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Atualizado em 31/10/2025 21:00:35 Consulta em Geni.com
Atualizado em 31/10/2025 21:00:36 Consulta em brasilhis.usal.es
Atualizado em 31/10/2025 21:00:36 Consulta em Genearc.com
Atualizado em 31/10/2025 21:00:36 Consulta em Wikipedia: Irmãos Adorno
• 1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa • 2°. José Adorno constrói uma ermida de Santo Antônio de Guaibê • 3°. Falecimento de Giuseppe Campanaro Adorno
Atualizado em 31/10/2025 04:59:53 Genealogia de Diogo de Unhate, consultada em geni.com
• 1°. Donatários • 2°. Nascimento de Diogo de Oñate, em Guipuzcoa, Biscaia, Pais Basco, Espanha Diogo de Unhate. Nomes alternativos: "Diogo de Oñate". Data de nascimento: circa 1545. Local de nascimento: Guipuzcoa, Biscaia, Pais Basco, Spain (Espanha). Falecimento: Família imediata: Marido de Maria Nunes. • 3°. Nascimento de Diogo de Onhate • 4°. Nascimento de Maria Nunes Botelho, filha de Antão Nunes e Isabel Botelho • 5°. Casamento de Diogo de Unhate e Maria Nunes Botelho, em Santos/SP • 6°. Diogo de Unhate veio para a Capitania de São Vicente • 7°. “os oficiais ordenaram que sejam feitos serviços de manutenção do caminho do Ipiranga, que é no rumo do caminho do mar” • 8°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Dentre as primeiras referências a presença portuguesa no litoral paranaense, consta uma bandeira Cativadora de índios em 1585, a primeira lançada pelos paulistas, que se dirigiu contra os Carijó de Paranaguá. Essa bandeira foi chefiada por Jerônimo Leitão, Capitão-Mor de São Vicente, que deu continuidade à ação preadora nos anos subsequentes. Seu sucessor, Manoel Soeiro, e outros bandeirantes, continuaram as incursões preadoras após 1594, até o extermínio de toda a população indígena no litoral sul. • 9°. Ata Em maio de 1590 teve o cargo de almotacel e, em julho do mesmo ano, nomeado escrivão da armada do Cap. Jerônimo Leitão aos contrários (ACCSP, I, 244, 246, 249, 253 a 317, 318 e 405). • 10°. Diogo de Unhate apresenta provisão de Jerônimo Leitão Em maio de 1590 teve o cargo de almotacel e, em julho do mesmo ano, nomeado escrivão da armada do Cap. Jerônimo Leitão aos contrários (ACCSP, I, 244, 246, 249, 253 a 317, 318 e 405). • 11°. Onde • 12°. Requerimento de sesmaria • 13°. Carta de dada de terras de Diogo de Onhate que lhe deu o capitão Gaspar Conqueiro no caminho de aldeia de Tabaobi Voltou para Santos, alguns anos depois, onde serviu, de 1609 a 1617, os cargos de escrivão da Ouvidoria e da Fazenda Real (“Sesm.”, I, 35 a 224). Obteve em 1608, com João de Abreu, sesmaria em S. Sebastião e, no mesmo ano, outra sesmaria na região do rio Sorocaba. Em luta contra índios hostis e piratas de várias procedências, recebeu muitos ferimentos, do que resultou ficar manco e aleijado da mão e do braço direito (“Sesm.”, I, 22, 24 e 33). Diogo de Unhate e João de Abreu – 1608 – Estiveram em guerras, na Capitania há 40 anos, Diogo tinha 11 filhos e 5 filhas para casar. Recebeu muitas “frexadas e feridas”, ficou manco e aleijado do braço direito e mão direita, derramou seu sangue muitas vezes. Pediram terras devolutas “tão longe” para ir roçar, a 15 léguas de Santos, em frente à ilha de S. Sebastião. • 14°. Segundo os documentos históricos, o seu primeiro povoador foi Diogo de Unhate, morador em Santos, que obteve de Pedro Cubas, delegado de Salvador Correia de Sá, então capitão-mór de Santo Amaro, uma carta de sesmaria compreendendo o terreno entre Ararapira e Superaguy "na parte que se chama Parnaguá" Voltou para Santos, alguns anos depois, onde serviu, de 1609 a 1617, os cargos de escrivão da Ouvidoria e da Fazenda Real (“Sesm.”, I, 35 a 224). Obteve em 1608, com João de Abreu, sesmaria em S. Sebastião e, no mesmo ano, outra sesmaria na região do rio Sorocaba. Em luta contra índios hostis e piratas de várias procedências, recebeu muitos ferimentos, do que resultou ficar manco e aleijado da mão e do braço direito (“Sesm.”, I, 22, 24 e 33). Em 1614, requereu uma sesmaria em Paranaguá, sem obter a confirmação (Idem, 216). Faleceu em data não conhecida, em Paranaguá ou S. Sebastião. Ignora-se o número exato de filhos; em 1608, cinco das seis filhas estavam casadas ou por dotar (v. a carta de sesmaria). Pais de, entre outros (acrescidos de alguns netos): • 15°. PLANALTO CENTRAL: CONTANDO NOSSA HISTÓRIA - Revista Xapuri
Atualizado em 31/10/2025 21:00:37 Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, professora associada de Toponímia Geral e do Brasil do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH - USP
• 1°. Primeira notícia do falecimento O episódio da expedição do Sabarabussu, em busca das esmeraldas, foi dissecado em seus pormenores não só por Taunay mas por outros estudiosos, aos quais se remete; os dissabores da empresa vivificam-se, contudo, na narrativa em que se depreende que, destituído da ajuda oficial, abandonado à própria sorte, o sertanista, já idoso, só pode contar com os recursos próprios e da família; nem por isso esmoreceu, continuou obstinadamente, acompanhado por alguns, Mathias Cardoso de Almeida, primo e "nome dos maiores do bandeirantismo", seu filho Garcia Rodrigues Paes, o genro Manuel de Borba Gato, Antonio do Prado Cunha, além de José Paes, o mameluco que reconhecera como filho e que, afinal, acabou tramando contra a vida do pai e por ele morto. Falecendo Fernão Dias no sertão, seu filho Garcia Paes intentou a longa viagem de volta do Sumidouro para sepultá-lo, conforme sua vontade, no Colégio de São Bento, que ajudara a reformar e onde tinha jazigo perpétuo; isto ocorreu a 30 de dezembro de 1681: "e ainda depois de morto o perseguiram as calamidades ordinárias do sertão porque o seu cadáver, e as amostras (das pedras) padeceram o naufrágio do rio que chama das Velhas, em que se perderam as armas e tudo quanto trazia de seu uso e se afogou gente porque os nativos nadadores se ocuparam em salvar as vidas, e acudir às amostras das esmeraldas como em sua vida lhes tinha recomendado o defunto seu Senhor cujo corpo se achou depois de muitos dias a diligência de seu filhos Garcia Rodrigues Paes que o tinha ido a socorrer; e chegara ali depois de sua morte e naufrágio." [Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, professora associada de Toponímia Geral e do Brasil do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH - USP. Consultado em 21.10.2022. Páginas 10 e 11 do pdf] • 2°. Falecimento de Fernão Dias Paes Leme (data estimada) O episódio da expedição do Sabarabussu, em busca das esmeraldas, foi dissecado em seus pormenores não só por Taunay mas por outros estudiosos, aos quais se remete; os dissabores da empresa vivificam-se, contudo, na narrativa em que se depreende que, destituído da ajuda oficial, abandonado à própria sorte, o sertanista, já idoso, só pode contar com os recursos próprios e da família; nem por isso esmoreceu, continuou obstinadamente, acompanhado por alguns, Mathias Cardoso de Almeida, primo e "nome dos maiores do bandeirantismo", seu filho Garcia Rodrigues Paes, o genro Manuel de Borba Gato, Antonio do Prado Cunha, além de José Paes, o mameluco que reconhecera como filho e que, afinal, acabou tramando contra a vida do pai e por ele morto. Falecendo Fernão Dias no sertão, seu filho Garcia Paes intentou a longa viagem de volta do Sumidouro para sepultá-lo, conforme sua vontade, no Colégio de São Bento, que ajudara a reformar e onde tinha jazigo perpétuo; isto ocorreu a 30 de dezembro de 1681: "e ainda depois de morto o perseguiram as calamidades ordinárias do sertão porque o seu cadáver, e as amostras (das pedras) padeceram o naufrágio do rio que chama das Velhas, em que se perderam as armas e tudo quanto trazia de seu uso e se afogou gente porque os nativos nadadores se ocuparam em salvar as vidas, e acudir às amostras das esmeraldas como em sua vida lhes tinha recomendado o defunto seu Senhor cujo corpo se achou depois de muitos dias a diligência de seu filhos Garcia Rodrigues Paes que o tinha ido a socorrer; e chegara ali depois de sua morte e naufrágio." [Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo, Maria Vicentina de Paula do Amaral Dick, professora associada de Toponímia Geral e do Brasil do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da FFLCH - USP. Consultado em 21.10.2022. Páginas 10 e 11 do pdf]
Atualizado em 31/10/2025 21:00:38 Inventários e Testamentos como documentos linguísticos, consultado em 13.10.2022
• 1°. Braz Gonçalves "velho" chega ao Brasil PaisMestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566) e “Antônia Rodrigues”, a índia (n.1502) BALTASAR GONÇALVES n Santos, por 1544 - m antes de 1619, no sertão do rio Tietê. [Mm] Filho de Domingos Gonçalves e de Antônia Rodrigues; irmão de Brás Gonçalves, o velho (n por 1552, Santos), c1c Margarida Fernandes [In] e c2c Fulano Malio, e de Marcos Fernandes, o moço. [Página 82 do pdf] • 2°. Nascimento de Álvaro Neto, o velho Escrivães e avaliadores portugueses ÁLVARO NETO, o velho n. por 1542, vila de Viana do Minho, PT - f. 1636, SP.Filho de Afonso Álvares de Feijó (PT) e de Inês Afonso (PT); cc Mécia da Pena (n. por 1552, vila de Conceição de Itanhaém - f. 1635, SP), filha de Antônio da Pena (PT) e de Francisca de Góis (?SP) Avaliador na vila de SP, junto [Página 2 do pdf] • 3°. Nascimento de Antonio Luis Grou PEDRO MADEIRA SP 1644, SP [Mm]Filho de Gonçalo Madeira, o velho (PT - 1626) e de Clara Parente [Mm] (SP - 1635); n.m. de Pedro Dias (PT - 1590, SP) e de Maria de Grã [In](SP), filha de Tibiriçá e Violante Cardoso(ES - 1620, SP), filha de Gaspar Vaz Guedes (ES) e de Francisca Cardoso (ES - 1611, SP).c2c Isabel Bicudo [2Mm], filha de Antônio Luís Grou ( por 1588, SP - por 1632, SP) e de Guiomar Bicudo; n.p. de Domingos Luís Grou (PT) e de Mariada Pena [In]; n.m. de Antônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel) e de Isabel Rodrigues (SP) [p. 138] • 4°. Belchior BELCHIOR DA COSTA - n PT - m 1625, na vila de Santana de Parnaíba [CN] Deve ter chegado à vila de São Vicente por volta de 1560, pois num pedido de sesmaria que fez para suas filhas em 1610, diz que estava na Capitania há 48 anos. Foi filho de Manuel da Costa (n PT) e de Beatriz Dinis (n PT). Casado duas vezes, a primeira com Isabel Rodrigues (n CSV), filha de Bartolomeu Fernandes e de Ana Rodrigues, e com Susana Dias [Mm], que já havia sido casada com Manuel Fernandes Ramos (PT). • 5°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Segundo Franco (1989: p. 221), “português (...), veio para SV na segunda metade do século XVI. Exerceu, na vila de SP, cargos de confiança e tomou parte nas entradas contra o gentio hostil, sendo uma delas em Paranaguá, em 1585, em companhia do capitão-mor Jeronimo Leitão. Obteve uma sesmaria em Angra dos Reis e se mudou com a família para lá depois de 1612”. • 6°. Botafogo Simão Borges de Cerqueira, filho de Antônio Martins Cerqueira e de Feliceta de Cerqueira, ambos portugueses. Veio para a Bahia em 1591, acompanhando Francisco de Sousa, o 7º governador-geral do Brasil; em 1595 passou para a capitania de SV, acompanhando João Pereira de Sousa Botafogo, para participar da busca de metais preciosos. • 7°. Falecimento de Maria Gonçalves, filha de Balthazar Gonçalves, em São Paulo / Testamento geito no Birapoera SEBASTIÃO LEMEn PT m Angra dos Reis. Segundo Franco (1989: p. 221), “português (...), veio para SV na segunda metade doséculo XVI. Exerceu, na vila de SP, cargos de confiança e tomou parte nas entradas contra o gentio hostil, sendo uma delas em Paranaguá, em 1585, em companhia do capitão-mor Jeronimo Leitão. Obteve uma sesmaria em Angra dos Reis e se mudou com a família para lá depois de 1612”. • Em 1599, T de Maria Gonçalves, feito no termo de Birapoera, situado na vila de SP, esposa de Clemente Alveres e filha de Balthazar Gonçalves; v.1 • Em 1600, T de Antão Pires, feito na vila de SP, casado com Barbara Mendes; v.1 • 8°. Luís Ianes Grou faz seu testamento declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues LUÍS ANES GROU, o moço, ou LUÍS IANES GROU SP, por 1573 - 1628, no sertão, nas cabeceiras do rio Ribeira [Mm]Filho de Luís Eanes Grou, o velho [Mm] SP - 1628, no sertão) e de Guiomar Rodrigues ( 1625, SP); n.p. de Domingos Luís Grou, o velho c2c Jerônima Dias [Mm], filha de Isac Dias Carneiro [Mm]( SP) e de uma índia; n.p. de Lopo Dias (PT) e de Beatriz Dias [In], filha de Tibiriçá; “cc” uma índia ou [3Mm] SP), filho do precedente e de sua 2ª mulher. • 9°. Casamento de Antonio Bicudo de Brito e Maria Leme de Alvarenga ANTÔNIO BICUDO DE BRITO n SP - m 1662, na vila de Itu. [? CN]Filho de Antônio Bicudo (SP - m 1650) e de Maria de Brito (SP); n.p. deAntônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel, Açores, PT) e de IsabelRodrigues (SP); n.m. de Domingos Pires (SP) e de Isabel de Brito. Foi casado em 1635, na vila de São Paulo, com Maria Leme de Alvarenga (SP - m 1654, P), filha de Francisco de Alvarenga (SP - m 1675) e de Luzia Leme (SP - m 1653); n.p. de Antônio Rodrigues de Alvarenga (Viseu, PT - m 1614, SP) e de Ana Ribeira (n por 1560, Porto PT - m 1647, SP); n.m. de Aleixo Leme (SV - m 1629, SP) e de Inês Dias (*SV - m 1655, SP).- c2c Vicência da Costa, filha de Úrsulo Colaço (SV - m 1644, PT) e de Vicência da Costa; n.p. de Pedro Colaço, o moço e de Juliana de Oliveira Lobo; n.m. de Belchior da Costa (PT - m 1625, P) e de Isabel Rodrigues.• em 1641 (SP), escreveu o T de Inês Dias de Alvarenga (SP - m 1642,P), sua cunhada e irmã de sua mulher, que foi cc Antônio Correia da Silva (Lisboa, PT - m 1672, P) [Página 74 do pdf] • 10°. Apiteroby • 11°. Inventário e Testamento ANTÔNIO BICUDO DE BRITO n SP - m 1662, na vila de Itu. [? CN]Filho de Antônio Bicudo (SP - m 1650) e de Maria de Brito (SP); n.p. deAntônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel, Açores, PT) e de IsabelRodrigues (SP); n.m. de Domingos Pires (SP) e de Isabel de Brito. Foi casado em 1635, na vila de São Paulo, com Maria Leme de Alvarenga (SP - m 1654, P), filha de Francisco de Alvarenga (SP - m 1675) e de Luzia Leme (SP - m 1653); n.p. de Antônio Rodrigues de Alvarenga (Viseu, PT - m 1614, SP) e de Ana Ribeira (n por 1560, Porto PT - m 1647, SP); n.m. de Aleixo Leme (SV - m 1629, SP) e de Inês Dias (*SV - m 1655, SP).- c2c Vicência da Costa, filha de Úrsulo Colaço (SV - m 1644, PT) e de Vicência da Costa; n.p. de Pedro Colaço, o moço e de Juliana de Oliveira Lobo; n.m. de Belchior da Costa (PT - m 1625, P) e de Isabel Rodrigues.• em 1641 (SP), escreveu o T de Inês Dias de Alvarenga (SP - m 1642,P), sua cunhada e irmã de sua mulher, que foi cc Antônio Correia daSilva (Lisboa, PT - m 1672, P) [Página 74 do pdf] • 12°. Falecimento de Antonio Bicudo de Brito ANTÔNIO BICUDO DE BRITO n SP - m 1662, na vila de Itu. [? CN]Filho de Antônio Bicudo (SP - m 1650) e de Maria de Brito (SP); n.p. deAntônio Bicudo Carneiro (Ilha de São Miguel, Açores, PT) e de IsabelRodrigues (SP); n.m. de Domingos Pires (SP) e de Isabel de Brito. Foi casadoem 1635, na vila de São Paulo, com Maria Leme de Alvarenga (SP - m 1654, P),filha de Francisco de Alvarenga (SP - m 1675) e de Luzia Leme (SP - m 1653);n.p. de Antônio Rodrigues de Alvarenga (Viseu, PT - m 1614, SP) e de AnaRibeira (n por 1560, Porto PT - m 1647, SP); n.m. de Aleixo Leme (SV - m1629, SP) e de Inês Dias (*SV - m 1655, SP).- c2c Vicência da Costa, filha de Úrsulo Colaço (SV - m 1644, PT) e de Vicênciada Costa; n.p. de Pedro Colaço, o moço e de Juliana de Oliveira Lobo; n.m. deBelchior da Costa (PT - m 1625, P) e de Isabel Rodrigues.• em 1641 (SP), escreveu o T de Inês Dias de Alvarenga (SP - m 1642,P), sua cunhada e irmã de sua mulher, que foi cc Antônio Correia daSilva (Lisboa, PT - m 1672, P) [Página 74 do pdf] • 13°. Maria Portes del-Rei, na paragem de Ytacatiara, escreveu o seu testamento Manuel Franco Brito, em 1680 (na paragem de Ytacatiara, P) escreveu o T de Maria Portes Del-Rei, filha de Clemente Portes e de Helena de Saavedra; esse T foi assinado por Domingos Leite; cc Antônio Cordeiro; v.19 Entre 1671 e 1673 foi escrivão na vila de Santana de Parnaíba e junto* com Manuel Paes Farinha e João Dias Dinis.
Atualizado em 31/10/2025 21:00:43 Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia Nº 8: Povoadores de São Paulo - Domingos Luís Grou (Adendas às primeiras gerações), consultado em 08.10.2022
• 1°. Domingos Luis Grou teria vindo a Capitania de São Vicente • 2°. Nascimento da filha do cacique de Carapicuiba MARIA DA PEÑA, n. creio em Portugal por 1540 ou pouco antes, C. cerca de 1554 c. o CAP. DOMINGOS LUÍS GROU, n. em Portugal, homem da governança em S. Paulo, de 1562 em diante, e um dos principais sertanistas da Capitania nos primeiros anos. Assinava com assinatura completa, ornada de alguns arabescos, e outras vezes apenas com uma abreviatura, como se vê das actas da câmara (AMSP). Foi Maria da Peña mencionada pelo filho Cap. Mateus Luís Grou e pelo neto Luís Eanes, em 1622, no processo de beatificação do Padre José de Anchieta, em que ambos depuseram como testemunhas, conforme escreveu o Padre Hélio Abranches Viotti, SJ. Pelos anos de 1645, o nome do casal aparece numa justificação do Cap. Salvador Pires de Medeiros, sobre as divisas de uns chãos na vila de S. Paulo. Era o justificante casado com Ana de Proença, bisneta do Cap. Domingos Luís Grou e de s/m. Maria da Peña, primeiros possuidores desses chãos (3). Por volta de 1590, correu a notícia da morte do Cap. Domingos Luís Grou e de seu filho Luís Eanes, chefes da bandeira organizada em S. Paulo contra o gentio revoltoso de Mogi. Vestiram-se de luto sua mulher Maria da Peña e sua nora Guiomar Rodrigues, mas o Padre José de Anchieta, amigo dos sertanistas, visitando-as profetizou que ambos estavam vivos (Processo Informativo de S. Paulo para a beatificação do Padre José de Anchieta, ano de 1622). Segundo os autores, o Cap. Domingos Luís Grou já era falecido em 1594. Nesse ano, a 12 de março, Maria da Peña e seus vizinhos Salvador de Paiva e Lucas Fernandes deviam ser demandados pela câmara por não ordenarem a limpeza do caminho de “ambuaçava”, conforme havia determinado o procurador do concelho, Gaspar Fernandes, em 1591 (ACCSP, I, 490). Faleceu Maria da Peña por volta de 1615 e foi inventariada em S. Paulo, segundo uma declaração testamentária do referido seu neto Luís Eanes, em 1628. • 3°. Casamento de Domingos Luis Grou com Maria da Peña, filha de Antônio da Peña e Francisca de Góis • 4°. Reuniu-se em sua casa a câmara, na falta de espaço do concelho, tendo requerido ao capitão mor que ordenasse o recolhimento à vila dos moradores de seu termo, porquanto estava a caminho de uma guerra Em S. Paulo foi membro da governança e um dos principais sertanistas dos primeiros anos. A 16 de janeiro de 1562, reuniu-se em sua casa a câmara, na falta de paço do concelho, tendo requerido ao capitão mor que ordenasse o recolhimento à vila dos moradores de seu termo, porquanto estava a caminho de uma guerra (contra o gentio ameaçador). • 5°. Domingos Grou se dirigiu ao Rio de Janeiro Não obstante a maledicência de algumas pessoas (com omissão da defesa do acusado) nada se provou de matéria grave que resultasse em processo contra o sertanista, em sua prisão ou degredo. Retornando a S. Paulo em 1571 ou 1572, continuou a servir pouco tempo depois na governança. Em 1575, eleito no pelouro procurador do concelho, foi a 4 de fevereiro dispensado do cargo para acompanhar ao Cap. Mor Jerônimo Leitão na expedição do Dr. Antônio de Salema (governador da Repartição Sul do Brasil, com sede no Rio de Janeiro) movida contra os tamoios hostis, de Cabo Frio (ACCSP, I, 65). No ano seguinte, a 2 de novembro, foi nomeado almotacel (id., 108). Assinou as respectivas actas por abreviaturas e uma cruz (ver adiante). • 6°. Eleito no pelouro procurador do concelho Não obstante a maledicência de algumas pessoas (com omissão da defesa do acusado) nada se provou de matéria grave que resultasse em processo contra o sertanista, em sua prisão ou degredo. Retornando a S.Paulo em 1571 ou 1572, continuou a servir pouco tempo depois na governança. Em 1575, eleito no pelouro procurador do concelho, foi a 4 de fevereiro dispensado do cargo para acompanhar ao Cap. Mor Jerônimo Leitão na expedição do Dr. Antônio de Salema (governador da Repartição Sul do Brasil, com sede no Rio de Janeiro) movida contra os tamoios hostis, de Cabo Frio (ACCSP, I, 65). No ano seguinte, a 2 de novembro,foi nomeado almotacel (id., 108). Assinou as respectivas actas por abreviaturas e uma cruz (ver adiante). • 7°. Luís Eanes Grou (1554-1590) obteve, do Cap. Mor Jerônimo Leitão, sesmaria de uma légua de terras em Quitaúna LUÍS EANES, n. cerca de 1554, C. em 1572 c. Guiomar Rodrigues, n. por 1559. A 22 de junho de 1572, assinou na câmara, com os camaristas e quinze pessoas da governança, um “auto de ajuntamento”, proibindo que índios ponteiros da vila fossem levados para o Rio de Janeiro (ACCSP, I, 52). Obteve pelos anos de 1582, do Cap. Mor Jerônimo Leitão, sesmaria de uma légua de terras em Quitaúna (INV. E TEST., III, 465). Em 1588, seguiu na bandeira de cinquenta brancos, movida por seu pai e Antônio de Macedo contra o gentio revoltoso de Mogí. Faleceu antes de 1597 e sua mulher em 1625, com testamento e disposições pias, estando viúva do 2º marido, Diogo Martins Machuca, falecido no sertão em 1613. Pediu a seus filhos que cumprissem por ela duas novenas: uma a Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém e outra ao glorioso Santo Amaro. Tiveram três filhos e duas filhas, falecidas sem geração:1(III)- LUÍS EANES, n. em fevereiro de 1573 (tinha de idade cinquenta ecinco anos e oito meses a 21 de outubro de 1628, conformedeclarou no testamento). C. cerca de 1597 c. Vitória Gonçalves e2º vez c. Jerônima Dias.Em S. Paulo foi membro da governança e figurou napauta para procurador do concelho em 1620 e 1625 (ACCSP, II,439 e III, 159). Serviu em Parnaíba o cargo de escrivão etabelião, segundo os autores.Seguiu nas bandeiras do Cap. Nicolau Barreto aoGuairá, em 1602, e do Cap. Belchior Dias Carneiro (com mais dequarenta brancos) a Mato Grosso, em 1607 (ACCSP, II, 235). • 8°. Grou não se confunde com Carvoreiro, mais jovem • 9°. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"* Em 1587, já estando em S. Paulo o Governador Jerônimo Leitão, regressou da bandeira encaminhando para essa vila grande leva de índios tupis, que deveriam ser repartidos entre os moradores, conforme havia estabelecido em capítulos com a câmara o mencionado governador (id., 333). No mesmo ano, com seu filho Luís Eanes e Antônio de Macedo, organizou oficialmente uma bandeira de cinqüenta brancos, acompanhados de seus servos, para dar combate aos índios revoltosos de Mogí, que assolavam constantemente as aldeias de S. Paulo. Sofreu nessa ação grande revés, vindo a perder diversos membros da tropa (id., 388-476). LUÍS EANES, n. cerca de 1554, C. em 1572 c. Guiomar Rodrigues, n. por 1559. A 22 de junho de 1572, assinou na câmara, com os camaristas e quinze pessoas da governança, um “auto de ajuntamento”, proibindo que índios ponteiros da vila fossem levados para o Rio de Janeiro (ACCSP, I,52). Obteve pelos anos de 1582, do Cap. Mor Jerônimo Leitão, sesmaria de uma légua de terras em Quitaúna (INV. E TEST., III, 465). Em 1588, seguiu na bandeira de cinquenta brancos, movida por seu pai e Antônio de Macedo contra o gentio revoltoso de Mogí. Faleceu antes de 1597 e sua mulher em 1625, com testamento edisposições pias, estando viúva do 2º marido, Diogo Martins Machuca, falecido no sertão em 1613. Pediu a seus filhos que cumprissem por ela duas novenas: uma a Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém e outra ao glorioso Santo Amaro. Tiveram três filhos e duas filhas, falecidas sem geração:
Atualizado em 31/10/2025 21:00:43 https://www.genearc.net
Atualizado em 31/10/2025 21:00:44 “Itaquaquecetuba em tempos coloniais: a função social do aldeamento de Nossa Senhora da Ajuda na ocupação do planalto da Capitania de São Vicente (1560-1640)”. Diana Magna da Costa
• 1°. “De maneira que quase todo o dia se gasta em confissões, e se mais intérpretes houvera, muito mais se confessavam, e não é pequena desconsolação vê-los estar todo o dia esperando na Igreja” • 2°. Jerômilo Leitão ordenou um reconhecimento prévio do local* As primeiras notícias que temos sobre a região de Mogi pelas atas da câmara referem-se a um período de conflitos entre os colonos e os indígenas que perduraram por alguns anos da década de 1590. • 3°. As primeiras notícias que temos sobre a região de Mogi pelas atas da câmara As primeiras notícias que temos sobre a região de Mogi pelas atas da câmara referem-se a um período de conflitos entre os colonos e os indígenas que perduraram por alguns anos da década de 1590. Em sessão de 03 de outubro de 1593, os oficiais da câmara se reuniram para deliberar sobre a possibilidade de se enviar uma entrada, liderada pelo capitão Jorge Correa, em resgate “[...] de nossos irmãos os brãcos [...]” (Atas da Câmara da Cidade de São Paulo, Op. cit., Vol. 01, p. 470-472) que estavam no sertão, impossibilitados de fazer o caminho de volta à vila. Os oficiais decidiram, em maioria, que não era um bom momento para se fazer a jornada, pois faltava sal para conservar as carnes e não era bom tempo por causa das águas. Ainda que tivessem notícia do “[...] gentio de boigi q i q se quer ir p.ª o rio grande fugindo [...]” 150 nem mesmo os padres vigários se dispuseram a deixar suas funções para se encaminhar ao sertão, acompanhando a comitiva do capitão. Mesmo que os oficiais afirmassem que “[...] os inimigos nos não davão trabalho nem opressão nem nos estamos oprimidos (...) " (Atas da Câmara da Cidade de São Paulo, Op. cit., Vol. 01, p. 470-472) e que, por esta razão, poderia se adiar a entrada do capitão até a Páscoa, é notório na argumentação dos oficiais o receio pela situação de instabilidade frente à um possível ataque dos grupos nativos de Boigi à vila. • 4°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Aos 5 de dezembro do mesmo ano de 1593, informavam os oficiais da vila sobre o recebimento de duas cartas, uma da vila de Itanhaém e outra da vila de Santos, "(...) em quais consta os ditos oficiais assentarem com o povo de cada uma das vilas que não houvesse guerra dando por razão que os nativos não nos davam opressão (...)"(Atas da Câmara da Cidade de São Paulo, Op. cit., Vol. 01, p. 476-477) Entretanto, nesta mesma ocasião, os oficiais requisitaram a presença de Belchior Carneiro, morador da vila de São Paulo, Gregorio Ramalho, filho de Vitorio Ramalho, Manoell, índio cristão de São Miguel e irmão de Fernão de Sousa, para relatarem os seguintes acontecimentos: “[...] aserqua do gentio do bongy que hos avia salteado e desbaratado na viagen que trazião desta entrada de antº de masedo e de dominguos luiz grou en cuja cõpanhia elles todos vinhão p.ª esta cap.ta [...]. Segundo o relato dos sertanistas, afirmaram ser verdade que “[...] o gentio de mongi pelo rio abaixo de anhambi junto de outro rio de jaguari esperarão a toda a gent que vinha brãca e indios xpãos nossos amiguos e topinães da cõpanhia de antº de masedo e de dominguos luis grou e mais irmãos [...]” [Páginas 62 e 63] • 5°. Diogo de Lara assinou na Câmara Eis que dois anos após o ocorrido, aos 05 de fevereiro de 1595, temos um registro de um ajuntamento para deliberar sobre um mandado do provedor Pedro Cubas no qual: (...) mandada apregoar nesta vila que todos os moradores e estantes desta dita vila fossem ou mandassem levar todas as pessoas nativos e nativas e escravizados desta guerra de bougi e de outras guerras e expedições ao juízo da provedoria e alfandega para se fazerem exames e diligências importantes e ordinárias (...) É notória a iniciativa da administração colonial em tentar submeter ao poder dacoroa o controle sobre os contingentes de indígenas escravizados, ao menos em termos de burocracia. A resposta dos oficiais e demais moradores da vila de São Paulo presentes na reunião, entre eles Gaspar Vaz, foi unânime: (...) este negócio era árduo e de muita importância e que dava muita importunação e opressão ao povo em ir ao mar a gente da terra e além disso estávamos em uso e costume as pessoas da guerra e entradas não iem ao registro salvo as peças que se traziam do resgate e outras nenhumas não e que se o provedor mostrar pelo seu regimento que sua majestade manda ir a alfandega e a registro as peças de guerra e entradas que vinham se responderia a isso e por hora tinham embargos ao dito mandado e provisão e se não podia cumprir até não mandar o regimento para ser publicado e porquanto esta guerra foi data licitamente com parecer do prelado e homens do regimento da república pela opressão que os contra nos davam continuamente (...) O posicionamento dos oficiais não só desafiava a autoridade do provedor como também demonstrava a autonomia de ação da Câmara Municipal em decidir quando e quais ordens seriam obedecidas pelos moradores. Demonstra, por outro lado, que era costume dos colonos que se beneficiavam da escravidão indígena não registrarem os indígenas apresados em guerras e entradas ao sertão. Pelas informações apresentadas nestas atas é possível inferir que os grupos indígenas apontados como o gentio de boigi já eram alvos do apresamento e da consequente escravização desde, pelo menos, a última década do século XVI. • 6°. Requerimento apresentado aos oficiais da câmara • 7°. Antonio Camacho solicitou terras no Coabussú Um dos beneficiários de terras na região foi Domingos de Góes, morador na vila de São Paulo, que recebeu sua primeira carta de concessão de sesmaria aos 07 de janeiro de 1610. Mesmo ano em que receberam sesmarias Antonio Fernandes, padre João Alvares, Belchior da Costa, em nome de suas filhas, todos estes no Anhemby , rio acima; e Antonio Camacho, que solicitou terras no Coabussú. Domingos de Góes solicitava uns capões que estavam devolutos, com três tiros de comprido e um tiro de largo de terras, na barra de um ribeiro chamado Guaiaó, terras que serviriam para roçar e lavrar. Não identificamos nas partes legíveis nenhuma menção a outros moradores na região. As terras lhes foram concedidas pelo capitão-mor Gaspar Conqueiro, em despacho favorável ao pedido, livres de tributos ou pagamentos de pensão. • 8°. Traslado de uma carta de dadas de terra de Domingos de Góes morador na Villa de São Paulo A intersecção de fatos históricos entre os dois municípios, nos primórdios da ocupação da região, é facilmente explicitada ao descrevermos o primeiro documento referente ao território onde hoje está situada a cidade de Suzano, esta localização é marcada pelo rio ‘Cuayao’ (Guaió) e o ‘rio grande Anhemby’ (Tietê). É uma concessão de sesmaria a um certo “Rodrigues”, em 10 de dezembro de 1609: “Campos do Itacurutiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vae para Boigi Mirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Cuayao por elle arriba até da em outro no que se chama..... dali dará volta a demarcação pelas faldas do outeiro da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande Anhemby e por o rio grande até dar digo até tornar aonde começou a partir assim mas meia ...com dois capões que estão de fronte da dita dada a saber um capão que se chama de Yytucurubitiba e outro .... assupeva.” Um dos beneficiários de terras na região foi Domingos de Góes, morador na vila de São Paulo, que recebeu sua primeira carta de concessão de sesmaria aos 07 de janeiro de 1610. Mesmo ano em que receberam sesmarias Antonio Fernandes, padre João Alvares, Belchior da Costa, em nome de suas filhas, todos estes no Anhemby , rio acima; e Antonio Camacho, que solicitou terras no Coabussú. Domingos de Góes solicitava uns capões que estavam devolutos, com três tiros de comprido e um tiro de largo de terras, na barra de um ribeiro chamado Guaiaó, terras que serviriam para roçar e lavrar. Não identificamos nas partes legíveis nenhuma menção a outros moradores na região. As terras lhes foram concedidas pelo capitão-mor Gaspar Conqueiro, em despacho favorável ao pedido, livres de tributos ou pagamentos de pensão. • 9°. Belchior da Costa alega ter as filhas Beatriz Diniz e Vicência da Costa para casar. Pede terras em frente às de Suzana Dias, defronte à capela de Santana do “Pernaiba”, na banda do além Anhembi, rio acima Mesmo ano em que receberam sesmarias Antonio Fernandes, padre João Alvares, Belchior da Costa, em nome de suas filhas, todos estes no Anhemby, rio acima; e Antonio Camacho, que solicitou terras no Coabussú. Domingos de Góes solicitava uns capões que estavam devolutos, com três tiros de comprido e um tiro de largo de terras, na barra de um ribeiro chamado Guaiaó, terras que serviriam para roçar e lavrar 167 . Não identificamos nas partes legíveis nenhuma menção a outros moradores na região. As terras lhes foram concedidas pelo capitão-mor Gaspar Conqueiro, em despacho favorável ao pedido, livres de tributos ou pagamentos de pensão. • 10°. Aos 23 de março do referido ano, padre João Alvares teve sua primeira carta de sesmaria concedida. Este documento está com a maior parte das linhas ilegíveis e por este motivo não foi transcrito na íntegra Logo no início de 1610, temos o registro da concessão de sesmaria que decerto demarcou as áreas limítrofes iniciais do que viria a se tornar o primeiro núcleo de assentamento colonial nas paragens de Taquaquecetiba. Aos 23 de março do referido ano, padre João Alvares teve sua primeira carta de sesmaria concedida. Este documento está com a maior parte das linhas ilegíveis e por este motivo não foi transcrito na íntegra. Mas na petição desta carta é possível ler que João Álvares se declarava “[...] clérigo natural da villa de São Paulo [...] era filho e neto de conquistador desta capitania e que elle assistia e morava no Boigi miri ……………………… [...]”. Pela indicação legível na seção de justificativa para a solicitação das terras, João Álvares afirmava querer “[...] fazer suas milharadas ………………………………………… [...]” e por este motivo requeria a meia légua de terras ao capitão Gaspar Conqueiro. Sobre a demarcação dessa meia légua de terra solicitada, temos a seguinte informação: [...] ………………………………….. em quadra tanto de largo como ………….. no dito Boigi miri da outra banda ……………………… Anhambi indo para a Paraiba depois de passar ……………………… e começará a partir pelo caminho ……………. para o dito rio da Paraiba e fica esta ……………….re o rio Anhambi a qual terra pedia por estar devoluta e que em lh´a dar receberia mercê [...]. Por este excerto é possível observar que a demarcação das terras de João Álvares seguia o curso do rio Anhembi rumo ao rio Paraiba , pelo dito Boigi miri da outra banda, onde as terras eram devolutas, ou seja, numa área ainda desocupada por colonos. Como bem pontuou Raquel Glezer, o uso da expressão “terras devolutas”, mesmo neste período, não estava associada ao sentido de terras devolvidas, tratando-se de um indicativo de terras desocupadas ou desaproveitadas dentro da perspectiva do processo de ocupação colonial. Por esta razão, a localização inicial da fazenda de João Álvares é uma incógnita. E quando menciono a localização inicial da fazenda, o faço pelo fato de que padre João Álvares recebeu ao menos três cartas de concessão de sesmaria ao longo de sua vida em São Paulo. E é por meio dessas outras cartas que podemos alcançar um esclarecimento sobre a demarcação das terras de Taquaquecetiba. • 11°. Pedido de Sesmaria • 12°. Elevação à Vila de Santa Ana de Mogi Morim / Fundação de Mogi das Cruzes • 13°. Lei de dom Filipe III reconhecendo, em princípio, a liberdade dos índios, mas declarando legítimo o cativeiro dos que fossem aprisionados em justa guerra ou dos que fossem resgatados quando cativos de antropófagos • 14°. Concessões Sabemos através da pesquisa de Madalena Marques que a ordem também recebeu concessões em Sabaúna (Mogi), terras próximas à Jacareí e três sesmarias perto de Santo Ângelo, do Rio Tietê, e no caminho de Bertioga. Todas essas concessões datam do ano de 1627. • 15°. Traslado do registo da carta de data de terras de Pantaleão Fernandes dada pelo capitão-mor e ouvidor Antonio de Aguiar Barriga • 16°. Leis, consultado em camarapirapozinho.sp.gov.br
Atualizado em 31/10/2025 21:00:46 Como os bandeirantes, cujas homenagens hoje são questionadas, foram alçados a “heróis paulistas”. Edison Veiga, de Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil
• 1°. Sebastião Fernandes Tourinho chefiou uma expedição que "subiu pelo Rio Doce, e atravessando imensos sertões desceu pelo Jequitinhonha para a província da Bahia conduzindo escravos, algumas amostras de esmeraldas ou safiras" Segundo as pesquisas do historiador Camargo, a primeira menção do termo bandeirante pela imprensa ocorreu em 11 de abril de 1837. Uma nota publicada pelo jornal "Pharol do Império", do Rio de Janeiro, narrando que um "bandeirante", Sebastião Fernandes Tourinho, chefiou em 1573 uma expedição que “subiu pelo Rio Doce, e atravessando imensos sertões desceu pelo Jequitinhonha para a província da Bahia conduzindo escravos, algumas amostras de esmeraldas ou safiras”. • 2°. Câmara registrou a reclamação de Jerônimo Leitão, capitão de São Vicente, indignado com as pessoas que iam "ao sertão" sem sua licença, causando "prejuízo" para a capitania Os “que vão ao sertão” Uma pesquisa nas atas da Câmara de São Paulo comprova que o termo bandeirante não existia antes do fim do século 19. “A documentação oficial não se referia a eles nem como bandeirantes nem como sertanistas”, pontua Camargo. “O mais próximo que vi é ´homens que vão ao sertão´.” Em 16 de maio de 1583, por exemplo, a Câmara registrou a reclamação de Jerônimo Leitão, capitão de São Vicente, indignado com as pessoas que iam "ao sertão" sem sua licença, causando "prejuízo" para a capitania. Ele contava estar "informado de muita devassidão" nessas empreitadas mata adentro. Camargo aponta o historiador e monge beneditino Gaspar Teixeira de Azevedo (1715-1800), mais conhecido como Frei Gaspar da Madre de Deus, como o primeiro a chamar, em livro, de bandeiras as incursões pelo sertão — o faz em "Memórias Para a História da Capitania de São Vicente", publicado originalmente em 1797. "Mas ele ainda não empregava o termo bandeirantes. Chamava-os apenas de paulistas", atesta Camargo. • 3°. “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) Os “que vão ao sertão” Uma pesquisa nas atas da Câmara de São Paulo comprova que o termo bandeirante não existia antes do fim do século 19. “A documentação oficial não se referia a eles nem como bandeirantes nem como sertanistas”, pontua Camargo. “O mais próximo que vi é ´homens que vão ao sertão´.” Em 16 de maio de 1583, por exemplo, a Câmara registrou a reclamação de Jerônimo Leitão, capitão de São Vicente, indignado com as pessoas que iam "ao sertão" sem sua licença, causando "prejuízo" para a capitania. Ele contava estar "informado de muita devassidão" nessas empreitadas mata adentro. Camargo aponta o historiador e monge beneditino Gaspar Teixeira de Azevedo (1715-1800), mais conhecido como Frei Gaspar da Madre de Deus, como o primeiro a chamar, em livro, de bandeiras as incursões pelo sertão — o faz em "Memórias Para a História da Capitania de São Vicente", publicado originalmente em 1797. "Mas ele ainda não empregava o termo bandeirantes. Chamava-os apenas de paulistas", atesta Camargo. • 4°. Primeira menção do termo bandeirante pela imprensa publicada pelo jornal "Pharol do Império", do Rio de Janeiro Segundo as pesquisas do historiador Camargo, a primeira menção do termo bandeirante pela imprensa ocorreu em 11 de abril de 1837. Uma nota publicada pelo jornal "Pharol do Império", do Rio de Janeiro, narrando que um "bandeirante", Sebastião Fernandes Tourinho, chefiou em 1573 uma expedição que “subiu pelo Rio Doce, e atravessando imensos sertões desceu pelo Jequitinhonha para a província da Bahia conduzindo escravos, algumas amostras de esmeraldas ou safiras”. • 5°. O escritor e jornalista português José da Silva Mendes Leal (1820-1886) publicou o romance “Os Bandeirantes” em cuja primeira página o leitor já é apresentado a “um viageiro de trajo modesto e boa presença” • 6°. Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) publicou “História Geral do Brasil” • 7°. O primeiro registro da palavra bandeirante em um dicionário de língua portuguesa Na tese de doutorado “Entre Batismos e Degolas: (Des)caminhos Bandeirantes em São Paulo”, defendida na USP, a socióloga e antropóloga Thaís Chang Waldman afirma que o primeiro registro da palavra bandeirante em um dicionário de língua portuguesa data de 1871. Trata-se do dicionário publicado pelo frei Domingos Vieira, diz Waldman, no qual “bandeirante é definido como ´o afiliado da bandeira, ou companhia de exploração das matas virgens”. A pesquisadora ainda cita o dicionário Houaiss, edição de 2009, em que “o bandeirante é registrado como substantivo masculino que denomina um ´indivíduo que no Brasil colonial tomou parte em bandeira (expedição)´”. Vale ressaltar que a palavra bandeirante, portanto, passa a ser utilizada quando o ciclo das bandeiras já estava encerrado — conforme assinala o historiador e sociólogo Ricardo Luiz de Souza no artigo "A Mitologia Bandeirante: Construção e Sentidos". • 8°. Bairro* Documentos do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo atestam que o primeiro logradouro público a ser batizado com o termo foi a rua dos Bandeirantes, no bairro do Bom Retiro, em maio de 1891. De lá para cá, o povo paulista ganhou a avenida dos Bandeirantes, a rodovia dos Bandeirantes, o canal de TV Bandeirantes e até a sede oficial do governo do estado se chama Palácio dos Bandeirantes. • 9°. Retrato de Domingos Jorge Velho de Benedito Calixto é primeira representação visual de um bandeirante a entrar na coleção do Museu Paulista Taunay: o ´formulador´ do mito Mas para compreender totalmente a instauração do mito do bandeirante como herói paulista é preciso voltar a um intelectual da primeira metade do século 20: o historiador, biógrafo, romancista, tradutor e professor Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958)."A construção desse imaginário histórico teve nele o seu principal formulador e divulgador, em várias obras históricas e no Museu Paulista [o Museu do Ipiranga]", ressalta Martinez. “Taunay escreveu muito para jornais e depois refundia os textos em livros sem citar nenhuma fonte de documentação e das publicações anteriores”, contextualiza o historiador. “Mas esse mito foi sendo construído ao longo de décadas e as caracterizações sofrem variações de autor para autor.” Entre 1924 e 1950, Taunay publicou "História Geral das Bandeiras Paulistas", obra em 11 tomos. Como diretor do Museu do Ipiranga — cargo ocupado de 1917 e 1953 —, o historiador também contribuiu para a consolidação desse imaginário. "Ele encomendou toda a representação iconográfica e a estatutária do bandeirismo que decora os salões do museu", diz Martinez. “O ano chave aqui foi 1922, nos preparativos para as comemorações do centenário da Independência do Brasil.” Taunay trabalhou, segundo o historiador, para “enaltecer o papel dos paulistas na conquista territorial do interior do continente”. Camargo vê Taunay como o primeiro a "tratar o bandeirante como herói". “É preciso lembrar que sua tarefa foi facilitada pelo acesso que ele teve aos documentos do Arquivo Histórico Municipal. Autor positivista, que somente dá crédito a partir de provas documentais, ele teve nesses documentos a prova necessária para suas análises”, afirma. A própria imagem do bandeirante, com suas características físicas e vestuário, acabou sendo criada nesse momento. “Não existem retratos de bandeirantes realizados no momento em que esses homens viveram. Por isso, nada sabemos sobre suas fisionomias e pouco sobre como andavam vestidos pelos sertões”, pontua o historiador Marins. Como exemplo, ele cita o retrato de Domingos Jorge Velho (1641-1705), obra executada em 1903 por Benedito Calixto (1853-1927). “Foi a primeira representação visual de um bandeirante a entrar na coleção do Museu Paulista. Nessa tela, já aparecem muitas das características que acabaram por se tornar uma convenção de como representá-los: traços europeus e pele branca, chapéus de aba larga, botas de cano alto, bacamarte e a pose altiva inspirada diretamente nos retratos de reis, a partir do modelo de Hyacinthe Rigaud para o célebre retrato de Luís 14, hoje no Louvre”, contextualiza ele. Segundo o historiador, as obras encomendadas por Taunay acabaram "reforçando as características visuais [dos bandeirantes] e trazendo outras, como o uso do gibão acolchoado em losangos, cobrindo o tronco". “Essas características iconográficas estabelecidas no Museu Paulista foram muito utilizadas em dois momentos chave da história paulista: a Revolução de 1932 e o Quarto Centenário de São Paulo”, prossegue Marins. “Foi assim que apareceram em cartazes, cédulas, selos, porcelanas, anúncios comerciais, murais e em monumentos públicos, como o Monumento às Bandeiras, inaugurado em 1953, e no Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932, inaugurado em 1955, ambos no Ibirapuera (principal parque da cidade de São Paulo).” • 10°. Tem início a Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada no Rio de Janeiro, sendo até hoje a maior exposição internacional já realizada brasileiras Eles eram rudes, geralmente iletrados, passavam longos períodos embrenhados em matas e campos desconhecidos, comiam mal e perseguiam índios. Figuras típicas do Brasil colonial, diretamente responsáveis pelas incursões "do homem branco" pelos confins então desconhecidos do Brasil, os bandeirantes acabaram elevados ao panteão dos heróis — sobretudo dos paulistas —, em um movimento iniciado no fim do século 19, incorporado aos discursos das comemorações do primeiro centenário da Independência, em 1922, reforçado na Revolução Constitucionalista de 1932 e consolidado nas celebrações do Quarto Centenário de São Paulo, em 1954. • 11°. Vida e morte do bandeirante, 1929. José de Alcântara Machado • 12°. “Confederação ou Separação” do o historiador e sociólogo Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) • 13°. A cidade de São Paulo (SP) faz 400 anos e inaugura o Parque do Ibirapuera, a Catedral da Sé e o Monumento às Bandeiras Eles eram rudes, geralmente iletrados, passavam longos períodos embrenhados em matas e campos desconhecidos, comiam mal e perseguiam índios. Figuras típicas do Brasil colonial, diretamente responsáveis pelas incursões "do homem branco" pelos confins então desconhecidos do Brasil, os bandeirantes acabaram elevados ao panteão dos heróis — sobretudo dos paulistas —, em um movimento iniciado no fim do século 19, incorporado aos discursos das comemorações do primeiro centenário da Independência, em 1922, reforçado na Revolução Constitucionalista de 1932 e consolidado nas celebrações do Quarto Centenário de São Paulo, em 1954 • 14°. Inauguração do Obelisco aos Heróis de 32 Durante o movimento conhecido como Revolução de 1932, quando tropas paulistas estavam guerreando contra o restante do país, a ideia do bandeirante servia como argumento a diferenciar os de São Paulo dos brasileiros de outros Estados. No livro "Confederação ou Separação" publicado em 1933, o historiador e sociólogo Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) partiu do caráter do bandeirante para defender que os paulistas eram "diferentes" dos demais. “Eles [os bandeirantes] eram apelidados de ´portugueses´, de ´vicentinos´ ou de ´paulistas´. Jamais foram brasileiros”, escreveu. A relação com os bandeirantes estava presente até nos nomes dos batalhões. Muitos deles homenageavam figuras históricas do tipo, como Fernão Dias, Paes Leme Raposo Tavares e Anhanguera. “A revolução usou algumas imagens dos bandeirantes como os grandes heróis paulistas para conquistar corações e mentes durante o período”, afirma o pesquisador e colecionador Ricardo Della Rosa, autor do livro "Revolução de 1932: A História da Guerra Paulista em Imagens, Objetos e Documentos". “Isso foi feito de forma intensiva, por meio da propaganda de guerra.” Essa ligação persistiu no pós-revolução. Maior exemplo é o Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32, mais conhecido como Obelisco do Ibirapuera, monumento feito por Galileo Emendabili (1898-1974) entre 1947 e 1970. "É o maior ícone de todos. Carrega essa simbologia", comenta Della Rosa. “As faces externas do Obelisco trazem associações de imagens do passado bandeirante paulista com o soldado de 32.” • 15°. Inaugurada estátua de Manuel de Borba Gato
Atualizado em 31/10/2025 17:43:41 Fazendas e Engenhos do litoral vicentino: traços de uma economia esquecida (séculos XVI-XVIII), 2020. Vera Lucia Amaral Ferlini. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho ![]() Data: 2020 Página 18
• 1°. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo • 2°. Sesmarias e gados de Pero Correa são doados aos jesuítas A constituição de seu patrimônio deu-se pela anexação de terras de Pero Correa, em 1553; Cornélio Arzão, em 1628; Antonio Rodrigues de Almeida, em 1643; Francisco Pinto, em 1664; Pero de Go´es, em 1674; Domingos Leite de Carvalho, em 1687; Agostinho Rodrigues de Guerra, em 1687; Diogo Pinto do Rego, em 1743; Manuel Antunes Belém de Andrade, em 1743. • 3°. Petição Domingos Luis Grou Em relação a engenhos, a pesquisa encontrou menção ao de Afonso Sardinha, que em 1577 requeria a confirmação de terras, com canavial e roça e, em 1607, uns alagados, ao longo de suas terras com açúcares de sua fazenda e trapiche. A documentação permite ainda reconhecer alguns feitores, mestres de açúcar, oleiro e ferreiro. Espera-se, na continuidade da pesquisa, oferecer, além de importantes materiais para novas investigações, esboçar o perfil econômico da região, no período colonial, e sua trajetória de predominância de produção açucareira, para o domínio dos fluxos comerciais da Capitania. [Página 17] • 4°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Em 1585, por solicitação da Câmara, marchou à frente de uma grande bandeira contra os carijós do Paranapanema e chegou até Paranaguá. Durante seis anos, destruiu, na região do Anhembi, trezentas aldeias de tupiniquins, com cerca de trinta mil habitantes. Pôs assim em segurança as duas principais vias de penetração paulista no século XVII: os rios Tietê, rumo ao Guairá, e o Paraíba, visando as nascentes do rio São Francisco. Foi, no século XVI, talvez o maior lutador contra os assaltos dos índios na capitania de São Vicente. Cf. Porchat (1993, p. 87). • 5°. Registro de uma carta de dada de terras a Manuel João Branco Manuel João Branco; 1614; Cubatão; Muitas terras devolutas saindo do esteiro ... Peacava donde ... vacas e cavalgaduras qu... abaixo ... que vem do Cubatão rio abaixo ... direita ... pegando com os primeiros outrossim um ribeiro que vae ... Peaçava fica da banda da ilha – Pede a vossa uma légua em quadra porquanto ele suplicante quer fazer engenho e correndo para os outeiros acima ... da outra parte parta prª ... ou parta mais declaração de meia légua para uma parte do esteiro e a outra pela outra banda que venha o dito.; Pedido de terras devolutas.; Canaviais.; Estado de São Paulo. Sesmarias. Documentos do Archivo do Estado de São Paulo. São Paulo: Typographia Piratininga, 1921. V. 1, p. 212 • 6°. Terras Francisco Alves Correa, Gonçalo Vogado em 1617. Requer Légua ... nos limites do Jerabati rio acima partindo ... ando todas as pontas e voltas que o rio tiver e sendo ... correrá acima aonde melhor for ficando o rio em meio tanto para uma banda como para a outra ficando em quadra de légua e meia ...; Pedido de terras devolutas.; Lavrar mantimentos para sustentar.; Estado de São Paulo. Sesmarias. Documentos do Archivo do Estado de São Paulo. São Paulo: Typographia Piratininga, 1921. V. 1, p. 227. [Fazendas e Engenhos do litoral vicentino: traços de uma economia esquecida (séculos XVI-XVIII), 2020. Vera Lucia Amaral Ferlini. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho. Página 29]
Atualizado em 31/10/2025 21:00:47 Surpresas que a genealogia nos revela. Por Paulo Fernando Zaganin. Em xn--yep-dma.com.br
• 1°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” • 2°. Nova expedição com 50 homens* Contudo, em 1590, junto com Antonio de Macedo, filho de João Ramalho, e certo Marcuia, Grou e mais 50 homens fizeram uma entrada no sertão de Mogi, pelo rio abaixo de Anhembi junto do rio Jaguari e, nesta ocasião, foram mortos e devorados pelos índios.
