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21280*Jean de Laet esteve no Brasil 22897*“O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649) San Vicente, que só passa pela segunda cidade deste Governo, embora tenha o seu nome, fica a três ou quatro milhas a sul de Santos. Seus edifícios são elogiados; mas o porto é fácil e quase inacessível a grandes navios. Sete ou oito milhas no continente estão Tanse e Cabane, duas cidades habitadas por portugueses e famosas pela fertilidade de suas terras, deste lado, este é o ponto final dos assentamentos de Portugal. O Flamengo de Laet conta com cerca de setenta casas em São Vicente e três ou quatro engenhos de açúcar. Apresenta um caminho que leva primeiro ao sul, depois a oeste por outras serras, e por uma selva de seis ou sete léguas em direção à cidade de São Paulo. Esta estrada é cortada por dois pequenos rios que se encontram fora da selva para levar sua corrente para o leste, onde finalmente desaguam no rio Injambi. Saindo da selva, a mesma estrada continua pelo espaço de uma légua para o oeste, e daí para o norte até São Paulo por uma planície muito aberta. A cidade de São Paulo está situada em uma colina com cerca de cento e cinquenta degraus de altura, de onde saem dois riachos, um no lado sub e outro no lado oeste, que, misturando suas águas muito em breve, drenarão também no Injambi. Contém cem casas, uma igreja paroquial, dois mosteiros, um de beneditinos, outro de carmelitas e um colégio jesuíta. O rio Injambi corre ao norte de San Juan, a cerca de uma légua (4,82803 km) da cidade. É muito abundante em peixes, bastante ampla e capaz de receber navios de médio porte. Sua origem é a leste da cidade nas montanhas de Pernabiacaba, de onde desce para oeste. A estação chuvosa às vezes a faz ultrapassar seus limites, até cobrir todos os campos imediatos. Ao norte do rio, as montanhas estendem-se de trinta ou quarenta léguas de comprimento entre o leste e o oeste, e dez, às vezes quinze, de largura. Eles contêm muitas minas de ouro, encontradas em grãos e pó, e geralmente de vinte e dois quilates. (...) as de Nossa Senhora de Monserrate, dez ou doze léguas (48,2803 kms) de São Paulo a oeste, onde se encontram grãos de até três onças; a de Buturunde a duas léguas a oeste destas, e as de Punta Caativa a trinta léguas (144,841 kms) de São Paulo ao sul. Do mesmo lado, quase à mesma distância de São Paulo, estão as serras de Bearueaba, abundantes em veios de ferro, e também ricas em ouro, que os cananeus vêm extrair. Os portugueses construíram ali uma pequena cidade chamada São Felipe. O rio Injambi torna-se aqui extremamente maior pela união de muitos rios que descem do Leste e do Oeste; e finge que conduz suas águas com os outros para o Paraná; mas as suas avenidas frequentes tornam-no pouco navegável até à sua foz. A quatro ou cinco léguas (24,1402 kms) de São Paulo, em frente à estrada que leva a Berasueba, há um belo engenho de açúcar, cujo produto é utilizado inteiramente em "confits" e conservas, pois aqui se encontram em grande abundância limões e toda sorte de frutas. [Uma história geral de viagens, ou uma nova coleção de todas as contas que foram feitas por mar e por terra, e publicadas até agora nas diferentes línguas de todas as nações conhecidas. Páginas 4 e 5] Nela se inclui também a Colônia de Paratiningas, que fica a dez ou doze léguas da cidade de São Vicente na grande planície de que falamos, onde os jesuítas tinham uma casa que foi arruinada pelos selvagens em 1600, mas que se acredita bem reconstruída. Por fim, a quatro ou cinco léguas (24,1402 kms) de São Paulo para o Oriente, há uma cidade de índios, misturados com alguns portugueses, que se chama São Miguel, e que se situa na própria margem do rio Injambi. Mais cinco léguas adiante, porém mais a leste, chega-se a Magi-miri, povoado de poucas casas, um pouco distante do Injambi e da serra de Pernabiacaba. A poucas léguas