Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada 24487*“São Vicente Primeiros Tempos”. Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Vicente
Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada de 3 de dezembro de 1530, visto que a sua nomeação foi feita em carta de 16 de novembro desse ano, assinada em Lisboa, dias antes da nomeação do próprio Martim Afonso para chefe da mesma armada, o que só se daria pelas cartas de D. João datadas de 20 de novembro de 1530, da Vila de Castro Verde. [“São Vicente Primeiros Tempos”, 2006. Página 44] 27502Descobrindo o Brasil, por Manoel Rodrigues Ferreira. Jornal da Tarde, Caderno de Sábado. Página 4
Martim Afonso de Sousa deixou Lisboa em Dezembro de 1530, com cerca de 400 homens, com esse objetivo. Depois de tentativas malogradas de chegar ao Rio Paraguai através do Rio da Prata e por terra com a expedição de Pero Lobo que partiu de Cananéa e foi dizimada inteiramente pelos nativos Carijós (do grupo linguístico Tupí-Guaraní), Martim Afonso de Sousa chegou à conclusão de que somente com sertanistas experimentados, formados num núcleo para tanto criado, poderia chegar á célebre Lagoa. Por isso resolveu fundar no planalto a Vila de Piratininga (hoje a cidade de São Paulo), no ano de 1532 (provavelmente no dia 10 de outubro). [Descobrindo o Brasil, por Manoel Rodrigues Ferreira, 04.12.1933. Jornal da Tarde, Caderno de Sábado. Página 4] 24418*“História de Santos”. Francisco Martins dos Santos
A ambição parece, foi o que provocou a sua desgraça, levando-o a pôr-se em desacordo com os seus amigos e protetores, por desejar umas terras que estavam em poder do mesmo "bacharel" ou de um dos seus genros. Essas terras éram as de Jurubatuba e principalmente as da atual ilha Barnabé, onde podiam-se fazer todas as criações imagináveis sem necessidade de cercas e sem o perigo dos animais do mato que naquele tempo infestavam todos os lugares. [Página 62]
Com relação a estas terras de Henrique Montes, fronteiras ao local da futura Santos, ocorre uma circunstância interessante, que não deve passar despercebida. No tempo do "bacharel" e de Gonçalo da Costa, os portuguezes, como se depreende do depoimento de Alonso de Santa Cruz, retro-citado e mais do depoimento constante da carta de Diogo Garcia ao Rei já reproduzido também, viviam não só em Jurubatuba como na Ilha Pequena (atual Barnabé) e na própria ilha de São Vicente, em perfeita harmonia com os indios de Cayubi, Piqueroby, Tibiriçá e outros chéfes, que dominavam toda a região; no entretanto, este é um dos raciocínios, que, reunido aos argumentos atrás expendidos sobre o scenario vicentino, leva á definitiva convicção, de que, realmente o chamado PORTO DE SÃO VICENTE ficava onde Alonso de Santa Cruz o localizou em 1530; onde tantos historiadores antigos localisáram-no, desde Rocha Pitta e Simão de Vasconcellos até Frei Gaspar, Varnhagem e Machado de Oliveira, ou seja, junto á actual Ponta da Praia, na região onde existiu até princípios deste século, o fortim da Estacada ou fórte Augusto. 21049*História geral do Brazil antes da sua separação e independência de Portugal, 1877
A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância.
Carta patente do rei dom João III nomeando Martim Afonso de Sousa capitão-mor da nova armada que mandava ao Brasil 25844*História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777)
A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância.
Martim Afonso fundeou no Rio de Janeiro 24329*Historia da America Portugueza de Sebastião da Rocha Pita (Pitta)
A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância. 3043*Heróis Indígena do Brasil. Memórias sinceras de uma raça. Autor: Geraldo Gustavo de Almeida
A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância. 28181*Coleção de Obras Raras II: Corografia brasílica de Aires de Casal. Fac-simile da edição de 1817. Introdução de Caio Prado Junior. Tomo I
Com a noticia, que o navio de Diogo Garcia trouxe a Portugal em 1528 ou 1529 de estarem os Castelhanos estabelecidos no Rio da Prata, e receando-se de que se assentassem para Leste do Rio Uruguay, por onde então se cuidava que corria a Linha Divizoria, expediu EI Rey D. Joam o Terceiro uma Armada a este Paiz, em o ano de 1531, debaixo do commando de. Martim Affonso de Souza, com ordem para fazer fortificações , e distribuir terrenos aos que no paiz quizessem estabelecer-se. A Armada , depois de ter reconhecido o Cabo de Santo Agostinho , e navegado ao longo da costa , aportou na Bahia de Todos os Santos, onde encontrando dois navios Francezes , fêz prêza nelles: do que Martim Affonso deu logo noticia ao Soberano por Joam de Souza , capitam de um dos navios da Armada , com a qual ficou alli athé chegar a monsão de poder continuar a viagem para o Sul. Depois de ter refrescado em Porto Seguro, foi entrar na bahia de .Santa Luzia , á qual trocou nome pelo de Rio de Janeiro, por ser no primeiro dia do ano de 1532.
Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” 25782*Capitanias Paulistas. Benedito Calixto de Jesus (1853-1927)
Os núcleos indígenas de Bertioga e São Vicente, onde dominavam os grandes chefes Piquerobi, Caubi e outros, foram logo destruídos pelos invasores. No local da extinta aldeia de Tumiaru, residia nesse tempo, 1532, o português Antonio Rodrigues, parceiro de João Ramalho. Rodrigues estava vivendo maritalmente com a filha do chefe Piquerobi, que não se quis aliar aos portugueses, como fizeram Tibiriçá e Caubi. A prova mais cabal da existência e desaparecimento do grande núcleo indígena, em Tumiaru, são os objetos de arte indígena - igaçabas, ídolos e mais utensílios de cerâmica encontrados nas escavações antigas e recentes que ali se têm feito, no prolongamento da antiga Rua do Porto e Rua Capitão-mor Aguiar.