Atualizado em 01/11/2025 06:02:38 Milagre de Nossa Senhora da Escada nas origens de Barueri. Por Luis Dufaur, ipco.org.br
• 1°. Em 18 de agosto desse ano, a Fazenda Baruery foi doada por Jerônimo Leitão São José de Anchieta e a fundação de Barueri - O início do aldeamento de Barueri remonta ao ano de 1560. Em 18 de agosto desse ano, a Fazenda Baruery foi doada por Jerônimo Leitão. Acusado por proteger índios, o fazendeiro doou as terras aos jesuítas, entre eles São José de Anchieta SJ, o Apóstolo do Brasil. O santo jesuíta de posse de uma carta de sesmaria fundou, em 11 de novembro de 1560, o Aldeamento de Baruery, com índios Guaianazes (do litoral de São Vicente) e Guaicurús (do Planalto de Piratininga). Uma capela foi erguida onde existe o bairro da Aldeia de Barueri, e a primeira missa realizada por Anchieta data de 21 de novembro de 1560.
Atualizado em 01/11/2025 06:02:38 De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.)
• 1°. João de Santana era casado, queria vir para a vila por “ser muito necessário recolherem-se os moradores à vila e nela terem casas por respeito de estarmos em guerra” Certos índios, mormente os frutos da guerra, eram escravos, e a justificativa para sua escravização frequentemente era a guerra, e assim era importante marcar a diferença entre quem era ou não escravo. A moça Maria “mulata, filha de uma negra tupioaem e de tapanhum, por isso não se avaliou por ser forra”, como consta no inventário de João de Santana, de 1612. No mesmo inventário se disse “que estava uma negra em Pirapetinguy por nome Paula de nação carijó, escrava do tempo da guerra de Jerônimo Leitão, que por os avaliadores já a conhecerem a avaliaram” em 12 mil réis (grifos nossos). Índio forro e índio escravo nomeados eram distinguidos naquela sociedade porqueos paulistas conheciam suas gentes. Sabiam, por uso e costume, e conhecimento, quem era ou não escravo ou forro e quem devia ou não entrar e de que modo nos inventários. • 2°. Testamento de Maritm Tenório Os outros tememinós eram sem valor, diferente dos tememinós tamoios. Salvo os tamoios e a negra do Guoaya, os demais 27 índios, inclusos entre os tememinós e as peças que se acharam vivas, não receberam avaliação monetária, incluindo um “moço por nome Pedro que disseram ser filho do defunto Martim Rodrigues”, o inventariado. O escrivão Simão Borges sabia muito bem quem podia ou não ser descrito com valor, como escravo. O filho do senhor não era escravo, como o próprio Martim Rodrigues afirmara em seu testamento de 1603, feito em pleno sertão às margens do rio Paracatu. Ainda que em meio aos perigos do sertão, não estava doente à beira da morte, mas “são e de saúde e em todo o [seu] siso e juízo perfeito”. No entanto, para “desencargo de [sua] consciência”, declarava possuir dois filhos bastardos que os houve no sertão”, um de nome Diogo e o outro, infelizmente, ilegível na fonte, mas muito provavelmente o tal Pedro descrito no inventário. Sobre o filho Diogo, Martim afirma que ele e sua mulher, Suzana Rodrigues (de pai desconhecido, provavelmente descendente de índio), o forraram “em comunidade”, de comum acordo. A par do estado da documentação, sabe-se que para Diogo o documento traz referências a “notas do tabelião Antônio Rodrigues”. Teria sido a alforria registrada em cartório? Não sabemos, mas Martim Rodrigues tinha muita preocupação com os “dois meninos (...) filhos bastardos”, e pediu a sua mulher que ficasse curadora das crianças. Se Suzana não quisesse, ficaria a cargo de seu genro, que também os ensinaria a “ler e escrever”, e “alguns outros ofícios que lhe parecer bem”. Sua terça, depois de cumpridos os legados, deveria ser repartida por “ambos irmãmente de permeio”. De fato, os filhos do senhor não eram escravos. Eram parentes, ainda que um deles tenha sido arrolado no inventário do pai, mas não como escravo. Filhos bastardos não necessariamente [*De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.). Páginas 193 e 194] • 3°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves Certos índios, mormente os frutos da guerra, eram escravos, e a justificativa para sua escravização frequentemente era a guerra, e assim era importante marcar a diferença entre quem era ou não escravo. A moça Maria “mulata, filha de uma negra tupioaem e de tapanhum, por isso não se avaliou por ser forra”, como consta no inventário de João de Santana, de 1612. No mesmo inventário se disse “que estava uma negra em Pirapetinguy por nome Paula de nação carijó, escrava do tempo da guerra de Jerônimo Leitão, que por os avaliadores já a conhecerem a avaliaram” em 12 mil réis (grifos nossos). Índio forro e índio escravo nomeados eram distinguidos naquela sociedade porque os paulistas conheciam suas gentes. Sabiam, por uso e costume, e conhecimento, quem era ou não escravo ou forro e quem devia ou não entrar e de que modo nos inventários. • 4°. Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo Dessa maneira, no inventário de bens de Martim Rodrigues, de 1612, vê-se uma “negra por nome Guaya digo da nação Guoaya que diz ser escrava da entrada de Domingos Rodrigues de Paraupava com 3 filhos”, todos os quatro, listados no item peças, foram avaliados em 22 mil réis. Ainda nesse inventário, que contava com 34 índios, estão, imediatamente depois da negra, as peças tememinós, dentre as quais uma “negra por nome Genebra de nação tamoia com uma criança”, de 27 mil réis, e um “rapaz por nome Casao tamoio”, de 20 mil réis. Os outros tememinós eram sem valor, diferente dos tememinós tamoios. Salvo os tamoios e a negra do Guoaya, os demais 27 índios, inclusos entre os tememinós e as peças que se acharam vivas, não receberam avaliação monetária, incluindo um “moço por nome Pedro que disseram ser filho do defunto Martim Rodrigues”, o inventariado. O escrivão Simão Borges sabia muito bem quem podia ou não ser descrito com valor, como escravo. O filho do senhor não era escravo, como o próprio Martim Rodrigues afirmara em seu testamento de 1603, feito em pleno sertão às margens do rio Paracatu. Ainda que em meio aos perigos do sertão, não estava doente à beira da morte, mas “são e de saúde e em todo o [seu] siso e juízo perfeito”. No entanto, para “desencargo de [sua] consciência”, declarava possuir dois filhos bastardos que os houve no sertão”, um de nome Diogo e o outro, infelizmente, ilegível na fonte, mas muito provavelmente o tal Pedro descrito no inventário. Sobre o filho Diogo, Martim afirma que ele e sua mulher, Suzana Rodrigues(de pai desconhecido, provavelmente descendente de índio), o forraram “em comunidade”, de comum acordo. A par do estado da documentação, sabe-se que para Diogo o documento traz referências a “notas do tabelião Antônio Rodrigues”. Teria sido a alforria registrada em cartório? Não sabemos, mas Martim Rodrigues tinha muitapreocupação com os “dois meninos (...) filhos bastardos”, e pediu a sua mulher que ficasse curadora das crianças. Se Suzana não quisesse, ficaria a cargo deseu genro, que também os ensinaria a “ler e escrever”, e “alguns outros ofícios que lhe parecer bem”. Sua terça, depois de cumpridos os legados, deveria ser repartida por “ambos irmãmente de permeio”. De fato, os filhos do senhor nãoeram escravos. Eram parentes, ainda que um deles tenha sido arrolado no inventário do pai, mas não como escravo. Filhos bastardos não necessariamente [*De que estamos falando? Antigos conceitos e modernos anacronismos – escravidão e mestiçagens, 2015. Eduardo França Paiva, Manuel F. Fernández Chaves e Rafael M. Pérez García (orgs.). Páginas 193 e 194] • 5°. Inventário de João de Sant´Ana Certos índios, mormente os frutos da guerra, eram escravos, e a justificativa para sua escravização frequentemente era a guerra, e assim era importante marcar a diferença entre quem era ou não escravo. A moça Maria “mulata, filha de uma negra tupioaem e de tapanhum, por isso não se avaliou por ser forra”, como consta no inventário de João de Santana, de 1612. No mesmo inventário se disse “que estava uma negra em Pirapetinguy por nome Paula de nação carijó, escrava do tempo da guerra de Jerônimo Leitão, que por os avaliadores já a conhecerem a avaliaram” em 12 mil réis (grifos nossos). forro e índio escravo nomeados eram distinguidos naquela sociedade porqueos paulistas conheciam suas gentes. Sabiam, por uso e costume, e conhecimento, quem era ou não escravo ou forro e quem devia ou não entrar e de que modo nos inventários.A que índios escravos eles se referiam? Em primeiro lugar, lembramos quelidamos com os índios presentes ou mencionados em inventários, dentro da ordem vigente ou em contato com os paulistas no momento posterior à morte dos senhores. Não é o caso aqui de, apenas, aludirmos às percepções que os paulistas tinham sobre os diferentes índios, mas nossa maior intenção é a de realçar que os índios ora analisados serem apenas os do contato. [Páginas 193 e 194]
Atualizado em 01/11/2025 06:02:39 O Aldeamento de Barueri, por Pascom Nossa Senhora da Escada, em paroquianossasenhoradaescada.com
• 1°. Jerônimo Leitão doou aos jesuítas (provavelmente à Anchieta) uma fazenda em Barueri para ser erguido um novo aldeamento • 2°. Primeira missa rezada na capela de Nossa Senhora da Escada
Atualizado em 01/11/2025 06:02:39 “Esta viagem é tão boa quanto qualquer viagem ao Peru”. O Minion of London no Brasil (1581). Sheila Moura Hue*
• 1°. Segundo as noções geográficas de então, a região de São Vicente localizava-se nas vizinhanças das ricas terras do Peru e das minas de Potosi, e os sertões ainda inexplorados, uma terra incógnita situada entre o rio Paraná e a costa, já visitados por ingleses em 1526 O estado e as condições daquele trecho da capitania de São Vicente diziam respeito à grande produção de açúcar, que alcançava um alto preço na Europa, e às informações sobre o recente descobrimento de minas de metais preciosos nas proximidades. Segundo as noções geográficas de então (1579), a região de São Vicente localizava-se nas vizinhanças das ricas terras do Peru e das minas de Potosi, e os sertões ainda inexplorados, uma terra incógnita situada entre o rio Paraná e a costa, já visitados por ingleses em 1526, seriam abundantes em minas ainda não descobertas. • 2°. O Navegador espanhol Sebastião Caboto chegou à ilha de Patos Dos 50 documentos relativos às viagens inglesas ao Brasil publicados por Richard Hakluyt e Samuel Purchas, entre relatos, roteiros, cartas, diários, instruções e notícias, escritos por cerca de 33 autores e abrangendo 19 viagens (HUE, 2009), desde a expedição de Sebastião Caboto ao rio Paraná em 1526, na companhia do inglês Roger Barlow, até a viagem do cirurgião-barbeiro londrino William Davis ao Amazonas em 1608, as cartas de John Whithall e dos cinco mercadores ingleses (..) • 3°. The new found worlde, or Antarctike O imaginário elisabetano sobre a região sudeste do Brasil e São Vicente foi ilustrado também por relatos impressos, que tiveram grande difusão, como a tradução inglesa de Singularitez de la France Antarctique (Paris, 1557), de André Thevet, publicada em Londres em 1568 com o título The new found worlde, or Antarctike (ANDREWS, 1981, p. 5), em que o frade franciscano se alonga sobre as qualidades da província de “Morpion” (São Vicente) - descreve o desenvolvimento agrícola da terra, a produção açucareira e confirma a descoberta de riquezas minerais: “No início da colonização plantou-se aí muita cana de açúcar, mas este cultivo não prosperou depois que os habitantes preferiram a mais rendosa exploração das jazidas de prata descoberta nos seus arredores” (THEVET, 1978, p. 176). • 4°. Seria corrente a notícia da existência das minas de ouro e prata da capitania de São Vicente, segundo súdito inglês residente em Santos Whithall envia sua carta a Staper em 26 de junho de 1578, menos de dois meses antes da batalha de Alcácer Quibir e da morte de D. Sebastião. Dois anos antes, a 15 de novembro de 1576, o tratado de comércio entre Portugal e Inglaterra, conhecido como ‘abstinência’, tinha sido firmado entre as duas coroas após anos de negociação. • 5°. Em dois de junho de 1579, um dos navios da esquadra de Francis Drake, o Elizabeth, comandado por John Winter, volta à Inglaterra levando informações sobre o Brasil* • 6°. Peru • 7°. A expedição comercial a São Vicente projetada por John Hawkins ampliou seu escopo não apenas do ponto de vista geográfico, incluindo-se as “East Indies”, mas também no que ser refere a seu caráter político, como relata D. Bernardino de Mendoza em 16 de outubro de 1580 A expedição comercial a São Vicente projetada por John Hawkins ampliou seu escopo não apenas do ponto de vista geográfico, incluindo-se as “East Indies”, mas também no que ser refere a seu caráter político, como relata D. Bernardino de Mendoza em 16 de outubro de 1580: [Drake] está tomando providencias para voltar com seis navios, e oferece aos investidores o retorno de sete para cada pound sterling em um ano. Isto teve tão grande influência sobre os ingleses que todo mundo quer ter parte na expedição. Os navios sobre os quais escrevi a V. M. que estavam indo para a costa do Brasil foram postergados pela volta de Drake, de forma a embarcar um número maior de homens em consequência das promessas feitas por Juan Rodriguez de Souza, que acaba de chegar aqui como representante de D. Antonio, e por causa das vantagens que terão se ele for com eles, não somente para a costa do Brasil mas também para as Índias portuguesas. Por esta razão seria desejável para os interesses de V.M. que sejam dadas ordens para que nenhum navio estrangeiro deva ser poupado, seja nas Índias espanholas ou portuguesas, e que todos sejam postos a pique e nenhuma alma a bordo seja mantida com vida. Esta será a única maneira de prevenir que ingleses e franceses sigam para essas partes para saquear, porque neste momento dificilmente se encontra um inglês que não esteja falando em empreender tal viagem, tão encorajados estão pelo retorno de Drake. • 8°. O Minion of London zarpou de Harwich a três de novembro de 1580 com dois integrantes da tripulação de John Winter a bordo, homens que conheciam a rota e tinham no currículo uma estadia em São Vicente • 9°. Carta • 10°. Regimento Após a união ibérica, estabeleceram-se leis que proibiam o exercício do comércio, da mineração e da agricultura por estrangeiros. Em 1588, o regimento do novo Governador-Geral do Brasil estabelecia várias recomendações que visavam a defender o território do ataque de corsários, e proibia que naus estrangeiras comercializassem no litoral, com exceção daquelas que possuíssem uma “provisão real”18. As recomendações do regimento destinavam-se a Francisco Giraldes, antigo embaixador português na Inglaterra e responsável pela negociação do tratado de comércio assinado em 1576, mas que não chegou a assumir o cargo, ocupado em 1591 por D. Francisco de Sousa, cujo governo foi marcado pelas entradas sertão adentro em busca de minas de metais preciosos.
História de Carapicuíba. João Barcellos 25 de março de 2013, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:17:23 Relacionamentos • Cidades (17): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Buenos Aires/ARG, Cananéia/SP, Carapicuiba/SP, Catalunha/ESP, Cotia/Vargem Grande/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Porto Feliz/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (23) Afonso d´Escragnolle Taunay (23 anos), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bacharel de Cananéa, Belchior Dias Carneiro (1554-1608), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606), Braz Gonçalves, velho "Sardinha" (1535-1620), Cacique de Carapicuíba, Clemente Álvares (1569-1641), Diogo Antônio Feijó (1783-1843), Domingos Luís Grou (1500-1590), Gregório Francisco, João Barcellos, João Ramalho (1486-1580), Jorge Correa, José de Anchieta (1534-1597), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel Preto (1559-1630), Margarida Fernandes (n.1505), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541), Padre Guilherme Pompeu de Almeida (1656-1713), Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos), Tomé de Sousa (1503-1579) • Temas (41): Açúcar, Aldeia de Pinheiros, Ambuaçava, Angola, Araritaguaba, Bituruna, vuturuna, Butantã, Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Caminho Itú-Sorocaba, Caminho Sorocaba-Porto Feliz, Capitania de São Vicente, Carijós/Guaranis, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Goayaó, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guaranis, Guerra de Extermínio, Inquisição, Jesuítas, Judaísmo, Jurubatuba, Geraibatiba, Metalurgia e siderurgia, Nheengatu, Ouro, Pela primeira vez, Pontes, Portos, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Geribatiba, Rio Pinheiros, Rio Ypané, Rio Ypanema, São Miguel dos Ururay, Serra de Cubatão , Serra de Jaraguá, Ururay • 1. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós 1 de novembro de 1585 • 2. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz" agosto de 1587 Em 1587, Sardinha em parte do Rio Jeribatiba, na Serra do Cubatão, faz mineração de ouro e de ferro. Entre 1587 e 1588, com indicações dos escravizados nativos, parte com o filho ("o mameluco", ou "o Moço") e Clemente Álvares para a região do sertão da Floresta d´Ypanen e descobre ferro no morro de Byraçoiaba, onde vem a instalar fornos do tipo catalão para iniciar a primeira produção industrial siderúrgica do continente americano a partir, talvez, de 1596-1597. [Páginas 15 e 16]
Atualizado em 01/11/2025 06:02:40 “Os pais de Carapicuiba”, Alex Souza
• 1°. Fernando de Magalhães chega à baía do Rio de Janeiro Não se sabe ao certo quando Domingos Luiz Grou chegou ao Brasil. Sabe- se, contudo, que morou algum tempo em Santos e Pinheiros, naquele tempo chamado de Jeribatiba e depois de travar relações com os índios existentes contraiu casamento com a filha do cacique, a índia Margarida Fernandes, como já foi dito [Os primeiros pais de Carapicuíba, 18. 09. 2011, Aléx Souza. carapicuibaconectada. blogspot. com] • 2°. Domingos Luis Grou “adquiriu” terras vizinhas as concedidas nativos de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba Vasculhando-se alfarrábios deduz-se que o primeiro homem branco a travar contato com as terras de Carapicuíba foi Domingos Luiz Grou. Alguns historiadores costumam chamá-lo de Domingos Luiz - o Velho - para distingui-lo de outros Domingos Luiz, especialmente seu filho. Talvez Grou seja apelido de Domingos Luiz. Não se sabe ao certo quando Domingos Luiz Grou chegou ao Brasil. Sabe-se, contudo, que morou algum tempo em Santos e Pinheiros, naquele tempo chamado de Jeribatiba e depois de travar relações com os índios existentes contraiu casamento com a filha do cacique, a índia Margarida Fernandes, como já foi dito. • 3°. Casamento de Domingos Grou e a filha do cacique de Carapicuíba (data s/ confirmação) Não se sabe ao certo quando Domingos Luiz Grou chegou ao Brasil. Sabe-se, contudo, que morou algum tempo em Santos e Pinheiros, naquele tempo chamado de Jeribatiba e depois de travar relações com os índios existentes contraiu casamento com a filha do cacique, a índia Margarida Fernandes, como já foi dito. • 4°. Quando Martin Afonso de Souza subiu ao planalto, Domingos Luiz Grou estava casado com a filha do cacique de Carapicuíba • 5°. Martim Afonso concede sesmarias Quando Martin Afonso de Souza, em 1532 subiu ao planalto, Domingos Luiz Grou estava casado com a filha do cacique de Carapicuíba, a virgem Fulana Guacú. Seu nome perde-se para a história, mas alguns autores dizem ter sido batizada como Margarida Fernandes. Esta foi, pois, a primeira mãe veneranda, a avó suprema de todos os mamelucos de Carapicuíba. Depois vieram outros personagens: Antonio Preto, Afonso Sardinha, os Padres Jesuítas entre os quais avulta a figura lendária de José de Anchieta e muitos outros, alguns já nascidos no Brasil, outros chegados de fora. • 6°. Reuniu-se em sua casa a câmara, na falta de espaço do concelho, tendo requerido ao capitão mor que ordenasse o recolhimento à vila dos moradores de seu termo, porquanto estava a caminho de uma guerra Em 1562 Domingos Grou hospedou o capitão Jerônimo Leitão em sua casa de São Paulo antes da guerra contra os nativos. • 7°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” Em 1570, fugiu da vila de Piratininga com toda a família, pois havia cometido o crime de morte e veio morar em Carapicuíba no meio dos aparentados da esposa, só voltando a São Paulo por interferência de José de Anchieta. A esse respeito escreve Taunay: Asselvajar-se tanto este homem – Domingos Luiz Grou, genro do cacique de Carapicuíba que vivia no meio dos índios como um índio. Voltando à Vila de Piratininga, em pouco tempo recuperou prestígio. • 8°. Domingos grou fora com o capitão Jerônimo Leitão combater os Tupinambás em Cabo Frio, mas acabou desertando A esse respeito escreve Taunay: Asselvajar-se tanto este homem – Domingos Luiz Grou, genro do cacique de Carapicuíba que vivia no meio dos índios como um índio. Voltando à Vila de Piratininga, em pouco tempo recuperou prestígio. Em 1575, membro do Conselho da Vila, verberou o ex-vereador Antonio Fernandes que, sem a menor cerimônia surrupiara as portas do muro que defendia Piratininga e as vendera por 250 réis a André Burgos... Já no ano de 1572; fora com o capitão Jerônimo Leitão combater os Tupinambás em Cabo Frio, mas acabou desertando. • 9°. Por terem matado Domingos Grou Em 1590, juntamente com Antônio de Macedo e Marcuia, organizou uma bandeira de 50 brancos a atacou o gentio de Mogi e aí sofreu grande revés sendo trucidado com grande parte de sua gente. Os que sobraram foram mortos aqui perto de Carapicuíba, na barra do Parnaíba. Há alguma dúvida a respeito de haver Domingos Luiz Grou morrido nesse massacre.Não se tem certeza se Domingos Luiz, o Grou é o mesmo Domingos Luiz, o Carvoeiro. Domingos Luiz Grou foi tronco de grande família e deixou sete filhos conhecidos: Luiz Eanes, Antonio Luiz Grou, Mateus Grou, Domingos Luiz Grou, Hilária Luiz, Maria Luiz e Ana Luiz.
Atualizado em 01/11/2025 06:02:40 mboroviré - A ERVA-MATE NO PARAGUAI COLONIAL, PAULO CEZAR VARGAS FREIRE
• 1°. Con que ordem trajo el dho. negro y su persona por caminos cerrados y contra los bandos de su magestade (ANA-SH v. 36 n. 17 – 9 out 1603). Sobre Pedro de Acosta, que veio com um negro escravo de angola. Cédulas reais espanholas também proibiram a passagem de qualquer pessoa pelo passo dos saltos de Guayrá, sem a licença de Felipe IV, despachada pelo real conselho das Índias (Con que ordem trajo el dho. negro y su persona por caminos cerrados y contra los bandos de su magestade (ANA-SH v. 36 n. 17 – 9 out 1603). Sobre Pedro de Acosta, que veio com um negro escravo de angola.).A proibição foi estendida a qualquer estrangeiro que quisesse entrar nas províncias do Paraguai. Não havia dificuldade para descer o rio Paraná até esses saltos, porém, descer o rio Tietê (Anhembi) era extremamente trabalhoso, por suas cachoeiras. Os portugueses frequentaram estes caminhos durante décadas, antes de atacarem as reduções. Algumas bandeiras desceram de S. Paulo por mar, até a região dos Patos, subiram pelo porto de D.Rodrigo, ou Embitiba, onde começava a terra dos carios33 ou carijós, seguiram até Laguna,até encontrar os caminhos que atingiam o Guayrá34. Apesar do invejável conjunto de rios navegáveis utilizados no início da conquista, os deslocamentos por terra rivalizaram com a navegação35. A figura mostrada a seguir (FIG. 07) [Página 26] • 2°. Carijós
“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP 2008. Atualizado em 23/10/2025 17:17:19 Relacionamentos • Cidades (11): Cananéia/SP, Capivari/SP, Carapicuiba/SP, Itararé/SP, Paranaguá/PR, Paranapanema/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (20) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Brás Cubas (1507-1592), Domingos Luís Grou (1500-1590), Fernão Cardim (1540-1625), Francisco Ramalho Tamarutaca (1569-1618), Gregório Ramalho, Hans Staden (1525-1576), Isac Dias Carneiro (1558-1590), João III, "O Colonizador" (1502-1557), José de Anchieta (1534-1597), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Pero Correia (f.1554), Pero Lobo, Piqueroby (1480-1552), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Ulrico Schmidl (1510-1579) • Temas (52): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Bilreiros de Cuaracyberá, Cachoeiras, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Paraguay, Caminho do Paraguay, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminhos até Cuiabá, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Cayacangas, Colinas, Descobrimento do Brazil, Deus, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Gentios, Guerra de Extermínio, Itacolomy, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Maniçoba, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Piratininga, Prata, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Jaguari, Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Pardo, Rio Pinheiros, Rio São Francisco, Rio Sorocaba, Rio Tibagi, Santa Catarina, São Miguel dos Ururay, São Paulo de Piratininga, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Tamoios, Tordesilhas, Trilha dos Tupiniquins, Ururay ![]() • 1. “(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio 15 de abril de 1590 A partir de 1590, inicia-se um novo período de confrontos, a ponto de a Câmaraconvocar pessoas que estavam refugiadas no sertão, por terem cometido crimes e outros delitos, “porquanto o gentio estava já junto nas frontras e era certeza vir já marchando con grande guerra”. “(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio.
• 2. Por terem matado Domingos Grou 7 de julho de 1590 O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba. Segundo o relato dos camaristas, numa grande investida, matarão três homeis brãquos e ferirão outros muitos e matarão muitos escravos e escravas e índios e índias xpãos [cristãos] e destruirão muitas fazendas asin de brãquos como de índios. 1399 (7.07.1590). Nesta ofensiva, ocorreu um fato surpreendente: o ataque contra a igreja do aldeamento de Pinheiros, onde “quebrarão a imagem de nossa sr a do rozairo dos pinheiros”1400. Vê-se que estes Tupi já haviam morado em Piratininga, pois a ata afirma que herão nossos vezinhos e estavão amiguos connosquo e herão nossos compadres e se comoniquavão connosquo guozãdo de nossos resguates e amizades e isto de muitos annos a esta parte 1401. Nesta ocasião, estavam em Piratininga os padres Pedro Soares, Leonardo do Vale, um grande tupinista, e Manuel Viegas, que ficou conhecido depois como “pai do Maromomi”, além dos Irmãos Antônio Ribeiro e António de Miranda1402. Serafim Leite afirma que este ataque somente ocorreu porque o Pe. Manuel Chaves, que grande ascendência tinha sobre os indígenas, havia morrido em janeiro daquele ano, não tendo tempo para impedir o conflito1403. O fato de serem indígenas “compadres” dos portugueses e terem quebrado a imagem de Nosso Senhora, parece indicar, novamente, um conflito com indígenas que conviveram com a missão, trazendo um lado de revanche religiosa. Esta hipótese é provável, embora a documentação seja escassa, pois para o indígena, não há separação entre o religioso e o político.