desta vila, entre o Leste e o Oeste, sai o rio Injambi de três ou quatro nascentes. Atravessadas estas últimas montanhas, encontram-se outras terras e vastas planícies regadas por um rio bastante largo, ao qual se deu o nome de Rio de Sorobis, que depois de ter atravessado um vasto país e descido várias cascatas, vai desaguar no oceano entre Cabo Frio e Espírito Santo. [Páginas 6 e 7] 21490Pedro Nunes, Manoel Fernandes e Fernão Marques pedem terras no caminho de Burapoera a começar com João Fernandes, genro de André Mendes 29374CARTAS DE DATAS DE TERRAS, consulta em Projeto Compartilhar Pedro Nunes, Manoel Fernandes e Fernão Marques- 18/12/1598- Filhos de conquistadores antigos. Terras no caminho de Burapoera a começar com João Fernandes, genro de André Mendes. Pedem 50, recebem 20 braças cada um. 3336*A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentista Da primeira medição, datada de 1598, só se conservam os autos relativos à implantação de dois marcos, um no caminho de Virapoeira, ao sul, e outro no caminho de Pinheiros, a oeste. Os outros dois autos, relativos aos marcos posicionados ao norte e a leste, sem dúvida se perderam (R. G.,v.2, p.110). 20086Sorocaba é citada: as primeiras terras fruto das desapropriações dos homens da “Casa” de Suzana Dias começam a serem concedidas em sesmarias 31952*MAUA... SUA HISTORIA - ROBERTO BOTACIN! PRIMEIRAS REFERÊNCIAS Apesar de sua posição geográfica, demonstrar e comprovar que a região foi passagem obrigatória dos componentes de várias expedições que demandavam aos campos de Piratininga, "é nos primórdios do século XVIII que surgem documentalmente as primeiras referências especificas a parte do atual território do Município de Mauá". Com a invasão das terras dos indígenas de São Miguel de Ururai, na parte em que atualmente, se encontra o município de Poá, foram suas terras reclamadas para situação. Em documento histórico datado de 10 de novembro de 1609 elaborado pelo escrivão da fazenda Diogo Onhate e pelo tabelião Antônio de Siqueira, em suas páginas parcialmente danificadas, encontramos o seguinte texto: - "Ouvidor com alçada logo tenente e procurador bastante do senhor Opode Souza,capitão e governador dela por Sua Magestade... às injustiças e pessoas a quem esta minha... de terras de sesmaria virem e conhecimento dela com direito pertencer que... o Rodrigues... Poço moradores na Vila de São Paulo me enviaram... sua petição que eles eram casados e... e filhos a quem sempre estiveram prestes... com suas armas e escravos para defender de todos os trabalhos adversidades que há tido é se acharem em todas, as guerras, que nela houve.onde receberam muitas flechadas. Para lavrarem nas bandas dos Campos de Ytacurubitiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vai do Boigimirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Guayao, por ele arriva até dar em outro rio que se chama ... day da a volta de demarcação pelas faldas de outro rio da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande de Anhemby e por o rio grande até dar em outro rio que se chama digo até tornar aonde começou a partir e assim mais meia... com dois capões que estão defronte da dita dada a saber um capão que se chama Ytacurubitiba". Baseado no documento acima, observa-se que havia a "estrada real do Guaió" quando do traçado dos limites da Vila de Mogi, no ano de 1663, evidenciando-se a passagem obrigatória daqueles que saiam de São Paulo com destino a Mogi ou vice-versa,bem como aqueles que se dirigiam a Santos. Com o apossamento ilegal de intrusos das terras da Aldeia de Urarai, depois chamada São Miguel, muitos dos gentios se espalharam pelo território acima, alcançando inclusive a região de Mauá e Ribeirão Pires em fins do quinhentismo. Devido ao contraste geográfico os gentis que se utilizaram da região ribeirinha do lendário Tietê, expressivamente aclamaram esta região com a denominação indígena de "Cassaguera" que significa "Cercados Velhos". Sua parte alta, entretanto, era conhecida como "Caguassu", cujo significado é "Mata Grande". Cujo toponimo se estendia através da parte semidespovoada de São Miguel em diante. Portanto, Mauá, que se chamava "Cassaguerra", mantinha intimas ligações com os aldeados miguelenses. E por outro lado se comunicava com São Paulo através do caminho homônimo, que atravessava a região paulistana de Itaquera e Aricanduva. Na demarcação divisória entre São Paulo e Mogi das Cruzes efetuada em 1655, está região foi obrigatoriamente trilhada, isto quando colocaram cruzes, em rumo do mar até Piassaguera. Com o passar dos anos, os caminhos eram cada vez mais aperfeiçoados pelos Bandeirantes que buscavam melhores e mais acessíveis estradas. Pregadores de índios, bandeirantes, garimpeiros, milícias e, principalmente, os mineradores de ouro vasculhavam as regiões por onde passavam. Assim é que, nas proximidades da Serra do Itapeti formou-se o primeiro núcleo populacional surgido em toda a área: Santana de Mogi Mirim, atual município de Mogi das Cruzes. Em sua caminhada, cortavam eles o atual município de Suzano, ao sul, saindo da vizinha Mogi das Cruzes atual e, daí, prosseguindo em sua rota de conquista e em busca de riquezas. O caminho utilizado ao sul de Suzano era chamado "estrada real do Guaió". Nas proximidades do rio Taiaçupeba Mirim, até a confluência de um riacho, em cujas margens encontraram lavras de ouro, servia não apenas de parada obrigatória, mas também se transformou em importante mina de ouro por eles descoberta. As proximidades da Serra do Morão e a região serrana entre os atuais municípios de Suzano e Ribirão Pires, entre as águas do Guaió e Taiaçupeba, passaram na segunda metade do século XVII a ser cobiçadas, originando-se daí novo processo de povoamento tendo como principal objetivo a exploração das minas de ouro. Tal região, ainda quase inexplorada, passou a ser conhecida como "Caguassu", cujo significado é Mata Grande. Confirmada a existência de lavras de ouro, era muito importante a imediata nomeação do administrador e capitão. Foi assim que, em 1677, o capitão-mor [p. 11] 24329*Historia da America Portugueza de Sebastião da Rocha Pita (Pitta) PRIMEIRAS REFERÊNCIAS Apesar de sua posição geográfica, demonstrar e comprovar que a região foi passagem obrigatória dos componentes de várias expedições que demandavam aos campos de Piratininga, "é nos primórdios do século XVIII que surgem documentalmente as primeiras referências especificas a parte do atual território do Município de Mauá". Com a invasão das terras dos indígenas de São Miguel de Ururai, na parte em que atualmente, se encontra o município de Poá, foram suas terras reclamadas para situação. Em documento histórico datado de 10 de novembro de 1609 elaborado pelo escrivão da fazenda Diogo Onhate e pelo tabelião Antônio de Siqueira, em suas páginas parcialmente danificadas, encontramos o seguinte texto: - "Ouvidor com alçada logo tenente e procurador bastante do senhor Opode Souza,capitão e governador dela por Sua Magestade... às injustiças e pessoas a quem esta minha... de terras de sesmaria virem e conhecimento dela com direito pertencer que... o Rodrigues... Poço moradores na Vila de São Paulo me enviaram... sua petição que eles eram casados e... e filhos a quem sempre estiveram prestes... com suas armas e escravos para defender de todos os trabalhos adversidades que há tido é se acharem em todas, as guerras, que nela houve.onde receberam muitas flechadas. Para lavrarem nas bandas dos Campos de Ytacurubitiba no caminho que fez Gaspar Vaz que vai do Boigimirim a saber partindo da barra dum rio que se chama Guayao, por ele arriva até dar em outro rio que se chama ... day da a volta de demarcação pelas faldas de outro rio da banda do sudoeste e correrá avante até dar no rio grande de Anhemby e por o rio grande até dar em outro rio que se chama digo até