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Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas 1915. Atualizado em 25/10/2025 18:24:53 Relacionamentos • Cidades (16): Araçoiaba da Serra/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Ibiúna/SP, Iguape/SP, Itanhaém/SP, Itu/SP, Juquiá/SP, Mogi das Cruzes/SP, Paracatu/MG, Paranaguá/PR, Porto Feliz/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Ubatuba/SP • Pessoas (42) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Agostinho Barbalho Bezerra, Anthony Knivet (1560-1649), Antonio de Lemos Conde, Brás Cubas (1507-1592), Clemente Álvares (1569-1641), Cristóvão de Barros, Diogo de Unhate (1535-1617), Diogo Domingues de Faria (1618-1690), Diogo Pereira Lima, Fernão Dias Paes Leme (1608-1681), Fernão Paes de Barros (n.1632), Francisco de Sousa (1540-1611), Frei Vicente do Salvador (1564-1639), Gabriel de Lara (f.1694), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Heliodoro Eobanos Pereira (n.1588), Inácio de Siqueira, Jaime Comas (Jayme Commere), Jerônimo Leitão, João Capistrano Honório de Abreu (46 anos), João Coelho de Souza (f.1574), João de Barros de Abreu (n.1560), João IV, o Restaurador (1604-1656), John Whithal (João Leitão), José da Silva Ferrão, José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), Leonardo Nunes, Luís Gonzaga da Silva Leme (47 anos), Martim Correia de Sá (1575-1632), Mem de Sá (1500-1572), Orville Derby (48 anos), Pandiá Calógeras (29 anos), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Pedro de Souza Pereira "o velho" (1610-1673), Rodrigo de Castelo Branco, Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631), Salvador Jorge Velho (1643-1705), Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos), Thomas Cavendish (1560-1592), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626) • Temas (40): “o Rio Grande”, Caminho de Piratininga, Caminho de São Roque-Sorocaba, Caminho do Peabiru, Curiosidades, Ermidas, capelas e igrejas, Geografia e Mapas, Grunstein (pedra verde), Guerra de Extermínio, Itapeva (Serra de São Francisco), Leis, decretos e emendas, M. Itapucú, Minas de Itaimbé, Minas do Geraldo, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Nheengatu, Ouro, Paranaitú, Peru, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio das Velhas, Rio Itapocú, Rio Jaguari, Rio Jequitinhonha, Rio Mogy, Rio São Francisco, Rio Sapucaí, Rio Sorocaba, Rio Verde, Rio Waivaicari, Vaivary, Verde, Sabarabuçu, Sarapuy / Sapucay, Serra da Mantiqueira, Serra de Araçoiaba, Serra de Jaraguá, Tamoios, Temiminós, União Ibérica, Ytutinga ![]() • 1. Pedro Sarmiento de Gamboa funda a Ciudad Real de Felipe 11 de fevereiro de 1584 • 2. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza novembro de 1599 Pelas narrativas de Knivet se confirma que d. Francisco de Sousa pouco se demorou em S. Vicente. quando veio ao sul, em 1599, a promover a exploração das minas. Em novembro desse ano, quando Salvador Correira chega a Santos, a chamado do governador geral, levando-lhe auxilio de gente e munições para as entradas ao sertão, já o ativo governador estava a muita léguas no interior, distante de S. Paulo, na serra de Araçoiaba, cuja fama, como vimos, a fazia conhecida como montanha de todos os metais. D. Francisco não se demorou em fazer seguir uma expedição á serra da Mantiqueira, que Anthony Knivet designa como "um sítio chamado Itapusik" e que evidentemente é como uma erronia de Itapucú, que ele, em outra parte da narrativa, assinala como Itapuca, querendo dizer monte de pedras compridas, trecho da Mantiqueira que é hoje o Pucú ou Pedra do Pecú, por onde, dois anos antes, passara a malograda expedição de Martim de Sá, em perseguição dos tamoyos. Anthony Knivet, que já estivera no lugar, teve ordem de seguir