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Rio Pinheiros
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  Rio Pinheiros
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XIV
1909. Atualizado em 17/08/2025 01:25:42
Relacionamentos
 Cidades (5): Carapicuiba/SP, Santos/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (27) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Amador de Medeiros, Antônio Pinto (n.1558), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Belchior da Costa (1567-1625), Brás Cubas (1507-1592), Carl Gustav Hedberg (1774-1827), Clemente Álvares (1569-1641), Francisco de Assis Mascarenhas (1779-1843), Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen (1783-1842), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gentil de Assis Moura (31 anos), João Mendes de Almeida (1831-1898), João Ramalho (1486-1580), Jorge Moreira (n.1525), Luís da Grã (n.1523), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Preto (1559-1630), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mem de Sá (1500-1572), Pedro Collaço Vilela, Pero (Pedro) de Góes, Rodrigo Alvares (f.1598), Ulrico Schmidl (1510-1579), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855)
 Temas (54): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho São Paulo-Santos, Caminhos até São Vicente, Canôas, Capitania de Minas Gerais, Capitania de São Paulo, Córrego Supiriri, Cruzes, Dinheiro$, Enguaguassú, Estrada Vergueiro, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Ferrovias, Gentios, Geografia e Mapas, Goayaó, Inhayba, Ipiranga, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Montanhas, Nheengatu, NS do Carmo de Santos, O Sol, Piaçaguera, Pontes, Porto das Almadias, Portos, Pouso Alto, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Cubatão em Cubatão, Rio dos Couros, Rio dos Meninos, Rio Geribatiba, Rio Goyaó, Rio Mogy, Rio Tamanduatei, Rio Ururay, Rio Ypiranga, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Serra do Mar, Taperovira, Ururay, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra

Registro mencionado
1. Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532

Antes, porém, de transcrevermos os trechos daquela sesmaria, devemos declarar que encontramos no convento do Carmo de Santos, num maço de documentos que serviram a frei Gaspar para documentação de seus trabalhos históricos, os autos do processo que Braz Cubas, intentou contra os herdeiros de Pedro de Góes, a respeito dessa sesmaria que ai vem na íntegra, mas que difere, na parte referente ás linhas divisórias com o que vem transcrito nos Apontamentos de Azevedo Marques.

Segundo este último escritor, a sesmaria de Pedro de Góes foi concedida com a seguinte confrontação...

"Hei por bem lhe dar e doar as terras de Taquararira com a serra da Taperovira que está da banda onde nasce o sol com as águas vertentes com o rio Jarabativa, o qual rio e terras estão defronte a ilha de São Vicente donde chamam Goyayo, a qual terra subirá para a serra acima até o cume e dai a buscar o Capetevar, e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda norte e por ele abaixo até ygoar por terra em outro rio que tem ai o outeiro e dai tornará dentro a um pinhal que está da banda do campo Gioapê e dai virá pelo caminho que vem de Piratininga, e entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mororê e dai dentro no pé da serra de Ururay e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramacoara e então pelo rio São Vicente a entestar coma dita serra de Taperovira donde começou a partir..."

No manuscrito de Frei Gaspar, vem descrito do seguinte modo:

"... Hei por bem dar e doar as terras de Taquaraopara como será de Tapirovira que está da banda donde nasce o sol com as águas vertentes com o rio Geribatiba, o qual rio e terras estão defronte da ilha de São Vicente onde chama Guassú a qual terra sairá por a serra acima até ao cume, e dai embeiçará com o Poterim e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda do norte e por ele abaixo até yguar por terra com outro rio que tem ai o outeiro, dai tornará dentro a um pinhal que está dentro do campo Ijabapé, dai virá pelo caminho que vem de Piratininga entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mororé e ai dentro ao pé da serra Ruirinai e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramaquera e então pelo rio São Vicente tornará e entestar com a dita serra de Tapirovira donde começou a partir..."

O donatário fizera, concessão a Pedro de Góes das terras de Taquararira, situadas entre a ilha de São Vicente ou Guassú (Engaguassú) e o rio Jabaratyba como vem nos Apontamentos ou Geribatiba como reza o manuscrito e cuja grafia hoje é Jurubatuba também chamado Rio Grande ou Pinheiros.

O ponto inicial das divisas é a barra do rio Jurubatuba de Santos, bem distinto do outro de igual nome afluindo para as águas salgados no largo de Santa Rita. Dai ela subia pela serra da Taquararíra deixando á esquerda o vale do Quilombo e as águas de Jurubatuba. Ao chegar ao alto da serra do Paranápiacaba "ia buscar o Capetevar" ou embeiçar para o Poteriu, que pela disposição topográfica local deve ser o ponto mais alto do contraforte denominado Mourão, que como se sabe pe por onde desce a linha Inglesa e cuja maior elevação fica fronteira á estação do Alto da Serra.

Desse ponto a "entestar com o rio que está da banda do norte" (está da banda e não que core nesse rumo) o que é perfeitamente aplicável ao outro Jurubatuba atualmente conhecido com o nome de Grande ou Pinheiros. Segue por esse rio "abaixo até ygoar (?) por terra (?) em outra que tem ai o outeiro". O termo igoar ou ygoar, aparece ai talvez por erro do próprio original visto as duas cópias serem iguais.

No antigo português igoar era o termo que depois modificou-se para igualar, mas nesse sentido aquela palavra não teria cabimento, porque o outeiro maior que ai existe (Ponto Alto) não margeia rio algum que nesse ponto faça barra no Jurubatuba e com o qual pudesse ser comparado.

É verdade que esse outeiro serve de cabeceira ao rio dos Couros a que nessa época se dava o nome de Tamandatiiba, mas mesmo que se queira dar ao termo igoar a significação de frontear, as palavras "por terra" ficam sem sentido.

Quererá se referir ao rio Pequeno cuja confluência no Jurubatuba se dá cerca de uma légua do ponto onde esta rio fronteia o Ponto Alto.

É porém, certo que de um ponto qualquer do tio ela "tornaria dentro a um pinhal que está dentro do campo Gioapé" ou Ijabapé e que combinam ser os mesmos pinheiros de que fazem menção as sesmarias dos jesuítas e de mestre Bartholomeu, a que nos temos referido.

Dos "pinhais" seguia pelo caminho velho de Piratininga que como já vimos atrás quando nos referimos a sesmaria de Amador de Medeiros, passava pelo Ponto Alto, atravessando depois, dentre esse ponto e o pinhal, porém, muito próximo a este, o rio Jurubatuba.

Deste rio para diante, o caminho seguia em região de campo até a vizinhança da serra de Poço onde entrava na zona da mata que atravessava numa garganta entre essa mesma serra e a outra elevação denominada serra do Cubatão. Ai ganhava as cabeceira do ribeirão Perequê pelo qual descia até o porto das Armadias ou de Santa Cruz.

Frei Gaspar diz que entrava-se pelo "esteiro chamado Piraique o qual faz confluência com o rio Cubatão Geral pouco acima da ilha do Teixeira ... hoje chamam-lhe Piassaguera, nome composto do substantivo piassava que significa "porto" e do adjetivo áquera, "coisa velha" ou para melhor dizer "antiquada".

Essa anotação de Frei Gaspar fez com que Cândido Mendes e outros escritores pretendessem que o Piassaguera é o rio Mogy e que a estrada antiga atingisse o alto da serra pelo mesmo vale por onde hoje sobe a São Paulo Railway. [Páginas 13 e 14]

Se fosse o seu primitivo traçado, grande necessidade teria sido a de Mem de Sá transferindo-a para o vale do rio das Pedras. O próprio frei Gaspar querendo encarecer a impraticabilidade da serra diz que aquele talvez fosse o por caminho que tem o mundo, enquanto que os ingleses, trezentos anos depois, escolheram como única vereda por onde podiam levar a sua estrada de ferro o mesmo vale que não podia ser palmilhado pelos raros pedestres daquela época.

Demais, que razão poderosa poderia haver para forçar uma volta tão grande?

Felizmente ai está a sesmaria de Pedro de Góes cuja demarcação poderá se transformar em enigma aos que quiserem traçal-a pelo vale do Mogy. Felizmente subisse como magnífico atestado da sua existência o leito antigo da primitiva estrada, em parte francamente visível no campo Ijabapé hoje do Zanzalá, com seus profundos sulcos, alguns de mais de dois metros de profundidade e onde como padrão de sua antiguidade aparecem, no centro do caminho, madeiras de aparência tri-secular, como passareira, com diâmetro de cinquenta centímetros.

Por ela ainda transitam peças de gado que se desgarram das boiadas em Santos e que atingem o campo pelo vale do Perequê.

Além desta provas, poderemos apresentar uma outra e de cunho científico, assinalada num mapa raro pertencente hoje á Biblioteca Pública do Pará e confeccionado pelo cosmógrafo João Teixeira em 1640 e denominada - Descrição de todo o marítimo da terra de Santa Cruz, chamado vulgarmente o Brasil.

Nesse trabalho e na folha que corresponde ao porto de Santos, se vê assinalado em posição que se identifica perfeitamente a do Perequê, um ribeirão que traz a legenda de Esteiro do João Ramalho.

Do porto das Armadias, a linha perimétrica da esmaria continuava pelo Ururay ou Cubatão até a ilha deCaramaquara ou atual Casqueirinho, de onde pelo rio São Vicente seguia até o ponto inicial.

Antes de passarmos as divisas da sesmaria de Bras Cubas, voltaremos ainda um instante ao caminho velho para fizermos que das margens do Jurubatuba até as proximidades do Zanzalá, ele ia ora paralelo, ora cruzando os pontos atualmente seguidos pela estrada do Vergueiro. Dai para diante, seguia em direção diferente para procurar a garganta da serra do Poço. [Página 15]
Registros mencionados (7)
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
30/11/1532 - Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza [21818]
1553 - Amador de Medeiros chega á Capitania de São Vicente [470]
22/01/1560 - Antonio Rodrigues de Almeida pede terras “(...) até se findar no rio da Tapera do Cacique e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahy” [21983]
1571 - Salvador Pires obteve, de parceria com Amador de Medeiros, umas terras de cultura, com matos e capoeiras, na região do Ipiranga [27486]
27/09/1814 - Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen assume a direção da Fazenda Ipanema [6120]
2024 - Jorge Moreira é dono de terras em Ipiranga [20466]





  Rio Pinheiros
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  31/10/2025 18:58:52º de
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1957
Atualizado em 29/10/2025 11:18:16
“Na capitania de São Vicente” II. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil
•  Cidades (5): Mogi das Cruzes/SP, Pitangui/MG, São José dos Campos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (26): Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), André de Leão, Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Cacique Tayaobá (1546-1629), Diogo do Rego e Mendonça (1609-1668), Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Francisco de Sousa (1540-1611), Frederico de Melo (f.1633), Jean de Laet (1571-1649), João Capistrano Honório de Abreu (1853-1923), Justo Mancilla Van Surck, Lopo de Souza (f.1610), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Mourato Coelho, Orville Derby (1851-1915), Pedro de Molas, Pedro Sardinha (1580-1615), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Rio Paraíba, Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), Simão Álvares Martins (Jorge) (1573-1636), Simão Macetta (n.1582), Tataurana, Taubici, Vitória Corrêa de Sá (f.1667)
•  Temas (17): Bituruna, vuturuna, Cachoeiras, Caminho do Peabiru, Capitania de São Vicente, Guayrá, Léguas, Ouro, Paranambaré, Rio Anhemby / Tietê, Rio Jaguari, Rio São Francisco, Rio Sorobis, Santiago de Xerez, Serra da Mantiqueira, Serra de Ibituruna, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Tamoios
    Registros relacionados
27 de novembro de 1600, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:57
1°. Ata desaparecida
Em 1902, segundo vejo do meu caderno, tomei a seguinte nota:

Em 27 de novembro de 1600, por um termo de vereança, vê-se que nessa data se preparava, com consentimento de D. Francisco de Sousa, uma entrada ao sertão, que não era o da capitania, da qual faziam parte moradores da terra e de fora dela. Era sem dúvida a de André de Leão, que partida era dezembro de 1600 (pág. 403), ainda estava no sertão em 1601, tendo voltado por agosto ou setembro, assim completando os nove meses de que fala Glymmer. Este tomou parte em uma bandeira quando D. Francisco de Sousa, vindo da Bahia, chegou a S. Paulo para descobrir as minas de metal que continham prata extraída dos montes Sabarousom”.

No vol. 2º das Atas, em que foram publicadas as vereanças de 1600, não se encontra essa de 27 de novembro de 1600, a que se refere à nota transcrita. Como se vê no vol. 2º, das Atas às págs. 82 e 83 com que termina o ano de 1600 há uma vereança a 27 de novembro que não se refere ao preparo dessa entrada. Há depois um termo (pág. 83) de seis linhas que nada diz. Provavelmente quando Manuel Alves de Sousa copiou esse livro já as páginas correspondentes à vereança de 27 de novembro, de que foi copiada a nota transcrita, haviam desaparecido, consumidas pelo manuseio ou por outra qualquer razão. Para tal informação só resta a nota por mim tomada, que pouco valor tem, quanto à autoridade do extrato, que ficou acima transcrito. [Página 296]
Julho de 1601. Atualizado em 24/10/2025 04:14:58
2°. D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto*
1602. Atualizado em 24/10/2025 03:38:58
3°. Pero Vaz de Barros
As atas e o Registro Geral da Câmara da vila de S. Paulo, correspondentes aos anos de 1602 a 1607, desapareceram, não tendo sido publicadas; não se pode, por conseqüência, verificar os termos da correspondência trocada, nesse período, entre o donatário e a Câmara de sua vila de S. Paulo. Mas pode-se concluir que Lopo de Sousa era um trapalhão ou não foi sincero na carta de 1º de dezembro de 1605 como se vai ver. Desde já é de estranhar que fazendo tão mau e deprimente conceito sobre João Pereira de Sousa o encarregasse de levar cartas à Câmara da vila de S. Paulo.

A autoridade de Lopo de Sousa foi muito pouco respeitada na sua capitania de S. Vicente; e D. Francisco de Sousa, quando para ela se passou, em 1599, aí exerceu não só as suas atribuições de Governador-Geral do Brasil, como absorveu e exerceu todos os poderes do donatário, e mesmo as funções de Juiz, como se pode ver no inventário de Belchior Carneiro (vol. 2º, pág. 165), e até as dos próprios capitães por ele nomeados. [Página 257]

O próprio Lopo de Sousa, sem coragem ou sem forças ou sem prestígio para fazer valer os seus direitos, também atabalhoadamente fazia nomeações para a sua capitania. Assim verifica-se na provisão em que nomeou Antônio Pedroso de Barros e Pero Vaz de Barros, a 21 de novembro de 1605 (Atas, vol. 2º, págs.173 e 174) capitães de S. Vicente, na qual declara que o faz por mais um triênio, que deve portanto ser acrescido ao triênio anterior, o que mostra que já os havia nomeadotrês anos antes, isto é, em 1602, e torna bem claro que a nova nomeação deveria ser contada de modo a haver mais três anos, que deveriam, pois, terminar no fim de 1608. Entretanto, antes desses novos três anos, em fevereiro ou março de 1607, sem maiores ou menores explicações, nomeia Gaspar Conquero capitão-mor e ouvidor de S. Vicente, desautorando os nomeados anteriormente (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 142 e 145). [Página 258]
3 de setembro de 1602, sexta-feira. Atualizado em 30/08/2025 23:55:10
4°. Partida
14 de novembro de 1611, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:58
5°. Carta de D. Antonio de Añasco ao Sr. Diego Marín Negrón, Governador do Rio da Prata em Buenos Aires
A que pontos chegaram as entradas comandadas por Jerônimo Leitão? Bem difícil é determiná-los precisamente. Nos nossos arquivos não se encontram indicações do itinerário seguido por Jerônimo Leitão nem região a que ele chegou. O Padre Pablo Pastells, porém, na sua História da Companhia de Jesus na Província do Paraguai (vol. 1º, pág. 195), dá o resumo de uma carta de D. Antônio de Anhasco, datada de 14 de novembro de 1611, dirigida ao Sr. Diogo Marim Negron, Governador do Rio da Prata, em Buenos Aires, em que comunica “que havendo saído de Ciudad Real e estando em uma redução dos Padres da Companhia de Jesus, antes de chegar a Paranambaré, onde é capitão um índio chamado Taubici, na véspera de Todos os Santos, chegou-lhe a notícia de que os portugueses de S. Paulo entravam pelo caminho, que 30 anos antes tinha entrado Jerônimo Leitão com grande golpe de portugueses”. [Página 243]

As bandeiras paulistas desde pelo menos 1581 iam lá fazer guerra aos carijós, certos de que andavam por conquistas da coroa de Portugal, ou isso alegavam (Carta de D. Antonio Añasco de 14 de novembro de 1611 – v. 1º, Anais do Museu Histórico de S. Paulo, pág. 153). [p.349]
30 de janeiro de 1629, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:11:07
6°. Assim, reagindo, a 30 de janeiro de 1629, atacaram por ordem expressa de Antonio Raposo Tavares, a aldeia de Santo Antônio, onde governava o padre Mola, "a sacar por fuerça de armas, no solamente al dicho Tataraúna, sino tambien a toda la demas gente que el padre estaba doctrinando"
Setembro de 1629. Atualizado em 25/02/2025 04:41:33
7°. D. Victoria foi também acompanhada por seu primo Salvador de Sá y Benevides, que consigo levou 30 soldados portugueses*
D. Victoria foi também acompanhada por seu primo Salvador de Sá y Benevides, que consigo levou 30 soldados portugueses, em setembro de 1629 (Anais do Museu vol. 2º, pág 265). [p. 353]
Setembro de 1629. Atualizado em 23/10/2025 15:51:01
8°. Formada a maior bandeira de Manuel Preto e Antônio Raposo Tavares, era composta por 69 brancos, 900 mamelucos e 2 mil indígenas, demonstrando o enorme peso demográfico ameríndio naquele ambiente*
Antes de setembro de 1629, uma bandeira paulista, sob o comando de Antonio Raposo Tavares, se subdividiu em diversos terços sob a direção dos capitães Diogo Coutinho, Manuel Mourato, Frederico de Melo e Simão Álvares. O primeiro dirigiu-se para a redução de Santo Antonio, que foi a primeira atacada.

Simão Álvares mandou um recado ao Pe. Pedro Mola pedindo que lhe entregasse o cacique Tataurá que, com seus vassalos, tinha fugido de sua casa e serviço. À recusa natural do Pe. Mola, no dia seguinte ao amanhecer, esse capitão deu ordens para o ataque da redução, acometendo todos como leões desabalados, ferindo, matando, aprisionando os catecúmenos e voltaram triunfantes ao seu arraial com uns 2.000 prisioneiros, segundo o dizer do narrador jesuíta. O Pe. Mola recolheu-se para Encarnación onde estava o Pe. Silvério Pastor.

A nova do ataque e do destroço de Santo Antônio logo chegou a S. Miguel, onde os Padres Cristobal de Mendonça e Justo Mansilla procuravam resolver o que lhes convinha fazer, quando veio-lhes a notícia, que um outro corpo de paulistas, sob as ordens do capitão Antônio Bicudo se dirigia para S. Miguel. Sem mais consulta, foi dado o grito de “salve-se quem puder”, e, induziram os índios a fugir e a se refugiar nas matas.

Bicudo, com seu esquadrão volante, chegou, pôs cerco à redução e levou-a de arrancada, achando-a porém deserta quando isso viu, “lançava pela boca espuma de raiva”, diz o cronista jesuíta, de quem são tiradas estas notícias. Enviou quadrilhas de soldados a prender os que encontrassem, mas logo se retirou para Jesus Maria.

Um terceiro corpo, sob as ordens dos capitães Manuel Mourato Coelho e Frederico de Melo, cercou a redução Jesus Maria. O padre que aí estava, Simão Mazzeti, ao ver os paulistas se aproximarem revestiu-se com sobrepeliz e estola, e, com uma cruz nas mãos, saiu-lhes ao encontro a ver se assim salvaria a redução; mas os paulistas levaram tudo a sangue e fogo, matando, ferindo, domando e cativando. “Vimos a lançá-los de toda esta terra que é vossa e não do rei de Castella”, diziam os capitães.Aprisionada a maior parte dos índios, recolheram-se os bandeirantes aos seus arraiais e daí seguiram a S. Paulo, onde chegaram carregados de cativos.

Dois jesuítas, devotadamente, acompanharam os neófitos cativados nessa peregrinação longa, dificultosa, martirizante cheia de perigos e de sacrifícios. Foram eles Simão Mazzeti e Justo Mansilla Van Surk, o primeiro italiano e o segundo flamengo, que escreveram narrações a respeito, em língua espanhola, e não obstante estrangeiros nessa língua, sente-se vivamente, na sua eloqüência desataviada, a dor profunda que os acabrunhava vendo desmanchada a obra que realizavam no Guairá, com a cativação dos índios e o arrasamento das reduções, que antes prosperavam.

Os bandeirantes não deixaram pedra sobre pedra, tudo desmantelaram, incendiararn casas e igrejas, rasgaram e quebraram imagens de santos, feriram e mataram muitos índios e levaram cativos a maior parte deles. Vê-se o desespero que esmagava a alma dos padres nas palavras lancinantes com que para a catástrofe pediam nas cartas remédio aos seus superiores, ao papa, ao rei, a Deus. Foram até S. Paulo, a S. Vicente, ao Rio de Janeiro, onde foram amparados pelo padre Antônio de Mattos; foram até Salvador, na Bahia. Em todas as partes só encontraram ouvidos moucos, donde concluíram que todos eram cúmplices da cativação ou tinham receio de se envolver em tal questão 6.[p. 375, 376, 377]
Janeiro de 1632. Atualizado em 28/10/2025 23:25:07
9°. Villa Rica del Espírito Santo manteve até 1632*
Junho de 1632. Atualizado em 24/10/2025 03:25:27
10°. Os paulistas, concentrando as suas forças, resolveram terminar a sua obra no Guairá*
Novembro de 1632. Atualizado em 24/10/2025 04:34:18
11°. Bandeiras dirigiram para lá as suas armas vitoriosas e destruíram as reduções recém-criadas*
Tendo, sem dúvida, notícia das novas missões fundadas nos Itatines, as bandeiras dirigiram para lá as suas armas vitoriosas e em fins de novembro de 1632, destruíram as reduções recém-criadas, tomaram e destruíram a cidade Santiago de Xerez cujo Tenente, Dom Diogo do Rego e outros moradores principais estavam de conivência com eles. Nos arquivos locais só se encontram dois documentos que podem ter relação com essa região.
31 de julho de 1879, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:16
12°. Os trabalhos da Comissão Hidráulica se iniciaram
Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte como técnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muito mais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre o terreno.

Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoas ainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao sul do S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológica criada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo do Império.

Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, ele estudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território de S.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numa época em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar as divisas entre esses dois estados.

A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos. Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leu também todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que se ocuparam do Brasil colonial e de sua expansão.

Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmer sobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S. Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera da Bahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco.

Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibií era o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita do S. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400).

Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelos seus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco no centro do Brasil.

Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602 partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de Nicolau Barreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi a expedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificou no terreno.

Na época em que Orville Derby divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo os Inventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas; mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte de Brás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-se ele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo na R.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.

Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessar ao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixar pontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio.

O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiro pelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita, por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descrição de W. Glymmer. [Páginas 294 e 295]

“Partindo de S. Miguel, nas margens do Tietê, perto de S. Paulo, a bandeira passou para um afluente do Parayba, ganhou este rio, navegou por ele abaixo, até a sua secção encachoeirada, galgou a Serra, da Mantiqueira, passou diversos rios atribuídos correctamente ao sistema platino e penetrou até próximo ao alto S. Francisco.

Até entrar na bacia do S. Francisco, este caminho deve corresponder muito próxima, se não exactamente, com o da Bandeira de Fernão Dias Pais Leme, ‘uns setenta anos mais tarde, e com o que depois da descoberta de ouro se tornou célebre como o caminho para as Minas Gerais.

Sobre a derrota de Fernão Dias, não temos detalhes, senão do Rio Grande para o norte, onde diverge da do atual roteiro; mas para a dos mineiros existe o precioso roteiro dado por Antonil, na sua obra, intitulada Opulência e cultura do Brasil publicada em Lisboa, em 1711.

Pela comparação desses dois roteiros e levando em consideração a probabilidade de que a derrota de ambas fosse determinada por caminhos já existentes dos Índios, sendo, portanto, provavelmente idênticos, é possível reconstruir grande parte do caminho da Bandeira de 1601.

Os dois rios que deram acesso ao Parayba eram indubitavelmente o Paratehy e o Jaguary. A serra de Guarimunis, ou Marumiminis, é a atualmente conhecida pelo nome de Itapety, perto de Mogy das Cruzes, sendo possível que estes nomes antigos ainda sejam conservados no uso local.

A referência a minas de ouro nesta serra talvez seja um acréscimo na ocasião de redigir o roteiro; mas é certo que em 1601, havia, desde uns dez ou doze anos, mineração nas vizinhanças de S. Paulo, e que antes de 1633, quando foi publicada a edição latina da obra de João de Láet, em que vem a enumeração das minas paulistas, a houve na localidade aqui mencionada. A referência aos campos, ao longo do primeiro destes rios, é, talvez, um caso de confusão com os do rio Parayba, visto que, conforme informações dos ajudantes da Comissão Geográphica e Geologica, que ultimamente levantaram a planta do vale do Pararehy, ali não existem campos notáveis.

O rio então conhecido pelo nome de rio de Sorobis, bem que a sua identidade com o Parahyba do litoral já era suspeitada, foi alcançado na foz do Jaguary, em frente da actual cidade de São José dos Campos. Nota-se que, já nessa época, era conhecido o curso excêntrico do alto Parahyba.

Depois de 15 ou 16 dias de viagem o rio foi abandonado no começo da secção encachoeirada, perto da actual cidade da Cachoeira, e a bandeira galgou a Serra da Mantiqueira, seguindo um pequena rio que, muito provavelmente, era o Passa Vinte, que desce da garganta que depois serviu para a passagem da estrada dos mineiros e hoje para a da estrada de ferro Minas e Rio.

Passando o alto da Serra, a bandeira entrou na região dos pinheiros, que os naturalistas holandeses (que evidentemnente não conheceram a Araucária, desconhecida no Norte do Brasil) julgaram, pela descrição de Glimmer, que eram Sapucaias.

Deste ponto em diante, o roteiro torna-se um tanto obscuro, dando a suspeitar o ter havido alguma confusão na redeção... Os dados topográficos são; o rumo de noroeste e as passagens de três rios, dos quais dois maiores, navegáveis e vindos do norte, com a distância de 4 ou 5 léguas entre um e outro.

Os únicos rios em caminho das cachoeiras do Parahyba para a região do alto S. Francisco, que corresponder a esta descrição destes dois rios, são o Rio Grande e Rio das Mortes, perto da sua confluência. Ahi o Rio Grande cujo curso geral é para o oeste corre, por alguns kilômetros, do norte, num grande saco que sempre tem sido um ponto de passagem, e, a quatro ou cinco léguas adiante, o Rio das Mortes tambem vem um pequeno trecho do Norte.

Este trecho é junto à estação de Aureliano Mourão, na estrada de ferro Oeste de Minas e poucos kilômetros abaixo da povoação de Ibituruna, onde Fernão Dias estabeleceu um dos seus postos, talvez por encontrar perto a grande aldeia de índios amigos, rica em mantimentos, de que fala o nosso Glymmer. Se porem, este for o ponto de passagem do Rio das Mortes, não se encontra, a três dias de viagem, dos Pinheiros e a quatorze do Rio Grande, rio algum que pareça digno de menção numa narrativa em que não vem mencionado o Angahy. Este, pelo roteiro de Antonil, está a 22 ou 24 dias de viagem dos Pinheiros e a 4 a 5 do Rio Grande. Para pôr os dons roteiros de acordo, identificando o primeiro rio de Glymmer com o Angahy, seria necessário inverter os termos dos três e dos quatorze dias de viagem, supondo um outro caso de confusão na redação, como o já apontado com os campos do Paratehy e Parahyba.

Da passagem do Angahy o caminho dos mineiros dado por Antonil tomou mais para a direita, procurando São João d’El-Rei, via Carrancas. É para notar que as marchas diárias do roteiro de Antonil são pequenas, sendo geralmente “até o jantar”, o que explica, talvez, a discordância, do número de dias (de 14 a 22 ou 24) que se ‘nota na hypothese de ser o Angahy o primeiro rio do presente roteiro.

Partindo da aldeia sobre o terceiro rio, a Bandeira caminhou durante um mês em rumo de noroeste, sem passar rio algum, até achar-se perto da confluência de dous rios de diversas grandezas, que romperam para o norte, entre montanhas que foram identificados com a desejada Serra de Sabarábussú.

Aqui, foi encontrada uma estrada larga e trilhada, que nesta época não podia ser senão dos Índios e cuja existência confirma a hipótese já lançada da que a derrota, desta e de subseqüentes bandeiras era por estes caminhos fá existentes. A estrada seguida da aldeia por diante era pelo alto de um espigão, e, admitindo que o ponto de partida era nas vizinhanças de Ibituruna, temos três hipóteses a considerar:

1º O espigão entre o Rio Grande e as cabeceiras dos rios Pará e S. Francisco.
2º O entre os rios Pará e S. Francisco.
3º O entre os rios Pará e Paraopeba.

O caminho pelo primeiro destes espigões, passando por Oliveira, Tamanduá e Formiga, até o alto S. Francisco, corresponde regularmente com o rumo dado, tendendo, porém, mais para o oeste do que para o noroeste, e cruzando o rio Jacaré que, conquanto não seja grande, parece de bastante importância para ser mencionado.

Por este espigão, porém, é difícil identificar os dois rios do fim da jornada e a serra cortada por eles, porque as serras de Piumhy ou a de Canastra mal correspondem à descrição do roteiro. O segundo espigão daria para cair na forquilha entre o Pará e o Itapecerica, ou entre o Pará e o Lambary, ou finalmente, entre o Pará e o S. Francisco.

As duas primeiras parecem demasiado perto para a jornada de um mez, e na do Pará e São Francisco os dois rios devem figurar como tendo proximamente a mesma grandeza. O terceiro espigão daria, na hipótese de accompanhar de perto a margem direita do Pará, para cahir na forquilha entre este rio e seu afluente o rio de S. João, na passagem das serras na vizinhança da atual cidade de Pitanguy; e, sem poder pronunciar-me positivamente a respeito, sou inclinado a considerar esta como a hipótese mais provável.


Até aqui o estudo do O. Derby (R.I.H.G. de S. Paulo, vol. 4º, pág. 338), sobre a identificação do Roteiro de Glymmer no terreno. Fácil também é agora identificar o cabo da expedição mandada por D. Francisco de Sousa, e na qual tomou parte Guilherme Glymmer. Essa identificação está baseada nos documentos do ArquivoPúblico do Estado de S. Paulo e do Arquivo da Câmara da vila de S. Paulo, apoiada em alheios estudos precedentes.

As entradas de Antônio de Macedo e de Domingos LuísGrou foram começadas antes de 1583, as de Jerônimo Leitão até 1590,foram todas anteriores à nomeação de D. Francisco de Sousa para Governador-Geral do Brasil. A de Jorge Correia em 1595, a de ManuelSoeiro (?), em 1596 e a de João Pereira de Sousa em 1597 se realizaram [Páginas 296, 297, 298 e 299]
12 de agosto de 1879, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:54
13°. Comissão Hidráulica começa a subir o Rio São Francisco
13 de dezembro de 1879, sábado. Atualizado em 09/10/2025 03:43:06
14°. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas / Pirapora/MG




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A Vila de São Paulo em seus primórdios – ensaio de reconstituição do núcleo urbano quinhentista
2009. Atualizado em 24/10/2025 02:37:27
Relacionamentos
 Cidades (6): Campinas/SP, Jundiaí/SP, Mogi das Cruzes/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP
 Pessoas (13) Afonso d´Escragnolle Taunay (23 anos), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Brás Cubas (1507-1592), Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Fernão Cardim (1540-1625), Francisco de Sousa (1540-1611), Frei Vicente do Salvador (1564-1639), João IV, o Restaurador (1604-1656), Manuel João Branco (f.1641), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pedro Collaço Vilela, Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Salim Farah Maluf
 Temas (46): “o Rio Grande”, Algodão, Ambuaçava, Banana, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminho São Paulo-Santos, Canôas, Capitania do Espirito Santo, Carmelitas, Cavalos, Colégio Santo Ignácio, Colégios jesuítas, Conventos, Curiosidades, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Gados, Galinhas e semelhantes, Geografia e Mapas, Guaré ou Cruz das Almas, Jeribatiba (Santo Amaro), Jesuítas, Léguas, Nheengatu, Nossa Senhora da Expectação do Ó / Carmo, Nossa Senhora do Rosário, O Sol, Ouro, Pela primeira vez, Pontes, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pequeno, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Paranapiacaba, Tabatinguera, Vale do Anhangabaú, Vale do Paraíba, Vila de Santo André da Borda, Vinho, Ybyrpuêra

Registro mencionado
1. Terras
10 de fevereiro de 1598
Registros mencionados (8)
1585 - Fernão Cardim sobre o caminho [23330]
13/11/1592 - Em seu Testamento descreve seus bens, especialmente uma grande Fazenda em Amboaçava, onde Braz Cubas teria “umas cruzes de pedras” [7944]
10/02/1598 - Terras [794]
18/12/1598 - Pedro Nunes, Manoel Fernandes e Fernão Marques pedem terras no caminho de Burapoera a começar com João Fernandes, genro de André Mendes [21490]
1616 - Planta atribuída a Alexandre Massaii [1011]
02/02/1616 - Escritura [1016]
13/03/1642 - Pedro Fernandes presta contas da curadoria. Declara entre outras contas, que Manoel João está de partida para Portugal, pelo que requeria precatório contra o dito, porque havia um depósito em juízo. Nesta causa, Manoel João Branco foi fiado por seu irmão Francisco João (em 1640). [21801]
01/01/1741 - Caminho [1664]





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  23/10/2025 17:09:59º de
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Firmada sociedade entre Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e D. Antônio de Souza, filho de D. Francisco de Souza, que se refere a um engenho de ferro "situado em o distrito e limite desta vila de São Paulo e donde chamam Ibirapuera, da outra banda do Rio Jeribatiba
11 de agosto de 1609, terça-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:09:59
Relacionamentos
 Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (9) Antônio de Sousa (25 anos), Diogo Botelho, Diogo de Quadros, Francisco de Sousa (69 anos), Francisco Lopes Pinto, Henrique da Costa (36 anos), Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Sen. Vergueiro (1778-1859), Simão Álvares Martins (Jorge) (36 anos), Simão Borges Cerqueira (55 anos)
 Temas (9): Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Jeribatiba (Santo Amaro), Metalurgia e siderurgia, Ouro, Rio Geribatiba, Sabarabuçu, Segunda Fábrica em Ipanema, Ybyrpuêra





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Junho de 1985
Atualizado em 29/10/2025 11:18:13
Tese de John Manuel Monteiro. São Paulo in the seventeenth century: economy and society. Chicago: s.n., 1985. 473 p. -Illinois*
•  Cidades (7): Araçoiaba da Serra/SP, Carapicuiba/SP, Guarulhos/SP, Itu/SP, Mogi das Cruzes/SP, Santana de Parnaíba/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (11): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), André Fernandes (1578-1641), Balthazar Fernandes (1577-1670), Benta Dias Fernandes (n.1590), Braz de Piña (1565-1643), Clemente Álvares (1569-1641), Diogo de Unhate (1535-1617), Gaspar Cubas Ferreira (1564-1648), Gaspar de Godói Moreira, João de Godoy Moreira (n.1610), Maria Alvares (1554-1628)
•  Temas (9): Apiassava das canoas, Bituruna, vuturuna, Cabusú, Jatuabi, Pirapitinguí, Rio Anhemby / Tietê, Rio Goyaó, Rio Paraíba, Serra de Jaraguá
    Registros relacionados
16 de novembro de 1609, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:36:08
1°. A primeira carta de sesmaria concedida junto às terras dos índios do aldeamento de São Miguel data de 16 de novembro de 1609, em nome de Maria Alvares
- 1609 - Diogo de Onhate - R. Paraíba (Mogi) - 5,400[p. 398]- 1609 - Francisco N. Coelho - Serra do Itapetí - 2,700- 1609 - Matias de Oliveira - São Miguel - 540- 1609 - Pedro Dias Pais - Embù- 1609 - Gaspar Cubas - São Miguel - 144- 1609 - Maria Alvares - São Miguel - 5,400- 1609 - ? Rodrigues - R. Guaió - 5,400- 1609 - Bras de Pinha - Serra Piaçaba (Mogi) - 5,400- 1609 - Matias Rodrigues - Jatuaí (Sorocaba?) - 10,800- 1609 - Clemente Alvares - Jatuaí - 5,400- 1609 - Manuel Fernandes - Rio Abaixo (Parnaíba) - 2,700- 1609 - Manuel Fernandes, o moço - Rio Abaixo (Parnaíba) - 2,700- 1609 - João de Almeida - Mogi - 2,700- 1609 - Vicencia da Cosa - Juqueri (Parnaíba) - 2,700- 1609 - Bentas Dias - Parnaíba - 5,400 [p. 399]
Janeiro de 1610. Atualizado em 25/10/2025 15:39:30
2°. Uma carta de data do capitão Gaspar Gonçalves Conqueiro feita por mim (simão) escrivão de meia légua de terra para a banda de Birassoiaba rio abaixo do Anhembi feita em janeiro de 1610 anos*
Terras "ocupadas":
- 1610 - Domingos de Gois - R. Guaió - 5,400
- 1610 - Pr. João Alvares - Between R. Paraíba and Tiete (Mogi) - 3,700
- 1610 - Domingos Agostim - Mogi - 2,700
- 1610 - Salvador Pires - Jatuaí, Biraçoiaba (Sorocaba) - 5,400
- 1610 - Lucas Fernandes - Goibiatinga (Parnaíba) - 2,700
- 1610 - Antonio Camacho R. Cabuçu (Guarulhos) - 2,700
- 1610 - Henrique da Costa - Biraçoiaba - 2,700
- 1610 - João Rodrigues - Biraçoiaba - 2,700 [p. 400]
6 de fevereiro de 1610, sábado. Atualizado em 31/08/2025 04:30:58
3°. Traslado de uma carta de dada de Terras de Henrique da Costa morador em São Paulo
Terras "ocupadas":
- 1610 - Domingos de Gois - R. Guaió - 5,400
- 1610 - Pr. João Alvares - Between R. Paraíba and Tiete (Mogi) - 3,700
- 1610 - Domingos Agostim - Mogi - 2,700
- 1610 - Salvador Pires - Jatuaí, Biraçoiaba (Sorocaba) - 5,400
- 1610 - Lucas Fernandes - Goibiatinga (Parnaíba) - 2,700
- 1610 - Antonio Camacho R. Cabuçu (Guarulhos) - 2,700
- 1610 - Henrique da Costa - Biraçoiaba - 2,700
- 1610 - João Rodrigues - Biraçoiaba - 2,700 [p. 400]
7 de agosto de 1610, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:15:21
4°. “João Rodrigues morador nesta villa de São Paulo que elle está de caminho ao termo de Obiraçoyava”
Terras concedidas:
- 1610 - Domingos de Gois - R. Guaió - 5,400
- 1610 - Pr. João Alvares - Between R. Paraíba and Tiete (Mogi) - 3,700
- 1610 - Domingos Agostim - Mogi - 2,700
- 1610 - Salvador Pires - Jatuaí, Biraçoiaba (Sorocaba) - 5,400
- 1610 - Lucas Fernandes - Goibiatinga (Parnaíba) - 2,700
- 1610 - Antonio Camacho R. Cabuçu (Guarulhos) - 2,700
- 1610 - Henrique da Costa - Biraçoiaba - 2,700
- 1610 - João Rodrigues - Biraçoiaba - 2,700 [p. 400]
23 de setembro de 1619, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:52
5°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas




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  30/10/2025 08:44:19º de
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Novembro de 1929
Atualizado em 28/10/2025 08:40:05
“Urbanismo incipiente seiscentista”, Afonso d´Escragnolle Taunay. Revista Ilustração Brasileira*
Cidades (4): Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
Pessoas (7): Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Aleixo Jorge (1580-1642), André Fernandes (1578-1641), Belchior de Borba Gato (1610-1669), Belchior de Godoy (n.1595), Francisco de Paiva
Temas (16): “o Rio Grande”, Abangobi, Ambuaçava, Butantã, Caminho de Piratininga, Capitania de São Vicente, Dinheiro$, Estrada Real, Gados, Guaré ou Cruz das Almas, Jurubatuba, Geraibatiba, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, São Paulo de Piratininga, Tabatinguera, Vale do Anhangabaú
Ilustração Brasileira
Data: 1929Página 32
    Registros relacionados
23 de maio de 1587, sábado. Atualizado em 24/10/2025 20:16:10
1°. “esta vila passava de cem moradores e tem cinco ou seis caminhos e uma ponte (...) fazer a ponte grande”. Ausência de Sardinha
Onde ficava

Pinheiros não era: Á medida que se povoaram os arredores de São Paulo, cresciam as obras públicas. Assim vemos a 30 de janeiro de 1687 as providências ordenadas em correição geral pelo Ouvidor Geral Thomé de Almeida Oliveira sobre a fatura da ponte de Pinheiros sobre o rio Jurubatuba (Pinheiro) “com seus aterrados de ponto a ponto” ajustando-se a obra entre a Câmara e o Reitor do Colégio. A ela deviam concorrer com quotas as Câmaras interessadas: Parnaíba, Itú, Sorocaba e os moradores dos bairros seus tributários. [Página 34]
19 de julho de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:54
2°. Sessão
1610. Atualizado em 23/10/2025 15:41:07
3°. Sorocaba (data estimada)
A 5 de setembro de 1610, como estivesse a villa com muito má apparencia, mandava pôr a Camara escriptos á porta conselho e da egreja matriz, para que todos caiassem suas casas sob pena de dois mil réis de multa.
5 de setembro de 1610, domingo. Atualizado em 01/09/2025 04:18:07
4°. Mandava pôr a Camara escriptos á porta conselho e da egreja matriz, para que todos caiassem suas casas sob pena de dois mil réis de multa
A 5 de setembro de 1610, como estivesse a villa com muito má apparencia, mandava pôr a Camara escriptos á porta conselho e da egreja matriz, para que todos caiassem suas casas sob pena de dois mil réis de multa.
18 de abril de 1620, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:45:13
5°. Decidiu a Câmara salvaguardar a serventia da entrada da vila por meio do caminho para o rio e caminho real muito antigo e estar a vila de posse dele "ab initio".
1 de setembro de 1622, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:27
6°. Relatava o procurador aos parceiros quanto estavam danificados os caminhos, pontes e serventias da vila, sobretudo a ponte da fazenda, outrora de Afonso Sardinha, onde chamavam Ibatatá ou Tabatinguera e Guarepe
Em 1 de setembro de 1622 relatava o procurador aos parceiros quanto estavam danificados os caminhos, pontes e serventias da vila, sobretudo a ponte da fazenda, outrora de Afonso Sardinha, onde chamavam Ibatatá ou Tabatinguera e Guarepe.