Atualizado em 30/10/2025 00:18:04 “O Sistema Produtor do Alto Tietê: Um Estudo Toponímico”. Edelsvitha Partel Murillo
• 1°. André Gonçalves e Américo Vespúcio descobrem o porto, a que deram o nome de Rio de São Vicente / Cruz de Pedra A intersecção de fatos históricos entre os dois municípios, nos primórdios da ocupação da região, é facilmente explicitada ao descrevermos o primeiro documento referente ao território onde hoje está situada a cidade de Suzano, esta localização é marcada pelo rio ‘Cuayao’ (Guaió) e o ‘rio grande Anhemby’ (Tietê). É uma concessão de sesmaria a um certo “Rodrigues”, em 10 de dezembro de 1609: “Campos do Itacurutiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vae para Boigi Mirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Cuayao por elle arriba até da em outro no que se chama..... dali dará volta a demarcação pelas faldas do outeiro da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande Anhemby e por o rio grande até dar digo até tornar aonde começou a partir assim mas meia ...com dois capões que estão de fronte da dita dada a saber um capão que se chama de Yytucurubitiba e outro .... assupeva.” • 2°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Historiadores como Campos e Silveira, através deste excerto de ata de câmara de 05.12.1593, afirmam, baseados na descrição dos rios, que a localização real do massacre da bandeira de Domingos Luiz Grou e Antonio de Macedo, em 1590, não foi a região de Mogi das Cruzes, contrariando alguns estudos, mas, afirmam que o rio Jaguaribe é afluente do Paraíba, portanto, o massacre desta bandeira só poderia ter acontecido na região do Paraíba, onde viviam os tupiniquins, inimigos dos portugueses. • 3°. Bras de Pinha - Serra Piaçaba (Mogi) - 5,400* Um dos primeiros documentos que cita a localidade de Mogi é “o traslado de umacarta de dadas de terras de sesmaria de Bras de Pinha e Gaspar de Pinha, seu filho, em otermo de Boigimirim”33, em dezembro de 1609. Este documento faz menção à existência deum arraial de Jerônimo Leitão: “... a saber, meia légua da banda do campo, nas cabeceiras das dadas de Francisco... eoutra meia partindo da Piaçaba, donde... arraial de Jerônimo Leitão... correndo para a banda da serra do... em quadra no que receberá mercê”. [p. 86] • 4°. Terras A intersecção de fatos históricos entre os dois municípios, nos primórdios da ocupação da região, é facilmente explicitada ao descrevermos o primeiro documento referente ao território onde hoje está situada a cidade de Suzano, esta localização é marcada pelo rio ‘Cuayao’ (Guaió) e o ‘rio grande Anhemby’ (Tietê). É uma concessão de sesmaria a um certo “Rodrigues”, em 10 de dezembro de 1609: “Campos do Itacurutiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vae para Boigi Mirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Cuayao por elle arriba até da em outro no que se chama..... dali dará volta a demarcação pelas faldas do outeiro da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande Anhemby e por o rio grande até dar digo até tornar aonde começou a partir assim mas meia ...com dois capões que estão de fronte da dita dada a saber um capão que se chama de Yytucurubitiba e outro .... assupeva.” • 5°. Doação de sesmaria Esse pequeno texto é parte da documentação de uma doação de sesmaria de 6 de março de 1610. A interpretação historiográfica fica mais clara graças ao denominativo de rio. “... outra banda do rio Anhambi, por caminho de Par(aiba). Também parte de um documento de doação de sesmaria no ano de 1611”. “... uns chãos que estão na rua nova de Nossa Senhora da Conseisão do caminho que vai pera a outra banda do rio Ajembi”. • 6°. Carta de datas Carta de datas de 25 de abril de 1626. “... capõens que estão entre dois rios a saber Gerebatiba e Bohy.” Trecho encontrado nos autos do inventário do espólio de Martim Rodrigues, do início do século XVII. Poderíamos continuar esse inventário descrevendo, até com detalhes, a região no início da colonização. • 7°. Demarcação de terras por Bras Cubas
Atualizado em 01/11/2025 06:02:41 “Edição de documentos oitocentistas e estudo da variedade linguística em Santana de Parnaíba”. Camila Mota
• 1°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão Dois personagens fundamentais iniciaram a povoação de Parnaíba: Suzana Dias e seu marido Manoel Fernandes Ramos. Durante a administração de Mem de Sá, terceiro governador - geral do Brasil, no século XVI, por volta de 1560, a bandeira de Jerônimo Leitão foi defender a Vila de São Paulo de Piratininga (São Paulo atual) dos assaltos das tribos vizinhas a ela. Manoel Fernandes Ramos pertenceu a esta bandeira que, desmatando o sertão que existia depois da Vila de São Paulo, resolveu estabelecer-se próximo a uma cachoeira de nome “Cachoeira do Inferno”, devido ao barulho do movimento das águas batendo nas rochas ser assustador e violento. Em sua fazenda, mandou construir uma capela em louvor a Santo Antônio, cuja estrutura frágil não resistiu às constantes enchentes do rio Tietê e ruiu. [Edição de documentos oitocentistas e estudo da variedade linguistica em Santana de Parnaíba, 2007. p.18] • 2°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias Em sua fazenda, mandou construir uma capela em louvor a Santo Antônio, cuja estrutura frágil não resistiu às constantes enchentes do rio Tietê e ruiu. Em 1580, surge a fazenda denominada Parnaíba (em tupi, lugar de muitas ilhas), comandada por Manoel Fernandes Ramos e suas esposa Suzana Dias que, por esse tempo, mandou construir uma segunda capela, agora em louvor a Sant´ana, a avó de Jesus Cristo. Conta uma lenda que Suzana, sendo uma mulher bastante religiosa, ao rezar, certa vez começou a ouvir uma voz suave, pronunciando-lhe o nome de Sant´ana, com Ana separado em alusão ao seu próprio nome, sendo Sant-Ana alusivo a Suz-Ana. Fez-se a capela que existe até hoje, ficando a Santa como padroeira da cidade. • 3°. Pedro Taques e seu tempo
Atualizado em 31/10/2025 17:43:41 Arqueologia de uma Fábrica de Ferro: Morro de Araçoiaba Séculos XVI-XVII. Autora: Anicleide Zequini, Universidade de São Paulo, Museu de Arqueologia e Etnologia, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA* ![]() Data: 1985 Créditos: CENEA- Centro Nacional de Engenharia Agrícola Floresta Nacional de Ipanema, Escala: 1:250 000
• 1°. Artefato O outro vasilhame cerâmico encontrado na área B, identificada como de procedência local ou regional (neo-brasileira), apresenta características semelhantes e, também a mesma datação do vasilhame de cerâmica anteriormente descrito. (Figura 57, 58). Este artefato foi encontrado a 0,30 cm da superfície e foi em parte, reconstituído e levado para o exame de datação pelo processo de termoluminscência ao Laboratório de Vidros e Datação da Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC. O resultado do ensaio apontou a idade de 540 +/- 75 anos, correspondendo a possíveis datas de fabricação daquele artefato entre 1391 e 1541, sendo esta última data a mais provável.(Relatório de Ensaio, Anexo 1). • 2°. Artefato • 3°. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel Em 1514, Portugal enviou uma outra expedição ao sul, desta vez, chefiada por João de Lisboa e Estevão Frois, financiada D. Nuno Manuel e Cristóvão de Haro, em cujo trajeto estava Cananéia e a Ilha de São Francisco do Sul (Santa Catarina). Esta expedição descobriu o estuário do rio que denominaram de Rio da Prata. Os resultados dessa expedição foram informações dadas pelos nativos(Charruas) sobre a existência de uma “Serra de Prata”, fato que deve ter impulsionado o envio da expedição espanhola para o sul de Cananéia, em 1515,chefiada por Juan Diaz de Sólis (VIANNA, 1972, p. 54). • 4°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? • 5°. Artefato O outro vasilhame cerâmico encontrado na área B, identificada como deprocedência local ou regional (neo-brasileira), apresenta característicassemelhantes e, também a mesma datação do vasilhame de cerâmica anteriormente descrito. (Figura 57, 58). Este artefato foi encontrado a 0,30 cm da superfície e foi em parte, reconstituído e levado para o exame de datação pelo processo de termoluminscência ao Laboratório de Vidros e Datação da Faculdade de Tecnologia de São Paulo - FATEC. O resultado do ensaio apontou a idade de540 +/- 75 anos, correspondendo a possíveis datas de fabricação daquele artefato entre 1391 e 1541, sendo esta última data a mais provável.(Relatório de Ensaio, Anexo 1). [Página 147] • 6°. Descoberta das minas de Potosí • 7°. Carta: Ir. José de Anchieta ao Padre Inácio de Loyola, São Paulo de Piratininga • 8°. Expedição de Mem de Sá / O português Manuel Fernandes Ramos, primeiro marido de Suzana Dias construiu a capela de Santo Antônio* • 9°. Hélio Vianna • 10°. Marcelino Pereira Cleto
Atualizado em 01/11/2025 06:02:41 A literatura de José de Anchieta e a gênese da educação brasileira; Rosemeire França de Assis Rodrigues Pereira. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas Programa de Literatura Brasileira
• 1°. Sessão de 6 de abril de 1585, Atas da Câmara da Cidade de São Paulo Encontramos na documentação solicitação dos colonos paulistas para atacarem e descerem índios carijós (guaranis): “...pela quall rezão requeremos ao sor capitão da parte de deus e de sua magª q sua mercê com a gente desta dita capitª faca guerra campal aos índios nomeados carijós os quaes a tem a mtos anos merecida por terem mortos de quareta anos a esta parte mays de conto e cinqtª homes brancos assi portuguezes como espanhóis atee matare padres da compania de jesus q foram doutrinar e ensinar a nosa santa fee catholica...” [Sessão de 6 de abril de 1585] No contexto da guerra justa admitida pelo Governador Geral Mem de Sá,os colonos de São Paulo encontram justificativas bastante convincentes paraatacarem as tribos guaranis no extremo sul. Independente de não seremaqueles índios os assassinos dos padres, todos os guaranis podiam sofrer apena e serem alvos da fúria dos colonos e mamelucos, assim como ocorreu aos caetés. Ora, a principal justificativa foi essa, entretanto a mais racional era o crescente esvaziamento das fazendas da mão-de-obra indígena. Vulneráveisaos maus-tratos e às doenças, os nativos, tanto administrados quanto aldeadosviviam em constante desgaste de seus contingentes. O fato é que sem essesmotores animados não havia produção em nenhuma capitania da Colônia. [Página 56] • 2°. Guerra • 3°. A Câmara da vila de São Paulo dirige uma representação ao capitão-mor Jerônimo Leitão A disputa constante entre padres e colonos nos revela, por meio da documentação, o estado de tensão constante em que viveram as capitanias em suas primeiras décadas: “se o caso for que o dito gentio se quera dar de paces lhe requeremos a sua mercê que lha não de senão com condição q sejão regattados pelos moradores desta capitª e não em aldeãs sobre si porque estando o dito gentio sobre si nenhu proveito alcanção hos moradores desta terra...” [Sessão de 01 de setembro de 1585, Atas da Câmara da Cidade de São Paulo: p.277 Além dos escritos anchietanos, os documentos também testemunham o desgaste constante dos contingentes indígenas, visto que: Esta terra parece esta em mtº risquo de se despovoar mais do q nunca esteve e se despovoa cada dia por causa dos moradores e povoadores della não terem escraveria do gentio desta terra (...) per rezão de mtª enfermidades q na terra avia como he de câmaras de sangue e outras doenças.
Atualizado em 01/11/2025 06:02:41 Tribulações do povo de Israel na São Paulo Colonial, 2006. Marcelo Meira Amaral Bogaciovas. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em História Social. Orientador: Profa. Dra. Anita Novinsky
• 1°. Estas são as pessoas de nação hebréia que estão fintadas no Rol da finta que fizeram Joge Neto Falcão e Gaspar Gomes no ano de mil, seiscentos e treze A finta de 1613 - Do processo de habilitação 350 ao Santo Ofício do Dr. Pedro Taques de Almeida 351, em 1729, foi trasladada uma relação de cristãos-novos que pagaram a finta no ano de 1613. A questão recaía sobre Francisco Vaz Coelho, tio por afinidade do habilitando e, por esse motivo, foi feito o traslado. Este livro encontrava-se no Colégio dos Jesuítas da cidade de São Paulo, o que faz imaginar que esse livro ainda possa existir no Arquivo da Torre do Tombo, em Lisboa, porque teria sido enviado para lá por ocasião da expulsão dos jesuítas em 1759. Portanto, poderia ter escapado da destruição que se mandou fazer, a posteriori, obedecendo a uma ordem do Marquês de Pombal de destruir papéis que lembrassem da diferença entre cristãos-velhos e cristãos-novos, em 1773. Dessa relação, constou em folhas 4-v de um livro que se tinha mandado para o Colégio da cidade de São Paulo, assentos que foram lidos em 25 de agosto de 1732, em casa de morada do Reverendo da Vara o Dr. Bento de Sousa Ribeiro, sendo escrivão o Padre João Gonçalves da Costa: Estas são as pessoas de nação hebréia que estão fintadas no Rol da finta que fizeram Joge Neto Falcão e Gaspar Gomes no ano de mil, seiscentos e treze: - Maria Gomes, moradora nesta vila de São Paulo; - ................, nome riscado com tinta da mesma cor; - Francisco Vaz Coelho, morador nesta mesma vila; - João Gomes, de Itanhaém; - Domingos Rodrigues, morador em Santos; - Francisco Lopes Pinto; - Francisco de Medeiros, em São Vicente. Era escrivão da finta e da ouvidoria da capitania de São Vicente Diogo de Unhate. Ao final estava escrito: “Riscou-se Francisco Lopes Pinto por constar por papéis que trouxe de Portugal por cristão-velho”. Houve notícia posterior do livro da finta dos cristãos-novos da vila de São Paulo, quando se habilitou 352, em 1732, ao Santo Ofício, um português morador na vila de São João d’El-Rei, Minas Gerais, o Capitão Mor Manuel da Costa de Gouvêa. É que sua mulher, de nome D. Custódia Moreira e Morais, por quem correriam inquirições também, eranatural da cidade de São Paulo. Ela era neta materna de uma outra Custódia Moreira, mulher tida por cristã-nova, mulher que fora de Gaspar de Godoy Moreira. Oito gerações foram recompostas da ascendência da mulher do habilitando. Oito! Um tal de Filipe de Bulhões, que seria um rábula, esboçou uma árvore de descendência do casal Luís Gomes e Ângela Moreira, que foram pais de Maria Gomes, que de seu marido Jorge João teve a Gaspar Gonçalves, que de seu casamento com Ana Moreira teve a Custódia Moreira, avó materna da citada mulher do habilitando. [p. 164] • 2°. Quase 900 portugueses (entre brancos e mamelucos) e com muita munição, acompanhados de 2.200 índios, saiu de São Paulo* • 3°. O bispo da cidade argentina enviou uma carta ao papa lamentando as ações dos portugueses • 4°. Padre Alfaro adverte Balthazar De fato, o Padre Diogo de Alfaro, em 19 de fevereiro de 1638 das Reduções de São Nicolau de Piratini e Candelária de Caaçapimi, intimou, sob pena de excomunhão maior, aos capitães André Fernandes, Baltazar Fernandes, Fulano Preto, Fulano Pedroso, Domingos Álvares, Fulano Paiva e todos os demais, assim castelhanos como portugueses, que vinham em sua companhia: Que retrocedam logo para as suas terras, sem levar consigo índio de qualquer sexo ou idade dos que estavam reduzidos pelos padres da Companhia, ainda que alguns digam que querem ir com eles; Que restituam e paguem todos os bens, tanto eclesiásticos, como dos próprios índios das reduções que destruíram e talaram; Tudo o qual os ditos portugueses e cada um em particular, segundo o que lhes toca, guardem e executem dentro das vinte e quatro horas primeiras seguintes, depois da notificação deste auto; e, caso contrário, os declara por excomungados e contra eles procederá, onde quer que estejam. • 5°. O notário João Batista de Orno declarou que tentou intimar o auto anterior a Francisco de Paiva, Antônio Pedroso e muitos outros portugueses que o não quiseram ouvir • 6°. Assassinato de Diego de Alfaro, comissário da Inquisição Igual destemor ao Santo Ofício da Inquisição se repetiu, tempos depois, em uma bandeira comandada pelo bandeirante André Fernandes, fundador da vila de Santana de Parnaíba, tendo ainda por capitães Francisco de Paiva, fulano Pedroso, Domingos Álvares e Baltazar Fernandes, fundador da vila de Sorocaba e irmão de André Fernandes. Os paulistas foram responsabilizados pela morte do Padre Diogo de Alfaro, comissário do Santo Ofício, juiz comissário contra os portugueses, reitor do Colégio de Assunção do Paraguai e superior de todas as reduções indígenas, no ano de 1639. Ele havia sido enviado pela Inquisição de Lima para investigar o comportamento dos “rebeldes” paulistas e excomungaros desobedientes. • 7°. Denúncia Mais confissão e mais denúncias. Em 4 de janeiro de 1731 declarou que havia sete anos, pouco mais ou menos, cerca de 1724, no Rio de Capitininga, passagem de São Paulo para as Minas de Paranapanema, oito dias de jornada da cidade de São Paulo, se achou com Manuel Afonso, cristão-novo, que administrava a barca de passagem naquele rio, solteiro, não sabia de quem era filho, natural da cidade de Braga, e morador naquele sítio, e estando ambos sós, se declararam por crentes e observantes da Lei de Moisés. • 8°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
Atualizado em 01/11/2025 06:02:42 Mapa da região das monções de São Paulo a Cuiabá ![]() Data: 1720
Atualizado em 01/11/2025 06:02:43 Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar
• 1°. O “Descobrimento” do Brasil (...) Há vários autores que dizem terem sido os selvagens brasileiros apenas de dois grupos; o Tupi e o Guarani. As diversas tribos (Tupinambás, Tupiniquins, Tamoios, Tapuias, Carijós e Aimorés) não constituíam propriamente nações independentes e, sim, grupos que se separavam e ganhavam dos outros nativos como que apelidos, devido a práticas que adotavam ou características que adquiriam. Seria, num exemplo grosseiro, como que um grupo de paulistanos que fosse morar em determinado lugar e passassem só a se alimentar de frutas e passasse a ser conhecido como "os fruteiros" ou "os frutistas". Assim, seriam uma só grande nação Tupi e, bem ao sul nos territórios hoje ocupados pelo Rio Grande do Sul e Paraguai, os Guaranis, esses com influências de nações do oeste (talvez mochicas ou outros). [Páginas 9 e 10] Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões". [Página 14] De posse de todos esses dados e afirmativas, somos levados a crer o seguinte: Os nativos Tupiniquins tomaram posse da região de Sorocaba partindo do litoral para onde haviam vindo, desde a Bahia e, após a luta contra os Tupinambás, ali se fixaram. Muitos eram aliados dos portugueses nas lutas contra os carijós e Tupinambás. Outras tinham sido reduzidos à condição de escravos. Mas, às vezes, revoltavam-se contra os portugueses. Azevedo Marques é um dos que, também, denomina os selvagens Tupiniquins, do grupo dos Carijós, colocando os verdadeiros Carijós nas proximidades do Rio Tietê (o antigo Anhembi). [Página 15] • 2°. Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” Quando Martim Afonso de Souza desembarcou na Barra do Tumiarú, em praias vicentinas, em 22 de janeiro de 1532, trazia em sua companhia o mestre Bartolomeu Fernandes, alcunhado "Bartolomeu Carrasco", um "ferreiro contratado para atender por dois anos aos reclames de peças de ferro da Armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro". • 3°. Tupinambás (...) Há vários autores que dizem terem sido os selvagens brasileiros apenas de dois grupos; o Tupi e o Guarani. As diversas tribos (Tupinambás, Tupiniquins, Tamoios, Tapuias, Carijós e Aimorés) não constituíam propriamente nações independentes e, sim, grupos que se separavam e ganhavam dos outros nativos como que apelidos, devido a práticas que adotavam ou características que adquiriam. Seria, num exemplo grosseiro, como que um grupo de paulistanos que fosse morar em determinado lugar e passassem só a se alimentar de frutas e passasse a ser conhecido como "os fruteiros" ou "os frutistas". Assim, seriam uma só grande nação Tupi e, bem ao sul nos territórios hoje ocupados pelo Rio Grande do Sul e Paraguai, os Guaranis, esses com influências de nações do oeste (talvez mochicas ou outros). [Páginas 9 e 10] Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões". [Página 14] De posse de todos esses dados e afirmativas, somos levados a crer o seguinte: Os nativos Tupiniquins tomaram posse da região de Sorocaba partindo do litoral para onde haviam vindo, desde a Bahia e, após a luta contra os Tupinambás, ali se fixaram. Muitos eram aliados dos portugueses nas lutas contra os carijós e Tupinambás. Outras tinham sido reduzidos à condição de escravos. Mas, às vezes, revoltavam-se contra os portugueses. Azevedo Marques é um dos que, também, denomina os selvagens Tupiniquins, do grupo dos Carijós, colocando os verdadeiros Carijós nas proximidades do Rio Tietê (o antigo Anhembi). [Página 15] • 4°. “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes” Assim, o ofício de ferreiro ia sendo mantido em pequena escala pelos povoadores. Havia o medo de que esse ofício fosse ensinado aos nativos os quais poderiam produzir armas de ferro, em substituição às rústicas que usavam, de pedra, madeira ou osso. E isso era fundado pois que, até 1583, os Procurador da Justiça do Rei, Gonçalo Madeira, havia acusado um tal Manoel Fernandes de conviver com os nativos no sertão fabricando armas de ferro para eles, e acrescentava que "isso era de muito prejuízo para a terra". • 5°. Ata • 6°. Mineiros, fundidores, ferreiros e outros oficiais trazidos às capitanias de baixo, que assim se chamavam então a de São Vicente e as outras existentes do Espírito Santo para o sul • 7°. Caminho Era pedido ao Capitão General que fosse feita a guerra. Em outra sessão da Câmara, em 30 de maio de 1586 (Livro de Atas), falando-se da interdição de pontes e caminhos, explicava-se que assim era melhor, pois só havia praticamente mulheres e crianças, pois todos os homens estavam na guerra contra o gentio. • 8°. Afonso Sardinha exerceu o cargo de juiz ordinário Em 1587, porém ele era eleito Juiz e há vários documentos por ele assinados, com seu sinal particular, a cruz com três hastes. • 9°. Muitos forasteiros • 10°. Ataque tem a intenção de tomar o caminho do mar Em 9 de abril de 1590, a Câmara mandava aviso ao Capitão-Mor para que acudisse, pois havia notícias de que os nativos do sertão vinham marchando em grande número contra São Paulo. • 11°. “Antonio Arenso chegou quinta-feira a sua fazendo fugindo do sertão” Em 17 de maio de 1590, Antonio Arenso enviava notícia ao Capitão Jerônimo Leitão, veiculada pela Câmara, onde dizia que havia informações de que uma expedição fora toda dizimada e todos na Vila estavam preparados com armas e mantimentos, para acudirem aos arredores da mesma, onde já estavam por chegar os nativos. • 12°. Por terem matado Domingos Grou Em 7 de julho do mesmo ano, a Câmara recebeu notícias de que houvera um encontro nas cercanias, em que morreram 50 homens brancos e os nativos, proclamando seu valor e bravura, atreviam-se a vir até os arredores próximos, atacando fazendo e matando muitos brancos e escravizados. (...) • 13°. Em 20 de janeiro de 1591, a câmara é informada de que os nativos se ajuntavam no sertão e iam invadir São Paulo • 14°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido Portanto, em 1597, já existia, em funcionamento, o engenho de ferro com dois fornos catalães do morro de Araçoiaba. • 15°. D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses Enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias! Mas a grande e brilhante comitiva, pois só de soldados havia trezentos e mais "gente de marcação da Armada que trouxe dito Senhor" • 16°. “Estando em Biraçoyaba, passou ordem ao provedor Braz Cubas, para fazer cobrar 200$000 do fiador dos flamengos João Guimarães e Nicolau Guimarães, para as despezas que estavam fazendo com a gente do trabalho, com que se achava naquelas minas e com os soldados de infantaria que o acompanhavam” Mas a grande e brilhante comitiva, pois só de soldados havia trezentos e mais "gente de marcação da Armada que trouxe dito Senhor" - segundo informa Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) - "que de Biracoiaba, passou ordem, dada de 2 de agosto de 1599, ao Provedor da Fazenda, fazendo cobrar duzentos mil reais, do fiador dos flamengos, João Guimarães, para as despesas que estavam fazendo com gente de trabalho que com ele se achava naquelas minas, em cujo lavor, estabelecimento houveram despesas e com os soldados de infantaria que o acompanhavam do resto. • 17°. Primeiro sobrado São Paulo era uma cidade pobre. Primeiro as pobres choupanas de que se compunha o povoado, depois asas de taipa. Só muitas décadas após meados do século XVI é que começam aparecer telhados, pois antes as cobertas eram de palha. Um primeiro sobrado aparece já em 1611, de propriedade de Lourenço Ruxaque. [Página 24] • 18°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba. Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos. [p. 58,59, 60 e 61] • 19°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil • 20°. Sorocaba • 21°. Segundo autores, em 1620, os habitantes se retiraram para o Itavuvu, hoje terras de Sorocaba • 22°. Pedido de Pedro da Silva e seu filho Gaspar Sardinha • 23°. Pedro da Silva e Gaspar Sardinha, são netos de conquistadores, casados e filhos. Pedem chãos atrás de S. Francisco para a banda do Anhangabaú • 24°. Tayaobi Enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias! • 25°. Os irmãos Cabral, Manoel Fernandes de Abreu e Martins Garcia Lumbria, foram autorizados por Carta Régia a explorar os minerais existentes no morro de Ipanema • 26°. Carta Régia mandando dar índios para a diligencia das minas de prata e ferro de Sorocaba, realizada por Luiz Lopes de Carvalho e Fr. Pedro de Souza • 27°. História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba. Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos. [Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar. Páginas, 58,59, 60 e 61] • 28°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre • 29°. Estrada Real, Koboyama • 30°. “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões". • 31°. Mãe, mestra e guia: uma análise da iconografia de Santa’Anna. Por Maria Beatriz de Mello e Souza*
Atualizado em 01/11/2025 06:02:44 Memória Paulistana: Os antropônimos quinhentistas na vila de São Paulo do Campo
• 1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa • 2°. Casamento de Francisco Rodrigues e Catarina Dias Adorno • 3°. José Adorno torna-se dono de de uma sesmaria em Piratininga • 4°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo • 5°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós • 6°. Falecimento do Capitão Luís Pedroso de Barros, no Reino do Peru
Atualizado em 01/11/2025 06:02:44 Memória Paulistana
• 1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa • 2°. Falecimento de Antonio Pedroso de Barros (1610-1652)
Heróis Indígena do Brasil. Memórias sinceras de uma raça. Autor: Geraldo Gustavo de Almeida 1988. Atualizado em 23/10/2025 15:57:19 Relacionamentos • Cidades (11): Assunção/PAR, Cabo Frio/RJ, Caetés/PE, Cananéia/SP, Ilhas Molucas/INDO, Lisboa/POR, Porto Seguro/BA, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sevilha/ESP • Pessoas (51) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Aleixo Garcia (f.1526), Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Américo Vespúcio (1454-1512), Anthony Knivet (1560-1649), Antônio de Añasco Melgarejo (n.1559), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Antônio Salema, Bacharel de Cananéa, Cacique Tayaobá (1546-1629), Christovam Jacques (1480-1531), Clemente Álvares (1569-1641), D Rodrigo de Acuña, Diogo Álvares Correia, o Caramuru (1475-1557), Diogo de Quadros, Fernão de Magalhães (1480-1521), Fernão Paes de Barros, Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Francisco de Chaves (1500-1600), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Orellana, Francisco Pizarro González (1476-1541), Gaspar de Lemos, Iguarou, João do Prado (1540-1597), João Lopes de Carvalho “Carvalhinho”, João Ramalho (1486-1580), José de Anchieta (1534-1597), Juan Diaz de Solís, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel I, o Afortunado (1469-1521), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Correia de Sá (1575-1632), Mem de Sá (1500-1572), Nicolau Barreto, Nicolau Coelho (1460-1504), Pedro Álvares Cabral (1467-1520), Pedro Annes, Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Pero (Pedro) de Góes, Robert Southey, Rui Garcia de Moschera, Ruy Pinto (f.1549), Sebastião Caboto (1476-1557), Sebastião Fernandes Preto (1586-1650), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Tataurana, Taubici, Vasco da Gama (1469-1524), Vicente Yáñez Pinzón (1462-1514) • Temas (34): Baía de Guanabara, Bilreiros de Cuaracyberá, Caetés, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Charruas, Curiosidades, Descobrimento do Brazil, Escravizados, Estreito de Magalhães, Fenícios, Guayrá, Guerra de Extermínio, Habitantes, Incas, Música, Ouro, Pau-Brasil, Peru, Potiguaras, Prata, Rio Amazonas, Rio Anhemby / Tietê, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio Paranapanema, Rio Tibagi, Serra da Mantiqueira, Tamoios, Tupiniquim, Vale do Paraíba, Vila de Santo André da Borda, Vila Rica “Castelhana”, Villa Rica del Espírito Santo • 1. Ataque aos índios tamoios 4 de abril de 1561 • 2. A bandeira de Antonio Salema, chefiado por Japú-guassú, partiu do Rio de Janeiro 27 de agosto de 1575 • 3. Jerônimo Leitão ataca as aldeias das margens do Anhembi (Tietê) 1579 • 4. Carta de D. Antonio de Añasco ao Sr. Diego Marín Negrón, Governador do Rio da Prata em Buenos Aires 14 de novembro de 1611
Atualizado em 01/11/2025 06:02:44 Os cristãos-novos: o povoamento e a conquista do solo brasileiro
• 1°. Salvador Correia Velho cujas Minas, e as do districto de S. Paulo, largou aos seus moradores o Alvará
Atualizado em 01/11/2025 06:02:45 Um neerlandês em São Paulo, Jacyntho José Lins Brandão
• 1°. Manuel Fernandes Ramos • 2°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Tomou parte nos primeiros encontros com o gentío hostil, tendo seguido na expedição de Jerônimo Leitão, a Paranaguá, em 1585. • 3°. Segundo frei Vicente do Salvador, Gabriel Soares de Souza retornou ao Brasil • 4°. Chegou a São Paulo D. Francisco entregou-se às pesquisas de metais na região. Até julho de 1601 a comitiva governamental desceu à costa por três vezes, indo aos rios "Araçoiaba, Jaraguá, Ibituruna e a outros". "Acompanhou-o Geraldo Beting, esse fidalgo português em todas as expedições que partiram de São Paulo". Também conhecido como Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting. Natural de Doesburg, Geldrie, Holanda. Engenheiro, veio para o Brasil, na companhia do governador D. Francisco de Souza, posteriormente a 1591, para trabalhar em pesquisas minerais, vivendo na Bahia até o ano de 1600 e passando para São Paulo após essa data. Acompanhou o governador em suas incursões à costa, aos rios Araçoiaba, Jaraguá e Ibituruna, acontecidas até julho de 1601. Vindo da Bahia com o Governador D. Francisco de Souza (como trataremos adiante), transferiu-se para São Paulo, onde fixou residência e se casou com Custódia Dias. Era Custódia filha de Manoel Fernandes Ramos. • 5°. D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto* Também conhecido como Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting. Natural de Doesburg, Geldrie, Holanda. Engenheiro, veio para o Brasil, na companhia do governador D. Francisco de Souza, posteriormente a 1591, para trabalhar em pesquisas minerais, vivendo na Bahia até o ano de 1600 e passando para São Paulo após essa data.Acompanhou o governador em suas incursões à costa, aos rios Araçoiba, Jaraguá e Ibituruna, acontecidas até julho de 1601. Em 1611, Balthazar Gonçalves declara que pretende ir às minas de Caativa com “o mineiro alemão Oalte ou Bettimk”. [Taunay, História geral das bandeiras paulistas, v. 1, p. 263] • 6°. Francisco de Souza está em Santos Passou primeiramente à Bahia (como governador), onde esteve até o ano de 1600. Nessa época desceu para São Paulo na comitiva de D. Francisco. "Trouxera o governador, grandioso como sabia ser, "uma companhia de soldados e infantes do presídio da Bahia, e com o capitão dele a Diogo Lopes de Castro e seus oficiais". Também o acompanhava o cirurgião José Serrão, médico... Dois especialistas indispensáveis para a empresa angariada. "um mineiro alemão Jaques de Oalte e um engenheiro também alemão Giraldo Betink, vencendo cada um de ordenado 200$ por ano". D. Francisco entregou-se às pesquisas de metais na região. Até julho de 1601 a comitiva governamental desceu à costa por três vezes, indo aos rios "Araçoiaba, Jaraguá, Ibituruna e a outros". "Acompanhou-o Geraldo Beting, esse fidalgo português em todas as expedições que partiram de São Paulo". Também conhecido como Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting. Natural de Doesburg, Geldrie, Holanda. Engenheiro, veio para o Brasil, na companhia do governador D. Francisco de Souza, posteriormente a 1591, para trabalhar em pesquisas minerais, vivendo na Bahia até o ano de 1600 e passando para São Paulo após essa data. Acompanhou o governador em suas incursões à costa, aos rios Araçoiaba, Jaraguá e Ibituruna, acontecidas até julho de 1601. [p. 774] • 7°. D. Francisco voltou ao reino com dois mineiros espanhóis e um nativo, testemunhas do muito que fizera em São Paulo* • 8°. Inventário que, em outubro do ano de 1611, foi vendido por Peter van Belheeim, em nome do mencionado Gerrit Bettinck, por uma certa soma de moedas entregues nas mãos de Art Baerken e Evert van Middachten; depois de ter sido lida em voz alta a procuração mencionada como feita nesta secção, deram os procuradores acima mencionados toda herança paterna e materna de Gerrit Bettinck, acima mencionado, em favor de Johan van Ackeren, Udo Avincx, Frerick Besselinck e Hermen Bettinck e seus herdeiros, com a palavra, mão e pena, como acontece num tribunal* Um certo inventário que, em outubro do ano de 1611, foi vendido por Peter van Belheeim, em nome do mencionado Gerrit Bettinck, por uma certa soma de moedas entregues nas mãos de Art Baerken e Evert van Middachten. • 9°. Balthazar Gonçalves declara que pretende ir às minas de Caativa com “o mineiro alemão Oalte ou Bettimk”. Ainda em 1611 Gerrit Bettinck autorizou a venda da herança de seus pais em Doesburg
Atualizado em 01/11/2025 06:02:45 Hélio Vianna
• 1°. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578) “(...) mandou o governo português, em 1559 um mineiro prático Luis Martins. Por ordem do Governador Men de Sá, no ano seguinte em São Vicente, partiu ele para indeterminados pontos do interior em uma leva organizada e dirigida por Brás Cubas. Regressando este a Santos, em 1562, com algumas amostras de metais e pedras que enviou ao Reino, fez com que no mesmo ano o mineiro voltasse as suas pesquisas. Não muito longe, ainda em terras vicentinas, em Jaraguá, talvez em Caatiba, hoje Bacaetava, encontrou, afinal, o desejado ouro. Explorou-o, inicialmente, o próprio Braz Cubas, depois associado ao Capitão Mor Jerônimo Leitão” (VIANNA, 1972, p. 215)
Atualizado em 31/10/2025 17:43:42 Revista do Arquivo Municipal, CLXXX. Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade, 1970 ![]() Data: 1970 Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade. Página 50
• 1°. Casamento de Rodrigo Alvares e Catarina Ramalho Em São Paulo, moradia à rua Direita, então ainda sem denominação. A referência é clara na petição que frei João de Carvalho prior do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Santos, vindo a São Paulo, fez ao juiz Manuel Fernandes. E do qual consta: "desse juramento a pessoas antigas e sem suspeitas para declararem o caminho de Piratininga que vinha da vila velha de Santo André". João Maciel e Pascoal Dias depuseram que o caminho vinha de Santo André pelo curral que foi de Aleixo Jorge, penetrava à ponte do Tabatinguera, seguia direito pela rua onde estava o mosteiro dos Padres da Companhia, passava pelas portas que foram de Afonso Sardinha, Rodrigo Álvares, e Martim Afonso (Tibiriça elucida monsenhor Silveira de Camargo) e ia sair no ribeiro (Tamamduateí) até o rio grande (Tietê). [Revista do Arquivo Municipal, CLXXX. Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade, 1970. Páginas 604 e 605 do pdf] • 2°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Em 1585 figurava Sardinha no estado-maior da expedição contra os carijós, juntamente com Antônio de Proença, Sebastião Leme, Manuel Ribeiro, Salvador Pires, Afonso Dias e Jerônimo Leitão. • 3°. Ata: em Santos "tupiniquins vem marchando" O ano de 1590 seria depois frequentemente lembrado. Era o do assalto à vila. A ata do dia 13 de abril contém o apelo lancinante de socorro a todos os povoados. "Com muita brevidade porquanto o gentio estava já junto nas fronteiras e era certeza vir marchando com grande guerra sobre a vila". O socorro vem de "todas as vilas deste mar e a Itanhaém". [Revista do Arquivo Municipal, CLXXX. Edição comemorativa do 25o. aniversário da morte de Mário de Andrade, 1970. Página 603 do pdf] • 4°. Afonso Sardinha aparece em todas as atas desse tempo. No dia 1 de julho de 1590 lá está: "se ajuntarão em Câmara oficiais dela, a saber: Afonso Sardinha, Sebastião Leme, vereadores e juiz Fernão Dias" O Ataque arrasador - O ano de 1590 seria depois frequentemente lembrado. Era o do assalto à vila. A ata do dia 13 de abril contém o apelo lancinante de socorro a todos os povoados. "Com muita brevidade porquanto o gentio estava já junto nas fronteiras e era certeza vir marchando com grande guerra sobre a vila". O socorro vem de "todas as vilas deste mar e a Itanhaém". Afonso Sardinha aparece em todas as atas desse tempo. No dia 1 de julho de 1590 lá está: "se ajuntarão em Câmara oficiais dela, a saber: Afonso Sardinha, Sebastião Leme, vereadores e juiz Fernão Dias". • 5°. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil Depois da vinda de D. Francisco de Sousa, governador geral do Brasil entre 1591 e 1602, a vida recebera novos estímulos. "E o verdadeiro promotor do bandeirismo" - Escreve Taunay. Agora a vida corre em paz. "A vila durante a semana ficava deserta porque os moradores iam trabalhar nas suas fazendas. Os padres seculares viviam nas suas casas e alguns tinham a sua fazendinha. "Os religiosos nos conventos ocupados em seus misteres e também com fazendas para a cultura de cereais e criação de gado. Era coisa comum esta modalidade de vida e por vêzes necessária à manutenção própria dos agregados". Monta fornos de fundição. Araçoiaba, depois denominada Ipanema, para os lados de Sorocaba, resulta de sua experiência. Ali seria depois montada a grande metalúrgica do reinado D. João VI. E em Ibirapuera. Ainda existem seus restos em Santo Amaro. [Páginas 604 e 605 do pdf] • 6°. Francisco Correa Lemos- 6/4/1630- Foi morador do ES. No rocio da vila, indo para N.S. do Guaré pelo caminho da encruzilhada de Piratininga até Ascenço Ribeiro em Piratininga até a encruzilhada de Tabacoara, terras devolutas • 7°. Testamento de Isabel de Proença é assinado em Santana de Parnaíba Seiscentista era a casa de Pedro Vaz de Barros, em muros de pedra. Um dos motivos era a defesa contra os nativos. Não se conservaram estas casas. Do mesmo modo não se sabe de casas de taipa de mão ou de pau-a-pique seiscentistas. Houve-as, principalmente menores, mas até mesmo grandes, em terras menos própria para taipa e junto à abundante madeira da floresta. No inventário de Isabel de Proença, com testamento em novembro de 1654, consta que a casa do fundador de Sorocaba, Balthazar Fernandes, era de pau-a-pique. E muito grande. • 8°. Documento Das inúmeras curiosidades anotadas, acontecidas no decurso pesquisado, encontramos, com a data de 25 de março de 1680, uma carta do Ouvidor Geral da Repartição do Sul, Dr. André da Costa Moreira, ordenando que Francisco Nunes de Siqueira se afastasse sete ou oito léguas, visto o mal estar que causava a sua presença na vila, dado que podia interferir no resultado das eleições marcadas para o dia 21 de abril, de renovação do quadro de vereadores. Foi assim banido, por uns dias, a uma distância de 50 quilômetros, para não exercer a sua influência, ou não perturbar o processamento das eleições. (Rev. Geral, vol. 3, pg. 244). • 9°. Eleições em São Paulo Das inúmeras curiosidades anotadas, acontecidas no decurso pesquisado, encontramos, com a data de 25 de março de 1680, uma carta do Ouvidor Geral da Repartição do Sul, Dr. André da Costa Moreira, ordenando que Francisco Nunes de Siqueira se afastasse sete ou oito léguas, visto o mal estar que causava a sua presença na vila, dado que podia interferir no resultado das eleições marcadas para o dia 21 de abril, de renovação do quadro de vereadores. Foi assim banido, por uns dias, a uma distância de 50 quilômetros, para não exercer a sua influência, ou não perturbar o processamento das eleições. (Rev. Geral, vol. 3, pg. 244). • 10°. “Paragem chamada Piritininga” • 11°. Terras • 12°. Falecimento de Dona Escolástica Veloso • 13°. Terras • 14°. Terras • 15°. Falecimento de Bento Gomes de Oliveira • 16°. Terras • 17°. Caminho • 18°. Caminho
Atualizado em 31/10/2025 04:59:47 Revista do Arquivo Municipal de São Paulo CLXXVI. Prefeitura do Município de SP ![]() Data: 1969 Página 60
• 1°. Caminho da Serra* Capistrano de Abreu já ensinava que os paulistas começaram a descer o Tietê desde os primeiros tempos, provavelmente na primeira metade do século XVI, logo depois de 1532, quando a mando de Martim Afonso foi fundada Piratininga. Alguns subiram os afluentes do Tietê, “o Juqueri, o Jundiaí, o Piracicaba, o Sorocaba. Outros foram até o Paraná”, diz o mestre. • 2°. Casamento de Afonso Sardinha, "o Velho", e Maria Gonçalves (filha do Mestre Bartholomeu Gonçalves e Antônia Rodrigues, “a índia”) Em 1615 devia Afonso Sardinha contar mais de oitenta anos de idade, pois contráira matrimônio em 1510 (o ano correto é 1550), isto é, sessenta e cinco anos antes, quando então não deveria ter menos de dezoito anos. Talvez julgando estar próximo o fim de seus dias, a 9 de julho fêz apresentar-se no mosteiro da Companhia de Jesus o tabelião da vila de São Paulo, para mais uma vez, lavrar seu testa mento, anulando aquele outro escrito vinte e três anos antes. quando partira para a guerra. Naquela igreja, “ diante do altar de Nossa Senhora da Graça, perante testemunhas, ele e Maria Gonçalves declararam. • 3°. Nascimento de Balthazar Fernandes • 4°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas Da consulta aos Inventários e Testamentos, à Genealogia Paulistana de Silva Leme, aos Apontamentos Históricos de Azevedo Marques, à Nobiliarquia de Pedro Taques, às obras de Américo de Moura e de Carvalho Franco, estão identificados os seguintes filhos do casal Manuel Fernandes Ramos e Suzana Dias, dos quinze filhos vivos em 1589:1 - André Fernandes2 - Balthazar Fernandes3 - Domingos Fernandes4 - Pedro Fernandes5 - Custódia Dias6 - Angela Fernandes7 - Benta Dias8 - Maria Machado9 - Margarida Dias10 - Catarina Dias11 - Francisco Dias12 - Paula Fernandes13 - Agostinha Dias • 5°. Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo Nessa incerteza em que andavam desde que em 1592 fôra Afonso Sardinha nomeado capitão da gente da vila, ora aprontando-se para partirem desde logo; ora aguardando que o capitão mór os viesse acompanhar na entrada contra os índios do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou se o pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga. [p. 607, 608] • 6°. Requeria a suas mercês os mandassem tapar e entupir, a saber, mandasse a Susana Dias que entupisse duas covas que estão na praça que seu filho Francisco Dias fez seu filho Francisco Dias fez e um beco que esta junto com ela Segundo Américo de Moura, Antônio Rodrigues teria o mesmo nome de seu pai, o que explica os dois nomes Antônio Rodrigues e Garcia Rodrigues em documentos diferentes, referindo-se à mesma pessoa. De qualquer maneira, Antônio Rodrigues estaria identificado como genro de Susana Dias, por uma ata de 17 de julho de 593, e que é empossado como almotacel e citado pelo escrivão Belchior da Costa como "genro de Suzana Dias". Francisco Dias está perfeitamente identificado por uma ata de 17 de julho de 1593, a propósito de "bequos e covas destampadas", da seguinte maneira: "... requeria a suas mercês os mandassem tapar e entupir, a saber, mandasse a Susana Dias que entupisse duas covas que estão na praça que seu filho Francisco Dias fez seu filho Francisco Dias fez e um bequo que esta junto com ela..." [p. 175] • 7°. Oficiais da Câmara e outras pessoas da governança, lembrando o procurador a Afonso Sardinha “o recado do senhor capitão para estarem todos prestes para a guerra". Ao procurador parecia que tendo Afonso Sardinha "ordem para vigiar os nativos”, não fora isso necessário por não se haver “apresentado gente do sertão”, convindo agora fazê-lo “indo vinte homens brancos a ver o que passava até oo Pirapitinguí” partindo outros a “vigiarem até Sabaúma” Em vindo o ano de 1594, reuniram-se a 13 de fevereiro os oficiais da Câmara e outras pessoas da governança, lembrando o procurador a Afonso Sardinha "o recado do senhor capitão para estarem todos prestes para a guerra". Ao procurador parecia que tendo Afonso Sardinha "ordem para vigiar os nativos", não fora isso necessário por não se haver “apresentado gente do sertão”, convindo agora fazê-lo “indo vinte homens brancos a ver o que passava até o Pirapitinguí” partindo outros a “vigiarem até Sabaúma”. [Página 59 e 60] • 8°. Troca entre chãos que Garcia tinha recebido de seu pai e mãe falecidos, com outros de Antonio de Siqueira, morador de Santos • 9°. Antonio Rodrigues vendeu chãos defronte ao pelourinho a Marcos Sanches de Paredes (Manuel Ramos falecido) O mesmo documento que citamos acima, datado 30 de junho de 1594, talvez identifique mais um filho de Manuel Fernandes Ramos e Susana Dias, de nome Manuel Dias Machado. Na carta de venda das casas de Antônio Rodrigues assinam como testemunhas seu cunhado Domingos Fernandes e um outro cunhado, Manuel Dias Machado, morador Rio de Janeiro. [p. 175] • 10°. Diogo de Lara assinou na Câmara A 5 de fevereiro de 1595 reunia-se a Câmara para que tratassem "das coisas pertencentes ao bem comum e principalmente sobre um mandado do provedor Pero Cubas em que manda apregar nesta vila que todos os moradores e estantes desta vila fossem ou mandassem levar todas as peças índios e índias e escravos desta guerra de Bougi e de outras guerra e entradas...". • 11°. Aguardando que o capitão-mór os viesse acompanhar na entrada contra os nativos do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou de pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga Nessa incerteza em que andavam desde que em 1592 fôra Afonso Sardinha nomeado capitão da gente da vila, ora aprontando-se para partirem desde logo; ora aguardando que o capitão mór os viesse acompanhar na entrada contra os índios do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou se o pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga. Alí estavam na Câmara juízes e vereadores e o procurador do Concelho, com o capitão Afonso Sardinha à frente, e alguns homens da governança da terra e outros moradores. Queriam saber se era bem requererem ao capitão mór Jorge Correia, também presente, que "se fizesse guerra com brevidade" e se conveniente seria impedirem a ida de uma canoa que o mesmo capitão queria enviar ao Rio de Janeiro, tendo em vista "a dilação" que daí proviria, pela distância que os separava. E que se os moradores de Santos e de São Vicente não quisessem vir, que Jorge Correia acompanhasse o povo de São Paulo ao qual se juntariam os moradores de Itanhaém e índios da terra. Houve o capitão mór de prometer que "com brevidade faria a dita guerra e não levaria mão dela e nem sairia da vila", mas desenhava, para garantia e "satisfação de seu cargo e ofício", dessem-lhe um documento de todo o combinado. Concordaram os oficiais da Câmara, assinando eles e mais Afonso Sardinha. Não consignam os documentos ou sejam as atas da Câmara, quando e quais as peripécias dessa entrada dos paulistas, ocasião em que teriam desbaratado o índio que os ameaçava e lhes roubava principalmente a tranquilidade. Consta da patente passada por dom Francisco de Souza a favor de Sebastião de Freitas, armado cavaleiro, que acompanhara no ano de 1594, "ao capitão Jorge Correia ao sertão desta capitania a dar guerra ao gentio inimigo... vindo a esta vila de São Paulo a dar-lhe guerra e pô-lo em cêrco". • 12°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido Em 1597, acompanhado pelo filho e com a colaboração de Clemente Alvares, acharia a iniciaria a mineração de ouro de lavagem nas serras de Jaguamimbaba e Jaraguá, em São Paulo e na de Ivuturuna em Parnaíba. Daí o avolumar-se sua opulência. • 13°. Acorria o povo a atender a provisão do Governador Geral, D. Francisco de Souza Acorria o povo, a 8 de março de 1598 a atender a provisão do Governador Geral, D. Francisco de Souza para que, com os moradores da vila de Santos, fossem fazer o caminho do mar, discutindo se o trabalho seria "de mão comum", se fintado o povo ou pagando a quem o desejasse. • 14°. Doze dias após Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do mesmo assunto e quando, a bem do povo, deliberaram sobre o quanto havia de custar a carne fresca do porco, que tabelaram a "quatorze réis o macho e a fêmea a doze réis e a da vaca fresca a duzentos réis a arroba", confirmando as posturas relativas ao gado e continuando proibida sua venda para Santos, sem licença da Câmara Doze dias após Afonso Sardinha à Câmara, onde novamente tratavam do mesmo assunto e quando, a bem do povo, deliberaram sobre o quanto havia de custar a carne fresca do porco, que tabelaram a "quatorze réis o macho e a fêmea a doze réis e a da vaca fresca a duzentos réis a arroba", confirmando as posturas relativas ao gado e continuando proibida sua venda para Santos, sem licença da Câmara. • 15°. Afonso Sardinha e seu filho Pedro fazem parte do regimento dado ao administrados das minas para que descobrisse as minas Anos depois, chegaria ao conhecimento de dom Francisco de Souza, o 7° governador geral do Brasil, por volta de 1598, a descoberta de pai e filho. Iniciava-se o século XVII com a chegada deste à vila de São Paulo donde partia para Araçoiaba a ver as jazidas. Ia acompanhado de vistoso séquito, a visitar a fábrica dos Sardinhas, acompanhado pelo mais moço deles. No ano anterior para lá enviara o perito Diogo Gonçalves Lasso, a fim de que examinasse os descobrimentos, tendo o técnico chegado a Piratininga a 13 de maio de 1598, na qualidade de Administrador das Minas e Capitão da vila. Era ele portador de um regimento que posteriormente lhe dera o Governador Geral, datado de 10 de setembro de 1601, onde determinava que não consentisse "que pessoa alguma possa ir às minas já descobertas nem tratem de descobrir outras, salvo Afonso Sardinha o velho e Afonso Sardinha o moço, aos quais deixo ordem do que neste particular poderão fazer que vos mostrarão por serem os ditos descobridores e pessoas que bem o entendem", evidenciando o prestígio que ambos desfrutavam junto ao poder governante. • 16°. sardinha A partir de então continuara ele afastado da administração da vila, só comparecendo aos ajuntamentos, quando a 25 de novembro de 1601, foi incluído no rol organizado para "se fazer um capitão, conforme ao regimento do senhor governador". Por mais cinco anos permaneceria Sardinha na obscuridade, cuidando tão somente de seus negócios particulares. • 17°. Oficiais da Câmara ainda reclamavam que Afonso Sardinha, o pai • 18°. Sardinha é eleito vereador* • 19°. Terras No ano seguinte veria Afonso Sardinha aumentada suas propriedades. Tendo requerido a Gaspar Conqueiro, capitão e ouvidor com alçada em São Vicente, loco tenente de Lopo de Souza, que como morador antigo da capitania, que em tudo servira a el-Rei e pronto estava para outra vez o fazer, desse-lhe "uns alagadiços e campos", situados ao longo do rio "Jerobatiba", de ambos os lados, onde tinha sua fazenda e um trapiche de açúcar, deferindo-lhe o ouvidor ao que pedia, mandando passar-lhe a respectiva carta em data de 3 de novembro de 1607. • 20°. Fundição criada por Afonso Sardinha no morro Ipanema para de funcionar • 21°. Doação da Aldeia de Carapicuíba feita por Afonso Sardinha e sua mulher Maria Gonçalves • 22°. Falecimento de Suzana Dias Dessa maneira, embora não se sabia a idade exata de cada um deles, ficam identificado treze, dos quinze filhos a que se refere Suzana Dias em seu testamento datado de 1628, ditado na casa de Baltazar Fernandes Alvarenga, como testamenteiro de sua mãe, em Santa Ana de Parnaíba. • 23°. Balthazar Fernandes deixa o Uruguai com cerca de 400 escravizados* Balthazar Fernandes foi companheiro de seu irmão André em 1613 na expedição para o sertão goiano, e, como ele também foi para o Rio Grande do Sul de 1637 a 1639, trazendo de suas expedições, centenas de nativos. Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645. • 24°. Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba. Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645. • 25°. Balthazar Fernandes se estabeleceu definitivamente na região, com família e 380 escravizados* Balthazar Fernandes foi companheiro de seu irmão André em 1613 na expedição para o sertão goiano, e, como ele também foi para o Rio Grande do Sul de 1637 a 1639, trazendo de suas expedições, centenas de nativos. Tornando-se extremamente rico, de acordo com seu inventário, foi proprietário de doze sesmarias em terras do então município de Parnaíba, ao qual pertenciam as terras que formariam posteriormente os municípios de Itu e Sorocaba.Com grandes plantações de algodão e trigo, tinha a seu serviço, mais de quatrocentos nativos. Em Parnaíba também se dedicou à fundição de ferro, onde tinha um engenho que foi sequestrado em 1645. • 26°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente?