tornar aonde começou a partir e assim mais meia... com dois capões que estão defronte da dita dada a saber um capão que se chama Ytacurubitiba". Baseado no documento acima, observa-se que havia a "estrada real do Guaió" quando do traçado dos limites da Vila de Mogi, no ano de 1663, evidenciando-se a passagem obrigatória daqueles que saiam de São Paulo com destino a Mogi ou vice-versa,bem como aqueles que se dirigiam a Santos. Com o apossamento ilegal de intrusos das terras da Aldeia de Urarai, depois chamada São Miguel, muitos dos gentios se espalharam pelo território acima, alcançando inclusive a região de Mauá e Ribeirão Pires em fins do quinhentismo. Devido ao contraste geográfico os gentis que se utilizaram da região ribeirinha do lendário Tietê, expressivamente aclamaram esta região com a denominação indígena de "Cassaguera" que significa "Cercados Velhos". Sua parte alta, entretanto, era conhecida como "Caguassu", cujo significado é "Mata Grande". Cujo toponimo se estendia através da parte semidespovoada de São Miguel em diante. Portanto, Mauá, que se chamava "Cassaguerra", mantinha intimas ligações com os aldeados miguelenses. E por outro lado se comunicava com São Paulo através do caminho homônimo, que atravessava a região paulistana de Itaquera e Aricanduva. Na demarcação divisória entre São Paulo e Mogi das Cruzes efetuada em 1655, está região foi obrigatoriamente trilhada, isto quando colocaram cruzes, em rumo do mar até Piassaguera. Com o passar dos anos, os caminhos eram cada vez mais aperfeiçoados pelos Bandeirantes que buscavam melhores e mais acessíveis estradas. Pregadores de índios, bandeirantes, garimpeiros, milícias e, principalmente, os mineradores de ouro vasculhavam as regiões por onde passavam. Assim é que, nas proximidades da Serra do Itapeti formou-se o primeiro núcleo populacional surgido em toda a área: Santana de Mogi Mirim, atual município de Mogi das Cruzes. Em sua caminhada, cortavam eles o atual município de Suzano, ao sul, saindo da vizinha Mogi das Cruzes atual e, daí, prosseguindo em sua rota de conquista e em busca de riquezas. O caminho utilizado ao sul de Suzano era chamado "estrada real do Guaió". Nas proximidades do rio Taiaçupeba Mirim, até a confluência de um riacho, em cujas margens encontraram lavras de ouro, servia não apenas de parada obrigatória, mas também se transformou em importante mina de ouro por eles descoberta. As proximidades da Serra do Morão e a região serrana entre os atuais municípios de Suzano e Ribirão Pires, entre as águas do Guaió e Taiaçupeba, passaram na segunda metade do século XVII a ser cobiçadas, originando-se daí novo processo de povoamento tendo como principal objetivo a exploração das minas de ouro. Tal região, ainda quase inexplorada, passou a ser conhecida como "Caguassu", cujo significado é Mata Grande. Confirmada a existência de lavras de ouro, era muito importante a imediata nomeação do administrador e capitão. Foi assim que, em 1677, o capitão-mor [p. 11] 2330*Mapa "Estrada de ferro de São Paulo a Santos", de Theodoro Fernandes Sampaio Ainda em 1919 o engenheiro, geógrafo, escritor e historiador brasileiro,Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), chama a atual Rodovia Raposo Tavares de "Estrada ou Caminho para o Paraguay". 4295O desafio épico de recriar o caminho de Peabiru é missão de Dakila Pesquisas. Por Rogério Alexandre Zanetti - jornalista e publcitário, midiamax.uol.com.br Ainda em 1919 o engenheiro, geógrafo, escritor e historiador brasileiro,Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), chama a atual Rodovia Raposo Tavares de "Estrada ou Caminho para o Paraguay". 