Parte desses túmulos indígenas, igaçabas e mais artefatos de cerâmica, foram recolhidos pelo major Sertório, há trinta ou quarenta anos, para o seu museu particular, transferido depois para o do Ipiranga. Das últimas escavações que ali se têm feito, para os lados de Sambaetuba, pudemos recolher ainda alguns fragmentos dessas igaçabas e escudelas, com belos ornatos, que conservamos em nosso estúdio.
Guardamos também, com extremo carinho, fragmentos de armas e ídolos, em cerâmica, recolhidos das escavações praticadas na base do morro, próximo ao porto de Tumiaru. O outro importante núcleo de aldeamento primitivo era o que estava situado á margem esquerda da foz do Rio Itanhaém, no mesmo local onde surgiu a terceira vila fundada por Martim Afonso de Souza.
Esse grande aldeamento e outros que lhe ficavam ao Sul, em Paraná-mirim, Peruíbe, Guaraú e Una da Aldeia (já na foz da Ribeira de Iguape) foram todos devastados pelos régulos e aventureiros, conforme já ficou dito.
Diz o autor da citada Memoria sobre as Aldeias da Província de São Paulo que o capitão Francisco de Moraes Barreto, companheiro de Martim Afonso, "levou a ferro e fogo os indígenas que ali - em Itanhaém - deparou, subjugando os que não puderam fugir e com estes, sob a mísera condição de escravos, erigiu a aldeia que foi conhecida com o nome de Itanhaém, derivada da tribo que anteriormente tivera por solar aquele território". 23952*João Mendes de Almeida (1831-1898) - “Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”
Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias.
Um cronista moderno (Machado de Oliveira, Quadro Histórico da Província de São Paulo), narrando quais eram as nações nativa que habitavam o território da capitania de São Vicente, nos limites da atual província de São Paulo, guayanás, tupis, carijós, além das do sertão, e expondo que os guayanás tinham por principais chefes em serra acima, o cacique Tebyreçá, com aldeias nos campos de Pirá-tininga, e no litoral o cacique Cayubi, ou, melhor, Coká-uby, com aldeias á margem do rio Gerybatiba e em outros pontos da costa, de sorte que a serra de Paranapiacaba servia de linha de separação a essas duas confederações, acrescentou:
"A História ainda faz menção a tribo Ururay, pertencente á confederação guayaná, ocupando um dos recantos dos campos de Pirá-tininga, e tendo por chefe o cacique Piqueroby, que déra sua filha por mulher a Antonio Rodrigues, companheiro de João Ramalho, e talvez sócio com este em seu desterro. Desta tribo fundou-se a opulenta aldeia de São Miguel, que, como as outras, não escapou á comum destruição por que todas elas passaram."
Após essa narração, o mesmo cronista não deixa de mencionar o chefe das tribo Ururay, por ocasião da descida de Tebyreçá e de João Ramalho, com trezentos Sagitários, ao encontro de Martim Afonso de Souza; mas, apenas, para assignalar que foi precisa a sua anuência ao desembarque dos europeus e ao plano de bem receber os portugueses da armada.
Assim, escreveu ele que João Ramalho « tivera por companheiro nessa empreza a António Rodrigues, que aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribu Uriíray^ depois de conseguir deste, à imitação do régulo de Pirá-tininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Affonso.
De então em diante, cronista algum dá notícia de Piqueroby. Ignora-se se recebeu o batismo; se viveu ainda muito tempo; se recusou-se á comunhão social com os portugueses. Apenas a História registra que Antonio Rodrigues, seu genro, obtivera uma sesmaria em terras fronteiras ao porto do Tumiarú, em São Vicente, e aí residia; e que na sesmarias de Pedro de Góes, segundo o respectivo título, fôra encravado o território pertencente á tribo Ururay, figurando de língua ou interprete, e testemunha, na designação das divisas, conjuntamente com João Ramalho, o mesmo já referido Antonio Rodrigues.
Seja, porém, Piqueroby o mesmo Ururay, de que trata Machado de Oliveira, ou o Araray de que trata Azevedo Marques, ou seja este chefe de 1562 outro individuo, diverso dele, não é licito acusa-lo de deslealdade para com os brancos, pois que entendia defender a pátria e sua raça, ameaçadas de servidão.
Talvez o chefe de 1562, vendo Tebýriça instalado na nascente vila de S. Paulo, tivesse o mesmo pensamento do bárbaro germano Arminio, quando Júlio César, conseguindo a submissão de Segestes, outro chefe naquela antiga nação barbara da Europa, assegurou-lhe um asilo permanente na mesma sua província conquistada. O chefe brazilico de 1562 teria dito aos nativos de Pirá-tininga:
"Que pai magnifico! Que valente general! Muito embora Tebir-içá vá viver em um terreno conquistado, os filhos da guerra nunca poderão perdoar a um homem que, entre os rios Yryri-piranga e Anhemby, não sente pejo de haver concorrido para se verem todas as insignias do poder lusitano. Assim, se entre vós ainda existem ânimos bizarros, que a novos senhores e a novas colônias prefiram a pátria, os parentes, os costumes antigos, segui-me pelo caminho da gloria e da liberdade, e abominae Tebiriçá, que vos prepara os ferros de uma torpe escravidão". 24646“Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP*
Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias.
