazar (70 anos), José Vieira Couto de Magalhães (1837-1898), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Manuel João Branco (f.1641), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) • Temas (21): Almotacel, Bairro Itavuvu, Caminho do gado, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, El Dorado, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Grunstein (pedra verde), Guerra de Extermínio, Incas, Jurubatuba, Geraibatiba, Lagoa Dourada, Léguas, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Peru, Rio Sarapuy, Trópico de Capricórnio, Tupinambás, Tupiniquim, Vikings • 1. O “Descobrimento” do Brasil 22 de abril de 1500 (...) Há vários autores que dizem terem sido os selvagens brasileiros apenas de dois grupos; o Tupi e o Guarani. As diversas tribos (Tupinambás, Tupiniquins, Tamoios, Tapuias, Carijós e Aimorés) não constituíam propriamente nações independentes e, sim, grupos que se separavam e ganhavam dos outros nativos como que apelidos, devido a práticas que adotavam ou características que adquiriam. Seria, num exemplo grosseiro, como que um grupo de paulistanos que fosse morar em determinado lugar e passassem só a se alimentar de frutas e passasse a ser conhecido como "os fruteiros" ou "os frutistas". Assim, seriam uma só grande nação Tupi e, bem ao sul nos territórios hoje ocupados pelo Rio Grande do Sul e Paraguai, os Guaranis, esses com influências de nações do oeste (talvez mochicas ou outros). [Páginas 9 e 10] Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões". [Página 14] De posse de todos esses dados e afirmativas, somos levados a crer o seguinte: Os nativos Tupiniquins tomaram posse da região de Sorocaba partindo do litoral para onde haviam vindo, desde a Bahia e, após a luta contra os Tupinambás, ali se fixaram. Muitos eram aliados dos portugueses nas lutas contra os carijós e Tupinambás. Outras tinham sido reduzidos à condição de escravos. Mas, às vezes, revoltavam-se contra os portugueses. Azevedo Marques é um dos que, também, denomina os selvagens Tupiniquins, do grupo dos Carijós, colocando os verdadeiros Carijós nas proximidades do Rio Tietê (o antigo Anhembi). [Página 15]
• 2. Muitos forasteiros 27 de janeiro de 1590 • 3. “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil 1957 Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões".
Quando todos são Guarani: a guaranização indígena em escritos do século XVI nas Províncias do Rio da Prata, 2018. André Luis Freitas da Silva 2018. Atualizado em 11/07/2025 20:02:00 Relacionamentos • Cidades (1): Sorocaba/SP • Pessoas (3) Cacique Tayaobá (1546-1629), Francisco Diaz Tanho (n.1593), Giovanni Caboto • Temas (2): Redução de S Xavier e S Inácio (Itamaracá), Taiati (São Francisco Xavier)
Articulando escalas: Cartografia e conhecimento geográfico da bacia platina (1515-1628), 2018. Tiago Bonato, Universidade Federal do Paraná 2018. Atualizado em 24/10/2025 04:16:17 Relacionamentos • Cidades (5): Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (19) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Antonio Rodrigues "Sevilhano" (1516-1568), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Diogo Garcia de Moguér, Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Ortiz de Vergara (1524-1574), Gonçalo da Costa, João Sanches "Bisacinho", Juan de Sanabria e Alonso de Hinojosa (1504-1549), Juan Diaz de Solís, Luis de Céspedes García Xería (n.1588), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel Preto (1559-1630), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Mência Calderon Ocampo (1514-1593), Pedro Dorantes, Tomé de Sousa (1503-1579), Ulrico Schmidl (1510-1579) • Temas (16): Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminhos até São Vicente, Cavalos, Estradas antigas, Estreito de Magalhães, Incas, Nossa Senhora de Atocha, Pela primeira vez, Peru, Porto Belo, Rio Anhemby / Tietê, Rio da Prata, Rio Itapocú, Rio Ururay, Tordesilhas
Atualizado em 02/11/2025 09:16:55 Sobre São Paulo
Atualizado em 02/11/2025 05:49:36 Heróis Indígena do Brasil. Memórias sinceras de uma raça. Autor: Geraldo Gustavo de Almeida
• 1°. Vicente Yáñez Pinzón atinge o Cabo de Santo Agostinho no litoral de Pernambuco • 2°. Expedição da qual fazia parte o Américo Vespúcio chegou em Porto Seguro* • 3°. A armada de André Gonçalves chegou a Cananéia • 4°. Vespúcio fundou a feitoria do Rio de Janeiro* • 5°. Aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir" • 6°. Binot, o navegador francês levou consigo para a Europa Içá-Mirim, o filho de Arosca, ‘’Cacique dos Carijós’’ • 7°. Diogo Álvares "o Caramuru" já estava integrado aos Tupinambás, inimigos dos Carijós • 8°. Chegam em abril na feitoria da Bahia de Todos os Santos, muito próximo de onde hoje é Salvador • 9°. Deixam Salvador • 10°. Chegaram em Cabo Frio • 11°. Partida da nau Bretoa* • 12°. Jorge Lopes Bixorda levou à presença do Rei D. Manuel três índios brasileiros, todos vestidos de penas • 13°. Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil” • 14°. Cristóvão Jacques, no comando de duas caravelas, foi encarregado do patrulhamento da costa brasileira, a fim de desestimular incursões de corsários franceses • 15°. Três embarcações adentram a baía de Guanabara • 16°. Iça-Mirim, filho do cacique Arosca, de Santa Catarina, casou-se com Susana, filha do capitão, então tomado de grande afeição pelo hóspede brasileiro, que educara com esmero • 17°. Portugueses (com a expedição de Aleixo Garcia) e espanhóis passam a procurar a célebre Lagoa subindo o Rio da Prata e Paraguai, mas sem conseguir chegar à sua nascente 1522 - Aleixo Garcia sai das costas do Paraná com dois mil índios e chega no império dos incas antes de Pizarro. • 18°. Uma frota espanhola partiu do porto de Sevilha com o objetivo de refazer a viagem de Fernando de Magalhães até as Ilhas Molucas* • 19°. Ancoraram na ilha de Santa Catarina • 20°. Terra do Brasil passou a ser chamada apenas Brasil • 21°. Pero de Góes e Rui Pinto são incumbidos de castigar os carijós, supostamente culpados do massacre da expedição de Francisco de Chaves • 22°. Envio de Diogo Leite • 23°. Martim Afonso fundeou no Rio de Janeiro • 24°. Pedro Agnez é enviado a terra • 25°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? • 26°. Fugindo à escravidão, 12 mil índios de Pernambuco e da Bahia migram para o oeste; trezentos deles chegaram ao Peru, depois de uma penosa jornada de cinco mil quilômetros através de serras, florestas, rios e pântanos • 27°. Foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes 1534 - A criação das Capitanias Hereditárias e a vinda de colonos, cada vez em maior número, aumenta o perigo contra a liberdade dos índios. • 28°. Cabeza de Vaca desembarca em Santa Catarina Miguel - Índio guarani. Em 1541 serviu de guia a Alvar Nuñez Cabeza de Vaca no percurso entre o rio Tibaji e Assunção, onde residira algum tempo. Vinha o índio de lá e ao encontrar o adelantado ofereceu-se para guiá-lo. Aceitando o oferecimento, Cabeza de Vaca dispensou os índios de Santa Catarina, que até ali o haviam acompanhado, chegando em Assunção no dia 11 de março de 1542, depois de 143 dias de viagem. [p. 95] • 29°. Chega a Assunção do Paraguai a expedição de Alvar Nuñez Cabeça de Vaca • 30°. Francisco de Orellana “descobre” o Rio Negro • 31°. Um assentamento espanhol a “duas léguas da volta do Rio da Prata” • 32°. Construção duma rudimentar Casa-Forte (por volta de 1547), na foz do Rio Bertioga, adjacente à Ilha Guaimbê (Capitania de Santo Amaro), chamou a atenção dos Tamoios • 33°. Ataque aos índios tamoios • 34°. A bandeira de Antonio Salema, chefiado por Japú-guassú, partiu do Rio de Janeiro • 35°. Jerônimo Leitão ataca as aldeias das margens do Anhembi (Tietê) • 36°. Afonso Sardinha é eleito capitão da guerra contra os índios 1592 — Afonso Sardinha é eleito, pelos oficiais e “homens bons” da vila de São Paulo, capitão da guerra contra os índios. Esta foi a segunda grande guerra dos paulistas, e durou sete anos. Depois de Sardinha, comandaram Jorge Leitão e João do Prado. • 37°. Domingos Affonso, procurador do conselho, quem aos collegas transmittia as queixas do "povo todo" furioso por causa da renovação de posturas antigas pelo facto de irem a Mogy, a um aldeiamento de indios, "homens conhecidos que desobedeciam as leis" • 38°. Partida • 39°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro • 40°. Carta de D. Antonio de Añasco ao Sr. Diego Marín Negrón, Governador do Rio da Prata em Buenos Aires • 41°. bandeira destroçada Em 1611 Fernão Paes de Barros comanda uma bandeira e atinge o Paranapanema, destruindo as aldeias que encontra pelo caminho; a bandeira apresa 800 índios do cacique Tambiú, mas no ano seguinte é destruída pelo governador do Guairá, Antônio Anasco. • 42°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo* Taiobá - Cacique guarani. Por muito tempo foi o terror dos castelhanos, pelos quais nutria ódio mortal em decorrência de uma traição de que fora vítima. Alguns anos antes uma autoridade de Assunção convidara-o, com mais outros três guerreiros, para ir a Vila Rica, e ali os prendeu a ferros, para obrigar sua troca por certo número de escravos. Foram ameaçados e açoitados, mas nada disso valeu. Preferiram morrer com grandeza do que satisfazer a avareza dos seus algozes. Embora acorrentado Taiobá conseguiu fugir e jurou vingança contra todo espanhol que lhe caísse nas mãos. Em vão tentaram apaziguá-lo. Não recebia mensageiros brancos e quando estes eram índios, devorava-os. O padre Montoya e seus amigos certa vez foram recebidos a flechadas. As proezas de Taiobá ensejaram-lhe o epíteto de "Guaçu". Mais tarde o jesuíta conseguiu convertê-lo, mas a conversão enfraqueceu seu poder sobre os índios, principalmente os feiticeiros, que passaram a hostilizá-lo. Em 1627 Taiobá havia atacado os bandeirantes paulistas. [p. 111] • 43°. Diogo Leite pede ao Rei para levar dez escravos indígenas para Portugal
Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007 2007. Atualizado em 31/10/2025 08:28:00 Relacionamentos • Cidades (11): Araçoiaba da Serra/SP, Curitiba/PR, Diamantina/MG, Ouro Preto/MG, Pilar do Sul/SP, Salto de Pirapora/SP, Santo Amaro/SP, São João del-Rei/MG, Sarapuí/SP, Sorocaba/SP, Tatuí/SP • Pessoas (12) 1° marquês de Pombal (1699-1782), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bartholomeu Fernandes Cabral (1518-1594), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Domingos Jorge Velho (1611-1670), Francisco de Sousa (1540-1611), João Antunes Maciel (n.1674), José Luiz Antunes Vieira (1778-1851), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martinho Dias Baptista Pires, Mestre Bartholomeu Fernandes, Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566) • Temas (19): Beneditinos, Caminho de Curitiba, Colinas, Ermidas, capelas e igrejas, Estrada Geral, Estrada Sorocaba-Tatuí, Estradas antigas, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Metalurgia e siderurgia, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, O Sol, Rio Pinheiros, Rio Sarapuy, Rio Verde, Rio Waivaicari, Vaivary, Verde, Rodovia Raposo Tavares, Tropeiros, Tupiniquim
“Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599) 1575. Atualizado em 30/10/2025 05:20:53 Relacionamentos • Cidades (1): Sorocaba/SP • Pessoas (4) Domingos Luís Grou (75 anos), Francisco Correa (f.1590), José de Anchieta (41 anos), Quirino Caxa (37 anos) • Temas (3): Maniçoba, Rio Paranapanema, Caminho do Paraguay
Atualizado em 02/11/2025 05:49:25 “O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) ![]() Data: 1924 Créditos: Alfredo Ellis Junior Página 150
• 1°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Muito espaçados eram, porém, os assomos da gente piratiningana na luta agressiva ao selvagem, pelo menos não era eles vultuosos, a ponto de deixarem sulco na História, pois só onze anos mais tarde se assinala outra expedição ao sertão, que foi chefiada por Jerônimo Leitão, capitão-mór da Capitania de São Vicente, em 1585,da qual fizeram parte Diogo de Onhatte, escrivão da Câmara de São Paulo, Diogo Teixeira de Carvalho, Affonso Sardinha, Antonio de Proença, o moço fidalgo da Câmara do Infante Dom Luiz, Sebastião Leme, Manuel Ribeiro, Paulo Rodrigues, Manuel Fernandes Ramos, Domingos Dias, o velho, padre Sebastião de Paiva, Salvador Pires, o moço, e Affonso Dias. ("Archivo Municipal de São Paulo", "Livro do Tombo"). • 2°. O capitão Sebastião Marinho, á frente de uma pequena expedição, atingiu as nascentes do Tocantins, em Goyaz, descobrindo, segundo consta, metais preciosos Cinco anos mais tarde o capitão Sebastião Marinho, á frente de uma pequena expedição, atingiu as nascentes do Tocantins, em Goyaz, descobrindo, segundo consta, metais preciosos. Foi esta expedição registrada, em um mapa castelhano da segunda metade do século XVIII, mapa este constante da brilhantíssima coletânea, organizada pelo erudito mestre Dr. Taunay, diretor do Museu Paulista. • 3°. Onde Amiudando-se as entradas dos paulistas, que intensificavam a sua ofensiva, encontramos logo no ano seguinte de 1595 o capitão Manuel Soeiro, capitaneando outra léva de bandeirantes contra os carijós. Nela tomou parte Sebastião de Freitas, o antigo soldado de Gabriel Soares, que em 1596 de novo se achava em São Paulo. Foi neste de 1596, que saiu de São Paulo a mais importante das bandeiras, até então registradas. Parece-nos ter ela tomado rumo norte, pelo vale do rio Parahyba, indo capitaneada pelo Capitão Mór João Pereira de Sousa Botafogo, a fazer "guerra da Parnahyba, conforme rezam os documentos. Saiu ela de São Paulo no mês de outubro de 1596, na mesma ocasião em que do Rio partia a gente de Martim de Sá, que ia contra os Tamoyos, orientado conforme o roteiro, que Knivet nos legou. Por esse itinerário de Knivet, a arrancada de Martim de Sá deveria ter arribato em Paraty, subido a serra do Mar, atravessados os campos de Cunha, e em seguida transposto os rios Parahytinga e Parahyba, justamente na ocasião em que julgo estar trilhando essas regiões a bandeira de Botafogo, que por São Miguel deveria ter chegado ao vale do Parahyba. É possível terem sido Botafogo á gente de armas de Martim, indo com eles perlustrar os sertões do rios Verde e Sapucahy, na faina da destruição dos restos da tribo tamoya. É preciso ficar em memória que é apenas um hipótese a aventada. É possível e quiçá provável mesmo que seja a de João Pereira de Sousa Botafogo, um empreendimento diverso do de Martim de Sá, cujo itinerário Knivet descreve. Basílio de Magalhães, no seu já citado "Expansão geográfica", diz que a expedição de Martim de Sá, composta de 700 portugueses e 2000 nativos, teria partido não em 1596, como supúnhamos, mas em 14 de outubro de 1597, isto é, um ano após. Sendo assim, vê-se que nada teria de comum uma expedição com outra, a não ser a região do Parahyba percorrida por ambas. O que parece não restar dúvidas é quanto a participação dos paulistas na expedição de Martim de Sá. Esta teria sido uma reedição da de Salema, vinte e três anos antes. [O Bandeirismo Paulista e o recuo do meridiano, 1924. Alfredo Ellis Junior. Página 39. Páginas 55 e 56] • 4°. Retorno* Os paulistas que acompanharam João Pereira de Sousa Botafogo, elevam-se a mais de uma centena, além do corpo de nativos. Dentre eles, porém, só consegui assinalar os seguintes: Capitão João Pereira de Sousa Botafogo (cabo da tropa), capitão Francisco Pereira, João do Prado, o velho, e seu genro Miguel de Almeida de Miranda, Sebastião de Freitas, Gaspar Collaço Villela, Estevam Martins, Simão Borges de Cerqueira, João Bernal, Francisco Farel, Vasco da Motta, Antonio Castilho, Antonio Pinto, João de Santa Anna, Miguel Gonçalves. Diogo Ramires, Ascenço Ribeiro, Francisco da Gama, Braz Gonçalves, o velho, Tristão de Oliveira, Antonio Zouro, Antonio de Andrade... de Barros, Pero Velho, Mathias Gomes, Antonio Pereira e Capitão Domingos Rodrigues (velho). Deveriam ter ocorrido importantes fatos durante a "guerra da Parnahyba", pois, em julho de 1597, o chefe da entrada, Botafogo foi preso, sendo obrigado a passar o comando a Francisco Pereira, que trouxe a bandeira a São Paulo, onde chegou nos últimos meses do ano, tendo-se demorado no sertão pelo espaço de ano e maio. • 5°. Retorno Longos anos permaneceu internada no sertão a expedição de Domingos Rodrigues, pois tendo partido de São Paulo como parte integrante da expedição de João Pereira de Sousa Botafogo, como dissemos acima, em outubro de 1596, somente chegou a São Paulo em 23 de dezembro de 1600, isto é, mais de quatro anos depois. É o que nos demonstra o inventário de Francisco da Gama, um dos expedicionários, que faleceu em fevereiro de 1600, ainda no sertão, onde o capitão Domingos Rodrigues procedeu ao arrolamento dos bens, que o falecido trazia consigo ("Inventários e testamentos", v. I.o., 339). Só foi iniciado judicialmente em São Paulo esse inventário a 23 de dezembro do mesmo 1600, pela volta da expedição. ("Inventários e testamentos", I.o., 335). • 6°. O procurador do Conselho, João de Sant´Ana, um dos signatários da carta Além deste preciosíssimo documento, existe um outro também municipal, publicado em "Actas", vol. II,130, mais eloquente ainda em elucidar a verdadeira região, caminhada pela expedição sob exame. Este documento confirma o supra citado completando-o. Trata-se de uma carta escrita ao Governador Geral Diogo Botelho, pelos oficiais da Câmara Paulistana, sobre a terça parte dos nativos apresados pela expedição de Nicolau Barreto, que segundo corria, seria tomada para o governo. Tem essa carta a data de 18 de julho de 1603, "... a cometer entada tam perigosa e de tão pouco proveito que para se aviarem qualquer pobre fez mais gasto do que se espera trazer de proveito e ainda já tão rota a fama e esta provisão posto que nos a não temos vto. que areseamos se mãde ao sertão recado do conteúdo na provisão e eles sabendo corre mto. risco vir nhu de la se não vense caminho do piquiri que é província do rio da Prata de que resultaria muito mal a esta capitania...". Prova este documento, que Nicolau Barreto estava para atravessar, na volta a São Paulo, um chamado caminho do Pequiry, que é certamente o afluente do rio Paraná, situado na então província do Rio da Prata, que por força de Tordesilhas, abrangia o Guayrá, hoje Estado do Paraná. Queremos crer que o chamado caminho do Pequiry seja o passo do rio Paraná, na foz do rio Pequiry, onde justamente o grande caudal se estreita sobremaneira, para se precipitar do alto da serra de Maracajú, nas Sete Quedas. Por ai, talvez, Barreto tenha passado para o Paraguay penetrando, assim, no vice reinado do Perú, que então abrangia, também, a enorme área boliviana, em cordilheira andina. [Páginas 23, 24 e 25] • 7°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza Quanto ao roteiro seguido pela expedição, engaram-se profundamente o dr. Derby e os que produziram a opinião deste notável sábio, afirmando que Nicolau Barreto, com sua expedição, rumou o norte, penetrou nas gerais e atravessando o rio das Velhas, pelo vale, do São Francisco, chegou ao Paracatú, nas proximidades do território goyano, pelo extremo, segundo o saudoso historiador americano, atingido pela leva em questão. Tivesse sido esta a região percorrida, pela expedição, não se justificaria ser ela a detentora, até aquela data do "record" de penetração do nosso hinterland conforme faz certo a estafadíssima carta de 13 de janeiro de 1606; Marinho e Domingos Rodrigues foram muito além. Documentos existem, porém, que prova, ex abundantia, ter Barreto tomado rumo sudoeste e nunca trilhado as regiões, que a miragem do nome de Paracatú levou o dr. Derby a se desviar do bom caminho, no pesquisa histórica. • 8°. Expedição* • 9°. Diversos homens poderosos, cujos nomes por essa razão não são talvez mencionados, revéis e desobedientes aos mandos das justiças, se aprontavam para ir aos carijós • 10°. Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate: Testamento de “Belchior casado com Hilária Luís Grou, tio de Domingos Fernandes” • 11°. Falecimento de Belchior Dias, Raposo Tavares assume o comando O falecimento de Belchior se deu em junho de 1608, tendo assumido o comando da expedição, Antonio Raposo, o velho, que em fins de dezembro de 1608 deu entrada em São Paulo com parte de sua gente, sendo que o restante da bandeira, como se vê do texto supra citado, permaneceu no sertão até 15 de fevereiro de 1609, data em que aportou ao povoado. Após este arranco, no mês de agosto de 1608, Martim Rodrigues Tenório de Aguiar, registrado por Silva Leme, como Martim Fernandes ("Genealogia Paulistana", tit. Tenorios), iniciou, pelo Anhemby abaixo, uma expedição, para a qual tinha aviado várias dezenas de expedicionários, dentre os quais(...) • 12°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves Depois dessa empreitada, temos a assinalar a que chefiou Martim Rodrigues Tenório, que, em agôsto de 1608, desceu o Tietê com os seguintes companheiros, dentre os muitos, que compunham a expedição: Antônio Nunes, Baltasar Gonçalves, Braz Gonçalves, Diogo Martins, João de Santana, João Pais, Manuel de Oliveira e Lourenço Gomes de Ruxaque. ("Inventários e Testamentos", vol. II, pág. 357; vol. III, pág. 255; e vol. IX, pág. 23). O falecimento de Belchior se deu em junho de 1608, tendo assumido o comando da expedição, Antonio Raposo, o velho, que em fins de dezembro de 1608 deu entrada em São Paulo com parte de sua gente, sendo que o restante da bandeira, como se vê do texto supra citado, permaneceu no sertão até 15 de fevereiro de 1609, data em que aportou ao povoado. Após este arranco, no mês de agosto de 1608, Martim Rodrigues Tenório de Aguiar, registrado por Silva Leme, como Martim Fernandes ("Genealogia Paulistana", tit. Tenorios), iniciou, pelo Anhemby abaixo, uma expedição, para a qual tinha aviado várias dezenas de expedicionários, dentre os quais(...) • 13°. Raposo* • 14°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro Em seguida ás bandeiras de Martim Rodrigues e de Belchior Dias Carneiro, durante todo o ano de 1609, não conseguimos encontrar referência alguma a qualquer expedição ao sertão. No ano seguinte, porém, de 1610, em outubro, encontramos Clemente Alvares e Cristovam de Aguiar, e muito provavelmente Braz Gonçalves (o mesmo que acompanhou a bandeira aniquilada de Martim Rodrigues aos "bilreiros"), a ponto de penetrar no sertão dos "carijós", pelo porto de Pirapitinguy (Tietê), conforme se vê de um protesto, aparentemente enérgico, dos oficiais da Câmara Paulistana. • 15°. Carta de Bartholomeu de Toralea • 16°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo* De fato, não era só com o uso da violência que os índios, em especial os carijós, foram descidos e levados a São Paulo. Os métodos persuasórios eram amplamente utilizados: faziam-se promessas de variados tipos, promovia-se a reunião de parentes e formavam-se redes de alianças. Sobre estes métodos, ver: MONTEIRO, John. “Os Guarani e a História do Brasil Meridional” In: CUNHA, M. História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1982. p. 475-498. Neste sentido, é famosa a carta do vilariquenho Bartolomeu de Torales, em 1612, comentando como Sebastião Preto, de São Paulo, havia utilizado com os caciques de “puras dádivas” para atraí-los, com suas aldeias, para a vila vicentina. “Carta de Bartolomeu de Torales a Diego Marin Negron”. Anais do Museu Paulista, Tomo I, 2a Parte, p.158. • 17°. “desde 1611 os portugueses de São Paulo entravam “de roldon” sacando e levando os índios. Dizia que, com isso, já tinham ido embora mais de três mil índios, e que, não fossem as ações de Torales e de Añasco, que mantinha alguns caciques presos, a região já teria se despovoado” • 18°. Bandeirantes • 19°. Bandeira comandada por Mateus Grou no Assungí De São Paulo, as nascentes do Assuguy medem, em linha reta, cerca de 400 quilômetros, o que quer dizer, que a expedição teve a vencer pelo menos 600 quilômetros, através de obstáculos naturais de todo o gênero, devendo levar para chegar ao seu alvo pelo menos três meses, de onde se conclui que, em janeiro de 1629, devia a expedição estar trilhando as proximidades de Ibiaguira, ou num raio de 50 quilômetros, justamente, onde o falecimento de Luiz Eanes, nessa ocasião, denúncia a presença da expedição de Matheus (inicio do inventário de Luiz Eanes, 10 de janeiro de 1629). Há ainda a coincidência extrema de que expedicionários, como Antonio Grou, figuram simultaneamente na lista dos companheiros de Manuel Preto, da "Relacion de los agrabios", e na expedição de Matheus Grou. Existe outro argumento ainda mais notável e interessante. É que Balthazar Gonçalves Malio, fazendo parte da expedição de Matheus Grou, sendo assinalado diversas vezes no inventário sertanejo de Luiz Eanes, saiu de São Paulo com a expedição de Manuel Preto, a 18 de outubro de 1628, conforme prova o testamento de sua mulher Jeronima Fernandes, feito em 5 de janeiro de 1630, onde diz: "... e porque o dito meu marido de presente está ao sertão na companhia de Manuel Preto..." Sendo que Balthazar só aparece no inventário em setembro de 1631. Não ha, pois, que duvidar terem havido estreitas ligações de organização entre as duas expedições mencionadas; e a ser assim como se evidencia, a lista dos integrantes, conhecidos de Guayrá, pode ser aumentada de vinte e três nomes identificados: [Páginas 55, 56 e 57] • 20°. Estão no Alto do Tibagy • 21°. Documento • 22°. Inventário de Jerônima Fernandes* • 23°. Partida Ficando, exuberantemente, provado ter esta expedição de 1635 tomado o caminho marítimo, para o sertão rio-grandense, onde eram os Patos, passemos a acompanha-la no seu roteiro. Vinte dias, mais ou menos, deveriam os barcos ter levado, na rota de Santos ao Rio Grande do Sul, pois que eram meio de transporte infinitamente mais rápidos do que as longas caminhadas, pelos sertões agrestes, da via terrestre. Deveria a expedição, em questão, ter desembarcado, ou na Laguna, em Santa Catarina, justamente onde passava o meridiano de Tordesilhas, e que dessa época, em diante, foi muito frequentada pelos expedicionários paulistas, como faz certo o inventário do paulista Custódio Gomes, 1638. Teriam já, nessa longínqua época a "advocacia administrativa" e a "negociata", implantado o seu terrível domínio nas nossas plagas? • 24°. Pero da Motta Leite deu licença a uma bandeira tendo por cabeças Ascenço de Quadros, Pero de Oliveira e João Missel Gigante • 25°. Ordem • 26°. D. João IV foi reconhecido soberano em São Paulo No volume VII, Suplemento do "Registro Geral", página 251, vem impresso esse auto de aclamação, com a respectiva certidão, com a data de três de abril, provando que o fato, em absoluto, não teve lugar em maio, nem em outra data qualquer. Assim dizem os documentos: "... o vereador mais velho Paulo do Amaral arvorou o dito pendão por três vezes dizendo em cada uma Real Real Real por El Rei dom João IV de Portugal respondendo a cada uma destas vezes todos os circunstantes com mil vivas e júbilos em o dito altar que estava preparado em o qual assistia o reverendo padre vigário revestido com o sobre peliz e estola em um livro dos Santos Evangelhos ou missal jurou nele o dito capitão mór João Luiz Mafra de conhecer e manter por estes reinos de Portugal o senhor dom João o IV rei de Portugal prometendo-lhe a menagem desta capitania e que a não entregaria senão a sua real majestade ou a seu certo recado e acabado tornou o dito vereador a tremular o dito pendão três vezes dizendo Real Real por El Rei dom João IV de Portugal a quem seguiam os vivas e júbilos dos mais circunstantes e saindo da dita procissão a casa do conselho donde havia de ficar o dito pendão por remate de tudo antes de se recolher o dito vereador fez as ditas cerimônias arvorando três vezes o dito pendão ao que seguiu a acostumada e aprazível voz de todos com mil vivas e júbilos por aqui se deu fim a esta tão festejada como alegre cerimônia de que mandaram fazer este auto de juramento e obediência e eterna na vassalagem e sujeição ao dito senhor rei dom João IV de Portugal em que assinara e eu Manoel Coelho escrevi. João Luiz Mafra, Antonio Raposo Tavares, Francisco Pinheiro Raposo, João Fernandes de Saavedra, Paulo do Amaral, João Martins de Heredia, ... Miguel Garcia Carrasco ..., frei João da Graça, dom abade de São Bento frei Manuel de Santa Maria ... Custódio, frei Francisco dos Santos guardião ambos de São, Fernão Dias Paes, Antonio Pompeu de Almeida, Francisco Rodrigues da Guerra, O licenciado Francisco de Chaves, o vigário Manuel Nunes, Francisco Velho de Moraes, João Ferreira Coutinho, Lourenço Castanho Taques, Victor Antonio e Castro Novo, padre Manuel Madureira Bernardo de Quadros, dom Francisco de Lemos, Manuel Lourenço de Andrade, Luiz Rodrigues Cavalheiro, Balthazar de Godoy, Claudio Furquim, Manuel Mourato Coelho, Domingos da Rocha, frei Vicente de Brito, frei Antonio de Santo Estevam, frei Domingos da Luz, frei Domingos da Encarnação, Antonio Pedroso de Alvarenga, Antonio Ribeiro de Moraes, Ascenso Ribeiro, João Raposo Bocarro, Francisco da Fonseca Prado Falcão, Gregório Fernandes, Francisco Martins. [Páginas 121, 122 e 123] Veio, pois, como se vê, a descoberta destes dois documentos de publicação oficial desfazer uma dúvida e um erro que se acentuavam na nossa história: pois a já mencionada obra de Ermelino de Leão, recentissimamente saída a lume, muito convictamente afirma: não haver documentos que provem as aclamações tido lugar nos primórdios de abril. É que o escritor paranaense não teve a necessária argucia de proceder á devassa da documentação impressa, deixando de compulsar os volumes do "Registro Municipal". A causa, porém, desse erro que ameaçava se enraizar nas páginas história, está no pouco cuidado dos que a tem estudado se limitando a copiar o já impresso, abstendo-se das pesquisas originais, pois que chegam muitos historiadores a ignorar o nome do próprio governador da capitania nesse ano de 1641!!! Parece incrível que se tenha afirmado ter sido o capitão-mór nessa época um tal de Luiz Leme (talvez atribuindo a Luiz Dias Paes Leme, o sertanista, já nosso conhecido), quando é certo não figurar nos documentos esse nome como exercendo o mencionado cargo da governança! Ermelino de Leão, corrigindo esta asserção, diz que o capitão mór na ocasião foi Francisco Pinheiro Raposo e, naturalmente, o mesmo signatário do auto de aclamação de dom João IV, como vimos acima. A emenda nos parece tão errada quanto o soneto, pois o capitão mór era João Luiz Mafra, como se vê dos documentos impressos, estando de acordo com a verdade do saudosíssimo João Mendes, que isso afirmava. Reintegrada, pois, a verdade histórica e