Atualizado em 30/10/2025 03:13:21 Atas da Câmara da cidade de São Paulo: 1562-1596, volume I, 1967. Prefeitura do município de São Paulo
• 1°. Em pousadas do vereador Jorge Moreira, estando presentes o juiz ordinário Antônio de Mariz e treze pessoas da governança, assinaram “auto de ajuntamento” em que foi nomeado Salvador Pires procurador dos moradores Auto de ajuntamento do povo - 08.12.1562, fizeram os oficiais da capitania de São Vicente de que é capitão e governador Martim Afonso de Souza (...) Antonio de Mariz, Jorge Moreira, Lopo Dias, Balthazar Nunes, Francisco Piz - po. Fiz, Alvaro Anes, João Anes, Pero Dias, Cristóvão Alvarez, Gonçalo Fiz, Garcia Rodrigues, Domingos Luiz Grou, Jorge Alvarez, Fernão Alvares, Simão Jorge. • 2°. “todo o povo da vila” recomendava que ninguém ajuntasse índios para serem levados ao Rio de Janeiro E depois desto aos vyntte e dous dias do mes de junho era de mil e quinhenttos e setenta e dous anos (1572) nesta vila de São Paulo fui eu testamenteiro na dita vila e notifiquei a pena de seis mil res e dois anos de degredo e da cadeia e o degredo para Bretiogua a Domyngos de BRagua e a ro. de Luçena Netto de Ribeiro de Luçena que nenhum deloes seja housado a levar índios destes tupinaquís soo as ditas penas que os oficiais da câmara desta vila lhe mandavam por a dita pena e de como lhe notifiquei a um e outro fiz este termo para se saber. E eu escrivão da dita câmara notifiquei a eles ditos para que não levem para o Rio de Janeiro visto não estarem em pr... e os fazerem os danos por estaremos em fronteira e de como assim o notifiquei fiz este termo para se saber e eu Pedro Dias escrivão da Câmara questo escrivy. [p. 53, 54] • 3°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo • 4°. “que todos os moradores da banda de Ibirapuera façam o caminho, a saber, da casa de Jorge Moreira pelos matos e capoeiras até chegar ao caminho do conselho desta vila, o qual se fará dentro de doze dias, a partir de hoje” Aos 3 de julho de 1581 nesta vila de São Paulo do campo nas pousadas do vereador Manoel Fernandes estando juntos o vereador do ano passado Go. Fernandes por não estar nesta vila Antonio Bequdo e o juiz Manoel Ribeiro e o procurador do conselho Salvador de Paiva para quem porem em prática para bem e por do povo, digo por desta vila não façam dúvida na entrelinha por que se fez por verdade logo na dita câmara o procurador do conselho Salvador de Paiva deu em rol os que não mandaram a fonte que os senhores vereadores os ouvesse por condenados as pessoas seguintes e sobre o procurador do conselho digo seguintes e mandaram a mim também que carregasse sobre o procurador do conselho e lhe passasse mandado para serem penhorados com a pena que eles puseram a Antônio de Proença, Bertolameu Fernandes Ferreiro, João Masiel, João Soares, Po. de Leão, Amador Gonçalves, Francisco Pereira, os quais pessoas acima declaradas ouveram por condenados a cada um por sim em meio tostão conforme a postura e pregão que nos mandamos ditar no adro desta vila e o assinaram aqui eu Lourenço Vaz que isto escrevi - Manoel Fernandes, Go. † Fernandes - Manoel Ribeiro - Salvador de Paiva. e logo na mesma câmara os senhores vereadores condenaram os que não vieram a procissão de Santa Isabel conforme a ordenação del rei em duzentos réis cada uma das pessoas seguintes, Gil Fernandes, seu genro Manoel Correa, moradores no Pequeri, Miguel Alvez moço, Antônio de Proença, João de Quadros, Baltezar Gonçalvez, Marcos Fernandes o moço, Miguel Fernandes, Jerônimo Roiz, Paulo Roiz, Francisco Pereira, todos moradores nesta dita vila os quais os oficiais mandaram que se carregassem sobre o procurador do conselho Salvador de Paiva e como assim houveram por condenados e assinaram aqui eu Lourenço Vaz que isto escrevi - Manoel Fernandes - Go. † Fernandes - Manoel Ribeiro - Salvador de Paiva. e logo acordaram em câmara que todos os moradores que vier da banda de virapoeira farão o caminho convém a saber de casa de Jorge Moreira pelo matos e capoeiras até chegar o caminho do conselho desta vila o qual se fara doze a oito dias e São doze dias este presente mês convém a saber Manoel Ribeiro três machos e Manoel Fernandes vereador outros três machos, Jorge Moreira três machos, Saiavedra um escravo e pedraves outro escravo, Jerônimo Roiz outro macho, Braz Gonçalvez uma peça, Marcos Fernandes uma peça, João do Canho um escravo, Baltezar Gonçalvez duas peças, um macho e uma fêmea, Diogo Teixeira um macho, Go. Fernandes uma peça, Baltezar Roiz uma peça, as pessoas acima nomeadas todo o que não mandar ao caminho pagara cem réis para o conselho desta vila em quje os hão por condenados e isto por seres ereos e andarem por o dito caminho e assim acordaram os ditos oficiais que toda a pessoa que deribar rosa ou pão no dito caminho o ... e mandara consertar a sua custa afim de que possam andar nele para esta vila e isto com pena de 500 réis para o conselho em que o hão por condenado e de como assim o mandaram todos o assinaram aqui eu Lourenço Vaz que isto escrevi - Manoel Fernandes - Go. † Fernandes - Manoel Ribeiro - Salvador de Paiva. [p. 179, 180, 181] • 5°. Termo de como fizeram câmara os oficiais da câmara Jorge Moreira e Antônio de Proença vereadores Aos 23 do mês de maio de 1583 anos nesta vila de São Paulo nas pousadas do vereador Jorge Moreira por não haver casa do conselho e estar caída das coberturas nas ditas pousadas foram juntos os oficiais os abaixo assinados para proverem e ordenarem algumas coisas necessárias para o bem do povo a requerimento do procurador do conselho Alvaro Neto e logo na dita câmara sendo juntos os oficiais ordenaram que porquanto nesta vila não aha tanto negócios nem necessidade de tantas câmaras ordenaram que de 15 em 15 dias fariam câmara como estava em uso e costumo e logo pelo dito procurador do conselho Alvaro Neto foi requerido aos senhores oficiais que aquela casa do conselho estava casa da cobertura que a mandassem suas merce cobrir e reparar da cobertura e eles responderam que eles proveriam nisto com ajuntarem o povo e logo pelo dito procurador foi requerido aos ditos oficiais que os caminhos assim o que vai para o mar como os que vão para outras partes estavam mui sujos e que requeriam a suas merce os mandassem alimpar e logo pelos oficiais foi determinado a requerimento do procurador do conselho que para menos opressão do povo que esta vila passava de cem moradores e tem cinco ou seis caminhos e uma ponte para fazer que suas merces os repartissem de maneira que eles se fizessem todos em um dia e isto para avitar as aprizois como dito he e logo pelos ditos oficiais foi ordenado que o caminho de Hipiramgua que é caminho do mar os que la tem fazendas da banda de hipiramgua // convém a saber Antônio de Proença Bertolameu Fernandes e Belchior da Costa Domingos Lois Francisco Teixeira Domingos Glz Gaspar Nunes e Francisco de Brito he tera quarego de os chamar e dar lhe o dia para se fazer ho dito caminho / e o que for revell e não comprir seu mandado paguara cinco tostois para o conselho desta vila e serão quareguados sobre ho procurador do conselho / e assim assentaram que todos hos moradores que tem fazenda da banda da ponte grande / convém a saber Joane Anes / Paulo Roiz, Antônio Preto, Paulo Farel, Cristovão Glz, Pedro Alves, Antônio Guomes, estes terão cuidado de fazer a ponte grande / Paulo Roiz hos chamara a todos por um roll para ho dia certo que hão de fazer a ponte e todo aquele que não vier paguara cinco tostois para as hobras do conselho desta vila hos quais serão quaregados sobre ho procurador do conselho // os de virapoheira Jorge Moreira, Silvestre Teixeira, Gco. Flz, Baltezar Roiz, Diohoguo Teixeira, Marcos Flz, Baltezar Glz, Bras Glz, Jeronimo Roiz, Jmo. da Quanha, Manuel Ribeiro Andres Mendes, Andres de Burguos, Bastião Leme, Manoel Flz, Loiz Gomes, Pero Allves, Antônio Saiavedra se ajuntarão um dia certo que os chamar Manoel Ribeiro assentar e ho que não vier ho dia que ele ordenar paguara cinco tostois para has hobras deste conselho hos quais serão quaregados sobre ho preocurador do conselho / e logo no caminho dos Pinheiros Antônio Becudo, Francisco da Guama, Fernão Dias, Domingos Glz,m Gaspar Flz, Allvro Neto, Jmo do Prado, todos estes sertão obrigados alimpar seu caminho sob pena quem ho que não vier quando for chamado por Allvro Neto que com eles assentara ho dia quando será bom de ho fazer paguara cinco tostoios para as despezas deste conselho e serão quareguados sobre ho procurador do conselho e de como assim ho ordenarão mandarão que se comprisse e que alguns moradores que ficam de fora deste caminhos serão obrigados a limpar hos caminhos das fontes e hos donos dos chãos do redor desta vila serão obrigados a limpar suas testadas quando lhe for mandado sob penas das penas atrás conteúdos cada um será obrigado digo todos os conteúdos nestes rois atrás virá com sua gente hou mandara com a gente que tiver e sendo algum ausente ou doente não se entendera nele ho pregão e de como assim ho assentarão e mandarão ho assinarão aqui eu Jmo. Masiell escrivão da câmara neste vila de São Paulo e seus termos que esto escrevi - Jorge Moreira - Antônio de Proença - Alvro Neto. [p. 236, 237, 238] • 6°. klj • 7°. “ (...) na praça pública,digo ao sair da missa do povo, junto a igreja de São Paulo, o porteiro P. Fernandes perante mim escrivão deitou pregão publicamente em que apregoou e declarou todas as coisas que estavam ordenadas e mandadas apregoar conforme ao acordado na câmara que se fez aos quatorze de abril deste presente ano e o dito pregão se deitou publicamente de sorte que o puderam bem ouvir os moradores da vila e desto eu escrivão fiz este termo que assinei eu, Diogo de Onhate (...)” Aos quinze dias do mes de abrill de mill e quinhentos e oitenta e cinquo annos na praca pubrica digo ao sahir da misa do povo junto da ygreja de sam paulo o portro po fez perante mi escrivão deitou pregão pub mente en a apregoou e declarou todas as cousas q estavão ordenadas e mandadas apregoar conforme ao acordado en a camara q se fez aos quatorze de abrill deste presete ano e o dito pregão se deitou pubricamete de sorte q o puderão bem ouvir os moradores da villa e desto eu escrivão fiz este termo q asiney eu dio de onhate escrivão & ho´ escrevi — dio de onhate. [p. 265] • 8°. Câmara da vila de São Paulo Dia 27 de abril de 1585 nesta vila de São Paulo se ajuntaram em câmara em casa de Pedro Alvarez vereador os oficiais deste ano embaixo declarados para praticarem sobre as coisas que cumprem a bem do povo e logo ordenaram quem nenhuma pessoa de qualquer sorte e qualidade que seja fosse ousado de por boca em el rei nosso senhor nem em suas justiças nem em o alcaide do forte sob pena de 100 açoites sendo pião e 10 cruzados para o conselho pagos da cadeia e sendo homem de qualidade pagara 20 cruzados da cadeia para o conselho e mais será degradado por um ano para fortaleza da Vertioga e se for soldado do forte será preso em ferros e mandado ao alcaide do forte para que o castigue como lhe parecer justo e de como assim e ordenaram o assinaram aqui eu Diogo de Onhate escrivão que o escrevi - e houveram os ditos oficiais por lido seu regimento eu sobredito o escrevi - Sebastião Leme - Pedralves - Antonio † Diz. [p. 266, 267] • 9°. Carta de dada de terras de sesmaria ta capitania que estiverem de d.... das demarcações de sua carta que tem de da.... por Antonio Rodrigues de Almeida aos supplicantes assim e da maneira que em ella se contem a qual lhe dou pelos poderes que para isso tenho do senhor Pero Lopes de Souza que estão nas camaras destas villas com as condições da sesmaria com todalas entradas e sahidas e logradouros forras de todolos tributos sómente dizimos a Deus para elles e seus herdeiros ascendentes e descendentes deste dia para todo sempre mando a todalas justiças a que o caso com direito pertencer os mettam de posse e as deixem rogçar..... ditas terras e esta carta será registada..... do tombo do dito senhor pa-ra a todo o tempo constar como foram dadas.... correa....,. registada a carta atraz. lc ic... nesta provedoria e feitoria a folhas 128 do dito livro.... ecra. .... ECSCrivão da provedoria e feitoria e alfandega nas capitanias de São Vicente............. de que passei a presente certidão de registo por mim feitae assignada em esta villa do porto de Santos hoje aos vinte e quatro dias do mez de Fevereiro de mil e quinhentos e oitenta e seis annos — Francisco Casado...pagou nada fica registada esta carta de dada de terras no livro dos registos que.............. o senhor Pero Lopes de Souza as folhas quarenta e tres e quarenta e quatro bem e fielmente sem cousa que duvida faça por mim escrivão das dadas por mim assignada aos vinte e sete dias do mez de Fevereiro de mil e quinhentos e oitenta e sete annos pago nada.....lllcvvvvaAAua AAA AAA A qual carta de dada de terras de sesmaria acima e atraz escripta eu Diogo de Unhate escrivão da fazenda de Sua Magestade desta capitania de São Vicente fiz aqui trasla-dar a requerimento de Diogo Rodrigues sem embargo de constar que já foi registada. ..........11/....... O livro nem o logar certo onde foi registada. .....l.1/000000prqobria carta original entreguei ao dito............. Rodrigues e este traslado vae certo e verdadeiro e o concertei com o tabellião aqui commigo assignado em estavilla do porto de Santos aos vinte............... de mile SeISCENtOS... LcRegistada por mim escrivão da fazenda de Sua Mages-tade.Diogo de Onhate Antonio Rodrigues de Almeida............ Santo Amaroe da Gua......... pela senhora............. de Gambôacapitõa e governadora............... por el-rei nossoSenhor mulher que.............. do senhor Pero Lo- [p. 213] • 10°. Matias de Oliveira é nomeado almotacer • 11°. Ata Dia 15 de outubro de 1589 nesta vila de São Paulo se ajuntaram em câmara os oficiais dela a saber juiz Manoel Ribeiro e vereadores Jorge Moreira e Manoel Fernandes para fazerem um juiz por ser ausente Domingos Fernandes juiz ordinário e por maiores vozes que deram os da governança da terra saiu por juiz Antonio de Saiavedra morador nesta dita vila por levar mais vozes que todos os outros moradores ao qual foi dado juramento perante mim tabelião dos santos evangelhos sobre um livro deles para que ele sob digo sob dito juramento service o cargo de juiz em ausência do dito Diogo Fernandes e ele o prometeu fazer o que assinou com os ditos oficiais e mandaram ser feito este termo por mim tabelião por não haver escrivão da câmara e ter desistido do ofício e eu Belchior da Costa o escrevi - Jorge Moreira - Antonio de Saiavedra - Manoel Fernandes - Manoel Ribeiro - Geo. Mandra. [p. 373] • 12°. “Manoel Fernandes falecido (...) requerimento do procurador do conselho Gonçalo Madeira que se fizesse a ponte grande que esta caminho de tejuguasu e que se consertassem todas as mais pontes e caminhos de Ipiranga, Birapoeira, Pinheiros e da Ambuasava” [Atas da Câmara de São Paulo (7.12.1589) p. 374 e 275] Ao 7 dias do mês de dezembro de 1589 se ajuntaram em câmara os juízes a saber Manoel Ribeiro e Diogo Fernandes e Gonçalo Madeira "pdor." do conselho para acordarem coisas pertencentes para o bem da república e não se acharam mais que Jorge Moreira vereador desta vila por ser falecido Manoel Fernandes, seu parceiro // e logo assentaram que service de almotacel este presente mês de dezembro Estevão Ribeiro, o moço ao que deram logo juramento nesta dita câmara sobre a cruz da vara de Manoel Ribeiro juiz ordinário e o vereador Jorge Moreira lhe deu o dito juramente perante mim escrivão adiante nomeado para que ele bem e verdadeiramente sirva o dito ofício de almotacel e ele prometeu fazer segundo nosso senhor lhe desce a entender o que assinou com os ditos oficiais / e assim assentaram os ditos oficiais a requerimento do procurador do conselho Gonçalo Madeira que se fizesse a ponte grande que esta caminho de tejuguasu e que se consertassem todas as mais pontes e caminhos de ipiranga e birapoeira e pinheiros e da ambuasava e a fonte se alimpasse e que cada um dos moradores que tiverem chãos perto desta vila alimpen cada um suas testadas dentro e fora dos muros e isto com pena de cen rés cada um que o contrário fizer para o conselho desta dita vila e que por isso o proceder com brevidade "mãde" fazer o ... que é o que os moradores fação os caminhos e pontes como dito é e que quando o mesmo farão e assim mais os mais para a ponte grande e mandarão que todos os moradores de tejuguasu e pequiri e os de piratiningua e os que trazem guado nos campos do conselho estarão ao fazer da dita ponte sob a dita pena e que para isso esta posta em rol ao procurador do conselho e se lançasse pregão por o dito rol e se fizesse a saber os ditos moradores de que obedecerão sem (...) (...) e de como assim o mandaram e assentaram assinaram aqui eu Belchior da Costa tabelião por não haver escrivão da câmara o escrevi - Jorge Moreira - Manoel Ribeiro - Manoel Fernandes - Fernão Dias - Gonçalo Madeira. [Páginas 374 e 375] • 13°. Provisão • 14°. Composição da Câmara Composição da Câmara da vila de São Paulo em 1590: juízes - Antônio de Saiavedra, Fernão Dias, Antonio Preto. Vereadores - Affonso Sardinha, Sebastião Leme. Procurador do Conselho - João Maciel. Escrivão - Belchior da Costa. Almotaceis - Estevão Ribeiro "o Velho", Diogo de Onhate, Antonio Raposo, Affonso Dias, Gonçalo Madeira. Porteiro - Antonio Teixeira. [p. 377] • 15°. Afonso Sardinha está “mar” Aos 15 de janeiro de 1590 nela vila de São Paulo desta capitania de São Vicente se ajuntaram em câmara os juízes, digo o juiz Manoel Ribeiro e o vereador Jorge Moreira e comigo tabelião por não haver escrivão da câmara abriram a pauta que veio da vila do porto de Santos e acharam nele que saíram por juízes para servir este presente ano nesta dita vila a saber Antônio de Saiavedra e Fernão Dias e assim saíram para vereadores Afonso Sardinha e Sebastião para servirem este dito ano e saiu procurador do conselho Jmo. Maciel e logo o dito vereador Jorge Moreira perante mim tabelião deu juramento dos santos evangelhos sobre um livro deles a cada um dos sobreditos e mandou a Antônio de Saiavedra e Sebastião Leme vereador cada um de per si e mandou que sob cargo do dito juramento fizessem o que devem e são obrigados segundo a ordenação de sua majestade fazendo verdade e guardando justiça as parte e eles o prometeram fazer segundo nosso senhor lhe desse a entender e o assinaram aqui todos e não deu juramento ao procurador jno. Maciel e Afonso Sardinha por não estarem na vila e eu Belchior da Costa tabelião o escrevi - Fernão Dias - Sebastião Leme - Jorge Moreira. [p. 379] • 16°. Provisão de Jerônimo Leitão Jeronymo Leitão capitão desta capitania de São Vicente pelo snr. governador dela Lopo de Souza governador desta dita capitania por sua majestade etc. - faço saber aos que esta minha provisão virem que Nuffio Roiz casado e morador desta dita capitania na vila de Nossa Senhora da Conceição veio hora da cidade da Baia do Salvador e me trouxe aviso dos snrs. governadores deste estado e como ele lá na cidade da baia fizera muitos serviços a sua majestade no tempo que hai vieram as naus inglesas e em outras coisas e porquanto era morador nesta dita capitania e casado com filhos queria servir o ofício de mro. do campo e pelos quais respeitos e pela experiência e confiança que tenho do dito Nuffio Roiz ser pessoa alta e suficiente para o tal cargo e que fara como cumpre o serviço de Deus e de sua majestade e bem da dita capitania e porquanto a pessoa que hora serve já é de idade e não pode acudir as coisas necessárias provejo ao dito Nuffio Roiz do dito ofício de mor. do campo desta dita capitania de São Vicente em nome do dito governador Lopo de Souza pelos poderes que tenho e para isso assim e da maneira que os meirinhos passados o serviram nesta dita capitania com o qual ofício ele dito Nuffio Roiz avera todos os proes e percalços a ele pertencentes e anexos conforme ao regimento que ha do dito ofício o qual ele guardara como nele se contém e avera juramento em câmara nesta vila do porto de Santos de que se fara termo nas costas desta provisão por ele assinado e mando a todalas justiças e pessoas desta dita capitania conheçam ao dito Nuffio Roiz por meirinho do sertão desta dita capitania e campo e he obedeçam a seus mandados naquilo que a seu cargo compete e ofício pertence sem embargo nem dúvida que a ele seja posta dada nesta vila do porto de Santos sob meu sinal hoje 22 de dezembro e vai aselada com o selo das armas do senhor governador desta dita capitania de São Vicente, Atanazio da Mota escrivão da ouvidoria de toda esta capitania de São Vicente a fez por meu mandado ano do nascimento de nosso senhor Jhu Xpto da era de 1589 - Jerônimo Leitão - pagou desta nada - de selo pagou nihill. Despacho dos oficiais da câmara desta vila de São Paulo Cumpra-se esta provisão do senhor capitão Jerônimo Leitão como se nela contém hoje 19 de janeiro de 1590 - Sebastião Leme - Antonio de Saiavedra - o qual treslado de provisão e termo de juramento e mais diligências assim conteúdas eu Belchior da Costa tabelião neta vila de São Paulo trasladei neste livro por mandado dos juízes e vereadores por não haver escrivão da câmara e tudo vai na verdade sem coisa que dúvida faça. [p. 380] • 17°. “(...) vindo Afonso Sardinha do mar (...)” Termo de juramento que se deu a Afonso Sardinha Aos 24 de janeiro de 1590 nestas casas do conselho desta vila estando nela o juiz ordinário Fernão Dias e o vereador Sebastião Leme por ser vindo Afonso Sardinha do mar e estar presente ele dito Sebastião Leme perante mim tabelião lhe deu juramento dos santos evangelho sobre um livro deles em que ele pos sua mão direita e disse que sob cargo do dito juramento servisse este ano presente de vereador fazendo aquilo que nosso senhor e desse a entender conforme ao regimento del rei nosso senhor e ele o prometeu assim fazer o que assinou com o dito Sebastião Leme não haja dúvida na entrelinha que diz. Desta dita vila, e eu Belchior da Costa o tabelião o escrevi. Afonso † Sardinha - Sebastião Leme. [p. 382] • 18°. “República” Dia 10 de fevereiro de 1590 se ajuntaram em câmara os oficias dela a saber Fernão Dias juiz e vereadores Afonso Sardinha e Sebastião Leme e o procurador João Maciel para assentarem coisas necessárias ao bem da republica e logo requereu o dito procurador aos ditos oficiais mandassem suas mercês limpar o caminho da fonte e limpa-la por ser assim necessário para a limpeza e honra desta vila / disseram que proveriam sobre isto e que para domingo do santo sacramento por então acudir gente que se lançaria pregão / e assim requereu mais que em Guarepe termo desta vila e terra do conselho andava algum gado bravo o qual era em dano e prejuízo deste povo e moradores dele por ser ladroeira e se ajuntar gado mando com o bravo e ficar todo bravo que mataremo não ser alheio dizendo ser bravo e eles ditos oficiais mandaram que se notificasse aos donos do dito gado que dentro de um mês o tirem das terras de Guarepe sob pena de não no tirando no dito termo que se começara do dia que for apregoado e notificado em diante pagarão dois mil réis em partes iguais para o conselho e cativos e acusador e não havendo acusador será tudo para o dito conselho e cativos de que se fará termo / assinado pelo porteiro / e escrivão / a assim mais houveram que os muros que estivessem alevantados os cubram e os que estão digo os cubram dentro de quinze dias com pena de cem réis para este conselho e os que estiverem caídos os alevantem dentro de um mês com pena de quinhentos réis para o conselho e acusador e cativos / e que para a fonte se deitara pregão que cada morador mande uma pessoa com foice e enxada para carpirem e limparem o caminho e a dita fonte e outras coisas necessárias e isto com pena de cinquenta réis para o conselho / e assim mais acordaram o que abaixo era declarado eu Belchior da Costa o escrevi e este pregão o lançara domingo da manhã a oito dias para a primeira terça fra. sobredito o escrevi. [p. 384, 385] • 19°. Medo do ataque: Manoel Fernandes falecido Aos 31 e um dias do mês de março do dito ano se ajuntaram em câmara os oficiais dela Afonso Sardinha e Sebastião Leme vereadores e Antônio de Saivedra juiz e jn° Maçiell procurador do conselho para asentarem coisas necessárias ao bem da república / e logo requereo o dito procurador requereo aos ditos oificias que esta vila segundo as novas corião do gentio do sertão estava com aperto o que lhe requeria pusessem cobro sobre isso mandando por gente nesta vila para guarda e defensa dela e não na pondo protesta cair sobre ele e não sobre e não sobre ele dito procurador / e eles ditos oficiais disseram que já tinham provido sobre isso e tinham repartido a gente / e outrosim proveram que se deve a vara de almotacel para servir este mês a Gonçalo Madeira por haver sido procurador do conselho o ano passado e por ser falecido Manoel Fernandes fez um vereadores do ano passado... • 20°. Ata Que se carpissem e se limpassem todos os chãos que o conselho tem dado ao redor desta vila e isto dentro de vinte dias que ha até a festa da pascoa vindoura deste presente ano e o que não carpir seus chãos e testada e derrubar o mato porquanto todo o direito que tiver neles para o conselho para se darem a outrem o que assinarão e eu Belchior da Costa o escrevi - Fernão Dias - João Maciel - Sebastião Leme - Afonso † Sardinha. [p. 292] • 21°. “Antonio Arenso chegou quinta-feira a sua fazendo fugindo do sertão” Antonio Arenso chegou quinta-feira a sua fazendo fugindo do sertão pelo que quererem matar no Jaguari abaixo de uma tapera de "Iaroubi" e lhe mataram ali a um mancebo chamado Januário Vallençuella e um nativo de "madra. teseião" e trouxe mais novas que havis dois ou três dias que tinham morto um filho do governador Afonso e que havia muitos dias que Cunhaqueba tinha morto a Isaque Dias e que ficara um genro de "Caroubi", Jundiapoen e outros presos para os matarem e juntamente dizem que he toda a gente da entrada morta e acabada e que no reencontro que tiveram com Arenço diziam já serem todos mortos e os traziam na barriga e que tinham recados que andavam no Paraíba que matassem todos os que de que fossem ao sertão, também é passado para irem com v. m. caiapitangua temos por informação que vai pedir certos mancebos para irem com ele em busca dos nossos das entradas para la os acabarem com os mais e que quando lhes não quis dar lhe ha de pedir que serem ho sertão para um ano e isto se sabe para um filho de que veio a pedir socorro para libertarem os nativos acima declarados que estão presos deve de apartar a culapitangua do irmão que vai e de cada um deles se deve informar e inquiri-los por muitas vias com rigor até saber a verdade e detê-los conforme achar necessário por que nos mandar e assim pusemos guardas no caminho do campo para que não vá ninguém para lá nem amigo nem inimigo e assim mais mandamos estar todos prestes com armas e mantimentos para quando for o tempo para seguirmos a v.m. e acudindo v.m. a isto fara o que deve por muito do nativo hum de medo e outro de vergonha e outro de vontade se meteram conosco que seria grande bem para a terra e os não haverão castigo e terão temor e quando v.m. não acudir ao que tanto importa por testamos tudo carregar sobre v.m. e ele dar conta desta a quem com direito pertencer e nisto mande com brevidade que para fazer isso andemos e ajuntemos a gente da câmara e governo dela e a todos pareceu bem a v.m. dar remédio a tudo e dizem estarem todos em um corpo contra nós o nativo e esta mandamos tresladar nos livros da Câmara. [p. 388, 389 e 390] • 22°. Ata (...) se ajuntaram em câmara os oficiais dela a saber Afonso Sardinha e Sebastião Leme vereadores e Antonio de Saavedra juiz para fazerem almotacel para servir estes dias que estão para dar deste presente mês e o mês de junho que vem porquanto não aparecer nesta vila o almotacel que foi feito Diogo de Onhate e logo fizeram almotacel a Antonio Raposo nesta vila morador ao qual o dito Afonso Sardinha vereador deu juramento dos Santos Evangelhos perante mim escrivão (...) • 23°. “Sardinha ausente por ser no mar” Aos 23 de junho de 1590 se ajuntaram em câmara os oficiais juízes e vereadores a saber Sebastião Leme vereador e em lugar de Afonso Sardinha por ser no mar se achou Jorge Moreira vereador deste ano passado e assistiu a esta câmara Fernão Dias juiz e o procurador jno. Maciel e acordaram o seguinte e logo requereu o dito procurador que suas mercês mandassem reformar os muros desta vila de mão comum antes que o capitão va para a guerra e assentaram que se fizessem os ditos muros da maneira que diz o dito procurador e que para isso se pusesse pena os moradores nomeados por um rol e o que não mandar sendo notificando pagara cem réis para o conselho e que porquanto é necessário um oficial para andar com os taipais ordenaram que eu escrivão por ter chãos e muros caídos e não ter posse para os levantar que levantaram dome os taipais e muros pagarei o que for rezão para cada taipall e desta maneira mandaram que se pusesse por execução e o assinaram e eu Belchior da Costa escrivão o escrevi - Fernão Dias - Jorge Moreira - Sebastião Leme - Jmo. Maciel. [p. 402, 403] • 24°. Diogo de Unhate apresenta provisão de Jerônimo Leitão Dia 22 de julho de 1590 os oficiais da câmara convém a saber Afonso Sardinha vereador e Fernão Dias juiz e o procurador Jno. Maciel e sendo ai apresentou Diogo de Onhate nesta vila mor. uma provisão de senhor capitão Jerônimo Leitão que o provia de escrivão deste arrais e armada nesta jornada e guerra que ele faz aos contrários e eles sendo lida diante deles a guardaram e lhe deu o dito Afonso Sardinha vereador juramento dos santos evangelhos sobre um livro deles perante mim escrivão que ele servisse bem o dito cargo guardaram o segredo da justiça e o direito as partes e o assinou aqui e eu Belchior da Costa escrivão o escrevi - Diogo de Onhate - Afonso † Sardinha - Fernão Dias - Jno. Maciel. [p. 405] • 25°. Estevão Ribeiro é nomeado almotacel Dia 1 de agosto de 1590 se ajuntaram em câmara os oficiais dela para assentarem coisas pertencentes ao bem comum e para assim também fazerem almotacel e logo fizeram almotacel a Estevão Ribeiro "o Velho" ao qual logo perante mim escrivão deu juramento dos santos evangelhos sobre um livro deles Afonso Sardinha vereador e lhe mandaram sob cargo do dito juramente ele service o cargo de almotacel este presente mês de agosto e o mais tempo que for necessário e ele o prometeu fazer e assinou com todos e eu Belchior da Costa também e escrivão o escrevi - Sebastião Leme - de Estevão † Ribeiro - Afonso † Sardinha - João Masiel - Fernão Dias. • 26°. ata Dia 2 de setembro de 1590 se ajuntou o povo desta dita vila os que se acharam presentes com Afonso Sardinha vereador e a mais vozes fez juiz em ausência dos juízes ordinários Fernão Dias e Antonio de Saiavedra, saiu por juiz Antonio Preto nesta vila morador por levar mais vozes que todos como parece da eleição ao diante ao qual o dito Afonso Sardinha perante mim escrivão deu juramento dos santos evangelhos sobre um livro deles ao dito Antonio Preto para ele servir o dito cargo e ele o prometeu fazer e eu Belchior da Costa o escrevi - Antonio Preto - Afonso † Sardinha. [p. 406] • 27°. Termo de como se deu juramento aos oficiais deste ano de 1591 Aos 13 de janeiro de 1591 se ajuntaram em esta câmara os oficiais ao ano passado Afonso Sardinha e Fernão Dias e Antonio Saiavedra por não estarem na vila e viram a pauta que veio deste ano de 1591 por saírem po juízes para servirem este dito ano Diogo Fernandes e Jorge Moreira e vereadores Antonio de Proença e Afonso Dias e procurador do conselho Gaspar Fernandes e por não estarem na vila mais que Diogo Fernandes e Gaspar Fernandes eles hos mandaram chamar logo e eles apareceram logo na dita câmara e ele dito vereador lhes deu juramento dos santos evangelhos sobre um livro deles perante mim taa. e escrivão para que eles servissem seus cargos a saber ele dito Diogo Fernandes de juiz e o dito Gaspar Fernandes de procurador do conselho e eles prometeram fazer segundo o nosso senhor lhes desse e entender e o assinaram e eu Belchior da Costa o escrevi - Diogo Fernandes - Gaspar Fernandes - Fernão Dias - Antonio de Saiavedra - Afonso † Sardinha. [p. 411, 412] • 28°. “aldeias estão outras vez povoadas” nesta dita vila nas casas do conselho, dela se ajuntaram em câmara os oficiais dela, os abaixo assinados, para assentarem coisas pertencentes e por não estar presente Antônio de Proença na vila, em seu lugar se ajuntou e estiveram outros homens do governo da terra e logo assentaram o seguinte, que porquanto neste mês passado foi gente ao salto e indo a a ponte em Pirapitingui, acharam gente a qual mataram e tomaram parte dela e trazendo algumas peças de escravizados, homens e mulheres, souberam de certo em como os "contras" tem começado caminho por Jaraguá para tomarem preza e "cotso" logo apelidarem guerra campal contra nos e que estavam gente principais juntos em Bairi, os quais são Emxoa, Mairaira, Japoasabi, Jetariba, Ainaseru, Asaguaseru ,Guiraguorimi, os quais se forem prestes com mantimentos para quando for tempo e que dizem que para o fim desde lua a de vir se falta e também dizem de certo que é a gente de Macedo e de Murcuia morta e acabada a qual se acabou de matar no Parnaíba, na paragem da barra do mesmo parnaíba e que porquanto se podia seguir grandíssimo dano em esperar que vissem estes contra a nós lhes parecia bem que requererem ao senhor capitão Jerônimo Leitão que logo com muita brevidade venha acudir a esta vila e ordene de dar guerra campal com brevidade possível sob pena de o não fazendo, assim emcaparem a terra e fazendo dela e para mais fundamento de tudo isto se informaram de Balthazar Gonçalves e de Francisco Preto, homens que foram nesta jornada e salto que se fez entendem bem o gentio e se informaram da preza que tomaram e lhe parece bem que logo se de guerra brevemente e se requeira severamente com muito cuidado e se peça por carta a cada uma das câmaras se queiram ser neste parecer e ajudarem a todos os mais senhores assinados lhes pareceu bem dizendo que as mais das aldeias estão outras vez povoadas e eu Belchior da Costa escrevi (...) • 29°. Auto que mandaram fazem os oficiais da câmara juízes e vereadores a requerimento do procurador do conselho e mais povo* • 30°. Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo Auto que mandaram fazem os oficiais da câmara juízes e vereadores a requerimento do procurador do conselho e mais povo Ano do nascimento de nosso senhor Jesus Cristo de 1592 em hos dias do mês de maio nesta vila de São Paulo e câmara dela se ajuntaram os oficiais nela e sendo hai juntos a requerimento do procurador do conselho e mais povo mandaram fazer este auto em como ele dito procurador lhes requeria da parte de sua majestade mandassem suas mercês fazer este auto em como hera em dano de todo este povo seren... e obrigados e levar as farinhas ao mar a entrega-las na provedoria porquanto não tinham posse para isso nem hera huzo nem costume em nenhuma parte do mundo os lavradores fazerem mais que dar o que tiverem em suas casas pagando-lhe e que protestavam todos e não levarem tais farinhas porquanto antes queriam ir aonde os mandarem cumprir degredos e outras penas que perder suas fazendas que obrigaremos em tal tempo a levar as ditas farinhas estando como estamos em guerra a dois ou três anos e os contrários cada dia batendo a porta e que pois o senhor provedor Pedro Cubas prometeu de dar índios para levar as farinhas que hos mande dar e assim mande um recebedor que as tome por conta de sua majestade como até agora se fez em Portugal e nesta terra e além de tudo isso que esta determinado que se faça guerra e é necessário toda a farinha nesta vila donde se han de reformar e aviar todos os moradores e soldados que hão de ir a dita guerra pelas quais razões e respeitos e para não se matarem os índios e escravos com as cargas não era bem obrigarem aos moradores a levar as tais farinhas ao mar e assim ha poucos índios na terra e outros andam vigiando a terra e são idos agora pelo que requeriam a eles ditos oficiais mandassem fazerf este auto e de tudo fizessem saberdor ao dito provedor e que fazendo ele o contrário e querer que os moradores levem as tais farinhas lhe encamparão a terra e se irão fora dela digo e que protestavam não encorrer em penas nenhumas e apelam delas para o senhor governador geral e ouvidor geral e de tudo se fez este auto em que assinaram os moradores aqui assinados e pelos mais que faltam assinou o procurador do conselho e eu Belchior da Costa o escrevi - Fernão Dias, João de Prado, Antonio Preto, Jorge Moreira, Paulo Roiz, Jusepe de Camargo, Braz Glz, Jo. Martim Baregã, Dos piz, Lopo Dias, Antonio Roiz, Francisco Proença, Manoel Ribeiro, Diogo de Lara, João Masiell, Simão da Costa, Ao. † Dias, Antonio † Glz, Jeronimo Roiz, Estevão † Ribeiro Velho, Diogo † Sanches, Miguel Roldan, Pero Nunes, Belchior Roiz, Felipe † Pretgo, Francisco Piz, Baltesar de Godoy, Afonso † Sardinha, Francisco Dias, Aleixo Leme, Fernão † Munhoz, João de Canha, Antonio de Proença, Alvaro Neto, Fernando Alves, Jorge † Peres, Martim Roiz, Cristovam Glz, Juan de Santana, Pedro Alvres, Bras † Glz o moço, Mateus Leme, Matias Gomes, Melchior da Veiga, Domingos † Dias, Bertolameu † Bueno, Bastião † Miz, Domingos † Luiz, André † Fez, Luis Alvares, Antonio de Saiavedra, Baltezar Glz, Clemente Alves [p. 442, 443] • 31°. Se ajuntaram em câmara os oficiais dela para tratarem coisas pertencentes ao bem comum e fizeram almotacel a Alvaro Neto nesta vila morador o qual servira este mês de outubro e de novembro (...) Belchior da Costa Se ajuntaram em câmara os oficiais dela para tratarem coisas pertencentes ao bem comum e fizeram almotacel a Alvaro Neto nesta vila morador o qual servira este mês de outubro e de novembro (...) Belchior da Costa. [Páginas 449 e 450] • 32°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Se ajuntaram em câmara os oficiais dela para assentarem em câmara coisas pertencentes ao bem como e logo porquanto se abriram duas cartas ontem nesta câmara, uma da vila de Santos e outra de Itanhaém, das Câmaras em as quais consta os ditos oficiais assentarem com o povo de cada uma das vilas que não ouvesse guerra dado por razão que o nativo não nos dava opressão pelo que eles ditos oficiais fizeram vir perante si, a saber, a Belchior Carneiro, aqui morador e assim a Gregoro Ramalho, mancebo solteiro, filho de Vitório Ramalho e assim e a Manoel índio espião de São Miguel, irmão de Fernão de Sousa a parente mim escrivão receberam juramento dos santos evangelhos para que eles declarassem sob o cargo do dito juramento o que passava acerca do nativo do bongy que os avia salteado e desbaratado na viagem que traziam desta entrada de Antonio de Macedo e de Domingos Luis Grou e mais irmãos e que por a poucos no dito rio forão dado neles matado e desbaratado a uns e a outros como de feito em este tracesão mortos Manoel Fernandes e um francês Guilherme Navarro e Diogo Dias e Francisco Correa e Gaspar Dias e João de Saliz levaram tiro e um moço branco cunhado de Pedro Guedes ou de sua casa e graviell da pena também afora Tamarutaca que não aparece e outras pessoas levado consigo e tendo cativa muita gente topinães da que eles traziam em sua companhia e de seu serviço e que apregoaram guerra contra nos dizendo que haviam de fazer caminhos novos para virem a dar em nos e fazerem quanto dano pudessem pela qual rezam era bem com brevidade daren lhes guerra e antes que eles se movessem e que isto diziam pelo que deles entendiam por serem homens que andam entre os nativos e os conhecem e suas vontades e intenções e por assim juraren os ditos oficiais mandaram fazer este assento em que assinaram os ditos Belchior Carneiro e Gregório Ramalho e Gonçalo Camacho que chegou neste tempo aqui e disse ser verdade o que os sobreditos tem declarado e eu Belchior da Costa escrivão o escrevi. Melchior Carneiro, Gregório Ramalho, Gonçalo Camacho, Mel índio espião, Antônio de Proença, Sebastião Leme, João Missel, Diogo Fernandes. [p. 476] • 33°. Nas Atas da Câmara de São Paulo, o procurador denunciava que índios que se encontravam ao longo “deste rio Anhembi”, que “vinham em paz se meter conosco”, terminavam sendo aprisionados pelos moradores Os Carijós continuaram a subir sazonalmente pelo rio Anhembi no começo do século XVII, muitos inclusive seriam atraídos pelos moradores do Planalto, através de promessas e “dádivas”, e ali escravizados, ou “administrados”, no eufemismo que se adotou em São Paulo para mascarar a escravidão de indígenas. Outros seriam trazidos a força através das chamadas bandeiras, especialmente agudas no sentido do Guairá a partir dos anos 1620. Em 1608, nas Atas da Câmara de São Paulo, o procurador denunciava que índios que se encontravam ao longo “deste rio Anhembi”, que “vinham em paz se meter conosco”, terminavam sendo aprisionados pelos moradores.