na expedição, a qual mui provavelmente se meteu a caminho de novembro e dezembro de 1599. Knivet não a descreve com as minúcias com que trata de tantas outras em que antes tomara parte; resume-lhe os fatos e muito pouca coisa; diz que se acharam em Itapucú minas não vulgares, e, por prova, trouxeram de lá uma porção de terra aurífera e algumas pepitas de ouro, encontradas em terreno de aluvião, com o que muito se alegrou o governador comunicando o fato para o reino e pedindo permissão para examinar si essas minas eram ou não lavráveis. Restituído a Salvador Correia, que tornara ao Rio sem aguardar os resultados da expedição de Itapucú, voltou o prisioneiro inglês aos seus misteres antigos, na lavoura da cana. Perece, porém, que pouco tempo se demorou no engenho de açúcar de seu amo, porque foi por este mandado para as bandas da serra dos Órgãos, que o narrador chama Orgelen, talvez acompanhando a Martim de Sá na sua expedição contra os tomiminós do baixo Parahyba. [Páginas 387 e 388] [1]
Atualizado em 31/10/2025 05:08:20 Carta de Diogo Flores Valdez*
• 1°. “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 2010 No quadro da viagem de Valdés, a capitania de São Vicente teve um papel bastante relevante. Segundo carta ao rei enviada em agosto de 1583, o almirante ressaltava a necessidade de que VM “no estime poco el Brasil”, pois apesar de pouco povoada, tratava-se de terra rica. A carta exaltava, recorrentemente, a importância de sua chegada num lugar que vivia sob clima de agitação e subversão, visto que a maioria das pessoas da terra era de gente vinda de Portugal e em quem não se podia confiar; além disso, ingleses e franceses frequentavam livremente o litoral. Mas, nesse sentido, São Vicente parecia-lhe diferente, já que era “la (capitania) que VM tiene mas obediente en esta costa y de mejor gente y que es tierra de mas ymportancia que ay em estas partes.” As causas enumeradas, com base nas notícias que colhera, sustentavam a tese de que a terra era rica em minérios. E essa riqueza seria de tal monta que a prata era melhor que a de Potosí. Existiriam ainda cerros de ouro e muito cobre, este último utilíssimo para os engenhos de açúcar. Havia indícios que mostravam a proximidade com as minas de Potosí de, no máximo, trezentas léguas: a circulação de muitos índios chiriguanos e de boatos, junto aos índios, de que no interior existiam homens brancos barbados. Por fim, cita o caso de um português que matara alguém em São Vicente e fugiu a pé para o Peru, onde recolheu certa quantidade de prata antes de voltar a Portugal. Essas notícias davam a certeza a Valdés de que era temerário que a capitania ficasse sob a jurisdiçãode um homem só, como o donatário Pero Lopes de Souza. Ela deveria, isto sim, por sua importância e riqueza, pertencer ao rei, que poderia “recompensar aquello en outra cosa antes que nada desto se entenda” Segundo ele, escolhera três das maiores naus da armada, com seiscentos homens, para que voltassem a São Vicente e Rio de Janeiro, e aliestacionassem e fortificassem a região até receberem novas ordens. Em São Vicente, recomendou que desembarcassem povoadores casados com seus filhos e mulheres para receber mantimentos, pois faltava muito na armada. Depois de enviar Alonso de Sotomayor, pelo rio da Prata, ao Chile, empreendeu uma nova tentativa de cruzar o Estreito, mas de novo foi malsucedido. Para ele, tanto Sarmiento quanto o piloto Anton Pablo tinham dado informações erradas sobre a largura do Estreito, opinião, aliás, compartilhada por Antonelli. [Página 80] ver mais
Atualizado em 31/10/2025 00:52:32 Viage al Estrecho de Magallanes por el Capitán Pedro Sarmiento de Gambóa En los años de 1579. y 1580. y noticia de la expedición que después hizo para poblarle ![]() Data: 1768 En los años de 1579. y 1580. y noticia de la expedición que después hizo para poblarle. Página LXI
