22698*Martin Waldseemüller chega a converter em “pagus S. Paulli ”, originando a hipótese de que se acharia ali o mais antigo povoado europeu no Brasil 26567*“Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda
onde ficara a impressão das pisadas, para consigo levarem as raspas
em relicários. Foi, em parte, a êsse hábito que, segundo o autor da
Crônica da Companhia, se deveu o desgaste das ditas rochas, até ao
paulatino desaparecimento das pegadas que já nos meados do século
XVII eram invisíveis, pôsto que a lembrança delas ainda a guardassem
os antigos. Além disso era sua existência atestada em certas cartas de
doação, onde se lia por exemplo: "Concedo uma data de terra sita nas
pegadas de São Tomé, tanto para tal parte, tanto para outra[ .... ]"10•
A relação dos milagres do apóstolo, aqui como na índia, não
fica, porém, nisso, e sua notícia não nos chegou unicamente através
dos padres missionários. Ao próprio Anthony Knivet, tido por herege,
que em certo lugar chamado Itaoca ouvira dos naturais ter sido ali
o lugar onde pregara São Tomé, mostraram perto do mesmo sítio um
imenso rochedo, que em vez de se sustentar diretamente sôbre o solo,
estava apoiado em quatro pedras, pouco maiores, cada uma, do que
um dedo. Disseram-lhe os índios que aquilo fôra milagre e que a
rocha era, de fato, uma peça de madeira petrificada. Disseram mais,
que o apóstolo falava aos peixes e dêstes era ouvido. Para a parte do
mar encontravam-se ainda lajedos, onde o inglês pudera distinguir
pessoalmente grande número de marcas de pés humanos, todos de igual
tamanho li.
Parece de qualquer modo evidente que muitos pormenores dessa
espécie de hagiografia do São Tomé brasileiro se deveram sobretudo
à colaboração dos missionários católicos, de modo que se incrustaram,
afinal, tradições cristãs em crenças originárias dos primitivos moradores da terra. Que a presença das pegadas nas pedras se tivesse
associado, entre êstes, e já antes do advento do homem branco, à
passagem de algum herói civilizador, é admissível quando se tenha em
conta a circunstância de semelhante associação se achar disseminada
entre inúmeras populações primitivas, em todos os lugares do mundo.
E é de compreender-se, por outro lado, que entre missionários e catequistas essa tendência pudesse amparar o esfôrço de conversão do
gentio à religião cristã.
Não admira, pois, se a legenda "alapego de sam paulo", que numa
das mais antigas representações cartográficas do continente sul-americano, a de Caverio, aparentemente de 1502, se acha colocada em
lugar aproximadamente correspondente à bôca do Rio Macaé, no atual
Estado do Rio de Janeiro e que, em 1507, Waldseemüller chega a
converter em "pagus S. Paulli", originando a hipótese de que se acharia
ali o mais antigo povoado europeu no Brasil, levasse pelo menos um
estudioso e historiador à idéia de que a outro apóstolo cristão, além
de São Tomé, se associassem as impressões de pés humanos encontradas em pedras através de várias partes do Brasil e ligadas pelos
índios à lembrança ancestral de algum personagem adventício que, ao lado de revelações sobrenaturais, lhes tivesse comunicado misteres mais
comezinhos, tais como o plantio, por exemplo, e a utilização da mandioca 12. Essas especulações foram reduzidas a seus verdadeiros limites,
desde que Duarte Leite, aparentemente com bons motivos, explicou
como a discutida palavra "alapego" não passaria de simples corrupção
de "arquipélago", alusivo à pequena Ilha de Sant´Ana, em frente à foz
do Macaé e a algumas ilhotas circunvizinhas.
Em realidade a identificação de rastros semelhantes no Extremo
Oriente, que os budistas do Cambodge atribuíam a Gautama, o seu
"preah put" como lhe chamam, e os cristãos a São Tomé, de onde o
dizerem vários cronistas que uns e outros os tinham por coisa sua,
não deveria requerer excessiva imaginação de parte das almas naturalmente piedosas no século XVI.