Convocaram-se os moradores dos bairros para tal serviço e como fosse sobretudo o gado de Aleixo Jorge o grande danificador da ponte de Tabatinguera recebeu ele a intimação de a concertar. Deu-se por intimado, notificando a Camara de que, apenas voltasse de Santos a sua gente, ele faria todo o serviço á sua custa.
15 de fevereiro de 1625, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:24:19
7°. estando caída a ponte do ribeiro "anangahú", caminho de "Piratininga", ordenou a Câmara a Amador Bueno, Salvador, João Pires, Ascenso Ribeiro, Antonio Lourenço que a restabelecessem, sob pena de 500 réis de multa
22 de novembro de 1632, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:12
8°. O termo de 22 de novembro de 1632 fala na ponte desmanchada de "botantan" e o de 27, na de Guarape. Fato curioso se deu, provocada pela desordem contínua que á vila trazia a presença de animais errabundos nas ruas. Multou a Câmara por não trazerem seus animais presos a Aleixo Jorge e Bartholomeu Fernandes.
1638. Atualizado em 25/02/2025 04:45:13
9°. 11862
1651. Atualizado em 30/08/2025 02:05:00
10°. A Câmara concedeu terras a Henrique da Cunha entre os dous ribeiros “aguada desta villa chamados Anhangobay e Hiacuba”
1675. Atualizado em 25/02/2025 04:45:13
11°. Em 1675 o Dr. Pedro de Unhão Castella Branco parece indicar que já havia uma ponte sobre o Tietê
Um dos capítulos da correição de 1675, a do Dr. Pedro de Unhão Castella Branco, perece indicar que já nessa data havia uma ponte sobre o Tietê. "Proveu mais que a serventia do Rio de guaré e dos pinheiros obriguem aos oficiais da Câmera aos moradores que lá tem suas fazendas e sítios que façam as pontes dos rios e aterrados e caminhos alias o mandem fazer os ditos officiais da câmara a sua custa, e cobrem delles os gastos que se fizer pro rata executivamente".

Obra de vulto é a que solenizaria a passagem do século XVII, a construção da “ponte do Rio Grande de Guaré” (o Tietê), a tão popular Ponte Grande, apostrofada por Castro Alves, em versos de outrora celebres e hoje ainda frequentemente citados. (...) Era a primeira obra de grande engenharia que se realizava na capitania de São Vicente. (Página 34)
30 de janeiro de 1687, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:13
12°. Correição
Á medida que se povoavam os arredoes de São Paulo, cresciam as obras públicas. Assim vemos a 30 de janeiro de 1687 as providências ordenadas em correição geral pelo Ouvidor Geral Thomé de Almeida Oliveira sobre a fatura da ponte de Pinheiros sobre o rio Jurubatuba (Pinheiro) "com seus aterrados de ponto a ponto" ajustando-se a obra entra a Câmara e o Reitor do Colégio. A ela deviam concorrer com quotas as Câmaras interessadas: Parnahyba, Ytú, Sorocaba e os moradores dos bairros seus tributários.
30 de janeiro de 1687, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:46
13°. Construção de mais vilas ao sul e da primeira ponte de madeira destinada a atravessar rio, em 1687, pelos habitantes de Santana do Parnaíba, Itu, Sorocaba e Pinheiros
Á medida que se povoaram os arredores de São Paulo, cresciam as obras públicas. Assim vemos a 30 de janeiro de 1687 as providências ordenadas em correição geral pelo Ouvidor Geral Thomé de Almeida Oliveira sobre a fatura da ponte de Pinheiros sobre o rio Jurubatuba (Pinheiro) “com seus aterrados de ponto a ponto” ajustando-se a obra entre a Câmara e o Reitor do Colégio. A ela deviam concorrer com quotas as Câmaras interessadas: Parnaíba, Itú, Sorocaba e os moradores dos bairros seus tributários.




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Mapa
1560. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (6): Santo Amaro/SP, Sorocaba/SP, Itapecirica da Serra/SP, Santo André/SP, São Paulo/SP, Carapicuiba/SP
 Pessoas (1) Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960)
 Temas (19): Caminho do Mar, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Jurubatuba, Geraibatiba, Piqueri, Rio Geribatiba, Rio Piratininga, Geografia e Mapas, Rio Tamanduatei, Trilha dos Tupiniquins, Tupiniquim, Caminho do Padre, Caminho do Piquiri, Estradas antigas, Guarapiranga, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Caminho até Mogi





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Mapa de José Custódio de Sá e Faria
1775. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (7): Araçariguama/SP, Barueri/SP, Carapicuiba/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Sorocaba/SP
 Temas (11): Apoteroby (Pirajibú), Araritaguaba, Avecuia, “terra que cai”, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Estradas antigas, Geografia e Mapas, Pirapitinguí, Putribú, Rio Anhemby / Tietê, Rio Pirajibú, Rio Sorocaba





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1956
Atualizado em 29/10/2025 11:18:22
Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969)
•  Cidades (5): Assunção/PAR, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (25): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Bartyra/M´Bcy (Isabel Dias) (1493-1580), Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco Pires, João de Azpilcueta Navarro, João Ramalho (1486-1580), José de Anchieta (1534-1597), Luís da Grã (n.1523), Luis de Góes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Matheus Nogueira, Mem de Sá (1500-1572), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Pedro Collaço Vilela, Pedro Dias (f.0), Pero (Pedro) de Góes, Pero Correia (f.1554), Quirino Caxa (1538-1599), Serafim Soares Leite (66 anos), Suzana Dias (1540-1632), Tomé de Sousa (1503-1579), Vicente Rodrigues
•  Temas (16): Bilreiros de Cuaracyberá, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Canibalismo, Capitania de São Vicente, Carijós/Guaranis, Estradas antigas, Jeribatiba (Santo Amaro), Jesuítas, Maniçoba, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Rio Geribatiba, São Paulo de Piratininga, Vila de Santo André da Borda
Monumenta Brasiliae
Data: 1956
Créditos: Serafim Soares Leite (1890-1969)
Página 41
    Registros relacionados
9 de agosto de 1549, sexta-feira. Atualizado em 27/10/2025 23:16:01
1°. “procissão com grande música, a que os respondiam os trombetas. Ficaram os índios espantados de tal maneira, que depois pediam ao Pe. Navarro que lhes cantasse assim como na procissão fazia” (2000:41).
(Anchieta em 1555) Além destes índios, há ouro gentio espalhado ao longe e ao largo, a que chamam Carijós (Carijós os Guaranis, cuja menção se encontra já nas primeiras cartas de Nóbrega. Carta de 9 de agosto de 1549.), nada distinto destes quanto à alimentação, modo de viver e língua, mas muito mais manso e mais propenso às coisas de Deus, como ficámos sabendo claramente da experiência feita com alguns, que morreram aqui entre nós, bastante firmes e constantes na fé. Estes estão sob o domínio dos Castelhanos, a quem de boa vontade constróem as casas e de boa mente ajudam a obter as coisas necessárias à vida. [Página 212 do pdf]
29 de agosto de 1553, sábado. Atualizado em 25/10/2025 01:54:02
2°. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues"
A narrativa impessoal diz que "se viu" e Nogueira, de fato, poderia não estar presente, mas Nóbrega "viu" em pessoa. Depois de fundar a Aldeia de Piratininga em 29 de agosto de 1553, seguiu para Maniçoba com um Irmão "grande" (Antonio Rodrigues) e quatro ou cinco Irmãos "pequenos" (meninos). Os tupinaquins iam matar em terreiro e comer, "uns índios carijós".

Nóbrega procurou evitar o morticínio, sem o alcançar. (Foram estas e outras verificações positivas e pessoais, que o levaram ao plano de 1558, que Mem de Sá executou). Antonio Rodrigues e os Irmãos "pequenos" pregaram e "converteram" aqueles nativos que iam ser mortos; e também aqui os matadores impediam o batismo e os vigiavam muito bem, dizendo que, se eles se batizassem que comesse a sua carne morreria. [p. 437, 438 e 439 do pdf]
18 de julho de 1554, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:39:00
3°. Carta de Pero Correa ao Pe. Braz Lourenço
A narrativa impessoal diz que "se viu" e Nogueira, de fato, poderia não estar presente, mas Nóbrega "viu" em pessoa. Depois de fundar a Aldeia de Piratininga em 29 de agosto de 1553, seguiu para Maniçoba com um Irmão "grande" (Antonio Rodrigues) e quatro ou cinco Irmãos "pequenos" (meninos). Os tupinaquins iam matar em terreiro e comer, "uns índios carijós".

Nóbrega procurou evitar o morticínio, sem o alcançar. (Foram estas e outras verificações positivas e pessoais, que o levaram ao plano de 1558, que Mem de Sá executou). Antonio Rodrigues e os Irmãos "pequenos" pregaram e "converteram" aqueles nativos que iam ser mortos; e também aqui os matadores impediam o batismo e os vigiavam muito bem, dizendo que, se eles se batizassem que comesse a sua carne morreria.

O fato é contado em pormenor pelo Irmão Pero Correia, que tinha ido adiante de Nóbrega, e provavelmente também assistiu a matança, na carta de 18 de julho de 1554 (supra, carta 17). Ao nativo, que se ofereceu para os batizar secretamente ("para que aqueles morressem cristãos"), parece referir-se Nóbrega. [Diálogo sobre a conversão do gentio do P. Nóbrega. Baía 1556-1557. Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 437, 438 e 439 do pdf]

E muitos outros da Aldea, os quais ainda que alguns não deixem a vida viciosa por exemplo de outros maus cristãos que vem, todavia se crê deles terem fé, pois o principal pecado e que lhe mais estranham, deixaram, que é matarem em terreiro e comerem carne humana. Quem não sabe que indo à guerra estes e tomando contrários os mataram e enterraram? E pera mais vos alegrar, tão bem vos direi que se vio na Mandisoba, onde se matavam uns índios Carijós, outro índio, que com os Padres andava, oferecer-se com grande fervor e lágrimas a morrer pela fé, só porque aqueles morressem cristãos, e outros muitos casos particulares que acontecem cada dia, que seria largo contar.
6 de outubro de 1554, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:41
4°. Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos
Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos. [Monumenta Brasiliae, 1956. Serafim Soares Leite (1890-1969). Páginas 292, 293 e 294 do pdf]
15 de março de 1555, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:04
5°. Carta de José de Anchieta ao Padré Inácio de Loyola
1557. Atualizado em 25/10/2025 23:19:52
6°. “Pois que direi de suas filhas, duas, a qual melhor cristã! Que direi da fé do grão velho Cayobi, que deixou sua aldeia e suas roças e se veio morrer de fome em Piratininga por amor de nós cuja vida e costumes e obediência a amostra bem ha fé do coração”
1558. Atualizado em 25/02/2025 04:40:21
7°. Manoel da Nóbrega convenceu o governador Mem de Sá a baixar "leis de proteção aos índios", impedindo a sua escravização
8 de maio de 1558, sexta-feira. Atualizado em 02/09/2025 06:14:32
8°. Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres
Baía, 8 de maio de 1558 Destas cem léguas ao redor, senhoreia aquela cidade donde não há mais gente do que agora há esta cidade. E quando começaram a senhoreá-las foi con trinta ou quarenta homens somente. E não somente se contentam com terem esta senhoreada mas outros que estão antressachadas e fazem amigos uns com os outros e os que não guardam as pazes são castigados e fazem deles justiça os castelhanos como poucos dias há aconteceu que fizeram aos Índios de São Vicente que confinam com os Carijós por quebrantarem as pazes, que o Capitão do Paraguai havia feito uns com os outros, e outras muitas experiências que se tem tomado desta geração, que eu tenho ouvido e lido e alguma coisa visto. [Carta do Padre Manuel da Nóbrega ao Padre Miguel de Torres, 8 de maio de 1558. Páginas 550 e 551 do pdf]
12 de agosto de 1560, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:52:04
9°. Registro de terras
Posse da Sesmaria de Geraibatiba no campo de Piratininga Campo de Piratininga, 12 de agosto de 1560:

1. Saibam quantos este instrumento de posse de humas terras de dadas, mandada dar por autorydade de justiça com ho teor do auto da pose vyrem:

2. E loguo, por mim tabelião, foy dado pose da dyta terra e mato, que parte de huma banda por uns pinheiros perto de Bartolomeu Carrasco, parte com ha outra parte vyndo pelo caminho ao longo do mato, caminho da Borda do Campo. [Página 270]
27 de agosto de 1562, segunda-feira. Atualizado em 27/08/2025 06:47:17
10°. Manuel da Nóbrega solicita uma légua de terras próximas ao Rio Jeribatiba
São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga)

Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc.

Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi.

2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [p. 42 e 43]
1563. Atualizado em 23/10/2025 15:36:39
11°. Aberto caminho
São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga)

Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc.

Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi.

2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [Páginas 42 e 43]
14 de março de 1564, sábado. Atualizado em 28/10/2025 10:27:35
12°. Carta de Sesmaria: Mestre Bartholomeu e Bartholomeu Carrasco
São Vicente 14 de março de 1564. Permuta de terras, confirmação e registro da sesmaria de Geraibatiba (Piratininga)

Pedro Colaço, Capitão em esta Capitania de São Vicente pelo Senhor Martim Afonso de Souza, Senhor da Vila d´Alcantara e de Rio Maior, Capitão e Governador desta Capitania por El-Rey nosso Senhor, e do seu Conselho, etc.

Faço saber a quantos esta minha carta de dada de terra de Sesmaria virem como por o Reverendo Padre Manoel da Nóbrega da Companhia de Jesus, residente nas casas do colégio que esta em esta Capitania estão, me foi feita uma petição por escrito, em a qual dizia em como o Governador Martim Afonso de Souza deu à Companhia e Colégio desta Capitania duas léguas de terra em quadra junto de Piratininga; e por quanto isto era em muito dano dos moradores da Vila de São Paulo, e não lhe ficaram terras para fazerem suas roças ali perto da Vila, o Padre Luiz da Grã, Provincial, e os mais Padres foram contentes, por razão do bem comum e por fazerem boa obra aos ditos moradores, de alargarem ali, com lhes demarcarem em outra parte; e foram demarcadas por mandado do Capitão Francisco de Moraes, e dado posse delas, começando na borda do mato, no caminho, que vem de Piratininga para este mar, o novo, que este ano passado se abriu, caminho do Rio de Jerobatiba, e de largura lhe demarcarão uma légua, que poderá haver, entre mestre Bartholomeu e seus herdeiros da banda do leste, e entre Bartholomeu Carrasco da parte leste, que está para a tapera de Jerebatiba vindo da Borda do Campo, vila que foi de Santo Andre, para a Aldeia de Tabaratipi.

2. E, porquanto na dita légua, que assim foi demarcada, e nela agora ter ali Gabriel Martins meia légua dada por Francisco de Moraes primeiro que se desse e demarcasse à dita Casa, assim mesmo a terra dos herdeiros de Mestre Bartholomeu tem a maior parte do que fica, pelo que me pedia havendo respeito a serem já dadas as ditas duas léguas de terras à Companhia pelo dito Senhor Martim Afonso de Souza, Capitão e Governador desta Capitania, e serem para os Colégios da dita Capitania para nelas fabricarem seus mantimentos e criações, de que resulta o bem comum e tanto proveito público, que houvesse por bem de lhes dar para a dita Companhia para seus Colégios uma légua de terras partindo d´Aldeia que se chamam dos Pinheiros pelo Rio de Jerebatiba abaixo, caminho de (...), chegando até Jerabatiaçaba, que assim se chama pela língua dos nativos, até d´onde chegar a dita légua direita e de largura outro tanto, do rio, pelo mato, que vai para Piratininga, em o que "receberão" muita claridade; [Páginas 42 e 43]




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2007
Atualizado em 29/10/2025 11:18:11
Memorial Açoriano, Tomo XXV. ALVES, Luiz Antônio. Ed. do autor. Caxias do Sul
•  Cidades (3): Laguna/SC, Sorocaba/SP, Taubaté/SP
•  Pessoas (8): Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco Jorge (f.0), Henrique da Cunha Gago (1593-1665), Isabel Rodrigues (Bonilha) (1585-1662), João Pereira Botafogo (1540-1627), Jorge Moreira (n.1525), Lourenço Gomes Ruxaque, Maria da Peña (1540-1615)
•  Temas (2): Ambuaçava, Jurubatuba, Geraibatiba
    Registros relacionados
8 de novembro de 1647, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:43:20
1°. Falecimento de Francisco Jorge
1 de novembro de 1662, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:43:20
2°. Falecimento de Isabel Rodrigues




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“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior
1969. Atualizado em 23/10/2025 15:57:17
Relacionamentos
 Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (34) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Américo de Moura (18 anos), Baltazar Carrasco dos Reis (1617-1697), Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartholomeu Fernandes Cabral (1518-1594), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Clemente Álvares (1569-1641), Cornélio de Arzão, Domingos Luís Grou (1500-1590), Emerenciano Prestes de Barros Filho (1909-1975), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco de Souza Neto (1610-1674), Francisco Lopes Pinto, Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (1575-1611), Jacques Oalte, José de Anchieta (1534-1597), Leonardo Nunes, Luis de Sousa, 4º senhor de Beringel (f.1577), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Matheus Nogueira, Mestre Bartolomeu Camacho (n.1500), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Sen. Vergueiro (1778-1859), Orville Derby (48 anos), Pedro Sardinha (1580-1615), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Serafim Soares Leite (9 anos), Suzana Dias (1540-1632), Theodoro Knecht, Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855)
 Temas (20): Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Dinheiro$, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Pela primeira vez, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Pirajibú, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Ibituruna, Ybyrpuêra

Registros mencionados (2)
1. Registro de terras
12 de agosto de 1560

Antes vem o mestre Bartolomeu Fernandes, que o Autor apresenta como Bartolomeu Gonçalves e tinha ainda tratado e respondendo pela alcunha de Bartolomeu Carrasco, ferreiro contratado no Reino para atender, por dois anos, os reclamos de obras de ferro da armada e dos integrantes desse primeiro estabelecimento luso em solo brasileiro.

A alcunha de "Carrasco", no ambiente vicentino de então, era designativa do ofício de "ferreiro". Pondo-se à margem a interpretação dada à alcunha de "Carrasco", o certo é que é Américo de Moura (1881-1953) em "Os Povoadores do Campo de Piratininga", escreve: "Um mestre Bartolomeu, cujo apelido era Carrasco, em 1560, era senhor de terras no planalto à beira do Jurubatuba, e em 1571 já era falecido, tendo deixado herdeiros. [Página IV]
2. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri
11 de novembro de 1560

Mestre Bartholomeu prestou valiosos serviços na fundação de Santos e, afeiçoando-se à nova terra, veio, após cumprir o prazo de sua contratação, fixar-se, para sempre, nos Campos de Piratininga (peixe sêco), tornado-se um dos seus primeiros povoadores e Senhor de grande trato de terras nas bandas de Jeribatuba (sítios dos Jiribás), ás margens do rio deste nome, hoje conhecido por Pinheiros, então encravado nos domínios do grande Cacique Caiubi.

Tudo indica que Mestre Bartholomeu, falecido em torno de 1566, não só deixou descendência ativa, que também se devotou á sua arte produzindo pequenos artefatos de ferro comerciados ao longo do Jurubatuba, do Anhembi e do Tamanduateí, mas ainda instalou forja á margem esquerda do Jurubatuba, cuja existência, em 1554, foi citada por Anchieta, que mais tarde, em torno de 1560, fundou nas proximidades, a aldeia de Santo Amaro.
Registros mencionados (36)
1500 - Nascimento de Bartolomeu Camacho [27377]
1505 - Possível nascimento do Mestre Domingos Gonçalves [237]
1518 - Possível nascimento [267]
03/12/1530 - A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa [12955]
22/01/1532 - Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” [9728]
1535 - Meste Bartholomeu frequentara estas paragens [24541]
1540 - Casamento de Rodrigo Alvares e Catarina Ramalho [26931]
1553 - Procurador do Concelho [474]
1554 - Portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo [26207]
25/01/1555 - Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia [20150]
1559 - Leonardo Nunes e o noviço Mateus Nogueira chegam à São Paulo [32077]
12/08/1560 - Registro de terras [23327]
11/11/1560 - Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri [15157]
29/01/1561 - Morre em Piratininga o irmão Matheus Nogueira, coadjutor temporal, ferreiro de sua profissão, e primeiro religioso que a Companhia adquiriu nestas partes [20812]
14/03/1564 - Carta de Sesmaria: Mestre Bartholomeu e Bartholomeu Carrasco [22713]
26/01/1566 - “Tudo indica o falecimento de Mestre Bartholomeu” [21045]
03/09/1571 - Documento [27234]
04/02/1572 - “confirmando a mudança do nome de Domingos para Bartolomeu” [27233]
19/06/1578 - Intimou-se o único ferreiro da vila de São Paulo, para que, sob pena de dez cruzados, abstivesse de ensinar o seu ofício de ferreiro aos indígenas, “porque seria grande prejuízo da terra” [21051]
1579 - Mestre Bartholomeu “foi intimado e não ensinar seu ofício a um mameluco ou nativo de sua adoção” [25785]
1580 - Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias [6760]
16/08/1586 - O procurador Francisco Sanches soube que Domingos Fernandes forjava no sertão. Os demais vereadores o teriam tranquilizado, alegando que “os Fernandes” eram os primeiros ferreiros de São Paulo e que este havia partido para a selva em companhia do governador Jerônimo Leitão, razão pela qual nada se poderia fazer [21053]
13/11/1592 - Em seu Testamento descreve seus bens, especialmente uma grande Fazenda em Amboaçava, onde Braz Cubas teria “umas cruzes de pedras” [7944]
14/07/1601 - Dom Francisco mudou o pelourinho, enviou moradores mas somente os "Sardinha" tinha autorização de entrar nas minas de "Obiracoyava" [9119]
19/03/1605 - Convocação de D. Francisco de Sousa [24537]
15/07/1608 - D. Francisco no posto de governador e administrador das minas do Espirito Santo, Rio de Janeiro e S. Paulo, separadas do governo geral da Bahia por provisão régia assinada em Lerma [23204]
1610 - Cornélio Arzão teria erguido a matriz de São Paulo [21060]
01/06/1610 - Francisco de Souza chega em São Paulo* [26582]
31/10/1610 - Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro [20606]
1618 - Cornélio de Arzão foi excomungado, encarcerado e seus bens sequestrados [25289]
23/09/1619 - André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas [19190]
1624 - Clemente [26375]
1645 - Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba [11082]
1797 - “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) [22667]
1822 - Memória Histórica Sobre a Fundação da Fábrica de Ferro de S. João de Ipanema, 1822. Senador Vergueiro (1778-1859) [25019]
1952 - Os Povoadores do Campo de Piratininga. Américo de Moura [2607]





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1913
Atualizado em 28/10/2025 08:40:04
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo vol. XVIII
Cidades (6): Alambari/SP, Itu/SP, Santos/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Votorantim/SP
Pessoas (12): Artur de Sá e Meneses (f.1709), Brás Cubas (1507-1592), Conde de Val de Reis, Dom Pedro I (1798-1834), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), João Furtado de Mendonça, Manoel Rodrigues de Oliveira, Paschoal Affonso Gaya, Paschoal Fernandes, Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Tomé de Sousa Correa
Temas (11): Enguaguassú, Fortes/Fortalezas, Hospitais, Jurubatuba, Geraibatiba, Morpion, Pela primeira vez, Peru, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Sorocaba, Santa Casa da Misericórdia
Revista do Instituto e Geográfico de São Paulo. Vol. XVIII
Data: 1913Página 71
    Registros relacionados
25 de setembro de 1536, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:23
1°. Concessão a Bras Cubas / Pascoal Fernandes e Domingos Pires já tinham estabelecido, a leste do ribeiro de São Jerônimo, depois chamado de “Montserrate”
Bras Cubas (...) e, mais tarde, em 1536, obteve de Anna Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso de Souza, referido donatário, doação de terras nas margens do rio Jeribatiba, hoje denominado Jurubatuba, terras estas fronteiras ao local onde hoje se assenta a cidade de Santos (...) [Página 16]
10 de agosto de 1540, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:42:24
2°. Terras para Bras Cubas
1543. Atualizado em 24/10/2025 02:34:41
3°. Bras Cubas funda aí uma casa de misericórdia, primeiro estabelecimento do gênero criado no Brasil
Com o hospital foi também fundada a povoação, que devia servir de base á cidade actual, preponderando, para isso, no animo do Braz Cubas a convicção de que assim evitava o incommodo de fazer viagens largas, quando lhe fosse necessário ir á villa, e a dita povoação ficava mais próxima á sua fazenda e em sitio mais adequado para o embarque e desembarque dos navios, como elucida Frei Gaspar.

Para levar a efeito este "tentamen", no anno mencionado de 1543, Braz Cubas comprou de Paschoal Fernandes e Domingos Pires as terras situadas junto ao outeiro de Santa Catharina, na face norte da Ilha do Morpion, já conhecida por Ilha de S. Vicente ; e, reconhecendo a superioridade da bahia, a que os nativos apropriadamente chamavam Enguáguassú (4), mandou roçar o mato que cobria as ditas terras, e, ativo e empreendedor como era, fundou a povoação de fogo morto, com o nome de porto da vila de s. vigente, criando também, alem do hospital que teve a invocação de Santos, á semelhança de outro que existia em Lisboa com igual invocação, diferentes dependências, como um pequeno forte, que ainda existia em 1887, servindo á repartição da Guarda-Moria da Alfandega, e tendo o Pelourinho, o primeiro, levantado entre. a praia e o solo, onde hoje ainda existe a casa do Trem. [Página 17 e 18]
2 de abril de 1551, segunda-feira. Atualizado em 28/10/2025 04:32:13
4°. Santa Casa confirmada por João III
Na parte a que nos referimos diz esse traslado : «elle capitão (Martim Affonso) lhes houve por demarcadas pelas demarcações já ditas e metteu posse realmente em feito, visto já a obra que na dita Ilha tem de cannaviaes e mantimentos, e por elle dito Braz Cubas foi também pedido â elle Capitão mandasse a mim tabelliào que desse aqui a minha fé em como havia três annos que Joào Pires Cubas, seu pae, viera a esta terra com fazenda e gasto para aproveitar as ditas terras e tomar posse delias e aproveital-as, o que deixou de fazer por dita terra ser habitada por gentios nossos contrá- rios e por esse respeito não pudera nem podia aproveital-as, etc." Verifica-se, pois, pela referida escriptura, cuja cópia acha-se transcripta no volume VI da Revista do Instituto Histórico de S. Paulo, que a dita Ilha Pequena fazia parte das terras doadas ; que nella residiram Braz Cubas e seu pae ; e que, finalmente, este foi o portador da referida carta de doação em 1540.

Foi, portanto, nesta época que Braz Cubas concebeu o levado e feliz plano de fundar uma povoação, começando por uma Casa de Misericórdia; e, após, lançou os primeiros alicerces da referida povoação, que imponente hoje se ostenta á margem do canal que a circunda e que constitue, em toda a America, o porto de mais seguro abrigo. O principal motivo deste arrojado commettimento fundava-se em que «era inconveniente o surgidouro onde o rio de Santo Amaro desembocca no canal da Barra Grande e onde os navios, até tempo, davam fundo, assim aos marinheiros como aos donos das fazendas : aos primeiros por lhes ser necessário residir em porto solitário, emquanto as embarcações aqui demoravam ; e aos segundos porque conduziam para a Villa as suas cargas mais pesadas ou pela Barra de S. Vicente, com muito perigo, em canoas, ou por dentro, rodeando toda a Ilha. com viagem mais dilatada; accrescentando ainda que «os marinheiros que chegavam enfermos ou aqui adoe- ciam, depois de cá estarem, padeciam muitas necessidades por falta de se curarem.» Com estes nobres, elevados e humanitários intuitos, despertados por uma inspiração toda santa, conseguiu Braz Cubas, sob os melhores auspícios e com o concurso dos seus conterrâneos, homens bons, moradores principaes da terra, realizar tão notável emprehendimentb, erigindo nesta terra, entào inculta, um hospital e irmandade de Misericórdia que o administrasse.

De fato, um hospital, com irmandade de misericórdia, foi erigido neste local, que, a esse tempo, era mato virgem, constituindo-se, assim, a primeira confraria, no género, nesta vasta região da America Meridional; ella foi confirmada por D. João III, em Almeirim, aos 2 de Abril de 1551, como é expresso no antigo Livro de Compromisso existente no archivo daquella irmandade.

Com o hospital foi também fundada a povoação, que devia servir de base á cidade actual, preponderando, para isso, no animo do Braz Cubas a convicção de que assim evitava o incommodo de fazer viagens largas, quando lhe fosse necessário ir á villa, e a dita povoação ficava mais próxima á sua fazenda e em sitio mais adequado para o embarque e desembarque dos navios, como elucida Frei Gaspar.
8 de fevereiro de 1682, domingo. Atualizado em 21/08/2025 23:21:57
5°. Carta Régia mandando dar índios para a diligencia das minas de prata e ferro de Sorocaba, realizada por Luiz Lopes de Carvalho e Fr. Pedro de Souza
Joao Furtado de Mendonça. Eu El Rey uos inuio m.to Saudar. Vendo o que me escreveu Luis Lopes de Carvalho em carta de 15 de Julho de 1684 acerca de hauer chegado com Fr. Pedro de Souza ás minas de Sorocaba, aonde fundara huã de setenta palmos; e tirando della quantidade de pedra se não achara prata alguma, e fundardose mais a dita mina, em cento e cinco palmos, fizera o dito Fr. Pedro expiriencia, em presenca do Bispo dessa Capitania, em uma arroba de pedra, e tirara pouca prata, e q. p.a se continuar nesta diligencia necessitava de Indios, os quais lhe naõ quizerao dar das minhas Aldeas os officiaes da Camera da. villa de São Paulo nem ainda intreuindo nisso, o ditto Bispo, Me pareseo dizer-vos q tendo por conveniente a meo seruisso darem-se-lhe os Indios, que pede, lhos fareis dar, e julgando, q naõ conuem, me careis conta de tudo, q se vos offerecer, no q toca as minas de prata, e as de ferro. escrita em Lisboa aos 8 de fevereiro de 1687 Rey para o governador do Rio de Janeiro - Conde de Val de Reis 1.a via.




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1904
Atualizado em 28/10/2025 08:40:03
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Iperó/SP, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
Pessoas (12): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Clemente Álvares (1569-1641), Domingos Ferreira Pereira, Francisco de Sousa (1540-1611), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), José de Anchieta (1534-1597), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541), Pedro Fernandes Sardinha (1496-1556), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855)
Temas (9): Biscainhos, Fazenda Ipanema, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Rio Geribatiba, Rio Ypanema, Serra da Mantiqueira
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX
Data: 1904Página 23
    Registros relacionados
1531. Atualizado em 24/10/2025 02:38:05
1°. Suposto nascimento de Affonso Sardinha
Foi Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597.A insistência com que Taques o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira.Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal.Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar.É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos.Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica.Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [p. 25, 26 e 27]
12 de julho de 1552, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:14
2°. Uma das primeiras notícias sobre a existência destas riquezas se deu através de uma carta do bispo Pedro Fernandes Sardinha ao rei
Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata.

(...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver.

A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja.

Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião. [p. 21 e 22]
13 de julho de 1552, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
3°. Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba
Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata.

(...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver.

A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja.

Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião.

Em todo caso, é certo que nas proximidades de Santos e de São Paulo esses minérios existiam, na zona em que era natural fossem mais ativas as pesquisas. Era lógico, pois, aceitar o alvitre sugerido por aquele sábio geólogo alemão, atribuindo a Afonso Sardinha o descobrimento dessas jazidas. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 21 e 22]
1556. Atualizado em 24/10/2025 02:38:22
4°. Afonso Sardinha é vereador da vila de Santos
Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata.

(...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver.

A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja.

Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 21 e 22]

Em todo caso, é certo que nas proximidades de Santos e de São Paulo esses minérios existiam, na zona em que era natural fossem mais ativas as pesquisas. Era lógico, pois, aceitar o alvitre sugerido por aquele sábio geólogo alemão, atribuindo a Afonso Sardinha o descobrimento dessas jazidas.

Além de ser este homem conhecido e de valor, tanto que em 1556 já era vereador da Vila de Santos, tinha para provar sua competência especial o descobrimento dos minérios do morro de Biraçoyaba.

Novo elemento de prova encontra-se porém no fato de morar Sardinha em um sítio, chamado Ubatá, "junto ao rio Juribatuba que agora se diz Rio dos Pinheiros", reza a Chronologia paulista citando Pedro Taques; deste sítio, em 1604, antes, portanto, como havemos de ver, da fundação da fábrica de ferro, data ele seu testamento. Morando no local das minas, a proximidade dos primeiros pontos povoados de modo permanente pelos portugueses, não será natural atribuir-lhe a descoberta? E julga-la anterior das jazidas do termo de Sorocaba? Esta hipótese que aventamos permite conciliar vários fatos.

Ela explica a notícia dada pelo Padre Anchieta em 1554; enquanto a localização em Ypanema da primeira descoberta de Afonso Sardinha deixaria de pé a dúvida suscitada pelo largo intervalo que medeia entre a charta quadrimestral que deu a nova, e a fundação da usina de ferro do Valle das Furnas em 1590.

E a constatar essa demora de 26 anos está a rapidez das determinações doo governador D. Francisco de Souza, recebendo em 1597 a notícia de terem sido achados ouro, prata e ferro em Biraçoiaba e mandando pessoal adestrado e fazendo as nomeações necessárias no fim do mesmo ano e começo do seguinte. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 23]

Foi Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597.

A insistência com que Taques o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira.

Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal.

Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar.

É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos.

Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica.

Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 25, 26 e 27]
1 de março de 1587, domingo. Atualizado em 07/10/2025 18:09:31
5°. Gabriel está em Madrid. Notícia do Brasil, também conhecido como Tratado Descritivo do Brasil
Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 37]
1592. Atualizado em 24/10/2025 02:38:33
6°. Registros de construção de fortificações, como a de Emboaçava
Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. [Página 37]
15 de junho de 1592, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:36
7°. Avistaram a costa do Brasil (1590) ou chegaram a "sabarabussú" (1592)
Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas.
1597. Atualizado em 23/10/2025 17:21:28
8°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido
Frei Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597.
1610. Atualizado em 23/10/2025 15:41:07
9°. Sorocaba (data estimada)
O trabalho da fabrica real de Biraçoyaba, e o transporte do ferro, dos materiaes e do pessoal entre esse logar e a villa de S. Paulo não tinham conseguido estabelecer uma estrada permanente, ao longo da qual os pouzos balisassem o centro das futuras povoações. Sorocaba, por exemplo a cujo termo pertenciam as minas, só em 1610 foi fundada. Não é de estranhar, portanto, que pouco a pouco se perdesse a noção dessas jazidas metalliferas, em uma epocha na qual as vistas se voltavam preferencialmente para as pesquizas do ouro, que ia sendo descoberto em quantidades cada vez mais crescentes.
9 de junho de 1615, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:23
10°. Fazenda de Carapicuíba foi doada aos jesuítas
A insistência com que Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira.

Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal.

Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar.

É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos.

Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica.

Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 25, 26 e 27]
14 de março de 1681, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 23:56:59
11°. Lopes de Carvalho se apresenta como descobridor das minas de ferro: pena de morte
2 de maio de 1682, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:08:11
12°. Teve a honra de receber uma carta de el-rei D. Pedro recomendando-lhe ajudasse a Fr. Pedro de Sousa nas diligencias e exames das minas de prata a que era mandado, acompanhando ao dito religioso á serra de Hybirassoyaba, termo da villa de Sorocaba
A 2 de maio de 1682 mandou o príncipe, D. Pedro II, várias cartas autografadas aos paulistas mais ilustres da capitania, afim de que eles auxiliassem dedicadamente a tentativa que ia ser feita; entre outras receberam as missivas Pedro Vaz de Barros, morador da freguesia de São Roque, termo da vila de Parnaíba, Domingos de Brito Peixoto, morador na vila de Santos e Pedro Guerra Leme, residente em Cubatão. [Página 36]
28 de fevereiro de 1765, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:16
13°. Domingos Ferreira Pereira construiu uma fábrica de ferro no Araçoiaba, cerca de 3 km do engenho dos Sardinha
9 de dezembro de 1765, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:40
14°. Ofício do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís de Antônio de Sousa Botelho Mourão, Morgado de Matheus, para o ministro e secretário de estado dos negócios do reino, Sebastião José de Carvalho de Melo, Conde de Oeiras, dando-lhe conhecimento do envio da amostra do primeiro ferro extraído por Domingos Ferreira Pereira da mina junto à vila de Sorocaba e manifestando o desejo que o ferro seja o suficiente para o trabalho dos mineiros
13 de dezembro de 1765, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:55
15°. Fábrica
18 de maio de 1767, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:24
16°. Documento
Outubro de 1782. Atualizado em 25/02/2025 04:47:23
17°. Fábrica*
22 de outubro de 1825, sábado. Atualizado em 14/06/2025 21:27:49
18°. estrada
Que sobre a admissão de Colonos não se pode acrescentar ao que tão sabiamente expendeo o Brigadeiro Muller: parece que não tem lugar esta proposição para o Rio de Una nem mesmo para qualquer outro dos centros deste Distrito os quais estão mais ou menos povoados até dois e três dias de viagem.

A Ribeira não tem um só palmo de terreno que não esteja trabalhado ou com proprietário até muito acima do porto de Apiaí, o mesmo Rio Juquiá ha pouco encetado tem já um bom princípio de povoação além de bastante posses que alguns se tem ido ali fazer e de muitos outros que estão a espera que se efetua a estrada para Sorocaba para irem estabelecer-se.

7o. - Que a estrada do Rio Juquiá para a Vila de Sorocaba, pelo que pertence ao Distrito desta Vila, consta está incumbido ao zelo e atividade do Sargento Mor Bartholomeu da Costa Almeida e Cruz.
21 de abril de 2024, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:40:56
19°. Imagens de um "Índio brasileiro fazendo ferro", criadas digitalmente pelo ChatGPT




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Em 1557 Sardinha recebe a vasta região de Ybitátá em troca (escambo) da construção de uma ponte no Rio Jeribatiba para escoamento de mantimentos essenciais à villa, e aqui constitui fazenda
1557. Atualizado em 24/10/2025 02:38:22
Relacionamentos
 Cidades (4): Carapicuiba/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Afonso Sardinha, o Velho (26 anos)
 Temas (9): Bituruna, vuturuna, Butantã, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Pontes, Portos, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Serra de Ibituruna





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1730
Atualizado em 28/10/2025 04:50:33
Mapa do século XVII que abrange as regiões entre os rios Paraguai, Paraná e a costa brasileira desde Santos até o Rio Grande
Cidades (18): Apiaí/SP, Araçariguama/SP, Bituruna/PR, Botucatu/SP, Cananéia/SP, Itanhaém/SP, Itapecirica da Serra/SP, Itapeva/SP, Itararé/SP, Itu/SP, Laguna/SC, Paranaguá/PR, Paranapanema/SP, Pitanga/PR, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
Temas (43): Abangobi, Abayandava, Bituruna, vuturuna, Cachoeiras, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho Itú-Sorocaba, Caminho velho, Cristãos, Diamantes e esmeraldas, Encarnação, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Gualachos/Guañanas, Guayrá, Jardim Itanguá / Manchester, Lagoa Dourada, Lagoas, Metalurgia e siderurgia, Nossa Senhora da Candelária, Nossa Senhora da Luz, Ouro, Piqueri, Registro de Animais, Rio Apiay, Rio Capitininga, Rio Guapeí, Rio Itararé, Rio Ivahy (Guibay, Hubay), Rio Latipagiha, Rio Mboy, Rio Paranapanema, Rio Paranapitanga, Rio Pardo, Rio Piracicaba, Rio Pirapo, Rio Sarapuy, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, San Xavier del Yupabay, Serra de Ibituruna, Serra de Ibotucatu, Vila de Nossa Senhora da Ponte, Ybitirembá
Mapa do século XVII que abrange as regiões entre os rios Paraguai, Paraná e a costa brasileira desde Santos até o Rio Grande
Data: 1700
Créditos: 01/01/1700
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1 de fevereiro de 1516, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:48
1°. João Dias Solis penetrou na emboucadura do Rio da Prata




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12 de junho de 1842, domingo
Atualizado em 28/10/2025 05:01:17
Ofício do Barão de Caxias ao Barão de Monte Alegre
Cidades (3): Cotia/Vargem Grande/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
Pessoas (2): José da Costa Carvalho, Luís Alves de Lima e Silva
Temas (2): Pontes, Revolução Liberal
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  31/10/2025 18:13:19º de
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1952
Atualizado em 29/10/2025 11:18:23
Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9
•  Cidades (18): Barueri/SP, Boituva/SP, Cananéia/SP, Embu das Artes/SP, Iguape/SP, Itapetininga/SP, Mogi das Cruzes/SP, Mogi Guaçu/SP, Mogi Mirim/SP, Paracatu/MG, Paranaguá/PR, Piedade/SP, Registro/SP, Salvador/BA, São Bernardo do Campo/SP, São Miguel Arcanjo/SP, Sete Barras/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (30): Afonso d´Escragnolle Taunay (76 anos), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Aleixo Garcia (f.1526), Alfredo Ellis Júnior (56 anos), Álvaro Luís do Valle, Américo Vespúcio (1454-1512), André de Leão, Antonio de Aguiar Barriga (1600-1655), Ascenso Ribeiro, Pedro Fernandes Sardinha (1496-1556), João Capistrano Honório de Abreu (1853-1923), Diogo Botelho, Gaspar Gonçalves Conqueiro, Gaspar Vaz Guedes (n.1560), Giovanni Mã de Agostini, Hernando Arias de Saavedra (1561-1634), João Lourenço Rodrigues (83 anos), Joaquim de Sousa Mursa (1828-1893), Júlio Prestes de Albuquerque (1882-1946), Luis de Sousa, 4º senhor de Beringel (f.1577), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Preto (1559-1630), Nicolau Barreto, Orville Derby (1851-1915), Pandiá Calógeras (1870-1934), Pero Lobo, Rodrigues Alves (1848-1919), Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), Washington Luís Pereira de Sousa (83 anos), Duarte da Costa (1505-1560)
•  Temas (36): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Bairro Itavuvu, Boigy, Caminho até Cananéa, Caminho do Piquiri, Caminhos até Piedade, Carijós/Guaranis, Estrada Real, Ferrovias, Guayrá, Guerra de Extermínio, Itapeva (Serra de São Francisco), Jeribatiba (Santo Amaro), Jurubatuba, Geraibatiba, Lagoa Dourada, Pelourinhos, Peru, Piqueri, Pitanguy, Quilombos, Rio Anhemby / Tietê, Rio das Velhas, Rio Latipagiha, Rio Mboy, Rio Mogy, Rio São Francisco, Rio Waivaicari, Vaivary, Verde, Serra de Paranapiacaba, Temiminós, Tordesilhas, Tropeiros, Villeta, “George Oetterer”, Caaguacu, Caminho do Mar, Rio da Ribeira, o Isubay
Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9
Data: 1952
Página 734 do pdf
    Registros relacionados
1525. Atualizado em 28/10/2025 10:46:28
1°. Aleixo Garcia organizou uma expedição com centenas de índios
Cabe a Cananéa, como se vê, a glória de ter sido berço da primeira bandeira que de terras paulistas se embrenhou nos sertões do Continente. Entretanto, quer parecer que a de Pero Lôbo não foi a única dessas expedições que daquele sítio partiu. Segundo alguns historiadores teria sido Aleixo Garcia, também alí saído, pelo chamado "caminho do Paraguai", em busca do Perú, país que logrou alcançar entre Mizque e Tomina.

Limite meridional da região em que viviam os tupis, porque, para o Sul, até a lagoa dos Patos, habitavam os Carijós, justamente sobre o seu território era que vinha atingir o litoral, no dizer, ainda, de outros historiadores, o "meridiano" de Tordesilhas que separava em terras do Novo Mundo o domínio luso do de Castela. Dai a afirmativa do cosmógrafo Vespúcio, que de Cananéa para o Sul - "todo lo mas es de Castella". [Página 70]
16 de novembro de 1530, domingo. Atualizado em 07/10/2025 04:09:24
2°. Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada
Dir-se-á que o erudito cronista não podia fazer tal confusão. Mas, a verdade é que ela seria muito mais explicável do que certos lapsos que se encontram na referida obra, aliás valiosíssima. Citaremos três casos que nos parecem bastante significativos.

O primeiro é relativo ao rio Pinheiros, o chamado Jerabaty num dos documentos apontados na seção I desta nota, e cuja denominação indígena se escrevia por diversas formas, uma das quais, a de Jurubatuba, é e mais conhecida e também a mais adulterada. Escreve Azevedo Marques:

"Pinheiros - Rio afluente da margem esquerda do Tietê, de que é um dos primeiros tributários, tem origem nos montes aos ponte da cidade de São Paulo na qual passa a pouco mais de légua, ou 5,5 km de distância, na direção Sul. Em tempos muito antigos foi conhecido com os nomes de Rio-Grande e Gerybatiba. Corre na direção mais geral de Leste para Oeste na altura da freguesia de São Bernardo curva-se um pouco para noroeste, rega os municípios da capital e Santo Amaro."

"Rio-Grande - Afluente originário (sic) do rio Pinheiros. É o mesmo que no município de Santo Amaro e adjacências tem o nome de Jurubatuba. Em seu começo corre de Leste a Oeste e depois toma o nome de Pinheiros corre de Sul a Nordeste, lançando-se no Tietê."

Há nesses trechos várias inexatidões e incoerências. Basta, porém, observar que o rio Grande (que só no curso inferior tem a denominação de rio Pinheiros) nasce em Paranapiacaba (antigamente Alto da Serra), e não "nos montes ao poente da cidade de São Paulo".

Lê-se também na citada obra: "Taiassupeba - Rio afluente da margem direita do Tietê"

"Taiassupeba-mirim - Rio afluente da margem direta do Tietê".

Ora,só o primeiro desses rios é afluente do Tietê, e afluente da margem esquerda, e não da direta. É formado pela reunião do citado Taiassupeba-mirim e do Taiassupeba-assu. [Páginas 621 e 622]
1 de setembro de 1531, sexta-feira. Atualizado em 11/10/2025 01:43:11
3°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada?
Cabe a Cananéa, como se vê, a glória de ter sido berço da primeira bandeira que de terras paulistas se embrenhou nos sertões do Continente. Entretanto, quer parecer que a de Pero Lôbo não foi a única dessas expedições que daquele sítio partiu. Segundo alguns historiadores teria sido Aleixo Garcia, também alí saído, pelo chamado "caminho do Paraguai", em busca do Perú, país que logrou alcançar entre Mizque e Tomina.

Limite meridional da região em que viviam os tupis, porque, para o Sul, até a lagoa dos Patos, habitavam os Carijós, justamente sobre o seu território era que vinha atingir o litoral, no dizer, ainda, de outros historiadores, o "meridiano" de Tordesilhas que separava em terras do Novo Mundo o domínio luso do de Castela. Dai a afirmativa do cosmógrafo Vespúcio, que de Cananéa para o Sul - "todo lo mas es de Castella".
13 de julho de 1552, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
4°. Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba
Século XVI - Os primeiros furadores do mato que vieram à ter paragem da Lagoa Dourado foram chefiados pelos dois Sardinhas, pai e filho; um e outro tinham o mesmo nome de batismo - Afonso. Notabilizaram-se ambos na guerra de extermínio dos nativos Carijós e dedicaram-se depois à faina da extração do ouro.

Ora, Afonso Sardinha pai podia ser português, parente quiçá do primeiro bispo do Brasil, aquele mal aventurado D. Pedro Fernandes Sardinha que Duarte da Costa perseguiu e que, retirando-se para Portugal, naufragou e veio a ser devorado pelos nativos Caetés.
1555. Atualizado em 04/09/2025 22:44:46
5°. “Um índio principal que veio aqui de mais de cem léguas, a converter-se à nossa santa fé, morreu com sinais de bom cristão”
4 - Vieira dos Santos (Memória Histórica de Paranaguá):

"Achando-se a este têmpo a costa marítima povoada desde Santos a Cananéa, e a baía de Paranaguá em grande aumento de sua população, não só a originária dos primeiros povoados vindos de Cananéa e São Vicente, e dos índios carijós domesticados no grande espaço de mais de noventa anos contados desde 1555, e sendo dificultoso a estes povos irem procurar seus recursos judiciais à vila de Cananéa por ser a mais próxima, requereram a sua emancipação, e ereção de uma vila separada daquela em 1643"
16 de junho de 1556, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:22
6°. Bispo Sardinha foi "comido" por índios Caetés
Século XVI - Os primeiros furadores do mato que vieram à ter paragem da Lagoa Dourado foram chefiados pelos dois Sardinhas, pai e filho; um e outro tinham o mesmo nome de batismo - Afonso. Notabilizaram-se ambos na guerra de extermínio dos nativos Carijós e dedicaram-se depois à faina da extração do ouro. Ora, Afonso Sardinha pai podia ser português, parente quiçá do primeiro bispo do Brasil, aquele mal aventurado D. Pedro Fernandes Sardinha que Duarte da Costa perseguiu e que, retirando-se para Portugal, naufragou e veio a ser devorado pelos nativos Caetés. [p. 21, 22 e 23, 413 e 414 do pdf]
1557. Atualizado em 24/10/2025 02:38:22
7°. Em 1557 Sardinha recebe a vasta região de Ybitátá em troca (escambo) da construção de uma ponte no Rio Jeribatiba para escoamento de mantimentos essenciais à villa, e aqui constitui fazenda
76 - I. Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a referência de Azevedo Marques à partida da bandeira em direção a Mogy das Cruzes. Já estudamos as denominações primitivas da região (boigi, bougi, moygy, mogi-mirim, boixi miri, boigi mirim, etc.). Ora, existem muitos documentos antigos onde aparecem formas pouco divergentes, mas que se referem a paragens muito distantes daquela. Assim é que vemos alusões: - aos "campos de Boy termo da vila de São Paulo"; - as terras situadas "junto a Boy da banda de além do rio Jerabaty"; [Página 620]

II. - Dado o rumo inicial mais provável da expedição de Nicolau Barreto, que depois se teria desviado, conforme veremos oportunamente, seria natural que passasse pela região antigamente denominada Bohy, Mohi, etc., e que devia ser mais vasta do que o atual distrito de Embu. Ou então a bandeira teria estado em paragem mais longínqua, de nome igual. Azevedo Marques teria visto uma das formas gráficas do topônimo, no testamento de Ascenso Ribeiro ou em outro documento junto ao inventário desse bandeirante, e acreditado que se tratasse da região que, segundo vimos, só muito mais tarde recebeu o nome de Mogy das Cruzes.

III - Dir-se-á que o erudito cronista não podia fazer tal confusão. Mas, a verdade é que ela seria muito mais explicável do que certos lapsos que se encontram na referida obra, aliás valiosíssima. Citaremos três casos que nos pareem bastante significativos.O primeiro é relativo ao rio Pinheiros, o chamado Jerabaty num dos documentos apontados na seção I desta nota, e cuja denominação indígena se escrevia por diversas formas, uma das quais, a de Jurubatuba, é e mais conhecida e também a mais adulterada. Escreve Azevedo Marques:

"Pinheiros - Rio afluente da margem esquerda do Tietê, de que é um dos primeiros tributários, tem origem nos montes aos ponte da cidade de São Paulo na qual passa a pouco mais de légua, ou 5,5 km de distância, na direção Sul. Em tempos muito antigos foi conhecido com os nomes de Rio-Grande e Gerybatiba. Corre na direção mais geral de Leste para Oeste na altura da freguesia de São Bernardo curva-se um pouco para noroeste, rega os municípios da capital e Santo Amaro."

"Rio-Grande - Afluente originário (sic) do rio Pinheiros. É o mesmo que no município de Santo Amaro e adjacências tem o nome de Jurubatuba. Em seu começo corre de Leste a Oeste e depois toma o nome de Pinheiros corre de Sul a Nordeste, lançando-se no Tietê."

Há nesses trechos várias inexatidões e incoerências. Basta, porém, observar que o rio Grande (que só no curso inferior tem a denominação de rio Pinheiros) nasce em Paranapiacaba (antigamente Alto da Serra), e não "nos montes ao poente da cidade de São Paulo".

Lê-se também na citada obra: "Taiassupeba - Rio afluente da margem direita do Tietê"

"Taiassupeba-mirim - Rio afluente da margem direta do Tietê".

Ora, só o primeiro desses rios é afluente do Tietê, e afluente da margem esquerda, e não da direta. É formado pela reunião do citado Taiassupeba-mirim e do Taiassupeba-assu. [Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9, 1952. Páginas 621 e 622]
11 de abril de 1590, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
8°. “República”
18 de julho de 1603, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:31
9°. O procurador do Conselho, João de Sant´Ana, um dos signatários da carta
Setembro de 1608. Atualizado em 25/02/2025 04:45:11
10°. Mas no campo da justificativa na petição do suplicante, foi possível identificar que Gaspar Vaz já se declarava morador em Boigi em setembro de 1608*
Já observou o Dr. Alfredo Ellis Júnior que, naquela época e até muito tempo depois de criada a vila (em 1611), ainda não existia a denominação Mogy das Cruzes. Aliás o próprio Azevedo Marques escreveu, referindo-se àquela região:

Em tempos remotos denominara-se Boygy. Ulteriormente a corrupção da língua a mudou para Mogy.

E mais adiante: No começo da povoação, como se vê no 3o. livro de registros de sesmarias existentes no cartório da Thesouraria desta província, o nome desta localidade era o de Santa Ana de Boygy-mirim. Diz o mesmo escritor, que a freguesia de Santa Ana de Mogy das Cruzes foi elevada à categoria de vila no dia 1 de setembro de 1611. A data está certa, mas os informes relativos aos nomes da localidade exigem esclarecimentos, que daremos em seguida.

Antes disso, porém, cumpre observar que não é exato que a povoação primitiva tivesse a denominação de Nossa Senhora das Cruzes de Mogi-Mirim, como escreveu o Dr. Alfredo Ellis Júnior no livro O Bandeirismo Paulista e o Recuo do Meridiano. Aliás, nos trabalhos posteriores, o historiador já não se refere a tal denominação.

II - Muitos são os documentos através dos quais é possível acompanhar as mutações de nomes da basta região em que se fundou a atual cidade de Mogy das Cruzes. A denominação indígena primitiva (dada, aliás, também, como veremos em nota 76, I, a outras paragens não muito distantes da vila de São Paulo) era simplesmente a que hoje se escreve Mogy (ou Mogi).

O topônimo é composto de mboi, cobra, e hy, água ou rio (rio das cobras). Devido, não só à má percepção auditiva, como também às dificuldades de ordem gráfica, escrevia-se aquela denominação muito diversamente: boigi, bongy, mongi, bongi, bougi; mugi; ou Moygy.

Em documentos de 1608 em diante, vemos aparecer o qualificativo mirim, ou miri (pequeno), acrescentando ao nome da região de que tratamos e da povoação que se ia formando: - Mogi-mirim, Boixi miri, Boigi miri, Boigi mirim, Boigi miri, Moigimiri, Mogy Mirim, Mogi Miri, etc. [Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9, 1952. Páginas 616 e 617 do pdf]
27 de agosto de 1629, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:31
11°. Confirmada a povoação Santa Ana das Cruzes
III - Numa carta de sesmaria do ano de 1610, lemos que o requerente era "morador na povoação de Santa Ana". A santa deste nome era padroeira da igreja primitiva, e ainda é a da matriz da atual cidade.

Na petição em que Gaspar Vaz e outros moradores do povoado requerem, em 1611, se fundasse vila e se levantasse pelourinho, bem como nas informações então prestadas pelas câmaras de Santos, São Vicente e São Paulo, e na provisão pela qual o governador geral, D. Luís de Sousa, deferiu o pedido, a localidade ainda é designada por Mogy mirim.

Mas, do auto de levantamento do pelourinho (1 de setembro do mesmo ano), consta que o capitão-mor, Gaspar Conqueiro, deu à vila a denominação de Santa Anna. No fêcho do documento (redigido e assinado dois dias depois), diz o escrivão: "feito villa de Santa Anna".

A 11 de outubro de 1621, Àlvaro Luis do Vale, procurador do donatário, Conde de Monsanto, confirmou a data do rossio, campos, etc. "desta villa de Santa Anna de Mogy mirim", denominação que repetiu em duas sesmarias passadas em 1624. Note-se que nas epígrafes destes documentos está vila de Mogi Mirim e Mogi mirim povoassem nomeada Santana.

O "cumpra-se" dado pelo capitão-mór Antonio de Aguiar Barriga à referida confirmação vem datado de Santa Ana das Cruzes, a 27 de agosto de 1629. [Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9, 1952. Página 618 do pdf]

76 - I. Talvez tenhamos encontrado uma explicação para a referência de Azevedo Marques à partida da bandeira em direção a Mogy das Cruzes. Já estudamos as denominações primitivas da região (boigi, bougi, moygy, mogi-mirim, boixi miri, boigi mirim, etc.). Ora, existem muitos documentos antigos onde aparecem formas pouco divergentes, mas que se referem a paragens muito distantes daquela. Assim é que vemos alusões: - aos "campos de Boy termo da vila de São Paulo"; - as terras situadas "junto a Boy da banda de além do rio Jerabaty"; [Página 620]

II. - Dado o rumo inicial mais provável da expedição de Nicolau Barreto, que depois se teria desviado, conforme veremos oportunamente, seria natural que passasse pela região antigamente denominada Bohy, Mohi, etc., e que devia ser mais vasta do que o atual distrito de Embu. Ou então a bandeira teria estado em paragem mais longínqua, de nome igual. Azevedo Marques teria visto uma das formas gráficas do topônimo, no testamento de Ascenso Ribeiro ou em outro documento junto ao inventário desse bandeirante, e acreditado que se tratasse da região que, segundo vimos, só muito mais tarde recebeu o nome de Mogy das Cruzes.

III - Dir-se-á que o erudito cronista não podia fazer tal confusão. Mas, a verdade é que ela seria muito mais explicável do que certos lapsos que se encontram na referida obra, aliás valiosíssima. Citaremos três casos que nos parecem bastante significativos.O primeiro é relativo ao rio Pinheiros, o chamado Jerabaty num dos documentos apontados na seção I desta nota, e cuja denominação indígena se escrevia por diversas formas, uma das quais, a de Jurubatuba, é e mais conhecida e também a mais adulterada. Escreve Azevedo Marques:

"Pinheiros - Rio afluente da margem esquerda do Tietê, de que é um dos primeiros tributários, tem origem nos montes aos ponte da cidade de São Paulo na qual passa a pouco mais de légua, ou 5,5 km de distância, na direção Sul. Em tempos muito antigos foi conhecido com os nomes de Rio-Grande e Gerybatiba. Corre na direção mais geral de Leste para Oeste na altura da freguesia de São Bernardo curva-se um pouco para noroeste, rega os municípios da capital e Santo Amaro."

"Rio-Grande - Afluente originário (sic) do rio Pinheiros. É o mesmo que no município de Santo Amaro e adjacências tem o nome de Jurubatuba. Em seu começo corre de Leste a Oeste e depois toma o nome de Pinheiros corre de Sul a Nordeste, lançando-se no Tietê."

Há nesses trechos várias inexatidões e incoerências. Basta, porém, observar que o rio Grande (que só no curso inferior tem a denominação de rio Pinheiros) nasce em Paranapiacaba (antigamente Alto da Serra), e não "nos montes ao poente da cidade de São Paulo".

Lê-se também na citada obra: "Taiassupeba - Rio afluente da margem direita do Tietê"

"Taiassupeba-mirim - Rio afluente da margem direta do Tietê".

Ora,só o primeiro desses rios é afluente do Tietê, e afluente da margem esquerda, e não da direta. É formado pela reunião do citado Taiassupeba-mirim e do Taiassupeba-assu. [Páginas 621 e 622]
1690. Atualizado em 28/10/2025 08:48:36
12°. “South America America Meridionale”, Vincenzo Maria Coronelli
Como atribuir tanta importância a este nome Gaibug, quando Coronelli faz nascer o São Francisco ou Parapitinga (?) na serra da Gualembaga, atravessar o grande lago de Parapitinga, recebendo como afluentes o Guabiole cujo tributário principal é o Inaya, o Lacarchug, o Parachai e o Gretacaig! Eis uns nomes bárbaros, dificílimos de identificação com qualquer dos topônimos da bacia de São Francisco. E quanta coisa mais fantasiosa existe neste de Coronelli! No centro do Estado do Paraná coloca um grande lago de onde sabe o rio Latibagiha (provavelmente o nosso Tibagy) afluente do Paranápanema. Não se menciona a existência de São Paulo, o perfil do nosso litoral está erradíssimo e assim por diante. [Páginas 723 e 724 do pdf]
1692. Atualizado em 25/02/2025 04:45:42
13°. Mapa “America Meridionale”, Vincenzo Maria Coronelli
Como atribuir tanta importância a este nome Gaibug, quando Coronelli faz nascer o São Francisco ou Parapitinga (?) na serra da Gualembaga, atravessar o grande lago de Parapitinga, recebendo como afluentes o Guabiole cujo tributário principal é o Inaya, o Lacarchug, o Parachai e o Gretacaig! Eis uns nomes bárbaros, dificílimos de identificação com qualquer dos topônimos da bacia de São Francisco.

E quanta coisa mais fantasiosa existe neste de Coronelli! No centro do Estado do Paraná coloca um grande lago de onde sabe o rio Latibagiha (provavelmente o nosso Tibagy) afluente do Paranápanema. Não se menciona a existência de São Paulo, o perfil do nosso litoral está erradíssimo e assim por diante. [Páginas 723 e 724 do pdf]
18 de junho de 1926, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:37
14°. Caminho
Aos 18 de junho de 1926, na ponta do Promontório do Itacurussá, município de Cananéa, aí presente o doutor Antonio Paulino de Almeida, Promotor Público desta comarca, colocado em comissão pelo Exmo. Snr. Dr. Bento Bueno, Secretário da Justiça e da Segurança Pública, para o fim especial de concluir um trabalho histórico sobre Cananéa, comigo Frederico Trudes da Veiga, vereador da Câmara Municipal, servindo de Secretário, e os abaixo assinados, encarregados da procura da pedra denominada "Tenente", e que conjuntamente com outra igual ladeava o legendário marco do Pontal referido, após percorrerem a parte sul dos pedrões, regressaram pelo caminho do Ipanema (...)
28 de agosto de 2025, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:33:04
15°. Observações sobre Balthazar Fernandes




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  31/10/2025 08:28:00º de
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2007
Atualizado em 29/10/2025 11:14:02
Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007
•  Cidades (11): Araçoiaba da Serra/SP, Curitiba/PR, Diamantina/MG, Ouro Preto/MG, Pilar do Sul/SP, Salto de Pirapora/SP, Santo Amaro/SP, São João del-Rei/MG, Sarapuí/SP, Sorocaba/SP, Tatuí/SP
•  Pessoas (12): 1° marquês de Pombal (1699-1782), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bartholomeu Fernandes Cabral (1518-1594), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Domingos Jorge Velho (1611-1670), Francisco de Sousa (1540-1611), João Antunes Maciel (n.1674), José Luiz Antunes Vieira (1778-1851), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martinho Dias Baptista Pires, Mestre Bartholomeu Fernandes, Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566)
•  Temas (19): Beneditinos, Caminho de Curitiba, Carijós/Guaranis, Colinas, Ermidas, capelas e igrejas, Estrada Geral, Estrada Sorocaba-Tatuí, Estradas antigas, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Metalurgia e siderurgia, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, O Sol, Rio Sarapuy, Rio Verde, Rio Waivaicari, Vaivary, Verde, Rodovia Raposo Tavares, Tropeiros, Tupiniquim
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3 de dezembro de 1530, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:20
1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
Em 1532, Martim Afonso de Souza trouxe, em sua expedição, o mestre Bartolomeu Fernandes, também conhecido como Bartolomeu Gonçalves ou Bartolomeu Carrasco, que era ferreiro contratado por um período de dois anos, para abastecer a expedição e a colônia das necessidades de ferro. Com o fim do contrato, o mestre Bartolomeu instalou-se em solo paulista, como proprietário do sítio dos Jeribás, às margens do Jurubatuba, afluente do Rio Pinheiros, em Santo Amaro, SP.

Além de Bartolomeu Carrasco, outro ferreiro foi trazido para a terra: o noviço Mateus Nogueira, acompanhando o padre Leonardo Nunes na aldeia do Colégio dos Jesuítas, na Vila de São Paulo, em 1559. O ofício ia sendo passado aos povoadores, mesmo que em pequena escala, o que preocupava as autoridades, visto que os indígenas, em contato com os brancos, poderiam aprender o manejo do ferro para a fabricação de armas, em substituição às rústicas que usavam, feitas de pedra, madeira ou osso.
1591. Atualizado em 23/10/2025 15:39:25
2°. Fundição de Afonso Sardinha começa a funcionar
Ipanema foi, sem dúvida, a “célula mater” que deu origem aos municípios de Sorocaba, Araçoiaba da Serra e Tatuí, pois teve sua exploração iniciada em 1591, quando os Afonso Sardinha, pai e filho, à procura de ouro na região, encontraram ferro. Eles eram peritos em mineração e passaram a vida à procura de metais.
1690. Atualizado em 25/10/2025 20:38:13
3°. João Antunes Maciel ganha concessão ao longo do Rio Sarapui
Alguns pesquisadores destacam que, entre 1690 e 1740, uma organização religiosa pertencente à Igreja São Bento de Sorocaba foi possuidora de grande porção de terras e, com o objetivo de promover o povoamento na região das terras próximas ao Rio Sarapuí (região hoje compreendida entre Pilar do Sul e Salto de Pirapora), doou várias sesmarias para famílias de migrantes de Minas Gerais, predominantemente das cidades de São João Del Rey, Ouro Preto, Diamantina e outras do Sul daquele Estado.

Existia na região a sesmaria de João Antunes Maciel, que ia do Pirapora ao Sarapuí acima, e a dos monges de São Bento, em 1693, que se estendia para além do município de Sarapuí, em direção ao caminho de Curitiba. O rio era transposto bem acima do local onde hoje a Rodovia Raposo Tavares o atravessa.Em 1815, sitiantes já se aglomeravam como pioneiros pelas matas, hoje derrubadas, local pertencente ao atual município de Capela do Alto. Parte desses pioneiros passou para Itapetininga, mas o Ribeirão Iperó e o bairro do mesmo nome foram intensamente povoados ainda no século XVIII, apesar de grandes sesmarias avançarem para os lados de Tatuí. [Araçoiaba da Serra. Esconderijo do Sol: Conto, canto e encontro com os 150 anos da minha história... 2007. Página 14]
29 de março de 1693, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:38:57
4°. Fundação oficial de Curitiba
Existia na região a sesmaria de João Antunes Maciel, que ia do Pirapora ao Sarapuí acima, e a dos monges de São Bento, em 1693, que se estendia para além do município de Sarapuí, em direção ao caminho de Curitiba. O rio era transposto bem acima do local onde hoje a Rodovia Raposo Tavares o atravessa.

Em 1815, sitiantes já se aglomeravam como pioneiros pelas matas, hoje derrubadas, local pertencente ao atual município de Capela do Alto. Parte desses pioneiros passou para Itapetininga, mas o Ribeirão Iperó e o bairro do mesmo nome foram intensamente povoados ainda no século XVIII, apesar de grandes sesmarias avançarem para os lados de Tatuí.
21 de julho de 1759, sábado. Atualizado em 29/10/2025 02:51:00
5°. Carta régia ordenando a expulsão dos jesuítas do Brasil
CAPELA DE SANTA CRUZ

A atual capela está situada na Chácara Santa Cruz, de propriedade da Ordem das Irmãs Beneditinas, em Araçoiaba da Serra. Nesta capela, em uma parede lateral, encontra-se a centenária e histórica Cruz Missionária, toda restaurada e colocada em lugar de honra.

Esta foi a quinta capela a abrigar tão preciosa relíquia, inaugurada em 19 de outubro de 1945, ano da demolição da antiga capela da família Vieira, antigos e influentes moradores de Campo Largo.

A respeito desta grande Cruz, preciosa relíquia histórica, diz a tradição, que os jesuítas da Companhia de Jesus, antes da perseguição cruel e injusta que lhes moveu o marquês de Pombal, erigiram uma singela capela, no antigo bairro denominado Sítio da Chinha, à beira da estrada de Tatuí, próximo às margens do Rio Sarapuí.

Os jesuítas foram expulsos e exilados do Brasil e a capela ficou ruindo ao abandono. Alguns alemães piedosos, moradores em Campo Largo, levantaram uma nova capela num lugar denominado Anhangüera, para as bandas do Rio Verde, não longe do sítio de Bento Alves de Oliveira.

A capela foi executada em taipa de mão, tendo esteios de madeira de lei, lavrados a machado, barrotes e ripas preenchidos com barro, batidos à mão. A capela foi ampliada e reedificada com tijolos pelo sr. Manoel Vieira Rodrigues, cidadão de dotes e benemérito para as obras cristãs em Campo Largo.

Foi benzida no dia 20 de dezembro de 1924, pelo reverendo padre Aníbal de Mello, reitor do Seminário Diocesano de Taubaté, com a autorização do vigário da paróquia da Vila de Nossa Senhora das Dores de Campo Largo, padre Carlos Regattieri, e no dia 21 de dezembro foi celebrada uma Santa Missa inaugural da mencionada capela, em louvor e honra a Santa Cruz, símbolo do Cristianismo e dos martírios de Jesus Cristo para a redenção da humanidade. Passado um tempo,daí foi trazida para uma terceira capela, na entrada da Vila de Campo Largo, demolida em 1945. As atuais proprietárias do velho solar da família Vieira, as irmãs Beneditinas, demoliram-na. Em seu lugar construíram uma capela semipública, pontificantemente benzida e inaugurada pelo bispo diocesano de Sorocaba, em 19 de outubro de 1945, na festa litúrgica de São Pedro de Alcântara, celestial patrono do Brasil.

Assim, essa Cruz histórica, não mais continuará sua odisséia de peregrinação, encontrando um posto definitivo de honra, onde recebe, diariamente, carinhoso culto de quantos freqüentarem a inexcedível Opus Dei, das Filhas de São Bento. O bispo diocesano dá e concede cem dias de indulgências a todos os fiéis, que, ajoelhadosdiante dessa Cruz, rezam um Padre Nosso e uma Ave-Maria pelo triunfo da Fé. Reverendo Carlos Regattieri – pároco de Campo Largo.
11 de novembro de 1891, sexta-feira. Atualizado em 30/08/2025 23:36:43
6°. Sessão realizada na Câmara Municipal de Sarapuí
CONSELHO DA VILA DE CAMPO LARGO - Em sessão realizada na Câmara Municipal de Sarapuí, em 11 de novembro de 1891, o presidente deu posse aos cidadãos: tenente José da Rosa Gomes, capitão Martinho Dias Batista Pires e Lino Barbosa Machado, sendo o primeiro intendente e os demais membros da Câmara da Vila de Campo Largo. O ato de posse foi determinado pelo presidente do Estado de São Paulo, por ofício de 28 de outubro de 1891, sendo a ata lavrada pelo então secretário Francisco Honorato de Godoy, constando as assinaturas do intendente Francisco de Magalhães, Zeferino Ayres de Proença e Gregório Batista. (livro de atas fl. 26.) Fonte: Hélio Holtz. Sarapuí – Sua história e seus Antepassados.