• 1°. avaliada em uma delas, que dizia: Don Juan de Castel-Rodrigo, Capitão Mor chegou aqui com cinco Naos da Índia, em 13 de maio de 1576. Ao lado da qual Sarmiento colocou outra, em memória de ter chegado lá o primeiro Navio do Pirú que atravessou o Estreito do Mar do Sul até o Mar do Norte a serviço do Rei, e a causa de sua viagem Uma certa tabela foi encontrada avaliada em uma delas, que dizia: Don Juan de Castel-Rodrigo, Capitão Mor chegou aqui com cinco Naos da Índia, em 13 de maio de 1576. Ao lado da qual Sarmiento colocou outra, em memória de ter chegado lá o primeiro Navio do Pirú que atravessou o Estreito do Mar do Sul até o Mar do Norte a serviço do Rei, e a causa de sua viagem. (Página LXI) • 2°. Um navio de Corsários Ingleses atravessou o Estreito de Magalhães até este Mar do Sul, e chegou às Províncias do Chile e Porto de Santiago no dia quatro de dezembro do último ano de setenta e oito, e roubou um Navio com uma quantidade de ouro Carta do Vice-Rei do Peru Dom Francisco de Toledo ao Governador do Rio da Prata, citada no artigo xi. da Instrução do mesmo Virrey a Sarmiento, p. 19. do Diário. Um Navio de Corsários Ingleses atravessou o Estreito de Magalhães até este Mar do Sul, e chegou às Províncias do Chile e Porto de Santiago no dia quatro de dezembro do último ano de setenta e oito, e roubou um Navio com uma quantidade de ouro , O que havia nesse porto: • 3°. Uma vez emitidos os despachos desta Marinha, o Vice-Rei nomeou a maior Nao "Nuestra Señora de Esperanza", a quem Pedro Sarmiento escolheu para Capitão; Uma vez emitidos os despachos desta Marinha, o Vice-Rei nomeou a maior Nao "Nuestra Señora de Esperanza", a quem Pedro Sarmiento escolheu para Capitão; • 4°. Pedro Sarmiento partiu em busca do Estreito de Magalhães • 5°. Pedro Sarmiento • 6°. Pedro Sarmiento
Biblioteca Genealógica Brasileira VI. Os Camargos de São Paulo. Francisco de Assis Carvalho Franco 1943. Atualizado em 31/10/2025 03:26:21 Relacionamentos • Cidades (4): Assunção/PAR, Rio de Janeiro/RJ, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (7) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Francisco de Assis Carvalho Franco (57 anos), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Pedro Collaço Vilela, Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631), João Pires, o gago (1500-1567), Marcos Fernandes, velho (1530-1582)
Chegaram ao Estreito Magalhçães 6 de janeiro de 1587, terça-feira. Atualizado em 31/10/2025 04:02:13 Relacionamentos • Pessoas (1) Thomas Cavendish (27 anos) • Temas (1): Estreito de Magalhães
Mandato expedido por Francisco Duarte para que o capitão levasse albanires, ferreiros, carpinteiros e canteiros 9 de julho de 1581, quinta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:10 Relacionamentos • Cidades (2): Lisboa/POR, São Paulo/SP • Pessoas (2) Antonio Gomes Preto (60 anos), Bartholomeu Bueno I (26 anos) • Temas (2): Estreito de Magalhães, Metalurgia e siderurgia
Pedro Sarmiento 8 de novembro de 1579, quinta-feira. Atualizado em 04/06/2025 05:50:09 Relacionamentos • Temas (1): Estreito de Magalhães ![]()
Atualizado em 31/10/2025 00:52:33 A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza* ![]() Data: 1915 Créditos: Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas Página 381