banida qualquer dúvida existente sobre a verdadeira data das aclamações, com elementos irrefutáveis, como os que estampamos acima, estão elas definitivamente perpetuadas na nossa história, marcando os episódios, que tanto enobreceram o caráter paulista. [Páginas 125 e 126] • 27°. Paulistas estariam no "sertão"* • 28°. Na sessão da Camara de São Paulo, de 28 de setembro de 1641, declarava o procurador do conselho Miguel Carrasco, aos seus pares, que "a sua notícia era vindo que se aviaram desta vila mais de setenta moradores dele para irem ao sertão contra as leis provisões e proibições de Sua Majestade" • 29°. Bandeira que em setembro do ano passado estava no sertão deveria ter voltado a São Paulo, data em que foi iniciado o inventário de Sebastião Gonçalves* • 30°. Expedição de Jerônimo da Veiga • 31°. Expedição de Sebastião Machado Fernandes Camacho • 32°. Chegada a São Paulo da bandeira de João Mendes Geraldo • 33°. Partiu de São Paulo, para o sertão, uma formidável bandeira* • 34°. Carta do governador geral Antonio Telles da Silva, capitão mór da Bahia, aos officiaes da Camara paulista* • 35°. Parte de S. Paulo uma leva anonyma que após tres mezes de viagem aspera, chegou a Sabarabussú Notícias bem documentadas informam que, em 1649, barretas de ouro eram fundidas em Paranaguá, cunhadas com o selo real. Nesse ano o Provedor das Minas pediu ajuda à Câmara de São Paulo para ir a Paranaguá impedir o funcionamento da Casa de Fundição lá instalada. E há uma carta de Pedro de Sousa Pereira, Administrador Geral das Minas do Sul, datada de 20 de maio de 1653, comunicando ao Rei que transferira a “Casa”. • 36°. Pedro de Sousa Pereira, Administrador Geral das Minas do Sul, comunicando ao Rei que transferira a "Casa dos Quintos" de Paranaguá para Iguape Notícias bem documentadas informam que, em 1649, barretas de ouro eram fundidas em Paranaguá, cunhadas com o selo real. Nesse ano o Provedor das Minas pediu ajuda à Câmara de São Paulo para ir a Paranaguá impedir o funcionamento da Casa de Fundição lá instalada. E há uma carta de Pedro de Sousa Pereira, Administrador Geral das Minas do Sul, datada de 20 de maio de 1653, comunicando ao Rei que transferira a “Casa”. • 37°. Expedição deveria estar de retorno ao povoado paulistano* • 38°. Porto notável esforço dedicado, não apenas, mas principalmente por Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) em desprezar Sorocaba. Dentre as 262 páginas do “O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, somente na 249, ao tratar o Bandeirismo em declínio escreve: Quando o nascer de século dos setecentos presenciava as múltiplas descobertas auríferas, por entre as fragas das serranias centro-minerais, coroando os esforços tenazes da gente paulista, lavrou o cruento destino o decreto irremovível do declínio do bandeirismo. E, então, foi Ararytaguaba (Porto Feliz) a dolorosa sangria, dilatadamente aberta nas veias paulistas, de onde jorrara, para as bandas de além, o sangue aos borbotões das forças sertanistas, despovoando o berço piratiningano, para povoar os extensos territórios goyano e cuyabano, com a imensa aluvião de exploradores do ouro. Eis os últimos degraus que descemos, no ingrato setecentismo, onde nos demoramos, por longissimas décadas, até que a cruzada nobilitante do trabalho inicia a sem dúvida pela gente campineira sorocabana, ituana e paulistana em que germinaria finalmente, a semente hereditária do bandeirismo, veio a nos trazer a segunda e definitiva fase da grandeza da nossa pátria paulista que tem como pedestal o maior monumento agrícola, jamais existido na superfície do planeta (...) • 39°. Demonstraçam topographica do curso do rio Tieté desde a cidade de S. Paulo, thé a confluencia que forma com o rio Paraná, e desta the a barra do rio Yguatemi & a direção deste, thé as suas origens, bdlb.bn.gov.br/ acervo/handle/ 20.500.12156.3/15628 • 40°. Fernando VI da Espanha e Dom João V de Portugal assinam Tratado de Madrid Como dissemos, os cursos do grande rio e de seus numerosíssimos afluentes não foram por Castella aproveitados, para a penetração de suas vastíssimas colonias, ficando a bacia amazônica ao abandono. Por isso não foi difícil aos missionários religiosos, portugueses, no século XVIII, aí penetrar, fundando núcleos, que foram marcos possessórios, que valeram perante o tratado de 1750, que mais ou menos contornou o Brasil de hoje. • 41°. Bandeira* • 42°. Apenas três vereadores* • 43°. O ITINERÁRIO DAS APARIÇÕES. AYVU RAPYTA E A PALAVRA DE LEÓN CADOGAN.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXV dezembro de 1938. Atualizado em 31/10/2025 09:31:34 Relacionamentos • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Cuiabá/MT, Iguape/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (16) Afonso d´Escragnolle Taunay (62 anos), Antônia Dias, Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antonio Fernandes de Abreu (1654-1717), Balthazar Fernandes (1577-1670), Brás Esteves Leme II, Domingos Luís Grou (1500-1590), Gaspar Maciel Aranha, Jean de Laet (1571-1649), Justo Mancilla Van Surck, Luís Castanho de Almeida (34 anos), Luiz Fernando de Abreu, Pascoal Moreira Cabral II (1655-1690), Pascoal Moreira Cabral Leme (1654-1724), Simão Macetta (n.1582), Tomé Batista, frei • Temas (14): Almotacel, Bairro Itavuvu, Caminho do Mar, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Capela de Santa Ana de Sorocaba, Catedral / Igreja Matriz, Ermidas, capelas e igrejas, Léguas, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Nossa Senhora de Montserrate, Nossa Senhora do Rosário, Pelourinhos, Pontes, São Filipe ![]() • 1. Matriculas na Câmara de índios carijós 1615 • 2. Estima-se que haviam 1.000 moradores em Sorocaba, sendo 300 “brancos” 1661 O Itavovú vegetou de 1611 a 1661. À historia emudece aseu respeito. Nunca foi vila nem paroquia. Tudo leva a crer que nenhuma das duas povoações de Dom Francisco tivesse vereadores. Vigarios, nem se fala. O pelourinho, pois, foi apenas o companheiro temeroso de um governador-geral, um símbolo de sua autoridade. Por isso, não é bem uma mudança de pelourinho que se efetua em 1661. E! à criação de uma vila de Sorocaba, independente das outras duas. E´ a elevação oficial a vila de um povoa-do que existia desde 1645, com a consequencia infalivel de apressar, numa terceira transmigração, a vinda dos últimos povoadores do Itavovú, que em 1700 e poucos é uma simples fazenda onde mora o parnaibano Luiz Castanho de Almeida, neto do homônimo explorador de Goiaz. [p. 137]
Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro. Tomo XXXV 1932. Atualizado em 23/10/2025 15:54:10 Relacionamentos • Cidades (3): Rio de Janeiro/RJ, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP • Pessoas (8) Mestre Bartolomeu Camacho (n.1500), Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Gonçalo Camacho (1525-1600), Padre Guilherme Pompeu de Almeida (1656-1713), Joanna Ramalho (n.1520), José de Anchieta (1534-1597), Luís Gonzaga da Silva Leme (1852-1919) • Temas (16): “o Rio Grande”, Aldeia de São Miguel (Guarapiranga), Cachoeiras, Goayaó, Guaianás, Guaianás, Habitantes, Itapeva (Serra de São Francisco), Jurubatuba, Geraibatiba, Juru-Mirim, Nossa Senhora dos Pinheiros, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Tamanduatei, Serra de Paranapiacaba, Ybyrpuêra ![]() • 1. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri 11 de novembro de 1560 A concorrência dos portugueses e nativos á nascente Piratininga, levando os guayanãs e outros aborígenes que aí moravam a abandonar suas terras, eles foram fundar duas novas aldeias, que edificaram com os títulos de Geribatuba e de São Miguel. A aldeia de Geribatuba ou Gerivatiba, nome do rio a cuja margem direita se ostenta, numa elevada campina verdejante, e quilometros a S.O. de Piratininga, foi onde Caá-ubi estabeleceu a sua nova vivenda e de sua gente. Por volta de 1560 o padre José de Anchieta foi procurá-lo no seu retiro, combinando lá instalar uma obra de catequeses. O aldeamento prosperou sob o nome de Ibirapoêra, que foi mudado no século passado pelo de Nossa Senhora dos Pinheiros, até quando uma colônia de alemães aí estabeleceu, dando um novo impulso á localidade, a ponto de ser elevada a Distrito de Paz por provisão de 14 de janeiro de 1681 e a Município por decreto de 10 de julho de 1832 com o nome atual de Santo Amaro.
Historia da Companhia de Jesus no Brasil. Serafim Soares Leite (1890-1969) 1938. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31 Relacionamentos • Cidades (8): Cananéia/SP, Itanhaém/SP, Lisboa/POR, Peruíbe/SP, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP • Pessoas (20) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Benedito Calixto de Jesus (1853-1927), Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794), Fabiano de Lucena, Fernão Cardim (1540-1625), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Jerônimo Leitão, José de Anchieta (1534-1597), Juan de Salazar y Espinosa (1508-1560), Konyan-bébe, Leonardo Nunes, Luís da Grã (n.1523), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Mência Calderon Ocampo (1514-1593), Pero Correia (f.1554), Serafim Soares Leite (48 anos), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), Tomé de Sousa (1503-1579) • Temas (19): Cristãos, Bilreiros de Cuaracyberá, Ermidas, capelas e igrejas, Capitania de São Vicente, Colégios jesuítas, Franciscanos, Gados, Guerra de Extermínio, Habitantes, Jesuítas, Léguas, Nossa Senhora da Conceição, Ouro, Peru, Rio da Ribeira, o Isubay, Rio dos patos / Terras dos patos, Rio Iguassú, Rio Iguape, Caminhos a Iguape ![]() • 1. Manoel da Nóbrega escreve de São Vicente: “Ainda que com tanta contradição dos brancos não se pode fazer nada mais que desacreditar cada vez o nosso ministério” 10 de março de 1553 Ainda em vida do P. Leonardo Nunes se avançou na direção do sul. Iniciou ele próprio viagens, indo recolher umas senhoras naufragadas no Rio dos Patos. Fora a pedido de Tomé de Sousa, estava para lá no dia 10 de março de 1553, e já tinha voltado a 15 de junho. Neste dia, escreve Nóbrega que estão todos de saúde, "salvo Leonardo Nunes, que veio muito doente do Rio dos Patos, aonde foi buscar umas senhoras Castelhanas, a pedido do Governador".