27883*“Razias”, Celso E Junko Sato Prado Atalho pela Serra Botucatu à Paranan-Itu (Salto Grande) no Paranapename Júlio Manoel Domingues, em sua obra A História de Porangaba (2008: 21), transcreve levantamento histórico sobre a primeira concessão sesmarial em Tatutí, publicado pelo advogado e historiador Laurindo Dias Minhoto, onde a primeira menção de um caminho para Botucatu - citado Intucatu, no ano de 1609: - "O mais remoto documento, que conseguimos descobrir, foi a carta de sesmaria concedida em 10 de novembro de 1609, pelo Conde da Ilha do Príncipe, por seu procurador Thomé de Almeida Lara, sendo aquele donatário da Capitania de São Vicente. Essa concessão foi feita a João de Campos e ao seu genro Antônio Rodrigues e nela se lê: "seis léguas de terras no distrito da vila de Nossa Senhora da Ponte (Sorocaba), na paragem denominada RIbeirão de Tatuí, com todos os campos e restingas para pastos de seu gado, como também Tatuí-mirim até o Canguera, com largura que tiver, com mais três léguas em quadra no Tatuí-guassú e Canguary, três léguas para o caminho de Intucatú, seis léguas correndo Paraguary abaixo pra a parte do Paranapanema, com condição de pagar os dízimos a Deus Nosso Senhor dos produtos que delas colherem"." Os autores SatoPrado contestam a data de 10 de novembro de 1609 para o documento analisado por Dias Minhoto, sem prejuízos quanto as demais citações. Ora, o título nobiliárquico de Conde da Ilha do Príncipe somente foi criado pelo Rei D. Felipe IV da Espanha e III de Portugal e Algarves, por Carta Régia de 4 de fevereiro de 1640, a favor de Luís Carneiro de Sousa. Para o estudioso jesuíta, monsenhor Aluísio de Almeida, entre os anos 1608 e 1628 eram comuns as viagens subindo a Serra e daí ao baixo Paranapanema, tendo o rio Pardo como referência (Memória Histórica de Sorocaba - I, Revistas USP, 2016: 342). Também o estudioso, igualmente jesuíta, Luiz Gonzaga Cabral, ao mencionar Aleixo Garcia informa que os padres abriram estradas desde o litoral a São Paulo e outras rumo ao interior, inclusa aquela, que pela Serra Botucatu levava ao aldeamento no Paranapanema, com comunicação fluvial para o Paraná e Mato Grosso (Apud Donato, 1985: 35); sendo certo que os padres, no início colonial, foram usuários e reformadores de estradas e trilheiras nativas preexistentes, valendo-se de nativos pacificados que bem conheciam os feixes de caminhos, de onde saíam e para qual destino. Aluísio de Almeida, explica o melhor curso deslocado da Peabiru, em Botucatu: "A tal estrada subiu a serra, ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (O Vale do Paranapanema, Revista do Instituto Histórico e Geográfico - RJ, volume 247 - abril/junho de 1960: 41), sem prejuízos ao trecho prosseguinte ao Salto das Canoas (Paranan-Itu), desde onde possível a navegabilidade do Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas (1608/1628), e ao Rio Paraná. Os autores, SatoPrado, apontam que o antigo caminho jesuítica, rumo aos aldeamentos no Paranapanema, era pelo Tietê desde onde a trilha rumo às cabeceiras do paulista Cuiabá (AESP, BDPI: Cart325602), daí a margeá-lo até o Paranapanema. Somente após 1620, com a expedição de Antonio Campos Bicudo no alto da serra e os detalhamentos das nascentes do rio Pardo, então Capirindiba, se fez comum o trecho desde a Serra ao Paranapanema, onde o Salto das Canoas (também Quebra Canoas, Paranitu, Yucumã e Salto do Dourado), em atual município Salto Grande, pela mesma cartografia, caminho dos expedicionários e sertanistas. 27785*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXV, 1927 O mais remoto documento, que conseguimos descobrir, foi a carta de sesmaria concedida, em 10 de novembro de 1609 pelo Conde da Ilha do Príncipe, por seu procurador Thomé de Almeida Lara, sendo aquele donatário da capitania de São Vicente. Essa concessão foi feita a João de Campos e ao seu genro Antonio Rodrigues e nela se lê: - ... seis léguas de terras, no distrito de vila de Nossa Senhora da Ponte (Sorocaba) na paragem denominada Ribeirão de Tatuí, com todos os campos e restingas para pastos de seu gado, como também Tatui-mirim até o Canguera, com a largura que tiver, com mais três léguas em quadra no