• 1°. Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas, Arqueológicas e Etnográficas 1915 Pelas narrativas de Knivet se confirma que d. Francisco de Sousa pouco se demorou em S. Vicente. quando veio ao sul, em 1599, a promover a exploração das minas. Em novembro desse ano, quando Salvador Correira chega a Santos, a chamado do governador geral, levando-lhe auxilio de gente e munições para as entradas ao sertão, já o ativo governador estava a muita léguas no interior, distante de S. Paulo, na serra de Araçoiaba, cuja fama, como vimos, a fazia conhecida como montanha de todos os metais. D. Francisco não se demorou em fazer seguir uma expedição á serra da Mantiqueira, que Anthony Knivet designa como "um sítio chamado Itapusik" e que evidentemente é como uma erronia de Itapucú, que ele, em outra parte da narrativa, assinala como Itapuca, querendo dizer monte de pedras compridas, trecho da Mantiqueira que é hoje o Pucú ou Pedra do Pecú, por onde, dois anos antes, passara a malograda expedição de Martim de Sá, em perseguição dos tamoyos. Anthony Knivet, que já estivera no lugar, teve ordem de seguir na expedição, a qual mui provavelmente se meteu a caminho de novembro e dezembro de 1599. Knivet não a descreve com as minúcias com que trata de tantas outras em que antes tomara parte; resume-lhe os fatos e muito pouca coisa; diz que se acharam em Itapucú minas não vulgares, e, por prova, trouxeram de lá uma porção de terra aurífera e algumas pepitas de ouro, encontradas em terreno de aluvião, com o que muito se alegrou o governador comunicando o fato para o reino e pedindo permissão para examinar si essas minas eram ou não lavráveis. Restituído a Salvador Correia, que tornara ao Rio sem aguardar os resultados da expedição de Itapucú, voltou o prisioneiro inglês aos seus misteres antigos, na lavoura da cana. Perece, porém, que pouco tempo se demorou no engenho de açúcar de seu amo, porque foi por este mandado para as bandas da serra dos Órgãos, que o narrador chama Orgelen, talvez acompanhando a Martim de Sá na sua expedição contra os tomiminós do baixo Parahyba. [Páginas 387 e 388] [1] ver mais • 2°. “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 2010 Em novembro, o mineiro Gaspar Gomes Moalho requeria terras no caminho de Pinheiros e Piratininga, defronte às de Domingos Dias, este também soldado de D. Francisco de Souza. ver mais
• 1°. “As incríveis aventuras e estranhos s incríveis aventuras e estranhos infortúnios de Anthony Knivet infortúnios de Anthony Knivet”
Atualizado em 30/10/2025 09:47:30 Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo*
• 1°. Tome de Sousa, jesuítas e cerca de 400 degredados chegam ao Brasil Ao ser chamado em 11 de novembro de 1592 à Mesa de Consciência e inquirido como era de praxe sobre a sua genealogia, Ribeiro informou não ter conhecido os avós paternos. Os maternos eram Rodrigo de Argolo, nobre castelhano que chegara à Bahia em 1549 com o primeiro governador geral, Tomé de Sousa, e Joana Barbosa. Possuía tios por parte do pai moradores de Viseu que não sabia os nomes, um irmão estudante em Coimbra e duas irmãs moradoras de Jaguaribe. Joana de Argolo, viúva de Diogo Correa de Sande, senhor de um engenho vizinho ao de Gabriel Soares e de Fernão Cabral de Ataíde, famoso pela Santidade e Helena de Argolo, casada então com Manuel de Sá Souto Maior. Na mesma localidade moravam seus tios maternos, Paulo de Argolo e Ana, “mulher que fora de Gabriel Soares”. Ribeiro recebeu uma sentença leve; penitências espirituais e o pagamento das custas do processo. • 2°. Nascimento de Bernardo Ribeiro No dia 29 de julho de 1591, Bernardo Ribeiro foi denunciado pelo vigário da Igreja de Nossa Senhora do Socorro de Tasuapina, o padre João Fernandez, por afirmar após se recuperar de uma doença grave que a fé sem obras bastava para a salvação da alma. Apesar da aparente simplicidade do crime frente a outros como as idolatrias e as sodomias ouvidas pelo visitador e mais conhecidas por terem sido bem exploradas pela historiografia brasileira, Ribeiro incorria num grave delito, determinante no momento de cisão da Igreja Católica. Filho de Maria de Argolo e de Antonio Ribeiro, provedor da fazenda, nascido