• 2. Peabiru 15 de junho de 1553 Ainda em vida do P. Leonardo Nunes se avançou na direção do sul. Iniciou ele próprio viagens, indo recolher umas senhoras naufragadas no Rio dos Patos. Fora a pedido de Tomé de Sousa, estava para lá no dia 10 de março de 1553, e já tinha voltado a 15 de junho. Neste dia, escreve Nóbrega que estão todos de saúde, "salvo Leonardo Nunes, que veio muito doente do Rio dos Patos, aonde foi buscar umas senhoras Castelhanas, a pedido do Governador".
• 3. Peruíbe 1559 Benedito Calixto chegou a aventar a ideia de haver casa professa em Itanháem antes de 1553. E o próprio Teodoro Sampaio, geralmente tão seguro, diz que os Padres da Companhia possuíam em Peruíbe, desde 1559, "igreja e noviciado e serviço de catequese entre os Carijós". Os documentos históricos não justificam tais afirmações. Em Itanhaém ou Iperuíbe nunca houve Colégio, casa professa ou noviciado da Companhia, nem residência fixa dos Padres em todo o século XVI. 2 - Um pouco ao sul de Itanhaém, fica a vila de Iguape. Da estada dos primeiros Jesuítas nela não se conservou memória explícita. Passou por lá com certeza o P. Leonardo Nunes, quando foi recolher as senhoras castelhanas naufragadas no "Rio dos Patos". Também por ali passaram os irmãos Pedro Correia, João de Sousa e Fabiano de Lucena, na sua ida para os Carijós. Pouco depois destes fatos, entrou na Companhia Adão Gonçalves. Trazia ele certa questão com um procurador seu. Encarregara-o de requerer algumas terras em Iguape e o procurador pediu-as para si. Nóbrega, escrevendo de São Vicente em 1561 expõe o caso ao P. Francisco Henriques, Procurador do Brasil em Lisboa, nos seguintes termos: "Um irmão novo entrou agora na Baía, que tem nesta Capitania boa fazenda, e não tem mais que um filho, que lhe aqui temos, o qual ele deseja que também sirva o Nosso Senhor, e que fique tudo a èste Colégio de São Vicente. Este deixou encomendado aqui o seu procurador que lhe pedisse uma terra para trazer seu gado, mas, como são amigos do mundo, pediu-a para si. Aqueixando-me eu disto ao Capitão, o qual nos é afeiçoado e devoto, me aconselhou que mandasse pedir a Martim Afonso nesta forma: que a desse, se a podia dentro do tempo da sesmaria, aproveitar, por estar longe daqui, adonde se não permite ninguém morar, por temor dos nativos; mas se for nossa, assim por rezão, porque não se perderá por não fazer bemfeitura, pois temos alvará para isso, como porque poderemos lá logo trazer o gado, pois nos é lícito andar entre os nativos, nos ficará esta terra pera as criações de gado do Colégio, porque a melhor coisa de que cá se pode fazer conta pera renda dos Colégios é criações de vacas que multiplicam muito e dão pouco trabalho; porque ater-se tudo a El-Rei não sei quanto durará ou se bastará para manter tanta gente como a conversão de tanta gentilidade requere. E o mesmo aviso se deverá dar à Baía, ao P. Luiz da Grã, para que acrescente e não diminua a criação de gado, que lá deixei. E a terra, que há-de pedir a Martim Afonso é esta, nempe: ao longo do mar do Rio de Iguape até o Rio de Ibaí, légua e meia pouco mais ou menos, da costa, e pera o sertão 3 ou 4 léguas. E se Martim Afonso for propício, podem pedir mais, nempe, do Rio de Iguape três ou quatro léguas, ao longo do mar, e outras tantas pera o sertão de largura, e se for caso que esta seja dada, que nos encham esta dada ao diante, donte não estiver dado". [Historia da Companhia de Jesus no Brasil, 1938. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 315, 316, 317, 318 e 319]
• 4. Cacique Martinho 1574 Veremos depois outras tentativas de Manuel da Nóbrega e Luiz da Grã para a penetração do interior; mas convém conhecer antes, o esforço realizado ao longo da costa. Ainda em vida do P. Leonardo Nunes se avançou na direção do sul. Iniciou ele próprio viagens, indo recolher umas senhoras naufragadas no Rio dos Patos. Fora a pedido de Tomé de Sousa, estava para lá no dia 10 de março de 1553, e já tinha voltado a 15 de junho. Neste dia, escreve Nóbrega que estão todos de saúde, "salvo Leonardo Nunes, que veio muito doente do Rio dos Patos, aonde foi buscar umas senhoras Castelhanas, a pedido do Governador". Nóbrega temia que os Espanhóis, indo por terra, o levassem consigo até o Paraguai. Tinham vindo aquelas senhora como capitão João de Salazar, fundador da cidade de Assunção.Leonardo Nunes achou entre os Carijós alguns cristão, como os que tinham sido salteados e restituídos á liberdade algum tempo antes. Catequizaram-nos todos Frei Bernardo de Armenta e Fr. Alonso Lebrón, religiosos franciscanos, que acompanharam o Governador de Paraguai, Alvar Nuñez Cabeça de Vaca. Daqueles nativos cristão ficaram vestígios por muito tempo. É possível, também, que outros de São Vicente ou de São Paulo se vissem estabelecer por alí. Carijós em São Vicente estiveram, com certeza, além daqueles primeiros do tempo de Leonardo Nunes. Veio o irmão dum certo Martim, nativo principal. E êsse ou outro esteve em São Paulo e, vendo batizar, fazia o mesmo na sua terra. Daquele Martinho falava-se em São Vicente, em 1574. Tinha uma cruz na sua Aldeia. Quando via que alguns portugueses, que iam a contratar com ele, faziam reverência à Cruz, dizia que aquele era bom homem e dava-lhe quanto queria de sua casa. [p. 322, 323 e 324]
• 5. Partida 27 de novembro de 1596 • 6. Passando por ali, em 1605, os Padres João Lobato e Jerónimo Rodrigues, indo para os Carijós, entregaram ao "mordomo de Nossa Senhora uma esmola de azeite e uma guarda rica com um rosário de cristal, cujos extremos e cruz eram de ouro, que lhe mandou um João de Alvarenga" 1605 Não só os Jesuítas, mas todos os Portugueses da Capitania eram sumamente devotos de Nossa Senhora da Conceição, de Itanhaém. Concorriam para a sua confraria com esmolas, incorporavam-se nela, faziam-lhe visitas, não a esqueciam nos seus testamentos. Passando por ali, em 1605, os Padres João Lobato e Jerónimo Rodrigues, indo para os Carijós, entregaram ao "mordomo de Nossa Senhora uma esmola de azeite e uma guarda rica com um rosário de cristal, cujos extremos e cruz eram de ouro, que lhe mandou um João de Alvarenga". Tiveram um desgosto. Porque, dizem eles, "foi o mordomo de tal condição que, por mais que lhe pedimos pusesse aquele rosário ao pescoço da Senhora, pera nossa consolação e pera testemunho de lhe ser oferecido, nunca o pudemos acabar com ele; e mais trazendo o Padre Provincial Fernão Cardim esta esmola a seu cárrego, que por nós virmos por ali, e este estar de pressa, a não trouxe". Nesta data, já Itanhaém possuía vigário, o P. António Fernandes, que fôra da Companhia. Os ministérios dos Jesuítas em Itanhaém e arredores, durante o século XVI, consistiam em missões mais ou menos prolongadas, feitas pelos Padres de São Vicente e de Santos. Tais missões produziam fruto, que a tradição avultou com o tempo, sobretudo no que se refere a Anchieta. E com perfeito fundamento, neste caso, porque foi ele, não há dúvida, o seu principal apóstolo da praia de Itanhaém a que chamava "o seu Peru, pelo rico minério de almas que nele achava para salvar entre nativos e portugueses". Benedito Calixto escreve: "Logo que chegaram os primeiros Jesuítas em 1549, foram ali residir (em Itanhaém) entre os nativos e os colonos, antes de fundarem o Colégio de Piratininga; e deram imediatamente começo às obras da Igreja e estabelecimento do Colégio, florescendo a povoação até o ano de 1561". Calixto chegou a aventar a ideia de haver casa professa em Itanháem antes de 1553. E o próprio Teodoro Sampaio, geralmente tão seguro, diz que os Padres da Companhia possuíam em Peruíbe, desde 1559, "igreja e noviciado e serviço de catequese entre os Carijós". Os documentos históricos não justificam tais afirmações. Em Itanhaém ou Iperuíbe nunca houve Colégio, casa professa ou noviciado da Companhia, nem residência fixa dos Padres em todo o século XVI. 2 - Um pouco ao sul de Itanhaém, fica a vila de Iguape. Da estada dos primeiros Jesuítas nela não se conservou memória explícita. Passou por lá com certeza o P. Leonardo Nunes, quando foi recolher as senhoras castelhanas naufragadas no "Rio dos Patos". Também por ali passaram os irmãos Pedro Correia, João de Sousa e Fabiano de Lucena, na sua ida para os Carijós. Pouco depois destes fatos, entrou na Companhia Adão Gonçalves. Trazia ele certa questão com um procurador seu. Encarregara-o de requerer algumas terras em Iguape e o procurador pediu-as para si. Nóbrega, escrevendo de São Vicente em 1561 expõe o caso ao P. Francisco Henriques, Procurador do Brasil em Lisboa, nos seguintes termos: "Um irmão novo entrou agora na Baía, que tem nesta Capitania boa fazenda, e não tem mais que um filho, que lhe aqui temos, o qual ele deseja que também sirva o Nosso Senhor, e que fique tudo a èste Colégio de São Vicente. Este deixou encomendado aqui o seu procurador que lhe pedisse uma terra para trazer seu gado, mas, como são amigos do mundo, pediu-a para si. Aqueixando-me eu disto ao Capitão, o qual nos é afeiçoado e devoto, me aconselhou que mandasse pedir a Martim Afonso nesta forma: que a desse, se a podia dentro do tempo da sesmaria, aproveitar, por estar longe daqui, adonde se não permite ninguém morar, por temor dos nativos; mas se for nossa, assim por rezão, porque não se perderá por não fazer bemfeitura, pois temos alvará para isso, como porque poderemos lá logo trazer o gado, pois nos é lícito andar entre os nativos, nos ficará esta terra pera as criações de gado do Colégio, porque a melhor coisa de que cá se pode fazer conta pera renda dos Colégios é criações de vacas que multiplicam muito e dão pouco trabalho; porque ater-se tudo a El-Rei não sei quanto durará ou se bastará para manter tanta gente como a conversão de tanta gentilidade requere. E o mesmo aviso se deverá dar à Baía, ao P. Luiz da Grã, para que acrescente e não diminua a criação de gado, que lá deixei. E a terra, que há-de pedir a Martim Afonso é esta, nempe: ao longo do mar do Rio de Iguape até o Rio de Ibaí, légua e meia pouco mais ou menos, da costa, e pera o sertão 3 ou 4 léguas. E se Martim Afonso for propício, podem pedir mais, nempe, do Rio de Iguape três ou quatro léguas, ao longo do mar, e outras tantas pera o sertão de largura, e se for caso que esta seja dada, que nos encham esta dada ao diante, donte não estiver dado". [Historia da Companhia de Jesus no Brasil, 1938. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 315, 316, 317, 318 e 319]
Atualizado em 02/11/2025 05:49:15 Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969) ![]() Data: 1956 Créditos: Serafim Soares Leite (1890-1969) Página 41