Um cronista moderno (Machado de Oliveira, Quadro Histórico da Província de São Paulo), narrando quais eram as nações nativa que habitavam o território da capitania de São Vicente, nos limites da atual província de São Paulo, guayanás, tupis, carijós, além das do sertão, e expondo que os guayanás tinham por principais chefes em serra acima, o cacique Tebyreçá, com aldeias nos campos de Pirá-tininga, e no litoral o cacique Cayubi, ou, melhor, Coká-uby, com aldeias á margem do rio Gerybatiba e em outros pontos da costa, de sorte que a serra de Paranapiacaba servia de linha de separação a essas duas confederações, acrescentou:
"A História ainda faz menção a tribo Ururay, pertencente á confederação guayaná, ocupando um dos recantos dos campos de Pirá-tininga, e tendo por chefe o cacique Piqueroby, que déra sua filha por mulher a Antonio Rodrigues, companheiro de João Ramalho, e talvez sócio com este em seu desterro. Desta tribo fundou-se a opulenta aldeia de São Miguel, que, como as outras, não escapou á comum destruição por que todas elas passaram."
Após essa narração, o mesmo cronista não deixa de mencionar o chefe das tribo Ururay, por ocasião da descida de Tebyreçá e de João Ramalho, com trezentos Sagitários, ao encontro de Martim Afonso de Souza; mas, apenas, para assignalar que foi precisa a sua anuência ao desembarque dos europeus e ao plano de bem receber os portugueses da armada.
Assim, escreveu ele que João Ramalho « tivera por companheiro nessa empreza a António Rodrigues, que aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribu Uriíray^ depois de conseguir deste, à imitação do régulo de Pirá-tininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Affonso.
De então em diante, cronista algum dá notícia de Piqueroby. Ignora-se se recebeu o batismo; se viveu ainda muito tempo; se recusou-se á comunhão social com os portugueses. Apenas a História registra que Antonio Rodrigues, seu genro, obtivera uma sesmaria em terras fronteiras ao porto do Tumiarú, em São Vicente, e aí residia; e que na sesmarias de Pedro de Góes, segundo o respectivo título, fôra encravado o território pertencente á tribo Ururay, figurando de língua ou interprete, e testemunha, na designação das divisas, conjuntamente com João Ramalho, o mesmo já referido Antonio Rodrigues.
Seja, porém, Piqueroby o mesmo Ururay, de que trata Machado de Oliveira, ou o Araray de que trata Azevedo Marques, ou seja este chefe de 1562 outro individuo, diverso dele, não é licito acusa-lo de deslealdade para com os brancos, pois que entendia defender a pátria e sua raça, ameaçadas de servidão.
Talvez o chefe de 1562, vendo Tebýriça instalado na nascente vila de S. Paulo, tivesse o mesmo pensamento do bárbaro germano Arminio, quando Júlio César, conseguindo a submissão de Segestes, outro chefe naquela antiga nação barbara da Europa, assegurou-lhe um asilo permanente na mesma sua província conquistada. O chefe brazilico de 1562 teria dito aos nativos de Pirá-tininga:
"Que pai magnifico! Que valente general! Muito embora Tebir-içá vá viver em um terreno conquistado, os filhos da guerra nunca poderão perdoar a um homem que, entre os rios Yryri-piranga e Anhemby, não sente pejo de haver concorrido para se verem todas as insignias do poder lusitano. Assim, se entre vós ainda existem ânimos bizarros, que a novos senhores e a novas colônias prefiram a pátria, os parentes, os costumes antigos, segui-me pelo caminho da gloria e da liberdade, e abominae Tebiriçá, que vos prepara os ferros de uma torpe escravidão". 3593História da riqueza no Brasil: Cinco séculos de pessoas, costumes e governos Capa comum – 5 outubro 2017
Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias.
Um cronista moderno (Machado de Oliveira, Quadro Histórico da Província de São Paulo), narrando quais eram as nações nativa que habitavam o território da capitania de São Vicente, nos limites da atual província de São Paulo, guayanás, tupis, carijós, além das do sertão, e expondo que os guayanás tinham por principais chefes em serra acima, o cacique Tebyreçá, com aldeias nos campos de Pirá-tininga, e no litoral o cacique Cayubi, ou, melhor, Coká-uby, com aldeias á margem do rio Gerybatiba e em outros pontos da costa, de sorte que a serra de Paranapiacaba servia de linha de separação a essas duas confederações, acrescentou:
"A História ainda faz menção a tribo Ururay, pertencente á confederação guayaná, ocupando um dos recantos dos campos de Pirá-tininga, e tendo por chefe o cacique Piqueroby, que déra sua filha por mulher a Antonio Rodrigues, companheiro de João Ramalho, e talvez sócio com este em seu desterro. Desta tribo fundou-se a opulenta aldeia de São Miguel, que, como as outras, não escapou á comum destruição por que todas elas passaram."
Após essa narração, o mesmo cronista não deixa de mencionar o chefe das tribo Ururay, por ocasião da descida de Tebyreçá e de João Ramalho, com trezentos Sagitários, ao encontro de Martim Afonso de Souza; mas, apenas, para assignalar que foi precisa a sua anuência ao desembarque dos europeus e ao plano de bem receber os portugueses da armada.
Assim, escreveu ele que João Ramalho « tivera por companheiro nessa empreza a António Rodrigues, que aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribu Uriíray^ depois de conseguir deste, à imitação do régulo de Pirá-tininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Affonso.
De então em diante, cronista algum dá notícia de Piqueroby. Ignora-se se recebeu o batismo; se viveu ainda muito tempo; se recusou-se á comunhão social com os portugueses. Apenas a História registra que Antonio Rodrigues, seu genro, obtivera uma sesmaria em terras fronteiras ao porto do Tumiarú, em São Vicente, e aí residia; e que na sesmarias de Pedro de Góes, segundo o respectivo título, fôra encravado o território pertencente á tribo Ururay, figurando de língua ou interprete, e testemunha, na designação das divisas, conjuntamente com João Ramalho, o mesmo já referido Antonio Rodrigues.