Tauty-guassú e Canguary, três léguas para a banda do caminho de Intucatú, seis léguas correndo Paraguay abaixo para a parte do Paranapanema, com a condição de pagar os dízimos a Deus Nosso Senhor dos produtos que delas colherem". Este precioso documento está registrado no livro do tombo do Hospício do Carmo de Itú, por apresentação de frei Pedro do Nascimento, como procurador da Província Carmelita, o que quer dizer que os frades de Itú houveram tais terras, assim como foi registrado no livro do respectivo cartório, em Sorocaba, folhas 36 e 37. Compreende todas as terras do Paiol, assim denominado, posteriormente, porque era aqui o celeiro de todos os retiros que constituíam a vasta propriedade agrícola posteriormente. Nos seus arredores estavam as sesmarias de Pederneiras Pretas, tirada por Antonio Bicudo de Barros, em 19 de julho de 1768, cuja carta assim começa: - "D. José, por graça de Deus El-rei de Portugal e dos Algarves d´aquem e d´além mar, em Africa, Senhor de Guiné e das Conquista, Navegação Comercio Etiopia, Arabias, Persia, e da India. Faço saber..." [Página 138] 27502Descobrindo o Brasil, por Manoel Rodrigues Ferreira. Jornal da Tarde, Caderno de Sábado. Página 4 Após a expedição de Grou-Macedo teve início, na vila de São Paulo, um imenso movimento de expedições em direção ao Sertão do Paraupava, o que é natural, considerando as notícias que foram trazidas à existência de ouro à esquerda dos Martírios, na hoje região de Serra Pelada, dominada pelos ferozes e guerreiros Bilreiros (hoje Caiapós). Houve até tentativa de famílias de São Paulo mudarem-se para lá, o que não se efetivou devido à belicosidade desses nativos. Mas, após a expedição de Grou-Macedo (1590-1593), e até 1618, portanto durante 24 anos, dez expedições se dirigiram ao Sertão do Paraupava, explorando-o intensamente, chegando à conclusão de que a célebre Lagoa Paraupava não existia, era um mito nativo, e que os rios Paraguai, São Francisco e Paraupava (hoje Araguaia) não nasciam em lagoa alguma, tendo os três suas nascentes independentes entre sí. 22897*“O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649) 24528*“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. [Página 332] 26872*Uma história geral de viagens, ou uma nova coleção de todas as contas que foram feitas por mar e por terra, e publicadas até agora nas diferentes línguas de todas as nações conhecidas San Vicente, que só passa pela segunda cidade deste Governo, embora tenha o seu nome, fica a três ou quatro milhas a sul de Santos. Seus edifícios são elogiados; mas o porto é fácil e quase inacessível a grandes navios. Sete ou oito milhas no continente estão Tanse e Cabane, duas cidades habitadas por portugueses e famosas pela fertilidade de suas terras, deste lado, este é o ponto final dos assentamentos de Portugal. O Flamengo de Laet conta com cerca de setenta casas em São Vicente e três ou quatro engenhos de açúcar. Apresenta um caminho que leva primeiro ao sul, depois a oeste por outras serras, e por uma selva de seis ou sete léguas em direção à cidade de São Paulo. Esta estrada é cortada por dois pequenos rios que se encontram fora da selva para levar sua corrente para o leste, onde finalmente desaguam no rio Injambi. Saindo da selva, a mesma estrada continua pelo espaço de uma légua para o oeste, e daí para o norte até São Paulo por uma planície muito aberta. A cidade de São Paulo está situada em uma colina com cerca de cento e cinquenta degraus de altura, de onde saem dois riachos, um no lado sub e outro no lado oeste, que, misturando suas águas muito em breve, drenarão também no Injambi. Contém cem casas, uma igreja paroquial, dois mosteiros, um de beneditinos, outro de carmelitas e um colégio jesuíta. O rio Injambi corre ao norte de San Juan, a cerca de uma légua da cidade. É muito abundante em peixes, bastante ampla e capaz de receber navios de médio porte. Sua origem é a leste da cidade nas