• 1°. “procissão com grande música, a que os respondiam os trombetas. Ficaram os índios espantados de tal maneira, que depois pediam ao Pe. Navarro que lhes cantasse assim como na procissão fazia” (2000:41). (Anchieta em 1555) Além destes índios, há ouro gentio espalhado ao longe e ao largo, a que chamam Carijós (Carijós os Guaranis, cuja menção se encontra já nas primeiras cartas de Nóbrega. Carta de 9 de agosto de 1549.), nada distinto destes quanto à alimentação, modo de viver e língua, mas muito mais manso e mais propenso às coisas de Deus, como ficámos sabendo claramente da experiência feita com alguns, que morreram aqui entre nós, bastante firmes e constantes na fé. Estes estão sob o domínio dos Castelhanos, a quem de boa vontade constróem as casas e de boa mente ajudam a obter as coisas necessárias à vida. [Página 212 do pdf] • 2°. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" A narrativa impessoal diz que "se viu" e Nogueira, de fato, poderia não estar presente, mas Nóbrega "viu" em pessoa. Depois de fundar a Aldeia de Piratininga em 29 de agosto de 1553, seguiu para Maniçoba com um Irmão "grande" (Antonio Rodrigues) e quatro ou cinco Irmãos "pequenos" (meninos). Os tupinaquins iam matar em terreiro e comer, "uns índios carijós". Nóbrega procurou evitar o morticínio, sem o alcançar. (Foram estas e outras verificações positivas e pessoais, que o levaram ao plano de 1558, que Mem de Sá executou). Antonio Rodrigues e os Irmãos "pequenos" pregaram e "converteram" aqueles nativos que iam ser mortos; e também aqui os matadores impediam o batismo e os vigiavam muito bem, dizendo que, se eles se batizassem que comesse a sua carne morreria. [p. 437, 438 e 439 do pdf] • 3°. Carta de Pero Correa ao Pe. Braz Lourenço A narrativa impessoal diz que "se viu" e Nogueira, de fato, poderia não estar presente, mas Nóbrega "viu" em pessoa. Depois de fundar a Aldeia de Piratininga em 29 de agosto de 1553, seguiu para Maniçoba com um Irmão "grande" (Antonio Rodrigues) e quatro ou cinco Irmãos "pequenos" (meninos). Os tupinaquins iam matar em terreiro e comer, "uns índios carijós". Nóbrega procurou evitar o morticínio, sem o alcançar. (Foram estas e outras verificações positivas e pessoais, que o levaram ao plano de 1558, que Mem de Sá executou). Antonio Rodrigues e os Irmãos "pequenos" pregaram e "converteram" aqueles nativos que iam ser mortos; e também aqui os matadores impediam o batismo e os vigiavam muito bem, dizendo que, se eles se batizassem que comesse a sua carne morreria. O fato é contado em pormenor pelo Irmão Pero Correia, que tinha ido adiante de Nóbrega, e provavelmente também assistiu a matança, na carta de 18 de julho de 1554 (supra, carta 17). Ao nativo, que se ofereceu para os batizar secretamente ("para que aqueles morressem cristãos"), parece referir-se Nóbrega. [Diálogo sobre a conversão do gentio do P. Nóbrega. Baía 1556-1557. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 437, 438 e 439 do pdf] E muitos outros da Aldea, os quais ainda que alguns não deixem a vida viciosa por exemplo de outros maus cristãos que vem, todavia se crê deles terem fé, pois o principal pecado e que lhe mais estranham, deixaram, que é matarem em terreiro e comerem carne humana. Quem não sabe que indo à guerra estes e tomando contrários os mataram e enterraram? E pera mais vos alegrar, tão bem vos direi que se vio na Mandisoba, onde se matavam uns índios Carijós, outro índio, que com os Padres andava, oferecer-se com grande fervor e lágrimas a morrer pela fé, só porque aqueles morressem cristãos, e outros muitos casos particulares que acontecem cada dia, que seria largo contar. • 4°. Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos. [Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 292, 293 e 294 do pdf] • 5°. Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola • 6°. “Pois que direi de suas filhas, duas, a qual melhor cristã! Que direi da fé do grão velho Cayobi, que deixou sua aldeia e suas roças e se veio morrer de fome em Piratininga por amor de nós cuja vida e costumes e obediência a amostra bem ha fé do coração” • 7°. Manoel da Nóbrega convenceu o governador Mem de Sá a baixar "leis de proteção aos índios", impedindo a sua escravização • 8°. Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres Baía, 8 de maio de 1558 Destas cem léguas ao redor, senhoreia aquela cidade donde não há mais gente do que agora há esta cidade. E quando começaram a senhoreá-las foi con trinta ou quarenta homens somente. E não somente se contentam com terem esta senhoreada mas outros que estão antressachadas e fazem amigos uns com os outros e os que não guardam as pazes são castigados e fazem deles justiça os castelhanos como poucos dias há aconteceu que fizeram aos Índios de São Vicente que confinam com os Carijós por quebrantarem as pazes, que o Capitão do Paraguai havia feito uns com os outros, e outras muitas experiências que se tem tomado desta geração, que eu tenho ouvido e lido e alguma coisa visto. [Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres, 8 de maio de 1558. Páginas 550 e 551 do pdf] • 9°. Registro de terras Posse da Sesmaria de Geraibatiba no campo de Piratininga Campo de Piratininga, 12 de agosto de 1560: 1. Saibam quantos este instrumento de posse de humas terras de dadas, mandada dar por autorydade de justiça com ho teor do auto da pose vyrem: 2. E loguo, por mim tabelião, foy dado pose da dyta terra e mato, que parte de huma banda por uns pinheiros perto de Bartolomeu Carrasco, parte com ha outra parte vyndo pelo caminho ao longo do mato, caminho da Borda do Campo. [Página 270] • 10°. Manuel da Nóbrega solicita uma légua de terras próximas ao Rio Jeribatiba São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga) Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc. Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi. 2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [p. 42 e 43] • 11°. Aberto caminho São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga) Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc. Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi. 2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [Páginas 42 e 43] • 12°. Carta de Sesmaria: Mestre Bartholomeu e Bartholomeu Carrasco São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga) Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc. Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi. 2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [Páginas 42 e 43]
Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo, 1994. John Manuel Monteiro 1994. Atualizado em 31/10/2025 07:52:41 Relacionamentos • Cidades (9): Carapicuiba/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Mogi das Cruzes/SP, Paranapanema/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (12) André de Leão, Antonio Gomes Preto (1521-1608), Balthazar Fernandes (1577-1670), Belchior Dias Carneiro (1554-1608), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Sousa (1540-1611), Hilaria Luis Grou, Nicolau Barreto, Paulo de Proença e Abreu, Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Suzana Dias (1540-1632), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626) • Temas (14): Aldeia de Pinheiros, Bilreiros de Cuaracyberá, Caiapós, Caminho do Peabiru, Capitania de São Vicente, Guayrá, Pela primeira vez, Rio São Francisco, Sabarabuçu, Temiminós, Trigo, Guaianás, Tamoios, Estradas antigas
Terras, ouro e cativeiro: a ocupação do aldeamento dos Guarulhos nos séculos XVI e XVII, 2-16. José Carlos Vilardaga 2016. Atualizado em 20/08/2025 02:55:51 Relacionamentos • Cidades (5): Assunção/PAR, Guarulhos/SP, Itanhaém/SP, Santo Amaro/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (6) Cláudio Furquim "Francês" (1590-1665), Jerônimo da Veiga (n.1581), João Carlos de Villagran Cabrita (1820-1866), Lourenço de Siqueira de Mendonça (1570-1633), Luiz Furtado (1590-1636), Manoel Pinheiro Azurara (n.1570) • Temas (8): Caminho do Mar, Caucaya de Itupararanga, Engenho(s) de Ferro, Ermidas, capelas e igrejas, Escravizados, Estradas antigas, Marumiminis, Ouro ![]()
Atualizado em 02/11/2025 05:49:12 Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952
• 1°. Expedição Em 1561, a expedição de Vasco Rodrigues Caldas, que seguira pelo vale do Paraguassú (Bahia) e atingira a Chapada Diamantina, foi atacada e derrotada pelos tupinaês e viu-se forçada a voltar apressadamente, desistindo do intento de descobrir jazidas minerais. [Página 694 do pdf] • 2°. Gabriel Outra expedição, a de Antonio Dias Adorno, internou-se, em 1574, pelos sertões do atual Estado de Minas Gerais, à procura da "serra das esmeraldas". Parte dos sertanistas regressaram pelo "rio Grande" (Jequitinhonha), ao passo que outros, sob a chefia de Adorno, prosseguiram nas explorações. Alude Gabriel Soares de Sousa aos "grandes encontros" que Antonio Dias teve com os tupinaês. Confirmam-no o Padre Simão de Vasconcelos e Frei Vicente do Salvador, acrescentando este que Adorno trouxe "sete mil almas dos gentios topiguaens", depois de uma caminhada de 200 léguas. [Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952. Páginas 694 e 695 do pdf] • 3°. Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade Da ata da Câmara de São Paulo de 20 de setembro de 1587 consta que vinham uns nativos "tupiães do sertão desta capitania pelo caminho de paz e per sua vontade para povoar a terra e que Antonio de Proença, juiz ordinário da vila, tinha ido ao encontro deles, afim de "os fazer hir pera... (ilegível) e pera Itanhaém, a mandado do capitão-mór, Jerônimo Leitão". [Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952. Página 693 do pdf] • 4°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Na vereança de 5 de dezembro de 1593, vemos referências a nativos "topinães" que tinham ido numa expedição paulista. • 5°. Caminho
Inventário de João de Sant´Ana 19 de junho de 1612, terça-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:41:52 Relacionamentos • Cidades (3): Itaguara/MG, Itu/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (5) Jerônimo Leitão, João de Sant´Ana (f.1612), Maria Paes (54 anos), Simão Borges Cerqueira (58 anos), 2º conde do Prado (35 anos) • Temas (6): Fazendas, Pirapitinguí, Ybyrpuêra, Guerra de Extermínio, Escravizados, Tupinaés
Registros de carijós estão cheios de escravos de Guiné, Benguela, Mina janeiro de 1770. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31 Relacionamentos • Cidades (1): Sorocaba/SP • Temas (2): Escravizados, África
Corografia Brazilica ou Relação Histórico-geográfica do Reino do Brasil. Composta e dedicada a Sua Majestade Fidelíssima, tomo I, 1817 1817. Atualizado em 27/10/2025 01:19:19 Relacionamentos • Cidades (15): Apiaí/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Cananéia/SP, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Guarapuava/PR, Itanhaém/SP, Itapetininga/SP, Jundiaí/SP, Lages/SC, Piracicaba/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (3) Manuel Aires de Casal (63 anos), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pero Vaz de Caminha (1450-1500) • Temas (32): Descobrimento do Brazil, Buraco de Prata, Cachoeiras, Caiapós, Caminho de Curitiba, Ermidas, capelas e igrejas, Cayacangas, Estrada Real, Estradas antigas, Guaianás, Itapeva (Serra de São Francisco), Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Montanhas, Morro do Tayó, O Sol, Ouro, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio Apiay, Rio Capivari, Rio da Prata, Rio Iguassú, Rio Jaguari, Rio Jundiaí, Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Sorocaba, Rio Tibagi, Serra de Cubatão , Serra de Paranapiacaba, Trópico de Capricórnio, Porto de Santa Luzia • 1. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? 1 de setembro de 1531
“Memória Histórica da Capitania de São Paulo e todos os seus memoráveis sucessos desde o ano de 1531 até o presente de 1796”, Manuel Cardoso de Abreu (1750-1804) 1796. Atualizado em 24/10/2025 02:39:59 Relacionamentos • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Cananéia/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (9) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bartholomeu Fernandes Mourão (f.1650), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Lopes Pinto, Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Jerônimo Leitão, Manuel Cardoso de Abreu (46 anos), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687) • Temas (8): Bituruna, vuturuna, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Guerra de Extermínio, Jaguamimbava, Nossa Senhora de Montserrate, Ouro, Prata • 1. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó 10 de abril de 1585
Atualizado em 03/11/2025 08:05:01 Mapa de Philippus Eckebrecht ![]() Data: 1630 Créditos: Philippus Eckebrecht (mapa(.305.