Seja, porém, Piqueroby o mesmo Ururay, de que trata Machado de Oliveira, ou o Araray de que trata Azevedo Marques, ou seja este chefe de 1562 outro individuo, diverso dele, não é licito acusa-lo de deslealdade para com os brancos, pois que entendia defender a pátria e sua raça, ameaçadas de servidão.
Talvez o chefe de 1562, vendo Tebýriça instalado na nascente vila de S. Paulo, tivesse o mesmo pensamento do bárbaro germano Arminio, quando Júlio César, conseguindo a submissão de Segestes, outro chefe naquela antiga nação barbara da Europa, assegurou-lhe um asilo permanente na mesma sua província conquistada. O chefe brazilico de 1562 teria dito aos nativos de Pirá-tininga:
"Que pai magnifico! Que valente general! Muito embora Tebir-içá vá viver em um terreno conquistado, os filhos da guerra nunca poderão perdoar a um homem que, entre os rios Yryri-piranga e Anhemby, não sente pejo de haver concorrido para se verem todas as insignias do poder lusitano. Assim, se entre vós ainda existem ânimos bizarros, que a novos senhores e a novas colônias prefiram a pátria, os parentes, os costumes antigos, segui-me pelo caminho da gloria e da liberdade, e abominae Tebiriçá, que vos prepara os ferros de uma torpe escravidão".
Viagem que Diego de Palma Carillo y el Padre Francisco de Salcedo hicieron al Brasil por mandado del obispo de Tucumán, para traer religiosos de la Compañía de Jesús y descubrir el camino del Rio de la Plata al Viaza y de aquí al Brasil 27583*Santos, Heróis ou Demônios? Sobre as relações entre índios, jesuítas e colonizadores na América Meridional (São Paulo e Paraguai/Rio da Prata, séculos XVI-XVII), 2012. Fernanda Sposito. Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutora em História. Orientador: Prof. Dr. Pedro Puntoni
Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias.
Um cronista moderno (Machado de Oliveira, Quadro Histórico da Província de São Paulo), narrando quais eram as nações nativa que habitavam o território da capitania de São Vicente, nos limites da atual província de São Paulo, guayanás, tupis, carijós, além das do sertão, e expondo que os guayanás tinham por principais chefes em serra acima, o cacique Tebyreçá, com aldeias nos campos de Pirá-tininga, e no litoral o cacique Cayubi, ou, melhor, Coká-uby, com aldeias á margem do rio Gerybatiba e em outros pontos da costa, de sorte que a serra de Paranapiacaba servia de linha de separação a essas duas confederações, acrescentou:
"A História ainda faz menção a tribo Ururay, pertencente á confederação guayaná, ocupando um dos recantos dos campos de Pirá-tininga, e tendo por chefe o cacique Piqueroby, que déra sua filha por mulher a Antonio Rodrigues, companheiro de João Ramalho, e talvez sócio com este em seu desterro. Desta tribo fundou-se a opulenta aldeia de São Miguel, que, como as outras, não escapou á comum destruição por que todas elas passaram."
Após essa narração, o mesmo cronista não deixa de mencionar o chefe das tribo Ururay, por ocasião da descida de Tebyreçá e de João Ramalho, com trezentos Sagitários, ao encontro de Martim Afonso de Souza; mas, apenas, para assignalar que foi precisa a sua anuência ao desembarque dos europeus e ao plano de bem receber os portugueses da armada.
Assim, escreveu ele que João Ramalho « tivera por companheiro nessa empreza a António Rodrigues, que aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribu Uriíray^ depois de conseguir deste, à imitação do régulo de Pirá-tininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Affonso.
De então em diante, cronista algum dá notícia de Piqueroby. Ignora-se se recebeu o batismo; se viveu ainda muito tempo; se recusou-se á comunhão social com os portugueses. Apenas a História registra que Antonio Rodrigues, seu genro, obtivera uma sesmaria em terras fronteiras ao porto do Tumiarú, em São Vicente, e aí residia; e que na sesmarias de Pedro de Góes, segundo o respectivo título, fôra encravado o território pertencente á tribo Ururay, figurando de língua ou interprete, e testemunha, na designação das divisas, conjuntamente com João Ramalho, o mesmo já referido Antonio Rodrigues.
Seja, porém, Piqueroby o mesmo Ururay, de que trata Machado de Oliveira, ou o Araray de que trata Azevedo Marques, ou seja este chefe de 1562 outro individuo, diverso dele, não é licito acusa-lo de deslealdade para com os brancos, pois que entendia defender a pátria e sua raça, ameaçadas de servidão.
Talvez o chefe de 1562, vendo Tebýriça instalado na nascente vila de S. Paulo, tivesse o mesmo pensamento do bárbaro germano Arminio, quando Júlio César, conseguindo a submissão de Segestes, outro chefe naquela antiga nação barbara da Europa, assegurou-lhe um asilo permanente na mesma sua província conquistada. O chefe brazilico de 1562 teria dito aos nativos de Pirá-tininga:
"Que pai magnifico! Que valente general! Muito embora Tebir-içá vá viver em um terreno conquistado, os filhos da guerra nunca poderão perdoar a um homem que, entre os rios Yryri-piranga e Anhemby, não sente pejo de haver concorrido para se verem todas as insignias do poder lusitano. Assim, se entre vós ainda existem ânimos bizarros, que a novos senhores e a novas colônias prefiram a pátria, os parentes, os costumes antigos, segui-me pelo caminho da gloria e da liberdade, e abominae Tebiriçá, que vos prepara os ferros de uma torpe escravidão".