na Bahia, solteiro, tinha cerca de trinta anos naquele tempo e, segundo consta, era “magro”, “trigueiro” e um tanto altivo. O processo se prolongou por quase dois anos e contém oitenta e dois fólios.3 Iniciou-se no mesmo momento da preparação da viagem de Soares e só foi concluído em 19 de dezembro de 1592, mais de seis meses após o seu falecimento. • 3°. Testamento Seu destino final era a Espanha, como declara em seu testamento lavrado em agosto de 1584, na Bahia (SOUSA, 1974:301). Embarcou numa grande nau carregada de açucares que ancorou no porto de Pernambuco, parada de abastecimento de água e víveres, graças ao conhecimento e orientação do navegador Pedro Sarmiento de Gamboa. Este, vindo numa embarcação carregada com mil quintais de pau brasil do Rio de Janeiro para buscar lenha, víveres e roupas para uma viagem de retorno ao Estreito de Magalhães, teve que lançar mais de trezentos quintais de pau no mar por falta de fundo. Sem outro piloto que se atrevesse, Sarmiento sondou os fundos num batel e acenando com uma bandeira permitiu que a sua nau ancorasse sem perigo. Atrás dela vinha a que se encontrava Gabriel Soares (MENDONZA, 1866:402). Não se sabe a data exata em que desembarcou na corte nem os caminhos que percorreu no tempo em que esteve pleiteando autorização oficial, garantias, privilégios e recursos humanos e materiais para realizar uma expedição inédita de desbravamento, reconhecimento e procura de metais preciosos nas cabeceiras do rio São Francisco. [Página 2] Soares de Sousa não teve filhos, legítimos nem ilegítimos e sua família no Brasil se restringia aos parentes de sua mulher. Nada foi legado para estes em seu testamento, nem mesmo para sua esposa. Para ela pedira apenas que fosse enterrada junto a ele na Capela mor de São Bento, o que não se realizou porque ela se casou novamente. Deixou para duas irmãs viúvas residentes em Lisboa, Margarida de Sousa e Maria velha, certa quantia. Preocupou-se especialmente com seu cortejo, campa, lápide e salvação, determinando que fosse rezada uma missa para sua alma enquanto o “mundo durar”. Quinhentos cruzados foram destinados para cinco moças pobres (uma ajuda para os seus casamentos) e quarenta mil reis para a Santa Casa da Misericórdia. Informou sobre um livro de contas a ser visto para que se liquidassem todas as suas dívidas vendendo seus bens e finalmente legara o que sobrava para o Mosteiro de São Bento (Sousa, 1974: 297-301). Nenhuma referência a qualquer outro familiar morador da Bahia. Ao contrário, assim como não herdara nada, nada legara. [Páginas 8 e 9] O advogado, jornalista e historiador Cláudio Ganns, responsável pela descoberta e divulgação do manuscrito espanhol do Tratado descritivo e de um a bibliografia exemplar deste, se autodefinira certa vez como um homem habituado a “pecar pela franqueza” (1943:212). Seu comentário é bastante contundente: Portanto- agora- Gabriel Soares aparece com tendo enriquecido no tráfico de índios. Como conciliar esta aptidão, de cubiça desvairada, para os bens materiais, adquiridos por forma criminosa com o seu “testamento”(1584), ao qual deixa “toda a sua fazenda” aos beneditinos?E, ademais, como conciliar esse último despreendimento, em vésperas de partir para a Europa, com a embriaguez dos descobrimentos (prata e esmeraldas) que o faz esperar aqui, de 5 a 7 anos, pelas licenças reais e o levou a caminhar, logo a seguir, atrás deste espelho enganador (1591), em que vem a morrer?