“A primeira guerra de Jerônimo Leitão”. Américo de Moura (1881-1953), Jornal Correio Paulistano 25 de julho de 1942, sábado. Atualizado em 30/10/2025 13:02:19 Relacionamentos • Cidades (6): Paranaguá/PR, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (12) Afonso Dias (1555-1622), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Américo de Moura (61 anos), Antonio de Proença (1540-1605), Antonio Gomes Preto (1521-1608), Diogo de Unhate (1535-1617), Diogo Teixeira de Carvalho, Domingos Fernandes (1577-1652), Domingos Luís Grou (1500-1590), Jerônimo Leitão, José de Anchieta (1534-1597), Pedro Alvares • Temas (5): Almotacel, Guerra de Extermínio, Habitantes, Jesuítas, Rio Anhemby / Tietê ![]() • 1. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó 10 de abril de 1585 Na poucas linhas em que esbocei o estudo da personalidade do capitão-mór que, como loco-tenente do donatário, governou a capitania de São Vicente no período decorrido entre os anos de 1572 e 1591, ficou patente o caráter de um administrador que, sem fugir à responsabilidade e aos perigos de guerras, no consenso dos próprios jesuítas consideradas justas, tinha entretanto, o firme propósito de impedir os excessos dos colonos contra os nativos e preferia recorrer a meios pacíficos para chamar estes à civilização. Viu-se, porém, que em abril de 1585, apesar da hesitação demonstrada na demorado despacho dado à petição dos homens da governança de Santo e São Vicente, e na forma aleatória desse deferimento, estava ele disposto a empreender guerra, "por mar", aos carijós sulinos. Nesse mesmo ano desencadeou-se a chamada guerra de Jerônimo Leitão, que, conclui, merece maior estudo o que lhe dedicaram os nossos historiadores. O que a respeito dessa guerra se vê na lição do maior historiador das bandeiras paulistas, é que ela foi feita, por terra, no litoral, até Paranaguá; que no estado-maior do capitão, salvo o padre Sebastião de Paiva, que era vigário de São Vicente, somente aparecem os nomes de onze moradores de São Paulo; e que a guerra de prolongou, pois "durante seis anos assolou Leitão as aldeias do Anhembi." E assim termina a sumaria exposição: "Pretende o depoimento dos jesuítas espanhóis que tais aldeias chegavam a ser 300, contando 30.000 habitantes, que os portugueses e os mamelucos seus filhos exterminaram ou arrastaram ao cativeiro litorâneo." É evidente o contraste entre as premissas que com bom fundamento estabeleci e os supostos resultados constantes da lição do acatado historiador. Teria Jerônimo Leitão, que "sempre fez muito caso" dos conselhos do padre José, ainda antes que este deixasse o provincialato, assumido atitude tão diferente da que dessa influência se poderia esperar, tornando-se perseguidor dos selvícolas durantes os londos anos em que ainda governou? E outras dúvidas surgem, em matéria de fato. Como se teria transformado em guerra contra os nativos do Anhembi a empresa ideada como expedição marítima aos Patos? De que modo teria passado a ser encabeçada por moradores do planalto uma campanha de iniciativa tomada a sua revelia pelos do litoral? Como se deduz de termos oficiais anteriores e posteriores, a população do campo era em 1585 de cerca de 120 moradores, em parte reinois e em parte brasileiros natos, brancos e mestiços. Os filhos-família de mais de 14 anos não chegariam ao dobro desse número, e pouco maior seria o de nativos escravizados ou particularmente administrados como forros. As aldeias de Pinheiros e São Miguel, "entre ambas terão 1000 pessoas", como dizia no fim desse ano o Padre Anchieta. Qual teria sido o papel dessa gente no drama, que os jesuítas castelhanos assinalaram como tremenda hecatombe? Dificilmente se encontrará respostas a todas as interrogações que o problema suscita. E é claro que absolutamente não me proponho a resolver todas as dúvidas, trazendo à discussão o fraquíssimo concurso de minhas pesquisas e reflexões. Embora determinada em 25 de abril, a reunião da junta das câmaras de Santos e São Vicente só se realizou em 10 de junho. E como resultado desse mês e meio de preliminares, o que se vê, sem uma explicação para o fato, é radical mudança no objetivo e na forma da expedição projetada: já não se fala em viagem "por mar" e sorrateiramente se acrescentam aos inimigos carijós os tupiães, habitantes do planalto. Até aí não se manifesta nenhuma interferência dos moradores e homens da governança de Piratininga, ostensivamente postos à margem, como se destinados a não entrar na campanha ou a ter nela participação secundária. Nas atas de São Paulo, até essa data, nenhum indicio encontrei em relação com o movimento. Apenas se observa que, precisamente no dia 10 de junho, deixou de comparecer o vereador Pedro Alvares "por estar fora desta vila e ser ido ao mar". Em Santos, estaria ele então, e como ele outros moradores do planalto, em confabulação com o governador e com os homens bons de lá? Teria de tal confabulação resultado a mudança que se verificou no plano de guerra? Isso muto possível, mas em falta de documento positivo, é somente como hipótese que se pode admitir interferência paulistana em tal mudança. Cerca de três meses ainda se passariam sem que o projeto ecoasse nos termos de vereança de São Paulo. Finalmente, em 1 de setembro, os capítulos da junta vicentina foram pelo governador submetidos à aprovação da câmara e do povo. A esse ajuntamento não compareceu, assim como o vereador Pedro Alvares, o juiz Antonio Preto. E na assinatura do termo os vereadores presentes deram precedência a Afonso Sardinha. O mais importante é que, aprovando e ratificando os assentos, requerimentos e capítulos das vilas do litoral, a de São Paulo se refere à entrada como tendo ser feita "ao nativo do sertão da dita capitania carijós e tupiães e outro qualquer que licitamente se puder trazer". Aprestavam-se os elementos da expedição e parece que São Paulo seria o ponto de partida. Em 21 de outubro estava tudo disposto para se por em marcha a bandeira. Na sessão desse dia, a que não compareceram os já referidos edis, mas cuja ata, Antonio Preto assinou "de fora", tomaram-se medidas contra os moradores que iam à guerra sem ter pago a "finta" para a casa do conselho e contra os que a ela fossem estando encarregados da defesa e guarda da vila. Em 2 de novembro, realizando-se sessão para eleger almotacel, não compareceram Pedro Alvares, Diogo Teixeira de Carvalho e Antonio Preto. E em 17, sessão a que também não compareceu Pedro Alvares, os oficiais restantes, Sebastião Leme e Afonso Dias, como Jorge Moreira, vereador do ano passado, "mandarão chamar os moradores da dita vila que havia por os mais serêm idos ao sertão em companhia do capitão-mór Jerônimo Leitão e entrada que se fez ao nativo do sertão", para se proceder à eleição de juízes ordinários, na ausência dos que tinham seguido a expedição. Muitos foram os bandeirantes dessa companhia. Em 14 de junho de 1586 foi feita em camara a declaração "que toda a gente do povo estava ausente da capital com o capitão Jerônimo Leitão que eram idos a guerra e não ficaram senão as mulheres". Apesar disso, da lista de 11 paulistanos que com o padre Sebastião de Paiva, segundo Taunay, figuravam no estado maior do governador devem ser retirados alguns nomes. Ficaram em São Paulo, como se vê nas atas: Diogo de Onhate, Antonio de Proença, Sebastião Leme, Salvador Pires e Afonso Dias. Se de fato essa bandeira rumou para o sertão dos carijós, deve ter seguido pelo vale do Ribeira. Teria ela atingido as cabeceiras do Paranapanema. O que nesse caso não parece provável é que, em buscas de tupinães, tenham descido também o Anhembi. Este ainda seria considerado "caminho de paz"... O certo é que, depois de assolar o sertão durante nove meses voltou ela a povoado, deixando, talvez, alguns postos ocupados, como o em que ficou com forja o ferreiro Domingos Fernandes. Em 27 de junho de 1586, em São Paulo, Jerônimo Leitão nomeou Diogo Teixeira de Carvalho escrivão de campo. Estava terminada a guerra, a primeira guerra desse capitão governador.