Os oficiais da Câmara de São Paulo escreveram uma carta ao governador-geral reclamando de várias coisas, dentre elas a tentativa de Diogo Botelho de cobrar o terço dos índios descidos do sertão 24461*“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
Interessante notar que, ainda em julho de 1603, portanto antes da abertura oficial do caminho, os oficiais da Câmara de São Paulo escreveram uma carta ao governador-geral reclamando de várias coisas, dentre elas a tentativa de Diogo Botelho de cobrar o terço dos índios descidos do sertão.
E comunicavam que, se os moradores que estavam no sertão soubessem disso, se meteriam “no caminho do piquiri que he província do rio da prata”, o que reforça a hipótese de que o caminho foi trilhado continuamente desde a segunda metade do século XVI.
Decreto Real 27091*Historia de La Compañia de Jesús en La Provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia y Brasil). Según los documentos originales del Archivo general de Indias.Tomo I, 1912. R.P. Pablo Pastells
Segundo relatório do Governador do Río de La Plata Hernando Arias de Saavedra a S. M. na província de Viaza e porto de Santa Catalina, suas qualidades, disposição e naturalidade, conforme ordenado pelo Decreto Real de 5 de julho de 1608 Descreve os portos e povoados que existem desde o porto de Buenos Aires até o primeiro da costa do Brasil, as léguas e graus de sua altura, da maneira que atravessa o interior do Paraná ou do Rio da Prata, e as cidades dela, e léguas de uma ou de outra; a travessia de terra do referido rio para o mar; que seria conveniente construir uma vila entre Vera e Santa Catalina e por que razões; que há 100.000 nativos além dos de Guayrá e Uruguai; que saem continuamente para cativar os portugueses; que é conveniente despovoar a Cananea dos portugueses; então por estar na Coroa de Castela, como para poupar os nativos da escravidão, de sua capacidade de prestar contas e de que desejam ter alguém que os ensine; que é conveniente fundar duas cidades para que tudo seja pacificado e os meios para realizá-lo.
Sorocaba é citada: as primeiras terras fruto das desapropriações dos homens da “Casa” de Suzana Dias começam a serem concedidas em sesmarias 31952*MAUA... SUA HISTORIA - ROBERTO BOTACIN!
PRIMEIRAS REFERÊNCIAS
Apesar de sua posição geográfica, demonstrar e comprovar que a região foi passagem obrigatória dos componentes de várias expedições que demandavam aos campos de Piratininga, "é nos primórdios do século XVIII que surgem documentalmente as primeiras referências especificas a parte do atual território do Município de Mauá".
Com a invasão das terras dos indígenas de São Miguel de Ururai, na parte em que atualmente, se encontra o município de Poá, foram suas terras reclamadas para situação. Em documento histórico datado de 10 de novembro de 1609 elaborado pelo escrivão da fazenda Diogo Onhate e pelo tabelião Antônio de Siqueira, em suas páginas parcialmente danificadas, encontramos o seguinte texto:
-
"Ouvidor com alçada logo tenente e procurador bastante do senhor Opode Souza,capitão e governador dela por Sua Magestade... às injustiças e pessoas a quem esta minha... de terras de sesmaria virem e conhecimento dela com direito pertencer que... o Rodrigues... Poço moradores na Vila de São Paulo me enviaram... sua petição que eles eram casados e... e filhos a quem sempre estiveram prestes... com suas armas e escravos para defender de todos os trabalhos adversidades que há tido é se acharem em todas, as guerras, que nela houve.onde receberam muitas flechadas. Para lavrarem nas bandas dos Campos de Ytacurubitiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vai do Boigimirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Guayao, por ele arriva até dar em outro rio que se chama ... day da a volta de demarcação pelas faldas de outro rio da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande de Anhemby e por o rio grande até dar em outro rio que se chama digo até tornar aonde começou a partir e assim mais meia... com dois capões que estão defronte da dita dada a saber um capão que se chama Ytacurubitiba".
Baseado no documento acima, observa-se que havia a "estrada real do Guaió" quando do traçado dos limites da Vila de Mogi, no ano de 1663, evidenciando-se a passagem obrigatória daqueles que saiam de São Paulo com destino a Mogi ou vice-versa,bem como aqueles que se dirigiam a Santos.
Com o apossamento ilegal de intrusos das terras da Aldeia de Urarai, depois chamada São Miguel, muitos dos gentios se espalharam pelo território acima, alcançando inclusive a região de Mauá e Ribeirão Pires em fins do quinhentismo.
Devido ao contraste geográfico os gentis que se utilizaram da região ribeirinha do lendário Tietê, expressivamente aclamaram esta região com a denominação indígena de "Cassaguera" que significa "Cercados Velhos". Sua parte alta, entretanto, era conhecida como "Caguassu", cujo significado é "Mata Grande". Cujo toponimo se estendia através da parte semidespovoada de São Miguel em diante.
Portanto, Mauá, que se chamava "Cassaguerra", mantinha intimas ligações com os aldeados miguelenses. E por outro lado se comunicava com São Paulo através do caminho homônimo, que atravessava a região paulistana de Itaquera e Aricanduva.
Na demarcação divisória entre São Paulo e Mogi das Cruzes efetuada em 1655, está região foi obrigatoriamente trilhada, isto quando colocaram cruzes, em rumo do mar até Piassaguera.
Com o passar dos anos, os caminhos eram cada vez mais aperfeiçoados pelos Bandeirantes que buscavam melhores e mais acessíveis estradas. Pregadores de índios, bandeirantes, garimpeiros, milícias e, principalmente, os mineradores de ouro vasculhavam as regiões por onde passavam. Assim é que, nas proximidades da Serra do Itapeti formou-se o primeiro núcleo populacional surgido em toda a área: Santana de Mogi Mirim, atual município de Mogi das Cruzes.