Atualizado em 31/10/2025 17:43:44 Jornal Diário da Noite ![]() Data: 1964 Página 4
Atualizado em 31/10/2025 07:48:18 “Os transportes em São Paulo no período colonial”, José Gonçalves Salvador ![]() Data: 1959 Créditos: José Gonçalves Salvador Página 87
• 1°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi Estabelecidos os primeiros colonos no litoral, onde fundaram São Vicente e Santos, transpunham logo depois as costas abruptas da serra de Paranapiacaba, vindo localizar-se no Planalto. Ao lado de Santo André da Borda do Campo surgia a 25 de janeiro de 1554 São Paulo de Piratininga. Mas durante muitas décadas haveriam seus passos de ser morosos,tardios, e de permanecer mesmo isolada de suas vizinhas do litoral, e sobretudo da Metrópole. Enorme barreira se interpunha às suas relações com a marinha: a Serra do Mar, coberta pela mata densa, o indígena que nela se ocultava, alémdas escarpas inclementes. Só à custa de muita coragem e dispêndio de energias se conseguia vencê-la, aproveitando-se, assim mesmo, de velhas trilhas abertas pelo íncola em suas descidas ao mar para buscar peixe ou sal. Afinal, a dos tupiniquins, ou do padre José, como veio a chamar-se, acabou preddminando (1) . • 2°. Ata da Câmara: Haviam animais mas não cavalgavam • 3°. Fernão Cardim sobre o caminho Estabelecidos os primeiros colonos no litoral, onde fundaram São Vicente e Santos, transpunham logo depois as costas abruptas da serra de Paranapiacaba, vindo localizar-se no Planalto. Ao lado de Santo André da Borda do Campo surgia a 25 de janeiro de 1554 São Paulo de Piratininga. Mas durante muitas décadas haveriam seus passos de ser morosos,tardios, e de permanecer mesmo isolada de suas vizinhas do litoral, e sobretudo da Metrópole. Enorme barreira se interpunha às suas relações com a marinha: a Serra do Mar, coberta pela mata densa, o indígena que nela se ocultava, alémdas escarpas inclementes. Só à custa de muita coragem e dispêndio de energias se conseguia vencê-la, aproveitando-se, assim mesmo, de velhas trilhas abertas pelo íncola em suas descidas ao mar para buscar peixe ou sal. Afinal, a dos tupiniquins, ou do padre José, como veio a chamar-se, acabou preddminando (1) . Melhorou-a Anchieta, auxiliado pelos naturais, sem a haver, contudo, modificado grandemente, pois só excepcionalmente e com indizível sacrifício podia transpô-la, agora, qualquer animal doméstico. O recurso então viável consistia no uso de pés e mãos, pelo menos na serra. Deixemos, a propósito, que fale o padre jesuíta em sua Informação de 1585. "Vão lá por umas serras tão altas que dificultosamente podem subir nenhuns animais, e os homens sobem com trabalho e às vêzes de gatinhas por não despenharem-se, e por ser o caminho tão mau e ter ruim serventia padecem os moradores e os nossos grandes trabalhos". Verdade que permaneceria com poucas atenuantes por mais uns duzentos anos. O padre Fernão Cardim, que em 1585 veio a São Paulo na companhia do visitador da Ordem dos Jesuítas, o padre Cristóvão de Gouveia, nos deixou uma descrição dessa viagem, e na qual gastaram quatro dias. Até à base da serra caminharam distância de duas léguas por água e uma por terra, pernoitando numa tejupaba (palhoça). No dia seguinte fizeram a ascenção até ao meio dia. Quando, por fim, chegaram ao cume, achavam-se "bem cansados", "sendo o caminho tão íngreme que às vêzes iam pegando com as mãos". De novo pernoitaram, e mais uma vez se puseram a caminho, "o pior que nunca haviam visto". (Página 81 e 82) A última etapa da viagem dos padres Cardim e Cristóvão de Gouveia, em 1585, fizera-se a cavalo, como dissemos, linhasatrás, sinal de que os paulistas desde cêdo se utilizaram dêssemeio. Tão bem impressionado ficara o companheiro do Visitador da Ordem, que nos legou estas expressivas declarações: "quem tem sal é rico, porque as criações não faltam" • 4°. “República”; "a quem tomasse cavalgadura alheia no campo e nela cavalgasse sem licença do dono" E caso êsses não chegassem, lembraríamos uma decisão da Câmara, datada de 14 de abril de 1590, a qual, a fim de coibir abusos, ameaçava com a "multa de duzentos réis a quem tomasse cavalgadura alheia no campo e nela cavalgasse sem licença do dono". [Página 87] • 5°. D. Francisco solicitava à Câmara providenciar a melhora e arrumação do “caminho do mar”, terrível serpenteado de trilhas que partiam da base da serra do mar e subiam até o planalto* O último, na direção norte, conduzia ao porto do Rio Tietê. Descer ao mar era ainda uma aventura das mais arriscadas, exigindo coragem e espírito de sacrifício. É verdade que o governador, D. Francisco de Souza, mandara melhorar o dito caminho em 1597 e 1598, mas nem assim podiam transitar por ele as cavalgaduras. Isto, entretanto, não impedia que uma vez ou outra surgissem na pacata vila de Piratininga mercadores forasteiros, acompanhados de seus cargueiros nativos, a trocar os artigos do comércio. • 6°. Acorria o povo a atender a provisão do Governador Geral, D. Francisco de Souza O último, na direção norte, conduzia ao porto do Rio Tietê. Descer ao mar era ainda uma aventura das mais arriscadas, exigindo coragem e espírito de sacrifício. É verdade que o governador, D. Francisco de Souza, mandara melhorar o dito caminho em 1597 e 1598, mas nem assim podiam transitar por ele as cavalgaduras. Isto, entretanto, não impedia que uma vez ou outra surgissem na pacata vila de Piratininga mercadores forasteiros, acompanhados de seus cargueiros nativos, a trocar os artigos do comércio. • 7°. Inventário e Testamento de Maria Gonçalves, em Birapoera, casas de Clemente Álvares (Ainda em 1607) Descer ao mar era ainda aventura das mais arriscadas, exigindo coragem e espírito de sacrifício. É verdade que o governador, D. Francisco de Souza, mandara melhorar o dito caminho em 1597 e 1598, mas nem assim podiam transitar por êle as cavalgaduras. Isto, entretanto, não impedia que uma vez ou outra surgissem na pacata vila de Piratininga mercadores forasteiros, acompanhados de seus cargueiros indígenas, a trocar os artigos de seu comércio. Dizemos trocar porque, realmente, não se dispunha de moedas para as transações. Nessas circunstâncias, valiam-se êles de tôdas as oportunidades para cometerem abusos, fatos contra os quais a edilidade precisou reagir. Mas também é verdade que ela os procurou favorecer, tal como se deu em 1599, inquirindo quem lhes queria fornecer "casa e mesa" , pois convinha recebê-los de quando em quando, visto fornecerem aos moradores artigos úteis, além das noticias que traziam. Os veículos de rodas constituíam então objeto raríssimo, se é que os havia. Referimo-nos aos carros de bois. É possível ter existido algum já no término do século, embora as evidências sejam vagas por demais. Sabemos que no inventário de Maria Gonçalves, mulher de Clemente Álvares, com roça em Ibirapuera, e datado de 1599, consta um ferro de arado, avaliado em 1$600, juntamente com o "carro velho", que o acompanha. Este "carro velho", contudo, outra coisa não seria senão uma das peças do arado quadrangular de rodas, semelhante ao que se usava em Portugal, sobretudo no Minho, conforme sugestão do professor Jorge Dias a Sérgio Buarque de Holanda. Lembraríamos, porém, que o caminho do Ibirapuera (Virapoeira, Burapuera, etc.) ou de Santo Amaro, passaria a chamar-se alguns anos depois o "caminho de carro" nas cartas de datas de terra. Os inventários e as atas da Câmara, auxiliares indispensáveis a tal respeito, guardam o mais absoluto silêncio, fato que nos obriga a ficar nas meras conjecturas. Não podemos deixar de nos reportar a uma prática existente em São Paulo por longo tempo: o transporte de água, especialmente para fins domésticos. As paredes de taipas, por exemplo, eram feitas de terra socada e amolecida com água que os escravos carregavam em potes e gamelas. A indústria da cerâmica estava associada de há muito às atividades do ameríndio. O precioso líquido apanhava-se nas minas, nas bicas e nos rios junto à vila. Para evitar imoralidades, determinara a Câmara em 1576 e ainda noutras ocasiões, que sômente às mulheres se permitia a freqüência aos referidos lugares. Assim viveu São Paulo durante o quinhentismo. Quase isolado, por falta de bons caminhos, de transportes convenientes e de produtos que lhe permitissem concorrer com o Nordeste. Os recursos lhe viriam do apresamento do selvícola e da venda do mesmo naquelas regiões açucareiras. Desde fins do século XVI o escravo seria objeto de tráfico intenso, além de sua serventia nas roças do Planalto. • 8°. “se vendiam mui bons cavalos, cada qual por um chapéu ou meias-calças, e as vacas andavam em almoeda, sem haver quem as quisesse por três patacas, que era a dívida pela qual se rematavam” E o padre Jácome Monteiro, que também por aquí estivera, por volta de 1607, pôde observar como "se vendiam mui bons cavalos, cada qual por um chapéu ou meias-calças, e as vacas andavam em almoeda, sem haver quem as quisesse por três patacas, que era a dívida pela qual se rematavam". Não se julgue, no entanto, que andar a cavalo ou servir-se dêle como cargueiro fôsse muito comezinho, porque não o exigiam as distâncias e nem os caminhos se prestavam para tanto. As roças ficavam perto . Os trilhos predominavam em quase tôdas as direções. Apenas quatro dêles escapavam à regra geral, em fins do século: o do mar, que partindo do Páteo do Colégio, prosseguia pela atual rua do Carmo até à várzea e dali rumava para os lados do extinto Santo André da Borba do Campo, passando antes pela ribeira do Ipiranga. O outro, dirigia-se para a aldeia de Ibirapuera, a três léguas de distância, pelo espigão que separa o Anhangabaú e o Cambucí, velha trilha palmilhada pelos indígenas, e que se transformaria no caminho para Santo Amaro, no trajeto que hoje conhecemos como rua da Liberdade, rua do Vergueiro, Domingos de Morais e Avenida Jabaquara. O terceiro, seguia para os lados da aldeia de Pinheiros e demandava os sertões de Jundiaí, "nesse tempo apenas habitado por criminosos e homiziados". [Página 87] Ainda neste século foram os rios de grande importância na vida do Planalto. Até 1610 quem quisesse ir de São Paulo para Mogí das Cruzes teria que meter-se numa canoa Tietê acima. De igual modo, quem quer que tivesse sítio ou fazenda próximo a curso navegáveis, recorria ao uso desse meio de transporte. Fabricavam os escravizados nativos à sua moda, mas com o auxílio de ferramentas introduzidas pelo europeu. [Página 92] • 9°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves E o padre Jácome Monteiro, que também por aquí estivera, por volta de 1607, pôde observar como "se vendiam mui bons cavalos, cada qual por um chapéu ou meias-calças, e as vacas andavam em almoeda, sem haver quem as quisesse por três patacas, que era a dívida pela qual se rematavam". Não se julgue, no entanto, que andar a cavalo ou servir-se dêle como cargueiro fôsse muito comezinho, porque não o exigiam as distâncias e nem os caminhos se prestavam para tanto. As roças ficavam perto . Os trilhos predominavam em quase tôdas as direções. Apenas quatro dêles escapavam à regra geral, em fins do século: o do mar, que partindo do Páteo do Colégio, prosseguia pela atual rua do Carmo até à várzea e dali rumava para os lados do extinto Santo André da Borba do Campo, passando antes pela ribeira do Ipiranga. O outro, dirigia-se para a aldeia de Ibirapuera, a três léguas de distância, pelo espigão que separa o Anhangabaú e o Cambucí, velha trilha palmilhada pelos indígenas, e que se transformaria no caminho para Santo Amaro, no trajeto que hoje conhecemos como rua da Liberdade, rua do Vergueiro, Domingos de Morais e Avenida Jabaquara. O terceiro, seguia para os lados da aldeia de Pinheiros e demandava os sertões de Jundiaí, "nesse tempo apenas habitado por criminosos e homiziados". [Página 87] Ainda neste século foram os rios de grande importância na vida do Planalto. Até 1610 quem quisesse ir de São Paulo para Mogí das Cruzes teria que meter-se numa canoa Tietê acima. De igual modo, quem quer que tivesse sítio ou fazenda próximo a curso navegáveis, recorria ao uso desse meio de transporte. Fabricavam os escravizados nativos à sua moda, mas com o auxílio de ferramentas introduzidas pelo europeu. [Página 92] • 10°. Até 1610 quem quisesse ir de São Paulo para Mogí das Cruzes teria que meter-se numa canoa Tietê acima Ainda neste século foram os rios de grande importância na vida do Planalto. Até 1610 quem quisesse ir de São Paulo para Mogí das Cruzes teria que meter-se numa canoa Tietê acima. De igual modo, quem quer que tivesse sítio ou fazenda próximo a curso navegáveis, recorria ao uso desse meio de transporte. Fabricavam os escravizados nativos à sua moda, mas com o auxílio de ferramentas introduzidas pelo europeu. [Página 92] • 11°. Registro de uma carta de dada de terras a Manuel João Branco O documento fornece elementos seguros para avaliarmos das condições do Caminho do Mar nesta época, ou seja, no ano de 1717, as quais, embora péssimas, já permitia o tráfego de cavalos. Todavia, ainda durante muitas décadas o bom senso recomendava efetuar o transporte, pelo menos de cidadãos, em rêdes. É verdade que o Ouvidor Francisco da Cunha Lobo, em 1725, correspondendo-se de Santos com a Câmara paulista solicitava-lhe na carta mandasse apenas trinta índios e três cavalos a aguardá-lo no Cubatão, pois dispensava a rêde. • 12°. Em 1653, do Snr. Ouvidor Geral, determinando que todos os caminhos que saiam da vila e principalmente o do mar, se limpassem todos os anos infalivelmente Em 1653, do Snr. Ouvidor Geral, determinando que todos os caminhos que saiam da vila e principalmente o do mar, se limpassem todos os anos infalivelmente (29) . É bom lembrar que, a êsse tempo, uma nova saída existia com direção ao Caminho do Mar, partindo do "caminho de carro, ou de Santo Amaro", na altura da Cruz das Almas, e daqui seguindo pelas imediações do sítio do padre Albernaz, capela do Acurí, rumo a São Bernardo. • 13°. Não havia cavalos em Santos Não seria, difícil, então, a Matias Barbosa da Silva constatar êsse fato quando, em 1699, chegou a São Paulo, e fazer inserir em seu testamento, a favor do filho ilegítimo, que êle, Matias, não possuía à época da conceição qualquer cargo que o constituísse no grau de nobreza, isto é, não fôra cavaleiro ou escudeiro. Alega que "só vivia então de algum negócio com que andava de uma parte para outra, mas não a cavalo", que "nem o possuia, nem os havia a êsse tempo em Santos e São Paulo, de sorte que por falta dêles até os cabos de guerra e pessoas principais da terra todos andavam a pé". [Página 97] • 14°. Caminho do Mar: as quais, embora péssimas, já permitia o tráfego de cavalos Demos, a propósito, a palavra ao redator do Diário da Jornada de D. Pedro de Almeida e Portugal para nos descrever a viagem de Sua Excia. do Cubatão ao alto da serra. Diz êle: "...e partirão os vinte Indios, ou carijos com as cargas governados p.los seus oficiais, e por Pays Velozo", eprossegue: " — Pela manhã marchamos, e por não ter ainda bastante cavalos para toda a familia, foi preciso que o secretario do Governo, e Paschoal da sylva fossem em rede. A marcha foi tirana, não somente pela aspereza de Fernampiacaba que assim se chama a Serra, que logo que saímos pela manhã começamos a subir quanto por estar chovendo todo o dia, e pelos grandes lameiros, que acabada a serra encontramos, e tão infames, que nenhum da comitiva deixou de cair neles, hua e duas vezes, e que quem repetisse treteira, os das redes forão mais bem livrados neste dia, porem também tiveram o dissabor de chegarem as onze horas da noite a pousada, que eram umas casas de palma...". O documento fornece elementos seguros para avaliarmos das condições do Caminho do Mar nesta época, ou seja, no ano de 1717, as quais, embora péssimas, já permitia o tráfego de cavalos. Todavia, ainda durante muitas décadas o bom senso recomendava efetuar o transporte, pelo menos de cidadãos, em rêdes. É verdade que o Ouvidor Francisco da Cunha Lobo, em 1725, correspondendo-se de Santos com a Câmara paulista solicitava-lhe na carta mandasse apenas trinta índios e três cavalos a aguardá-lo no Cubatão, pois dispensava a rêde: [Os transportes em São Paulo no período colonial, 1958. José Gonçalves Salvador. Página 110] Levando vantagem sôbre o muar na estatura, na ligeireza do passo e no garbo do porte, o cavalo tornou-se o meio de transporte, por excelência, do negociante abastado, do fazendeiro, dos bem aquinhoados, enfim, da elite do Planalto . Assim mesmo, andou pelo sertão, esteve nas Minas e desceu muitas vêzes o Caminho do Mar. [Os transportes em São Paulo no período colonial, 1958. José Gonçalves Salvador. Página 113] • 15°. Família Laço, consultado em geneall.net
Atualizado em 31/10/2025 07:48:16 Memória Histórica de São Sebastião
• 1°. Traslado de uma carta de dada de terras de sesmaria de Diogo Rodrigues e José Adorno, que lhes deu o Capitão Jeronymo Leitão na praia além da Bertioga, até Toque-Toque Traslado de uma carta de dada de terras de sesmaria de Diogo Rodrigues e José Adorno, que lhes deu o Capitão Jeronymo Leitão na praia além da Bertioga, até Toque-Toque. Jeronymo Leitão capitão e Governador por sua Magestade desta capitania de São Vicente costa do Brasil de que é capitão e governador Pero Lopes de Sousa por... faço saber a quantos esta minha carta de dada de terras virem e o conhecimento della com direito pertencer que a mim me enviou a dizer por sua petição Diogo Rodrigues e José Adorno moradores tempo nesta capitania com mulheres e filhos ou parte della da. dita Izabel de Gambôa desta capitania do senhor Pero Lopes de Souza me pedia que em nome do dito que a elles supplicantes tem por sua carta empossada em nome de Antonio Rodrigues de Almeida como capitão que era da dita dona Izabel de Gambôa respeito a serem moradores antigos e sustentarem a terra e terem mulheres e filhos sua petição declarada na verdade e havendo respeito dos supplicantes e passar tudo na verdade a petição dos supplicantes capitania de muito tempo de terem mulheres e sustentar a terra nas guerras della tudo á sua custa lhe dou toda a terra que achar estar e ser desta capitania que estiverem de d................ das demarcações de sua carta que tem de da....... PNI por Antonio Rodrigues de Almeida aos supplicantes assim e da maneira que em ella se contem a qual lhe dou pelos poderes que para isso tenho do senhor Pero Lopes de Souza que estão nas camaras destas villas com as condições da sesmaria com todalas entradas e sahidas e logradouros forras de todolos tributos sómente dizimos a Deus para elles e seus herdeiros ascendentes e descendentes deste dia para todo sempre mando a todalas justiças a que o caso com direito pertencer os mettam “de posse e as deixem roçar............. ditas terras e esta carta será registada............. do tombo do dito senhor para a todo o tempo constar como foram dadas........... pa nnD nego. registada a carta atraz....... nesta provedoria e feitoria a folhas 128 do dito livro errar escrivão da provedoria e feitoria e alfandega nas capitanias de São Vicente............. de que passei a presente certidão de registo por mim feita e assignada em esta villa do porto de Santos hoje aos vinte e quatro dias do mez de Fevereiro de mil e quinhentos e oitenta e seis annos (24 de fevereiro de 1586) — Francisco Casado.......... pagou nada fica registada esta carta de dada de terras no livro dos registos que.......... o senhor Pero Lopes de Souza as folhas quarenta e três e quarenta e quatro bem e fielmente sem cousa que duvida faça por mim escrivão das dadas por mim assignada aos vinte e sete dias do mês de Fevereiro de mil e quinhentos e oitenta e sete annos pago nada........cciccccerecccccrrerserasesrera A qual carta de dada de terras de sesmaria acima e atraz escripta eu Diogo de Unhate escrivão da fazenda de Sua Magestade desta capitania de São Vicente fiz aqui trasladar a requerimento de Diogo Rodrigues sem embargo de constar que já foi registada................... . O livro nem o logar certo onde foi registada PRE PENprqbria carta origina] entreguei ao dito....Rodrigues e este traslado vae certo e verdadeiro e o concertei com o tabelião aqui commigo assignado em esta villa do porto de Santos aos vinte............... de mile seiscentos........cciciciccccsccrrrccerrarera sarroRegistada por mim escrivão da fazenda de Sua Magestade. Diogo de Onhatecrer Ra a o o o rar na a a a rs 0 en 4PR E RE Antonio Rodrigues de Almeida............ Santo. Amaro e da Gua......... pela senhora..... Cc... de Gambôa capitõa e governadora............. .. por el-rei nosso Senhor mulher que.... do senhor Pero Lopes de Souza.... etc. faço saber a todos os juizes e justiça e officiaes e pessoas da.... capitania que esta minha carta de dada de terras de sesmaria de hoje este dia para todo o sempre virem e o conhecimento della com ;direito pertencer........... por Diogo Rodrigues e José Adorno ........... . petição dizendo em ella entre............. que elles havia muitos annos que viviam na Capitania............. Martim Affonso de Souza...... defendendo-as ambos com suas pessoas....... +. terem terras suas na capitania do dito......... +... por terem todas dadas se determinarem tanto........... tempo de seu logar passarem-se à dita capitania de Santo Amaro a faserem nella suas fazendas............ pediam lhes desse um pedaço de terra que está............ indo da Bertioga para a ilha de São Sebastião................ a saber de um logar que se chama Guaraty pa....... com terras de Domingos Guarracho correndo por costa até onde dizem Itaco-Toque que está aquem da dita ilha de São Sebastião partindo com Braz Cubas e juntamente com umas ilhas que se chamam de Bois-Sucanga que fasem a maneira de ponta no meio da dita terra etc..............cc.cc..... Além dessa, que divisava com o lugar denominado Itaco-Toque (Toque-Toque) em São Sebastião, e que, como vimos, lhes havia sido concedida no ano de 1586, outras existem como as de Simão Machado, 1608 onde ainda se lê: "... lhe fizesse mercê dar-lhe um pedaço de terra que é nesta costa indo de aqui............. São Sebastião onde chamam Ipianameima que começa a partir doPirai que das ilhas de Boiguassucanga estava na terra firme e iria acabar na ponta do Toque........... ”. Outra de Gonçalo Pedrosa, ainda no ano de 1608: “ na terra firme de........... te da ilha de São Sebastião que está nos mattos............... lograr e aproveitar o qual pedaço de terra começará da ponta doToque-Toque onde acaba..... Cerca que tem Diogo Rodrigues e Antonio Adorno que Deus tem....”. Outras mais, como as que foram concedidas a Diogo Dias, a Diogo de Unhate, — “defronte da ilha de São Sebastião” — a Jácome Lopes, etc. Do exposto, claramente se vê que, embora elevada à categoria de vila a 16 de março do ano de 1636 (17), teve a mesma (17). — Azevedo Marques, em seus Apontamentos Históricos da Província de São Paulo, A. Moreira Pinto, no Diccionario Geographico do Brasil, J. Jacinto Ribeiro, em sua Chronologia Paulista, dão o dia 26 de março como data da fundação, en- [p. , 213, 214] • 2°. Requerimento de sesmaria e necessidades, recebendo em seu corpo muitas flexadas e feridas de que o dito Diogo de Unhate ficára manco e aleijado do braço e mão direita, e derramára seu sangue muitas vezes sem ter tido remuneração alguma; e .porque a 15 leguas desta villa de Santos, na ilha de São Sebastião, na terra firme defronte della e toda a costa até o Rio de Janeiro eram todas as terras deshabitadas e devolutas, e ainda que eram tão longe pediam para: ambos dois pedaços de terras de mattos bravos que começavam defronte da ilha de São Sebastião nos arrecifes que estão juntos de uma praia que chamam Piraqui-mirim, que estão da banda da terra dos Iguaramimis para o Nordéste e que d´ahi vão cortando pela terra adiante ao longo do mar salgado, passando outros arrecifesque estão defronte da ilha ao longo da costa, e d´ahi iria pela mesma praia que se chama Saranambitú e por ella ao diante irá cortando até chegar ao porto das canôas que chamam Ibapitandiba, e deste porto correria direito á serra e pelo cume della iria cortando até. ondecomeçou a partir, e toda terra que houver dentro desta demarcação, aguas vertentes para o mar, entrarão nesta data. E outro sim mais uma legua de terra de mattos, maninhos e capoeiras antigas dos gentios, que estavam devolutas, para plantações de canaveaes, algodoaes e mantimentos porque esta terra firme a queriam para criações a qual terra partiria do capinsal que estava na di-ta ilha de São Sebastião que era... de ciryba e juá a dar em outro Paraíiquê que chamam mirim até a enciada a que chamam dos Inglezes, e que a dita legua de terra fosse em quadra. Despacho: — Concedo. Santos, 26 de Janeiro de 1608. — Gaspar Conqueiro, capitão mór”, Estabelecendo-se com suas famílias nas terras que lhes foramconcedidas “na ilha de São Sebastião, na terra firme defrontedella”, ou melhor, na parte do Continente, defronte da ilha de São Sebas-tião, Diogo de Unhate e João de Abreu, deram princípio ao povoa-do, so qual, de então por diante, outras pessoas também foramreunir-se. Pouco a pouco, com a concessão de novas datas foi aumentando o pequenino núcleo, até que, a 16 de março de 1636, sendo regular o número de habitantes, era ele ereto em vila pelo capitão- mór e alcaide da Capitania de São Vicente, Pedro Mota Leite (36° Capitão- mor da Capitania de São Vicente) e Provisão do Conde de Monsanto, desmembrando-se o seu território do município de Santos, a que pertencia. [p. 211] • 3°. Carta de sesmaria concedida por Gaspar Conqueiro, loco-tenente de Pero Lopes de Souza, a Diogo de Unhate e João de Abreu* Da mesma opinião é Cândido Mendes, em suas Notas para a História Pátria, quando diz serem os nomes dados a certos pontos, "resultante do estylo adoptado, isto é, mediante o almanack".A acrescenta: "Assim deu-se á ilha de São Sebastião (referindo-se a expedição de Vespucio) o nome deste santo por isso que sua descoberta fez-se a 20 de Janeiro, assim como o de rio de São Vicente, á embocadura formada pelas aguas que cercam a ilha do mesmo nome, onde fundou-se a vil- la de igual denominação, e depois a cidade de Santos, por isso que a fróta alli chegára a 22 de Janeiro de 1502". João Mendes, em seu Diccionario Geographico da Provincia de São Paulo, diz ser o referido vocábulo de origem tupi, "como consta de um documento de 1602”, sendo corruptela de Ciri-bas, apartada, separada."De ciri, apartar, separar,mar participio".bas (breve) para for- Em uma carta de sesmaria concedida por Gaspar Conqueiro, loco-tenente de Pero Lopes de Souza, a Diogo de Unhate e João de Abreu, em setembro de 1608, lê-se a seguinte frase: "que estava na dita ilha de S. Sebastião... de Ce- reiba e ia dar em outra paragem chamada T...aque- mirim" (10), conforme o original que tivemos ocasião de verificar no próprio livro existente no Arquivo Público. Segundo Hans Staden, à mesma ilha chamavam os indígenas de Meyembipe (11).Convém ainda acrescentar a opinião do Dr. Teodoro Sampaio, que, como se sabe, é considerado como sendo das maiores auto- ridades no conhecimento da língua tupi. Diz êle, em seu volumoso trabalho, O Tupi na Geografia Nacional, ser "Serehyba, corruptéla de ciri-yba, a arvore dos siris, porque das folhas amarellas cahidas dessa planta se nu- trem os siris e carangueijos". Como dissemos, Hans Staden assegurou que os indígenas de- nominaram-na Meyembipe. • 4°. Casamento de Bartholomeu de Torales y Contreras e Maria de Góes • 5°. Elevação do povoado de São Sebastião à categoria de vila Pouco a pouco, com a concessão de novas datas foi aumentando o pequenino núcleo, até que, a 16 de março de 1636, sendo regular o número de habitantes, era ele ereto em vila pelo capitão- mór e alcaide da Capitania de São Vicente, Pedro Mota Leite (36° Capitão- mor da Capitania de São Vicente) e Provisão do Conde de Monsanto, desmembrando- se o seu território do município de Santos, a que pertencia. [Memória Histórica de São Sebastião. Página 211]
Atualizado em 01/11/2025 06:02:46 “Notas sobre a evolução da morada paulista”. Luiz Saya (1911-1975)
• 1°. Não se sabe sobre seu fim, após a Guerra o Bacharel de Cananeia voltou a Cananéia expandindo seu poder na região, em outra versão acredita que pode ter sido assassinado pelos Carijós em 1537 • 2°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza chorar. Só faremos lembrança a Vossa Mercê que se sua pessoa ou cousa muito sua desta Capitania não acudir com brevidade pode entender que não terá cá nada, pois que estão as cousas desta terra com a candeia na mão e cedo se despovoará, porque assim os capitães e ouvidores que Vossa Mercê manda, como os que cada quinze dias nos metem os governadores gerais, em outra cousa não entendem, nem estudam senão como nos hão de esfolar, destruir e afrontar, e nisto gastam o seu tempo: eles não vem nos governar e reger, nem aumentar a terra que o Senhor Martim Afonso de Sousa ganhou e Sua Majestade lhe deu com tão avantajadas mercês e favores. Vai isto em tal maneira e razão, que pelo eclesiástico e pelo secular não há outra cousa senão pedir e apanhar, e um que nos pede e outro que nos toma tudo é seu e ainda lhes ficamos devendo. E se falamos prendem-nos e excomungam-nos, e fazem de nós o que querem, que como somos pobres e temos o remédio tão longe não há outro recurso senão baixar a cerviz e sofrer o mal que nos põem. Assim, Senhor, acuda, veja, ordene e mande o que lhe parecer que muito tem a terra que dar: é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhas, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açúcar, e esperamos que haja prata pelos muitos indícios que há, mas faltam mineiros e fundidores destros. E o bom governo é o que nos falta de pessoas que tenham consciência e temor de Deus e valia, que nos mandem o que for justo, e nosfavoreçam no bem e castiguem no mal quando o merecermos, que tudo é necessário. Diogo de Quadros é ainda provedor das minas, até agora tem procedido bem, anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila ecomo se perdeu no Cabo Frio, tem pouca posse e vai devagar, mas acaba-lo-á e será de muita importância por estar perto daqui como três léguas, e haverá metal de ferro; mais há na serra de Biraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastada; e perto dali como três léguas está a Caatiba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao Norte haverá 60 léguas de cordilheira de terra alta, que toda leva ouro, principalmente a serra de Jaraguá, de Nossa Senhora do Monte Serrate, a de Voturuna, e outras. Pode Vossa Mercê fazer aqui um grande reino a Sua Majestade, há grande meneio e trato para Angola, Peru e outras partes, podem-se fazer muitos navios, que só o bem se pode trazer de lá, pois há muito algodão, muitas madeiras e outros achegos. Quanto à conservação do gentio que não convém termos e avexarem-nos, assim como nos fazem a nós o faremos a eles, e os [índios] cristãos vizinhos são quase acabados, mas no sertão há infinidade deles e de muitas nações, que vivem à lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os descermos com ordem para serem cristãos, será causa de grande proveito, principalmente o gentio Carijó, que está 80 léguas daqui por mar e por terra e se afirma que podem ser 200.000 mil homens de arco. Esta é uma grande empresa e a Vossa Mercê ou cousa muito sua lhe estava bem que Sua Majestade lhe concedesse, e lhe importaria mais de 100.000 cruzados, afora o de seus vassalos, o que pelo tempo em diante pode redundar a esta capitania, além do particular do mesmo gentio vindo ao grêmio da Santa Madre Igreja. Tornamos a lembrar, acuda Vossa Mercê, porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra lhe levam o gentio do seu sertão e distrito, e muito cedoficará tudo ermo com as árvores e ervas do campo somente; porque os portugueses, bem sabe Vossa Mercê que são homens de pouco trabalho, principalmente fora de seu natural. Não tem Vossa Mercê cá tão pouca posse, que das cinco vilas que cá tem com a Cananéia pode por em campo para os Carijós mais de 300 homens portugueses, fora os seus índios escravos, que serão mais de 1.500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Peru por terra, e isto não é fábula. Já Vossa Mercê será sabedor como Roque Barreto, sendo capitão, mandou ao sertão 300 homens brancos a descer gentio e gastou dois anos na viagem, com muitos gastos e mortes, e por ser contra uma lei de El Rei, que os padres da Companhia trouxeram, o governador geral Diogo Botelho mandou provisão para tomarem o terço para ele, e depois veio ordem para o quinto; sobre isto houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados, que talvez há nesta vila hoje mais de 65 homiziados, não tendo ela mais de 190moradores ; se lá for alguma informação de que a gente desta terra é indômita, creia Vossa Mercê o que lhe parecer com o resguardo que deve aos seus, que não há quem sofra tantos desaforos. Nosso Senhor guarde a pessoa e família de Vossa Mercê, etc. – São Paulo, 13 de janeiro de 1606. (Assinados os juízes e vereadores).” • 3°. Documento • 4°. Chegam ao Rio de Janeiro • 5°. Assim, reagindo, a 30 de janeiro de 1629, atacaram por ordem expressa de Antonio Raposo Tavares, a aldeia de Santo Antônio, onde governava o padre Mola, "a sacar por fuerça de armas, no solamente al dicho Tataraúna, sino tambien a toda la demas gente que el padre estaba doctrinando" • 6°. A palavra “paulista” é empregada pela primeira vez pelo Visconde de Barbacena Para os hispano-americanos e os espanhóis, a designação dos paulistas sempre foi portugueses de San Pablo. O mais antigo emprego do gentílico de que temos notícia ocorre numa ordem do visconde de Barbacena a 27 de julho de 1671. Daí em diante generalizou-se rapidamente. A palavra bandeira vemo-la empregada pela primeira vez num documento do Conselho Ultramarino, datado de 1676 e pelo padre Altamirano em 1679 a falar em ‘banderas de certonistas’, meio século antes do que pensa Alcântara Machado. Mas bandeirante parece ter-se tornado corrente mais tarde. Os espanhóis diziam ‘certones’, como em 1682 Juan Ortiz de Zárate. O mais antigo emprego do substantivo, como se nos deparou, data de 1640, quando Dom Luís de Mascarenhas, Conde d’ Alva, se referiu aos ‘bandeirantes’ de uma ‘bandeyra’ despachada contra os índios Pinarés. Os mais antigos documentos paulistas designam geralmente as bandeiras por viagem, entrada, jornada. Frota é mais recente e tornou-se inapagável para recordar a bandeira de João de Magalhães no Rio Grande do Sul. • 7°. “sem incluir no distrito de Serro Sebarabuçu as ditas quarentas léguas” Em três de Setembro do dito ano de setenta e dois, representou por sua petição aos Oficiais da Câmara o Paulista Manoel Paes de Linhares dizendo que pela notícia, que tivera da Carta de aviso do Secretário do Estado, e pelas que tinha do Sertão, se animava a entrar para ele a procurar descobrimento de Minas sem reparar na sua crescida idade, e sobra de achaque, facilitando-lhe contrastes inconvenientes o amor, que tinha ao seu Príncipe, e Soberano Senhor, e à Pátria, e que não podia conseguir o seu intento sem auxílio deles Camaristas, aos quais pedia lhe concedessem os homiziados, que fossem capazes de o acompanhar, não tendo partes e que quarenta léguas em quadra do distrito onde descobrisse prata, sem espaço ou ouro não se extrairia Gentio algum, por serem necessários para o serviço das mesmas Minas, sem incluir no distrito de Serro Sabarabuçu as ditas quarenta léguas; e os Oficiais da Câmara tomaram sobre a matéria um assento em o primeiro de Outubro de mil seiscentos e setenta e dois, no qual resolveram, que o Juiz Ordinário e Presidente Pascoal Rodrigues da Costa, concedeu aos homiziados, que fossem capazes para esta empresa.” 43[Páginas 25 e 26 do pdf] • 8°. Documento • 9°. Com 12 anos, passou a acompanhar o pai, também chamado Bartolomeu Bueno da Silva nas expedições ao território goiano, mas, com a descoberta de ouro em Minas Gerais, estabeleceu-se em Sabará e, mais tarde, em São João do Paraíso e Pitangui, onde foi nomeado assistente do distrito. • 10°. Bandeira • 11°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre • 12°. Por que São Paulo foi atacada em 1562? • 13°. “Canibalismo, nudez e poligamia”, Adriano César Koboyama Na Ata de 24 de Dezembro de 1612, os moradores da vila de São Paulo se queixavam de que os homens que iam ao sertão e ajudavam a “vir o gentio carijó que voluntariamente vêm para esta capitania [de São Vicente] e os moradores lhe saiam ao caminho com suas ferramentas [e] mantimentos para os ajudarem a vir e deseja-lhes com isso granjear as vontades e ver se os querem servir pagando-lhes com vestir e doutrinar e o dito administrador [dos índios Mateus da Costa Amorim] os avexa com excomunhões sendo a jurisdição real de Sua Majestade e suas justiças não indo contra direito nenhumda Santa Madre Igreja porque não dão guerra a ninguém nem levantam bandeira...” 5 E é aqui que a bandeira sai do baú onde se guardavam os pertences da Câmara e se torna símbolo, por metonímia, de uma expedição militar, mesmo que a intenção belicosa seja do inimigo, no caso o índio: levantar a bandeira em uma lança significa ter intenção agressiva declarada. No caso específico, a intenção do gentio carijó que vinha a São Vicente não era agressiva, pois não levantavam bandeira e nem faziam guerra a ninguém. Nesse pequeno trecho está resumida toda a problemática daquilo que seria tratado no futuro como o /ciclo das Bandeiras Paulistas/: os índios vinham voluntariamente ou involuntariamente ao encontro dos paulistas? os índios eram escravizados ou trabalhavam em troca de uma recompensa em termos de alimento, vestuário, moradia e alimentação? nos conflitos entre os paulistas e a Santa Madre Igreja – sendo que nesse momento em São Paulo a Santa Madre Igreja era fortemente (se não totalmente) representada pela Companhia de Jesus – qual era a posição da jurisdição real de Sua Majestade? e o que podemos entender por jurisdição real de Sua Majestade em um momento que o rei era espanhol, mas a administração era portuguesa?