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22 de fevereiro de 2023, sexta-feira
Atualizado em 29/10/2025 11:13:56
17 de Julho dia do Anahngá venha celebrar no Anahngabaú, ameobrasil.blogspot.com
•  Cidades (3): Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (3): Caiubi, senhor de Geribatiba, João Ramalho (1486-1580), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562)
•  Temas (8): Guaianás, Curiosidades, Inhapambuçu, Serra de Jaraguá, Tupinambás, Tupiniquim, Nheengatu, Tapuias




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Em 1675 o Dr. Pedro de Unhão Castella Branco parece indicar que já havia uma ponte sobre o Tietê
1675. Atualizado em 25/02/2025 04:45:13
Relacionamentos
 Cidades (1): São Paulo/SP
 Pessoas (1) Pedro de Unhão Castelo Branco (n.1645)
 Temas (4): Guaré ou Cruz das Almas, Pela primeira vez, Pontes, Rio Anhemby / Tietê





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Setembro de 1965
Atualizado em 29/10/2025 11:18:15
“Memória Histórica de Sorocaba, parte III”, 1965. Luís Castanho de Almeida (1904-1981)*
•  Cidades (9): Ibiúna/SP, Itu/SP, Paranapanema/SP, Porto Feliz/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP, Santos/SP, Cubatão/SP
•  Pessoas (5): Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), Jerônimo Côrte-Real, Luís Castanho de Almeida (61 anos), Salvador de Oliveira Leme (1721-1802), Cristovão Pereira de Abreu (1678-1755)
•  Temas (35): “o Rio Grande”, Avenida Nogueira Padilha, Avenida São Paulo, Boulevard Braguinha, Caminho de São Roque-Sorocaba, Caminho Fundo, Caminho Itú-Sorocaba, Ermidas, capelas e igrejas, Catedral / Igreja Matriz, Convento/Galeria Santa Clara, Córrego Supiriri, Estradas antigas, Inhayba, Itapeva (Serra de São Francisco), Lageado, Pelourinhos, Piragibu, Pontes, Praça Fernando Prestes, Ribeirão de Taquarivaí, Rua da Boa Vista, Rua da Penha, Rua Hermelino Matarazzo (Estrada de Ipanema), Rua Monsenhor João Soares, Rua Padre Luiz, Rua Santa Clara, Vila Hortência, Vila Santana / Além Linha, Nossa Senhora Aparecida, Bairro de Aparecidinha, Estrada do Ipatinga, Casa Doada, Caminho de Cubatão, Caminho do Mar, Terremotos
Memória histórica sobre Sorocaba, parte III
Data: 1965
Créditos: Aluísio de Almeida
Página 115
    Registros relacionados
1626. Atualizado em 25/10/2025 15:39:36
1°. A expedição de Raposo Tavares percorreu esse caminho (que na época correspondia ao braço principal do antigo caminho indígena do Peabiru, que ligava a atual São Vicente ao Paraná e ao Paraguai), rumo às reduções jesuíticas do Guairá, com a finalidade de captura e escravização de índios, tipo de ação que os historiadores do século XIX passaram a denominar "desbravamento"
1695. Atualizado em 28/10/2025 22:08:14
2°. A vila começara a estender-se além-ponte,em 1695 havia uma casinha de palha ou sapé junto à ponte
A vila já começara a estender-se além-ponte, em 1695 havia uma casinha de palha ou sapé junto à ponte.
1724. Atualizado em 25/02/2025 04:45:29
3°. Ruas
1724. Atualizado em 28/10/2025 23:29:35
4°. João Luís do Passo e sua mulher Luzia de Abreu, venderam por 50.000 réis a João Correia de Oliveira uma casa de taipa e coberta de palha no além-ponte
A vila já começara a estender-se além-ponte, em 1695 havia uma casinha de palha ou sapé junto à ponte. Em 1724 (Livro de Notas no Arquivo Público), João Luís do Passo e sua mulher Luzia de Abreu, venderam por 50.000 réis a João Correia de Oliveira uma casa de taipa e coberta de palha da outra banda do rio de Sorocaba para uma rua deserta, pela mão direita, tudo que se acha da borda do rio Grande para baixo até o ribeirão de Taquarivaí. É a atual avenida São Paulo e estrada de Itú. Rua deserta, uma só casa.
1728. Atualizado em 25/02/2025 04:45:30
5°. Camara
1733. Atualizado em 25/02/2025 04:39:20
6°. Futuro capitão-mor José Barros Lima construiu as suas casas à direita da ponte, dando princípio à atual rua cel. Nogueira Padilha
A vila já começara a estender-se além-ponte, em 1695 havia uma casinha de palha ou sapé junto à ponte. Em 1724 (Livro de Notas no Arquivo Público), João Luís do Passo e sua mulher Luzia de Abreu, venderam por 50.000 réis a João Correia de Oliveira uma casa de taipa e coberta de palha da outra banda do rio de Sorocaba para uma rua deserta, pela mão direita, tudo que se acha da borda do rio Grande para baixo até o ribeirão de Taquarivaí. É a atual avenida São Paulo e estrada de Itú. Rua deserta, uma só casa. Mas aí por 1733 o futuro capitão-mor José Barros Lima construiu as suas casas àdireita da ponte, dando princípio à atual rua cel. Nogueira Padilha.Em 1770 e poucos, João de Almeida Pedroso aforou da Câmara por 120$ réis anuais um terreno grande que começava na casa dos Barros Lima e se limitava pela rua São Paulo e a estrada de Votorantim e assim ficou parado todo o bairro de Além-Ponte, menos a estrada e rua da Contagem ou de São Paulo que chegou até perto do Lava-Pés até o fim do século XVIII, como eram prova muitas construções de grossas taipas.O portão da rua dos Morros existia até o século passado, primeiro perto da ponte, depois na altura da atual matriz do Bom Jesus. Pouco mais ou menos de 1780 é a casa de João de Almeida Pedroso, que a fêz com ouro do Paranapanema. Depois de 1800 a chácara dividiu-se em duas, nascendo a Chácara Amarela. De ambos os lados da estrada dos Morros que as dividia em linha reta (daí o belo traçado da rua Cel. Nogueira Padilha, que começou larga por causa das tropas) existia um vale dividindo as chácaras, cujas sedes vêm vencendo o tempo, as chácaras Quinzinho de Barros e Amarela.Já pouco depois de 1732 surgem reclamações na Câmara pelo estrago das tropas na ponte, que foi reconstruída. No ano de 1818 a Câmara construiu de nôvo, um pouco acima da antiga, uma ponte de madeira. Contribuiram os "homens bons" e ricos com uma dobra e meia dobra, 25 mil réis e 12$500.Nessa época, a rua mons. João Soares e a da Penha mais a Direita (não havia a Brigadeiro Tobias, a da Penha acabando ali pela rua prof. Toledo) estavam povoadas. O sobradinho que resta na primeira (esquina da rua dr. Braguinha) é francamente do século XVIII. Ao findar essa é que a rua Direita chegou à atual Souza Pereira, ao portão do sôgro do primeiro Antônio Lopes, porque no livro do Procurador há ordem de pagar a primeira desapropriação de que se tem notícia, já com atraso, depois de 1800.
3 de setembro de 1750, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:13
7°. Instalado o “Registro de Sorocaba” junto a ponte do mesmo nome. Salvador de Oliveira Leme é nomeado o primeiro Administrador
Até 1750, porém, os tropeiros pagavam à escolha, aqui ou em Itú, pois nesse ano Cristovão Pereira ainda providenciou livros para os assentamentos daquela vila. É que pelo Itapeva, Nhaiba, São Roque era permitido viajar para São Paulo, de forma a não passar perto de Itú. Um documento antes de 1740 fixa o caminho para São Paulo pela fazenda do padre Dr. João Leite...
22 de novembro de 1755, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:39:51
8°. Falecimento de Cristóvão Pereira de Abreu
9 de maio de 1760, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:36
9°. Provisão Régia: Instituição encarregada de recolher a metade dos tributos pertencente à Casa do conselheiro ultramarino Tomé Joaquim da Costa Corte Real
Falecendo Cristóvão Pereira, Jerônimo Côrte-Real o mesmo que como secretário lhe escrevera a doação assinada pelo Rei, recolheu a herança dos meios direitos, em pagamento de seus serviços à Corôa, como era uso, mas os verdadeiros heróis do caminho e seus frequentadores nada ganharam do Tesouro Público. Casa Doada é o nome da detentora dos meios direitos, pois passou em herança. Os funcionários eram os mesmos, no fim é que se acertavam as contas, repartindo o "bolo". Nem uma das metades fazia o menor serviço na estrada que era horrível. A Câmara de Sorocaba e as que foram nascendo pelo caminho, reparavam anualmente, de mão comum, após o tempo das águas, os pontilhões e trechos piores.

Mais ainda. Quando a Câmara de São Paulo se viu obrigada a construir a grande ponte do rio Pinheiros, recorreu à ajuda das que aproveitavam o passo, inclusive Sorocaba. E ainda mais: Sorocaba e as outras, ajudavam a Câmara paulistana a conservar o terrível caminho do Cubatão. A Casa Doada não seria doada, se fizesse algo...
1766. Atualizado em 25/02/2025 04:45:28
10°. Supiriri
A dificuldade não diminui quando para os anos de 1766 em diante se podem consultar os recenseamentos, porque diziam apenas "vive de seus negócios". Acontece que não havia legista que não empregasse suas rendas nesse jôgo arriscado, mesmo porque as vendas no varêjo eram a crédito em boa parte, e o crédito existia para as pessoas envolvidas nessas "agências".
1770. Atualizado em 25/02/2025 04:39:14
11°. João de Almeida Pedroso aforou da Câmara por 120 réis anuais um terreno grande que começava na casa dos Barros Lima
Em 1770 e poucos, João de Almeida Pedroso aforou da Câmara por 120-réis anuais um terreno grande que começava na casa dos Barros Lima e se limitava pela rua São Paulo e a estrada de Votorantim e assim ficou parado todo o bairro de Além-Ponte, menos a estrada e rua da Contagem ou de São Paulo que chegou até perto do Lava-Pés até o fim do século XVIII, como eram prova muitas construções de grossas taipas. O portão da rua dos Morros existia até o século passado, primeiro perto da ponte, depois na altura da atual matriz do Bom Jesus. [p. 118]
1785. Atualizado em 21/03/2025 05:20:14
12°. Construção da capela Nossa Senhora Aparecida de Piragibú
De 1785, segundo o Livro do Tombo, é a capela de Nossa Senhora Aparecida de Piragibú, bairro que hoje se chama só Aparecida. [Página 129]
5 de novembro de 1818, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 04:44:52
13°. No ano de 1818 a Câmara construiu de novo, um pouco acima da antiga, uma ponte de madeira. Contribuíram os "homens bons" e ricos com uma dobra e meia dobra, 25 mil réis e 12$500.
No ano de 1818 a Câmara construiu de nôvo, um pouco acima da antiga, uma ponte de madeira. Contribuíram os "homens bons" e ricos com uma dobra e meia dobra, 25 mil réis e 12$500. Nessa época, a rua mons. João Soares e a da Penha mais a Direita (não havia a Brigadeiro Tobias, a da Penha acabando ali pela rua prof. Toledo) estavam povoadas. O sobradinho que resta na primeira (esquina da rua dr. Braguinha) é francamente do século XVIII. Ao findar essa é que a rua Direita chegou à atual Souza Pereira, ao portão do sôgro do primeiro Antônio Lopes, porque no livro do Procurador há ordem de pagar a primeira desapropriação de que se tem notícia, já com atraso, depois de 1800.
1835. Atualizado em 25/02/2025 04:45:28
14°. Rua da Margem
A rua que depois de 1805 ficou se chamando do Hospital, continuava até o rio e os animais podiam sair na ponte, mas por essa época os ricos proprietários da rua Sousa Pereira levaram seus quintais até a margem, precisando a Câmara abrir de nôvo a rua da Margem lá por 1835, é verdade que sem pagar. Dessa rua desciam dois caminhos para o Supirirí que com o da rua Padre Luís se reuniam no Caminho Fundo, única saída para Ipanema e Pôrto Feliz e os bairros do Ipatinga e Terra Vermelha.

Todo o Supirirí era mato, depois capoeira, enfim brejo, onde a saparia coaxava...Não é fácil relatar os nomes, já não digo dos peões e domadores anônimos que moravam em ranchos de Sapé, de graça, nos campos reúnos, mas os dos primeiros sorocabanos que foram buscar bestas nos campos do sul, parece fora de dúvida, que foram membros da família Antunes Maciel, mostrando que mesmo genealogicamente a sucessão do bandeirante foi recolhida pelo tropeiro. [Página 121]




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“esta vila passava de cem moradores e tem cinco ou seis caminhos e uma ponte (...) fazer a ponte grande”. Ausência de Sardinha
23 de maio de 1587, sábado. Atualizado em 24/10/2025 20:16:10
Relacionamentos
 Cidades (3): Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (11) Afonso Sardinha, o Velho (56 anos), Antonio de Proença (47 anos), Belchior da Costa (20 anos), Diogo de Unhate (52 anos), Domingos Luís Grou (87 anos), Gaspar Fernandes Preto (47 anos), Jorge Moreira (n.1525), Álvaro Neto, o velho (45 anos), Bartholomeu Fernandes Cabral (69 anos), Gaspar Nunes, Francisco Teixeira Cid (f.1594)
 Temas (12): Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho do Mar, Estradas antigas, Habitantes, Ipiranga, Jurubatuba, Geraibatiba, Pirapitinguí, Ponte Grande, Pontes, Ybyrpuêra, Rio Ypiranga, Dinheiro$

    2 fontes
  1 fonte relacionada

•  “Urbanismo incipiente seiscentista”, Afonso d´Escragnolle Taunay. Revista Ilustração Brasileira*
1 de novembro de 1929, sexta-feira
Onde ficava

Pinheiros não era: Á medida que se povoaram os arredores de São Paulo, cresciam as obras públicas. Assim vemos a 30 de janeiro de 1687 as providências ordenadas em correição geral pelo Ouvidor Geral Thomé de Almeida Oliveira sobre a fatura da ponte de Pinheiros sobre o rio Jurubatuba (Pinheiro) “com seus aterrados de ponto a ponto” ajustando-se a obra entre a Câmara e o Reitor do Colégio. A ela deviam concorrer com quotas as Câmaras interessadas: Parnaíba, Itú, Sorocaba e os moradores dos bairros seus tributários. [Página 34]





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25 de março de 2013, segunda-feira
Atualizado em 29/10/2025 11:14:00
História de Carapicuíba. João Barcellos
•  Cidades (17): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Buenos Aires/ARG, Cananéia/SP, Carapicuiba/SP, Catalunha/ESP, Cotia/Vargem Grande/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Porto Feliz/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (24): Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Bacharel de Cananéa, Belchior Dias Carneiro (1554-1608), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606), Braz Gonçalves, velho "Sardinha" (1535-1620), Cacique de Carapicuíba, Clemente Álvares (1569-1641), Diogo Antônio Feijó (1783-1843), Domingos Luís Grou (1500-1590), Gregório Francisco, Jerônimo Leitão, João Barcellos, João Ramalho (1486-1580), Jorge Correa, José de Anchieta (1534-1597), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel Preto (1559-1630), Margarida Fernandes (n.1505), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541), Padre Guilherme Pompeu de Almeida (1656-1713), Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), Tomé de Sousa (1503-1579)
•  Temas (40): Açúcar, Aldeia de Pinheiros, Ambuaçava, Angola, Araritaguaba, Bituruna, vuturuna, Butantã, Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Caminho Itú-Sorocaba, Caminho Sorocaba-Porto Feliz, Capitania de São Vicente, Carijós/Guaranis, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Goayaó, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guaranis, Guerra de Extermínio, Inquisição, Jesuítas, Judaísmo, Jurubatuba, Geraibatiba, Metalurgia e siderurgia, Nheengatu, Ouro, Pela primeira vez, Pontes, Portos, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Geribatiba, Rio Ypané, Rio Ypanema, São Miguel dos Ururay, Serra de Cubatão , Serra de Jaraguá, Ururay
    Registros relacionados
1535. Atualizado em 27/10/2025 19:42:14
1°. Nasceu ou fugiu da Inquisição?
Entretanto, e "...até à chegada dos jesuítas, em 1554, a principal atividade dos colonos é a de embucharem as mulheres nativas, de preferência filhas de chefes tribais, a exemplo do Bacharel de Cananéa (Cosme Fernandes), e de Ramalho, logo seguidos por Affonso Sardinha e de outros cristãos-novos fugidos da Inquisição católica ibérica, pois, no seu entender, é preciso marcar presença sanguínea".

Um dos mais poderosos colonos de entre os séculos XVI e XVII é o político, paramilitar, mercador e minerador Affonso Sardinha - o Velho, que "negociava com o Reino, a Bahia, o Rio de Janeiro, Buenos Aires e Angola, fabricando e exportando marmelada. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 12]

Segundo documentos históricos da Torre do Tombo, em Lisboa, o que demonstra:

1°, que o judeu Gregório Francisco faz a linha Angola - São Vicente não como dono de navios negreiros, como como sócio ou capitão a serviço de Affonso Sardinha, e 2°, que este desembarcou na "terra dos brazis" para ser desde logo um poderoso colono nas artes de financiar e e viver de rendas, o que faz jus ao histórico de judaísmo convertido ao cristianismo da Família Sardinha da província do Alentejo, no sul português. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 14]

No dia 9 de julho de 1615, com a esposa Maria Gonçalves, e por estarem casados há mais de 60 anos (o que mostra que ele deve ter chegado ao Brasil, fugido da Inquisição, cerca de 1535, tendo conhecimentos militares e siderúrgicos), faz a doação de todos os seus bens móveis e de raiz, com as terras de Carapocuyba, ao Colégio de Santo Inácio da Vila de Piratinin, mesmo tendo as netas Luzia e Theresa e o neto Pedro, filhos de "o Moço", como continuação da sua família. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 20]
13 de julho de 1552, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
2°. Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba
Da sua Fazenda Ibitátá à Fazenda Carapocuyba, passando pela Fazenda Jaraguá e o Arraial-Fazenda da Mina de Ouro do Byturuna, além dos arraiais mineiros de Cubatão e de Byraçoiaba, que constitui a primeira Via do Ouro na Capitania de São Vicente, Affonso Sardinha - o Velho, a par da sua atividade de banqueiro (que financia e vive de rendas, a grande atividade judaica) e vereador, é um autêntico imperador nos sertões do Piabiyu (Ybitátá e Carapocuyba) e d´Ypanen (Jaraguá, Byturuna e Byraçoiaba), e é dele a maioria das casas alugadas a padres e oficiais do reino em Santos e São Paulo... [p. 13]
30 de junho de 1553, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:48
3°. Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante do "proprietário" das terras adquiriu em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte
Em 1553 após verificar que vários aventureiros, entre eles Ulrich Schmidel, fazem o percurso continental do Piabiyu (na verdade uma vasta rede de comunicações terrestres e até fluviais) e mantém relações com nativos hostis e com os espanhóis, o governador Tomé de Sousa manda fechar o velho caminho guarani... que nem os jesuítas nem "o Velho" Sardinha acatam informalmente. [Página 14]
25 de janeiro de 1555, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:04
4°. Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia
Em 1555 instala-se na vila jesuítica o capitalista, militar e minerador Afonso Sardinha, dito "o Velho". É este desbravador, que faz mineração em Guaru, Cubatão e na Borda do Campo, que quer conhecer "a aldeia que liga o Piabiyu ao Anhamby", segundo as informações que obtém dos escravizados guaranis, inimigos dos guayanazes que habitam essa aldeia perto da guarany Koty.
9 de julho de 1555, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:34:05
5°. Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves
Casa com Maria Gonçalves, em 9 de julho, em cerimônia realizada em São Paulo, e o casal fixa residência no Ybitátá (Butantã) onde inicia a formação de fazenda às margens do Rio Jeribativa, ou Jerubatuba (Rio Pinheiros). O casal não tem filhos, mas Affonso reconhece um filho com uma nativa e dá-lhe o mesmo nome: Affonso Sardinha (o Moço), por sua vez, casou-se e teve um filho, Pedro, e duas filhas, Theresa e Luzia. O português e o mameluco trabalham juntos em várias empreitadas de mineração e caça (preação) a nativos hostis. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 14]
1569. Atualizado em 28/10/2025 06:08:06
6°. Sardinha ao chegar a São Paulo, em data anterior a 1570, montou depósitos de açúcar e adquiriu casas que alugava aos vigários
Em 1570 tem um engenho de cana d´açúcar em Santos e monta o primeiro trapiche (depósito) de açúcar e pinga da Vila piratininga. Paralelamente ao comércio de açúcar, monta engenho para processar marmelos e torna-se um dos mais ricos comerciantes de São Paulo.

Tanto no litoral como no planalto tem casas que arrenda a padres e aos primeiros advogados que chegam à colônia. É o judeu por excelência que vive de empreendimentos e de renda.

Nos anos 70 é o colono mais poderoso da Capitania de São Vicente acima da Serra do Mar e dá-se ao luxo de financiar a expansão dos jesuítas para o sul, a partir do oeste paulista.

Conhece o prático-minerador Clemente Álvares e estabelece sociedade com ele, pela qual financia a busca de novas minas de ferro, prata e ouro. Clemente Álvares vem a ser um minerador respeitado e, ao mesmo tempo, um cidadão detestado por se apropriar abusivamente de bens e documentos da própria família e das minas de ouro de outros, incluindo as do "velho" Sardinha... que chega a registrar como suas na Câmara Municipal piratininga! [Página 15]
1570. Atualizado em 27/10/2025 21:17:22
7°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
Falar dos rios Anhamby/Tietê e Jeribatiba/Pinheiros é falar de Affonso Sardinha, o Velho, e de como, entre 1570 e 1605, ele os liga numa malha social, econômica e militar, para dar segurança aos percursos que, mais tarde, serão os percursos das bandeiras que demandarão o ouro e as esmeraldas em outros rincões do Brasil.

Os rios que abriram as portas à colonização e ao bandeirismo, nos séculos XVI e XVII, são os mesmos rios que no século XXI continuam a dar vida à malha social e econômica da grande São Paulo dos Campos de Piratininga, na sua malha metropolitana e estadual.

Apesar dos desvios de curso, principalmente no Butantã/Ybitátá, pontes e mais pontes, obras para navegação comercial, poluição industrial e doméstica sem controle, etc., os dois rios continuam a deixar-nos sonhar com a aventura de ir sempre além.

[1] Carapocuyba - aldeia de goyanazes ou de guaranis?... Tudo indica que a primitiva Aldeia Carapocuyba é de origem guarani, até pela proximidade com a Aldeia Koty, pois, segundo documentos antigos (títulos de terras e testamentos) que falam dos "goayanazes aldeados no sítio do Capão, por Fernão Dias Paes, o velho, e que Afonso Sardinha, o Velho, tem aldeado outros da mesma tribo em Carapicuíba". Ou seja, há uma miscigenação nativa forçada pela preação que logo vai acabar com os guaranis tanto na Koty como na Carapocuyba. [p. 7 e 8 do pdf]

Em 1570 tem um engenho de cana d´açúcar em Santos e monta o primeiro trapiche (depósito) de açúcar e pinga da Vila piratininga. Paralelamente ao comércio de açúcar, monta engenho para processar marmelos e torna-se um dos mais ricos comerciantes de São Paulo.

Tanto no litoral como no planalto tem casas que arrenda a padres e aos primeiros advogados que chegam à colônia. É o judeu por excelência que vive de empreendimentos e de renda.

Nos anos 70 é o colono mais poderoso da Capitania de São Vicente acima da Serra do Mar e dá-se ao luxo de financiar a expansão dos jesuítas para o sul, a partir do oeste paulista.

Conhece o prático-minerador Clemente Álvares e estabelece sociedade com ele, pela qual financia a busca de novas minas de ferro, prata e ouro. Clemente Álvares vem a ser um minerador respeitado e, ao mesmo tempo, um cidadão detestado por se apropriar abusivamente de bens e documentos da própria família e das minas de ouro de outros, incluindo as do "velho" Sardinha... que chega a registrar como suas na Câmara Municipal piratininga! [p. 15 e 16]
1575. Atualizado em 24/10/2025 02:38:26
8°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo
Em 1575 entre escambos, vendas e aquisições, o "velho" Sardinha desfaz-se de Carapocuyba que, cerca de 1578, é doada a Domingos Luiz Grou. (...) terras de Carapicuíba que iam até o rio Pinheiros (...) [p. 15 e 16]
1578. Atualizado em 25/02/2025 04:41:33
9°. Brás Gonçalves, português, casou-se com a filha do cacique de Ibirapuera (Santo Amaro)
Em 1575 entre escambos, vendas e aquisições, o "velho" Sardinha desfaz-se de Carapocuyba que, cerca de 1578, é doada a Domingos Luiz Grou.

"(...) terras de Carapicuíba que iam até o rio Pinheiros (...) Aí estabelecido travou e estreitou relações com os nativos seus vizinhos, acabando por contrair matrimônio com a nativa Margarida Fernandes, filha do principal da Aldeia de Carapicuíba (...). Em 1563, na iminência de ataque a São Paulo pelos nativos rebelados, foi eleito capitão dos nativos..." [Páginas 15 e 16]
1 de novembro de 1585, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 20:23:00
10°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós
Em 1585 Sardinha faz parte da expedição do capitão Jerônymo Leitão para combater os nativos karai-yos. Ele e o capitão entendem-se muito bem politicamente e tem vários negócios em comum. [Livro das Sesmarias, Vol. I; apud Moacyr F. Jordão, e "O Embu...", idem].
Agosto de 1587. Atualizado em 25/02/2025 04:42:47
11°. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"*
Em 1587, Sardinha em parte do Rio Jeribatiba, na Serra do Cubatão, faz mineração de ouro e de ferro. Entre 1587 e 1588, com indicações dos escravizados nativos, parte com o filho ("o mameluco", ou "o Moço") e Clemente Álvares para a região do sertão da Floresta d´Ypanen e descobre ferro no morro de Byraçoiaba, onde vem a instalar fornos do tipo catalão para iniciar a primeira produção industrial siderúrgica do continente americano a partir, talvez, de 1596-1597. [Páginas 15 e 16]
1591. Atualizado em 23/10/2025 15:39:25
12°. Fundição de Afonso Sardinha começa a funcionar
Em 1591, sob indicações dos nativos guaranis e goayanazes, nos campos de Sorocaba, o capitão Belchior Carneiro encontra veios auríferos no Morro do Byturuna, na aldeia goayanáz. Como a coroa lusa, desde 1580 em mãos dos castelhanos, não faz mineração própria, as minas achadas vão a leilão oficial, e aí, Afonso Sardinha - o Velho arremata a Mina dos Arassarys, no Byturuna, e inicia a mineração com o filho e com Clemente Álvares.
2 de maio de 1592, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:39:26
13°. Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo
Após o agito político na Vereança, em 2 de maio de 1592, é ratificada a decisão popular em favor do político, desbravador da Via do Ouro, e banqueiro em 20 de setembro:

"Traslado de uma provisão de Affonso Sardinha de capitão desta villa de São Paulo. (...) Jorge Correa capitão e lugar tenente (...) faço saber (...) que havendo respeito aos muitos serviços que Affonso Sardinha tem feito a esta capitania e pela confiança que dele tenho hei por bem de o encarregar de capitão da gente da villa de São Paulo e seus termos )(...)". [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 18]
1604. Atualizado em 24/10/2025 02:39:00
14°. Falecimento de Afonso Sardinha, "O Moço"
Em 1604 Afonso Sardinha, o moço, faz testamento no sertão e fala que são suas as minas e que tem 80.000 cruzados em outro guardados em botelhas de barro... O jovem mameluco morre em confronto com os nativos neste mesmo ano e deixa um testamento ridículo.

Obs. A cédula testamentária do Moço é uma piada histórica, uma vez que ele foi contemplado com tapera e 300 cruzados pelo pai, em 1592, sendo que tudo isso pertencia a Maria Gonçalves enquanto o Velho, redigido pelo padre João Alvares, é um acontecimento histórico, e tanto assim que, lavrado, é registrado no Cartório de órfãos de São Paulo. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 20]

E, na prática colonial, os jesuítas seguem os passos do político e minerador que, ao morrer em 1616, lhes deixa tudo em doação, com exceção do Sítio Embuaçava, que coube como herança em vida ao filho (mameluco) Affonso Sardinha - o Moço, que morre em 1604 no meio de uma batalha com nativos. É assim que a Aldeia & Porto Carapocuyba tem, entre 1557 e 1610, tanto valor estratégico quanto a Santa Anna de Parnaíba, que cresce despovoando São Paulo.

Também por isto, e por que os documentos históricos falam por sí, é justo dizer-se que "a definição sócio-colonial de Carapocuyba acontece com a fazenda-porto que Affonso Sardinha estabelece em 1557, após sitiar os nativos". [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Páginas 23 e 24]
1605. Atualizado em 23/10/2025 17:21:33
15°. Descobertas das minas paulistas datam em Araçariguama por Afonso Sardinha
Em 1605 o arraial mineiro do Byturuna dando outro em pequena escala, mas uma grande fortuna, transforma o arraial em fazenda; e, em 4 de dezembro de 1605, depois da morte (1604) do filho, "o Velho" instala a Capela de Santa Bárbara, tornando-se o fundador luso-católico de mais um povoado colonial que terá continuação com outras capelas, outras devoções, outros pontos geográficos, e até outros focos de interesse comercial, rural e logístico, sendo particularmente um eixo para o desenvolvimento do jeito de "bandeirar"que, a algumas milhas dali, a partir de Araritaguaba (o Porto Feliz dos goyanazes), já faz acontecer o Brasil continental!

Obs.

1 - No "ano 1605" não se realizam sessões normais da Vereança paulistana porque os poderosos, latifundiários e para-militares estão ocupados na defesa dos seus bens nos sertões dos guaranis (Piabiyu) e dos tupis (Sorocaba e Ypanen).

2 - Tudo leva a crer que o escandaloso "testamento" de "o Moço", feito no sertão, em 1604, doeu bem no fundo da alma de "o Velho", que passa mais de um ano entre Byraçoiaba e Byturuna, e no arraial-mina do Byturuna manda "fabricar" a capela em honra de Santa Bárbara, ás vezes acompanhado pelo padre jesuíta Antônio da Cruz.

3 - A instalação da Capela de Santa Bárbara é da tradição dos mineradores e militares, como sertanistas, e no caso da Mina-Arraial do Byturuna, no Arassary´i, a história de Afonso Sardinha - o Velho foi passada oralmente, como já havia acontecido com a Capela "fabricada" na Carapocuyba, logo, a História não descarta a Tradição e incorpora-a como registro imaterial pela certeza de que os atos existiram e a arqueologia os mostra, tanto no Parque da Mina de Ouro d´Araçariguama como na Aldeia de Carapicuíba, por exemplo, povoados luso-católicos a partir das ações sertanistas e minerarias do velho Sardinha.

A essa tradição não poderia fugir "o Velho" Sardinha, até pela proximidade dos padres jesuítas, muito vigilantes nos atos eclesiásticos informalmente desencadeados nos sertões, como a "fábrica" de uma "alminha" ou de uma "capela".

Afonso Sardinha vende a mina, o arraial e a capela do Byturuna, ao sócio-artesão Clemente Álvares, que repassa a informação à Câmara de São Paulo, onde é vereador. A translação é tão verdadeira quanto a declaração do próprio vereador Álvares no plenário do Conselho paulistano. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 20]
1610. Atualizado em 23/10/2025 15:41:07
16°. Sorocaba (data estimada)
E, na prática colonial, os jesuítas seguem os passos do político e minerador que, ao morrer em 1616, lhes deixa tudo em doação, com exceção do Sítio Embuaçava, que coube como herança em vida ao filho (mameluco) Affonso Sardinha - o Moço, que morre em 1604 no meio de uma batalha com nativos. É assim que a Aldeia & Porto Carapocuyba tem, entre 1557 e 1610, tanto valor estratégico quanto a Santa Anna de Parnaíba, que cresce despovoando São Paulo.




  Rio Pinheiros
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1957
Atualizado em 29/10/2025 11:18:18
“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil
•  Cidades (7): Araçoiaba da Serra/SP, Cananéia/SP, Carapicuiba/SP, Itu/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (70): 2º conde do Prado (1577-1643), Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Antônio de Alcântara Machado (1901-1953), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antônio de Sousa (1584-1631), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartolomeu de Torales, Belchior da Costa (1567-1625), Belchior Dias Carneiro (1554-1608), Cacique de Carapicuíba, Cacique de Ybyrpuêra, Catarina de Áustria (1507-1578), Clemente Álvares (1569-1641), Cristóvão de Moura e Távora (1538-1613), Diogo "Arias" de Aguirre (1575-1639), Diogo de Quadros, Diogo Dias (f.1597), Diogo Garcia de Moguér, Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco Correa (f.1590), Francisco da Gama (1570-1612), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Ramalho Tamarutaca (1569-1618), Frei Vicente do Salvador (1564-1639), Frutuoso da Costa, Gabriel da Peña (f.1590), Gabriel Soares de Sousa (1540-1591), Gaspar Dias (1569-1590), George Marcgrave (1610-1644), Gonçalo Camacho (1525-1600), Gregório Ramalho, Guiraberá, Hernando de Trejo y Carvajal (1520-1558), Hilaria Luis Grou, Jean de Laet (1571-1649), Jerônimo Leitão, João de Prado, João Fernandes Saavedra (f.1667), João Nunes Bicudo, João Pereira Botafogo (1540-1627), João Pereira de Souza (f.1605), João Ramalho (1486-1580), João Soares, José Cataldino (1571-1653), José de Anchieta (1534-1597), José Pompeu de Almeida, Lourenço Gomes Ruxaque, Manuel de Paiva (f.1584), Manuel Veloso, Maria da Peña (1540-1615), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541), Maria Gonçalves (1570-1599), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mateus Luís Grou (n.1577), Nicolas del Techo (1611-1680), Nicolau Barreto, Pedro Leitão, Pero Correia (f.1554), Pero Lobo, Pero Lopes de Sousa (1497-1539), Sebastião de Freitas (1565-1644), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Taubici, Tomé de Sousa (1503-1579), Ulrico Schmidl (1510-1579), Washington Luís Pereira de Sousa (88 anos), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626)
•  Temas (37): Açúcar, Aldeia de Tabaobi, Ambuaçava, Bilreiros de Cuaracyberá, Butantã, Calçada de Lorena, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Carijós/Guaranis, Colinas, Estevão Ribeiro "o Velho", Estradas antigas, Guanga, Guerra de Extermínio, Ibirapariyara (Jesus Maria de Ibiticaraíba), Jaguaporecuba, Jeribatiba (Santo Amaro), Lagoa Dourada, Léguas, Maria Leme da Silva, Metalurgia e siderurgia, Montanhas, Nossa Senhora de Montserrate, Paranambaré, Rio Anhemby / Tietê, Rio da Prata, Rio Geribatiba, Rio Jaguari, Rio Paraguay, Rio Piratininga, S Miguel do Ybituruna, São Paulo de Piratininga, Serra de Jaraguá, Taiati (São Francisco Xavier), Tordesilhas, Ururay
Na capitania de São Vicente
Data: 1957
Créditos: Washington Luís (1869-1957)
Página 263
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    Registros relacionados
26 de agosto de 1522, sábado. Atualizado em 28/10/2025 21:45:37
1°. Domingos Luis Grou “adquiriu” terras vizinhas as concedidas nativos de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba
A verdade é que o primeiro Domingos Luís Grou possuía uma data de terra, que vizinhava com a sesmaria concedida aos índios de Piratininga, junto ao rio Carapicuíba, como reza a provisão de Jerônimo Leitão passada a 12 de outubro de 1582, em S. Vicente, e registrada na Câmara da vila de S. Paulo em 26 de agosto de 1522 (Registro Geral,vol. 1º, págs. 354 a 357).
1 de janeiro de 1527, sábado. Atualizado em 25/10/2025 23:19:23
2°. Chegada de Diogo Garcia de Moguer
Comandando uma expedição, partida de Corunha em 1526, com o fim de explorar o Rio da Prata, Diogo Garcia chegou a S. Vicente a 15 de janeiro de 1527 – cinco anos antes de Martim Afonso – e, narrou ter encontrado o bacharel e seus genros, aí moradores mucho tiempo haque ha bien 30 años. Deles comprou um bergantim, se abasteceu de água, lenha e todo o necessário para a viagem, contratou um dos genros por língua (intérprete) até o Rio da Prata.

De acordo com todos os seus oficiais, contadores e tesoureiros, fez com esse bacharel e seus genros um contrato para transportar nos seus navios, quando de volta, 800 escravos para a Europa. “Nesse porto [Páginas 93 e 94]
1530. Atualizado em 28/10/2025 06:01:27
3°.
Casamento de Domingos Grou e a filha do cacique de Carapicuíba (data s/ confirmação)
DOMINGOS LUÍS GROU Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal,veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1,pág. 15).Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues,declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó, Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430).

O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. [Página 180]
1 de setembro de 1531, sexta-feira. Atualizado em 11/10/2025 01:43:11
4°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada?
23 de novembro de 1531, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:40:22
5°. Pero Lopes de Sousa, a 23 de novembro de 1531, partiu Rio da Prata acima levando em um bergantim 30 homens, tudo em boa ordem de guerra; e, como pôde, explorou esse rio até os Carandis, onde meteu padrões portugueses, e, como a ordem era de voltar em 20 dias, daí regressou a se reunir à esquadra
10 de fevereiro de 1532, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 05:09:26
6°. Sesmaria a Ruy Pinto
10 de outubro de 1532, segunda-feira. Atualizado em 09/10/2025 02:21:09
7°. Martim Afonso concede sesmarias
A outra vila, feita a nove léguas do litoral para o sertão, à borda de um rio que se chamava Piratininga, mencionada por Pero Lopes de Sousa, nem sequer se lhe indicou o nome, nem foi ela posta sob invocação religiosa, numa época em que o intenso fervor católico dava nome de “santos” a todos os acidentes geográficos do litoral e do interior nos descobrimentos feitos.

Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tal vila foi situada, ou mesmo se foi situada; o rio Piratininga jamais foi identificado, e com esse nome talvez não tivesse existido rio algum.

Piratininga (nenhuma etimologia satisfatória para essa palavra), era uma região situada no planalto. A Câmara da Vila de S. Paulo, que às vezes se denominava “S. Paulo do Campo”, “S. Paulo de Piratininga”, “S. Paulo do Campo de Piratininga”, concedeu datas de terras em “Piratininga, termo desta vila” no “caminho de Piratininga”, “indo para Piratininga”, “no caminho que desta vila vai para Piratininga” etc. (Atas da Câmara de S. Paulo, vol. 3.º, pág. 168, Registro Geral, vol. 1.º, págs. 10, 72, 88, 98, 100, 108, 129, 283).

“Índios de Piratininga”, qualificam as sesmarias de terras concedidas aos índios de Pinheiros e aos de S. Miguel de Ururaí, por Jerônimo Leitão em 12 de outubro de 1580 (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 354), o que não deixa a menor dúvida que Piratininga estendia-se desde Carapicuíba, incluindo Pinheiros, até Ururaí. Piratininga era, pois, uma vasta região do campo vagamente indicada no planalto.

É por isso que, em Piratininga, sem que se fizesse menção da qualidade de vila, como era de uso nesses documentos, foi concedida à sesmaria de Pero de Góis, sendo a respectiva posse dada alguns dias depois na ilha de S. Vicente. Martim Afonso teria nessa ocasião chegado até a morada, a povoação de João Ramalho, pela vereda de índios que, então, ligava o planalto ao litoral. Aí nessa zona, nos campos de Piratininga, vizinhos da sesmaria de Ururaí, por Jaguaporecuba, não se sabe bem onde, já afeiçoado aos costumes da terra, João Ramalho vivia maritalmente com filhas de morubixabas, tendo numerosa descendência e dispondo de grande influência sobre Tibiriçá e outros.

Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt.

Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [Páginas 101 e 102]
10 de fevereiro de 1533, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:56:33
8°. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo
Piratininga (nenhuma etimologia satisfatória para essa palavra), era uma região situada no planalto. Apesar de investigações cuidadosas e de minuciosos exames locais, até agora não se sabe onde tal vila foi situada, ou mesmo se foi situada; o rio Piratininga jamais foi identificado, e com esse nome talvez não tivesse existido rio algum.
Maio de 1533. Atualizado em 25/02/2025 04:39:56
9°. Martim em São Vicente*
Durante a sua permanência em S. Vicente, desde 22 de janeiro de 1532 até meados de maio de 1533, onde esteve a esperar recado da expedição de Pedro Lobo, conforme o dizer de Pero Lopes de Sousa, daí fez, provavelmente, partir outras expedições pelo sertão à procura deminas de ouro, conforme narram cronistas espanhóis, com grandes erros cronológicos. O seu intuito foi, a meu ver, descobrir e apossar-se a leste, do ouro que Cortez e Pizarro tinham encontrado a oeste.
1534. Atualizado em 28/10/2025 09:21:55
10°. A sua morte, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel,
Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa, ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir. Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo.

Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus, como fonte de informação.

Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos. [Página 88]

Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão.
6 de outubro de 1534, sábado. Atualizado em 06/10/2025 02:18:54
11°. Foram criadas 14 capitanias hereditárias, divididas em 15 lotes
Martim Afonso de Sousa e seu irmão Pero Lopes de Sousa,ao que parece, fizeram um contrato com João Venist, Francisco Lobo e Vicente Gonçalves para formação de um engenho para fabricação de açúcar, ato agrícola comercial para o qual os dois Sousa, entraram apenas com as terras, entrada tão vã, como a doação da capitania por D. João III, igual à que os Papas fizeram às nações ibéricas, quando por elas distribuíram o mundo a descobrir.

Atribui-se-lhe também a providência de proibir que os colonos subissem ao planalto e que fossem ao campo. Jordão de Freitas diz que foi esse contrato feito em 1534. Martim Afonso só recebeu o Foral a 6 de outubro de 1534 e a carta de doação em 20 de janeiro de 1535. (H. C. Port. no Brasil, Vol. 3º), mas cita Frei Gaspar da Madre de Deus,como fonte de informação.

Não se compreende o motivo de tal proibição. Evitar que descobrissem o caminho das minas tão cobiçadas? Isso é pueril, pois que redundava apenas na impossibilidade de alargar a conquista do interior, pela ocupação do planalto, “de bons ares e de bons campos”, próprios para produção de mantimentos e criação dos gados, de que o litoral tanto precisava para poder subsistir. Além de pueril, seria contraditório ou incoerente fundar uma povoação no campo, como afirma Pero Lopes, a 9 léguas do mar, e proibir que a esse campo fossem os colonos.