Em sua caminhada, cortavam eles o atual município de Suzano, ao sul, saindo da vizinha Mogi das Cruzes atual e, daí, prosseguindo em sua rota de conquista e em busca de riquezas. O caminho utilizado ao sul de Suzano era chamado "estrada real do Guaió". Nas proximidades do rio Taiaçupeba Mirim, até a confluência de um riacho, em cujas margens encontraram lavras de ouro, servia não apenas de parada obrigatória, mas também se transformou em importante mina de ouro por eles descoberta. As proximidades da Serra do Morão e a região serrana entre os atuais municípios de Suzano e Ribirão Pires, entre as águas do Guaió e Taiaçupeba, passaram na segunda metade do século XVII a ser cobiçadas, originando-se daí novo processo de povoamento tendo como principal objetivo a exploração das minas de ouro.
Tal região, ainda quase inexplorada, passou a ser conhecida como "Caguassu", cujo significado é Mata Grande. Confirmada a existência de lavras de ouro, era muito importante a imediata nomeação do administrador e capitão. Foi assim que, em 1677, o capitão-mor [p. 11] 24329*Historia da America Portugueza de Sebastião da Rocha Pita (Pitta)
PRIMEIRAS REFERÊNCIAS
Apesar de sua posição geográfica, demonstrar e comprovar que a região foi passagem obrigatória dos componentes de várias expedições que demandavam aos campos de Piratininga, "é nos primórdios do século XVIII que surgem documentalmente as primeiras referências especificas a parte do atual território do Município de Mauá".
Com a invasão das terras dos indígenas de São Miguel de Ururai, na parte em que atualmente, se encontra o município de Poá, foram suas terras reclamadas para situação. Em documento histórico datado de 10 de novembro de 1609 elaborado pelo escrivão da fazenda Diogo Onhate e pelo tabelião Antônio de Siqueira, em suas páginas parcialmente danificadas, encontramos o seguinte texto:
-
"Ouvidor com alçada logo tenente e procurador bastante do senhor Opode Souza,capitão e governador dela por Sua Magestade... às injustiças e pessoas a quem esta minha... de terras de sesmaria virem e conhecimento dela com direito pertencer que... o Rodrigues... Poço moradores na Vila de São Paulo me enviaram... sua petição que eles eram casados e... e filhos a quem sempre estiveram prestes... com suas armas e escravos para defender de todos os trabalhos adversidades que há tido é se acharem em todas, as guerras, que nela houve.onde receberam muitas flechadas. Para lavrarem nas bandas dos Campos de Ytacurubitiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vai do Boigimirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Guayao, por ele arriva até dar em outro rio que se chama ... day da a volta de demarcação pelas faldas de outro rio da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande de Anhemby e por o rio grande até dar em outro rio que se chama digo até tornar aonde começou a partir e assim mais meia... com dois capões que estão defronte da dita dada a saber um capão que se chama Ytacurubitiba".
Baseado no documento acima, observa-se que havia a "estrada real do Guaió" quando do traçado dos limites da Vila de Mogi, no ano de 1663, evidenciando-se a passagem obrigatória daqueles que saiam de São Paulo com destino a Mogi ou vice-versa,bem como aqueles que se dirigiam a Santos.
Com o apossamento ilegal de intrusos das terras da Aldeia de Urarai, depois chamada São Miguel, muitos dos gentios se espalharam pelo território acima, alcançando inclusive a região de Mauá e Ribeirão Pires em fins do quinhentismo.
Devido ao contraste geográfico os gentis que se utilizaram da região ribeirinha do lendário Tietê, expressivamente aclamaram esta região com a denominação indígena de "Cassaguera" que significa "Cercados Velhos". Sua parte alta, entretanto, era conhecida como "Caguassu", cujo significado é "Mata Grande". Cujo toponimo se estendia através da parte semidespovoada de São Miguel em diante.
Portanto, Mauá, que se chamava "Cassaguerra", mantinha intimas ligações com os aldeados miguelenses. E por outro lado se comunicava com São Paulo através do caminho homônimo, que atravessava a região paulistana de Itaquera e Aricanduva.
Na demarcação divisória entre São Paulo e Mogi das Cruzes efetuada em 1655, está região foi obrigatoriamente trilhada, isto quando colocaram cruzes, em rumo do mar até Piassaguera.
Com o passar dos anos, os caminhos eram cada vez mais aperfeiçoados pelos Bandeirantes que buscavam melhores e mais acessíveis estradas. Pregadores de índios, bandeirantes, garimpeiros, milícias e, principalmente, os mineradores de ouro vasculhavam as regiões por onde passavam. Assim é que, nas proximidades da Serra do Itapeti formou-se o primeiro núcleo populacional surgido em toda a área: Santana de Mogi Mirim, atual município de Mogi das Cruzes.
Em sua caminhada, cortavam eles o atual município de Suzano, ao sul, saindo da vizinha Mogi das Cruzes atual e, daí, prosseguindo em sua rota de conquista e em busca de riquezas. O caminho utilizado ao sul de Suzano era chamado "estrada real do Guaió". Nas proximidades do rio Taiaçupeba Mirim, até a confluência de um riacho, em cujas margens encontraram lavras de ouro, servia não apenas de parada obrigatória, mas também se transformou em importante mina de ouro por eles descoberta. As proximidades da Serra do Morão e a região serrana entre os atuais municípios de Suzano e Ribirão Pires, entre as águas do Guaió e Taiaçupeba, passaram na segunda metade do século XVII a ser cobiçadas, originando-se daí novo processo de povoamento tendo como principal objetivo a exploração das minas de ouro.