Atualizado em 31/10/2025 04:59:49 “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil ![]() Data: 1957 Créditos: Washington Luís (1869-1957) Página 263
• 1°. Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar 1997 Em um ponto de seu livro, Washington Luís Pereira de Sousa (1869-1957) "Nos campos de Piratininga, no vale do Tietê, entravam os Tupiniquins. Os tupinambás, a leste, sempre inimigos dos portugueses. Ao sul e sudoeste de São Paulo os Carijós - quase sempre também inimigos". E continua: "Depois das grandes lutas entre Tupiniquins e Carijós, os Tupiniquins povoaram a região de Sorocaba e seus sertões". ver mais
• 1°. Domingos Luis Grou “adquiriu” terras vizinhas as concedidas nativos de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba A verdade é que o primeiro Domingos Luís Grou possuía uma data de terra, que vizinhava com a sesmaria concedida aos índios de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba, como reza a provisão de Jerônimo Leitão passada a 12 de outubro de 1582, em S. Vicente, e registrada na Câmara da vila de S. Paulo em 26 de agosto de 1522 (Registro Geral,vol. 1º, págs. 354 a 357). • 2°. Chegada de Diogo Garcia de Moguer Comandando uma expedição, partida de Corunha em 1526, com o fim de explorar o Rio da Prata, Diogo Garcia chegou a S. Vicente a 15 de janeiro de 1527 – cinco anos antes de Martim Afonso – e, narrou ter encontrado o bacharel e seus genros, aí moradores mucho tiempo haque ha bien 30 años. Deles comprou um bergantim, se abasteceu de água, lenha e todo o necessário para a viagem, contratou um dos genros por língua (intérprete) até o Rio da Prata. De acordo com todos os seus oficiais, contadores e tesoureiros, fez com esse bacharel e seus genros um contrato para transportar nos seus navios, quando de volta, 800 escravos para a Europa. “Nesse porto [Páginas 93 e 94] • 3°. Casamento de Domingos Grou e a filha do cacique de Carapicuíba (data s/ confirmação) DOMINGOS LUÍS GROU Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal,veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1,pág. 15).Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues,declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó, Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430). O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. [Página 180] • 4°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? • 5°. Pero Lopes de Sousa, a 23 de novembro de 1531, partiu Rio da Prata acima levando em um bergantim 30 homens, tudo em boa ordem de guerra; e, como pôde, explorou esse rio até os Carandis, onde meteu padrões portugueses, e, como a ordem era de voltar em 20 dias, daí regressou a se reunir à esquadra • 6°. Sesmaria a Ruy Pinto • 7°. Martim Afonso concede sesmarias A outra vila, feita a nove léguas do litoral para o sertão, à borda de um rio que se chamava Piratininga, mencionada por Pero Lopes de Sousa, nem sequer se lhe indicou o nome, nem foi ela posta sob invocação religiosa, numa época em que o intenso fervor católico dava nome de “santos” a todos os acidentes geográficos do litoral e do interior nos descobrimentos feitos. Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tal vila foi situada, ou mesmo se foi situada; o rio Piratininga jamais foi identificado, e com esse nome talvez não tivesse existido rio algum. Piratininga (nenhuma etimologia satisfatória para essa palavra), era uma região situada no planalto. A Câmara da Vila de S. Paulo, que às vezes se denominava “S. Paulo do Campo”, “S. Paulo de Piratininga”, “S. Paulo do Campo de Piratininga”, concedeu datas de terras em “Piratininga, termo desta vila” no “caminho de Piratininga”, “indo para Piratininga”, “no caminho que desta vila vai para Piratininga” etc. (Atas da Câmara de S. Paulo, vol. 3.º, pág. 168, Registro Geral, vol. 1.º, págs. 10, 72, 88, 98, 100, 108, 129, 283). “Índios de Piratininga”, qualificam as sesmarias de terras concedidas aos índios de Pinheiros e aos de S. Miguel de Ururaí, por Jerônimo Leitão em 12 de outubro de 1580 (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 354), o que não deixa a menor dúvida que Piratininga estendia-se desde Carapicuíba, incluindo Pinheiros, até Ururaí. Piratininga era, pois, uma vasta região do campo vagamente indicada no planalto. É por isso que, em Piratininga, sem que se fizesse menção da qualidade de vila, como era de uso nesses documentos, foi concedida à sesmaria de Pero de Góis, sendo a respectiva posse dada alguns dias depois na ilha de S. Vicente. Martim Afonso teria nessa ocasião chegado até a morada, a povoação de João Ramalho, pela vereda de índios que, então, ligava o planalto ao litoral. Aí nessa zona, nos campos de Piratininga, vizinhos da sesmaria de Ururaí, por Jaguaporecuba, não se sabe bem onde, já afeiçoado aos costumes da terra, João Ramalho vivia maritalmente com filhas de morubixabas, tendo numerosa descendência e dispondo de grande influência sobre Tibiriçá e outros. Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt. Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [Páginas 101 e 102] • 8°. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo Piratininga (nenhuma etimologia satisfatória para essa palavra), era uma região situada no planalto. Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tal vila foi situada, ou mesmo se foi situada; o rio Piratininga jamais foi identificado, e com esse nome talvez não tivesse existido rio algum. • 9°. Martim em São Vicente* Durante a sua permanência em S. Vicente, desde 22 de janeiro de 1532 até meados de maio de 1533, onde esteve a esperar recado da expedição de Pedro Lobo, conforme o dizer de Pero Lopes de Sousa, daí fez, provavelmente, partir outras expedições pelo sertão à procura deminas de ouro, conforme narram cronistas espanhóis, com grandes erros cronológicos. O seu intuito foi, a meu ver, descobrir e apossar-se a leste, do ouro que Cortez e Pizarro tinham encontrado a oeste. • 10°. A sua morte, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel, Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa, ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir. Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo. Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus, como fonte de informação. Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos. [Página 88] Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão. • 11°. Foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa,ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir. Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo. Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus,como fonte de informação. Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos. Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão. [Páginas 88 e 89] Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt. Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Páginas 101 e 102] • 12°. Nascimento da filha do cacique de Carapicuiba Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal,veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1,pág. 15).Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fezem 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nascabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 mesesde idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues,declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó,Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430). O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. [Página 180] • 13°. Chegada a São Vivente* Em fevereiro de 1553, já no fim do seu mandato, em navio comandado por Pero de Góis, seu capitão do mar, Tomé de Sousa percorreu a costa do Brasil, em inspeção às capitanias, que constituíam o seu governo. • 14°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” Ele era português; mas qual a sua terra de origem? Pedro Taques afirma que ele veio de Barcellos, comarca de Viseu. Tomé de Sousa, na sua já referida carta de 1º de junho de 1553 (Hist. da Col. Port. no Brasil, vol. 3º, pág. 364) relata que ele era natural do termo de Coimbra. Alguns indicam Vouzelas ou Boucelas como o lugar de seu nascimento. [Página 162] De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse: “S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra. Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus. Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio. Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer”... Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão. Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553. Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas. Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos. Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga. Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente: “ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”... Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação. • 15°. Carta de Tomé de Sousa De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse: “S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra. Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus. Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio. Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer”... Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão. Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553. Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas. Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos. Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga. Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente: “ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”... Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação. • 16°. Carta de Manoel da Nóbrega á Luís Gonçalves da Câmara: “Vou em frente procurar alguns escolhidos que Nosso Senhor terá entre esses gentios” João Ramalho não deu informações precisas sobre a terra de seu berço. Dela veio estando casado com mulher, que lá deixou e da qual nunca mais teve notícia, supondo-a morta, quarenta anos depois. O Padre Manuel da Nóbrega, na carta de 31 de agosto de 1553 ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, diz que João Ramalho era parente do Padre Manuel de Paiva, o celebrante da missa no planalto, a 25 de janeiro de 1554. (Páginas de História do Brasil, pelo Padre Serafim Leite, págs. 92 a94). • 17°. Casamento de Domingos Luis Grou com Maria da Peña, filha de Antônio da Peña e Francisca de Góis Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues, declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó,Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430). O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. • 18°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi João Ramalho não deu informações precisas sobre a terra de seu berço. Dela veio estando casado com mulher, que lá deixou e da qual nunca mais teve notícia, supondo-a morta, quarenta anos depois. O Padre Manuel da Nóbrega, na carta de 31 de agosto de 1553 ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, diz que João Ramalho era parente do Padre Manuel de Paiva, o celebrante da missa no planalto, a 25 de janeiro de 1554. (Páginas de História do Brasil, pelo Padre Serafim Leite, págs. 92 a94). • 19°. Os jesuítas Pedro Correia e João de Sousa, acompanhados de um leigo, partem de São Vicente para a catequização dos índios de Cananéia, e ali acabam mártires no mês seguinte A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. Segundo a carta do Padre José de Anchieta (Cartas Jesuíticas, vol. 3º, págs. 79 a 83), os irmãos Pedro Correia e João de Sousa, enviados aos ibirajaras, foram trucidados por esse gentio. Parece que essas tribos estavam então vizinhas dos carijós. [p. 332] • 20°. Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves A mesma confusão se pode estabelecer com Baltasar Gonçalves. Assim, Afonso Sardinha, no seu testamento (Az. Marques, Apontamentos) declarava que foi casado com Maria Gonçalves, irmã de Baltasar Gonçalves; Clemente Álvares foi casado com Maria Gonçalves, filha de Baltasar Gonçalves (Inv. e Test., vol. 1º, pág. 17). E não se pode afirmar se esses Baltasar Gonçalves eram os irmãos de Brás Gonçalves, ou do genro do cacique de Ibirapuera, não obstante no livro de Atas (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 5 em 1583) haver declaração formal de que um Brás Gonçalves era irmão de um Baltasar Gonçalves. Nesse tempo os próprios apelidos – Gonçalves, como os de Fernandes, Rodrigues, Dias – eram usados por pessoas que nenhum parentesco tinham entre si. Assim encontram-se tais sobrenomes designando pessoas de diferentes famílias. Além disso os filhos do mesmo casal tomavam nomes diferentes dos seus pais, assinando os de seus avós ou padrinhos, o que também traz confusão ao investigador. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 183] • 21°. Braz Cubas proibiu a todos o trânsito pelo campo para o Paraguai e expressamente declara “avisareis a João Ramalho, alcaide e guarda-mor do campo que não deixe passar nenhuma pessoa para ele, sem mostrar vossa licença nem os próprios moradores” Duarte da Costa proibiu a todos o trânsito pelo campo para o Paraguai e expressamente declara "avisareis a João Ramalho, alcaide e guarda-mor do campo que não deixe passar nenhuma pessoa para ele, sem mostrar vossa licença nem os próprios moradores de Santo André". • 22°. Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? Santo André possuía ermida, mas não tinha pároco, só recebendo socorros espirituais idos de S. Paulo, com grande prejuízo para a religião. As duas povoações, por assim dizer contemporâneas, como núcleos urbanos, se equivaliam; a manutenção das duas dispersava esforços e atividades, cuja reunião era indispensável nessa época inicial de conquistas material e espiritual, de povoamento e catequese. Essas razões – que tinham em vista a defesa e a segurança, e que também eram de ordem econômica, social e espiritual – levaram a Mem de Sá, terceiro Governador Geral do Brasil, estando em S. Vicente, em 1560, atendendo os pedidos dos padres da Companhia de Jesus e os dos próprios moradores de Santo André, a mudar a sede dessa vila para junto da casa e igreja de S. Paulo edificadas estas na colina entre os ribeirões Tamanduateí e Anhangabaú, próximas às choças de Tibiriçá, ambas dentro do termo da vila de Santo André. Az. Marques, Cronologia, informa que Mem de Sá chegou a S. Vicente a 31 de março de 1560, e aí esteve cerca de sete meses ou mais, o que autoriza a dizer que a mudança foi feita depois de março e antes de findar esse ano de 1560. [Páginas 133, 134 e 135] • 23°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão Em 1560 foi também usado, por ordem de Mem de Sá, um outro caminho entre o planalto e o litoral, mais para oeste, a fim de evitar os ataques dos tamoios. Por essa forma, “para melhor serviço de Deus e de el-rei, nosso senhor”, que nesse tempo tudo decidia, concentrou o Governador Geral mais uma vez, os moradores do planalto em um ponto mais avançado no sertão, alargando a posse portuguesa. Documentos autênticos provam que não houve um pedido único nem uma só razão para a transferência de sede da vila. Essas duas veredas, ordinaríssimas, mal traçavam o trânsito entre o planalto e o Cubatão. Esta última ficou conhecida sob o nome de Caminho do Padre José, não se sabe desde que data e por que razão, talvez por ser freqüentada por Anchieta. Em 1560 José de Anchieta era apenas irmão da Companhia de Jesus, só tendo tomado ordens sacerdotais em 1566, na Bahia (Serafim Leite, História da Companhia de Jesus, Vol. 1º, pág. 29, Nota 2). Nem ele tinha poderes, nem a Companhia de Jesus, nessa época, tinha posses para construção de caminhos por piores que fossem. José de Anchieta “subia por esse caminho” (Documentos Interessantes, Vol. 29, pág. 112). É o que diz a Memória de Melo e Castro aqui citado. Foi uma preocupação constante, e com muita razão, da gente do planalto em manter a comunicação com o litoral. Desde as mais remotas vereanças da vila de Santo André (Atas, pág. 15), através das atas da Câmara de S. Paulo, continuamente se fala e se recomenda e se insta pela conservação do caminho do mar. Este caminho nos primeiros tempos, e por muito tempo, foi uma vereda de índios pela serra de Paranapiacaba, (porque da ilha de S. Vicente até ao pé da serra se viajava por água) e daí para a vila de S. Paulo, até à borda do campo, atravessavam-se rios caudalosos. Em 1560 o caminho do mar ainda passava pelo vale do Mogi, pelos sítios de João Ramalho, e por Ururaí, e foi por ele que Martim Afonso subiu até a região de Piratininga. Depois se fez outro, mais a oeste, que a tradição chamou caminho do Pe. José (Os rios correm para o mar) e que por ordem de Mem de Sé começou a servir ao tráfego entre o planalto e o litoral. O primeiro chamou-se o caminho velho do mar. Pelo caminho novo, era proibida a passagem de boiadas, visto o estrago que causavam. Ambos eram péssimos; do alto da serra até ao campo havia atoleiros causados pelas inundações dos rios Grande e Pequeno; do alto da serra para baixo eram aspérrimos e apenas indicados pelos cortes das árvores. • 24°. Carta à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes Comprova-o uma carta de 20 de maio de 1561 à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes, oficiais que foram da Câmara de Santo André e depois da de S. Paulo, na qual escreveu: “este ano de 1560 veio a esta capitania Mem de Sá, governador Geral, e mandou que a vila de Santo André, em que antes estávamos, se passasse para junto da casa de S. Paulo, que é dos padres de Jesus, porque nós todos lh’o pedimos por uma petição, assim por ser o lugar mais forte e mais defensável assim dos contrários como dos nossos índios, como por muitas causas que a ele se movera”. • 25°. João Ramalho assume o cargo de capitão para guerra na Vila de São Paulo Não se encontram elementos para afirmar ou para negar que ele tivesse tomado parte na governança da terra nos anos de 1558 a 1561, porque da Câmara, que nesses anos funcionou em Santo André e em S. Paulo, desapareceram os respectivos livros de atas. Mas em 1562, a 28 de maio, João Colaço, capitão-loco-tenente por Martim Afonso de Sousa, atendendo a que “por vozes e eleição João Ramalho havia sido escolhido para fazer a guerra, que então se esperava, nomeia-o capitão dessa guerra com amplos poderes, como si fosse ele em pessoa, determinando que todas as pessoas lhe obedecessem em tudo que fosse necessário para essa guerra, sob pena de prisão, de multa de vinte cruzados, pagos da cadeia, e de degredo de um ano para a Bertioga, sendo a metade da multa para o acusador e a outra metade para as despesas da guerra. (Atas V. 1º de S. Paulo, págs. 14 e 15)”. • 26°. Os oficiais da Câmara de S. Paulo Antônio de Mariz, Diogo Vaz, Luís Martins e Jorge Moreira dão a João Ramalho juramento sobre um livro dos santos evangelhos A 24 de junho de 1562, os oficiais da Câmara de S. Paulo Antônio de Mariz, Diogo Vaz, Luís Martins e Jorge Moreira dão a João Ramalho juramento sobre um livro dos santos evangelhos para bem e verdadeiramente servir esse cargo de grande e suma responsabilidade nesse momento crítico (Vide Atas da Câmara de S. Paulo, vol. 1º, pág. 14 em que estão lavradas a vereança da Câmara e provisão do capitão-loco-tenente). • 27°. João Ramalho teria sido novamente eleito vereador de São Paulo, porém, já velho (por volta dos setenta anos), recusou o posto, como consta da ata da Câmara Municipal Em 1564, em S. Paulo, quando recusou o cargo de vereador, os seus companheiros de governança vão à casa da Luís Martins, onde ele se achava pousado, insistir pela aceitação do cargo; e, entre outras razões, que ele apresenta para persistir na recusa, dá a de que se achava em terra de contrários dessa vila, dos contrários da Paraíba. • 28°. Anchieta* Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” e em companhia do Pe. Salvador Rodrigues e do secular Manuel Veloso e de alguns índios desceu o Anhembi. A canoa em que iam, naufragou e o Pe. Anchieta foi salvo por um índio, e o lugar, que era encachoeirado, ficou a chamar-se Abaremanduava que quer dizer cachoeira do Padre. É esse sem dúvida o episódio referido pelo Padre Pedro Rodrigues na vida do Padre José de Anchieta (Anais da Biblioteca Nacional, vol. 29, pág. 219) quando conta que “sucedeu que dois homens, de consciências largas e de nome, temendo o castigo de suas grandes culpas, se levantaram e com suas famílias, se foram meter com os gentios inimigos pelo que, com razão, se temiam não viessem com poder de gente a destruir a capitania. Vendo o Pe. José que não havia contra esse perigo forças humanas e confiado só nas de Deus se determinou de ir em pessoa a buscar os alevantados e reduzi-los a obediência do seu capitão levando-lhes largos perdões de todo o passado. Foi com ele o Pe. Vicente Rodrigues e outros homens e um índio esforçado”. Houve o naufrágio da canoa em que iam e o índio salvou o Pe. Anchieta, depois de dois mergulhos, que duraram meia hora debaixo d’água. Trouxe o Padre Anchieta os dois homens alevantados para a vila. Mas, daí a um ano, um desses homens (e que não é nomeado) “quis tornar ao sertão, mas o capitão recusou-lhe a licença, e por isso ele o maltratou por tal forma que um filho do capitão o matou a frechadas. O episódio do naufrágio foi posteriormente a 1572, quando Anchieta veio a S. Vicente com o Bispo D. Pedro Leitão e o Visitador da Companhia Pe. Ignácio de Azevedo. • 29°. Afonso Sardinha chega ao Jaraguá Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. • 30°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” Citando o Pe. Simão de Vasconcelos, na vida do Pe. José de Anchieta, Antônio de Alcântara Machado (1901-1953) narra que no ano de 1570, dois moradores de S. Paulo “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros, que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”. Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” • 31°. “Há de se desconfiar quando ele alegava não comparecer a uma sessão da Câmara, como vereador que era, em pleno natal, pois não tinha botas” Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. • 32°. Petição Domingos Luis Grou Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descartável nem deixaria seus filhos na miséria. [Página 202] • 33°. Sesmaria concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga Não estará longe da verdade quem disser que João Ramalho fazia parte da feitoria, estabelecida por iniciativa particular no porto de S. Vicente, e, sem perder o contato com essa feitoria, estabeleceu-se no planalto. Morou em lugar chamado Jaguaporecuba, próximo a Ururaí, como se vai ver. Na carta de sesmaria, concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga em 1580 (Registro Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se a palavra Jaguaporecuba cuja penúltima sílaba está roída por traças. Mas no mesmo 1º volume desse Registro, pág. 150, se encontra a transcrição da provisão em que João Soares, em 1607, é nomeado capitão-mor dos índios da aldeia de Guarapiranga, da aldeia-nova de Guanga e de Jaguaporecuba. • 34°. João Fernandes, filho de João Ramalho, é multado por não ter comparecido à procissão de Santa Isabel Assim na sesmaria concedida aos índios de Ururaí por Jerônimo Leitão (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se que era limítrofe com a de João Ramalho e de seus filhos, i. é., de João Ramalho e de Antônio de Macedo. Na vereança de 16 de julho de 1580 (Atas, vol. 1º, pág. 166) João Fernandes, filho de João Ramalho, é multado por não ter comparecido à procissão de Santa Isabel. Matias de Oliveira se declara neto de João Ramalho, quando requer uma sesmaria de terras na capitania de S. Vicente (Sesmarias, vol. 1º, pág. 41. Publicação oficial do Arquivo do Estado de S. Paulo). Outras referências se encontrarão com mais acurado exame. • 35°. Os aldeamentos de Pinheiros e São Miguel possuem uma população de quinhentas almas nos dois aldeamentos, igualando-se à população europeia da região, calculada em 120 lares Citando ainda Del Techo, História do Paraguai, o Barão do Rio Branco, em Ephemerides Brasileiras, de lº de setembro de 1583, narra que no vale do Anhembi, hoje Tietê, os Tupiniquins tinham 300 aldeias e 30. 000 sagitários, que, em seis anos de guerra, de 1592 a 1599, foram todas destruídas e exterminados os selvagens do rio de Jeticaí, hoje rio Grande. O rio Parnaíba é afluente da margem direita do rio Paraná e tem suas nascenças mais a leste, do lado das nascenças do rio S. Francisco. Conforme se vê pelas atas da Câmara de S. Paulo, que se referem às entradas de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, já esses sertanistas lá tinham estado. As bandeiras já tinham atravessado o rio [Páginas 262 e 263] • 36°. Testamento João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [Página 274] • 37°. Gabriel Soares de fato embarcara para a corte em fins de agosto de 1584, imediatamente após a carta do reitor do Colégio ter sido enviada a Lisboa João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [Página 274] • 38°. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó A 10 de abril de 1585 (Atas, vol. 1º, pág. 275), a Câmara de S. Paulo dirigiu longa e interessante representação a Jerônimo Leitão, alegando a situação aflitiva da capitania, na qual desde seis anos tinham morrido mais de seis mil peças do gentio, de câmaras de sangue e de outras moléstias, estando ela sem escravaria para o trabalho de plantações e criação de gado, de que viviam e pagavam o dízimo ao rei, e alegando ainda que o gentio carijó já havia matado dos brancos mais de 150 homens, espanhóis e portugueses, entre os quais os 80 mandados por Martim Afonso pela terra adentro, e até padres da Companhia de Jesus. A Câmara de S. Paulo nessa representação requereu que fizesse guerra a esse gentio carijó, inimigo dos tupiniquins, por mar, pela facilidade de se levar mantimentos, e, vencendo-os fossem eles trazidos ao ensino e à doutrina cristã. Sem essa guerra de escravização e de vingança, a capitania se despovoaria, porque estavam todos dispostos a “largar a terra e ir viver onde tivessem remédio de vida”. Pediu ainda que a respeito fossem ouvidas as demais Câmaras. [p. 238] • 39°. Reunião: já não se fala em viagem "por mar" A que pontos chegaram as entradas comandadas por Jerônimo Leitão? Bem difícil é determiná-los precisamente. Nos nossos arquivos não se encontram indicações do itinerário seguido por Jerônimo Leitão nem região a que ele chegou. O Padre Pablo Pastells, porém, na sua História da Companhia de Jesus na Província do Paraguai (vol. 1º, pág. 195), dá o resumo de uma carta de D. Antônio de Anhasco, datada de 14 de novembro de 1611, dirigida ao Sr. Diogo Marim Negron, Governador do Rio da Prata, em Buenos Aires, em que comunica “que havendo saído de Ciudad Real e estando em uma redução dos Padres da Companhia de Jesus, antes de chegar a Paranambaré, onde é capitão um índio chamado Taubici, na véspera de Todos os Santos, chegou-lhe a notícia de que os portugueses de S. Paulo entravam pelo caminho, que 30 anos antes tinha entrado Jerônimo Leitão com grande golpe de portugueses”. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 243] • 40°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados.Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586(Atas, vol. 1°, pág. 293). • 41°. Bandeira de Jerônimo Leitão ainda está no sertão Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados. Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586 (Atas, vol. 1°, pág. 293). • 42°. Domingos Grou não retorna com a expedição de que saiu de Santos um ano antes A 27 de julho de 1586, Jerônimo Leitão já estava de volta na Vila de S. Paulo de Piratini, e nomeava, por ser muito necessário, Diogo Teixeira, meirinho do campo, por provisão registrada em Ata dessa Câmara (Atas, vol. 1º, pág. 301). Já essa fase da guerra estava terminada; mas a esse termo não se referem os arquivos paulistas. Pode-se, porém, afirmar que não foi então uma guerra de extermínio, porque as entradas continuaram, sendo sem dúvida a reunião, na igreja e ermida de S. Jorge e a determinação tomada no engenho dos Esquetes, o reconhecimento de guerra justa ao indígena da capitania de S. Vicente, guerra que iria durar anos. • 43°. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"* Belchior Carneiro tomou parte na entrada de Antônio de Macedo e de Domingos Luís Grou, seu sogro, a qual na volta, fora desbaratada perto do rio Jaguari; fora um dos membros da companhia de Nicolau Barreto e, parece, fizera uma entrada por sua própria conta no sertão dos índios temiminós. [Página 331] • 44°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 295] Em 1902, segundo vejo do meu caderno, tomei a seguinte nota: “Em 27 de novembro de 1600, por um termo de vereança, vê-se que nessa data sepreparava, com consentimento de D. Francisco de Sousa, uma entrada ao sertão,que não era o da capitania, da qual faziam parte moradores da terra e de fora dela.Era sem dúvida a de André de Leão, que partida era dezembro de 1600 (pág. 403),ainda estava no sertão em 1601, tendo voltado por agosto ou setembro, assimcompletando os nove meses de que fala Glymmer. Este tomou parte em umabandeira quando D. Francisco de Sousa, vindo da Bahia, chegou a S. Paulo paradescobrir as minas de metal que continham prata extraída dos montesSabarousom”. No vol. 2º das Atas, em que foram publicadas as vereanças de 1600, não seencontra essa de 27 de novembro de 1600, a que se refere à nota transcrita. Comose vê no vol. 2º, das Atas às págs. 82 e 83 com que termina o ano de 1600 há umavereança a 27 de novembro que não se refere ao preparo dessa entrada. Há depoisum termo (pág. 83) de seis linhas que nada diz. Provavelmente quando ManuelAlves de Sousa copiou esse livro já as páginas correspondentes à vereança de 27dc novembro, de que foi copiada a nota transcrita, haviam desaparecido,consumidas pelo manuseio ou por outra qualquer razão. Para tal informação sóresta a nota por mim tomada, que pouco valor tem, quanto à autoridade doextrato, que ficou acima transcrito. “Partindo de S. Miguel1, nas margens do Tietê, perto de S.Paulo, a bandeira passou para um afluente do Parayba, ganhou esterio, navegou por ele abaixo, até a sua secção encachoeirada, galgou aSerra, da Mantiqueira, passou diversos rios atribuídos correctamenteao sistema platino e penetrou até próximo ao alto S. Francisco. Atéentrar na bacia do S. Francisco, este caminho deve corresponder muitoproxima, se não exactamente, com o da Bandeira de Fernão DiasPais Leme, ‘uns setenta anos mais tarde, e com o que depois da descoberta de ouro se tornou célebre como o caminho para as Minas Gerais. Sobre a derrota de Fernão Dias, não temos detalhes, senão doRio Grande para o norte, onde diverge da do atual roteiro; mas paraa dos mineiros existe o precioso roteiro dado por Antonil, na suaobra, intitulada Opulência e cultura do Brasil publicada em Lisboa,em 1711. Pela comparação desses dois roteiros e levando em consideração a probabilidade de que a derrota de ambas fosse determinadapor caminhos já existentes dos Índios, sendo, portanto, provavelmenteidênticos, é possível reconstruir grande parte do caminho da Bandeirade 1601. Os dois rios que deram acesso ao Parayba eram indubitavelmenteo Paratehy e o Jaguary. A serra de Guarimunis, ou Marumiminis, é a atualmente conhecida pelo nome de Itapety, perto de Mogy dasCruzes, sendo possível que estes nomes antigos ainda sejam conservados no uso local. A referência a minas de ouro nesta serra talvez sejaum acréscimo na ocasião de redigir o roteiro; mas é certo que em1601, havia, desde uns dez ou doze anos, mineração nas vizinhanças de S. Paulo, e que antes de 1633, quando foi publicada a ediçãolatina da obra de João de Láet, em que vem a enumeração das minaspaulistas, a houve na localidade aqui mencionada. A referência aoscampos, ao longo do primeiro destes rios, é, talvez, um caso de confusão com os do rio Parayba, visto que, conforme informações dos ajudantes da Comissão Geográphica e Geologica, que ultimamente levantaram a planta do vale do Pararehy, ali não existem campos notáveis. O rio então conhecido pelo nome de rio de Sorobis, bem que asua identidade com o Parahyba do litoral já era suspeitada, foi alcançado na foz do Jaguary, em frente da actual cidade de São Josédos Campos. Nota-se que, já nessa época, era conhecido o curso excêntrico do alto Parahyba. Depois de 15 ou 16 dias de viagem o riofoi abandonado no começo da secção encachoeirada, perto da actualcidade da Cachoeira, e a bandeira galgou a Serra da Mantiqueira,seguindo um pequena rio que, muito provavetmente, era o PassaVinte, que desce da garganta que depois serviu para a passagem daestrada dos mineiros e hoje para a da estrada de ferro Minas e Rio.Passando o alto da Serra, a bandeira entrou na região dos pinheiros,que os naturalistas holandeses (que evidentemnente não conheceram aAraucária, desconhecida no Norte do Brasil) julgaram, pela descrição de Glimmer, que eram Sapucaias. Deste ponto em diante, o roteiro torna-se um tanto obscuro, dandoa suspeitar o ter havido alguma confusão na redeção... Os dados topográficos são; o rumo de noroeste e as passagens de três rios, dos quaisdois maiores, navegáveis e vindos do norte, com a distância de 4 ou 5léguas entre um e outro. Os únicos rios em caminho das cachoeiras doParahyba para a região do alto S. Francisco, que corresponder a estadescrição destes dois rios, são o Rio Grande e Rio das Mortes, pertoda sua confluencia. Ahi o Rio Grande cujo curso geral é para o oestecorre, por alguns kilômetros, do norte, num grande saco que sempretem sido um ponto de passagem, e, a quatro ou cinco léguas adiante, o Rio das Mortes tambem vem um pequeno trecho do Norte2. Este trecho é junto à estação de Aureliano Mourão, na estrada de ferro Oestede Minas e poucos kilômetros abaixo da povoação de Ibituruna, ondeFernão Dias estabeleceu um dos seus postos, talvez por encontrar pertoa grande aldeia de índios amigos, rica em mantimentos, de que fala onosso Glymmer. Se porem, este for o ponto de passagem do Rio dasMortes, não se encontra, a três dias de viagem, dos Pinheiros e a quatorze do Rio Grande, rio algum que pareça digno de menção numanarrativa em que não vem mencionado o Angahy. Este, pelo roteiro deAntonil, está a 22 ou 24 dias de viagem dos Pinheiros e a 4 a 5 doRio Grande. Para pôr os dons roteiros de acordo, identificando o primeiro rio de Glymmer com o Angahy, seria necessário inverter os termos dos três e dos quatorze dias de viagem, supondo um outro caso deconfusão na redação, como o já apontado com os campos do Paratehy eParahyba. Da passagem do Angahy o caminho dos mineiros dado por Antonil tomou mais para a direita, procurando São João d’El-Rei, viaCarrancas. É para notar que as marchas diárias do roteiro de Antonil são pequenas, sendo geralmente “até o jantar”, o que explica, talvez, a discordância, do número de dias (de 14 a 22 ou 24) que se ‘nota na hypothese de ser o Angahy o primeiro rio do presente roteiro. Partindo da aldeia sobre o terceiro rio, a Bandeira caminhou durante um mes em rumo de noroeste, sem passar rio algum, até achar-seperto da confluência de dous rios de diversas grandezas, que romperampara o norte, entre montanhas que foram identificados com a desejadaSerra de Sabarábussú. Aqui, foi encontrada uma estrada larga e trilhada, que nesta época não podia ser senão dos Índios e cuja existência confirma a hipótese já lançada da que a derrota, desta e de subseqüentes bandeiras era por estes caminhos fá existentes. A estrada seguida da aldeia por diante era pelo alto de um espigão, e, admitindoque o ponto de partida era nas vizinhanças de Ibituruna, temos trêshipóteses a considerar: 1º O espigão entre o Rio Grande e as cabeceiras dos rios Pará eS. Francisco.2º O entre os rios Pará e S. Francisco.3º O entre os rios Pará e Paraopeba.O caminho pelo primeiro destes espigões, passando por Oliveira,Tamanduá e Formiga, até o alto S. Francisco, corresponde regularmente com o rumo dado, tendendo, porém, mais para o oeste do quepara o noroeste, e cruzando o rio Jacaré que, conquanto não seja grande, parece de bastante importância para ser mencionado. Por este espigão, porém, é difícil identificar os dois rios do fim da jornada e a serracortada por eles, porque as serras de Piumhy ou a de Canastra malcorrespondem à descrição do roteiro. O segundo espigão daria para cairna forquilha entre o Pará e o Itapecerica, ou entre o Pará e o Lambary, ou finalmente, entre o Pará e o S. Francisco. As duas primeirasparecem demasiado perto para a jornada de um mez, e na do Pará eSão Francisco os dois rios devem figurar como tendo proximamente amesma grandeza. O terceiro espigão daria, na hipótese de accompanhar de perto a margem direita do Pará, para cahir na forquilha entreeste rio e seu afluente o rio de S. João, na passagem das serras na vizinhança da atual cidade de Pitanguy; e, sem poder pronunciar-me positivamente a respeito, sou inclinado a considerar esta como a hipótesemais provável. Até aqui o estudo do O. Derby (R.I.H.G. de S. Paulo, vol. 4º,pág. 338), sobre a identificação do Roteiro de Glymmer no terreno.Fácil também é agora identificar o cabo da expedição mandada por D. Francisco de Sousa, e na qual tomou parte GuilhermeGlymmer.Essa identificação está baseada nos documentos do ArquivoPúblico do Estado de S. Paulo e do Arquivo da Câmara da vila de S.Paulo, apoiada em alheios estudos precedentes.As entradas de Antônio de Macedo e de Domingos LuísGrou foram começadas antes de 1583, as de Jerônimo Leitão até 1590,foram todas anteriores à nomeação de D. Francisco de Sousa para Governador-Geral do Brasil. A de Jorge Correia em 1595, a de ManuelSoeiro (?), em 1596 e a de João Pereira de Sousa em 1597 se realizaram [p. 297, 299] • 45°. Guarulhos Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia". “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 46°. Nova expedição com 50 homens* Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia". “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 47°. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia". “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 48°. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. • 49°. Carta régia ordenando que as duas urcas em que deveriam vir para o Brasil o governador nomeado dom Francisco de Sousa e Gabriel Soares de Sousa regressassem carregadas de açúcares • 50°. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil Os piratas, franceses e ingleses, corriam os mares não policiados para saquear, se apoderar dos galeões carregados de ouro que vinham da América para os reinos de D. Carlos I. D. Francisco de Sousa, mesmo em Lisboa e em Madri, ouvira falar dessas minas e nas pretensões de Robério Dias, e sem dúvida, a esses boatos dera crédito; no Brasil, depois de sua vinda essa crença mais se confirmou. Frei Vicente do Salvador, contemporâneo de D. Francisco de Sousa, recolhe, nas páginas de sua História do Brasil (Livro 1º, Cap. V), e dá curso à notícia de que um soldado de crédito lhe contara que um índio aprisionado falara de uma certa paragem, onde havia mina de muito ouro limpo, de onde se poderia tirar o metal precioso aos pedaços. • 51°. Capitão da gente de S. Paulo para reger e governar, de que teve patente por Jorge Correa, moço da câmara Quando foi nomeado capitão para entrar ao sertão, em 1592, Afonso Sardinha, o velho, fez o seu extenso testamento lavrado por tabelião, a 2 de novembro desse ano, e nele declara que do seu casamento com Maria Gonçalves (Vide Azevedo Marques, Cronologia, Testamento de Afonso Sardinha, o velho) não houve filhos, não tendo ele herdeiros forçados, pois que Afonso Sardinha, o moço, seu filho, foi havido na constância do matrimônio. Era portanto adulterino, sem direito a herdar. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luis. Página 189] • 52°. Abertura do testamento de Gabriel Soares de Sousa, capitão-mor e governador da conquista e do descobrimento do Rio de São Francisco (...) Sebastião de Freitas, que dela foi escrivão, e que em 1591 viera de Portugal, como soldado da companhia de Gabriel Soares de Sousa, para descobrimento de metais preciosos no rio S. Francisco; [p. 261] João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos. Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. Voltando para o Brasil, muito recomendado a D. Francisco de Sousa, já então Governador-geral, tratou de organizar uma expedição e partiu de suas terras, na Bahia, em busca das minas famosas que se supunham situadas no rio S. Francisco. Subiu pela margem direita do rio Paraguaçu e, de acordo com uma das cláusulas da sua concessão, deveria formar arraiais ou povoações, com os índios que levara, de 50 em 50 léguas. Fez o primeiro arraial e continuou a sua marcha pelo sertão. Mas adoeceram muitos dos seus homens de sezões, perdeu muitos animais, muitos mordidos por cobras, outros devorados pelas onças. Embaraçado pelas enchentes do próprio rio Paraguaçu, atravessou serras, e decidiu-se a fundar o segundo arraial; mas abatido por moléstia, esgotado de forças, faleceu aí. No comando da expedição foi substituído por, Julião da Costa, que, vendo-se privado do guia, o índio Aracy também aí morto, esmoreceu e retirou-se com os restos da expedição para lugar mais sadio e escreveu ao Governador-geral dando conta do sucedido e pedindo instruções. D. Francisco de Sousa que, segundo as ordens de seu rei, havia auxiliado a expedição, determinou-lhe o regresso. [Página 274] Varnhagen julga severamente o Governador-geral e até acusa-o de se ter apoderado dos roteiros e mais indicações para o descobrimento das minas. O mais provável que Julião da Costa tivesse entregue ao Governador-geral todos os papéis da expedição. O fato é que, de posse dos roteiros e das indicações das duas primeiras tentativas, D. Francisco de Sousa tratou de requerer e obteve do rei da Espanha todos os favores, concessões, privilégios, antes outorgados a Gabriel Soares de Sousa, e muitos outros ainda, entre eles a promessa de ser feito Marquês das Minas, se tal ouro ou prata fosse descoberto. Este título sintetiza a época, caracteriza o rei e define o Governo de D. Francisco de Sousa. Ele procurava honras e rendas, o rei precisava de ouro para as suas guerras na Europa. Ao mesmo tempo, que pelos roteiros tivera conhecimento da existência de minas de ouro e prata nas nascenças do rio S. Francisco, também tivera notícia certa e segura que, desde a vila de S. Paulo, homens que resistiam às sezões e às onças, às agruras e às asperezas das selvas, que guerreavam e venciam os índios ferozes, faziam entradas ao sertão do alto S. Francisco, já tendo tocado era alguns de seus afluentes. Esses homens, partindo do sul, seriam capazes de ir e chegar à Lagoa Dourada e voltar depois de descobrir as afamadas minas. Desejando encontrar as minas de ouro e prata nas cabeceiras do rio S. Francisco, e sentindo que obstáculos eram criados à gente de S. Paulo, impedindo-a de ir a essas cabeceiras, D. Francisco de Sousa achou intempestiva a atitude de Jorge Correia, pressuroso recebeu os embargos opostos pela Câmara de S. Paulo à provisão expedida, atendeu aos “capítulos de acusação opostos pelas câmaras que lhe foram apresentados por Atanázio da Motta”, e suspendeu Jorge Correia dos cargos de capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, emprazando-o a ir à cidade do Salvador para se defender na devassa, que contra ele mandou abrir. E para que “a capitania não ficasse acéfala, enquanto durasse a suspensão, e enquanto ele o houvesse por bem e por serviço de sua Majestade e o dito senhor não mandasse o contrário”, nomeou capitão-mor de S. Vicente a “João Pereira de Sousa” “pessoa benemérita” “dando-lhe por adjuntos Simão Machado e João Baptista Mallio, moradores em Santos,” para que todos três determinassem os casos e os negócios da capitania, dando mais a João Pereira de Sousa carta de recomendação para a Câmara de S. Paulo. Na própria cidade do Salvador, na Bahia, perante o próprio Governador, foi dado juramento a João Pereira de Souza, sobre um livro dos Santos Evangelhos, para bem servir o cargo, como já narrei. As instruções dadas ao novo capitão, é lícito crer, foram para fazer guerra imediata ao gentio, como reclamava a Câmara de S. Paulo, dirigir as expedições para esse sertão, já percorrido pelas bandeiras paulistas, nas proximidades do alto S. Francisco, onde, no seu pensar, se achavam as minas, e aí descobri-las. É o que se pode deduzir da ação de João Pereira de Sousa, como ver-se-á no capítulo em que é estudada essa ação. A expedição de João Pereira de Sousa não obteve os resultados esperados. Para não perder o auxílio dos paulistas, habituados à vida do sertão, para dirigi-los no descobrimento das minas, D. Francisco de Sousa resolveu transportar-se para a Capitania de S. Vicente, onde a sua habilidade tudo aplanaria e os recursos oficiais tudo facilitariam. De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65). Logo depois ele mesmo, como Governador-geral, para estimular, para mandar ao sertão diversas bandeiras, se transportaria para a Capitania de São Vicente, para a Vila de S. Paulo, onde estabeleceu, por assim dizer, a sede do Governo-geral do Brasil. [p. 275, 276] • 53°. Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão. E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores. Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94). • 54°. Afonso Sardinha é eleito capitão da guerra contra os índios Diante dessas dificuldades o capitão-mor hesitava e procurou contemporizar. Na provisão de 30 de setembro de 1592, registrada a 10 de outubro desse ano (vol. 1º, pág. 59 – Reg. Geral), Jorge Correia determinou que Afonso Sardinha, em seu nome, fosse ao sertão, a ver o estado dos contrários ou a dar-lhes guerra com a maior segurança, levando a... [p. 247 e 248] • 55°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses. A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou. Disseram eles que os índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia”. “Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade. Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão. Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras. Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”. O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta... • 56°. Domingos Luís Grou, filho, teria desaparecido, devorado pelos índios Domingos Luís Grou desapareceu na entrada, a que se refere a Câmara, feita com Antônio de Macedo, devorado pelos índios. Encontra-se a confirmação de sua morte em 4 de Junho de 1594, conforme deduzo do seguinte extrato por mim feito em 1902, dum livro de notas da vila de S. Paulo, do tabelião Belchior da Costa, que me foi confiado pelo Dr. Luís Gonzaga da Silva Leme – livro muito estragado–ea quem logo o restituí. “1594 – Junho – 4. Maria Afonso, viúva de Marcos “Fernandes dá em dote a sua filha Francisca Alvares, para “que se case com Antonio de Zouro, um pedaço de chão, terça “parte da data da câmara pegado a outro que ela comprou de “Domingos Luís Grou, já defunto, e pegado com a data de “Gaspar Collaço Villela no arrabalde da villa deS. Paulo”, e “também vende parte desses chãos a seu sobrinho Alonso Feres “Calhamares casado com sua sobrinha... [Páginas 181 e 182] • 57°. Falecimento Pedro Taques informa que ele e sua mulher, Filipa Vicente, naturais de Olivença, nessa época ainda pertencente no território português, eram pessoas nobres e honradas. No inventário de João de Prado declara-se somente que ela, Filipa Vicente, era pessoa honrada e viúva de pessoa honrada, o que significa que os dois foram pessoas de destaque na então insignificante vila de São Paulo. João de Prado, pela sua pessoa, pela sua família, pelas suas armas, pelo número de nativos administrados e escravizados que possuía, foi um dos mais poderosos elementos que compuseram a expedição de João Pereira de Sousa. Era tal a importância de que gozava, que a sua presença na expedição o punha em evidência de chefe. O Padre Del Techo, na sua História Provinciae Paraquariae o considerou chefe da expedição, o que não é verdade. Teria sido um dos chefes, mas o chefe supremo foi João Pereira de Sousa, em cujo arraial no sertão, ele faleceu a 13 de fevereiro de 1597, conforme expressamente é declarado no respectivo inventário. • 58°. A esse capitão, Jorge Correia, que a Câmara de São Paulo se dirige pedindo carcereiros, ferro, prisões, para os delinquentes da vila • 59°. A 21 de março de 1598, em vereança, a Câmara da vila de São Paulo se inquietava pela sorte da expedição de João Pereira de Sousa e requereu ao capitão-mór "que se mandasse socorro à nossa gente que ficara no sertão, porque não vinha, nem se sabia se eram mortos ou vivos" É de notar que este requerimento foi dirigido ao capitão-mór Jorge Correia, que já reassumira o seu cargo, e nesse cargo estava desde 19 de julho de 1597, porque nesta data é a esse capitão, Jorge Correia, que a Câmara de São Paulo se dirige pedindo carcereiros, ferro, prisões, para os delinquentes da vila. • 60°. Barreto Ainda inquieta pela sorte da bandeira a Câmara requereu de novo a 14 de novembro de 1598, mas já a Roque Barreto, então capitão-mor, “porquanto a nossa gente que ficou no sertão da companhia de João Pereira de Sousa não vinha e podia estar necessitada de socorro e que era bem que se lhe desse socorro e se soubesse de (que) modo estava, pois é bem de todos (Atas, vol. 2º, pág. 47). A devassa instaurada contra Jorge Correia não dera resultado criminal (e nem esse intuito teve D. Francisco de Sousa), pois que Jorge Correia exerceu seu cargo após a prisão de João Pereira de Sousa. O que importava para D. Francisco de Sousa era que o capitão, por ele mandado, fora preso e não poderia levar a cabo a entrada ao sertão, e que a opinião dos jesuítas e de seus partidários prevaleceria não se fazendo por conseqüência as explorações, que deveriam encontrar as minas desejadas, com o desânimo de alguns e com a dispersão dos bandeirantes. Na Bahia, o Governador-geral do Brasil sentiu que as atividades dos sertanistas vicentinos se perderiam e, que os seus esforços para descobrir as fabulosas minas de Robério Dias, procuradas antes por João de Sousa e por Gabriel Soares de Sousa nenhum resultado teriam. Resolveu, pois, passar-se para a Capitania de S. Vicente para coordenar o trabalho dos bandeirantes, acalmar os jesuítas e assim descobrir o ouro cobiçado e obter o marquesado das Minas. [Página 270] • 61°. Diogo Arias de Aguirre foi nomeado Capitão-Mór da Capitania de São Vicente De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65). • 62°. sem data específica O pequeno relato intitulado Uma Eleição em 1599, em que descreve o processo eleitoral de antanho, calcado em dados do Arquivo da Câmara Municipal Paulistana e no qual explica o procedimento da escolha dos eleitores, dos edis, dos juízes e do procurador do Conselho, tomando por base o pleito daquele ano, mereceu acolhida naquele matutino. Trabalho de maior fôlego, a que dedicaria, mais tarde, sua atenção, desenvolve-se sob a epígrafe A Vila de S. Paulo. Desdobra-se em quatro capítulos, em que traça o perfil da “insignificante e quase miserável vila de S. Paulo do Campo”, no início do século XVII. Descreve a terra e a gente – pingues 190 habitantes (dos quais, cerca de um terço embrenhados pelo sertão, em entradas), dos 700 que povoavam toda a Capitania de São Vicente – e assinala o descalabro administrativo em que se debatia o povoado; fala de fidalgos e bandidos, de bastardos, do relaxamento dos costumes, de “uma sub-raça forte e sóbria, uma mestiçagem vigorosa e audaz, a única capaz de assegurar os descobrimentos feitos e de fazer novas conquistas”. Eram os mamelucos, sinônimos de paulistas. • 63°. A 16 de maio de 1599, ou pouco antes, já o Governador-geral se achava na vila e S. Paulo A 16 de maio de 1599, ou pouco antes, já o Governador-geral se achava na vila e S. Paulo (Atas, vol. 2º pág. 58). Desde a Bahia já vinha ele diretamente intervindo na administração da Capitania de S. Vicente, exercendo e absorvendo os poderes do donatário, intervindo até na administração local determinando a feitura e conservação do caminho do mar, o que a Câmara de S. Paulo providenciava com a lentidão de seus parcos recursos (Atas, vol. 2º, pg. 28, 38 e 39. • 64°. D. Francisco por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro Já em 27 de maio de 1599, por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 84). • 65°. D. Francisco enviou a Valladolid, onde estava instalada a corte de Felipe III, os mineiros Diogo de Quadros, Manuel João (o tal Morales, da carta), Martim Rodrigues de Godoy e Manoel Pinheiro (o Azurara) As primeiras minas de prata haviam sido descobertas no Brasil por Gabriel Soares de Sousa, que morreu em 1592, cronista e explorador. Era primo de Belchior Dias Moréia, que com ele aprendeu a varar os sertões da Bahia e de Sergipe, em busca de ouro e prata, mas estava a serviço dos reis da Espanha. Atraiu com isso o interesse de Belchior, que veio se estabelecer na terra. Após dez anos de pesquisa, anunciou a descoberta das minas de prata. As supostas minas de Itabaiana jamais foram encontradas. Se foram descobertas, como afirmava ele, o segredo ficou guardado. Pedindo mercês em troca da informação sobre o local das minas, Belchior foi a Portugal e de lá à Espanha, em 1600, para conseguir um título de nobreza. Demorou-se quatro anos, sem sucesso. Voltaria duas vezes à Europa com novos insucessos. Os governadores Luís de Sousa, de Pernambuco, e D. Francisco de Sousa, da Bahia, marcaram encontro com Belchior Dias Moreia e viajaram juntos para Itabaiana, para marcar a localização das minas. Negando-se a mostrar o local enquanto não fosse recompensado com as mercês, Belchior Dias Moréia foi preso e passou dois anos na cadeia. • 66°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos A 11 de fevereiro de 1601, porém, por um mandado, autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos a S. M., fundindo-o e dele fazendo barras, marcadas com as armas reais. Supondo que nenhuma pessoa pudesse ser tão ousada para infringir tais ordens, e tivesse ouro em pó, entretanto, estabeleceu penas severíssimas a serem aplicadas aos infratores, tais como a perda do ouro tirado, sendo metade para cativos e a outra metade para o acusador, incorrendo mais no degredo para fora da capitania e pagando cem cruzados. Nenhuma pessoa, branca ou escrava poderia comprar ouro, salvo em barra com as marcas reais, sob pena, sendo branco, de ser degradado para Angola, com baraço e pregão na vila, e sendo índio, ser açoitado, pela vila. [p. 285] • 67°. Partida • 68°. Cigana Francisca Rodrigues responsável pela aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa Apesar de substituído no Governo-geral do Brasil, ainda se conservou em S. Paulo durante algum tempo, pelo menos até o ano de 1603, como se vê “no termo de ajuntamento que se fez para tratar da volta dos soldados que vieram de Vila Rica do Espírito Santo (no Guairá) “ajuntamento que se fez em presença de D. Francisco de Sousa” (Atas, vol. 2º, págs. 138 e 139). Nesse mesmo ano, em 9 de agosto, a Câmara da vila de S. Paulo havia providenciado a aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa, e mais gente que com ele vinha, e disso sendo encarregada a cigana Francisca Rodrigues (Atas, vol 2º, págs. 132 e 133). Quis ele sem dúvida esperar o resultado da expedição de Nicolau Barreto, para se apresentar em Madri com as provas da existência das grandes minas, que com tanta obstinação buscava. Partiu afinal para a Espanha. Na Espanha reinava, então, Filipe III que, no Governo do Brasil, substituíra D. Francisco por Diogo Botelho. [Na Capitania de São Vicente p.287] • 69°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão. E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores. Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94). • 70°. Diversos homens poderosos, cujos nomes por essa razão não são talvez mencionados, revéis e desobedientes aos mandos das justiças, se aprontavam para ir aos carijós • 71°. Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate: Testamento de “Belchior casado com Hilária Luís Grou, tio de Domingos Fernandes” • 72°. Falecimento de Belchior Dias Carneiro* Foi cabo da bandeira que em 1607 entrou pelo sertão dos bilreiros a cativar índios a mandado de Diogo de Quadros, provedor das minas, a fim de arranjar mão-de-obra para uma fábrica de ferro que havia em Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate. Belchior Carneiro tomou parte na entrada de Antônio de Macedo e de Domingos Luís Grou, seu sogro, a qual na volta, fora desbaratada perto do rio Jaguari; fora um dos membros da companhia de Nicolau Barreto e, parece, fizera uma entrada por sua própria conta no sertão dos índios temiminós (Inv., vol. 2º, pág. 111). [Página 331] • 73°. João Soares nomeado capitão dos índios de Guarapiranga Não estará longe da verdade quem disser que João Ramalho fazia parte da feitoria, estabelecida por iniciativa particular no porto de São Vicente, e, sem perder o contacto com essa feitoria, estabeleceu-se no planalto. Morou em lugar chamado Jaguaporecuba, próximo a Ururaí, como se vai ver. Na carta de sesmaria, concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga em 1580 (Registro Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se a palavra Jaguaporecuba cuja penúltima sílaba está roída por traças. Mas no mesmo 1º volume desse Registro, pág. 150, se encontra a transcrição da provisão em que João Soares, em 1607, é nomeado capitão-mor dos índios da aldeia de Guarapiranga, da aldeia-nova de Guanga e de Jaguaporecuba. [Página 152 • 74°. D. Francisco de Sousa os privilégios que haviam sido concedidos a Gabriel Soares de Sousa, para a exploração das minas Lá D. Francisco de Sousa desenvolveu as suas habilidades convencendo o Governo Espanhol da existência das famosas minas,conseguindo que o Governo do Brasil fosse dividido em dois, dele retirando as capitanias de Espírito Santo, Rio de Janeiro e S. Vicente, que passaram a constituir a repartição do sul e dela foi encarregado o próprio D. Francisco para a conquista e administração das minas descobertas e de todas as mais que ao adiante se acharem nas três capitanias. (Carta de 2 de janeiro de 1608). [p.287] • 75°. Provisão de D. Francisco A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros e dar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. Todas essas provisões são dadas de 2 de março e 16 de junho de 1608 (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 188 a 207). [Página 334] • 76°. Provisão de D. Francisco A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros e dar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. Todas essas provisões são dadas de 2 de março e 16 de junho de 1608 (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 188 a 207). • 77°. Falecimento de Belchior Dias, Raposo Tavares assume o comando Nessa expedição Belchior Carneiro morreu no sertão a 26 de junho de 1608; mas não se declara qual a causa de sua morte; assumiu, então, o comando da bandeira Antônio Raposo, o velho, que mandou fazer, no mesmo sertão, o inventário dos bens encontrados aí de seu antecessor. Por esse inventário pode-se constituir a lista de alguns dos bandeirantes que lá estiveram, pelos diversos termos lavrados onde se encontram os respectivos nomes dos arrematantes e fiadores. • 78°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves Na vereança de 6 de setembro de 1608 consta que os oficiais da Câmara reuniram o povo para eleger um vereador para substituir Martim Rodrigues, que era ido ao sertão (Atas, vol. 2º, pág. 217). De fato, em 1608, fez ele uma entrada “ao sertão onde estavam os bilreiros”, partindo do porto do Anhembi, assim o declaram Lourenço Gomes Ruxaque e Manuel Dias, em seus testamentos (Inventários, vol. 2º, pág. 358 – vol. 11, pág. 23). Foram testemunhas do testamento de Lourenço Gomes Ruxaque, Baltasar Gonçalves, João de Santana, Brás Gonçalves, Manuel de Oliveira, João Pais e o capitão Martim Rodrigues (Idem, pág. 360) e no de Manuel Dias além de alguns mencionados no testamento de Ruxaque, Diogo Martins Manuel de Oliveira. Parece que essas pessoas, estando no porto do rio Anhembi, como testemunhas dos testadores, que iam na companhia de Martim Roiz Tenório, também fizeram parte da sua bandeira. Parece também que a maior parte dessa bandeira desapareceu, pois que ao se iniciar o inventário de Martins Rodrigues Tenório, alguns anos depois, o escrivão declara em 1612, “que ele era ido ao sertão e se dizer que era lá morto” (vol. 2º, pág. 5). Mais uma bandeira que o sertão consumia.Sobre a entrada de Belchior Carneiro o seu inventário (vol. 2º, págs. 111 e seguintes) ministra algumas informações, e também as fornece as atas da Câmara da vila de S. Paulo numa longa, se bem que muito confusa, vereança (Atas, vol. 2º, págs. 234 a 237). Belchior Carneiro era, como já ficou dito, filho de Lopo Dias, português, e de sua primeira mulher, Beatriz Dias, filha ou neta de Tibiriçá. Foi casado com Hilária Luís Grou, filha de Domingos Luís Grou e de Maria da Penha, que era filha do cacique de Carapicuíba. (Página 330) • 79°. Vereança Na vereança de 6 de setembro de 1608 consta que os oficiais da Câmara reuniram o povo para eleger um vereador para substituir Martim Rodrigues, que era ido ao sertão (Atas, vol. 2º, pág. 217). De fato, em 1608, fez ele uma entrada “ao sertão onde estavam os bilreiros”, partindo do porto do Anhembi, assim o declaram Lourenço Gomes Ruxaque e Manuel Dias, em seus testamentos (Inventários, vol. 2º, pág. 358 – vol. 11, pág. 23). Foram testemunhas do testamento de Lourenço Gomes Ruxaque, Baltasar Gonçalves, João de Santana, Brás Gonçalves, Manuel de Oliveira, João Pais e o capitão Martim Rodrigues (Idem, pág. 360) e no de Manuel Dias além de alguns mencionados no testamento de Ruxaque, Diogo Martins Manuel de Oliveira. Parece que essas pessoas, estando no porto do rio Anhembi, como testemunhas dos testadores, que iam na companhia de Martim Roiz Tenório, também fizeram parte da sua bandeira. Parece também que a maior parte dessa bandeira desapareceu, pois que ao se iniciar o inventário de Martins Rodrigues Tenório, alguns anos depois, o escrivão declara em 1612, “que ele era ido ao sertão e se dizer que era lá morto” (vol. 2º, pág. 5). Mais uma bandeira que o sertão consumia.Sobre a entrada de Belchior Carneiro o seu inventário (vol. 2º, págs. 111 e seguintes) ministra algumas informações, e também as fornece as atas da Câmara da vila de S. Paulo numa longa, se bem que muito confusa, vereança (Atas, vol. 2º, págs. 234 a 237). Belchior Carneiro era, como já ficou dito, filho de Lopo Dias, português, e de sua primeira mulher, Beatriz Dias, filha ou neta de Tibiriçá. Foi casado com Hilária Luís Grou, filha de Domingos Luís Grou e de Maria da Penha, que era filha do cacique de Carapicuíba. (Página 330) • 80°. Cunhado Belchior da Costa apresentou ao juiz o inventário de Belchior Dias feito no sertão e nesse dia se iniciou o legal na vila de S. Paulo Nessa expedição Belchior Carneiro morreu no sertão a 26 de junho de 1608; mas não se declara qual a causa de sua morte; assumiu, então, o comando da bandeira Antônio Raposo, o velho, que mandou fazer, no mesmo sertão, o inventário dos bens encontrados aí de seu antecessor. Por esse inventário pode-se constituir a lista de alguns dos bandeirantes que lá estiveram, pelos diversos termos lavrados onde se encontram os respectivos nomes dos arrematantes e fiadores. Em 29 de dezembro de 1608, já era conhecida a morte desse cabo, pois que seu cunhado Belchior da Costa apresentou ao juiz o inventário (vol. 2º, pág. 112) feito no sertão e nesse dia se iniciou o legal na vila de S. Paulo. [p.332] • 81°. Em janeiro de 1609, a Câmara esperava a qualquer momento D. Francisco de Sousa e o ouvidor-geral, e “mandou fazer o caminho do mar” Pode-se seguir a sua viagem desde Pernambuco, na costa do Brasil, pelas atas da Câmara, que a foram registrando (Atas de janeiro de 1609). Em janeiro de 1609, a Câmara esperava a qualquer momento D. Francisco de Sousa e o ouvidor-geral, e “mandou fazer o caminho do mar (vol. 2º pág. 232); a 25 de abril de 1609, ainda o esperava e o caminho do mar ainda estava por fazer (...). [Páginas 333 e 334] • 82°. Afonso Sardinha acresce seu patrimônio com “uns alagadiços ao longo do rio Jerobatiba” Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. • 83°. Notícia certa de que D. Francisco de Sousa já estava no Rio de Janeiro, e estavam todos moradores da Capitania apenados em fazer o caminho do mar A a 26 de abril do mesmo ano (1609), tiveram notícia certa de que D. Francisco de Sousa já estava no Rio de Janeiro, e estavam todos moradores da Capitania apenados em fazer o caminho do mar. • 84°. D. Francisco registra nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil D. Francisco chegou afinal à capitania de S. Vicente, trazendo em sua companhia dois filhos, D. Antônio, o mais velho e D. Luís, ainda menor. A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmaraquatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros edar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. • 85°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil Em 1611, Pedro Vaz de Barros, comandando 32 homens,brancos e muitos índios tupis, em Guairá, teve “dares e tomares” com D.Antônio de Añasco, conforme este relata numa carta a Diego Marin Negron, a 14 de setembro do ano acima indicado (Anais do Museu de S.Paulo, vol. 1º, pág. 154). Pedro Vaz de Barros ia com um mandado de D. Luís de Sousa,filho menor de D. Francisco de Sousa, e que ficara governando a repartição do sul, por morte de seu pai e ausência de seu irmão D. Antônio de Sousa, para buscar índios para trabalho das minas. Este mandado está transcrito nos Anais do Museu Paulista (vol. 1º, pág. 148 e seguintes). • 86°. Carta de D. Antônio de Añasco a Diego Marin Negron Em 1611, Pedro Vaz de Barros, comandando 32 homens, brancos e muitos índios tupis, em Guairá, teve “dares e tomares” com D. Antônio de Añasco, conforme este relata numa carta a Diego Marin Negron, a 14 de setembro do ano acima indicado (Anais do Museu de S. Paulo, vol. 1º, pág. 154). Pedro Vaz de Barros ia com um mandado de D. Luís de Sousa,filho menor de D. Francisco de Sousa, e que ficara governando a repartição do sul, por morte de seu pai e ausência de seu irmão D. Antônio de Sousa, para buscar índios para trabalho das minas. Este mandado está transcrito nos Anais do Museu Paulista (vol. 1º, pág. 148 e seguintes). • 87°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo* Em 1612, Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo (Idem vol. 1º, pág. 158) o que é confirmado por carta do cabido de Ciudad Real, calculando o número de índios em 3.000 (Idem, pág. 159). [p. 351] • 88°. Bandeira parte para o sertão Em 1623, a 18 de novembro, outra bandeira de que faziamparte Henrique da Cunha, o velho, João Gago da Cunha Lobo, João Raposo, Diogo Barbosa Rego, Mateus Luís Grou, Jeronimo Abres, Jerônimo da Veiga, estava acampada no sertão dos carijós (Inv. e Test., vol. 1º,pág. 208 e seguintes). André Fernandes, de Parnaíba, foi grande matador de índios eo mais cruel dos invasores, e, segundo o extrato de Pastells (obr. cit.,pág. 461), fez lá entradas. • 89°. “O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649) A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. [Página 332] • 90°. D. Luís Céspedes y Xeria escreve ao rei da Espanha Segundo narra esse Governador do Paraguai, após 15 dias de sua nomeação foi a Cádiz e daí saiu para Lisboa, a fim de seguir para a América e tomar posse do seu governo; mas nessa cidade teve que se demorar um ano pois que aí, por causa da guerra com os holandeses, havia ordem de não sair navio algum, antes que partissem as naus da Índias, que eram comboiadas por forças militares marítimas. Afinal partiu de conserva com essas naus até certa altura e afastando-se seguiu para Salvador, na Capitania da Bahia de Todos os Santos. Aí assistiu ao ataque feito pelos holandeses. Foi muito bem recebido pelo Governador Geral, Diogo Luís de Oliveira, que lhe proporcionou transporte marítimo até o Rio de Janeiro. Da Bahia escreveu ao rei de Espanha a 30 de julho de 1627 (Documentação Espanhola – Anais do Museu Paulista, v. 1º, pág. 168). • 91°. “Do lado espanhol” À margem esquerda do Iñeai (alto Ivaí) situaram S. Paulo (1627) e nessa mesma margem S. Antônio (1628) no lbiticoí. A leste do Taiobá e ao sul de Taiati ficava S. Miguel de Ibituruna (1628). No mais alto das serranias, Jesus Maria em terras do cacique Guiravera, a última fundada, em 1630. A leste destas duas últimas e de Encarnación estava S. Pedro, fundada em 1627. Na margem direita do Iguaçu quase na sua foz no Paraná, estava Santa Maria Maior fundada em 1626. Em 1628 já haviam fundado Arcângelos. Havia nessa região, como se vê, duas cidades espanholas e quatorze reduções jesuíticas. • 92°. D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno Em S. Vicente, a 22 de junho de 1628, alegando possuir as licenças necessárias do Governo de Espanha para passar por terra ao Paraguai, D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno, que com grandes penas, fossem publicados editais para que nenhuma pessoa, de qualquer qualidade que fosse, o acompanhasse nessa sua viagem, a não ser aquelas que o capitão-mor de S. Vicente designasse, no que foi atendido (Idem, vol. 1º, pág. 172) por despacho no mesmo dia. O Capitão-Mor, naquela época, Álvaro Luís do Vale, designou o Capitão Manuel Preto para que, apenas com seis índios sem nenhuma pessoa branca, acompanhasse D. Luís Céspedes, pelos rios abaixo, voltando imediatamente a S. Paulo, sem ir ao sertão nem trazer outros índios (Idem, pág. 176). Ainda obteve esse governador, no mesmo dia 22 de junho de 1628, atestado dos padres jesuítas João de Almeida e José da Costa superiores das aldeias de Escada, de Conceição (Guarulhos?) e S. Miguel, e também do Padre Salvador da Silva, superior da casa de Santo Inácio na vila de S. Paulo, declarando que ele não levava consigo nada mais que seus criados e roupas de seu serviço. Tudo isso confirmado pelos tabeliães e escrivães de Santos e de S. Paulo (Anais do Museu Paulista, vol. 1º, págs. 178 e 179). • 93°. Testamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira • 94°. Bandeira ao mando de Fernão Dias Pais e de Garcia Roiz Em 1637, outra bandeira ao mando de Fernão Dias Pais e de Garcia Roiz (Vide representação de Francisco Dias Taño) estava também no Rio Grande, denominação, que, segundo Taques, os espanhóis davam ao rio Paraná. Essa denominação – Rio Grande – era dada a diversos rios. O próprio Tamanduateí foi assim chamado. • 95°. Efetivamente Fernão Dias Pais esteve acampado no sertão do Rio Grande, com uma bandeira Efetivamente Fernão Dias Pais, de 2 a 19 de abril de 1638 esteve acampado no sertão do Rio Grande, com uma bandeira8, (Invent. eTest., Vol. 11, págs. 239 e 253). Dela faziam parte entre outros: Antônio da Silveira, Romão FreireJoão Nunes da SilvaValentim de BarrosLuís Dias Leme Pedro Dias LemeSebastião Gil, o moço, Pascoal Leite Pais Pero Agulha de Figueiredo, Salvador Simões, João de Santa Ma- ria, Pascoal Leite Fernandes, Cristóvão de Aguiar Girão, Gaspar da Costa, Mauríciode Castilho, o moço, Manuel de Castilho, Sebastião Antônio, o moço, AntônioGonçalves Perdomo, Paulo da Costa, João Favacho, Fructuoso da Costa, Domin- gos Leme da Silva André Fernandes Mateus Leme, Lu... Marinho, Domingos Bar- bosa, João de Oliveira, Pascoal Ribeiro. [Página 389] • 96°. Em sessão da Câmara os oficiais juntos com as pessoas da governança da terra com o mais povo, resolveram pôr em execução o que em S. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido A ameaça da execução do breve do papa exasperou os povos.Aos 2 do mês de julho de 1640, em sessão da Câmara os oficiais desta (7) juntos com as pessoas da governança da terra com o maispovo (124), ao todo 131 pessoas, resolveram pôr em execução o que emS. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido, e que consistia emexpulsar da capitania os padres da Companhia de Jesus. Foram todos aocolégio dos padres da Companhia de Jesus e intimaram “ao reverendo padre Reitor Nicolau Botelho que dentro de seis dias todos os padres despejassem a vilae se recolhessem ao colégio do Rio de Janeiro para segurança de suas vidas, honras efazendas, por causa do levantamento do gentio, e por outros motivos que levariam aoconhecimento de Sua Santidade e de Sua Majestade” (Atas, vol. 5, págs. 8 e 9,de 25 a 28) • 97°. Acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida A 7 de julho, por ser acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida; mas foram ainda concedidos mais três dias sendo encarregado o escrivão de fazer aviso da prorrogação. [Página 406] • 98°. Terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios A 10 de julho, fizeram terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios. Em S. Paulo se juntaram os moradores às vilas de S. Paulo e S. Vicente, os procuradores das vilas de Parnaíba e de Mogi-mirim (Mogi das Cruzes) e todos fizeram idêntica notificação ao Padre Antônio Ferreira que, na ausência do Reitor, estava encarregado da direçãodo mosteiro. [Página 406] • 99°. paulistas, em número de 350 homens brancos, com arcabuzes, escopetas e mosquetes, e 1.300 índios auxiliares, sob o comando geral do capitão-mor Manuel Pires se quedaram no Acaraguá nesse e no dia seguinte O dia 9 de março de 1641, sábado, foi todo ele um temporal desfeito. Os paulistas, em número de 350 homens brancos, com arcabuzes, escopetas e mosquetes, e 1.300 índios auxiliares, sob o comando geral do capitão-mor Manuel Pires se quedaram no Acaraguá nesse e no dia seguinte. Comandava um dos terços das tropas paulistas, o capitão Jeronimo Pedroso, um dos maiores velhacos na opinião dos jesuítas. Desse terço faziam parte Sebastião Gonçalves, João Correia, Domingos Cordeiro, Valentim Cordeiro Malio, Francisco Mattoso, Gaspar Correia, Antônio Borges, Fernando Dias Borges, Antônio Rodrigues, Domingos Pires, Francisco Barreto, Mathias Cardoso, Pedro Cabral de Melo, João Leite, João de Pinha, João Dias Peres, Antônio da Cunha, Mateus Alves Grou, Francisco de Siqueira, Antônio de Carvalhaes, Antônio de Aguiar, Antônio Fernandes Sarzedas, Jorge Dias, Domingos Pires Valadares, Sebastião Pedroso Bayão, Manuel de Moraes, Pero da Silva, Francisco...................., Pero Lourenço, Amador Lourenço, Simão Borges, João Pi- res Monteiro, Gonçalo Guedes, Pero Nunes Dias, Baltasar Gonçalves, Domingos Furtado, Bartolomeu Alves, Miguel Lopes, Antônio Pedroso de Barros, Clemente Álvares (Vide Inventários e Testamentos, vol. 11, pág. 497). A qualificação dada a Jerônimo Pedroso encontra-se na narrativa jesuítica. • 100°. Rei concede perdão aos paulistas O caso teve solução em virtude do Alvará de D. João IV de 7 de outubro de 1647 que resolveu conceder perdão aos moradores da vila de S. Paulo de todas e quaisquer culpas que tivessem cometido na expulsão dos jesuítas, reservando-lhes (aos jesuítas) para demandarem no cível perdas e danos, com a declaração de que o perdão concedido só teria efeito “depois de restituídos os padres da Companhia de tudo que tinham na capitania (Documento publicado na Rev. do Inst. Geog. de S. Paulo, por Leite Cordeiro, vol. 51, pág. 300, extraído do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa). • 101°. Provinciae Paraquariae Societatis Jesv Leodii Pedro Taques informa que ele e sua mulher, Filipa Vicente, naturais de Olivença, nessa época ainda pertencente no território português, eram pessoas nobres e honradas. No inventário de João de Prado declara-se somente que ela, Filipa Vicente, era pessoa honrada e viúva de pessoa honrada, o que significa que os dois foram pessoas de destaque na então insignificante vila de São Paulo. João de Prado, pela sua pessoa, pela sua família, pelas suas armas, pelo número de nativos administrados e escravizados que possuía, foi um dos mais poderosos elementos que compuseram a expedição de João Pereira de Sousa. Era tal a importância de que gozava, que a sua presença na expedição o punha em evidência de chefe. O Padre Del Techo, na sua História Provinciae Paraquariae o considerou chefe da expedição, o que não é verdade. Teria sido um dos chefes, mas o chefe supremo foi João Pereira de Sousa, em cujo arraial no sertão, ele faleceu a 13 de fevereiro de 1597, conforme expressamente é declarado no respectivo inventário. Não se pode afirmar com segurança o dia exato da partida da bandeira; mas foi depois de 5 de outubro de 1596, porque, nessa data, Francisco da Gama, que nela tomou parte, ainda estava em S. Paulo e, nessa data, passou um documento a João Fernandes, em que declarou ter dele recebido “dez cruzados emprestados de amor em graça os quais prometeu pagar em dinheiro de contado ou em uma peça (do gentio) pelo que valer nesta guerra em que ora vamos com o Sr. João Pereira de Sousa, como capitão” (Inv. e Test. vol. 1º, pág. 351). Esse documento de dívida, que é cobrado judicialmente, prova que a bandeira a 5 de outubro de 1596 ainda estava em S. Paulo, mas em preparativos para a partida. Qual o sertão em que foi feita essa entrada? A provisão de D. Francisco de Sousa, que armou cavaleiro Sebastião de Freitas, declarou que este acompanhou Jorge Correia, Manuel Soeiro e João Pereira de Sousa a fazer guerra ao gentio que, em ataque, tinha vindo contra a vila de S. Paulo (vide provisão). Essas três bandeiras foram, pois, ao mesmo sertão. A 13 de fevereiro de 1597, no sertão da Parnaíba, onde estava o arraial de João Pereira de Sousa, começou-se o inventário de João de Prado, que lá falecera (Inv. cit. pág.79). Um outro documento de dívida de Francisco da Gama, foi cobrado judicialmente, em S. Paulo, e cujo processo se iniciou a 22 de Julho de 1600 com citação por éditos “por se achar o devedor ausente, perto de três anos ou perto de quatro anos (Inv. Francisco da Gama, vol. 1º, págs. 349 e 350) e nele depõem cinco testemunhas que afirmam que ele era ido à guerra de Parnaíba e dele não havia notícias”. Citando ainda Del Techo, História do Paraguai, o Barão do Rio Branco, em Ephemerides Brasileiras, de lº de setembro de 1583, narra que no vale do Anhembi, hoje Tietê, os Tupiniquins tinham 300 aldeias e 30. 000 sagitários, que, em seis anos de guerra, de 1592 a 1599, foram todas destruídas e exterminados os selvagens do rio de Jeticaí, hoje rio Grande. O rio Parnaíba é afluente da margem direita do rio Paraná e tem suas nascenças mais a leste, do lado das nascenças do rio S. Francisco. Conforme se vê pelas atas da Câmara de S. Paulo, que se referem às entradas de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, já esses sertanistas lá tinham estado. As bandeiras já tinham atravessado o rio [p. 262 e 263] • 102°. Primeira via de ligação entre a capital e o litoral paulista, a Calçada do Lorena foi concluída No fim do século 18, Bernardo José de Lorena mandou fazer uma estrada, em ziguezague na descida, que se chamou a “Calçada do Lorena”. A Câmara de S. Paulo, todos capitães-generais, todos os viajantes descrevem o caminho novo como temeroso. Todas as administrações, conforme as suas posses, fizeram esforços para melhorá-lo. O Capitão General Antônio de Melo e Castro, em 1799, fez uma memória sobre esse caminho que se pode ler nos Documentos Interessantes, Vol. 29, pág. 112 e seguintes, publicados pelo Arquivo do Estado. • 103°. O Conselheiro Cansanção de Sinimbu organizou uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testado Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano. Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro,Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio. Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes: “Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de MinasGerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.” Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879. Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço. Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações. O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito. Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno. Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério. Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco. Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400). Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400. Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295] • 104°. Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testa do Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testado Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano. Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro,Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio. Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes: “Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de MinasGerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.” Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879. Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço. Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações. O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito. Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno. Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério. Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco. Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400). Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400. Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295] • 105°. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas / Pirapora/MG Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testa do Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano. Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro, Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio. Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes: “Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de Minas Gerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes. “Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.” Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879. Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço. Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações. O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito. Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno. Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério. Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco. Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400). Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil. Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno. Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400. Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio. O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295] • 106°. Ribeirão Pires, wiki.pt-pt.nina.az
Atualizado em 30/10/2025 21:56:57 Revista Marítima Brazileira/RJ ![]() Data: 1955 Página 311
• 1°. Ataque aos índios tamoios Em 1561 fazia-se a primeira incursão paulista contra os desgraçados ameríndios, figurando, então, na expedição para tal fim organizada, como como intérprete, o jesuíta José de Anchieta, hoje chamado pelos seus irmãos de hábito o "Apóstolo do Brasil". No ano seguinte, o velho João Ramalho, patriarca dos mamelucos, punha-se também à testa de nova expedição belicosa e predadora. Foi nesse tempo, assim parece, que se descobriram as minas de ouro de Jaraguá. • 2°. “Ouro que pesava três quartos de dobra e seis grãos” Em 1562 o velho João Ramalho, patriarca dos mamelucos, punha-se também à testa de nova expedição belicosa e predadora. Foi nesse tempo, assim parece, que se descobriram as minas de ouro de Jaraguá. • 3°. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578) Em 1561 fazia-se a primeira incursão paulista contra os desgraçados ameríndios, figurando, então, na expedição para tal fim organizada, como como intérprete, o jesuíta José de Anchieta, hoje chamado pelos seus irmãos de hábito o "Apóstolo do Brasil". No ano seguinte, o velho João Ramalho, patriarca dos mamelucos, punha-se também à testa de nova expedição belicosa e predadora. Foi nesse tempo, assim parece, que se descobriram as minas de ouro de Jaraguá. • 4°. Carta a Estácio • 5°. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó Em 1565, - informa-nos P. Padro - is camarista (de São Paulo) dirigem uma longa representação a Estácio de Sá, capitão-mór da Armada Real destinada ao povoamento do Rio de Janeiro, reclamando de termos energéticos, providências contra os assaltos dos tamôios e tupiniquins, que matam a roubam impunemente em todo o território da capitania, não lhe fazendo a gente desta capitania mal nenhum" (!!!).Mais tarde, em 1585, a situação exige organização de verdadeira companha, sob o comando do capitão-mór Jerônimo Leitão, loco-tenente do donatário, contra as tribos dos carijós, tupinaés e outras que infestavam diversas regiões da capitania.[Página 316]Depois das expedições escravizados do litoral, foi talvez a primeira guerra de caça ao nativo, requerida a aconselhada pelos camaristas da vila de São Paulo. "Estava iniciada e organizada, em larga escala, a escravidão do nativo. Com esse ardimento e afã, que sempre foram característicos da raça, os bandos paulistas se atiraram à expedição de resgate".Enquanto isso, os castelhanos, no sul, iam,semeando pequenos povoados como Mendoza, San Juan, San Luis e Tucumán, na vasta província do Rio da Prata, e os inacianos, procedentes do Brasil e do Peru, penetravam no Paraguai, dando início à catequese dos ameríndios de Guaíra, Vila Rica, etc. • 6°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Mais tarde, em 1585, a situação exige organização de verdadeira companha, sob o comando do capitão-mór Jerônimo Leitão, loco-tenente do donatário, contra as tribos dos carijós, tupinaés e outras que infestavam diversas regiões da capitania.[Página 316] Depois das expedições escravizados do litoral, foi talvez a primeira guerra de caça ao nativo, requerida a aconselhada pelos camaristas da vila de São Paulo. "Estava iniciada e organizada, em larga escala, a escravidão do nativo. Com esse ardimento e afã, que sempre foram característicos da raça, os bandos paulistas se atiraram à expedição de resgate". Enquanto isso, os castelhanos, no sul, iam,semeando pequenos povoados como Mendoza, San Juan, San Luis e Tucumán, na vasta província do Rio da Prata, e os inacianos, procedentes do Brasil e do Peru, penetravam no Paraguai, dando início à catequese dos ameríndios de Guaíra, Vila Rica, etc. • 7°. Levante dos Tupinaquim Como deixamos dito, o ano de 1585 marca o início, pelo que se sabe, do terrível movimento escravista rumo ao sul, a caminho de Paranaguá e mais além, com a expedição chefiada pelo capitão-mór de São Vicente. Varejou ela uma vasta zona evidentemente já reconhecida pelos vicentistas. É bem possível que chegassem os expedicionários até as raias atuais de Santa Catarina. Os espezinhados gentios, no entanto, de quando em quando, regiam ferozmente. Em 1590 os carijós atacaram a aldeia de Pinheiros, em São Paulo, e incendiaram várias casas do povoado e a capela nele existente;
Atualizado em 30/10/2025 04:45:08 “Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII” de Francisco de Assis Carvalho Franco ![]() Data: 1954 Créditos: Francisco de Assis Carvalho Franco Página 359