(1958:157). [Página 13] • 4°. Gabriel Soares ao porto de Pernambuco* • 5°. Gabriel está em Madrid. Notícia do Brasil, também conhecido como Tratado Descritivo do Brasil • 6°. Teve início a santa visitação, preludiada por grande pompa Em algum momento entre o seu retorno e fim da sua expedição, o que temia veio a acontecer: o texto que oferecera na corte chegou ao conhecimento dos padres jesuítas. Contudo não chegou a sofrer qualquer consequência direta ou indiretamente, estava certamente muito bem amparado por concessões régias além de envolvido em seu empreendimento tão custoso do qual não retornaria. Não podemos deixar de considerar o fato do primeiro visitador do Santo Ofício em terras brasileiras mancomunar-se com os “homens bons” do lugar, como observou Ronaldo Vainfas (1997:8). As suas acusações não chegam a corresponder à lista dos delitos expostos no Edito de fé e Monitório publicados em Salvador em 28 de julho de 1591, concedendo o período da graça por trinta dias aos seus moradores e arredores. No entanto, como notou Vainfas, a chegada da Primeira visitação do Santo Ofício provocou uma onda de medo, destruiu famílias e amizades. Coincidentemente, o sobrinho indireto de Gabriel Soares foi um dos primeiros delatados. [Página 7] • 7°. No primeiro dia da graça, 29 de julho de 1591, compareceu à Mesa do Santo Ofício, sem ser chamado, o padre Frutuoso Álvares (65 anos), vigário da igreja de Nossa Senhora da Piedade de Matoim No dia 29 de julho de 1591, Bernardo Ribeiro foi denunciado pelo vigário da Igreja de Nossa Senhora do Socorro de Tasuapina, o padre João Fernandez, por afirmar após se recuperar de uma doença grave que a fé sem obras bastava para a salvação da alma. Apesar da aparente simplicidade do crime frente a outros como as idolatrias e as sodomias ouvidas pelo visitador e mais conhecidas por terem sido bem exploradas pela historiografia brasileira, Ribeiro incorria num grave delito, determinante no momento de cisão da Igreja Católica. Filho de Maria de Argolo e de Antonio Ribeiro, provedor da fazenda, nascido na Bahia, solteiro, tinha cerca de trinta anos naquele tempo e, segundo consta, era “magro”, “trigueiro” e um tanto altivo. O processo se prolongou por quase dois anos e contém oitenta e dois fólios.3 Iniciou-se no mesmo momento da preparação da viagem de Soares e só foi concluído em 19 de dezembro de 1592, mais de seis meses após o seu falecimento. • 8°. Carta do Padre Amador Rebelo de Lisboa ao Geral da Companhia, datada de 18 de abril de 1592, recomendando que caso El-Rei solicitasse padres para a expedição do “capitão” Gabriel Soares não lhes concedesse Mas é o próprio Serafim Leite quem contradiz a informação de que os jesuítas só teriam conhecido os Capítulos por via de “um parente” de Soares ao mencionar uma carta do Padre Amador Rebelo de Lisboa ao Geral da Companhia, datada de 18 de abril de 1592, recomendando que caso El-Rei solicitasse padres para a expedição do “capitão” Gabriel Soares não lhes concedesse. Por diversos motivos. Por sua expedição ser um pretexto para “tomar e saltear índios”, devido aos práticos informarem sobre a inexistência de minas, pelo perigo dos religiosos nunca mais retornarem e especialmente por “querer mal aos Nossos, manifestamente, como mostram os Capítulos e falsos testemunhos que neste reino deixou”. Acrescenta ainda, de acordo com Leite, que “nenhum Superior de outras Ordens quis dar Padres para ir com Gabriel Soares” (LEITE, 1938:179). A missiva é intrigante. Confirma a mercê de “Capitão” recebida por Soares, todavia é incompatível cronologicamente com outros dados. O aventureiro já embarcara de volta ao Brasil na data da carta e com quatro religiosos, nenhum deles jesuíta. Rebelo, procurador do Brasil em Lisboa, ratifica saber dos Capítulos antes da sua chegada às mãos dos padres no Brasil reconhecendo inclusive o título com o qual o texto seria posteriormente arquivado. E, por fim, revela que o próprio Gabriel Soares divulgava suas queixas, deixando rastros de suas críticas. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Páginas 8 e 9] • 9°. 