Tal região, ainda quase inexplorada, passou a ser conhecida como "Caguassu", cujo significado é Mata Grande. Confirmada a existência de lavras de ouro, era muito importante a imediata nomeação do administrador e capitão. Foi assim que, em 1677, o capitão-mor [p. 11] 2330*Mapa "Estrada de ferro de São Paulo a Santos", de Theodoro Fernandes Sampaio
Ainda em 1919 o engenheiro, geógrafo, escritor e historiador brasileiro,Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), chama a atual Rodovia Raposo Tavares de "Estrada ou Caminho para o Paraguay". 4295O desafio épico de recriar o caminho de Peabiru é missão de Dakila Pesquisas. Por Rogério Alexandre Zanetti - jornalista e publcitário, midiamax.uol.com.br
Ainda em 1919 o engenheiro, geógrafo, escritor e historiador brasileiro,Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), chama a atual Rodovia Raposo Tavares de "Estrada ou Caminho para o Paraguay". 27883*“Razias”, Celso E Junko Sato Prado
Atalho pela Serra Botucatu à Paranan-Itu (Salto Grande) no Paranapename
Júlio Manoel Domingues, em sua obra A História de Porangaba (2008: 21), transcreve levantamento histórico sobre a primeira concessão sesmarial em Tatutí, publicado pelo advogado e historiador Laurindo Dias Minhoto, onde a primeira menção de um caminho para Botucatu - citado Intucatu, no ano de 1609:
- "O mais remoto documento, que conseguimos descobrir, foi a carta de sesmaria concedida em 10 de novembro de 1609, pelo Conde da Ilha do Príncipe, por seu procurador Thomé de Almeida Lara, sendo aquele donatário da Capitania de São Vicente. Essa concessão foi feita a João de Campos e ao seu genro Antônio Rodrigues e nela se lê: "seis léguas de terras no distrito da vila de Nossa Senhora da Ponte (Sorocaba), na paragem denominada RIbeirão de Tatuí, com todos os campos e restingas para pastos de seu gado, como também Tatuí-mirim até o Canguera, com largura que tiver, com mais três léguas em quadra no Tatuí-guassú e Canguary, três léguas para o caminho de Intucatú, seis léguas correndo Paraguary abaixo pra a parte do Paranapanema, com condição de pagar os dízimos a Deus Nosso Senhor dos produtos que delas colherem"."
Os autores SatoPrado contestam a data de 10 de novembro de 1609 para o documento analisado por Dias Minhoto, sem prejuízos quanto as demais citações. Ora, o título nobiliárquico de Conde da Ilha do Príncipe somente foi criado pelo Rei D. Felipe IV da Espanha e III de Portugal e Algarves, por Carta Régia de 4 de fevereiro de 1640, a favor de Luís Carneiro de Sousa.
Para o estudioso jesuíta, monsenhor Aluísio de Almeida, entre os anos 1608 e 1628 eram comuns as viagens subindo a Serra e daí ao baixo Paranapanema, tendo o rio Pardo como referência (Memória Histórica de Sorocaba - I, Revistas USP, 2016: 342). Também o estudioso, igualmente jesuíta, Luiz Gonzaga Cabral, ao mencionar Aleixo Garcia informa que os padres abriram estradas desde o litoral a São Paulo e outras rumo ao interior, inclusa aquela, que pela Serra Botucatu levava ao aldeamento no Paranapanema, com comunicação fluvial para o Paraná e Mato Grosso (Apud Donato, 1985: 35); sendo certo que os padres, no início colonial, foram usuários e reformadores de estradas e trilheiras nativas preexistentes, valendo-se de nativos pacificados que bem conheciam os feixes de caminhos, de onde saíam e para qual destino.
Aluísio de Almeida, explica o melhor curso deslocado da Peabiru, em Botucatu:
"A tal estrada subiu a serra, ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (O Vale do Paranapanema, Revista do Instituto Histórico e Geográfico - RJ, volume 247 - abril/junho de 1960: 41), sem prejuízos ao trecho prosseguinte ao Salto das Canoas (Paranan-Itu), desde onde possível a navegabilidade do Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas (1608/1628), e ao Rio Paraná.
Os autores, SatoPrado, apontam que o antigo caminho jesuítica, rumo aos aldeamentos no Paranapanema, era pelo Tietê desde onde a trilha rumo às cabeceiras do paulista Cuiabá (AESP, BDPI: Cart325602), daí a margeá-lo até o Paranapanema. Somente após 1620, com a expedição de Antonio Campos Bicudo no alto da serra e os detalhamentos das nascentes do rio Pardo, então Capirindiba, se fez comum o trecho desde a Serra ao Paranapanema, onde o Salto das Canoas (também Quebra Canoas, Paranitu, Yucumã e Salto do Dourado), em atual município Salto Grande, pela mesma cartografia, caminho dos expedicionários e sertanistas. 27785*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXV, 1927
O mais remoto documento, que conseguimos descobrir, foi a carta de sesmaria concedida, em 10 de novembro de 1609 pelo Conde da Ilha do Príncipe, por seu procurador Thomé de Almeida Lara, sendo aquele donatário da capitania de São Vicente. Essa concessão foi feita a João de Campos e ao seu genro Antonio Rodrigues e nela se lê:
- ... seis léguas de terras, no distrito de vila de Nossa Senhora da Ponte (Sorocaba) na paragem denominada Ribeirão de Tatuí, com todos os campos e restingas para pastos de seu gado, como também Tatui-mirim até o Canguera, com a largura que tiver, com mais três léguas em quadra no Tauty-guassú e Canguary, três léguas para a banda do caminho de Intucatú, seis léguas correndo Paraguay abaixo para a parte do Paranapanema, com a condição de pagar os dízimos a Deus Nosso Senhor dos produtos que delas colherem".
Este precioso documento está registrado no livro do tombo do Hospício do Carmo de Itú, por apresentação de frei Pedro do Nascimento, como procurador da Província Carmelita, o que quer dizer que os frades de Itú houveram tais terras, assim como foi registrado no livro do respectivo cartório, em Sorocaba, folhas 36 e 37.