A prova está em que, ainda em 1791, missionários franceses do Cambodge se deixarão impressionar também pela possibilidade da mesma aproximação. Em carta daquela data,
escrita por Henri Langenois, um dêsses missionários, encontra-se, por exemplo, o seguinte trecho, bem ilustrativo : "Há alguns anos, nosso chefe Capo de Orta, tendo ido a Ongcor vat, perto do sítio onde estamos, mais para o norte, disse-lhe o grande bonzo: Cristão, vês essa estátua de um homem prosternado em frente ao nosso preah put
(é o nome de seu falso deus)? Chama-se Chimé. Que significa aquela marca de uma planta de pé impressa em suas costas? Foi por não querer reconhecer e adorar a divindade de nosso preah put, que a tanto o forçou êsse pontapé. Ora, como se afirma que São Tomé Dídimo passou para a China através do Ongcor, não estaria aqui a
história de suas dúvidas sôbre a Ressurreição e, depois, da adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo?"14.
Sumé no Brasil; Chimé em Angcor, nomes que aparecem relacionados, um e outro, a impressões de pegadas humanas, que tanto no
Oriente, como aqui, se associavam, por sua vez, às notícias do aparecimento em remotas eras de algum mensageiro de verdades sobrenaturais, essas coincidências podem parecer deveras impressionantes.
Não seria difícil, pelo menos na órbita da espiritualidade medieval e
quinhentista, sua assimilação à lembrança de um São Tomé apóstolo,
que os autores mais reputados pretendiam ter ido levar às partes da
1ndia, a luz do Evangelho cristão. Não só as pisadas atribuídas ao
santo, mas tudo quanto parecesse assinalar sua visita e pregação aos
índios da terra. Em Itajuru, perto de Cabo Frio, existiu outrora um
penedo grande, amolgado de várias bordoadas, sete ou oito para cima,
como se o mesmo bordão dera com fôrça em branda cêra, por serem
iguais as marcas, e os naturais do lugar faziam crer que viriam do [p. 109, 110] 537*A Fazenda Sant’Ana, em São José dos Campos-SP, foi descrita pela primeira vez 4365São José dos Campos – Fazenda Sant’Ana. Consulta em ipatrimonio.org
Também conhecida como Fazenda Tietê ou Guaré, o caminho de Atibaia e de Minas Gerais a Fazenda de Sant’ Ana foi o fruto da colonização portuguesa, sendo assim o mais antigo núcleo de povoamento na cidade ao norte do rio Tietê. A região da propriedade foi citada pela primeira vez em documentos no ano de 1560 pelo padre José de Anchieta. Os colonizadores lusos trouxeram índios escravos, se instalaram juntamente com jesuítas, que já haviam montado um colégio para a catequização. Foram os jesuítas que trouxeram as primeiras melhorias para a fazenda, como o estabelecimento de alguns centros de plantação e criação de animais. 8853Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos tamoios em Iperoig 595*Mapa "Theatrum Orbis Terrarum" de Abraham Ortelius 3834Fernão de Magalhães e o estreito que tem hoje o seu nome, nationalgeographic.pt
Este mapa de Abraham Ortelius foi realizado em 1570 e inclui já o estreito de Magalhães, dando-lhe o nome do almirante português. O mapa-múndi foi inserido no Theatrum Orbis Terrarum, considerado o primeiro atlas moderno. 22021*“Speculum Orbis Terrarum”, 1578 traz o mapa de Jan Van Deutecum (1530-1605) 24704*Mapas "Brasilia" de Petrus Bertius (1565-1629) 19860*Balthazar funda uma capela sob a invocação de “Nossa Senhora da Ponte” / vinda da imagem / transporte do pelourinho (1645/1654) 23788“A dúvida dos pelourinhos Pródromos da Fundação e os Beneditinos”. Otto Wey Netto é professor, advogado e ex-redator deste jornal. Membro da Academia Sorocabana de Letras e Instituto Histórico Sorocabano (Jornal Cruzeiro do Sul)
Todavia, essa discrepância não vingou, pois as terras dos dois povoados já haviam sido redistribuídas, juntamente com as vilas de Sarapui, Iperó, Piragibu, Pirapitingui e Itu. Tal ocupação de terras ocorreu, principalmente de 1601 a 1646. Entre os beneficiados estavam Domingos Fernandes Mourão e seus irmãos André e Balthazar, que já trabalhavam com currais de gados, em campos de Sorocaba (hoje bairros de Santa Rosália e Vila Barão), bem como, Diogo do Rego Mendonça, Braz Teves e seu genro Paschoal Moreira Cabral, além de Jacinto Moreira Cabral. 28877Visita ao Cemitério da Saudade aponta aspectos culturais, sociais e religiosos, jornalcruzeiro.com.br
Até o século XIX, eram feitos nas igrejas e foi Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba, quem erigiu a primeira igreja, dedicada a Nossa Senhora da Ponte - atual Igreja de Sant´Anna, junto ao Mosteiro de São Bento, com a finalidade de servir de amparo espiritual, abrigo e sepultura dos primeiros habitantes. 23981*Estudos Regionais Paulistas: História da Instrução em Sorocaba (1660-1956) Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. Aluísio de Almeida, Jahyra B. Arrua, Jair T. Veiga, Néglio F. Arruda e Oswaldo Cambiaghi
Em 1654, Balthazar se transferiu definitivamente para Sorocaba, segundo Azevedo Marques e o Livro do Tombo desta Paróquia. De fato, o vigário Pedro Domingues Paes, escrevendo naquele livro em 1747, ainda ouviu os velhos darem a data aproximada da fundação: pelos anos de 1646.