4° Congregação provincial Importantes quadros da Companhia de Jesus reunidos em Salvador em 1592 foram unanimes em negar todas as acusações contra eles encaminhadas a Felipe II pelo colonizador português Gabriel Soares de Sousa. Pronunciaram-se escandalizados de “tão baixas palavras, e torpes juízos”, identificando o “quão azedo” se encontrava “o peito” donde saíam (SOUSA, 1942:372). A expressão “peito azedo” que pode ser traduzida como “coração amargurado”, manifesta um dos lados da sua defesa, a bem dizer, o âmbito pessoal e íntimo com o qual pretenderam minimizar as denúncias do explorador quinhentista. Séculos mais tarde, Antônio Serafim Leite classificou os mesmos Capítulos escritos pelo senhor de engenhos contra os inacianos que atuavam na América portuguesa como “mexericos de soalheiro” (SOUSA, 1942:344). De fato tanto as acusações quanto as réplicas tratam muitas vezes de pormenores como a quantidade de porcos, vacas, galinhas, currais e lançam mão de queixas, desavenças e injúrias tão próprias ao cotidiano que parecem de menor valor. Este diz que me disse, cheio de picuinhas é, no entanto, extremamente comum neste tipo de escrita assim como sua desqualificação historiográfica. Como destacou num artigo recente a historiadora Mary Del Priore (2013:22), mexericar era uma forma de distração tão corriqueira que chegou a obter um item específico no Livro V das Ordenações Filipinas do século XVII: Por se evitarem os inconvenientes que dos mexericos nascem, mandamos que se alguma pessoa disser à outra que outrem disse mal dele, haja a mesma pena, assim cível como crime que mereceria, se ele mesmo lhe dissesse aquelas palavras que diz que o outro terceiro dele disse, posto que queira provar que o outro o disse (Lara,1999:267). Os Capítulos que Gabriel Soares de Sousa deu em Madrid ao SR.D. Cristóvam de Moura contra os padres da Companhia de Jesus que residem no Brasil com umas breves respostas destes mesmos padres que deles foram avisados por um seu parente a quem os ele mostrou retratam estes fuxicos de uma vivência próxima e tensa entre os moradores do primeiro século do Brasil colonial. Aproxima-se de uma subliteratura, pelo seu gênero indefinido, seu teor panfletário, polemico e conjuntural. Por outro lado, testemunha uma história não tão interessante do ponto de vista de um retrato apologético e edificante seja da Igreja, seja da colonização brasileira, ou de ambas simultaneamente. Esta crônica quase jornalística envolvendo os conflitos entre aqueles que a princípio estariam do mesmo lado no processo colonizador, colonos portugueses e jesuítas, é por si só interessante, mas permite principalmente uma investigação que se abre como um leque para temáticas referenciais tanto da história colonial e da historiografia brasileira quanto da renovada história da Igreja e das religiosidades. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 1] Sabemos positivamente que uma cópia chegou ao então provincial Marçal Beliarte no Brasil e este encaminhou o material para diversos clérigos mais experientes na vivência na colônia para que respondessem as informações prestadas pelo colono português. As réplicas foram assinadas por vários membros da Companhia de Jesus que participaram da quarta Congregação provincial convocada para 25 de maio de 1592 na Bahia (BARBOSA, 2006). A data da assinatura final do documento é de 13 de setembro de 1592, quando Gabriel Soares seguramente já estava morto uma vez que a abertura do seu testamento se dera em 10 de julho deste mesmo ano. As Respostas apresentam o mesmo tom exaltado das Informações. Denunciam os maus tratos recebidos pelo gentio da parte dos colonos, os interesses particulares de Gabriel Soares no apresamento dos indígenas, suas atividades de venda de índios e a segurança que tinha em