• 2. Reunião: já não se fala em viagem "por mar" 25 de abril de 1585 Embora determinada em 25 de abril, a reunião da junta das câmaras de Santos e São Vicente só se realizou em 10 de junho. E como resultado desse mês e meio de preliminares, o que se vê, sem uma explicação para o fato, é radical mudança no objetivo e na forma da expedição projetada: já não se fala em viagem "por mar" e sorrateiramente se acrescentam aos inimigos carijós os tupiães, habitantes do planalto. [A primeira guerra de Jerônimo Leitão, Correio Paulistano, 25.07.1942, página 5. Américo de Moura]
• 3. Reunião em São Vicente 10 de junho de 1585 Embora determinada em 25 de abril, a reunião da junta das câmaras de Santos e São Vicente só se realizou em 10 de junho. E como resultado desse mês e meio de preliminares, o que se vê, sem uma explicação para o fato, é radical mudança no objetivo e na forma da expedição projetada: já não se fala em viagem "por mar" e sorrateiramente se acrescentam aos inimigos carijós os tupiães, habitantes do planalto. Até aí não se manifesta nenhuma interferência dos moradores e homens da governança de Piratininga, ostensivamente postos à margem, como se destinados a não entrar na campanha ou a ter nela participação secundária. Nas atas de São Paulo, até essa data, nenhum indicio encontrei em relação com o movimento. Apenas se observa que, precisamente no dia 10 de junho, deixou de comparecer o vereador Pedro Alvares "por estar fora desta vila e ser ido ao mar". Em Santos, estaria ele então, e como ele outros moradores do planalto, em confabulação com o governador e com os homens bons de lá? Teria de tal confabulação resultado a mudança que se verificou no plano de guerra? Isso muto possível, mas em falta de documento positivo, é somente como hipótese que se pode admitir interferência paulistana em tal mudança.
• 4. A Câmara da vila de São Paulo dirige uma representação ao capitão-mor Jerônimo Leitão 1 de setembro de 1585 Cerca de três meses ainda se passariam sem que o projeto ecoasse nos termos de vereança de São Paulo. Finalmente, em 1 de setembro, os capítulos da junta vicentina foram pelo governador submetidos à aprovação da câmara e do povo. A esse ajuntamento não compareceu, assim como o vereador Pedro Alvares, o juiz Antonio Preto. E na assinatura do termo os vereadores presentes deram precedência a Afonso Sardinha. O mais importante é que, aprovando e ratificando os assentos, requerimentos e capítulos das vilas do litoral, a de São Paulo se refere à entrada como tendo ser feita "ao nativo do sertão da dita capitania carijós e tupiães e outro qualquer que licitamente se puder trazer". Aprestavam-se os elementos da expedição e parece que São Paulo seria o ponto de partida. Em 21 de outubro estava tudo disposto para se por em marcha a bandeira. Na sessão desse dia, a que não compareceram os já referidos edis, mas cuja ata, Antonio Preto assinou "de fora", tomaram-se medidas contra os moradores que iam à guerra sem ter pago a "finta" para a casa do conselho e contra os que a ela fossem estando encarregados da defesa e guarda da vila. Em 2 de novembro, realizando-se sessão para eleger almotacel, não compareceram Pedro Alvares, Diogo Teixeira de Carvalho e Antonio Preto. E em 17, sessão a que também não compareceu Pedro Alvares, os oficiais restantes, Sebastião Leme e Afonso Dias, como Jorge Moreira, vereador do ano passado, "mandarão chamar os moradores da dita vila que havia por os mais serêm idos ao sertão em companhia do capitão-mór Jerônimo Leitão e entrada que se fez ao nativo do sertão", para se proceder à eleição de juízes ordinários, na ausência dos que tinham seguido a expedição. Muitos foram os bandeirantes dessa companhia. Em 14 de junho de 1586 foi feita em camara a declaração "que toda a gente do povo estava ausente da capital com o capitão Jerônimo Leitão que eram idos a guerra e não ficaram senão as mulheres". Apesar disso, da lista de 11 paulistanos que com o padre Sebastião de Paiva, segundo Taunay, figuravam no estado maior do governador devem ser retirados alguns nomes. Ficaram em São Paulo, como se vê nas atas: Diogo de Onhate, Antonio de Proença, Sebastião Leme, Salvador Pires e Afonso Dias. Se de fato essa bandeira rumou para o sertão dos carijós, deve ter seguido pelo vale do Ribeira. Teria ela atingido as cabeceiras do Paranapanema. O que nesse caso não parece provável é que, em buscas de tupinães, tenham descido também o Anhembi. Este ainda seria considerado "caminho de paz"... O certo é que, depois de assolar o sertão durante nove meses voltou ela a povoado, deixando, talvez, alguns postos ocupados, como o em que ficou com forja o ferreiro Domingos Fernandes. Em 27 de junho de 1586, em São Paulo, Jerônimo Leitão nomeou Diogo Teixeira de Carvalho escrivão de campo. Estava terminada a guerra, a primeira guerra desse capitão governador.
• 5. Expedição pronta 21 de outubro de 1585 • 6. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós 1 de novembro de 1585 O que a respeito dessa guerra se vê na lição do maior historiador das bandeiras paulistas, é que ela foi feita, por terra, no litoral, até Paranaguá; que no estado-maior do capitão, salvo o padre Sebastião de Paiva, que era vigário de São Vicente, somente aparecem os nomes de onze moradores de São Paulo; e que a guerra de prolongou, pois "durante seis anos assolou Leitão as aldeias do Anhembi."
Ensaios de Sciencia por Diversos Amadores 1876. Atualizado em 30/10/2025 00:30:10 Relacionamentos • Cidades (1): Rio de Janeiro/RJ • Pessoas (2) Simão de Vasconcelos (1597-1671), Jean de Léry (1534-1611) • Temas (17): Tupinambás, Guaranis, Rio Paraná, Temiminós, Tamoios, Caetés, Guaianás, Missões/Reduções jesuíticas, Cariós, Nheengatu, Botocudos, Potiguaras, Estradas antigas, Peru, Guayrá, Léguas, Gentios • 1. Manuscrito 1581
A vila de São Paulo de Piratininga revisitada: Governo e elites (1562-1600), 2021. Andrei Álvaro Santos Arrua. Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História. Programa de Pós-Graduação em História 2021. Atualizado em 24/10/2025 02:17:57 Relacionamentos • Cidades (3): Itanhaém/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (6) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Gonçalo Fernandes, o Velho, Gonçalo Madeira (1552-1636), Jorge Moreira (n.1525), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589) • Temas (5): Estradas antigas, Pontes, Rio Jaguari, São Paulo de Piratininga, Ybyrpuêra
REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL 2006. Atualizado em 24/10/2025 02:17:30 Relacionamentos • Cidades (6): Assunção/PAR, Cananéia/SP, Ilhas Molucas/INDO, Jundiaí/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (13) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Brás Cubas (1507-1592), Caiubi, senhor de Geribatiba, Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Mem de Sá (1500-1572), Pedro Lozano (1697-1752), Rodrigo Alvares (f.1598), Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), Ulrico Schmidl (1510-1579) • Temas (35): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Caminho até Cananéa, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho de Piratininga, Caminho do Ibirapuera/Carro, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Paraguay, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminho SP-Santo Amaro, Casas de Fundição, Colinas, Estradas antigas, Guaianase de Piratininga, Guaré ou Cruz das Almas, Habitantes, Inhapambuçu, Jeribatiba (Santo Amaro), Léguas, Ouro, Peru, Piratininga, Ponte Grande, Portos, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pinheiros, Rio Piratininga, Rio Tamanduatei, Tabatinguera, Tordesilhas, Tupiniquim, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra • 1. Tratado de Zaragoza discute a posse das Ilhas Molucas entre Portugal e Espanha 22 de abril de 1529 De todas as trilhas indígenas que percorriam o planalto a mais célebre é, sem dúvida, o Peabiru. De importância continental, desde remotas eras pré-colombianas essa grande artéria sul-americana unia à costa atlântica a populosa mesopotâmia paraguaia, habitada pelos índios carijós ou guaranis. Formada de um tronco e várias ramificações, uma delas atingia a região vicentina, regularmente freqüentada pelos tupiniquins, moradores do planalto paulistano (PETRONE, p. 35-44). Consistindo numa picada de 200 léguas (1200 km) de extensão, este último ramal, segundo a descrição do Padre Lozano. J., possuía oito palmos de largura (1,76m) e seu leito, forrado por uma gramínea que impedia o crescimento de outra vegetação, apresentava um rebaixamento de 40 centímetros em média em relação ao solo adjacente. Posteriormente chamada pelos jesuítas de Caminho de São Tomé (identificado com Sumé, o herói civilizador do mito tupi), a famosa trilha permitiu que, em sentido contrário, a partir da costa brasileira os conquistadores atingissem o Paraguai e desse ponto fosse possível alcançar as fabulosas riquezas do longínquo Peru (HOLANDA, 2000, p. 142-144). Tal fato revela que, naquele tempo, além do intenso desejo dos jesuítas de ir converter os carijós, havia uma fortíssima motivação política e econômica a instigar a penetração lusa em direção à região paraguaia. A questão das Molucas, provocada no Oriente pelos espanhóis, fizera recuar a linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas para o Ocidente. No Brasil, essa linha deveria retroceder também para o Ocidente, de maneira a deixar os mesmos 180º de cada parte. Com esse deslocamento, imaginavam os portugueses, Assunción, cidade espanhola erguida em 1537 no meio dos carijós e à beira do caminho do opulento Peru, certamente passaria à pertencer coroa lusitana, crença compartilhada durante certo tempo pelo próprio D.João III (LEITE, v.1, p. 448 e nota n.6).
• 2. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" 29 de agosto de 1553 Já na correspondência dos primeiros jesuítas, o nome de Piratininga aparece empregado de modo extremamente difuso, e, devemos admitir, confuso. Segundo carta de Nóbrega datada de outubro de 1553, a aldeia recém-construída no planalto, logo depois transformada em aldeamento jesuítico, estava instalada a cerca de duas léguas de distância da povoação de João Ramalho, conhecida pelo nome de Piratinim (LEITE, v.2, p. 16). Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico. De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo.
• 3. Carta do padre Manoel da Nóbrega a rei de Portugal, D. João III 1 de outubro de 1553 Já na correspondência dos primeiros jesuítas, o nome de Piratininga aparece empregado de modo extremamente difuso, e, devemos admitir, confuso. Segundo carta de Nóbrega datada de outubro de 1553, a aldeia recém-construída no planalto, logo depois transformada em aldeamento jesuítico, estava instalada a cerca de duas léguas de distância da povoação de João Ramalho, conhecida pelo nome de Piratinim (LEITE, v.2, p. 16). Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico. De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo.
• 4. Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga” 2 de setembro de 1557 ANDREA! Sobre o Brasilbook.com.br |