Aliás essa proibição não se encontra em nenhum documento colonial. A provisão expedida por D. Ana Pimentel, mulher e procuradora de Martim Afonso, em 11 de fevereiro de 1544, da qual alguns cronistas deduziram a revogação dessa proibição, a esta não se refere, nem do seu contexto se infere que ela tivesse havido. Ao contrário é nessa provisão que se acha a proibição de ir ao campo no tempo em que os índios andassem em sua santidade (?), dependendo a ida de licença do capitão loco-tenente, licença, da qual sempre prescindiram os colonos para entrar ao sertão. [Páginas 88 e 89]

Martim Afonso, quando de S. Vicente subiu ao Planalto, reconheceu talvez que a povoação de João Ramalho constituiria um posto avançado de importância no caminho, que por ela passava, trilhado pelos índios, e que ia até o Paraguai, onde se imaginavam situadas as fabulosas minas que ele procurava, pelo sertão adentro, desde o Rio de Janeiro e de Cananéia. Por esse caminho transitaria mais tarde Ulrico Schmidt. Foi a pretensa vila a que se referiu a complacência de Pero Lopes, foi o lugar que Martim Afonso primeiro povoou segundo se escreveu mais tarde. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Páginas 101 e 102]
1540. Atualizado em 24/10/2025 02:52:01
12°. Nascimento da filha do cacique de Carapicuiba
Domingos Luís Grou, da família Annes ou Ianes, de Portugal,veio para o Brasil tentar fortuna, e aqui casou-se com Fulana Guaçu, filha do cacique de Carapicuíba, segundo a Genealogia de Silva Leme (vol. 1,pág. 15).Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fezem 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nascabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 mesesde idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues,declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó,Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430).

O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo. [Página 180]
Fevereiro de 1553. Atualizado em 25/02/2025 04:45:36
13°. Chegada a São Vivente*
Em fevereiro de 1553, já no fim do seu mandato, em navio comandado por Pero de Góis, seu capitão do mar, Tomé de Sousa percorreu a costa do Brasil, em inspeção às capitanias, que constituíam o seu governo.
1 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
14°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”
Ele era português; mas qual a sua terra de origem? Pedro Taques afirma que ele veio de Barcellos, comarca de Viseu. Tomé de Sousa, na sua já referida carta de 1º de junho de 1553 (Hist. da Col. Port. no Brasil, vol. 3º, pág. 364) relata que ele era natural do termo de Coimbra. Alguns indicam Vouzelas ou Boucelas como o lugar de seu nascimento. [Página 162]

De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse:

S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra.

Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus.

Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio.

Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer
”...

Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão.

Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553.

Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas.

Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos.

Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga.

Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente:

“ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”...

Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação.
1 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
15°. Carta de Tomé de Sousa
De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse:

S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra.

Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus.

Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio.

Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer
”...

Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão.

Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553.

Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas.

Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos.

Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga.

Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente:

“ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”...

Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação.
31 de agosto de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
16°. Carta de Manoel da Nóbrega á Luís Gonçalves da Câmara: “Vou em frente procurar alguns escolhidos que Nosso Senhor terá entre esses gentios”
João Ramalho não deu informações precisas sobre a terra de seu berço. Dela veio estando casado com mulher, que lá deixou e da qual nunca mais teve notícia, supondo-a morta, quarenta anos depois.

O Padre Manuel da Nóbrega, na carta de 31 de agosto de 1553 ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, diz que João Ramalho era parente do Padre Manuel de Paiva, o celebrante da missa no planalto, a 25 de janeiro de 1554. (Páginas de História do Brasil, pelo Padre Serafim Leite, págs. 92 a94).
1554. Atualizado em 24/10/2025 02:35:02
17°. Casamento de Domingos Luis Grou com Maria da Peña, filha de Antônio da Peña e Francisca de Góis
Um de seus netos, Luís Ianes Grou, no testamento que fez em 21 de outubro de 1628, no arraial de seu tio, Mateus Luís Grou, nas cabeceiras da Ribeira, sertão de Ibiaguira, declarou ter 55 anos e 8 meses de idade, ser filho legítimo de Luís Ianes Grou e de Guiomar Rodrigues, declarando também que numas contas feitas no inventário de sua avó,Maria da Penha... (Inv. e Test., vol. 7, pág. 430).

O inventário de Maria da Penha não foi encontrado no Arquivo do Estado de S. Paulo. Mas os antepassados paternos dos Grou eram de Portugal e lá ficaram, o que me autoriza a afirmar que a avó então referida era a filha do cacique de Carapicuíba, e mulher de seu avô, Domingos Luís Grou, e chamava-se Maria da Penha, nome que, sem dúvida, recebera no batismo.
25 de janeiro de 1554, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:28
18°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
João Ramalho não deu informações precisas sobre a terra de seu berço. Dela veio estando casado com mulher, que lá deixou e da qual nunca mais teve notícia, supondo-a morta, quarenta anos depois.

O Padre Manuel da Nóbrega, na carta de 31 de agosto de 1553 ao Padre Luís Gonçalves da Câmara, diz que João Ramalho era parente do Padre Manuel de Paiva, o celebrante da missa no planalto, a 25 de janeiro de 1554. (Páginas de História do Brasil, pelo Padre Serafim Leite, págs. 92 a94).
24 de agosto de 1554, sexta-feira. Atualizado em 06/10/2025 13:23:40
19°. Os jesuítas Pedro Correia e João de Sousa, acompanhados de um leigo, partem de São Vicente para a catequização dos índios de Cananéia, e ali acabam mártires no mês seguinte
A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. Segundo a carta do Padre José de Anchieta (Cartas Jesuíticas, vol. 3º, págs. 79 a 83), os irmãos Pedro Correia e João de Sousa, enviados aos ibirajaras, foram trucidados por esse gentio. Parece que essas tribos estavam então vizinhas dos carijós. [p. 332]
9 de julho de 1555, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:34:05
20°. Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves
A mesma confusão se pode estabelecer com Baltasar Gonçalves. Assim, Afonso Sardinha, no seu testamento (Az. Marques, Apontamentos) declarava que foi casado com Maria Gonçalves, irmã de Baltasar Gonçalves; Clemente Álvares foi casado com Maria Gonçalves, filha de Baltasar Gonçalves (Inv. e Test., vol. 1º, pág. 17).

E não se pode afirmar se esses Baltasar Gonçalves eram os irmãos de Brás Gonçalves, ou do genro do cacique de Ibirapuera, não obstante no livro de Atas (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 5 em 1583) haver declaração formal de que um Brás Gonçalves era irmão de um Baltasar Gonçalves. Nesse tempo os próprios apelidos – Gonçalves, como os de Fernandes, Rodrigues, Dias – eram usados por pessoas que nenhum parentesco tinham entre si.

Assim encontram-se tais sobrenomes designando pessoas de diferentes famílias. Além disso os filhos do mesmo casal tomavam nomes diferentes dos seus pais, assinando os de seus avós ou padrinhos, o que também traz confusão ao investigador. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 183]
11 de fevereiro de 1556, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:34:05
21°. Braz Cubas proibiu a todos o trânsito pelo campo para o Paraguai e expressamente declara “avisareis a João Ramalho, alcaide e guarda-mor do campo que não deixe passar nenhuma pessoa para ele, sem mostrar vossa licença nem os próprios moradores”
Duarte da Costa proibiu a todos o trânsito pelo campo para o Paraguai e expressamente declara "avisareis a João Ramalho, alcaide e guarda-mor do campo que não deixe passar nenhuma pessoa para ele, sem mostrar vossa licença nem os próprios moradores de Santo André".
31 de março de 1560, sexta-feira. Atualizado em 31/03/2025 02:57:26
22°. Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá?
Santo André possuía ermida, mas não tinha pároco, só recebendo socorros espirituais idos de S. Paulo, com grande prejuízo para a religião. As duas povoações, por assim dizer contemporâneas, como núcleos urbanos, se equivaliam; a manutenção das duas dispersava esforços e atividades, cuja reunião era indispensável nessa época inicial de conquistas material e espiritual, de povoamento e catequese.

Essas razões – que tinham em vista a defesa e a segurança, e que também eram de ordem econômica, social e espiritual – levaram a Mem de Sá, terceiro Governador Geral do Brasil, estando em S. Vicente, em 1560, atendendo os pedidos dos padres da Companhia de Jesus e os dos próprios moradores de Santo André, a mudar a sede dessa vila para junto da casa e igreja de S. Paulo edificadas estas na colina entre os ribeirões Tamanduateí e Anhangabaú, próximas às choças de Tibiriçá, ambas dentro do termo da vila de Santo André.

Az. Marques, Cronologia, informa que Mem de Sá chegou a S. Vicente a 31 de março de 1560, e aí esteve cerca de sete meses ou mais, o que autoriza a dizer que a mudança foi feita depois de março e antes de findar esse ano de 1560. [Páginas 133, 134 e 135]
5 de abril de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
23°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
Em 1560 foi também usado, por ordem de Mem de Sá, um outro caminho entre o planalto e o litoral, mais para oeste, a fim de evitar os ataques dos tamoios. Por essa forma, “para melhor serviço de Deus e de el-rei, nosso senhor”, que nesse tempo tudo decidia, concentrou o Governador Geral mais uma vez, os moradores do planalto em um ponto mais avançado no sertão, alargando a posse portuguesa. Documentos autênticos provam que não houve um pedido único nem uma só razão para a transferência de sede da vila.

Essas duas veredas, ordinaríssimas, mal traçavam o trânsito entre o planalto e o Cubatão. Esta última ficou conhecida sob o nome de Caminho do Padre José, não se sabe desde que data e por que razão, talvez por ser freqüentada por Anchieta. Em 1560 José de Anchieta era apenas irmão da Companhia de Jesus, só tendo tomado ordens sacerdotais em 1566, na Bahia (Serafim Leite, História da Companhia de Jesus, Vol. 1º, pág. 29, Nota 2).

Nem ele tinha poderes, nem a Companhia de Jesus, nessa época, tinha posses para construção de caminhos por piores que fossem. José de Anchieta “subia por esse caminho” (Documentos Interessantes, Vol. 29, pág. 112).

É o que diz a Memória de Melo e Castro aqui citado. Foi uma preocupação constante, e com muita razão, da gente do planalto em manter a comunicação com o litoral. Desde as mais remotas vereanças da vila de Santo André (Atas, pág. 15), através das atas da Câmara de S. Paulo, continuamente se fala e se recomenda e se insta pela conservação do caminho do mar.

Este caminho nos primeiros tempos, e por muito tempo, foi uma vereda de índios pela serra de Paranapiacaba, (porque da ilha de S. Vicente até ao pé da serra se viajava por água) e daí para a vila de S. Paulo, até à borda do campo, atravessavam-se rios caudalosos.

Em 1560 o caminho do mar ainda passava pelo vale do Mogi, pelos sítios de João Ramalho, e por Ururaí, e foi por ele que Martim Afonso subiu até a região de Piratininga. Depois se fez outro, mais a oeste, que a tradição chamou caminho do Pe. José (Os rios correm para o mar) e que por ordem de Mem de Sé começou a servir ao tráfego entre o planalto e o litoral. O primeiro chamou-se o caminho velho do mar. Pelo caminho novo, era proibida a passagem de boiadas, visto o estrago que causavam. Ambos eram péssimos; do alto da serra até ao campo havia atoleiros causados pelas inundações dos rios Grande e Pequeno; do alto da serra para baixo eram aspérrimos e apenas indicados pelos cortes das árvores.
20 de maio de 1561, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:39:55
24°. Carta à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes
Comprova-o uma carta de 20 de maio de 1561 à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes, oficiais que foram da Câmara de Santo André e depois da de S. Paulo, na qual escreveu:

este ano de 1560 veio a esta capitania Mem de Sá, governador Geral, e mandou que a vila de Santo André, em que antes estávamos, se passasse para junto da casa de S. Paulo, que é dos padres de Jesus, porque nós todos lh’o pedimos por uma petição, assim por ser o lugar mais forte e mais defensável assim dos contrários como dos nossos índios, como por muitas causas que a ele se movera”.
28 de maio de 1562, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:11
25°. João Ramalho assume o cargo de capitão para guerra na Vila de São Paulo
Não se encontram elementos para afirmar ou para negar que ele tivesse tomado parte na governança da terra nos anos de 1558 a 1561, porque da Câmara, que nesses anos funcionou em Santo André e em S. Paulo, desapareceram os respectivos livros de atas. Mas em 1562, a 28 de maio, João Colaço, capitão-loco-tenente por Martim Afonso de Sousa, atendendo a que

por vozes e eleição João Ramalho havia sido escolhido para fazer a guerra, que então se esperava, nomeia-o capitão dessa guerra com amplos poderes, como si fosse ele em pessoa, determinando que todas as pessoas lhe obedecessem em tudo que fosse necessário para essa guerra, sob pena de prisão, de multa de vinte cruzados, pagos da cadeia, e de degredo de um ano para a Bertioga, sendo a metade da multa para o acusador e a outra metade para as despesas da guerra. (Atas V. 1º de S. Paulo, págs. 14 e 15)”.
24 de junho de 1562, domingo. Atualizado em 22/06/2025 06:02:40
26°. Os oficiais da Câmara de S. Paulo Antônio de Mariz, Diogo Vaz, Luís Martins e Jorge Moreira dão a João Ramalho juramento sobre um livro dos santos evangelhos
A 24 de junho de 1562, os oficiais da Câmara de S. Paulo Antônio de Mariz, Diogo Vaz, Luís Martins e Jorge Moreira dão a João Ramalho juramento sobre um livro dos santos evangelhos para bem e verdadeiramente servir esse cargo de grande e suma responsabilidade nesse momento crítico (Vide Atas da Câmara de S. Paulo, vol. 1º, pág. 14 em que estão lavradas a vereança da Câmara e provisão do capitão-loco-tenente).
15 de fevereiro de 1564, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:36:40
27°. João Ramalho teria sido novamente eleito vereador de São Paulo, porém, já velho (por volta dos setenta anos), recusou o posto, como consta da ata da Câmara Municipal
Em 1564, em S. Paulo, quando recusou o cargo de vereador, os seus companheiros de governança vão à casa da Luís Martins, onde ele se achava pousado, insistir pela aceitação do cargo; e, entre outras razões, que ele apresenta para persistir na recusa, dá a de que se achava em terra de contrários dessa vila, dos contrários da Paraíba.
Dezembro de 1568. Atualizado em 25/10/2025 04:44:48
28°. Anchieta*
Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes” e em companhia do Pe. Salvador Rodrigues e do secular Manuel Veloso e de alguns índios desceu o Anhembi. A canoa em que iam, naufragou e o Pe. Anchieta foi salvo por um índio, e o lugar, que era encachoeirado, ficou a chamar-se Abaremanduava que quer dizer cachoeira do Padre.

É esse sem dúvida o episódio referido pelo Padre Pedro Rodrigues na vida do Padre José de Anchieta (Anais da Biblioteca Nacional, vol. 29, pág. 219) quando conta que “sucedeu que dois homens, de consciências largas e de nome, temendo o castigo de suas grandes culpas, se levantaram e com suas famílias, se foram meter com os gentios inimigos pelo que, com razão, se temiam não viessem com poder de gente a destruir a capitania.

Vendo o Pe. José que não havia contra esse perigo forças humanas e confiado só nas de Deus se determinou de ir em pessoa a buscar os alevantados e reduzi-los a obediência do seu capitão levando-lhes largos perdões de todo o passado. Foi com ele o Pe. Vicente Rodrigues e outros homens e um índio esforçado”. Houve o naufrágio da canoa em que iam e o índio salvou o Pe. Anchieta, depois de dois mergulhos, que duraram meia hora debaixo d’água. Trouxe o Padre Anchieta os dois homens alevantados para a vila.

Mas, daí a um ano, um desses homens (e que não é nomeado) “quis tornar ao sertão, mas o capitão recusou-lhe a licença, e por isso ele o maltratou por tal forma que um filho do capitão o matou a frechadas.

O episódio do naufrágio foi posteriormente a 1572, quando Anchieta veio a S. Vicente com o Bispo D. Pedro Leitão e o Visitador da Companhia Pe. Ignácio de Azevedo.
1570. Atualizado em 24/10/2025 21:37:36
29°. Afonso Sardinha chega ao Jaraguá
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria.
1570. Atualizado em 27/10/2025 21:17:22
30°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
Citando o Pe. Simão de Vasconcelos, na vida do Pe. José de Anchieta, Antônio de Alcântara Machado (1901-1953) narra que no ano de 1570, dois moradores de S. Paulo “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família” tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros, que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”. Nessa ocasião Anchieta resolveu intervir conjurando o perigo. Obteve dos camaristas “salvo-conduto e perdão daqueles delinqüentes”
24 de dezembro de 1576, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
31°. “Há de se desconfiar quando ele alegava não comparecer a uma sessão da Câmara, como vereador que era, em pleno natal, pois não tinha botas”
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria.
13 de agosto de 1577, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
32°. Petição Domingos Luis Grou
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descartável nem deixaria seus filhos na miséria. [Página 202]
1580. Atualizado em 25/02/2025 04:39:52
33°. Sesmaria concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga
Não estará longe da verdade quem disser que João Ramalho fazia parte da feitoria, estabelecida por iniciativa particular no porto de S. Vicente, e, sem perder o contato com essa feitoria, estabeleceu-se no planalto. Morou em lugar chamado Jaguaporecuba, próximo a Ururaí, como se vai ver. Na carta de sesmaria, concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga em 1580 (Registro Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se a palavra Jaguaporecuba cuja penúltima sílaba está roída por traças. Mas no mesmo 1º volume desse Registro, pág. 150, se encontra a transcrição da provisão em que João Soares, em 1607, é nomeado capitão-mor dos índios da aldeia de Guarapiranga, da aldeia-nova de Guanga e de Jaguaporecuba.
16 de julho de 1580, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:38:07
34°. João Fernandes, filho de João Ramalho, é multado por não ter comparecido à procissão de Santa Isabel
Assim na sesmaria concedida aos índios de Ururaí por Jerônimo Leitão (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se que era limítrofe com a de João Ramalho e de seus filhos, i. é., de João Ramalho e de Antônio de Macedo. Na vereança de 16 de julho de 1580 (Atas, vol. 1º, pág. 166) João Fernandes, filho de João Ramalho, é multado por não ter comparecido à procissão de Santa Isabel. Matias de Oliveira se declara neto de João Ramalho, quando requer uma sesmaria de terras na capitania de S. Vicente (Sesmarias, vol. 1º, pág. 41. Publicação oficial do Arquivo do Estado de S. Paulo). Outras referências se encontrarão com mais acurado exame.
1 de setembro de 1583, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:38:58
35°. Os aldeamentos de Pinheiros e São Miguel possuem uma população de quinhentas almas nos dois aldeamentos, igualando-se à população europeia da região, calculada em 120 lares
Citando ainda Del Techo, História do Paraguai, o Barão do Rio Branco, em Ephemerides Brasileiras, de lº de setembro de 1583, narra que no vale do Anhembi, hoje Tietê, os Tupiniquins tinham 300 aldeias e 30. 000 sagitários, que, em seis anos de guerra, de 1592 a 1599, foram todas destruídas e exterminados os selvagens do rio de Jeticaí, hoje rio Grande. O rio Parnaíba é afluente da margem direita do rio Paraná e tem suas nascenças mais a leste, do lado das nascenças do rio S. Francisco. Conforme se vê pelas atas da Câmara de S. Paulo, que se referem às entradas de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, já esses sertanistas lá tinham estado. As bandeiras já tinham atravessado o rio [Páginas 262 e 263]
10 de agosto de 1584, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:33
36°. Testamento
João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos.

Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil.

Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento).

Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [Página 274]
30 de agosto de 1584, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:44:23
37°. Gabriel Soares de fato embarcara para a corte em fins de agosto de 1584, imediatamente após a carta do reitor do Colégio ter sido enviada a Lisboa
João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos.

Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil.

Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento).

Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. [Página 274]
10 de abril de 1585, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:26
38°. Representação das Câmaras de Santos e São Vicente ao capitão-mor Jerônimo Leitão, lugar-tenente do donatário, sobre a necessidade de fazer-se guerra aos índios Tupiniquim e Carijó
A 10 de abril de 1585 (Atas, vol. 1º, pág. 275), a Câmara de S. Paulo dirigiu longa e interessante representação a Jerônimo Leitão, alegando a situação aflitiva da capitania, na qual desde seis anos tinham morrido mais de seis mil peças do gentio, de câmaras de sangue e de outras moléstias, estando ela sem escravaria para o trabalho de plantações e criação de gado, de que viviam e pagavam o dízimo ao rei, e alegando ainda que o gentio carijó já havia matado dos brancos mais de 150 homens, espanhóis e portugueses, entre os quais os 80 mandados por Martim Afonso pela terra adentro, e até padres da Companhia de Jesus.

A Câmara de S. Paulo nessa representação requereu que fizesse guerra a esse gentio carijó, inimigo dos tupiniquins, por mar, pela facilidade de se levar mantimentos, e, vencendo-os fossem eles trazidos ao ensino e à doutrina cristã. Sem essa guerra de escravização e de vingança, a capitania se despovoaria, porque estavam todos dispostos a “largar a terra e ir viver onde tivessem remédio de vida”. Pediu ainda que a respeito fossem ouvidas as demais Câmaras. [p. 238]
25 de abril de 1585, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:29
39°. Reunião: já não se fala em viagem "por mar"
A que pontos chegaram as entradas comandadas por Jerônimo Leitão? Bem difícil é determiná-los precisamente. Nos nossos arquivos não se encontram indicações do itinerário seguido por Jerônimo Leitão nem região a que ele chegou. O Padre Pablo Pastells, porém, na sua História da Companhia de Jesus na Província do Paraguai (vol. 1º, pág. 195), dá o resumo de uma carta de D. Antônio de Anhasco, datada de 14 de novembro de 1611, dirigida ao Sr. Diogo Marim Negron, Governador do Rio da Prata, em Buenos Aires, em que comunica “que havendo saído de Ciudad Real e estando em uma redução dos Padres da Companhia de Jesus, antes de chegar a Paranambaré, onde é capitão um índio chamado Taubici, na véspera de Todos os Santos, chegou-lhe a notícia de que os portugueses de S. Paulo entravam pelo caminho, que 30 anos antes tinha entrado Jerônimo Leitão com grande golpe de portugueses”. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 243]
1 de novembro de 1585, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 20:23:00
40°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós
Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados.Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586(Atas, vol. 1°, pág. 293).
7 de abril de 1586, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:07:04
41°. Bandeira de Jerônimo Leitão ainda está no sertão
Jerônimo Leitão, após consultas prudentes, e a instâncias das Câmaras e dos povos da Capitania de S. Vicente, lá esteve, como já narrei no Capítulo XIII, para fazer a guerra aos carijós. E desde essa época,nos inventários, aparecem descrições de índios carijós escravizados. Uma dessas expedições partiu em fins de 1585, e em abril de 1586 ainda estava nesse sertão, o que se deduz da vereança de 7 de abril de 1586 (Atas, vol. 1°, pág. 293).
27 de julho de 1586, domingo. Atualizado em 23/10/2025 17:07:04
42°. Domingos Grou não retorna com a expedição de que saiu de Santos um ano antes
A 27 de julho de 1586, Jerônimo Leitão já estava de volta na Vila de S. Paulo de Piratini, e nomeava, por ser muito necessário, Diogo Teixeira, meirinho do campo, por provisão registrada em Ata dessa Câmara (Atas, vol. 1º, pág. 301). Já essa fase da guerra estava terminada; mas a esse termo não se referem os arquivos paulistas. Pode-se, porém, afirmar que não foi então uma guerra de extermínio, porque as entradas continuaram, sendo sem dúvida a reunião, na igreja e ermida de S. Jorge e a determinação tomada no engenho dos Esquetes, o reconhecimento de guerra justa ao indígena da capitania de S. Vicente, guerra que iria durar anos.
Agosto de 1587. Atualizado em 25/02/2025 04:42:47
43°. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"*
Belchior Carneiro tomou parte na entrada de Antônio de Macedo e de Domingos Luís Grou, seu sogro, a qual na volta, fora desbaratada perto do rio Jaguari; fora um dos membros da companhia de Nicolau Barreto e, parece, fizera uma entrada por sua própria conta no sertão dos índios temiminós. [Página 331]
1589. Atualizado em 09/10/2025 03:23:27
44°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas
nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil.

Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno.

Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio.

O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 295]

Em 1902, segundo vejo do meu caderno, tomei a seguinte nota:

Em 27 de novembro de 1600, por um termo de vereança, vê-se que nessa data sepreparava, com consentimento de D. Francisco de Sousa, uma entrada ao sertão,que não era o da capitania, da qual faziam parte moradores da terra e de fora dela.Era sem dúvida a de André de Leão, que partida era dezembro de 1600 (pág. 403),ainda estava no sertão em 1601, tendo voltado por agosto ou setembro, assimcompletando os nove meses de que fala Glymmer. Este tomou parte em umabandeira quando D. Francisco de Sousa, vindo da Bahia, chegou a S. Paulo paradescobrir as minas de metal que continham prata extraída dos montesSabarousom”.

No vol. 2º das Atas, em que foram publicadas as vereanças de 1600, não seencontra essa de 27 de novembro de 1600, a que se refere à nota transcrita. Comose vê no vol. 2º, das Atas às págs. 82 e 83 com que termina o ano de 1600 há umavereança a 27 de novembro que não se refere ao preparo dessa entrada. Há depoisum termo (pág. 83) de seis linhas que nada diz. Provavelmente quando ManuelAlves de Sousa copiou esse livro já as páginas correspondentes à vereança de 27dc novembro, de que foi copiada a nota transcrita, haviam desaparecido,consumidas pelo manuseio ou por outra qualquer razão. Para tal informação sóresta a nota por mim tomada, que pouco valor tem, quanto à autoridade doextrato, que ficou acima transcrito.

“Partindo de S. Miguel1, nas margens do Tietê, perto de S.Paulo, a bandeira passou para um afluente do Parayba, ganhou esterio, navegou por ele abaixo, até a sua secção encachoeirada, galgou aSerra, da Mantiqueira, passou diversos rios atribuídos correctamenteao sistema platino e penetrou até próximo ao alto S. Francisco. Atéentrar na bacia do S. Francisco, este caminho deve corresponder muitoproxima, se não exactamente, com o da Bandeira de Fernão DiasPais Leme, ‘uns setenta anos mais tarde, e com o que depois da descoberta de ouro se tornou célebre como o caminho para as Minas Gerais. Sobre a derrota de Fernão Dias, não temos detalhes, senão doRio Grande para o norte, onde diverge da do atual roteiro; mas paraa dos mineiros existe o precioso roteiro dado por Antonil, na suaobra, intitulada Opulência e cultura do Brasil publicada em Lisboa,em 1711. Pela comparação desses dois roteiros e levando em consideração a probabilidade de que a derrota de ambas fosse determinadapor caminhos já existentes dos Índios, sendo, portanto, provavelmenteidênticos, é possível reconstruir grande parte do caminho da Bandeirade 1601.

Os dois rios que deram acesso ao Parayba eram indubitavelmenteo Paratehy e o Jaguary. A serra de Guarimunis, ou Marumiminis, é a atualmente conhecida pelo nome de Itapety, perto de Mogy dasCruzes, sendo possível que estes nomes antigos ainda sejam conservados no uso local. A referência a minas de ouro nesta serra talvez sejaum acréscimo na ocasião de redigir o roteiro; mas é certo que em1601, havia, desde uns dez ou doze anos, mineração nas vizinhanças de S. Paulo, e que antes de 1633, quando foi publicada a ediçãolatina da obra de João de Láet, em que vem a enumeração das minaspaulistas, a houve na localidade aqui mencionada. A referência aoscampos, ao longo do primeiro destes rios, é, talvez, um caso de confusão com os do rio Parayba, visto que, conforme informações dos ajudantes da Comissão Geográphica e Geologica, que ultimamente levantaram a planta do vale do Pararehy, ali não existem campos notáveis. O rio então conhecido pelo nome de rio de Sorobis, bem que asua identidade com o Parahyba do litoral já era suspeitada, foi alcançado na foz do Jaguary, em frente da actual cidade de São Josédos Campos. Nota-se que, já nessa época, era conhecido o curso excêntrico do alto Parahyba. Depois de 15 ou 16 dias de viagem o riofoi abandonado no começo da secção encachoeirada, perto da actualcidade da Cachoeira, e a bandeira galgou a Serra da Mantiqueira,seguindo um pequena rio que, muito provavetmente, era o PassaVinte, que desce da garganta que depois serviu para a passagem daestrada dos mineiros e hoje para a da estrada de ferro Minas e Rio.Passando o alto da Serra, a bandeira entrou na região dos pinheiros,que os naturalistas holandeses (que evidentemnente não conheceram aAraucária, desconhecida no Norte do Brasil) julgaram, pela descrição de Glimmer, que eram Sapucaias.

Deste ponto em diante, o roteiro torna-se um tanto obscuro, dandoa suspeitar o ter havido alguma confusão na redeção... Os dados topográficos são; o rumo de noroeste e as passagens de três rios, dos quaisdois maiores, navegáveis e vindos do norte, com a distância de 4 ou 5léguas entre um e outro. Os únicos rios em caminho das cachoeiras doParahyba para a região do alto S. Francisco, que corresponder a estadescrição destes dois rios, são o Rio Grande e Rio das Mortes, pertoda sua confluencia. Ahi o Rio Grande cujo curso geral é para o oestecorre, por alguns kilômetros, do norte, num grande saco que sempretem sido um ponto de passagem, e, a quatro ou cinco léguas adiante, o Rio das Mortes tambem vem um pequeno trecho do Norte2. Este trecho é junto à estação de Aureliano Mourão, na estrada de ferro Oestede Minas e poucos kilômetros abaixo da povoação de Ibituruna, ondeFernão Dias estabeleceu um dos seus postos, talvez por encontrar pertoa grande aldeia de índios amigos, rica em mantimentos, de que fala onosso Glymmer. Se porem, este for o ponto de passagem do Rio dasMortes, não se encontra, a três dias de viagem, dos Pinheiros e a quatorze do Rio Grande, rio algum que pareça digno de menção numanarrativa em que não vem mencionado o Angahy. Este, pelo roteiro deAntonil, está a 22 ou 24 dias de viagem dos Pinheiros e a 4 a 5 doRio Grande. Para pôr os dons roteiros de acordo, identificando o primeiro rio de Glymmer com o Angahy, seria necessário inverter os termos dos três e dos quatorze dias de viagem, supondo um outro caso deconfusão na redação, como o já apontado com os campos do Paratehy eParahyba.

Da passagem do Angahy o caminho dos mineiros dado por Antonil tomou mais para a direita, procurando São João d’El-Rei, viaCarrancas. É para notar que as marchas diárias do roteiro de Antonil são pequenas, sendo geralmente “até o jantar”, o que explica, talvez, a discordância, do número de dias (de 14 a 22 ou 24) que se ‘nota na hypothese de ser o Angahy o primeiro rio do presente roteiro.

Partindo da aldeia sobre o terceiro rio, a Bandeira caminhou durante um mes em rumo de noroeste, sem passar rio algum, até achar-seperto da confluência de dous rios de diversas grandezas, que romperampara o norte, entre montanhas que foram identificados com a desejadaSerra de Sabarábussú. Aqui, foi encontrada uma estrada larga e trilhada, que nesta época não podia ser senão dos Índios e cuja existência confirma a hipótese já lançada da que a derrota, desta e de subseqüentes bandeiras era por estes caminhos fá existentes. A estrada seguida da aldeia por diante era pelo alto de um espigão, e, admitindoque o ponto de partida era nas vizinhanças de Ibituruna, temos trêshipóteses a considerar:

1º O espigão entre o Rio Grande e as cabeceiras dos rios Pará eS. Francisco.2º O entre os rios Pará e S. Francisco.3º O entre os rios Pará e Paraopeba.O caminho pelo primeiro destes espigões, passando por Oliveira,Tamanduá e Formiga, até o alto S. Francisco, corresponde regularmente com o rumo dado, tendendo, porém, mais para o oeste do quepara o noroeste, e cruzando o rio Jacaré que, conquanto não seja grande, parece de bastante importância para ser mencionado. Por este espigão, porém, é difícil identificar os dois rios do fim da jornada e a serracortada por eles, porque as serras de Piumhy ou a de Canastra malcorrespondem à descrição do roteiro. O segundo espigão daria para cairna forquilha entre o Pará e o Itapecerica, ou entre o Pará e o Lambary, ou finalmente, entre o Pará e o S. Francisco. As duas primeirasparecem demasiado perto para a jornada de um mez, e na do Pará eSão Francisco os dois rios devem figurar como tendo proximamente amesma grandeza. O terceiro espigão daria, na hipótese de accompanhar de perto a margem direita do Pará, para cahir na forquilha entreeste rio e seu afluente o rio de S. João, na passagem das serras na vizinhança da atual cidade de Pitanguy; e, sem poder pronunciar-me positivamente a respeito, sou inclinado a considerar esta como a hipótesemais provável.


Até aqui o estudo do O. Derby (R.I.H.G. de S. Paulo, vol. 4º,pág. 338), sobre a identificação do Roteiro de Glymmer no terreno.Fácil também é agora identificar o cabo da expedição mandada por D. Francisco de Sousa, e na qual tomou parte GuilhermeGlymmer.Essa identificação está baseada nos documentos do ArquivoPúblico do Estado de S. Paulo e do Arquivo da Câmara da vila de S.Paulo, apoiada em alheios estudos precedentes.As entradas de Antônio de Macedo e de Domingos LuísGrou foram começadas antes de 1583, as de Jerônimo Leitão até 1590,foram todas anteriores à nomeação de D. Francisco de Sousa para Governador-Geral do Brasil. A de Jorge Correia em 1595, a de ManuelSoeiro (?), em 1596 e a de João Pereira de Sousa em 1597 se realizaram [p. 297, 299]
1589. Atualizado em 23/10/2025 15:39:22
45°. Guarulhos
Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses.

A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou.

Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia".

“Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade.

Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão.

Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras.

Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”.

O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta...
Janeiro de 1590. Atualizado em 23/10/2025 15:39:23
46°. Nova expedição com 50 homens*
Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses.

A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou.

Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia".

“Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade.

Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão.

Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras.

Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”.

O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta...
17 de março de 1590, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
47°. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada
Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses.

A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou.

Disseram eles que os "índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia".

“Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade.

Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão.

Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras.

Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”.

O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta...
1 de dezembro de 1590, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:41:43
48°. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas
João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos.

Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil.

Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento). Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590.
27 de março de 1591, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:38:57
49°. Carta régia ordenando que as duas urcas em que deveriam vir para o Brasil o governador nomeado dom Francisco de Sousa e Gabriel Soares de Sousa regressassem carregadas de açúcares
9 de junho de 1591, domingo. Atualizado em 24/10/2025 04:07:19
50°. Dom Francisco de Souza tomou posse na cidade de Salvador se tornando o 7° Governador-Geral do Brasil
Os piratas, franceses e ingleses, corriam os mares não policiados para saquear, se apoderar dos galeões carregados de ouro que vinham da América para os reinos de D. Carlos I. D. Francisco de Sousa, mesmo em Lisboa e em Madri, ouvira falar dessas minas e nas pretensões de Robério Dias, e sem dúvida, a esses boatos dera crédito; no Brasil, depois de sua vinda essa crença mais se confirmou.

Frei Vicente do Salvador, contemporâneo de D. Francisco de Sousa, recolhe, nas páginas de sua História do Brasil (Livro 1º, Cap. V), e dá curso à notícia de que um soldado de crédito lhe contara que um índio aprisionado falara de uma certa paragem, onde havia mina de muito ouro limpo, de onde se poderia tirar o metal precioso aos pedaços.
29 de abril de 1592, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:57
51°. Capitão da gente de S. Paulo para reger e governar, de que teve patente por Jorge Correa, moço da câmara
Quando foi nomeado capitão para entrar ao sertão, em 1592, Afonso Sardinha, o velho, fez o seu extenso testamento lavrado por tabelião, a 2 de novembro desse ano, e nele declara que do seu casamento com Maria Gonçalves (Vide Azevedo Marques, Cronologia, Testamento de Afonso Sardinha, o velho) não houve filhos, não tendo ele herdeiros forçados, pois que Afonso Sardinha, o moço, seu filho, foi havido na constância do matrimônio. Era portanto adulterino, sem direito a herdar. [“Na capitania de São Vicente”, 1957. Washington Luis. Página 189]
10 de julho de 1592, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:38:57
52°. Abertura do testamento de Gabriel Soares de Sousa, capitão-mor e governador da conquista e do descobrimento do Rio de São Francisco
(...) Sebastião de Freitas, que dela foi escrivão, e que em 1591 viera de Portugal, como soldado da companhia de Gabriel Soares de Sousa, para descobrimento de metais preciosos no rio S. Francisco; [p. 261]

João Coelho de Sousa, pelo norte, à procura dessas minas, percorrera os sertões próximos ao rio S. Francisco durante três anos e neles descobrira metais preciosos, mas ao regressar falecera, nas cabeceiras do rio Paraguaçu, na Bahia. Mandara, porém, entregar a seu irmão, Gabriel Soares de Sousa, os roteiros de seus descobrimentos.

Gabriel Soares de Sousa, herdeiro do itinerário de seu irmão, em Agosto de 1584, partiu para Madri a oferecer ao Rei de Espanha o descobrimento dessas minas, pedindo por isso favores, concessões e privilégios nas terras do Brasil. Foi nessa ocasião que dedicou a D. Cristóvão de Moura, ministro influente no Governo, talvez com o objetivo de recomendar-se, o precioso Tratado Descritivo do Brasil, segundo Varnhagen, de quem copio estas informações (R.I.H.G.B., vol. 14, Aditamento).

Depois de pertinazes requerimentos e solicitações, após cerca de sete anos, foi enfim despachado favoravelmente em meados de Dezembro de 1590. Voltando para o Brasil, muito recomendado a D. Francisco de Sousa, já então Governador-geral, tratou de organizar uma expedição e partiu de suas terras, na Bahia, em busca das minas famosas que se supunham situadas no rio S. Francisco.

Subiu pela margem direita do rio Paraguaçu e, de acordo com uma das cláusulas da sua concessão, deveria formar arraiais ou povoações, com os índios que levara, de 50 em 50 léguas.

Fez o primeiro arraial e continuou a sua marcha pelo sertão. Mas adoeceram muitos dos seus homens de sezões, perdeu muitos animais, muitos mordidos por cobras, outros devorados pelas onças. Embaraçado pelas enchentes do próprio rio Paraguaçu, atravessou serras, e decidiu-se a fundar o segundo arraial; mas abatido por moléstia, esgotado de forças, faleceu aí.

No comando da expedição foi substituído por, Julião da Costa, que, vendo-se privado do guia, o índio Aracy também aí morto, esmoreceu e retirou-se com os restos da expedição para lugar mais sadio e escreveu ao Governador-geral dando conta do sucedido e pedindo instruções. D. Francisco de Sousa que, segundo as ordens de seu rei, havia auxiliado a expedição, determinou-lhe o regresso. [Página 274]

Varnhagen julga severamente o Governador-geral e até acusa-o de se ter apoderado dos roteiros e mais indicações para o descobrimento das minas. O mais provável que Julião da Costa tivesse entregue ao Governador-geral todos os papéis da expedição.