• 1°. Depois de várias aventuras, regressou à Espanha, voltando pela quarta vez como pilôto na armada de Rasquim • 2°. Partida da expedição de Bras Cubas* Com seu filho Pedro Sardinha, também grande sertanista, desenvolveu os trabalhos de mineração no Jaraguá, que fora tentado sem grandes resultados por Brás Cubas, associado ao capitão-mór Jerônimo Leitão. • 3°. Leatherman: Os mistérios em torno do mendigo que intrigou os Estados Unidos. aventurasnahistoria.com.br Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho. • 4°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós • 5°. Clemente Álvares (1569-1641) passou a explorar minérios nos entornos de São Paulo Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto". Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho. • 6°. Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha, o moço e Sebastião Marinho. • 7°. Clemente Alvares foi nomeado almotacel (cargo mensal) • 8°. Clemente Alvares obteve uma sesmaria de légua junto ao Araçoiaba • 9°. Devido a desistência de Gaspar Cubas, os oficiais da Câmara, ordenaram que Clemente Alvares servisse também durante o mês de janeiro • 10°. Minas Paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - “e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto".- Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descubrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. • 11°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares Clemente Alvares, paulista, mineiro prático e sertanista, que desde 1588 explorou minérios nos entornos de São Paulo e até 1606 havia registrado, na respectiva câmara, cerca de quatorze locais onde descobrira ouro, no Jaraguá, em Parnaiba, em São Roque - "e pelo próprio caminho geral do sertão antigo, na borda do campo, onde dizem teve Braz Cubas umas cruzes de pedras que até hoje estão e por riba delas passa uma bêta de metal preto". Ao dar em manifesto essas minas, declarou Clemente Alvares que havia quatorze anos que andava descobrindo pelo que se deduz que seus primeiros achados foram em 1592. Teve ele como companheiros Afonso Sardinha o moço e Sebastião Marinho. Exerceu em São Paulo o cargo de almotacel em 1596 e 1600. Nesse ano obteve uma sesmaria de légua junto ao Araçoiaba tendo em 1609 igual concessão no porto de Parapitingui. Em 1619 obteve sesmaria de duas léguas na margem do Jataí e no sertão de Ibituruna. No ano de 1610 com Custodio de Aguiar Lobo, Braz Gonçalves o velho e outros organizou uma bandeira e, saído do porto de Pirapitingui, no Tietê, fez uma montaria aos índios Carijós. Com seu sogro construiu no ano de 1606, em Santo Amaro, um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto, engenho esse que, por herança, veio a pertencer a Luiz Fernandes Folgado. • 12°. Belchior Dias Carneiro comandou uma bandeira de cerca de 50 homens brancos e muitos nativos. Esta expedição partiu de Pirapitingui, no rio Tietê, rumo ao sertão dos nativos bilreiros e caiapós. O objetivo explícito era o descobrimento de ouro e prata e mais metais • 13°. Construção de um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto Com seu sogro construiu no ano de 1606, em Santo Amaro, um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto, engenho esse que, por herança, veio a pertencer a Luiz Fernandes Folgado. • 14°. Clemente Alvares ganha concessão no porto de Parapitingui: “Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, edem 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro” Obteve uma sesmaria de légua no porto de Parapitingui. • 15°. Sorocaba (data estimada) (..) para encontrar metais nobres na Sabaráboçú e no morro do Araçoiaba, D. Francisco determinou, para o primeiro efeito uma expedição chefiada por Simão Álvares, o velho, conforme verifica do torno de "Concêrto que houve entre Simão Álvarez e a viúva Custódia Lourença", no inventário de Henrique da Costa, em 1616 e que partiu de São Paulo em 1610 e atingiu o sertão "denominado" "Cahaetee", o qual se no formos cingir exclusivamente à toponímia, era o sertão da Casca, em plena Minas Gerais. Conseguiu, também, pelo Espírito Santo, visando a mesma Sabarábocú, uma expedição cujo cabo foi Marcos de Azevedo, o velho, que trouxe, em 1611, amostrar de esmeraldas. Em São Paulo continuava na faina de buscar prata no Araçoiaba, que até então e sempre apenas revelou possuir ferro. Curiosa, sobre tal ponto, a notícia que dava em 1612 e portanto contemporaneamente, o escritor Rui Diás de Gusman, na sua "Argentina". • 16°. Traslado feito em Santos do pedido de Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, feito em 5/2/1609, por 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro No ano de 1610 com Custodio de Aguiar Lobo, Braz Gonçalves o velho e outros organizou uma bandeira e, saído do porto de Pirapitingui, no Tietê, fez uma montaria aos índios Carijós. • 17°. Francisco de Souza chega em São Paulo* (..) para encontrar metais novres na Sabaráboçú e no morro do Araçoiaba, D. Francisco determinou, para o primeiro efeitom uma expedição chefiada por Simão Álavares, o velho, conforme verifica do tormo de "Concêrto que houve entre Simão Álvarez e a viúva Custódia Lourença", no inventário de Henrique da Costa, em 1616 e que partiu de São Paulo em 1610 e atingiu o sertão "denominado" "Cahaetee", o qual se no formos cingir exclusivamente à tponimia, era o sertão da Casca, em plena Minas Gerais. [Página 396] • 18°. Azevedo, o velho, que trouxe, em 1611, amostrar de esmeraldas • 19°. Começou um povoamento na margem esquerda do rio Pirajibu, no Mato Adentro, perto da atual Aparecida Não encontrara no entanto o fidalgo português nesse local os metais nobres que tanto ambicionava. E mergulhado no isolamento dessas paragens desde janeiro de 1611, desamparado de toda sua antiga comitiva e de todo seu antigo fausto, veio por fim a perecer, em meados de junho, com o mais humilde e desbaratado dos seus antigos caminheiros do desconhecido. Da melancolia e da singularidade deste fim do magnifico cortesão dos reis de Castela, nasceram, à maneira de legendas, versões várias. • 20°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil O Araçoiaba era para ele uma montanha que se denominava "serro de Nossa Senhora do Monte Serrate, que tem o círculo de cinco léguas, de cujas fraldas extraem os portugueses muito ouro de 23 quilates e em seu cume, encontram-se muitas betas de prata; perto desse serro, d. Francisco de Sousa, cavaleiro daquela nação, fundou um povoado que continua dedicando-se ao benefício dessas minas de ouro e prata". Não encontrara no entanto o fidalgo português nesse local os metais nobres que tanto ambicionava. E mergulhado no isolamento dessas paragens desde janeiro de 1611, desamparado de toda sua antiga comitiva e de todo seu antigo fausto, veio por fim a perecer, em meados de junho, com o mais humilde e desabaratado dos seus antigos caminheiros do desconhecido. Da melancolia e da singularidade deste fim do magnifico cortesão dos reis de Castela, nasceram, à maneira de legendas, versões várias. Dom Antônio de Anasco contava que morrera de desgosto ao receber a falsa notícia da morte de seu filho Antonio, colhido por piratas argelinos, em alto mar, quando levava presentes de ouro a El-Rei. Frei Vicente do Salvador anotava, entristecidamente, que perecera duma epidemia em São Paulo e tão pobre que se não fôra a piedade dum teatino, nem uma vela teria na sua agonia. [p. 396] • 21°. Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* "Informação da expedição que se pode fazer da vila de São Paulo ao Grande-Pará, que é o verdadeiro nome Maranhão... dada por Pero Domingues, um dos trinta portugueses que a dita vila foram descobrir no ano de 1613". - Pedro Domingues era o escrivão da expedição citada de André Fernandes, que diz se compunha de trinta brancos e de outras fontes sabemos que fora determinada pelo provedor das minas Diogo de Quadros e que estava partindo de São Paulo no derradeiro dia de novembro de 1613. Em setembro de 1615, abria-se na vila de São Paulo o inventário de Manuel Rodrigues Góis, que foi praça dessa expedição e no início do mesmo o escrivão faz referência - "no rio de Maranhão" - parecendo dizer que um arrolamento de bens aí tivera lugar. Esse trecho do inventário, no original, é ilegível, conforme pessoalmente verificamos. Pedro Taques afirmou que o sertão do Paraúpava ficava ao norte de Goiás e que o rio Paraúpava encaminhava o curso de suas águas para o rio de Maranhão. Pelos motivos que expusemos no nosso livro "Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo", entendemos que Pedro Taques tirara apenas ilação do toponímico Paraúpava, que existe tanto ao norte como no sul do Brasil. Agora nos certificamos que o grande Pedro Taques está certo, pois os documentos que aqui citamos assim o evidenciam e será então o Paraúpava de que deu notícia o sertanista João Leme do Prado e pelo qual se entava também pelo baixo Mato-Grosso. [Página 151] • 22°. Inventário* • 23°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas Em 1619 obteve sesmaria de duas léguas na margem do Jataí e no sertão de Ibituruna. • 24°. Clemente Alvares descobriu ouro em So... Em 1634 Clemente Alvares ainda continuava com seus descobrimentos mineralógicos, havendo revelado ouro em local que os antigos denominavam Serol.... • 25°. André Fernandes chegou a Santa Tereza do Ibituruna Em 1637 tomou parte como um dos principais da bandeira de Francisco Bueno, o qual tinha como seu imediato o seu irmão Jerônimo Bueno. A bandeira, pela morte do cabo, se dividiu em duas grandes levas, uma sob o comando de Jerônimo Bueno foi atacar as reduções do Ijuí e a outra, sob as ordens de André Fernandes, foi para as reduções do Tape, todas em território do Rio Grande do Sul. Começou ele destruindo a redução de Santa Teresa e nessa campanha, sem que se conheça ao certo as minudências, se demorou perto de três anos, sofrendo vários reveses e afinal desandou doente e sendo abandonado de seus nativos, valendo-se apenas o seu filho Jorge Fernandes, que o veio servindo e carregando através dos sertões, até chegar à Parnaíba, como faz certo uma escritura de doação, lavrada nessa vila, a 24 de setembro de 1641, nas notas do tabelião Ascenso Luís Grou. [p. 151] • 26°. Casamento de Maria Fernandes, filha do capitão André Fernandes, com João Fernandes Edra e a escriptura de dote, feita em Parnahyba (...) Em 1637 tomou parte como um dos principais da bandeira de Francisco Bueno, o o qual tinha como seu imediato o seu irmão Jerônimo Bueno. A bandeira, pela morte do cabo, se dividiu em duas grandes levas, uma sob o comando de Jerônimo Bueno foi atacar as reduções do Ijuí e a outra, sob as ordens de André Fernandes, foi para as reduções do Tape, todas em território do Rio Grande do Sul. Começou ele destruindo a redução de Santa Teresa e nessa campanha, sem que se conheça ao certo as minudências, se demorou perto de três anos, sofrendo vários reveses e afinal desandou doente e sendo abandonado de seus nativos, valendo-se apenas o seu filho Jorge Fernandes, que o veio servindo e carregando através dos sertões, até chegar à Parnaíba, como faz certo uma escritura de doação, lavrada nessa vila, a 24 de setembro de 1641, nas notas do tabelião Ascenso Luís Grou. Devia o capitão André Fernandes ter regressado das reduções do Tape seriamente enfermo, pois a 29 de setembro de 1641, perante o tabelião citado e no mesmo livro de notas, fez lavrar o seu testamento, no qual mencionou que tinha 63 anos de idade e que seu único filho legítimo era o então padre Francisco Fernandes de Oliveira, tendo os filhos naturais Catarina Dias, Jorge Fernandes, Margarida Fernandes e Maria Fernandes. Silva Leme acrescenta mais três - Sebastiana Fernandes, Custódia Dias e Pedro Fernandes. Posteriormente a esse ato, já restabelecido, aparece o capitão André Fernandes numa procuração • 27°. Testamento/falecimento de André Fernandes: apenas um filho legítimo • 28°. Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos Em novembro de 1648 Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos, e seu auxiliar ainda foi o velho, sexagenário, Capitão André Fernandes (que morreria no início da ação, em 1649, em local tão oposto ao sertão do Sabaraboçu onde sempre desejara e prometera ir). Ficaram destruídas as reduções jesuítas da serra de Maracaju e Terecañi, e depois Bolaños, Xerez e outras. O ataque produziu êxodo, mas partiu de Assunção um exército tão grande que os paulistas resolveram abandonar a província. A bandeira se dividiu em duas companhias. Na companhia comandada por Raposo, era alferes Manuel de Souza da Silva. A outra era chefiada pelo baiano Antônio Pereira de Azevedo. [p.151] O ilustre historiador Afonso E. Taunay cita-o na bandeira desse heróico Antonio Raposo Tavares, em 1648, no baixo Mato-Grosso, para o ataque às reduções do Itatim, acrescentando que o capitão André Fernandes era o comandante duma da divisões dessa expedição. Ao princípio duvidamos dessa asserção, pois nesse ano devia André Fernandes contar setentas anos de idade. Mas o historiador das bandeiras paulistas provou recentemente, por meio de um documento datado de 1649, que de fato o capitão André Fernandes sob a capa de ir descobrir as sonhadas riquezas da serra de Sabaráboçú. • 29°. André Afonso de E. Taunay cita-o na bandeira desse heroico Antônio Raposo Tavares, em 1648, no baixo Mato Grosso, para o ataque às reduções do Itatim, acrescentando que o capitão André Fernandes era o comandante duma das divisões dessa expedição. Ao princípio duvidamos desta asserção, como até chegamos a publicar, pois nesse ano devia André Fernandes contar 70 anos de idade. Mas o ilustrado historiador das bandeiras paulistas provou recentemente, por meio dum documento datado de 1649, que de fato o capitão André Fernandes sob a capa de ir descobrir as sonhadas riquezas da serra de Sabaráboçú, enveredou para um sertão muito diferente, nas fundas regiões do sudoeste brasileiro e lá pereceu, nesse mesmo ano de 1648, com toda sua tropa, escapando apenas duas praças, que conseguiram retornar a São Paulo. Desapareceu assim, ignoradamente, em meio da hostilidade daqueles ermos, o capitão André Fernandes, grande sertanejo (..) [Página 151] • 30°. Jorge Soares de Macedo chegou ao Rio de Janeiro* João Martins Claro - Português, foi militar que alcançou o posto de sargento-mor, provido pelo governador Artur de Sá e Meneses, em 7 de fevereiro de 1698. Da sua folha de serviços, expedida a 10 de abril de 1709, ficamos sabendo que assentou praça em 1677, na Bahia e veio com o administrador-geral das minas, d. Rodrigo de Castelo Branco, para a região do sul brasileiro, em 1678, a fim e tomar diligências referentes a supostas minas de prata, tendo corrido toda a costa desde o Rio de Janeiro até Paranaguá, incorporado à companhia do capitão Manuel de Sousa Pereira, indo a todo sertão onde diziam haver minas, como foi Peruna, Itaimbé e Dom Jaime, sustentado com seus recursos a dois mineiros, um religioso da Ordem de Nossa Senhora das Mercês e outro o chamado João Álvares Coutinho e tendo tomado parte na célebre prisão do provedor dos quintos de Paranaguá Manuel de Lemos Conde. • 31°. Fuga • 32°. D. Rodrigo de Castelo Branco, fidalgo espanhol, nomeado administrador-geral das minas pelo rei de Portugal em 1677, vai à Câmara da vila de São Paulo* • 33°. Expedição • 34°. João Martins Claro ganhou sesmaria no Piragibú; é a mesma que em parte passou a seu genro e netos, os Monteiro de Carvalho Voltando a São Paulo, trouxe com escravizados seus toda a fábrica da administração-geral das minas, tendo feito jornada ao morro do Araçoiaba, ali plantando roças para um demorado exame do respectivo minério e se fixando em Sorocaba por tal motivo.. Em 1694 a 1695, mandou dez negros seus em companhia de Manuel de Aguiar Mendonça a fim de fazerem exploração nuns morros de Taubaté, para feito de saber se existia ouro de beta e nesse último ano citado, livrou o capitão-mór Manuel Peixoto da Mota dum motim que contra ele se levantou na vila de Sorocaba, por causa da execução da lei da baixa da moeda, apaziguando o povo. Renovada a idéia de se fabricar ferro extraído do Araçoiaba, para ali seguiu e fez novamente muitos gastos da sua fazenda. • 35°. Criou-se a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos Em 1694 a 1695, mandou dez negros seus em companhia de Manuel de Aguiar Mendonça a fim de fazerem exploração nuns morros de Taubaté, para feito de saber se existia ouro de beta e nesse último ano citado, livrou o capitão-mór Manuel Peixoto da Mota dum motim que contra ele se levantou na vila de Sorocaba, por causa da execução da lei da baixa da moeda, apaziguando o povo. Renovada a idéia de se fabricar ferro extraído do Araçoiaba, para ali seguiu e fez novamente muitos gastos da sua fazenda. • 36°. Patente de sargento-mor da Capitania de N. S. da Conceição de Itanhaém a João Martins Claro, dada por Arthur de Sá e Menezes, governador e capitão general da Capitania do Rio de Janeiro João Martins Claro - Português, foi militar que alcançou o posto de sargento-mor, provido pelo governador Artur de Sá e Meneses, em 7 de fevereiro de 1698. Da sua folha de serviços, expedida a 10 de abril de 1709, ficamos sabendo que assentou praça em 1677, na Bahia e veio com o administrador-geral das minas, d. Rodrigo de Castelo Branco, para a região do sul brasileiro, em 1678, a fim e tomar diligências referentes a supostas minas de prata, tendo corrido toda a costa desde o Rio de Janeiro até Paranaguá, incorporado à companhia do capitão Manuel de Sousa Pereira, indo a todo sertão onde diziam haver minas, como foi Peruna, Itaimbé e Dom Jaime, sustentado com seus recursos a dois mineiros, um religioso da Ordem de Nossa Senhora das Mercês e outro o chamado João Álvares Coutinho e tendo tomado parte na célebre prisão do provedor dos quintos de Paranaguá Manuel de Lemos Conde. • 37°. Casamento Página 6 • 38°. Folha de Serviços de João Martins Claro • 39°. Doação • 40°. Caminho Em 14 de abril de 1721 o governador de São Paulo e Minas concedia-lhe licença para abrir um caminho de Sorocaba a Cuiabá, evitando os perigos do Tietê, indo pelos campos de Ibiticatu até o rio Paraná e da lagoa Sanguessuga, no alto do rio Pardo, até os rios Taquari, Piquiri e de São Lourenço, conferindo-lhe direitos de passagem nesses rios. [Página 228] • 41°. Governador pede que dois assassinos e estupradores sejam honrados com a mercê do Hábito de Cristo João e Lourenço Leme da Silva, naturais de Itu e filhos de Pedro Leme da Silva, alcunhado o Torto e de Domingas Gonçalves. Criados na vida solta de sertanistas, eram autores de mais de um crime, o que não constituía naqueles tempos nenhuma exceção. No rol de seus delitos avultava o assassinato do bandeirante Antonio Fernandes de Abreu, em 1717 e o estupro de três filhas de João Cabral da Távora, ambos na vila de Itu. Não eram assim culpas de molde a merecer muita condescendência, mas no meio em que viviam, passava-se de largo sobre tais coisas. E a prova é que d. Rodrigo César de Meneses, governador de São Paulo, em cartas de 12 de setembro de 1721, 10 de outubro de 1722 e 20 de dezembro do mesmo ano, insistia junto à Côrte para que fosse dado o perdão régio a Lourenço Leme da Silva, honrando-se-lhe com a mercê do hábito de Cristo, "porque não só ficaria contente, mas sujeito, e com este exemplo se animarão os demais a fazerem novos descobrimentos. João e Lourenço Leme foram os principais da expedição que descobriu ouro em Cuiabá, em 1718. Mas potentados soberbos, poderosos e ricos, eram odiados por muitos dos seus contemporâneos. [Página 375] • 42°. Parte de São Paulo para o descobrimento de minas de ouro em Goiás a bandeira do Anhanguera • 43°. Rodrigo Cesar de Meneses • 44°. Expedição Francisco Tosi Columbina - Sobre um personagem desse nome, encontrei o seguinte documento: - "Senhor Gomes Freire de Andrade - Pela carta de 22 de abril desse ano me avisa V. Exa. ter recebido a minha carta de 13 de outubro do ano passado em que lhe participava a resolução que Sua Majestade tinha tomado sobre a descoberta e expedição do Tibagi, em que ia encarregado Francisco Tosi Columbina. Pus na presença de Sua Majestade o inconveniente que V. Exa. pondera para se suspender na conjetura presente a execução desse descobrimento e a resolução que V. Exa. tomou de escrever ao dito Francisco Tosi para que fosse ao Viamão e V. Exa. o poder ouvir sobre esse mesmo projeto e a coluna paulista que ali se acha da conduta de Cristóvão Pereira. Foi o mesmo Senhor servido aprovar a resolução que V. Exa. tomou nesse particular para que se obre nele com todo o acerto. Deus guarde a V. Exa. Belém, 31 de julho de 1734 - Diogo de M. Costa Real". - Segue-se um relatório do dito Francisco Tosi Columbina, datado de Campo do Rio Jacuí, 5 de novembro de 1754, no qual expõe que essa expedição só podia ser feita com paulistas, principalmente de Itú e de Sorocaba, os quais eram grandes sertanistas e à imitação do corpo desses naturais que já havia sido organizado por Cristóvão Pereira de Abreu. • 45°. Sorocaba e Itu Segue-se um relatório do dito Francisco Tosi Columbina, datado de Campo do Rio Jacuí, 5 de novembro de 1754, no qual expõe que essa expedição só podia ser feita com paulistas, principalmente de Itú e de Sorocaba, os quais eram grandes sertanistas e à imitação do corpo desses naturais que já havia sido organizado por Cristóvão Pereira de Abreu. [Página 115]
Atualizado em 31/10/2025 17:43:45 Jornal Pensamento ![]() Data: 1903 Créditos: Luiz Gonzaga da Silva Leme Página 187
• 1°. Sessão de 6 de abril de 1585, Atas da Câmara da Cidade de São Paulo • 2°. Bandeira de Raposo Tavares voltou a São Paulo, mas ele mesmo permaneceu no Tape • 3°. Falecimento de Antonio Pedroso de Barros (1610-1652)
Atualizado em 31/10/2025 04:59:45 Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952
• 1°. Expedição Em 1561, a expedição de Vasco Rodrigues Caldas, que seguira pelo vale do Paraguassú (Bahia) e atingira a Chapada Diamantina, foi atacada e derrotada pelos tupinaês e viu-se forçada a voltar apressadamente, desistindo do intento de descobrir jazidas minerais. [Página 694 do pdf] • 2°. Gabriel Outra expedição, a de Antonio Dias Adorno, internou-se, em 1574, pelos sertões do atual Estado de Minas Gerais, à procura da "serra das esmeraldas". Parte dos sertanistas regressaram pelo "rio Grande" (Jequitinhonha), ao passo que outros, sob a chefia de Adorno, prosseguiram nas explorações. Alude Gabriel Soares de Sousa aos "grandes encontros" que Antonio Dias teve com os tupinaês. Confirmam-no o Padre Simão de Vasconcelos e Frei Vicente do Salvador, acrescentando este que Adorno trouxe "sete mil almas dos gentios topiguaens", depois de uma caminhada de 200 léguas. [Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952. Páginas 694 e 695 do pdf] • 3°. Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade Da ata da Câmara de São Paulo de 20 de setembro de 1587 consta que vinham uns nativos "tupiães do sertão desta capitania pelo caminho de paz e per sua vontade para povoar a terra e que Antonio de Proença, juiz ordinário da vila, tinha ido ao encontro deles, afim de "os fazer hir pera... (ilegível) e pera Itanhaém, a mandado do capitão-mór, Jerônimo Leitão". [Boletim do Departamento do Estado de São Paulo. Secretaria da Educação, Volume 9 (Nova Fase), 1952. Página 693 do pdf] • 4°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas Na vereança de 5 de dezembro de 1593, vemos referências a nativos "topinães" que tinham ido numa expedição paulista. • 5°. Caminho
Meio Século de Bandeirismo, de Alfredo Ellis Jr. 1948. Atualizado em 23/10/2025 15:57:14 Relacionamentos • Cidades (7): Araçoiaba da Serra/SP, Barueri/SP, Guarulhos/SP, Iguape/SP, Juquiá/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (32) Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Alfredo Ellis Júnior (3 anos), Anthony Knivet (1560-1649), Antonio da Cunha Gago, o Gambeta (1600-1671), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartyra/M´Bcy (Isabel Dias) (1493-1580), Beatriz Dias Teveriçá ou Ramalho (1502-1569), Belchior Dias Carneiro (1554-1608), Brás Cubas (1507-1592), Clemente Álvares (1569-1641), Cornélio de Arzão, Diogo de Quadros, Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Diogo Martins Cam, Francisco de Assis Carvalho Franco (13 anos), Francisco de Sousa (1540-1611), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Gaspar Gomes Moalho, Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (1575-1611), Jerônimo Pedroso de Barros, Luís Eanes Grou (1573-1628), Luís Gonzaga da Silva Leme (47 anos), Manoel Pinheiro Azurara (n.1570), Manuel Teles Barreto (1520-1588), Martim Correia de Sá (1575-1632), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mateus Luís Grou (n.1577), Nicolau Barreto, Orville Derby (48 anos), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Sebastião Gonçalves • Temas (19): Açúcar, Ambuaçava, Assunguy, Bacaetava / Cahativa, Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Dinheiro$, Guayrá, Lagoa Dourada, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Peru, Rio Araguaia, Rio da Ribeira, o Isubay, Rio Tibagi, Sabarabuçu, São Filipe, Serra da Mantiqueira, Serra de Jaraguá ![]()
Atualizado em 31/10/2025 17:43:45 Caminho do Anhembi, Américo de Moura, Correio Paulistano, 22.08.1942, página 4 ![]() Data: 1942 Página 4
• 1°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” Como o pai, que em 1563 fora por Pedro Colaço investido nas funções de capitão dos índios, também ele se tornou delegado de confiança de Jerônimo Leitão, na fronteira entre os nativos cristãos de Piratininga e os tupiniquins levantados, que em 1570 entre o Salto de Itu e a embocadura do Capivari, haviam acolhido não somente o velho Grou e seus companheiros, fugitivos de São Paulo, como a expedição de paz do Padre Anchieta, assinalada por um dos milagres da vida do santo”. • 2°. Nas atas da câmara, de 1572 em diante, nenhum indício se encontra de hostilidades na região de Anhembi • 3°. Casamento e nascimento de Luis Grou, filho Falei em nativos levantados, porém nas atas da câmara, de 1572 em diante, nenhum indício se encontra de hostilidades na região de Anhembi. A atuação de Anchieta, que durante alguns anos ainda residiu em São Paulo, a de Jerônimo Leitão, que não desprezava conselhos do canarinho, e a de Domingos Luís Grou, que, com outros mamelucos e nativos cristãos, facilmente podia manter contato com os seus parentes e amigos do sertão, evidentemente apaziguara os espíritos. • 4°. Vindo a São Paulo em 1579, escreveu Anchieta ao capitão-mór uma carta em que dá informação das poucas e reduzidas aldeias situadas nos arredores da vila e faz referência a Domingos Luiz Grou Vindo a São Paulo em 1579, escreveu Anchieta ao capitão-mór uma carta em que dá informação das poucas e reduzidas aldeias situadas nos arredores da vila e faz referência a Domingos Luiz Grou. (p. 4) • 5°. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó • 6°. Domingos Grou não retorna com a expedição de que saiu de Santos um ano antes Como já tive a oportunidade de dizer, tenho como certo que a primeira guerra de Jerônimo Leitão, dirigida principalmente contra os carijós do litoral, e terminada em julho de 1586, deixou ainda em paz o rio. Mais tarde é que os tupiniquins do baixo Anhembi, hostilizados e perseguidos, teriam de emigrar para os sertões mineiros, goianos e mato-grossenses. • 7°. Leva de nativos era esperada* Logo depois dela, vê-se nas atas que Domingos Luiz, em obediência a ordens do capitão-mór, expedidas provavelmente de acordo com os jesuítas, fez pelo rio uma expedição de paz ao remoto sertão dos tupiães, onde conseguiu convencer grande número desse nativos a virem aldear-se junto aos cristãos. Em setembro de 1587 era esperada essa leva de tupiães, mas ainda estava em caminho em novembro. Taunay longamente expôs e comentou os efeitos imediatos da simples notícia da vinda desses nativos no espírito dos moradores da vila, que abertamente se opunham ao seu planejado aldeamento em Itanhaém, apenas se conformariam com o aldeamento no campo, em São Paulo, mas preferiam a repartição pelos moradores... Observa-se nos protestos da câmara a menção de violências praticadas no sertão, cuja alegada "destruição" constituía sério perigo, o levantamento dos selvagens. A nota sombria parece ter surgido da chamada "entrada da paz" de Domingos Luiz Grou. Mas este e outros mamalucos não perderam a confiança que tinham na amizade dos nativos do Anhembi, e depois empreenderam pelo mesmo caminho novas viagens. É provável que essa expedição tivesse subido o Paraná e fosse a primeira em que gente de São Paulo atingiu terras mineiras e goianas. Oliveira Viana, descrevendo a talentosa expansão paulista no Nordeste e no Norte, nos sertões de Minas e no planalto de Goiás, depois de por em evidência a rota das expedições pelo curso do Paraíba e pela passagem da Mantiqueira, disse que não foi só esse o caminho dos sertanistas audazes, mas também o do Anhembi. Dese conceito enfaticamente discordou Taunay, que disse: "As navegações Paraná e Paranaíba acima, se se fizeram, raras foram, raríssimas mesmo. A seu respeito silencia, por assim dizer, a histórias das expedições". Que não teve razão na discordância o eminente historiador das expedições paulistas, "quandoque bonus...", já o demonstrou o brilhante e consciencioso investigador de nosso passado, Vitor de Azevedo, que trouxe para o estudo a expedição de Nicolau Barreto o subsídio dos roteiros seiscentistas de Pero Domingues, divulgados por Serafim Leite. [Correio Paulistano, 22.08.1942, página 4: Caminho do Anhembi, Américo de Moura] • 8°. Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade Logo depois dela, vê-se nas atas que Domingos Luiz, em obediência a ordens do capitão-mór, expedidas provavelmente de acordo com os jesuítas, fez pelo rio uma expedição de paz ao remoto sertão dos tupiães, onde conseguiu convencer grande número desse nativos a virem aldear-se junto aos cristãos. Em setembro de 1587 era esperada essa leva de tupiães, mas ainda estava em caminho em novembro. Taunay longamente expôs e comentou os efeitos imediatos da simples notícia da vinda desses nativos no espírito dos moradores da vila, que abertamente se opunham ao seu planejado aldeamento em Itanhaém, apenas se conformariam com o aldeamento no campo, em São Paulo, mas preferiam a repartição pelos moradores... Observa-se nos protestos da câmara a menção de violências praticadas no sertão, cuja alegada "destruição" constituía sério perigo, o levantamento dos selvagens. A nota sombria parece ter surgido da chamada "entrada da paz" de Domingos Luiz Grou. Mas este e outros mamalucos não perderam a confiança que tinham na amizade dos nativos do Anhembi, e depois empreenderam pelo mesmo caminho novas viagens. É provável que essa expedição tivesse subido o Paraná e fosse a primeira em que gente de São Paulo atingiu terras mineiras e goianas. Oliveira Viana, descrevendo a talentosa expansão paulista no Nordeste e no Norte, nos sertões de Minas e no planalto de Goiás, depois de por em evidência a rota das expedições pelo curso do Paraíba e pela passagem da Mantiqueira, disse que não foi só esse o caminho dos sertanistas audazes, mas também o do Anhembi. Dese conceito enfaticamente discordou Taunay, que disse: "As navegações Paraná e Paranaíba acima, se se fizeram, raras foram, raríssimas mesmo. A seu respeito silencia, por assim dizer, a histórias das expedições". Que não teve razão na discordância o eminente historiador das expedições paulistas, "quandoque bonus...", já o demonstrou o brilhante e consciencioso investigador de nosso passado, Vitor de Azevedo, que trouxe para o estudo a expedição de Nicolau Barreto o subsídio dos roteiros seiscentistas de Pero Domingues, divulgados por Serafim Leite. [Correio Paulistano, 22.08.1942, página 4: Caminho do Anhembi, Américo de Moura] • 9°. Leva esperada de tupiães, desde setembro, ainda estava em caminho
Atualizado em 31/10/2025 17:43:46 “A primeira guerra de Jerônimo Leitão”. Américo de Moura (1881-1953), Jornal Correio Paulistano ![]() Data: 1942 Página 5
• 1°. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó Na poucas linhas em que esbocei o estudo da personalidade do capitão-mór que, como loco-tenente do donatário, governou a capitania de São Vicente no período decorrido entre os anos de 1572 e 1591, ficou patente o caráter de um administrador que, sem fugir à responsabilidade e aos perigos de guerras, no consenso dos próprios jesuítas consideradas justas, tinha entretanto, o firme propósito de impedir os excessos dos colonos contra os nativos e preferia recorrer a meios pacíficos para chamar estes à civilização. Viu-se, porém, que em abril de 1585, apesar da hesitação demonstrada na demorado despacho dado à petição dos homens da governança de Santo e São Vicente, e na forma aleatória desse deferimento, estava ele disposto a empreender guerra, "por mar", aos carijós sulinos. Nesse mesmo ano desencadeou-se a chamada guerra de Jerônimo Leitão, que, conclui, merece maior estudo o que lhe dedicaram os nossos historiadores. O que a respeito dessa guerra se vê na lição do maior historiador das bandeiras paulistas, é que ela foi feita, por terra, no litoral, até Paranaguá; que no estado-maior do capitão, salvo o padre Sebastião de Paiva, que era vigário de São Vicente, somente aparecem os nomes de onze moradores de São Paulo; e que a guerra de prolongou, pois "durante seis anos assolou Leitão as aldeias do Anhembi." E assim termina a sumaria exposição: "Pretende o depoimento dos jesuítas espanhóis que tais aldeias chegavam a ser 300, contando 30.000 habitantes, que os portugueses e os mamelucos seus filhos exterminaram ou arrastaram ao cativeiro litorâneo." É evidente o contraste entre as premissas que com bom fundamento estabeleci e os supostos resultados constantes da lição do acatado historiador. Teria Jerônimo Leitão, que "sempre fez muito caso" dos conselhos do padre José, ainda antes que este deixasse o provincialato, assumido atitude tão diferente da que dessa influência se poderia esperar, tornando-se perseguidor dos selvícolas durantes os londos anos em que ainda governou? E outras dúvidas surgem, em matéria de fato. Como se teria transformado em guerra contra os nativos do Anhembi a empresa ideada como expedição marítima aos Patos? De que modo teria passado a ser encabeçada por moradores do planalto uma campanha de iniciativa tomada a sua revelia pelos do litoral? Como se deduz de termos oficiais anteriores e posteriores, a população do campo era em 1585 de cerca de 120 moradores, em parte reinois e em parte brasileiros natos, brancos e mestiços. Os filhos-família de mais de 14 anos não chegariam ao dobro desse número, e pouco maior seria o de nativos escravizados ou particularmente administrados como forros. As aldeias de Pinheiros e São Miguel, "entre ambas terão 1000 pessoas", como dizia no fim desse ano o Padre Anchieta. Qual teria sido o papel dessa gente no drama, que os jesuítas castelhanos assinalaram como tremenda hecatombe? Dificilmente se encontrará respostas a todas as interrogações que o problema suscita. E é claro que absolutamente não me proponho a resolver todas as dúvidas, trazendo à discussão o fraquíssimo concurso de minhas pesquisas e reflexões. Embora determinada em 25 de abril, a reunião da junta das câmaras de Santos e São Vicente só se realizou em 10 de junho. E como resultado desse mês e meio de preliminares, o que se vê, sem uma explicação para o fato, é radical mudança no objetivo e na forma da expedição projetada: já não se fala em viagem "por mar" e sorrateiramente se acrescentam aos inimigos carijós os tupiães, habitantes do planalto. Até aí não se manifesta nenhuma interferência dos moradores e homens da governança de Piratininga, ostensivamente postos à margem, como se destinados a não entrar na campanha ou a ter nela participação secundária. Nas atas de São Paulo, até essa data, nenhum indicio encontrei em relação com o movimento. Apenas se observa que, precisamente no dia 10 de junho, deixou de comparecer o vereador Pedro Alvares "por estar fora desta vila e ser ido ao mar". Em Santos, estaria ele então, e como ele outros moradores do planalto, em confabulação com o governador e com os homens bons de lá? Teria de tal confabulação resultado a mudança que se verificou no plano de guerra? Isso muto possível, mas em falta de documento positivo, é somente como hipótese que se pode admitir interferência paulistana em tal mudança. Cerca de três meses ainda se passariam sem que o projeto ecoasse nos termos de vereança de São Paulo. Finalmente, em 1 de setembro, os capítulos da junta vicentina foram pelo governador submetidos à aprovação da câmara e do povo. A esse ajuntamento não compareceu, assim como o vereador Pedro Alvares, o juiz Antonio Preto. E na assinatura do termo os vereadores presentes deram precedência a Afonso Sardinha. O mais importante é que, aprovando e ratificando os assentos, requerimentos e capítulos das vilas do litoral, a de São Paulo se refere à entrada como tendo ser feita "ao nativo do sertão da dita capitania carijós e tupiães e outro qualquer que licitamente se puder trazer". Aprestavam-se os elementos da expedição e parece que São Paulo seria o ponto de partida. Em 21 de outubro estava tudo disposto para se por em marcha a bandeira. Na sessão desse dia, a que não compareceram os já referidos edis, mas cuja ata, Antonio Preto assinou "de fora", tomaram-se medidas contra os moradores que iam à guerra sem ter pago a "finta" para a casa do conselho e contra os que a ela fossem estando encarregados da defesa e guarda da vila. Em 2 de novembro, realizando-se sessão para eleger almotacel, não compareceram Pedro Alvares, Diogo Teixeira de Carvalho e Antonio Preto. E em 17, sessão a que também não compareceu Pedro Alvares, os oficiais restantes, Sebastião Leme e Afonso Dias, como Jorge Moreira, vereador do ano passado, "mandarão chamar os moradores da dita vila que havia por os mais serêm idos ao sertão em companhia do capitão-mór Jerônimo Leitão e entrada que se fez ao nativo do sertão", para se proceder à eleição de juízes ordinários, na ausência dos que tinham seguido a expedição. Muitos foram os bandeirantes dessa companhia. Em 14 de junho de 1586 foi feita em camara a declaração "que toda a gente do povo estava ausente da capital com o capitão Jerônimo Leitão que eram idos a guerra e não ficaram senão as mulheres". Apesar disso, da lista de 11 paulistanos que com o padre Sebastião de Paiva, segundo Taunay, figuravam no estado maior do governador devem ser retirados alguns nomes. Ficaram em São Paulo, como se vê nas atas: Diogo de Onhate, Antonio de Proença, Sebastião Leme, Salvador Pires e Afonso Dias. Se de fato essa bandeira rumou para o sertão dos carijós, deve ter seguido pelo vale do Ribeira. Teria ela atingido as cabeceiras do Paranapanema. O que nesse caso não parece provável é que, em buscas de tupinães, tenham descido também o Anhembi. Este ainda seria considerado "caminho de paz"... O certo é que, depois de assolar o sertão durante nove meses voltou ela a povoado, deixando, talvez, alguns postos ocupados, como o em que ficou com forja o ferreiro Domingos Fernandes. Em 27 de junho de 1586, em São Paulo, Jerônimo Leitão nomeou Diogo Teixeira de Carvalho escrivão de campo. Estava terminada a guerra, a primeira guerra desse capitão governador. • 2°. Reunião: já não se fala em viagem "por mar" Embora determinada em 25 de abril, a reunião da junta das câmaras de Santos e São Vicente só se realizou em 10 de junho. E como resultado desse mês e meio de preliminares, o que se vê, sem uma explicação para o fato, é radical mudança no objetivo e na forma da expedição projetada: já não se fala em viagem "por mar" e sorrateiramente se acrescentam aos inimigos carijós os tupiães, habitantes do planalto. [A primeira guerra de Jerônimo Leitão, Correio Paulistano, 25.07.1942, página 5. Américo de Moura] • 3°. Reunião em São Vicente Embora determinada em 25 de abril, a reunião da junta das câmaras de Santos e São Vicente só se realizou em 10 de junho. E como resultado desse mês e meio de preliminares, o que se vê, sem uma explicação para o fato, é radical mudança no objetivo e na forma da expedição projetada: já não se fala em viagem "por mar" e sorrateiramente se acrescentam aos inimigos carijós os tupiães, habitantes do planalto. Até aí não se manifesta nenhuma interferência dos moradores e homens da governança de Piratininga, ostensivamente postos à margem, como se destinados a não entrar na campanha ou a ter nela participação secundária. Nas atas de São Paulo, até essa data, nenhum indicio encontrei em relação com o movimento. Apenas se observa que, precisamente no dia 10 de junho, deixou de comparecer o vereador Pedro Alvares "por estar fora desta vila e ser ido ao mar". Em Santos, estaria ele então, e como ele outros moradores do planalto, em confabulação com o governador e com os homens bons de lá? Teria de tal confabulação resultado a mudança que se verificou no plano de guerra? Isso muto possível, mas em falta de documento positivo, é somente como hipótese que se pode admitir interferência paulistana em tal mudança. • 4°. A Câmara da vila de São Paulo dirige uma representação ao capitão-mor Jerônimo Leitão Cerca de três meses ainda se passariam sem que o projeto ecoasse nos termos de vereança de São Paulo. Finalmente, em 1 de setembro, os capítulos da junta vicentina foram pelo governador submetidos à aprovação da câmara e do povo. A esse ajuntamento não compareceu, assim como o vereador Pedro Alvares, o juiz Antonio Preto. E na assinatura do termo os vereadores presentes deram precedência a Afonso Sardinha. O mais importante é que, aprovando e ratificando os assentos, requerimentos e capítulos das vilas do litoral, a de São Paulo se refere à entrada como tendo ser feita "ao nativo do sertão da dita capitania carijós e tupiães e outro qualquer que licitamente se puder trazer". Aprestavam-se os elementos da expedição e parece que São Paulo seria o ponto de partida. Em 21 de outubro estava tudo disposto para se por em marcha a bandeira. Na sessão desse dia, a que não compareceram os já referidos edis, mas cuja ata, Antonio Preto assinou "de fora", tomaram-se medidas contra os moradores que iam à guerra sem ter pago a "finta" para a casa do conselho e contra os que a ela fossem estando encarregados da defesa e guarda da vila. Em 2 de novembro, realizando-se sessão para eleger almotacel, não compareceram Pedro Alvares, Diogo Teixeira de Carvalho e Antonio Preto. E em 17, sessão a que também não compareceu Pedro Alvares, os oficiais restantes, Sebastião Leme e Afonso Dias, como Jorge Moreira, vereador do ano passado, "mandarão chamar os moradores da dita vila que havia por os mais serêm idos ao sertão em companhia do capitão-mór Jerônimo Leitão e entrada que se fez ao nativo do sertão", para se proceder à eleição de juízes ordinários, na ausência dos que tinham seguido a expedição. Muitos foram os bandeirantes dessa companhia. Em 14 de junho de 1586 foi feita em camara a declaração "que toda a gente do povo estava ausente da capital com o capitão Jerônimo Leitão que eram idos a guerra e não ficaram senão as mulheres". Apesar disso, da lista de 11 paulistanos que com o padre Sebastião de Paiva, segundo Taunay, figuravam no estado maior do governador devem ser retirados alguns nomes. Ficaram em São Paulo, como se vê nas atas: Diogo de Onhate, Antonio de Proença, Sebastião Leme, Salvador Pires e Afonso Dias. Se de fato essa bandeira rumou para o sertão dos carijós, deve ter seguido pelo vale do Ribeira. Teria ela atingido as cabeceiras do Paranapanema. O que nesse caso não parece provável é que, em buscas de tupinães, tenham descido também o Anhembi. Este ainda seria considerado "caminho de paz"... O certo é que, depois de assolar o sertão durante nove meses voltou ela a povoado, deixando, talvez, alguns postos ocupados, como o em que ficou com forja o ferreiro Domingos Fernandes. Em 27 de junho de 1586, em São Paulo, Jerônimo Leitão nomeou Diogo Teixeira de Carvalho escrivão de campo. Estava terminada a guerra, a primeira guerra desse capitão governador. • 5°. Expedição pronta • 6°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós O que a respeito dessa guerra se vê na lição do maior historiador das bandeiras paulistas, é que ela foi feita, por terra, no litoral, até Paranaguá; que no estado-maior do capitão, salvo o padre Sebastião de Paiva, que era vigário de São Vicente, somente aparecem os nomes de onze moradores de São Paulo; e que a guerra de prolongou, pois "durante seis anos assolou Leitão as aldeias do Anhembi." • 7°. Sessão Em 2 de novembro, realizando-se sessão para eleger almotacel, não compareceram Pedro Alvares, Diogo Teixeira de Carvalho e Antonio Preto. E em 17, sessão a que também não compareceu Pedro Alvares, os oficiais restantes, Sebastião Leme e Afonso Dias, como Jorge Moreira, vereador do ano passado, "mandarão chamar os moradores da dita vila que havia por os mais serêm idos ao sertão em companhia do capitão-mór Jerônimo Leitão e entrada que se fez ao nativo do sertão", para se proceder à eleição de juízes ordinários, na ausência dos que tinham seguido a expedição. • 8°. Sessão: expedição já havia partido E em 17, sessão a que também não compareceu Pedro Alvares, os oficiais restantes, Sebastião Leme e Afonso Dias, como Jorge Moreira, vereador do ano passado, "mandarão chamar os moradores da dita vila que havia por os mais serêm idos ao sertão em companhia do capitão-mór Jerônimo Leitão e entrada que se fez ao nativo do sertão", para se proceder à eleição de juízes ordinários, na ausência dos que tinham seguido a expedição. • 9°. Sem homens: “o dito procurador requereu aos ditos oficiais que acudissem as pontes, fontes, caminhos e mais coisas que eram obrigados” Muitos foram os bandeirantes dessa companhia. Em 14 de junho de 1586 foi feita em camara a declaração "que toda a gente do povo estava ausente da capital com o capitão Jerônimo Leitão que eram idos a guerra e não ficaram senão as mulheres". Apesar disso, da lista de 11 paulistanos que com o padre Sebastião de Paiva, segundo Taunay, figuravam no estado maior do governador devem ser retirados alguns nomes. Ficaram em São Paulo, como se vê nas atas: Diogo de Onhate, Antonio de Proença, Sebastião Leme, Salvador Pires e Afonso Dias. Se de fato essa bandeira rumou para o sertão dos carijós, deve ter seguido pelo vale do Ribeira. Teria ela atingido as cabeceiras do Paranapanema. O que nesse caso não parece provável é que, em buscas de tupinães, tenham descido também o Anhembi. Este ainda seria considerado "caminho de paz"... O certo é que, depois de assolar o sertão durante nove meses voltou ela a povoado, deixando, talvez, alguns postos ocupados, como o em que ficou com forja o ferreiro Domingos Fernandes. Em 27 de junho de 1586, em São Paulo, Jerônimo Leitão nomeou Diogo Teixeira de Carvalho escrivão de campo. Estava terminada a guerra, a primeira guerra desse capitão governador.
Atualizado em 31/10/2025 17:43:47 Correio Paulistano, 18.07.1942, página 4. Capitão Jerônimo Leitão, Américo de Moura ![]() Data: 1942 Página 4
• 1°. Reunião em Santos: Expedição marítima Em 20 de abril de 1585 o escrivão Manuel da Luz e Escoreja Drumond apresentou em Santos a Jerônimo Leitão longo e arrazoado requerimento de mão comum, das câmaras de Santos e São Vicente, em que, alegando a pobreza da terra por falta de escravizados e a necessidade de punir agravos antigos e reiterados, se solicitava uma expedição marítima às terras dos Carijós, e guerra campal contra esses "atreizodes inimigos de homens brancos" e inimigos desses nossos nativos tupeniquis nossos amigos". Sobre o Brasilbook.com.br |