Compreende todas as terras do Paiol, assim denominado, posteriormente, porque era aqui o celeiro de todos os retiros que constituíam a vasta propriedade agrícola posteriormente.
Nos seus arredores estavam as sesmarias de Pederneiras Pretas, tirada por Antonio Bicudo de Barros, em 19 de julho de 1768, cuja carta assim começa: - "D. José, por graça de Deus El-rei de Portugal e dos Algarves d´aquem e d´além mar, em Africa, Senhor de Guiné e das Conquista, Navegação Comercio Etiopia, Arabias, Persia, e da India. Faço saber..."[Página 138] 27502Descobrindo o Brasil, por Manoel Rodrigues Ferreira. Jornal da Tarde, Caderno de Sábado. Página 4
Após a expedição de Grou-Macedo teve início, na vila de São Paulo, um imenso movimento de expedições em direção ao Sertão do Paraupava, o que é natural, considerando as notícias que foram trazidas à existência de ouro à esquerda dos Martírios, na hoje região de Serra Pelada, dominada pelos ferozes e guerreiros Bilreiros (hoje Caiapós). Houve até tentativa de famílias de São Paulo mudarem-se para lá, o que não se efetivou devido à belicosidade desses nativos.
Mas, após a expedição de Grou-Macedo (1590-1593), e até 1618, portanto durante 24 anos, dez expedições se dirigiram ao Sertão do Paraupava, explorando-o intensamente, chegando à conclusão de que a célebre Lagoa Paraupava não existia, era um mito nativo, e que os rios Paraguai, São Francisco e Paraupava (hoje Araguaia) não nasciam em lagoa alguma, tendo os três suas nascentes independentes entre sí.
Sugestão do vice-rei do Peru, Marques de Montes Claros, ao rei 24461*“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
E comunicavam que, se os moradores que estavam no sertão soubessem disso, se meteriam “no caminho do piquiri que he província do rio da prata”, o que reforça a hipótese de que o caminho foi trilhado continuamente desde a segunda metade do século XVI [19/07/1603].
De fato, a contiguidade entre os territórios era evidente. Diego Flores sugeriu que o rei tomasse a posse da capitania de São Vicente, vislumbrando as relações que área tinha com o interior paraguaio. Em 1610, o Marques de Montes Claros também recomendava que a vila de São Paulo entrasse para a nova governação, que naquela altura se estudava, do Paraguai separado do Rio da Prata.
*A Coroa Espanhola suspende o comércio entre o Brasil e a Região do Prata, ameaçando estabelecer uma rota terrestre continental com o Vice-Reinado do Peru, delimitando um caminho por Guairá, Paraná e Paraguai
*Historia da America Portugueza de Sebastião da Rocha Pita (Pitta) 29228Publicação da “A Terra de Santa Cruz” (Facebook)
A História da América Portuguesa é uma obra de Sebastião da Rocha Pita, publicada em Lisboa no ano de 1730. Foi a primeira história do Brasil a ser publicada, uma vez que, apesar de ser a segunda a ser escrita, a primeira, de autoria de Frei Vicente do Salvador, um século antes, permaneceu manuscrita, apenas vindo a ser publicada no século XIX.
A obra relata os acontecimentos ocorridos no Brasil desde o seu descobrimento até ao ano de 1724. Encontra-se dividida em dez partes, constituindo-se numa crônica administrativa do Brasil. Trata-se de uma obra de referência para a pesquisa que se faz sobre os séculos iniciais da colonização portuguesa.
O autor, membro da Academia Real da História Portuguesa, desenvolve a História do Brasil numa perspectiva setecentista, enquadrando-se nos moldes da época. O primeiro e o segundo livro tratam do enquadramento geográfico e histórico, isto é, da história natural (da fauna e da flora) à descrição de cada província do Brasil, do descobrimento do território ao seu povoamento inicial. Do terceiro ao décimo livro encontramos a história do Brasil, organizada cronologicamente, e seguindo quase sempre a administração dos Governadores-Gerais ou dos Vice-Reis.
Enquanto narra fatos da vida política, o autor não esquece as questões religiosas, intercalando a chegada, presença e expansão de diversas ordens religiosas com o governo do clero secular. Da guerra contra os holandeses até à sua época, são narradas as lutas da Restauração, contra os gentios, contra os espanhóis no Rio da Prata, a descoberta e respectiva corrida ao ouro apresentando uma visão consciente dos seus efeitos sociais), a resistência dos escravos no quilombo dos Palmares, entre tantas outras questões.
Rocha Pitta foi um advogado, poeta e historiador baiano, fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, acadêmico da Academia Real da História Portugueza e patrono da cadeira 8 da Academia Brasileira de Letras.
*Recueil complet des traite´s, conventions, capitulations, armistices et autres actes diplomatiques de tous les e´tats de l´Amérique latine compris entre le golfe du Méxique et le cap de Horn, depuis l´anne´e 1493 jusqu´a` nos jours, pre´ce´de´ d´un me´moire sur l´e´tat actuel de l´Améique, de tableaux statistiques, d´un dictionnaire diplomatique, avec une notice historique sur chaque traite´ important. Carlos Calvo (1822-1906)
*Historia de La Compañia de Jesús en La Provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia y Brasil). Según los documentos originales del Archivo general de Indias.Tomo I, 1912. R.P. Pablo Pastells
*Santos, Heróis ou Demônios? Sobre as relações entre índios, jesuítas e colonizadores na América Meridional (São Paulo e Paraguai/Rio da Prata, séculos XVI-XVII), 2012. Fernanda Sposito. Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutora em História. Orientador: Prof. Dr. Pedro Puntoni
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.