O fato é que, de posse dos roteiros e das indicações das duas primeiras tentativas, D. Francisco de Sousa tratou de requerer e obteve do rei da Espanha todos os favores, concessões, privilégios, antes outorgados a Gabriel Soares de Sousa, e muitos outros ainda, entre eles a promessa de ser feito Marquês das Minas, se tal ouro ou prata fosse descoberto. Este título sintetiza a época, caracteriza o rei e define o Governo de D. Francisco de Sousa. Ele procurava honras e rendas, o rei precisava de ouro para as suas guerras na Europa.

Ao mesmo tempo, que pelos roteiros tivera conhecimento da existência de minas de ouro e prata nas nascenças do rio S. Francisco, também tivera notícia certa e segura que, desde a vila de S. Paulo, homens que resistiam às sezões e às onças, às agruras e às asperezas das selvas, que guerreavam e venciam os índios ferozes, faziam entradas ao sertão do alto S. Francisco, já tendo tocado era alguns de seus afluentes.

Esses homens, partindo do sul, seriam capazes de ir e chegar à Lagoa Dourada e voltar depois de descobrir as afamadas minas.

Desejando encontrar as minas de ouro e prata nas cabeceiras do rio S. Francisco, e sentindo que obstáculos eram criados à gente de S. Paulo, impedindo-a de ir a essas cabeceiras, D. Francisco de Sousa achou intempestiva a atitude de Jorge Correia, pressuroso recebeu os embargos opostos pela Câmara de S. Paulo à provisão expedida, atendeu aos “capítulos de acusação opostos pelas câmaras que lhe foram apresentados por Atanázio da Motta”, e suspendeu Jorge Correia dos cargos de capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, emprazando-o a ir à cidade do Salvador para se defender na devassa, que contra ele mandou abrir. E para que “a capitania não ficasse acéfala, enquanto durasse a suspensão, e enquanto ele o houvesse por bem e por serviço de sua Majestade e o dito senhor não mandasse o contrário”, nomeou capitão-mor de S. Vicente a “João Pereira de Sousa” “pessoa benemérita” “dando-lhe por adjuntos Simão Machado e João Baptista Mallio, moradores em Santos,” para que todos três determinassem os casos e os negócios da capitania, dando mais a João Pereira de Sousa carta de recomendação para a Câmara de S. Paulo. Na própria cidade do Salvador, na Bahia, perante o próprio Governador, foi dado juramento a João Pereira de Souza, sobre um livro dos Santos Evangelhos, para bem servir o cargo, como já narrei.

As instruções dadas ao novo capitão, é lícito crer, foram para fazer guerra imediata ao gentio, como reclamava a Câmara de S. Paulo, dirigir as expedições para esse sertão, já percorrido pelas bandeiras paulistas, nas proximidades do alto S. Francisco, onde, no seu pensar, se achavam as minas, e aí descobri-las. É o que se pode deduzir da ação de João Pereira de Sousa, como ver-se-á no capítulo em que é estudada essa ação.

A expedição de João Pereira de Sousa não obteve os resultados esperados. Para não perder o auxílio dos paulistas, habituados à vida do sertão, para dirigi-los no descobrimento das minas, D. Francisco de Sousa resolveu transportar-se para a Capitania de S. Vicente, onde a sua habilidade tudo aplanaria e os recursos oficiais tudo facilitariam.

De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65).

Logo depois ele mesmo, como Governador-geral, para estimular, para mandar ao sertão diversas bandeiras, se transportaria para a Capitania de São Vicente, para a Vila de S. Paulo, onde estabeleceu, por assim dizer, a sede do Governo-geral do Brasil. [p. 275, 276]
2 de agosto de 1592, domingo. Atualizado em 23/10/2025 17:21:27
53°. Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba
As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão.

E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores.

Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94).
30 de setembro de 1592, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:33
54°. Afonso Sardinha é eleito capitão da guerra contra os índios
Diante dessas dificuldades o capitão-mor hesitava e procurou contemporizar. Na provisão de 30 de setembro de 1592, registrada a 10 de outubro desse ano (vol. 1º, pág. 59 – Reg. Geral), Jorge Correia determinou que Afonso Sardinha, em seu nome, fosse ao sertão, a ver o estado dos contrários ou a dar-lhes guerra com a maior segurança, levando a... [p. 247 e 248]
5 de dezembro de 1593, domingo. Atualizado em 23/10/2025 15:41:02
55°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas
Na vereança de 5 de dezembro de 1593, a Câmara de S. Paulo convocou os homens bons da vila e perante eles se leram as cartas (Vol. 1º, pág. 476) dessas duas Câmaras que entendiam “não dever se fazer tal guerra porque o gentio não nos dava opressão”. As Câmaras do litoral estavam longe, e só temiam os ataques dos piratas ingleses.

A Câmara de S. Paulo, para justificar a sua reclamação, fez vir alguns dos moradores da vila – Belchior Carneiro, Gregório Ramalho, filho de Vitorino Ramalho, e neto de João Ramalho, Manuel, índio cristão de S. Miguel, irmão de Fernão de Sousa, Gonçalo Camacho – que tinham feito parte da Companhia de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, restos da expedição, a fim de juramentados sobre um livro dos Santos Evangelhos, declarassem o que se passou com o gentio de Bongi que havia assaltado e desbaratado a Companhia de Macedo e de Grou.

Disseram eles que os índios de Mongi, pelo rio abaixo de Anhembi, junto de um outro rio de Jaguari, esperaram toda a entrada, e foram dando, matando, desbaratando a uns e outros. Nesse transe “foram mortos Manuel Francisco, o francês Guilherme Navarro, e Diogo Dias; Francisco Correia, Gaspar Dias e João de Sales levaram um tiro; um moço branco cunhado de Pero Guedes, ou de sua casa, e Gabriel da Pena também foram mortos, fora Tamarutaca, do qual não havia notícia”.

“Levaram cativas muitas pessoas e muita gente tupinaem, e apregoavam nova guerra por novos caminhos para novos ataques e depredações”, razão pela qual era necessário ir fazer-lhes a guerra e com toda a brevidade.

Era a confirmação dos ataques e assaltos mencionados na vereança de 17 de março de 1590. Em vista disso foi requerida a presença do Capitão Jorge Correia, que, vindo, ouviu a leitura das cartas escritas pelas Câmaras litorâneas, a refutação a elas pelos sobreviventes da Companhia de Macedo e de Grou, e os protestos da Câmara, que o responsabilizavam perante Deus, Sua Majestade e o senhor da terra, por todos os males que caíssem sobre a vila, visto estarem todos prontos com suas armas e sua gente a acompanhá-lo ao sertão.

Jorge Correia ainda procurou contemporizar dizendo ser necessário pedir socorro ao Rio de Janeiro, falou ainda nos perigos dos inimigos piratas que vinham por mar, a que primeiro se devia acudir, sendo talvez insuficiente a gente da capitania para as duas guerras.

Mas a Câmara insistiu declarando que “bastava a gente da capitania para a guerra do sertão contra o gentio de Bongi, que estava já entre mãos, e que se acudisse também ao mar e se lhe desse também o remédio possível e com a mesma gente do mar, pois que para tudo havia gente”.

O Capitão Jorge Correia prometeu que tudo proveria como era sua obrigação e que todos estivessem prestes para o seguir e o acompanhar (Atas – vol. 1º, págs. 477, 478 e 479). Entretanto os embargos opostos pela Câmara da vila de S. Paulo à provisão do capitão-mor e ouvidor da Capitania de S. Vicente, que ordenava a entrega aos padres da Companhia de Jesus das aldeias de índios, foram levados ao Governador-Geral na cidade do Salvador, na Bahia, por Atanázio da Motta e iriam lá encontrar favorável acolhimento por motivos que serão adiante explicados. Tais embargos não foram, porém, registrados nos livros da Câmara de S. Paulo, nem nos da sede da capitania, mas ainda que nesta...
4 de junho de 1594, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:41:02
56°. Domingos Luís Grou, filho, teria desaparecido, devorado pelos índios
Domingos Luís Grou desapareceu na entrada, a que se refere a Câmara, feita com Antônio de Macedo, devorado pelos índios. Encontra-se a confirmação de sua morte em 4 de Junho de 1594, conforme deduzo do seguinte extrato por mim feito em 1902, dum livro de notas da vila de S. Paulo, do tabelião Belchior da Costa, que me foi confiado pelo Dr. Luís Gonzaga da Silva Leme – livro muito estragado–ea quem logo o restituí.

“1594 – Junho – 4. Maria Afonso, viúva de Marcos “Fernandes dá em dote a sua filha Francisca Alvares, para “que se case com Antonio de Zouro, um pedaço de chão, terça “parte da data da câmara pegado a outro que ela comprou de “Domingos Luís Grou, já defunto, e pegado com a data de “Gaspar Collaço Villela no arrabalde da villa deS. Paulo”, e “também vende parte desses chãos a seu sobrinho Alonso Feres “Calhamares casado com sua sobrinha... [Páginas 181 e 182]
13 de fevereiro de 1597, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:40
57°. Falecimento
Pedro Taques informa que ele e sua mulher, Filipa Vicente, naturais de Olivença, nessa época ainda pertencente no território português, eram pessoas nobres e honradas. No inventário de João de Prado declara-se somente que ela, Filipa Vicente, era pessoa honrada e viúva de pessoa honrada, o que significa que os dois foram pessoas de destaque na então insignificante vila de São Paulo. João de Prado, pela sua pessoa, pela sua família, pelas suas armas, pelo número de nativos administrados e escravizados que possuía, foi um dos mais poderosos elementos que compuseram a expedição de João Pereira de Sousa. Era tal a importância de que gozava, que a sua presença na expedição o punha em evidência de chefe. O Padre Del Techo, na sua História Provinciae Paraquariae o considerou chefe da expedição, o que não é verdade. Teria sido um dos chefes, mas o chefe supremo foi João Pereira de Sousa, em cujo arraial no sertão, ele faleceu a 13 de fevereiro de 1597, conforme expressamente é declarado no respectivo inventário.
19 de julho de 1597, sábado. Atualizado em 24/10/2025 21:21:44
58°. A esse capitão, Jorge Correia, que a Câmara de São Paulo se dirige pedindo carcereiros, ferro, prisões, para os delinquentes da vila
21 de março de 1598, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:45:43
59°. A 21 de março de 1598, em vereança, a Câmara da vila de São Paulo se inquietava pela sorte da expedição de João Pereira de Sousa e requereu ao capitão-mór "que se mandasse socorro à nossa gente que ficara no sertão, porque não vinha, nem se sabia se eram mortos ou vivos"
É de notar que este requerimento foi dirigido ao capitão-mór Jorge Correia, que já reassumira o seu cargo, e nesse cargo estava desde 19 de julho de 1597, porque nesta data é a esse capitão, Jorge Correia, que a Câmara de São Paulo se dirige pedindo carcereiros, ferro, prisões, para os delinquentes da vila.
14 de novembro de 1598, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:45:42
60°. Barreto
Ainda inquieta pela sorte da bandeira a Câmara requereu de novo a 14 de novembro de 1598, mas já a Roque Barreto, então capitão-mor, “porquanto a nossa gente que ficou no sertão da companhia de João Pereira de Sousa não vinha e podia estar necessitada de socorro e que era bem que se lhe desse socorro e se soubesse de (que) modo estava, pois é bem de todos (Atas, vol. 2º, pág. 47).

A devassa instaurada contra Jorge Correia não dera resultado criminal (e nem esse intuito teve D. Francisco de Sousa), pois que Jorge Correia exerceu seu cargo após a prisão de João Pereira de Sousa.

O que importava para D. Francisco de Sousa era que o capitão, por ele mandado, fora preso e não poderia levar a cabo a entrada ao sertão, e que a opinião dos jesuítas e de seus partidários prevaleceria não se fazendo por conseqüência as explorações, que deveriam encontrar as minas desejadas, com o desânimo de alguns e com a dispersão dos bandeirantes.

Na Bahia, o Governador-geral do Brasil sentiu que as atividades dos sertanistas vicentinos se perderiam e, que os seus esforços para descobrir as fabulosas minas de Robério Dias, procuradas antes por João de Sousa e por Gabriel Soares de Sousa nenhum resultado teriam. Resolveu, pois, passar-se para a Capitania de S. Vicente para coordenar o trabalho dos bandeirantes, acalmar os jesuítas e assim descobrir o ouro cobiçado e obter o marquesado das Minas. [Página 270]
27 de novembro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:43
61°. Diogo Arias de Aguirre foi nomeado Capitão-Mór da Capitania de São Vicente
De fato, partiu para a Capitania de Lopo de Sousa tocando em diversos pontos da costa do Brasil, como Espírito Santo de onde dizem mandou exploradores ao sertão. Em Vitória, por provisão datada de 27 de novembro de 1598, nomeou Diogo Arias de Aguirre capitão-mor de certos navios que foram em direitura para a capitania de S. Vicente com 300 índios flecheiros, para sua guarda e benefício das minas de S. Vicente “até a minha chegada para evitar os inconvenientes que com a minha presença se atalharão sem embargo de presente (haver?) na dita capitania capitão” (Provisão registrada na Câmara de S. Vicente a 18 de dezembro de 1598 e também na Câmara da vila de S. Paulo no Reg. Geral, vol. 7º, págs. 61 a 65).
1599. Atualizado em 24/10/2025 02:38:53
62°. sem data específica
O pequeno relato intitulado Uma Eleição em 1599, em que descreve o processo eleitoral de antanho, calcado em dados do Arquivo da Câmara Municipal Paulistana e no qual explica o procedimento da escolha dos eleitores, dos edis, dos juízes e do procurador do Conselho, tomando por base o pleito daquele ano, mereceu acolhida naquele matutino.

Trabalho de maior fôlego, a que dedicaria, mais tarde, sua atenção, desenvolve-se sob a epígrafe A Vila de S. Paulo. Desdobra-se em quatro capítulos, em que traça o perfil da “insignificante e quase miserável vila de S. Paulo do Campo”, no início do século XVII.


Descreve a terra e a gente – pingues 190 habitantes (dos quais, cerca de um terço embrenhados pelo sertão, em entradas), dos 700 que povoavam toda a Capitania de São Vicente – e assinala o descalabro administrativo em que se debatia o povoado; fala de fidalgos e bandidos, de bastardos, do relaxamento dos costumes, de “uma sub-raça forte e sóbria, uma mestiçagem vigorosa e audaz, a única capaz de assegurar os descobrimentos feitos e de fazer novas conquistas”. Eram os mamelucos, sinônimos de paulistas.
16 de maio de 1599, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:54
63°. A 16 de maio de 1599, ou pouco antes, já o Governador-geral se achava na vila e S. Paulo
A 16 de maio de 1599, ou pouco antes, já o Governador-geral se achava na vila e S. Paulo (Atas, vol. 2º pág. 58). Desde a Bahia já vinha ele diretamente intervindo na administração da Capitania de S. Vicente, exercendo e absorvendo os poderes do donatário, intervindo até na administração local determinando a feitura e conservação do caminho do mar, o que a Câmara de S. Paulo providenciava com a lentidão de seus parcos recursos (Atas, vol. 2º, pg. 28, 38 e 39.
27 de maio de 1599, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:52
64°. D. Francisco por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro
Já em 27 de maio de 1599, por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro (Reg. Geral, vol. 1º, pág. 84).
1600. Atualizado em 23/10/2025 17:21:29
65°. D. Francisco enviou a Valladolid, onde estava instalada a corte de Felipe III, os mineiros Diogo de Quadros, Manuel João (o tal Morales, da carta), Martim Rodrigues de Godoy e Manoel Pinheiro (o Azurara)
As primeiras minas de prata haviam sido descobertas no Brasil por Gabriel Soares de Sousa, que morreu em 1592, cronista e explorador. Era primo de Belchior Dias Moréia, que com ele aprendeu a varar os sertões da Bahia e de Sergipe, em busca de ouro e prata, mas estava a serviço dos reis da Espanha. Atraiu com isso o interesse de Belchior, que veio se estabelecer na terra. Após dez anos de pesquisa, anunciou a descoberta das minas de prata. As supostas minas de Itabaiana jamais foram encontradas. Se foram descobertas, como afirmava ele, o segredo ficou guardado. Pedindo mercês em troca da informação sobre o local das minas, Belchior foi a Portugal e de lá à Espanha, em 1600, para conseguir um título de nobreza. Demorou-se quatro anos, sem sucesso. Voltaria duas vezes à Europa com novos insucessos. Os governadores Luís de Sousa, de Pernambuco, e D. Francisco de Sousa, da Bahia, marcaram encontro com Belchior Dias Moreia e viajaram juntos para Itabaiana, para marcar a localização das minas. Negando-se a mostrar o local enquanto não fosse recompensado com as mercês, Belchior Dias Moréia foi preso e passou dois anos na cadeia.
11 de fevereiro de 1601, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:57
66°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos
A 11 de fevereiro de 1601, porém, por um mandado, autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos a S. M., fundindo-o e dele fazendo barras, marcadas com as armas reais. Supondo que nenhuma pessoa pudesse ser tão ousada para infringir tais ordens, e tivesse ouro em pó, entretanto, estabeleceu penas severíssimas a serem aplicadas aos infratores, tais como a perda do ouro tirado, sendo metade para cativos e a outra metade para o acusador, incorrendo mais no degredo para fora da capitania e pagando cem cruzados. Nenhuma pessoa, branca ou escrava poderia comprar ouro, salvo em barra com as marcas reais, sob pena, sendo branco, de ser degradado para Angola, com baraço e pregão na vila, e sendo índio, ser açoitado, pela vila. [p. 285]
3 de setembro de 1602, sexta-feira. Atualizado em 30/08/2025 23:55:10
67°. Partida
9 de agosto de 1603, sábado. Atualizado em 27/10/2025 14:39:30
68°. Cigana Francisca Rodrigues responsável pela aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa
Apesar de substituído no Governo-geral do Brasil, ainda se conservou em S. Paulo durante algum tempo, pelo menos até o ano de 1603, como se vê “no termo de ajuntamento que se fez para tratar da volta dos soldados que vieram de Vila Rica do Espírito Santo (no Guairá) “ajuntamento que se fez em presença de D. Francisco de Sousa” (Atas, vol. 2º, págs. 138 e 139).

Nesse mesmo ano, em 9 de agosto, a Câmara da vila de S. Paulo havia providenciado a aposentadoria do mesmo D. Francisco de Sousa, e mais gente que com ele vinha, e disso sendo encarregada a cigana Francisca Rodrigues (Atas, vol 2º, págs. 132 e 133).

Quis ele sem dúvida esperar o resultado da expedição de Nicolau Barreto, para se apresentar em Madri com as provas da existência das grandes minas, que com tanta obstinação buscava. Partiu afinal para a Espanha. Na Espanha reinava, então, Filipe III que, no Governo do Brasil, substituíra D. Francisco por Diogo Botelho. [Na Capitania de São Vicente p.287]
16 de dezembro de 1606, sábado. Atualizado em 28/10/2025 12:31:53
69°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares
As chamadas minas do Jaraguá, Bituruna, foram também descobertas por Clemente Álvares (Atas, vol. 2º, pág. 172) que as manifestou em 1606, procurando-as, segundo disse, desde 14 anos, época mais ou menos em que também as descobriram os Sardinhas, nada produziam ainda, dois anos depois do testamento de Afonso Sardinha, o moço, no sertão.

E nada tinham produzido, porque o próprio Clemente Álvares pede que se registre o seu descobrimento em Jaraguá para “não perder o seu direito, vindo oficiais e ensaiadores que o entendam, por ele não o entender senão por notícia e bom engenho”. No tempo em que as manifestou, em 1606, as minas de Jaraguá ainda esperavam os mineiros e ensaiadores.

Não tinha ainda havido exploração, estavam ainda intactas,conforme determinara D. Francisco de Sousa. Se houvesse produção o Fisco, curioso e ávido, não teria deixado de arrecadar os quintos para receber as porcentagens. As penas para quem guardasse ouro em pó eram severíssimas, e importavam em confisco desse metal, em multas pecuniárias, açoites nas ruas públicas, degredo para Angola, devendo todos reduzir o ouro a barras, depois de quintado (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 93e 94).
18 de fevereiro de 1607, domingo. Atualizado em 23/10/2025 15:41:04
70°. Diversos homens poderosos, cujos nomes por essa razão não são talvez mencionados, revéis e desobedientes aos mandos das justiças, se aprontavam para ir aos carijós
8 de março de 1607, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:41:04
71°. Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate: Testamento de “Belchior casado com Hilária Luís Grou, tio de Domingos Fernandes”
Junho de 1607. Atualizado em 23/10/2025 15:41:04
72°. Falecimento de Belchior Dias Carneiro*
Foi cabo da bandeira que em 1607 entrou pelo sertão dos bilreiros a cativar índios a mandado de Diogo de Quadros, provedor das minas, a fim de arranjar mão-de-obra para uma fábrica de ferro que havia em Ebirapoeira, na qual se fabricavam coisas para resgate. Belchior Carneiro tomou parte na entrada de Antônio de Macedo e de Domingos Luís Grou, seu sogro, a qual na volta, fora desbaratada perto do rio Jaguari; fora um dos membros da companhia de Nicolau Barreto e, parece, fizera uma entrada por sua própria conta no sertão dos índios temiminós (Inv., vol. 2º, pág. 111). [Página 331]
16 de novembro de 1607, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:31
73°. João Soares nomeado capitão dos índios de Guarapiranga
Não estará longe da verdade quem disser que João Ramalho fazia parte da feitoria, estabelecida por iniciativa particular no porto de São Vicente, e, sem perder o contacto com essa feitoria, estabeleceu-se no planalto. Morou em lugar chamado Jaguaporecuba, próximo a Ururaí, como se vai ver.

Na carta de sesmaria, concedida por Jerônimo Leitão aos índios de Piratininga em 1580 (Registro Geral, vol. 1º, pág. 354) escreve-se a palavra Jaguaporecuba cuja penúltima sílaba está roída por traças. Mas no mesmo 1º volume desse Registro, pág. 150, se encontra a transcrição da provisão em que João Soares, em 1607, é nomeado capitão-mor dos índios da aldeia de Guarapiranga, da aldeia-nova de Guanga e de Jaguaporecuba. [Página 152
2 de janeiro de 1608, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:15
74°. D. Francisco de Sousa os privilégios que haviam sido concedidos a Gabriel Soares de Sousa, para a exploração das minas
Lá D. Francisco de Sousa desenvolveu as suas habilidades convencendo o Governo Espanhol da existência das famosas minas,conseguindo que o Governo do Brasil fosse dividido em dois, dele retirando as capitanias de Espírito Santo, Rio de Janeiro e S. Vicente, que passaram a constituir a repartição do sul e dela foi encarregado o próprio D. Francisco para a conquista e administração das minas descobertas e de todas as mais que ao adiante se acharem nas três capitanias. (Carta de 2 de janeiro de 1608). [p.287]
2 de março de 1608, domingo. Atualizado em 24/10/2025 04:15:15
75°. Provisão de D. Francisco
A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros e dar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. Todas essas provisões são dadas de 2 de março e 16 de junho de 1608 (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 188 a 207). [Página 334]
16 de junho de 1608, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:16
76°. Provisão de D. Francisco
A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros e dar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada. Todas essas provisões são dadas de 2 de março e 16 de junho de 1608 (Reg. Geral, vol. 1º, págs. 188 a 207).
26 de junho de 1608, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:41:05
77°. Falecimento de Belchior Dias, Raposo Tavares assume o comando
Nessa expedição Belchior Carneiro morreu no sertão a 26 de junho de 1608; mas não se declara qual a causa de sua morte; assumiu, então, o comando da bandeira Antônio Raposo, o velho, que mandou fazer, no mesmo sertão, o inventário dos bens encontrados aí de seu antecessor. Por esse inventário pode-se constituir a lista de alguns dos bandeirantes que lá estiveram, pelos diversos termos lavrados onde se encontram os respectivos nomes dos arrematantes e fiadores.
1 de agosto de 1608, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:36:07
78°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves
Na vereança de 6 de setembro de 1608 consta que os oficiais da Câmara reuniram o povo para eleger um vereador para substituir Martim Rodrigues, que era ido ao sertão (Atas, vol. 2º, pág. 217). De fato, em 1608, fez ele uma entrada “ao sertão onde estavam os bilreiros”, partindo do porto do Anhembi, assim o declaram Lourenço Gomes Ruxaque e Manuel Dias, em seus testamentos (Inventários, vol. 2º, pág. 358 – vol. 11, pág. 23).

Foram testemunhas do testamento de Lourenço Gomes Ruxaque, Baltasar Gonçalves, João de Santana, Brás Gonçalves, Manuel de Oliveira, João Pais e o capitão Martim Rodrigues (Idem, pág. 360) e no de Manuel Dias além de alguns mencionados no testamento de Ruxaque, Diogo Martins Manuel de Oliveira. Parece que essas pessoas, estando no porto do rio Anhembi, como testemunhas dos testadores, que iam na companhia de Martim Roiz Tenório, também fizeram parte da sua bandeira.

Parece também que a maior parte dessa bandeira desapareceu, pois que ao se iniciar o inventário de Martins Rodrigues Tenório, alguns anos depois, o escrivão declara em 1612, “que ele era ido ao sertão e se dizer que era lá morto” (vol. 2º, pág. 5). Mais uma bandeira que o sertão consumia.Sobre a entrada de Belchior Carneiro o seu inventário (vol. 2º, págs. 111 e seguintes) ministra algumas informações, e também as fornece as atas da Câmara da vila de S. Paulo numa longa, se bem que muito confusa, vereança (Atas, vol. 2º, págs. 234 a 237).

Belchior Carneiro era, como já ficou dito, filho de Lopo Dias, português, e de sua primeira mulher, Beatriz Dias, filha ou neta de Tibiriçá. Foi casado com Hilária Luís Grou, filha de Domingos Luís Grou e de Maria da Penha, que era filha do cacique de Carapicuíba. (Página 330)
6 de setembro de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:54
79°. Vereança
Na vereança de 6 de setembro de 1608 consta que os oficiais da Câmara reuniram o povo para eleger um vereador para substituir Martim Rodrigues, que era ido ao sertão (Atas, vol. 2º, pág. 217). De fato, em 1608, fez ele uma entrada “ao sertão onde estavam os bilreiros”, partindo do porto do Anhembi, assim o declaram Lourenço Gomes Ruxaque e Manuel Dias, em seus testamentos (Inventários, vol. 2º, pág. 358 – vol. 11, pág. 23).

Foram testemunhas do testamento de Lourenço Gomes Ruxaque, Baltasar Gonçalves, João de Santana, Brás Gonçalves, Manuel de Oliveira, João Pais e o capitão Martim Rodrigues (Idem, pág. 360) e no de Manuel Dias além de alguns mencionados no testamento de Ruxaque, Diogo Martins Manuel de Oliveira. Parece que essas pessoas, estando no porto do rio Anhembi, como testemunhas dos testadores, que iam na companhia de Martim Roiz Tenório, também fizeram parte da sua bandeira.

Parece também que a maior parte dessa bandeira desapareceu, pois que ao se iniciar o inventário de Martins Rodrigues Tenório, alguns anos depois, o escrivão declara em 1612, “que ele era ido ao sertão e se dizer que era lá morto” (vol. 2º, pág. 5). Mais uma bandeira que o sertão consumia.Sobre a entrada de Belchior Carneiro o seu inventário (vol. 2º, págs. 111 e seguintes) ministra algumas informações, e também as fornece as atas da Câmara da vila de S. Paulo numa longa, se bem que muito confusa, vereança (Atas, vol. 2º, págs. 234 a 237).

Belchior Carneiro era, como já ficou dito, filho de Lopo Dias, português, e de sua primeira mulher, Beatriz Dias, filha ou neta de Tibiriçá. Foi casado com Hilária Luís Grou, filha de Domingos Luís Grou e de Maria da Penha, que era filha do cacique de Carapicuíba. (Página 330)
29 de dezembro de 1608, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:41:05
80°. Cunhado Belchior da Costa apresentou ao juiz o inventário de Belchior Dias feito no sertão e nesse dia se iniciou o legal na vila de S. Paulo
Nessa expedição Belchior Carneiro morreu no sertão a 26 de junho de 1608; mas não se declara qual a causa de sua morte; assumiu, então, o comando da bandeira Antônio Raposo, o velho, que mandou fazer, no mesmo sertão, o inventário dos bens encontrados aí de seu antecessor. Por esse inventário pode-se constituir a lista de alguns dos bandeirantes que lá estiveram, pelos diversos termos lavrados onde se encontram os respectivos nomes dos arrematantes e fiadores. Em 29 de dezembro de 1608, já era conhecida a morte desse cabo, pois que seu cunhado Belchior da Costa apresentou ao juiz o inventário (vol. 2º, pág. 112) feito no sertão e nesse dia se iniciou o legal na vila de S. Paulo. [p.332]
3 de janeiro de 1609, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:15:17
81°. Em janeiro de 1609, a Câmara esperava a qualquer momento D. Francisco de Sousa e o ouvidor-geral, e “mandou fazer o caminho do mar”
Pode-se seguir a sua viagem desde Pernambuco, na costa do Brasil, pelas atas da Câmara, que a foram registrando (Atas de janeiro de 1609). Em janeiro de 1609, a Câmara esperava a qualquer momento D. Francisco de Sousa e o ouvidor-geral, e “mandou fazer o caminho do mar (vol. 2º pág. 232); a 25 de abril de 1609, ainda o esperava e o caminho do mar ainda estava por fazer (...). [Páginas 333 e 334]
23 de janeiro de 1609, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:03
82°. Afonso Sardinha acresce seu patrimônio com “uns alagadiços ao longo do rio Jerobatiba”
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria.
26 de abril de 1609, domingo. Atualizado em 24/10/2025 04:15:19
83°. Notícia certa de que D. Francisco de Sousa já estava no Rio de Janeiro, e estavam todos moradores da Capitania apenados em fazer o caminho do mar
A a 26 de abril do mesmo ano (1609), tiveram notícia certa de que D. Francisco de Sousa já estava no Rio de Janeiro, e estavam todos moradores da Capitania apenados em fazer o caminho do mar.
3 de novembro de 1609, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:49
84°. D. Francisco registra nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil
D. Francisco chegou afinal à capitania de S. Vicente, trazendo em sua companhia dois filhos, D. Antônio, o mais velho e D. Luís, ainda menor. A 3 de novembro de 1609 fez registrar nos livros da Câmaraquatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil, e mais os poderes de fazer fidalgos a quatro pessoas, a conceder o foro de cavaleiros da casa real a cem pessoas e o de moços da Câmara a outros cem, de conceder dezoito hábitos de Cristo, sendo doze com 20$000 de tença e seis com 50$000, podendo ainda nomear capitão e governador das minas, prover os ofícios de justiça, de provedor e tesoureiro, nomear mineiros edar-lhes ordenado e ainda com ordem aos governadores do Rio da Prata e de Tucumã para o proverem de trigo e cevada.
10 de junho de 1611, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 05:30:20
85°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil
Em 1611, Pedro Vaz de Barros, comandando 32 homens,brancos e muitos índios tupis, em Guairá, teve “dares e tomares” com D.Antônio de Añasco, conforme este relata numa carta a Diego Marin Negron, a 14 de setembro do ano acima indicado (Anais do Museu de S.Paulo, vol. 1º, pág. 154). Pedro Vaz de Barros ia com um mandado de D. Luís de Sousa,filho menor de D. Francisco de Sousa, e que ficara governando a repartição do sul, por morte de seu pai e ausência de seu irmão D. Antônio de Sousa, para buscar índios para trabalho das minas. Este mandado está transcrito nos Anais do Museu Paulista (vol. 1º, pág. 148 e seguintes).
14 de setembro de 1611, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:39:00
86°. Carta de D. Antônio de Añasco a Diego Marin Negron
Em 1611, Pedro Vaz de Barros, comandando 32 homens, brancos e muitos índios tupis, em Guairá, teve “dares e tomares” com D. Antônio de Añasco, conforme este relata numa carta a Diego Marin Negron, a 14 de setembro do ano acima indicado (Anais do Museu de S. Paulo, vol. 1º, pág. 154).

Pedro Vaz de Barros ia com um mandado de D. Luís de Sousa,filho menor de D. Francisco de Sousa, e que ficara governando a repartição do sul, por morte de seu pai e ausência de seu irmão D. Antônio de Sousa, para buscar índios para trabalho das minas. Este mandado está transcrito nos Anais do Museu Paulista (vol. 1º, pág. 148 e seguintes).
Agosto de 1612. Atualizado em 24/10/2025 04:34:17
87°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo*
Em 1612, Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo (Idem vol. 1º, pág. 158) o que é confirmado por carta do cabido de Ciudad Real, calculando o número de índios em 3.000 (Idem, pág. 159). [p. 351]
18 de novembro de 1623, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:10:04
88°. Bandeira parte para o sertão
Em 1623, a 18 de novembro, outra bandeira de que faziamparte Henrique da Cunha, o velho, João Gago da Cunha Lobo, João Raposo, Diogo Barbosa Rego, Mateus Luís Grou, Jeronimo Abres, Jerônimo da Veiga, estava acampada no sertão dos carijós (Inv. e Test., vol. 1º,pág. 208 e seguintes). André Fernandes, de Parnaíba, foi grande matador de índios eo mais cruel dos invasores, e, segundo o extrato de Pastells (obr. cit.,pág. 461), fez lá entradas.
1625. Atualizado em 09/10/2025 04:01:50
89°. “O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649)
A expedição fora resgatar com bilreiros. Bilreiros, segundo alguns cronistas (Simão de Vasconcellos, João de Laet), eram nomes portugueses que em tupi designavam os ibirajaras; porque usavam como armas paus ou lanças de madeira. [Página 332]
30 de julho de 1627, sexta-feira. Atualizado em 30/07/2025 03:25:55
90°. D. Luís Céspedes y Xeria escreve ao rei da Espanha
Segundo narra esse Governador do Paraguai, após 15 dias de sua nomeação foi a Cádiz e daí saiu para Lisboa, a fim de seguir para a América e tomar posse do seu governo; mas nessa cidade teve que se demorar um ano pois que aí, por causa da guerra com os holandeses, havia ordem de não sair navio algum, antes que partissem as naus da Índias, que eram comboiadas por forças militares marítimas. Afinal partiu de conserva com essas naus até certa altura e afastando-se seguiu para Salvador, na Capitania da Bahia de Todos os Santos. Aí assistiu ao ataque feito pelos holandeses. Foi muito bem recebido pelo Governador Geral, Diogo Luís de Oliveira, que lhe proporcionou transporte marítimo até o Rio de Janeiro. Da Bahia escreveu ao rei de Espanha a 30 de julho de 1627 (Documentação Espanhola – Anais do Museu Paulista, v. 1º, pág. 168).
1628. Atualizado em 24/10/2025 20:40:10
91°. “Do lado espanhol”
À margem esquerda do Iñeai (alto Ivaí) situaram S. Paulo (1627) e nessa mesma margem S. Antônio (1628) no lbiticoí. A leste do Taiobá e ao sul de Taiati ficava S. Miguel de Ibituruna (1628). No mais alto das serranias, Jesus Maria em terras do cacique Guiravera, a última fundada, em 1630. A leste destas duas últimas e de Encarnación estava S. Pedro, fundada em 1627. Na margem direita do Iguaçu quase na sua foz no Paraná, estava Santa Maria Maior fundada em 1626. Em 1628 já haviam fundado Arcângelos. Havia nessa região, como se vê, duas cidades espanholas e quatorze reduções jesuíticas.
22 de junho de 1628, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:30
92°. D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno
Em S. Vicente, a 22 de junho de 1628, alegando possuir as licenças necessárias do Governo de Espanha para passar por terra ao Paraguai, D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno, que com grandes penas, fossem publicados editais para que nenhuma pessoa, de qualquer qualidade que fosse, o acompanhasse nessa sua viagem, a não ser aquelas que o capitão-mor de S. Vicente designasse, no que foi atendido (Idem, vol. 1º, pág. 172) por despacho no mesmo dia.

O Capitão-Mor, naquela época, Álvaro Luís do Vale, designou o Capitão Manuel Preto para que, apenas com seis índios sem nenhuma pessoa branca, acompanhasse D. Luís Céspedes, pelos rios abaixo, voltando imediatamente a S. Paulo, sem ir ao sertão nem trazer outros índios (Idem, pág. 176).

Ainda obteve esse governador, no mesmo dia 22 de junho de 1628, atestado dos padres jesuítas João de Almeida e José da Costa superiores das aldeias de Escada, de Conceição (Guarulhos?) e S. Miguel, e também do Padre Salvador da Silva, superior da casa de Santo Inácio na vila de S. Paulo, declarando que ele não levava consigo nada mais que seus criados e roupas de seu serviço. Tudo isso confirmado pelos tabeliães e escrivães de Santos e de S. Paulo (Anais do Museu Paulista, vol. 1º, págs. 178 e 179).
21 de abril de 1632, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 20:21:32
93°. Testamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira
1637. Atualizado em 25/10/2025 15:40:38
94°. Bandeira ao mando de Fernão Dias Pais e de Garcia Roiz
Em 1637, outra bandeira ao mando de Fernão Dias Pais e de Garcia Roiz (Vide representação de Francisco Dias Taño) estava também no Rio Grande, denominação, que, segundo Taques, os espanhóis davam ao rio Paraná. Essa denominação – Rio Grande – era dada a diversos rios. O próprio Tamanduateí foi assim chamado.
2 de abril de 1638, sexta-feira. Atualizado em 17/10/2025 22:17:41
95°. Efetivamente Fernão Dias Pais esteve acampado no sertão do Rio Grande, com uma bandeira
Efetivamente Fernão Dias Pais, de 2 a 19 de abril de 1638 esteve acampado no sertão do Rio Grande, com uma bandeira8, (Invent. eTest., Vol. 11, págs. 239 e 253).

Dela faziam parte entre outros: Antônio da Silveira, Romão FreireJoão Nunes da SilvaValentim de BarrosLuís Dias Leme
Pedro Dias LemeSebastião Gil, o moço, Pascoal Leite Pais
Pero Agulha de Figueiredo, Salvador Simões, João de Santa Ma- ria, Pascoal Leite Fernandes, Cristóvão de Aguiar Girão, Gaspar da Costa, Mauríciode Castilho, o moço, Manuel de Castilho, Sebastião Antônio, o moço, AntônioGonçalves Perdomo, Paulo da Costa, João Favacho, Fructuoso da Costa, Domin- gos Leme da Silva
André Fernandes
Mateus Leme, Lu... Marinho, Domingos Bar- bosa, João de Oliveira, Pascoal Ribeiro. [Página 389]
2 de julho de 1640, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:36
96°. Em sessão da Câmara os oficiais juntos com as pessoas da governança da terra com o mais povo, resolveram pôr em execução o que em S. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido
A ameaça da execução do breve do papa exasperou os povos.Aos 2 do mês de julho de 1640, em sessão da Câmara os oficiais desta (7) juntos com as pessoas da governança da terra com o maispovo (124), ao todo 131 pessoas, resolveram pôr em execução o que emS. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido, e que consistia emexpulsar da capitania os padres da Companhia de Jesus. Foram todos aocolégio dos padres da Companhia de Jesus e intimaram “ao reverendo padre Reitor Nicolau Botelho que dentro de seis dias todos os padres despejassem a vilae se recolhessem ao colégio do Rio de Janeiro para segurança de suas vidas, honras efazendas, por causa do levantamento do gentio, e por outros motivos que levariam aoconhecimento de Sua Santidade e de Sua Majestade” (Atas, vol. 5, págs. 8 e 9,de 25 a 28)
7 de julho de 1640, sábado. Atualizado em 24/10/2025 03:11:40
97°. Acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida
A 7 de julho, por ser acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida; mas foram ainda concedidos mais três dias sendo encarregado o escrivão de fazer aviso da prorrogação. [Página 406]
10 de julho de 1640, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:55:14
98°. Terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios
A 10 de julho, fizeram terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios. Em S. Paulo se juntaram os moradores às vilas de S. Paulo e S. Vicente, os procuradores das vilas de Parnaíba e de Mogi-mirim (Mogi das Cruzes) e todos fizeram idêntica notificação ao Padre Antônio Ferreira que, na ausência do Reitor, estava encarregado da direçãodo mosteiro. [Página 406]
9 de março de 1641, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:41:31
99°. paulistas, em número de 350 homens brancos, com arcabuzes, escopetas e mosquetes, e 1.300 índios auxiliares, sob o comando geral do capitão-mor Manuel Pires se quedaram no Acaraguá nesse e no dia seguinte
O dia 9 de março de 1641, sábado, foi todo ele um temporal desfeito. Os paulistas, em número de 350 homens brancos, com arcabuzes, escopetas e mosquetes, e 1.300 índios auxiliares, sob o comando geral do capitão-mor Manuel Pires se quedaram no Acaraguá nesse e no dia seguinte.