montanhas de Pernabiacaba, de onde desce para oeste. A estação chuvosa às vezes a faz ultrapassar seus limites, até cobrir todos os campos imediatos. Ao norte do rio, as montanhas estendem-se de trinta ou quarenta léguas de comprimento entre o leste e o oeste, e dez, às vezes quinze, de largura. Eles contêm muitas minas de ouro, encontradas em grãos e pó, e geralmente de vinte e dois quilates. (...) as de Nossa Senhora de Monserrate, dez ou doze léguas (48,2803 kms) de São Paulo a oeste, onde se encontram grãos de até três onças; a de Buturunde a duas léguas a oeste destas, e as de Punta Caativa a trinta léguas (144,841 kms) de São Paulo ao sul. Do mesmo lado, quase à mesma distância de São Paulo, estão as serras de Bearueaba, abundantes em veios de ferro, e também ricas em ouro, que os cananeus vêm extrair. Os portugueses construíram ali uma pequena cidade chamada São Felipe. O rio Injambi torna-se aqui extremamente maior pela união de muitos rios que descem do Leste e do Oeste; e finge que conduz suas águas com os outros para o Paraná; mas as suas avenidas frequentes tornam-no pouco navegável até à sua foz. A quatro ou cinco léguas (24,1402 kms) de São Paulo, em frente à estrada que leva a Berasueba, há um belo engenho de açúcar, cujo produto é utilizado inteiramente em "confits" e conservas, pois aqui se encontram em grande abundância limões e toda sorte de frutas. [p. 4 e 5] Nela se inclui também a Colônia de Paratiningas, que fica a dez ou doze léguas da cidade de São Vicente na grande planície de que falamos, onde os jesuítas tinham uma casa que foi arruinada pelos selvagens em 1600, mas que se acredita bem reconstruída. Por fim, a quatro ou cinco léguas (24,1402 kms) de São Paulo para o Oriente, há uma cidade de índios, misturados com alguns portugueses, que se chama São Miguel, e que se situa na própria margem do rio Injambi. Mais cinco léguas adiante, porém mais a leste, chega-se a Magi-miri, povoado de poucas casas, um pouco distante do Injambi e da serra de Pernabiacaba. A poucas léguas desta vila, entre o Leste e o Oeste, sai o rio Injambi de três ou quatro nascentes. Atravessadas estas últimas montanhas, encontram-se outras terras e vastas planícies regadas por um rio bastante largo, ao qual se deu o nome de Rio de Sorobis, que depois de ter atravessado um vasto país e descido várias cascatas, vai desaguar no oceano entre Cabo Frio e Espírito Santo. [p. 6 e 7] 24284*Inventario dos documentos relativos ao Brasil existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa Luiz Lopes de Carvalho fez presente neste Conselho, que servindo de capitão da Capitania de Tinhaem, descobrira no termo da Vila de Sorocaba as minas das Serra de Birasojaba, que dista 3 léguas da dilta vila, e as minas da serra da Caatiba, que fica 2 léguas da mesma vila, indo em sua companhia Jacinto Moreira Cabral, Alcaide-mor dela pelo donatário o Conde da Ilha do Príncipe e o cel. Pascoal Moreira Cabral, moradores no termo da mesma vila, aos quais devia V. A. mandar escrever para irem mostrar as ditas minas, e ajudarem com suas pessoas e escravizados ao Padre Frei Pedro; como também a Miguel Lopes de Carvalho, capitão da Capitania de Tinhaem; o Capitão Domingos de Brito Peixoto; o capitão Pedro da Guerra, moradores todos 3 na vila de Santos; o capitão Guilherme Pompeo de Almeida; o capitão Antonio de Godoy Moreira, e o capitão Pedro de Paes de Barros, estes moradores na vila de São Paulo, porque todos tinham posses, muitos negros, e grande desejo de servirem a V. A. [Página 158] 26872*Uma história geral de viagens, ou uma nova coleção de todas as contas que foram feitas por mar e por terra, e publicadas até agora nas diferentes línguas de todas as nações conhecidas 3336*A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentistaYETSTE! len: 65766
A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentista
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