denunciar sem averiguar suas informações de que os apontamentos dados em Madri seriam “impossíveis virem ao Brasil” (1942:360). Apesar de todo esmero em responder minunciosamente cada artigo, as Respostas não tinham como destino qualquer exposição pública. A assinatura de padres do gabarito de Marçal Beliarte, Ignácio Tholosa, Rodrigo de Freitas, Luís da Fonseca, Quiricio Caxa, Fernão Cardim, Luis da Grã e José de Anchieta confirmam a importância das acusações, porém sua finalidade se encontrava em rebater imediatamente e se antecipar à chegada das críticas ao superior em Roma. [Mexericos de um peito azedo: os capítulos de Gabriel Soares de Sousa, 07.2013. Gabriela Azevedo. Página 10] • 10°. Assinatura final do documento Sabemos positivamente que uma cópia chegou ao então provincial Marçal Beliarte no Brasil e este encaminhou o material para diversos clérigos mais experientes na vivência na colônia para que respondessem as informações prestadas pelo colono português. As réplicas foram assinadas por vários membros da Companhia de Jesus que participaram da quarta Congregação provincial convocada para 25 de maio de 1592 na Bahia (BARBOSA, 2006). A data da assinatura final do documento é de 13 de setembro de 1592, quando Gabriel Soares seguramente já estava morto uma vez que a abertura do seu testamento se dera em 10 de julho deste mesmo ano. • 11°. Depoimento de Bernardo Ribeiro Ao ser chamado em 11 de novembro de 1592 à Mesa de Consciência e inquirido como era de praxe sobre a sua genealogia, Ribeiro informou não ter conhecido os avós paternos. Os maternos eram Rodrigo de Argolo, nobre castelhano que chegara à Bahia em 1549 com o primeiro governador geral, Tomé de Sousa, e Joana Barbosa. Possuía tios por parte do pai moradores de Viseu que não sabia os nomes, um irmão estudante em Coimbra e duas irmãs moradoras de Jaguaribe. Joana de Argolo, viúva de Diogo Correa de Sande, senhor de um engenho vizinho ao de Gabriel Soares e de Fernão Cabral de Ataíde, famoso pela Santidade e Helena de Argolo, casada então com Manuel de Sá Souto Maior. Na mesma localidade moravam seus tios maternos, Paulo de Argolo e Ana, “mulher que fora de Gabriel Soares”. Ribeiro recebeu uma sentença leve; penitências espirituais e o pagamento das custas do processo. • 12°. Conclusão do Processo No dia 29 de julho de 1591, Bernardo Ribeiro foi denunciado pelo vigário da Igreja de Nossa Senhora do Socorro de Tasuapina, o padre João Fernandez, por afirmar após se recuperar de uma doença grave que a fé sem obras bastava para a salvação da alma. Apesar da aparente simplicidade do crime frente a outros como as idolatrias e as sodomias ouvidas pelo visitador e mais conhecidas por terem sido bem exploradas pela historiografia brasileira, Ribeiro incorria num grave delito, determinante no momento de cisão da Igreja Católica. Filho de Maria de Argolo e de Antonio Ribeiro, provedor da fazenda, nascido na Bahia, solteiro, tinha cerca de trinta anos naquele tempo e, segundo consta, era “magro”, “trigueiro” e um tanto altivo. O processo se prolongou por quase dois anos e contém oitenta e dois fólios.3 Iniciou-se no mesmo momento da preparação da viagem de Soares e só foi concluído em 19 de dezembro de 1592, mais de seis meses após o seu falecimento. [p. 8]
Um navio de Corsários Ingleses atravessou o Estreito de Magalhães até este Mar do Sul, e chegou às Províncias do Chile e Porto de Santiago no dia quatro de dezembro do último ano de setenta e oito, e roubou um Navio com uma quantidade de ouro 4 de dezembro de 1578, segunda-feira. Atualizado em 28/10/2025 02:21:14 Relacionamentos • Cidades (1): Sorocaba/SP • Pessoas (1) Thomas Cavendish (18 anos) • Temas (4): Estreito de Magalhães, Inglaterra/Ingleses, Peru, Ouro ![]() ANDREA! Sobre o Brasilbook.com.br |