Comandava um dos terços das tropas paulistas, o capitão Jeronimo Pedroso, um dos maiores velhacos na opinião dos jesuítas. Desse terço faziam parte Sebastião Gonçalves, João Correia, Domingos Cordeiro, Valentim Cordeiro Malio, Francisco Mattoso, Gaspar Correia, Antônio Borges, Fernando Dias Borges, Antônio Rodrigues, Domingos Pires, Francisco Barreto, Mathias Cardoso, Pedro Cabral de Melo, João Leite, João de Pinha, João Dias Peres, Antônio da Cunha, Mateus Alves Grou, Francisco de Siqueira, Antônio de Carvalhaes, Antônio de Aguiar, Antônio Fernandes Sarzedas, Jorge Dias, Domingos Pires Valadares, Sebastião Pedroso Bayão, Manuel de Moraes, Pero da Silva, Francisco...................., Pero Lourenço, Amador Lourenço, Simão Borges, João Pi- res Monteiro, Gonçalo Guedes, Pero Nunes Dias, Baltasar Gonçalves, Domingos Furtado, Bartolomeu Alves, Miguel Lopes, Antônio Pedroso de Barros, Clemente Álvares (Vide Inventários e Testamentos, vol. 11, pág. 497). A qualificação dada a Jerônimo Pedroso encontra-se na narrativa jesuítica.
7 de outubro de 1647, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:30:19
100°. Rei concede perdão aos paulistas
O caso teve solução em virtude do Alvará de D. João IV de 7 de outubro de 1647 que resolveu conceder perdão aos moradores da vila de S. Paulo de todas e quaisquer culpas que tivessem cometido na expulsão dos jesuítas, reservando-lhes (aos jesuítas) para demandarem no cível perdas e danos, com a declaração de que o perdão concedido só teria efeito “depois de restituídos os padres da Companhia de tudo que tinham na capitania (Documento publicado na Rev. do Inst. Geog. de S. Paulo, por Leite Cordeiro, vol. 51, pág. 300, extraído do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa).
1673. Atualizado em 24/10/2025 22:02:33
101°. Provinciae Paraquariae Societatis Jesv Leodii
Pedro Taques informa que ele e sua mulher, Filipa Vicente, naturais de Olivença, nessa época ainda pertencente no território português, eram pessoas nobres e honradas. No inventário de João de Prado declara-se somente que ela, Filipa Vicente, era pessoa honrada e viúva de pessoa honrada, o que significa que os dois foram pessoas de destaque na então insignificante vila de São Paulo.

João de Prado, pela sua pessoa, pela sua família, pelas suas armas, pelo número de nativos administrados e escravizados que possuía, foi um dos mais poderosos elementos que compuseram a expedição de João Pereira de Sousa. Era tal a importância de que gozava, que a sua presença na expedição o punha em evidência de chefe. O Padre Del Techo, na sua História Provinciae Paraquariae o considerou chefe da expedição, o que não é verdade. Teria sido um dos chefes, mas o chefe supremo foi João Pereira de Sousa, em cujo arraial no sertão, ele faleceu a 13 de fevereiro de 1597, conforme expressamente é declarado no respectivo inventário.

Não se pode afirmar com segurança o dia exato da partida da bandeira; mas foi depois de 5 de outubro de 1596, porque, nessa data, Francisco da Gama, que nela tomou parte, ainda estava em S. Paulo e, nessa data, passou um documento a João Fernandes, em que declarou ter dele recebido “dez cruzados emprestados de amor em graça os quais prometeu pagar em dinheiro de contado ou em uma peça (do gentio) pelo que valer nesta guerra em que ora vamos com o Sr. João Pereira de Sousa, como capitão” (Inv. e Test. vol. 1º, pág. 351).

Esse documento de dívida, que é cobrado judicialmente, prova que a bandeira a 5 de outubro de 1596 ainda estava em S. Paulo, mas em preparativos para a partida. Qual o sertão em que foi feita essa entrada?

A provisão de D. Francisco de Sousa, que armou cavaleiro Sebastião de Freitas, declarou que este acompanhou Jorge Correia, Manuel Soeiro e João Pereira de Sousa a fazer guerra ao gentio que, em ataque, tinha vindo contra a vila de S. Paulo (vide provisão).

Essas três bandeiras foram, pois, ao mesmo sertão. A 13 de fevereiro de 1597, no sertão da Parnaíba, onde estava o arraial de João Pereira de Sousa, começou-se o inventário de João de Prado, que lá falecera (Inv. cit. pág.79).

Um outro documento de dívida de Francisco da Gama, foi cobrado judicialmente, em S. Paulo, e cujo processo se iniciou a 22 de Julho de 1600 com citação por éditos “por se achar o devedor ausente, perto de três anos ou perto de quatro anos (Inv. Francisco da Gama, vol. 1º, págs. 349 e 350) e nele depõem cinco testemunhas que afirmam que ele era ido à guerra de Parnaíba e dele não havia notícias”.

Citando ainda Del Techo, História do Paraguai, o Barão do Rio Branco, em Ephemerides Brasileiras, de lº de setembro de 1583, narra que no vale do Anhembi, hoje Tietê, os Tupiniquins tinham 300 aldeias e 30. 000 sagitários, que, em seis anos de guerra, de 1592 a 1599, foram todas destruídas e exterminados os selvagens do rio de Jeticaí, hoje rio Grande.

O rio Parnaíba é afluente da margem direita do rio Paraná e tem suas nascenças mais a leste, do lado das nascenças do rio S. Francisco. Conforme se vê pelas atas da Câmara de S. Paulo, que se referem às entradas de Antônio de Macedo e de Domingos Luis Grou, já esses sertanistas lá tinham estado. As bandeiras já tinham atravessado o rio [p. 262 e 263]
1792. Atualizado em 25/02/2025 04:39:04
102°. Primeira via de ligação entre a capital e o litoral paulista, a Calçada do Lorena foi concluída
No fim do século 18, Bernardo José de Lorena mandou fazer uma estrada, em ziguezague na descida, que se chamou a “Calçada do Lorena”. A Câmara de S. Paulo, todos capitães-generais, todos os viajantes descrevem o caminho novo como temeroso. Todas as administrações, conforme as suas posses, fizeram esforços para melhorá-lo. O Capitão General Antônio de Melo e Castro, em 1799, fez uma memória sobre esse caminho que se pode ler nos Documentos Interessantes, Vol. 29, pág. 112 e seguintes, publicados pelo Arquivo do Estado.
1879. Atualizado em 12/10/2025 22:19:28
103°. O Conselheiro Cansanção de Sinimbu organizou uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano
Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testado Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano.

Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro,Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio.

Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes:

Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de MinasGerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.

Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra.

Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879.

Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço.

Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações.

O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito.

Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno.

Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério.

Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco.

Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400).

Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil.

Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno.

Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.

Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio.

O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295]
9 de dezembro de 1879, sexta-feira. Atualizado em 09/10/2025 03:32:36
104°. Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testa do Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts
Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testado Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano.

Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro,Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio.

Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes:

Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de MinasGerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.

Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra.

Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879.

Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço.

Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações.

O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito.

Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno.

Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério.

Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco.

Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400).

Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil.

Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno.

Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.

Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio.

O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295]
13 de dezembro de 1879, sábado. Atualizado em 09/10/2025 03:43:06
105°. Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas / Pirapora/MG
Em 1879, o Conselheiro Cansanção de Sinimbu, então à testa do Governo Imperial, iniciando uma política de melhoramentos materiais, organizou, sob a direção do abalizado engenheiro americano, William Milnor Roberts, uma comissão de engenheiros para o fim de estudar os portos do Brasil e a navegação interior dos grandes rios que desembocam no oceano.

Além do chefe, W. M. Roberts, havia no pessoal dessa comissão os engenheiros Amarante, Wieser, Lisboa, Saboya, Pecegueiro, Aquino e Castro, Orville Derby e Teodoro Sampaio.

Teodoro Sampaio escreveu um livro sobre essa expedição doqual tiro estes informes:

Essa comissão, em pouco mais de quatro meses, subiu o Rio S. Francisco desde a sua foz, no Atlântico, até Pirapora, corredeira, no Estado de Minas Gerais, levantando o seu curso, desenhando as serras vizinhas, esboçando as pequenas vilas e cidades, marcando o desemboque dos seus afluentes.

“Passou na confluência do rio Paracatu, à margem esquerda e depois nado rio das Velhas à margem direita.“A comissão esteve na barra do rio Paracatu, no dia 9 de dezembro de1879, onde se demorou para receber lenha para o vapor em que viajava, e para medir a embocadura desse rio, que tinha 216 metros de largo.


Aí ouviu Teodoro Sampaio a narrativa de lendas misteriosas,de coisas extraordinárias, para as quais não faltaram, como sempreacontece, testemunhas oculares e sérias, que afirmaram a veracidade sobpalavra de honra.

Daí seguiram alcançando a barra do rio das Velhas a 13 de dezembro de 1879.

Foram todos até Pirapora e na volta, estiveram de novo napovoação Manga, na confluência do rio das Velhas com o S. Francisco,da qual fizeram um esboço.

Aí a Comissão se desmembrou, estabelecendo-se o planopara ultimar as explorações.

O Sr. Orville Derby remontaria o vale do rio das Velhas,transporia a serra do Espinhaço e voltaria por estrada de ferro para o Rio de Janeiro. O restante da Comissão voltaria pelo S. Francisco, rio abaixo (Th. Sampaio, O Rio S. Francisco. Págs. 5, 20, 91). Assim foi feito.

Orville Derby, pois, conheceu pessoalmente no norte comotécnico competente, em 1879, a região atingida em 1603, pela expedição de que fez parte W. Glymmer. Teve, pois, elementos para identificar essa região, que mais tarde estudou toda minuciosamente até muitomais ao Sul, baseado em documentos paulistas e em estudos sobre oterreno.

Orville Derby foi, e por muitos anos, como muitas pessoasainda se lembrarão, e então adquiriu conhecimento do terreno ao suldo S. Francisco, chefe da então Comissão Geográfica e Geológicacriada em S. Paulo pelo Conselheiro João Alfredo, no tempo doImpério.

Dirigindo a Comissão Geológica e Geográfica do Estado, eleestudou e fez levantar plantas, mapas da maior parte do território deS.Paulo, principalmente nas fronteiras do Estado de Minas Gerais, numaépoca em que se desejava bem conhecer a região para decidir e fixar asdivisas entre esses dois estados. A respeito dessas divisas o Arquivo Público do Estado de S. Paulo publicou grossos volumes de documentos.Orville Derby não se limitou ao estudo atento desses documentos, leutambém todos os nossos cronistas e os cronistas estrangeiros, que seocuparam do Brasil colonial e de sua expansão. Teve ele ocasião de conhecer, na História Natural de Piso e Marcgraff, o escrito de Glymmersobre o roteiro de uma das primeiras bandeiras paulistas partidas de S.Paulo para o sertão, no tempo em que D. Francisco de Sousa, viera daBahia para a vila de S. Paulo, a fim de procurar minas de metais preciosos, nas nascenças do rio S. Francisco.

Podia, pois, concluir, com pouco risco de errar, que o rio Guaibiíera o Guaicuí ou rio das Velhas, um dos afluentes da margem direita doS. Francisco (R.I.H.G.S. Paulo, vol. IV e vol. 8, pág. 400).

Atendendo à sugestão de Capistrano de Abreu fez traduzir oroteiro de Glymmer, pôs em contribuição os trabalhos e os estudos próprios que lhe advieram do conhecimento da zona, como membro deuma comissão exploradora do rio S. Francisco e como chefe da Comissão Geográfica e Geológica do Estado, e identificou todos nos pontos nele mencionados com a conformação e acidentes do terreno, pelosseus rios, cursos e cachoeiras, pelos seus vales, montes, planícies, campos e matos desde S. Paulo até as cabeceiras do rio S. Francisco nocentro do Brasil.

Consultou também as fontes históricas locais, então existentes – Pedro Taques, num manuscrito conservado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que fala na entrada de André de Leão, e Azevedo Marques nos Apontamentos Cronológicos, que narra que em 1602partiu numerosa bandeira para o sertão sob o comando de NicolauBarreto e formulou a hipótese de que as duas informações se referiama uma só entrada, e que a expedição fora uma única, cabendo a Nicolau Barreto a organização civil e a André de Leão, a parte militar. Foi aexpedição, em que tomou parte Glymmer, que O. Derby identificouno terreno.

Na época em que Orville Derhy divulgou o seu estudo não tinham ainda sido publicados pelo Arquivo do Estado de S. Paulo osInventários e Testamentos; e escassas eram as notícias sobre essas entradas;mas desde que teve conhecimento dos inventários, feitos por morte deBrás Gonçalves, o moço, e de Manuel de Chaves, e verificou que a hipótese sugerida de uma expedição única não tinha cabimento, apressou-seele mesmo em bani-la como se pode ver em um estudo aditivo naR.I.H.G. de S. Paulo, v. 8º, pág. 400.

Aliás a hipótese da unidade da expedição só poderia interessarao renome dos seus comandantes, nenhum valor tendo para identificação do roteiro de W. Glymmer, que era o objetivo essencial para fixarpontos do devassamento e ocupação do sertão, identificação que continua, pois, com o seu mérito próprio.

O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os Tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiropelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão ocaminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita,por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descriçãode W. Glymmer. [p. 293, 294, 295]
16 de novembro de 2021, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:12:10
106°. Ribeirão Pires, wiki.pt-pt.nina.az




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“Viagem à provincia de São Paulo e Resumo das viagens ao Brasil, provincia Cisplatina e missões do Paraguai”. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853)
1940. Atualizado em 23/10/2025 15:57:13
Relacionamentos
 Cidades (15): Araçariguama/SP, Barueri/SP, Carapicuiba/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Cubatão/SP, Guarapuava/PR, Guarulhos/SP, Itapeva/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (17) Antônio Pires de Campos, Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853), Daniel Parish Kidder (1815-1891), Daniel Pedro Müller (1785-1841), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gertrudes Eufrosina Aires (1777-1846), José de Anchieta (1534-1597), José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830), Lopo de Souza (f.1610), Luís da Grã (n.1523), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Mem de Sá (1500-1572), Pascoal Moreira Cabral Leme (1654-1724), Pierre-François-Xavier de Charlevoix (1682-1761), Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
 Temas (30): Aldeias, Apoteroby (Pirajibú), Bairro Éden, Sorocaba, Bairro Itavuvu, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Peabiru, Caminho Sorocaba-Porto Feliz, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Cochipone, Convento/Galeria Santa Clara, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Itaqué, Maria Leme da Silva, Monserrate em Cotia, Montanhas, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora dos Pinheiros, Olhos D´água, Pão d´alho, Rancho de Braga, Ribeirão das Furnas, São Filipe, São Paulo de Piratininga, Tamoios, Vila de Santo André da Borda, Ytá-pé-bae

Registro mencionado
1. Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
12 de outubro de 1580
Registros mencionados (17)
22/01/1531 - Bertioga [26243]
30/04/1531 - Martim Afonso fundeou no Rio de Janeiro [22544]
25/01/1532 - Ramalho aproxima-se á Jerybatuba três dias depois da chegada de Martim Afonso á Bertioga [27125]
1539 - Falecimento de Pero Lopes de Sousa em Madagascar [13422]
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? [10473]
12/10/1580 - Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro) [20121]
1654 - A requerimento de Gonsalo Couraça de Mesquita, foi a capela elevada em 1654 a categoria de vila de Itú, nome significativo da catadupa distante 5 a 6 quilômetros ao este do aldeamento [1319]
1656 - “Não é caminhando que se faz a maior parte da viagem; é de rastros sobre as mãos e os pés, agarrando-se às raízes das árvores, em meio de rochedos ponteagudos e de tão terríveis precipícios, que eu tremia, devo confessá-lo, quando olhava para baixo” [25009]
06/04/1718 - Descobrimento das primeiras minas de ouro em Mato Grosso, junto ao Coxipó-Mirim, por Pascoal Moreira Cabral, Antônio Pires de Campos, João Antunes Maciel, Domingos Rodrigues do Prado e outros paulistas [10524]
1722 - Voyage aux Indes Occidentales [25401]
01/10/1722 - Miguel Sutil de descobriu as minas de ouro à beira do córrego da Prainha, próximo de onde hoje está a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito [8538]
01/10/1722 - Miguel Sutil chegou á Cuiabá [15407]
1723 - Pascoal [26212]
1797 - “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) [22667]
01/09/1809 - Chega em Sorocaba o sueco Frederico Luiz Guilherme de Varnhagem* [6032]
09/12/1819 - Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) parte de Paulo rumo ao Rio Grande [25008]
16/12/1819 - Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) [26069]





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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, 1858
1858. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (10): Araçariguama/SP, Capivari/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Iperó/SP, Itapecirica da Serra/SP, Itapetininga/SP, Paranapanema/SP, São Paulo/SP, Sarapuí/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Bartholomeu Fernandes Mourão (f.1650)
 Temas (9): Apoteroby (Pirajibú), Araritaguaba, Estradas antigas, Olhos D´água, Putribrú de baixo, Putribú, Rio Pirajibú, Rio Sarapuy, Rio Sorocaba
Registros mencionados (1)
1670 - Segunda fundação de Sorocaba [20862]





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1957
Atualizado em 29/10/2025 11:18:17
Na Capitania de São Vicente
•  Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Carapicuiba/SP, Itanhaém/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (9): Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Cacique de Ybyrpuêra, Damião Simões, Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Sousa (1540-1611), Gaspar Gonçalves Conqueiro, Pedro Sardinha (1580-1615), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541)
•  Temas (10): Ambuaçava, Bituruna, vuturuna, Butantã, Caciques, Habitantes, Jesuítas, Pontes, Rio Geribatiba, Serra de Jaraguá, Ybyrpuêra
    Registros relacionados
16 de março de 1572, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:24
1°. Afonso Sardinha exerceu o cargo de vereador
2 de agosto de 1584, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:06:30
2°. Domingos Grou, com vinte seis pessoas, assinou a acta sobre a reconstrução da Casa do Conselho
1592. Atualizado em 23/10/2025 15:39:25
3°. Grande reunião, convocada pela Câmara de S. Paulo
20 de abril de 1592, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:33
4°. Belchior da Costa, por provisão de 20 de abril desse ano, nomeou para uma entrada Afonso Sardinha
Por provisão de 20 de abril desse ano, nomeou para uma entrada Afonso Sardinha (Reg. Geral, pág. 51) capitão da vila de S. Paulo, provisão que foi apresentada a 2 de maio desse ano à Câmara (Atas, vol. 1º, pág. 439). [Páginas 246 e 247]
23 de agosto de 1592, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:46:43
5°. Os oficiais da Câmara se reuniram para tratar da necessidade de uma entrada ao sertão da capitania "para ver o estado dos nossos inimigos", com os quais estavam em guerra, havia dois ou três anos
2 de novembro de 1592, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:35:59
6°. Deixou testamento, escrito e aprovado pelo tabelião Belchior da Costa (ignora-se a data de abertura)
Vivia bem com os jesuítas, e havia resolvido, desde 2 de novembro de 1592, deixar-lhes por sua morte em testamento público todos os seus bens o que se realizou a 9 de julho de 1615 (Azevedo Marques, na sua Cronologia) mas votava com os colonos impedindo que as aldeias fossem entregues aos padres da Companhia de Jesus. Os jesuítas eram contrários às guerras contra os índios, e influíam sobre o capitão-mor Jorge Correia, para que as não fizesse (Azevedo Marques, Cronologia – Atas, vol. 1º, págs. 446-8). [Páginas 187 e 188]

Quando foi nomeado capitão para entrar ao sertão, em 1592, Afonso Sardinha, o velho, fez o seu extenso testamento lavrado por tabelião, a 2 de novembro desse ano, e nele declara que do seu casamento com Maria Gonçalves (Vide Azevedo Marques, Cronologia, Testamento de Afonso Sardinha, o velho) não houve filhos, não tendo ele herdeiros forçados, pois que Afonso Sardinha, o moço, seu filho, foi havido na constância do matrimônio. Era portanto adulterino, sem direito a herdar. [p. 189-192]

No seu testamento minucioso, feito a 2 de novembro de 1592, publicado por Azevedo Marques nos seus “Apontamentos” e já aqui referido, Afonso Sardinha declara que por seu filho natural, Afonso Sardinha, o moço, já havia feito o que devia, dando-lhe 500 cruzados nos quais entravam “as terras em que ele estava, em Amboaçava, as quais se estenderá da ribeira da aguada dos índios do forte até outra ribeira, que vem para Amboaçava, entrando pela mata adentro ali onde fiz minha demarcação”.

As terras doadas a Afonso Sardinha, o moço, estavam, pois, em Amboaçava e confrontavam com as do doador seu pai De fato, nesse lugar estavam como se vê na carta de data concedida a Estêvão Ribeiro, o moço, em 1609, cujas terras na Embiaçava, partiam da tapera de Afonso Sardinha, o moço, até a borda da capoeira de Afonso Sardinha, o velho, ao longo de uma lagoa que está correndo para o caminho do forte (Registro Geral, vol. 1º, pág. 162). [p. 193]
Setembro de 1607. Atualizado em 24/10/2025 02:39:02
7°. Sardinha ganha uma sesmaria no Butantã*
3 de janeiro de 1609, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:39:03
8°. Estevão Ribeiro, o moço – 3/1/1609- Em Embiassaba, entre a tapera de Afonso Sardinha o moço e a capoeira de Afonso Sardinha, ao longo da Lagoa, caminho do Forte
As terras doadas a Afonso Sardinha, o moço, estavam, pois, em Amboaçava e confrontavam com as do doador seu pai De fato, nesse lugar estavam como se vê na carta de data concedida a Estêvão Ribeiro, o moço, em 1609, cujas terras na Embiaçava, partiam da tapera de Afonso Sardinha, o moço, até a borda da capoeira de Afonso Sardinha, o velho, ao longo de uma lagoa que está correndo para o caminho do forte (Registro Geral, vol. 1º, pág. 162).
22 de janeiro de 1609, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:08:23
9°. Gaspar Conquero concede a Fernão Dias, a Pero Dias e a outros uma data de terras nas cabeceiras que tem Afonso Sardinha, sobejos das terras que foram de Domingos Luís Grou, partindo de Carapicuíba até a barra de Jerobatiba
Esses dois documentos estão estragados pelas traças, mas se completam, e são ainda completados por outro (ainda no mesmo livro I de Sesmarias fls. 42 a 44) em o que capitão-mor Gaspar Conquero, a 22 de janeiro de 1609, concede a Fernão Dias, a Pero Dias e a outros uma data de terras nas cabeceiras que tem Afonso Sardinha, sobejos das terras que foram de Domingos Luís Grou, partindo de Carapicuíba até a barra de Jerobatiba.
9 de julho de 1615, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:36:25
10°. Doação da Aldeia de Carapicuíba feita por Afonso Sardinha e sua mulher Maria Gonçalves
15 de julho de 1615, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:23
11°. Afonso Sardinha e sua mulher fizeram doação de todos os seus bens à Companhia de Jesus
Cumprindo o prometido no testamento, Afonso Sardinha e sua mulher, em 15 de julho de 1615, fizeram doação de todos os seus bens à Companhia de Jesus, segundo a Cronologia de Azevedo Marques, o que está confirmado na escritura pública dessa data, publicada no vol. 44, fls. 360 dos “Documentos Interessantes”.
10 de abril de 1616, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:39:24
12°. Testamento/Falecimento de Afonso Sardinha, o moço




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1607
Atualizado em 28/10/2025 04:46:20
M´Boi Mirim, que na língua indígena significa rio das cobras pequenas, teve seu primeiro processo de ocupação
Cidades (5): Curitiba/PR, Mogi Mirim/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
Temas (8): Alemães, Boigy, Engenho(s) de Ferro, Italianos, MBoy, Nossa Senhora da Assunção, Rio Mboy, Ybyrpuêra




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“República”
11 de abril de 1590, quarta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
Relacionamentos
 Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (4) Afonso Sardinha, o Velho (59 anos), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (59 anos), Antonio de Proença (50 anos), Belchior da Costa (23 anos)
 Temas (6): Ambuaçava, Fortes/Fortalezas, Guerra de Extermínio, Jurubatuba, Geraibatiba, Nheengatu, República

    3 Fontes
  2 fontes relacionadas

•  Boletim do Departamento do Arquivo do Estado de SP, Secretaria da Educação. Vol. 9
1 de janeiro de 1952, terça-feira

•  “Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
1 de janeiro de 2008, terça-feira
O muro que protegia a vila já não era suficiente, pois havia o risco de indígenas que pudessem chegar pelo médio Tietê. Foi então construída uma fortificação na confluência do Tietê com o Jurubatuba (rio Pinheiros). Era a ambuaçava, que aparece nas atas da Câmara deste período e que era também conhecida como “o forte”. [Página 352]





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10 de setembro de 2018, segunda-feira
Atualizado em 29/10/2025 11:13:59
Fundação da Vila de Piratininga e do Colégio de S. Paulo, Povoamento, Fauna, Flora, Geografia, Clima, Bugres, Bandeiras, Trogloditas Canibais e Invasores Colonialistas
•  Cidades (4): Carapicuiba/SP, Itapecirica da Serra/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP
•  Pessoas (1): Caiubi, senhor de Geribatiba
•  Temas (7): Geografia e Mapas, Inhapambuçu, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, São Paulo de Piratininga, Ybyrpuêra, Colinas
Mapa: A vila Piratininga de Anchieta
Data: 1601
Créditos: pauliceias.blogspot.com (2018)
01/01/1601




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2006
Atualizado em 29/10/2025 11:18:11
REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL
•  Cidades (6): Assunção/PAR, Cananéia/SP, Ilhas Molucas/INDO, Jundiaí/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (13): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Brás Cubas (1507-1592), Caiubi, senhor de Geribatiba, Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Mem de Sá (1500-1572), Pedro Lozano (1697-1752), Rodrigo Alvares (f.1598), Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), Ulrico Schmidl (1510-1579)
•  Temas (35): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Caminho até Cananéa, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho de Piratininga, Caminho do Ibirapuera/Carro, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Paraguay, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminho SP-Santo Amaro, Carijós/Guaranis, Casas de Fundição, Colinas, Estradas antigas, Guaianase de Piratininga, Guaré ou Cruz das Almas, Habitantes, Inhapambuçu, Jeribatiba (Santo Amaro), Léguas, Ouro, Peru, Piratininga, Ponte Grande, Portos, Rio Anhemby / Tietê, Rio Piratininga, Rio Tamanduatei, Tabatinguera, Tordesilhas, Tupiniquim, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra
    Registros relacionados
22 de abril de 1529, segunda-feira. Atualizado em 26/08/2025 03:08:09
1°. Tratado de Zaragoza discute a posse das Ilhas Molucas entre Portugal e Espanha
De todas as trilhas indígenas que percorriam o planalto a mais célebre é, sem dúvida, o Peabiru. De importância continental, desde remotas eras pré-colombianas essa grande artéria sul-americana unia à costa atlântica a populosa mesopotâmia paraguaia, habitada pelos índios carijós ou guaranis. Formada de um tronco e várias ramificações, uma delas atingia a região vicentina, regularmente freqüentada pelos tupiniquins, moradores do planalto paulistano (PETRONE, p. 35-44). Consistindo numa picada de 200 léguas (1200 km) de extensão, este último ramal, segundo a descrição do Padre Lozano. J., possuía oito palmos de largura (1,76m) e seu leito, forrado por uma gramínea que impedia o crescimento de outra vegetação, apresentava um rebaixamento de 40 centímetros em média em relação ao solo adjacente.

Posteriormente chamada pelos jesuítas de Caminho de São Tomé (identificado com Sumé, o herói civilizador do mito tupi), a famosa trilha permitiu que, em sentido contrário, a partir da costa brasileira os conquistadores atingissem o Paraguai e desse ponto fosse possível alcançar as fabulosas riquezas do longínquo Peru (HOLANDA, 2000, p. 142-144).

Tal fato revela que, naquele tempo, além do intenso desejo dos jesuítas de ir converter os carijós, havia uma fortíssima motivação política e econômica a instigar a penetração lusa em direção à região paraguaia. A questão das Molucas, provocada no Oriente pelos espanhóis, fizera recuar a linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas para o Ocidente. No Brasil, essa linha deveria retroceder também para o Ocidente, de maneira a deixar os mesmos 180º de cada parte. Com esse deslocamento, imaginavam os portugueses, Assunción, cidade espanhola erguida em 1537 no meio dos carijós e à beira do caminho do opulento Peru, certamente passaria à pertencer coroa lusitana, crença compartilhada durante certo tempo pelo próprio D.João III (LEITE, v.1, p. 448 e nota n.6).
15 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
2°. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada
Aliás, cabe assinalar que Nóbrega não levava muito a sério a doutrinação dos índios do planalto. Em carta anterior, datada de 15 de junho de 1553, afirmava com todas as letras que só se ocuparia na conversão desses índios, enquanto estivesse impedido de se internar em definitivo no sertão (LEITE, v.1, p. 496). Na hipótese de ser verdade que foram os índios os únicos responsáveis pela escolha do lugar de sua nova aldeia no planalto – local esse depois plenamente aceito e ratificado pelos jesuítas, podemos supor – fica mais fácil compreender o grande acerto com que desempenharam tal missão.

Com efeito, na condição de silvícolas planaltinos, profundamente familiarizados com a região, eram eles os mais capacitados para determinar o ponto mais favorável para a criação de um novo povoado. Por uma questão de sobrevivência, só poderiam decidir-se por um local em acrópole (o que parece ter sido uma tradição entre os nossos índios antigos), próximo de rios piscosos e de trilhas que os poriam em fácil comunicação terrestre com pontos estratégicos ocupados por aldeias amigas.
29 de agosto de 1553, sábado. Atualizado em 25/10/2025 01:54:02
3°. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues"
Já na correspondência dos primeiros jesuítas, o nome de Piratininga aparece empregado de modo extremamente difuso, e, devemos admitir, confuso. Segundo carta de Nóbrega datada de outubro de 1553, a aldeia recém-construída no planalto, logo depois transformada em aldeamento jesuítico, estava instalada a cerca de duas léguas de distância da povoação de João Ramalho, conhecida pelo nome de Piratinim (LEITE, v.2, p. 16).

Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico.

De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81).

Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo.
1 de outubro de 1553, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:38:58
4°. Carta do padre Manoel da Nóbrega a rei de Portugal, D. João III
Já na correspondência dos primeiros jesuítas, o nome de Piratininga aparece empregado de modo extremamente difuso, e, devemos admitir, confuso. Segundo carta de Nóbrega datada de outubro de 1553, a aldeia recém-construída no planalto, logo depois transformada em aldeamento jesuítico, estava instalada a cerca de duas léguas de distância da povoação de João Ramalho, conhecida pelo nome de Piratinim (LEITE, v.2, p. 16).

Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico.

De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81).

Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo.
2 de setembro de 1557, segunda-feira. Atualizado em 02/09/2025 07:05:54
5°. Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga”
5 de abril de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
6°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
Os historiadores alegam ainda razões de subsistência para justificar a escolha do sítio da nova aldeia. Não devemos nos esquecer que, com a chegada dos europeus transferidos de Santo André, em 1560, os campos planaltinos se mostrariam muito favoráveis à criação de animais domésticos, sobretudo de gado vacum, nas pastagens alagadiças situadas a nordeste, próximas das margens do Tietê e do Tamanduateí (Guaré), e que a pesca foi também uma atividade econômica de grande relevância para a nascente povoação. O próprio Padre Manuel de Nóbrega fazia questão de ressaltar, em carta de 1556, que a aldeia de Piratininga estava provida “de toda abastança que na terra pode aver” (LEITE, v.2, p. 284).

O que não se via até há pouco suficientemente ressaltado, contudo, como um dos fatores determinantes da escolha do local onde depois se fixaria a nova casa jesuítica – com a grande exceção de Pasquale Petrone (PETRONE, p.140-141) talvez –, era a preexistência nas imediações de um intrincado sistema de trilhas indígenas que cortavam em todos os sentidos a lombada interfluvial. Essas veredas poriam os irmãos da Companhia em comunicação direta com o litoral vicentino, com as aldeias planaltinas dos índios aliados e com o distante Paraguai, cujo fascínio durante muito tempo manteve bem aceso o fervor catequético dos inacinos, sobretudo do Padre Manuel da Nóbrega.

Cumpre, porém, chamar a atenção para um ponto controvertido acerca do modo como se deu a escolha do sítio onde foi erguida a casa jesuítica no planalto piratiningano. Indícios nos levam a pensar que, contrariamente à história oficial divulgada pelos jesuítas, foram os próprios índios desejosos de serem convertidos pelos padres da Companhia que se teriam reunido, sozinhos, numa aldeia, sem contar para a escolha de sua localização com a presença ou, quem sabe, sequer com a orientação de Nóbrega e seus companheiros (AMARAL, 1971,v.1, p. 128-129). [p. 12 e 13]

De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índiosensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo. [p. 14]

A primeira Casa de Câmara só foi edificada em 1575 (ATAS, v.1, p. 76-79). Térrea e dispondo de um único cômodo, quando havia alguém encarcerado nela eram os vereadores obrigados a se reunir alhures, em geral na casa do vereador mais velho (ATAS, v.1, p. 125, 135, 158 e 161). Com a construção da Casa de Câmara, São Paulo passou a contar com dois logradouros, funcionando um deles como praça religiosa e o outro, como praça civil, dualidade que remontava em origem à cidade portuguesa medieval: o terreiro jesuítico, onde fora erguido o pelourinho em 1560 e agora se via um cruzeiro em frente da igreja (DEUS, p. 125; ATAS, v.1, p. 322 e 467) – terreiro esse que devia coincidir espacialmente com a praça central da aldeia indígena criada em 1553 –, e a praça pública, para onde foi depois transferido o símbolo de liberdade municipal, o qual não passava de uma rústica peça de madeira falquejada (ATAS, v.1,p. 269, 309 e 310). Posicionando-se entre esses dois espaços, a Casa de Câmara dava,supomos, os fundos para a praça pública e a frente para o adro dos jesuítas (ATAS, v.1,p. 161 e 269). [p. 22]

Em 1560, por uma questão de segurança, Mem de Sá ordenou a abertura de um novo caminho do mar, conhecido mais tarde pelo nome de Caminho do Padre José (PERALTA, p. 7). A primeira seção desse novo caminho, porém, durante muito tempo parece ter coincidido com a do anterior. Partia da vila pelas atuais Ruas do Carmo e Tabatinguera, passando em seguida pela mesma ponte sobre o Rio Tamanduateí (ATAS, v.1, p. 272-274 e 300). Nas Atas, essa via de comunicação é chamada de Caminho do Ipiranga (1584), porque se distanciava a partir de determinado ponto da velha trilha tupiniquim para atravessar o ribeiro desse nome (ATAS, v.1, p. 237-238). [p. 24]
1564. Atualizado em 25/02/2025 04:46:58
7°. Construída uma guarita
Apesar de extremamente diminuta, a povoação devia estar provida de ao menos duas portas: a mais importante, sobre a qual haviam construído uma guarita em 1564, era a Porta Grande, abertura que talvez desse passagem ao caminho do sertão, de onde provinham em geral os ataques dos índios contrários (ATAS, v.1, p. 38 e 394); a outra porta era, supostamente, a que permitia uma saída cômoda para o Caminho do Mar (ATAS, v.1, p.98).
1 de maio de 1589, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:41
8°. São Paulo contava 150 a 170 moradores
São Paulo do Campo era então muito pobre. Em 1589, seus cerca de 150 moradores habitavam construções baixas com tetos de palha, a qual começava a ser substituída pelas primeiras telhas produzidas na vila. Sendo também digno de nota que, conforme o regimento dos carpinteiros da época, uma porta padrão não tinha mais do que 1,76m de altura! (ATAS, v.1, p. 67, 324 e 370)
30 de maio de 1589, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:35:41
9°. Numa escritura pública, datada de 30 de maio de 1589, em que é feita a descrição dos limites das terras cedidas por Brás Cubas aos frades carmelitas
Numa escritura pública, datada de 30 de maio de 1589, em que é feita a descrição dos limites das terras cedidas por Brás Cubas aos frades carmelitas, pode-se inferir, de determinado trecho, esse mesmo percurso. Damos abaixo o teor parcial do documento. Entre colchetes iremos comentando por partes os mencionados limites:

o caminho de Santo André para Piratininga vinha do curral de Aleixo Jorge pelo mesmo caminho que vem pela ponte grande em Tabatinguera [como já vimos, e veremos novamente, esse é o caminho velho do mar, trecho do antigo Peabiru, que acompanhava o traçado da Rua da Mooca, passava pela Rua Tabatinguera e seguia pela atual Rua do Carmo] e dahy atravessava pela villa vindo pela rua direita ate onde estava o mosteiro dos padres da companhia [essa rua “direita” parece seguir o trajeto de um segmento de rua sem denominação específica incorporado ao Pátio do Colégio, segmento este que hoje vai da Rua Floriano Peixoto, em frente à Caixa Econômica Federal, sita na Praça da Sé, até ao Pátio do Colégio; na embocadura inicial dessa via estaria localizada a porta da vila transposta por aqueles que chegavam do litoral] e dahy vindo pela porta que foi de Affonso Sardinha [a porta mais importante da vila, que provavelmente estava localizada na altura da esquina da Rua Anchieta com a Rua 15 de Novembro] e da qual rua foi de Rodrigo Álvares e Martim Affonso [essa via, Rua de Martim Afonso, nome de batismo adotado pelo índio Tibiriçá, em nossa opinião, não poderia ser jamais a Rua São Bento, como afirmava Frei Gaspar – porque, como veremos adiante, a Rua São Bento, ao contrário do que dizia o frade beneditino, só teria sido aberta, na verdade, no século XVII –, mas talvez estivesse representada por uma trilha que seguisse pela Rua 15 de Novembro e trecho inicial da atual Avenida São João, antiga ladeira desse nome; isso, se não acompanhasse o traçado, justamente, da Rua Álvares Penteado, orientada, como visto, para o Ribeiro Anhangabaú] e dahy a sahir a aguada do ribeiro e atravessando o ribeiro do Anhangobai pelo mesmo caminho que hoje por elle se servem os moradores daquela banda de Piratininga ate defronte a barra do Piratinin onde dava no rio grande [caminho de Piratiniga, que, após a transposição do Anhangabaú no local chamado Acu, se iniciava na Rua do Seminário, e cujo trajeto, descrito anteriormente, terminava na barra que o ribeiro daquele nome formava ao lançar suas águas no Rio Tietê] (JORGE,1999, p. 41)
1702. Atualizado em 25/02/2025 04:44:48
10°. Chácara dos Morrinhos
1886. Atualizado em 25/02/2025 04:39:09
11°. Registro de Doações em ouro para a alforria de escravos




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18 de fevereiro de 2012, sábado
Atualizado em 29/10/2025 11:14:00
“A fábrica de ferro no morro da Barra da barra de Santo Antônio - Século XVII - Uma indagação”
•  Cidades (2): Santo Amaro/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (8): Américo Vespúcio (1454-1512), Bacharel de Cananéa, Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Sousa (1540-1611), Henrique Montes, José de Anchieta (1534-1597), Rui Garcia de Moschera, Clemente Álvares (1569-1641)
•  Temas (6): Ermidas, capelas e igrejas, Engenho(s) de Ferro, Holandeses no Brasil, Jurubatuba, Geraibatiba, Rio Geribatiba, Ybyrpuêra
    Registros relacionados
3 de dezembro de 1530, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:20
1°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
Outras conjecturas: Consta que com a expedição de Martim Afonso de Souza veio o mestre ferreiro Bartolomeu Fernandes, (também conhecido como Bartolomeu Gonçalves e Bartolomeu Carrasco), contratado por dois anos, para fundir aço da expedição. O mestre Bartolomeu fixou-se em solo paulista, produzindo com quatro operários 100 kg de ferro em seis ou sete horas, consumindo 450 kg de carvão vegetal, isso anterior a data de 1607, conforme relato de 1554 do padre jesuíta José de Anchieta, informando ao rei de Portugal, a existência de depósitos de prata (minério um pouco tanto escasso no Brasil) e minério de ferro no interior da vasta capitania de São Vicente, local do atual Estado de São Paulo. [“A fábrica de ferro no morro da Barra da barra de Santo Antônio - Século XVII - Uma indagação” (18.02.2012) Carlos Fatorelli carlosfatorelli27013.blogspot.com]
1552. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
2°. Neste local, porta de entrada para a “Cidade de Santo Amaro” onde aportou a primeira expedição, que consta ter sido em 1552
13 de julho de 1552, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
3°. Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba
Assim, fato contado não é fato consumado, fazendo-nos divagar que à margem oposta ao Rio Pinheiros pode estar enterrada a história do “primeiro engenho das Américas”, anterior ao engenho de Araçoiaba, da Fábrica Real do Ipanema. Podem ter existido antigas vilas, arraiais, núcleos pequenos de grandes homens, que viram antes de nós os morros atuais do atual Bairro do Jardim São Luiz e seu rio, antes sinuoso, a conter um volume imenso de água e, ao lado, as belezas do sítio Guarapiranga, circundante como um jardim de matas verdejantes. Neste local, porta de entrada para a “Cidade de Santo Amaro” onde aportou a primeira expedição, que consta ter sido em 1552, embora não se encontra em anais oficiais para confirmação desta informação verbalizada ao longo do tempo, deslocou-se a primeira expedição rumo a “Boca de Sertão” e que daria origem a cidade de São Paulo, com anuência dos autóctones locais, que teve a inter locução de algum naufrago ou desterrado deixado nestas paragens na expedição ao Brasil com supervisão de Américo Vespúcio, custeada pelos investidores de Veneza, os Médici, os maiores investidores de então. A intenção primeira da Expedição de Exploração da armada portuguesa comandada pelo fidalgo Martim Afonso de Sousa foi apenas pretensão para aproximar-se da entrada do Rio da Prata, possessão espanhola, disso resultando as fundações de vilas litorâneas auxiliado pelo prático de navegação Henrique Montes[2]. Deste modo começa a saga da interiorização, pelos rios, as primeiras estradas do Brasil e que o Rio Tietê e seus afluentes tiveram suma importância. [Varnhagen, Francisco Adolfo de (Visconde de Porto Seguro). História Geral do Brasil-Antes da Separação e Indepêndencia de Portugal. Rio de Janeiro, Casa E&H. Laemmert, 2ª edição
1554. Atualizado em 23/10/2025 15:32:28
4°. Portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo
Outras conjecturas: Consta que com a expedição de Martim Afonso de Souza veio o mestre ferreiro Bartolomeu Fernandes, (também conhecido como Bartolomeu Gonçalves e Bartolomeu Carrasco), contratado por dois anos, para fundir aço da expedição.