Os antigos não pensavam senão nos primeiros povoadores em geral, e já os havia esparsos. Possivelmente os peões (nativos administrados) já haviam fundado um estabelecimento de criação de gado. Contemporaneamente se fundava Curitiba, e, quarenta anos depois, já havia um caminho unindo as duas povoações pelo Itararé, e feito a pata de gado.
Também é possível que, em 1646 Balthazar obtivesse a sesmaria de Sorocaba por doação ou compra, e tal documento com razão se conservava entre os herdeiros. Em 1648 cuidava ele em Parnaíba do Inventário da filha Isabel. 19979Francisco de Oliveira teria celebrado a primeira missa em Sorocaba, data que foi escolhida para a celebração da nova padroeira da Visitação, mas documentalmente, ele estava em Parnaíba 9049“Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)
Um documento especial não diz que o padre Francisco de Oliveira celebrou a primeira missa de Sorocaba nessa capela, mas documentadamente se prova que ele era vigário de Parnaíba em 1654, sobrinho do Fundador e em novembro sua tia estava à morte e fêz testamento.
Naquela época o vigário é que ungia os seus paroquianos, mesmo que houvesse outros padres, como havia na sede os dois beneditinos. É claro que podiam vir todos os três. Mas não abandonariam a vila assim pelo menos por cinco dias, bastando um.
É portanto, extremamente provável que o sobrinho do Fundador, mesmo por uma questão , de amor ao sangue, tivesse dito a primeira missa na capela de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, "da paragem de Sorocaba".
Ano exato, 1654. Cremos ter sido a 21 de novembro, dia de Nossa Senhora da Apresentação, que foi o dia da festa da Padroeira até 1925. Coincidia a doença e testamento da tia em 28 do mesmo mês. 3786Nossa Senhora da Apresentação. Consulta em Wiipedia
A denominação foi criada quando foi instituída a "Festa da Apresentação de Nossa Senhora ao Templo", para comemorar a Apresentação de Maria ao Templo por seus pais, Joaquim e Ana.
Em Natal, capital do estado brasileiro do Rio Grande do Norte, uma imagem de Nossa Senhora do Rosário encontrada no rio Potenji em 21 de novembro, dia da festa, foi chamada de Nossa Senhora da Apresentação e proclamada padroeira da cidade.
Nossa Senhora da Apresentação também é padroeira da cidade de Limoeiro, localizada no Agreste pernambucano, sua festa é celebrada na localidade desde 1711. Em Irajá, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro há uma Paróquia datada de 1613 dedicada a ela, sendo a Igreja mais antiga da cidade e padroeira do bairro. 29231*Mãe, mestra e guia: uma análise da iconografia de Santa´Anna, Maria Beatriz de Mello e Souza 24327*Imaginária Retabular Colonial em São Paulo. Estudos Iconográficos (2015) Maria José Spiteri Tavolaro Passos 3834Fernão de Magalhães e o estreito que tem hoje o seu nome, nationalgeographic.pt 4365São José dos Campos – Fazenda Sant’Ana. Consulta em ipatrimonio.orgYETSTE! len: 53802
Registros mencionados (6): 10/08/1519 - Fernão de Magalhães partiu do porto de Sevilha 14/08/1519 - Magalhães chega as ilhas Canárias, segundo 20/09/1519 - Partida, da qual só 18 dos 250 tripulantes sobreviveram 13/12/1519 - Fernando de Magalhães chega à baía do Rio de Janeiro 30/03/1520 - A expedição chegou à baía de San Julián, à entrada do estreito, na extremidade da atual costa da Argentina 01/01/1570 - *Mapa "Theatrum Orbis Terrarum" de Abraham Ortelius
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