O mestre Bartolomeu fixou-se em solo paulista, produzindo com quatro operários 100 kg de ferro em seis ou sete horas, consumindo 450 kg de carvão vegetal, isso anterior a data de 1607, conforme relato de 1554 do padre jesuíta José de Anchieta, informando ao rei de Portugal, a existência de depósitos de prata (minério um pouco tanto escasso no Brasil) e minério de ferro no interior da vasta capitania de São Vicente, local do atual Estado de São Paulo.
1605. Atualizado em 25/02/2025 04:45:49
5°. Capela
15 de agosto de 1607, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:34
6°. Construção de um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto
Fatos históricos contados e averbados por documentos são marcantes para desvendar mistérios que ficam por vezes obscuros. Ao possuir maiores informações da história transmitida, surge uma série de indagações presumíveis, da qual pode resultar uma dedução.

Ao descortinar a história, nos aproximamos de uma citação a um rio denominado Geribatiba, o atual Rio Pinheiros, que por certo não possui nenhuma semelhança ao Rio Jurubatuba, com sua nascente na Serra do Paranapiacaba. O Rio Pinheiros teve sua sinuosidade alterada, contornando a margem de Santo Amaro que, diga-se também é a mais antiga vila do planalto, anterior até a São Paulo de Piratininga.

À beira do rio, a madeira, combustível básico das forjas, e o minério a céu aberto, eram transportados rapidamente do litoral de Santos, com vilas prósperas, construídas às margens de rios ou litorâneas.

A implantação da forja foi a passos lentos, pois parte do equipamento perdeu-se na viagem marítima, talvez provindo da metrópole portuguesa ou de seus consórcios com holandeses ou ingleses. Citava-se que Diogo de Quadros era provedor das minas, tinha poucas posses e ia devagar com o projeto, mas acabá-lo era importante, pois ali havia muito metal de ferro.

Não havia mão de obra especializada, e era tudo lento, demorando quase dois anos para sua implantação. A produção tornou-se dispendiosa, o ferro era produzido a custo de 4 mil réis o quintal, quando valia só a metade.

Queixava-se Diogo de Quadros da baixa produtividade dos “índios maramomís” na produção de carvão e o serviço não se desenvolvia como “Sua Majestade” pretendia, perdendo seus reais quintos, imposto da produção efetiva.




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  09/10/2025 02:21:09º de
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Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532, segunda-feira. Atualizado em 09/10/2025 02:21:09
Relacionamentos
 Cidades (3): São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (10) Antonio de Aguiar Barriga (1600-1655), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (37 anos), Brás Cubas (25 anos), Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luís Grou (32 anos), João Ramalho (46 anos), Martim Afonso de Sousa (32 anos), Pero (Pedro) de Góes, Pero Capico, Piqueroby (52 anos)
 Temas (29): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Cachoeiras, Caminho de Piratininga, Caminho do gado, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Colinas, Estradas antigas, Fidalgos "Filhos de algo", Goayaó, Grunstein (pedra verde), Itapeva (Serra de São Francisco), Jeribatiba (Santo Amaro), Jurubatuba, Geraibatiba, Lagoa Dourada, Léguas, Mequeriby, Nheengatu, O Sol, Piaçaguera, Rio Geribatiba, Rio Goyaó, Rio Mogy, Rio Pirajibú, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Taperovira, Ururay





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  24/10/2025 02:52:04º de
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Registro de terras
12 de agosto de 1560, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:52:04
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 Cidades (3): Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (9) Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luís Grou (60 anos), João Paes (1580-1664), Luís da Grã (n.1523), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Pedro Collaço Vilela, Suzana Rodrigues (n.1559), Mestre Bartholomeu Fernandes, Bartholomeu Fernandes Cabral (42 anos)
 Temas (19): Caminho do gado, Caminho do Ibirapuera/Carro, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Guaianase de Piratininga, Jeribatiba (Santo Amaro), Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Nossa Senhora da Assunção, Pela primeira vez, Rio Geribatiba, Santo Mauro, São Paulo de Piratininga, Ybyrpuêra, “o Rio Grande”, Estradas antigas, Vila de Santo André da Borda, Piratininga





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Santo Amaro
15 de janeiro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
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 Cidades (4): Santana de Parnaíba/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (3) Caiubi, senhor de Geribatiba, José de Anchieta (26 anos), Suzana Dias (20 anos)
 Temas (3): Aldeias, Jeribatiba (Santo Amaro), Santo Mauro





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Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri
11 de novembro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10
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 Cidades (7): Barueri/SP, Itapetininga/SP, Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Roque/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (5) Bartolomeu Carrasco (f.1571), Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luís Grou (60 anos), José de Anchieta (26 anos), Suzana Dias (20 anos)
 Temas (12): Bituruna, vuturuna, Cachoeira da Escada, Carijós/Guaranis, Ermidas, capelas e igrejas, Guaianase de Piratininga, Jeribatiba (Santo Amaro), Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Nossa Senhora da Escada, Nossa Senhora de Montserrate, Ouro, Ybyrpuêra





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  30/10/2025 23:58:34º de
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A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada
17 de março de 1590, sábado. Atualizado em 30/10/2025 23:58:34
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 Cidades (6): Itu/SP, Jacareí/SP, Pindamonhangaba/SP, São José dos Campos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (14) Afonso Sardinha, o Velho (59 anos), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (59 anos), Belchior Dias Carneiro (36 anos), Caiubi, senhor de Geribatiba, Carobi, Iaroubi, Jarobi, Diogo de Unhate (55 anos), Domingos Luís Grou (90 anos), Gaspar Fernandes Preto (50 anos), Guiomar Rodrigues (f.1625), Isac Dias Carneiro (32 anos), José de Anchieta (56 anos), Konyan-bébe, Luís Eanes Grou (velho) (36 anos), Maria da Peña (50 anos)
 Temas (11): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Fortes/Fortalezas, Gentios, Guerra de Extermínio, Lagoa Dourada, Pirapitinguí, Rio Anhemby / Tietê, Rio Jaguari, Rio Parnaíba , São Paulo de Piratininga





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Terras
10 de fevereiro de 1598, terça-feira. Atualizado em 30/10/2025 04:54:09
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 Cidades (1): Sorocaba/SP
 Pessoas (2) João Soares, Jorge Moreira (n.1525)
 Temas (9): Caminho do Ibirapuera/Carro, Ybyrpuêra, Estradas antigas, Rio Tamanduatei, “o Rio Grande”, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Ipiranga, Pontes, Ponte Grande





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1998
Atualizado em 29/10/2025 11:18:12
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
•  Cidades (11): Araçoiaba da Serra/SP, Cananéia/SP, Cubatão/SP, Lisboa/POR, Madrid/ESP, Ouro Preto/MG, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (32): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Américo Vespúcio (1454-1512), António Manuel de Melo e Castro de Mendonça (1761-1812), Diogo Botelho, Diogo de Quadros, Diogo Gonçalves Lasso (f.1601), Filipe IV, “O Grande” (1605-1665), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Galvão de Barros França, Francisco Lopes Pinto, Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen (1783-1842), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gaspar Gomes Moalho, João Manso Pereira (1750-1820), João Paes (1580-1664), João VI, O Clemente (1767-1826), Luís António de Sousa Botelho Mourão (1722-1792), Manoel Pinheiro Azurara (n.1570), Marquês de São João da Palma (1779-1843), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844), Martim Garcia Lumbria (f.0), Napoleão Bonaparte (1769-1821), Pedro Dias de Aguirre, Pedro Fernandes Sardinha (1496-1556), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero Vaz de Caminha (1450-1500), Rodrigo de Souza Coutinho, 1° Conde de Linhares (1755-1812), Simão Borges Cerqueira (1554-1632), Suzana Rodrigues (n.1559), Tomé de Sousa (1503-1579), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855)
•  Temas (25): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Assunguy, Botujurú, Buraco de Prata, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Capitania de São Paulo, Capitania do Espirito Santo, Capitania do Rio de Janeiro, Engenho(s) de Ferro, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Jurubatuba, Geraibatiba, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Ordem de Cristo, Ouro, Pelourinhos, Portos, Prata, Rio da Ribeira, o Isubay, Rio dos Meninos, Rio Geribatiba, Senzalas, Serra de Cubatão
Revista do Instituto Histo´rico e Geogra´fico de Sa~o Paulo
Data: 1998
Página 15
    Registros relacionados
1 de maio de 1500, sexta-feira. Atualizado em 25/08/2025 07:47:08
1°. Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás
3 de dezembro de 1530, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:20
2°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
Ao invés disto, e em contraste com os sertanistas que já preferiam o ouro a qualquer outra exploração, quis o administrador geral das minas desenvolver o fabrico do ferro na Capitania de São Vicente. Já eram conhecidas outras minas, como já vimos; e para aproveita-las foi celebrado por escritura de 26 de fevereiro de 1609, em notas do tabelião Simão Borges de Cerqueira, (diz a Chronologia), um contrato de sociedade entre o marques das Minas, o provedor da fazenda Diogo de Quadros e o cunhado deste Francisco Lopes Pinto. Visavam os sócios estabelecer o novo engenho na ilha de Santo Amaro, á margem do rio Geribatuba, fronteiro á ilha de São Vicente e á esquerda do Morro das Neves. Esses termos da escritura identificam esta fábrica nova com as ruínas visitadas por Eschwege em 1810, aproximadamente.

O auto de ereção á freguesia (14 de janeiro de 1680) da capela de Santo Amaro, ereta por João Peres e a sua mulher Suzana Rodrigues, naturais de Portugal e vindos na frota de Martim Afonso, declara que se acha este edifício colocado á margem do Gerybatuba, "nome que o vulgo corrompeu na pronuncia para o de Jerubatuba". É a mesma Chronologia citando Taques, declara, a proposito de carta patente do Capitão-mór João Corrêa, nomeando Sardinho o primeiro descobridor de minas no Brasil, que o sítio de Ubatá, pertencente a este último, estava localizado junto ao rio Jurubatuba, "que agora se diz Rio dos Pinheiros". Não ha dúvida, portanto, que as minas atribuídas pelo Barão de Eschwege, á primeira fábrica de ferro brasileira, e são efetivamente da segunda, que estava colocada nas vizinhanças das terras de Afonso Sardinha, morador no Ubatú enquanto que o engenho se achava "no sítio Borapoeira da outra banda do Rio Jerabatiba", segundo afirma Taques. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo (1998). Páginas 33 e 34]
1552. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
3°. Neste local, porta de entrada para a “Cidade de Santo Amaro” onde aportou a primeira expedição, que consta ter sido em 1552
Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver.
12 de julho de 1552, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:14
4°. Uma das primeiras notícias sobre a existência destas riquezas se deu através de uma carta do bispo Pedro Fernandes Sardinha ao rei
Março de 1554. Atualizado em 24/10/2025 02:35:05
5°. Expedição planejada por Thomé de Souza; (...) notícia dada pelo Padre Anchieta em 1554; enquanto a localização do Ypanema da primeira descoberta de Afonso Sardinha*
Pouco tempo após os europeus estabelecem-se em Piratininga, em março de 1554 a expedição planejada por Thomé de Souza e dirigida por Bruja partiu das proximidades de Santo Amaro rumo a região de Sorocaba. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1998. Página 21]
12 de agosto de 1560, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:52:04
6°. Registro de terras
Ao invés disto, e em contraste com os sertanistas que já preferiam o ouro a qualquer outra exploração, quis o administrador geral das minas desenvolver o fabrico do ferro na Capitania de São Vicente. Já eram conhecidas outras minas, como já vimos; e para aproveita-las foi celebrado por escritura de 26 de fevereiro de 1609, em notas do tabelião Simão Borges de Cerqueira, (diz a Chronologia), um contrato de sociedade entre o marques das Minas, o provedor da fazenda Diogo de Quadros e o cunhado deste Francisco Lopes Pinto. Visavam os sócios estabelecer o novo engenho na ilha de Santo Amaro, á margem do rio Geribatuba, fronteiro á ilha de São Vicente e á esquerda do Morro das Neves. Esses termos da escritura identificam esta fábrica nova com as ruínas visitadas por Eschwege em 1810, aproximadamente.

O auto de ereção á freguesia (14 de janeiro de 1680) da capela de Santo Amaro, ereta por João Peres e a sua mulher Suzana Rodrigues, naturais de Portugal e vindos na frota de Martim Afonso, declara que se acha este edifício colocado á margem do Gerybatuba, "nome que o vulgo corrompeu na pronuncia para o de Jerubatuba". É a mesma Chronologia citando Taques, declara, a propósito de carta patente do Capitão-mór João Corrêa, nomeando Sardinho o primeiro descobridor de minas no Brasil, que o sítio de Ubatá, pertencente a este último, estava localizado junto ao rio Jurubatuba, "que agora se diz Rio dos Pinheiros". Não ha dúvida, portanto, que as minas atribuídas pelo Barão de Eschwege, á primeira fábrica de ferro brasileira, e são efetivamente da segunda, que estava colocada nas vizinhanças das terras de Afonso Sardinha, morador no Ubatú enquanto que o engenho se achava "no sítio Borapoeira da outra banda do Rio Jerabatiba", segundo afirma Taques. [Páginas 33 e 34]
Janeiro de 1598. Atualizado em 24/10/2025 04:14:41
7°. Gastos*
Biraçoyaba, ou Morro de Araçoyaba segundo a lição contemporânea, é um serro que se acha na comarca de Sorocaba. Em 1710, quando o sertão paulista já estava trilhado e as comunicações eram mais fáceis, dizia Antonil que eram precisos doze dias de viagem para transpor a distância que separava essa localidade da vila de São Paulo. Devia ser mais longa a jornada em fins do século XVI, principalmente se tratando de uma viagem de descobertas, sem estradas de antemão conhecidas e onde o guia natural, os acidentes geográficos como os rios ou as serras, leva sempre pelos caminhos mais desenvolvidos. Seja qual for a data exata da entrada dos paulistas nesta região, o certo é que somente em 1597 se deu conta dos descobrimentos ao Governador Geral D. Francisco de Souza que se achava então na Bahia.



Em outubro de 1598 partiu da Bahia para o sul o Governador Geral, aportando em poucos dias na Victoria, afim de providenciar sobre o descobrimentos das esmeraldas e da prata de que havia notícia na Serra do Mestre Alvaro. Mando também de lá para as lavras de São Vicente uns duzentos nativos, cujo transporte por mar se fez em navio de Aguine por conta do Almoxarifado de Santos, á vista da provisão data de Victoria a 1 de dezembro de 1598. [Páginas 29, 30 e 31]
18 de maio de 1598, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:14
8°. Chegada
Compreendo o valor da nova que lhe era dada, e enquanto se apressava a seguir para as minas, mandou imediatamente nomear o administrador delas, Diogo Gonçalves Laço, a quem também fez Capitão da Vila de São Paulo, deu-lhe um alferes, Jorge João, e, providência mais acertada, remeteu para lá dois mineiros experimentados, Gaspar Gomes Moalho e Miguel Pinheiro Zurara, vencendo estes por ano 200$000 casa um, e um fundidor, D. Rodrigo ou Rodrigues, com as necessárias instruções e ordem para receber do almoxarife da Fazenda Real da vila de Santos o dinheiro de que este carecesse para seus trabalhos. Chegaram esses homens práticos em São Vicente a 18 de maio de 1598.

Poder-se-ia dizer que a estes, e não a Afonso Sardinha, caberia a glória de ter levantado a usina de Araçoyaba, tendo o Paulista somente a de descobrir o minério. Não parece procedente esta arguição, pois consta dos documentos, uníssonos neste ponto terem sido os engenhos construídos á custa daquele, que os doou, como coisa sua, a El-Rey. Os trabalhos dos auxiliares remetidos por D. Francisco de Souza, a ser exata a versão que contestamos, deveriam ter sido pagos por Sardinha.

Ora diz Taques, baseando-se no 1°. livro de regimentos do Cartório da Provedoria que além dos ordenados do pessoal foram despendidos 589$100 da data da sua chegada até janeiro de 1598, para o benefício das Minas. Essas despesas, portanto, deviam ser outras que não as do estabelecimento da usina, custeada pelo Paulista ilustre, fundador da siderurgia no Brasil.
1 de outubro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:45
9°. D. Francisco partiu para o Sul
Em outubro de 1598 partiu da Bahia para o sul o Governador Geral, aportando em poucos dias na Victoria, afim de providenciar sobre o descobrimentos das esmeraldas e da prata de que havia notícia na Serra do Mestre Alvaro. Mando também de lá para as lavras de São Vicente uns duzentos nativos, cujo transporte por mar se fez em navio de Aguine por conta do Almoxarifado de Santos, á vista da provisão data de Victoria a 1 de dezembro de 1598. [Páginas 29, 30 e 31]
1 de dezembro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 15/06/2025 03:18:44
10°. Provisão de Francisco
Mandou também de lá para as lavras de São Vicente uns duzentos nativos, cujo transporte por mar se fez em navio de Aguirre por conta do Almoxarifado de Santos, á vista da provisão data de Victoria a 1 de dezembro. [Páginas 30 e 31]
11 de fevereiro de 1599, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:51
11°. O navio holandês Eendracht, da pequena esquadra comandada por Olivier van Noort, aproxima-se da barra do Rio de Janeiro, para proteger um desembarque de 70 homens perto do Pão de Açúcar
D. Francisco de Souza ainda parou no Rio de Janeiro, onde providenciou sobre a administração da justiça que encontrou inteiramente descurada, e depois de rechaçar uns corsários que lhe e embargavam a saída, seguia para São Vicente ai chegando em princípios de 1599. Vinham em sua companhia, além de soldados e oficiais tirados do presidio da Bahia, dois alemães, um mineiro e outro engenheiro, chamado Jaques de Palte (Walter?) e Geraldo Betimk, vencendo cada um 200$ por ano.
Março de 1599. Atualizado em 24/10/2025 04:14:51
12°. D. Francisco chegou à vila de São Vicente*
D. Francisco de Souza ainda parou no Rio de Janeiro, onde providenciou sobre a administração da justiça que encontrou inteiramente descurada, e depois de rechaçar uns corsários que lhe e embargavam a saída, seguia para São Vicente ai chegando em princípios de 1599. Vinham em sua companhia, além de soldados e oficiais tirados do presidio da Bahia, dois alemães, um mineiro e outro engenheiro, chamado Jaques de Palte (Walter?) e Geraldo Betimk, vencendo cada um 200$ por ano.
23 de maio de 1599, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:54
13°. D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses
A 23 de maio seguiu o Governador para Sorocaba e as minas, deixando em Santos, para guarnecer a vila contra os corsários, as companhias militares que trouxera da Bahia.
Setembro de 1599. Atualizado em 24/10/2025 04:14:52
14°. De junho a princípios de setembro de 1599 ficou D. Francisco em Biraçoyaba, inspecionando as minas e melhorando-as; mudou-lhes o nome para Nossa Senhora do Monserrate e aí levantou pelourinho*
A 23 de maio seguiu o Governador para Sorocaba e as minas, deixando em Santos, para guarnecer a vila contra os corsários, as companhias militares que trouxera da Bahia. De junho a princípios de setembro de 1599 ficou ele em Biraçoyaba, inspecionando as minas e melhorando-as; mudou-lhes o nome para N. Senhora do Monserrate e ai levantou pelourinho.
Fevereiro de 1600. Atualizado em 24/10/2025 02:38:56
15°. Segunda visita a Nossa Senhora de Montsserrat / Adiante desta vila quatro léguas (19km), no sitio chamado serra de Biraçoiaba*
Já em 1°. de outubro estava ele em São Paulo, onde datou uma provisão alterando de 100$ para 200$ o ordenado do Capitão Diogo Gonçalves Laço, e só voltou ás jazidas em 11 de fevereiro de 1601. É pois inexata a afirmação das memórias de Frei Gaspar da Madre de Deus quando dá a D. Francisco como presente em Biraçoyaba em 1600.

Desta segunda viagem voltou ele para São Paulo antes de junho, pois em 19 de julho já nesta vila ele expedia instruções a André de Leão que ia fazer uma expedição pelo sertão á procura da prata. Registrada a doação do engenho de ferro de Afonso Sardinha a El-Rei no primeiro livro de regimentos de 1600, no Archivo da Câmara de São Paulo, como afirmam as Notas Genealógicas citadas por Vergueiro, parece razoável supor ter se dado a transferência no ano anterior.

Em 1601 morria Laço, dando lhe substituto o Governador na pessoa de um neto, daquele e determinando que, durante a menoridade deste, servisse de capitão de São paulo e sua minas Pedro Arias de Aguirre. Assim se fez, e D. Francisco de Souza voltou para Portugal sucedendo-lhe no Governo Diogo Botelho, que em 1608 chegou do reino diretamente á Pernambuco, coisa que nunca acontecera até então. Em Madrid D. Francisco, além de provar a lisura de sua administração, conseguiu despertar a atenção de Felippe IV sobre as riquezas novamente descobertas no Brasil, organizando se então o regimento das terras minerais de 1603 e obteve a concessão [Página 31]
11 de fevereiro de 1601, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:57
16°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos
Já em 1o. de outubro estava ele em São Paulo, onde datou uma provisão alterando de 100$ para 200$ o ordenado do Capitão Diogo Gonçalves Laço, e só voltou ás jazidas em 11 de fevereiro de 1601. É pois inexata a afirmação das memórias de Frei Gaspar da Madre de Deus quando dá a D. Francisco como presente em Biraçoyaba em 1600.

Desta segunda viagem voltou ele para São Paulo antes de junho, pois em 19 de julho já nesta vila ele expedia instruções a André de Leão que ia fazer uma expedição pelo sertão á procura da prata. Registrada a doação do engenho de ferro de Afonso Sardinha a El-Rei no primeiro livro de regimentos de 1600, no Archivo da Câmara de São Paulo, como afirmam as Notas Genealógicas citadas por Vergueiro, parece razoável supor ter se dado a transferência no ano anterior.
Outubro de 1601. Atualizado em 25/02/2025 04:45:14
17°. Falecimento de Diogo Gonçalves Lasso*
Em 1601 morria Laço, dando lhe substituto o Governador na pessoa de um neto, daquele e determinando que, durante a menoridade deste, servisse de capitão de São paulo e sua minas Pedro Arias de Aguirre. Assim se fez, e D. Francisco de Souza voltou para Portugal sucedendo-lhe no Governo Diogo Botelho, que em 1608 chegou do reino diretamente á Pernambuco, coisa que nunca acontecera até então. Em Madrid D. Francisco, além de provar a lisura de sua administração, conseguiu despertar a atenção de Felippe IV sobre as riquezas novamente descobertas no Brasil, organizando se então o regimento das terras minerais de 1603 e obteve a concessão [Página 31]
15 de agosto de 1603, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:02
18°. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais”
Conhecedor do Brasil, que já governara por três anos, e tendo ido demoradamente visitar o distrito mineiro de São Vicente, obteve do rei de Hespanha e Portugal, o regimento de 15 de agosto de 1603, e o estabelecer se no novo continente uma verdadeira administração de terras minerais, sob sua direção, e abrangendo, além de um tesoureiro, com 120$ por ano, três mineiros de ouro, sendo um especialista em betas, um de pérolas e um de esmeraldas, e um ensaiador a 240$, por ano cada um, um mineiro de salitre com 200$ e dois de ferro com 160$ cada um. [Página 32]
1605. Atualizado em 24/10/2025 04:15:04
19°. Quadros
1608. Atualizado em 24/10/2025 04:15:15
20°. nunca
Em 1601 morria Laço, dando lhe substituto o Governador na pessoa de um neto, daquele e determinando que, durante a menoridade deste, servisse de capitão de São paulo e sua minas Pedro Arias de Aguirre. Assim se fez, e D. Francisco de Souza voltou para Portugal sucedendo-lhe no Governo Diogo Botelho, que em 1608 chegou do reino diretamente á Pernambuco, coisa que nunca acontecera até então. Em Madrid D. Francisco, além de provar a lisura de sua administração, conseguiu despertar a atenção de Felippe IV sobre as riquezas novamente descobertas no Brasil, organizando se então o regimento das terras minerais de 1603 e obteve a concessão [Página 31]
2 de janeiro de 1608, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:15
21°. D. Francisco de Sousa os privilégios que haviam sido concedidos a Gabriel Soares de Sousa, para a exploração das minas
Datam de 2 de janeiro de 1608 esse alvarás, esboçando o sistema instituído pela metrópole para fomentar o desenvolvimento de minas e organizar o aproveitamento delas.
1609. Atualizado em 24/10/2025 04:15:17
22°. Fim?
1610. Atualizado em 23/10/2025 15:41:07
23°. Sorocaba (data estimada)
Assim findou em 1609, após trinta anos de duração, a primeira fase da siderúrgica do Brasil. O trabalho da fábrica real de Biraçoiaba, e o transporte do forro, dos materiais e do pessoal entre esse lugar e a vila de São Paulo não tinham conseguido estabelecer uma estrada permanente, ao longo do qual os pousos balizassem o centro das futuras povoações.

Sorocaba, por exemplo a cujo termo pertenciam as minas, só em 1610 foi fundada. Não é de estranhar, portanto, que pouco a pouco de perdesse a noção dessas jazidas metalíferas, em uma época na qual as vistas se voltavam preferencialmente para as pesquisas de ouro, que ia sendo descoberto em quantidades cada vez mais crescentes. [Página 35]
5 de setembro de 1610, domingo. Atualizado em 01/09/2025 04:18:07
24°. Mandava pôr a Camara escriptos á porta conselho e da egreja matriz, para que todos caiassem suas casas sob pena de dois mil réis de multa
10 de junho de 1611, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 05:30:20
25°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil
Ocupado, porém, com a instalação da nova usina, achacado de doenças que o levaram ao túmulo, tendo de acudir ao desenvolvimento da extração de ouro, não é provável nem consta fosse ele novamente ver as minas de Biraçoyaba. Estas iam sendo dirigidas por Diogo de Quadros, que pouco após a morte de D. Francisco de Souza, em 10 de junho de 1611, mais se dedicou á nova mina do que á antiga, vindo está a cessar seu trabalho. [p.33]
23 de setembro de 1619, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:52
26°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas
1.º de Dezembro de 1607, diziam os officiaes da Camara "que lhes era vindo à sua noticia que, desta villa se queria hir Belchior Rodrigues, de Birapoeira, com forja de ferreiro,para Piassava das Conôas, a donde desembarcavam os Carijós,que para esta villa vem de resgate, o que era em prejuizo desta terra, porquanto, poderia levar ferro e fazer resgate etc". [p.763]
1 de janeiro de 1637, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:57:53
27°. teste
Este Manoel Rodrigues, casado com Beatriz Rodrigues, era filho de Bernardo Rodrigues Bueno, neto de Bernardo Rodrigues Chaves, bisneto de Francisco de Chaves e trineto de Cosme Fernandes.

Pelos documentos por nós examinados, deduzimos que Francisco de Chaves tinha dois filhos, um por nome Bernardo Rodrigues Chaves e o outro Nuno Chaves. Não podemos disser qual fosse o primogénito e não afnrmamos que não houvesse outros. A prole de Bernardo Rodrigues Chaves era: António de Barcellos, Bernardo Rodrigues Bueno e uma filha casada com Bartholomeu Francisco. A prole de Nuno Chaves era : Bernardo Chaves e uma filha casada com Philiph Pereira Nunes.

No principio do século XVII 09 descendentes de António de Barcellos se achavam estabelecidos nos terrenos hoje occnpados pela cidade de Iguape e pela povoação do Porto da Ribeira; os de Bernardo Rodrigues Bueno nos terrenos que fazem frente ao Mar-Pequeno ao sul do rio Sorocaba; os de Bartholomeu Francisco nos terrenos próximos ao da antiga villa e que fazem frente ao mesmo Mar-Pequeno ; quanto aos de Bernardo Chaves e Philiph Pereira Nunes occupavam o trecho que faz frente ao oceano, entre a barra de Capara e a do rio Ribeira, de modo que, antes do meiado do mesmo século, estas famílias tinham domínio sobre toda a extensão do terreno comprehendido entre a barra do rio Ribeira e a do rio Sobauma, que deságua no mesmo Mar-Pequeno.

No ano de 1637, Francisco de Pontes Vidal, casado com uma filha de Francisco Alvares Marinho, filho de António de Barcellos, requereu por si e por seu filho Francisco de Pontes Vidal, uma sesmaria de quatro léguas de terras no rio Mumuna, e como elle diz na sua petição: "comessando da data de Francisco Alvares Marinho, todas as cabesseiras de areya varjas, e esteios, e assim mais meya legoa de terras comessando da mesma data do dito Francisco Alvares". Esta ultima meia légua de que reza a petição fazia frente ao rio Ribeira, sita rio abaixo das terras pertencentes ao mesmo Francisco Alvares Marinho, sogro do requerente.

As terras pertencentes a Francisco Alvares Marinho faziam frente ao Mar-Pequeno, desde o pé dos morros próximos a cidade até á barra do rio Sorocaba, e frente ao rio Ribeira desde a lagoa, hoje chamado «do porto da Ribeira*, rio acima até um pequeno monte denominado «Morretes*.

Francisco Alvares Marinho tinha duas filhas, uma casada com Francisco de Pontes Vidal e a outra casada com Bernardo Rodrigues Bueno, bisneto de Bernardo Rodrigues Chaves, e por morte de Francisco Alvares suas terras passaram ao poder de seus genros.

Falecendo Bernardo Rodrigues Bueno em 1666 mais ou menos, sua parte nas ditas terras ficaram pertencendo a seus filhos: Catherina Bueno casada com André do Fontes, An na Maria das Dores casada com Manoel da Costa, uma filha casada com seu primo Francisco de Pontes Vidal Júnior, Maria Rodrigues casada com André Gonçalves e Sebastião Rodrigues Bueno casado com Maria Nunes Chaveiro.

É de presumir que até o ano de 1679 as terras que pertenciam ao fallecido Francisco Alvares Marinho não foram divididas entre seus herdeiros, ainda que destes somente dois assi- [Páginas 10 e 11]
23 de outubro de 1692, sexta-feira. Atualizado em 27/10/2025 01:19:18
28°. Carta Regia pedindo informação sobre as Minas de Ferro descobertas em Biraçoyaba, por Luiz Lopes de Carvalho
É tanto mais de se crer essa falta de execução, quanto a petição de Lopes de Carvalho se filia á série de esforços que desde 1690 vinha fazendo para estabelecer a fábrica a princípio no Rio de Janeiro de depois em São Paulo causa sobre a qual iam expedidas as Cartas Régias de 16 de outubro de 1691 e 23 de outubro de 1692 mandando pedir a informação do governo da Capitania; dai resultou a transferência da instalação para Biraçoyaba a que alude a petição.
28 de fevereiro de 1765, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:16
29°. Domingos Ferreira Pereira construiu uma fábrica de ferro no Araçoiaba, cerca de 3 km do engenho dos Sardinha
9 de dezembro de 1765, segunda-feira. Atualizado em 29/10/2025 02:51:10
30°. Ofício do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís de Antônio de Sousa Botelho Mourão, Morgado de Matheus, para o ministro e secretário de estado dos negócios do reino, Sebastião José de Carvalho de Melo, Conde de Oeiras, dando-lhe conhecimento do envio da amostra do primeiro ferro extraído por Domingos Ferreira Pereira da mina junto à vila de Sorocaba e manifestando o desejo que o ferro seja o suficiente para o trabalho dos mineiros
1 de janeiro de 1800, sexta-feira. Atualizado em 27/10/2025 01:19:19
31°. Instruções para João Mando Pereira cumprir na viagem ás barreiras de São Paulo, devendo examinar as minas de ferro da serra de Araçoiaba, junto da vila de Sorocaba; uns "buracos" que se diz terem sido minas de prata
Já em 1800, em São Paulo, o capitão general Antonio Manoel de Mello Castel e Mendonça em cumprimento da ordem de 1795 tinha mandado a Ypanema o então Coronel mais tarde Marechal, Cândido Xavier de Almeida, junto com o químico João Manço Pereira afim de examinarem a montanha e designarem o local para uma fábrica, mandando impedir a devastação das matas; e autorizando-as a designar peças, que se deveriam importar, necessárias para este empreendimento.

Referindo-se a estes fatos, diz Eschwege que em companhia de Manço tinha ido não o coronel Almeida, e sim o Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada, nomeado em 1801 inspetor das minas e matas da Capitania de São Paulo; e aproveita a ocasião para tratar zombeteiramente a este naturalista, com aquela maledicência e descortesia de que ficou a fama trazida ao nosso conhecimento por antigos habitantes de Ouro Preto, onde o eminente cientista alemão por longo tempo morou.
Maio de 1800. Atualizado em 19/08/2025 23:14:28
32°. Visita a Ypanema*
1801. Atualizado em 25/02/2025 04:45:15
33°. Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada, nomeado em 1801 inspetor das minas e matas da Capitania de São Paulo
Referindo-se a estes fatos, diz Eschwege que em companhia de Manço tinha ido não o coronel Almeida, e sim o Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada, nomeado em 1801 inspetor das minas e matas da Capitania de São Paulo.
24 de abril de 1801, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 23:57:42
34°. Alvará de D. João VI mandando estabelecer uma fábrica de ferro em Sorocaba
Atenuado, embora, pelo estado de sobre salto contínuo em que unia a Europa talada pelos exércitos napoleônicos, sofrendo as duras provações a que estava sujeita toda a península ibérica continuou esse movimento emancipador da Colônia da América. Poucos documentos tem sido publicados relativos a esta época mas encontram-se nos arquivos ainda inéditos dos governos das capitanias e no do Vice-Rei, elementos comprobatórios dessa afirmativa. Para citar tão somente dois atos desse governo, lembraremos o alvará de 24 de abril de 1801, mandando estabelecer uma fábrica de ferro em Sorocaba, e o de 13 de maio de 1803 criando a Real Junta Administrativa de Mineração e Modelagem, pelo qual se tratava, entre outras coisas, de prover ao

"estabelecimento de escolas mineralógicas e metalúrgicas semelhante as de Freiberge e Shemintz de que tem resultado aquele países tão grandes, e assinaladas vantagens"; nele se diminuia de 20 a 10°. o imposto sobre o ouro: decentralizavam-se os serviços administrativos referentes ás lavras, e procurava-se orientar as reformas em um sentido liberal.

Já em 1800, em São Paulo, o capitão general Antonio Manoel de Mello Castel e Mendonça em cumprimento da ordem de 1795 tinha mandado a Ypanema o então Coronel mais tarde Marechal, Cândido Xavier de Almeida, junto com o químico João Manço Pereira afim de examinarem a montanha e designarem o local para uma fábrica, mandando impedir a devastação das matas; e autorizando-as a designar peças, que se deveriam importar, necessárias para este empreendimento.

Referindo-se a estes fatos, diz Eschwege que em companhia de Manço tinha ido não o coronel Almeida, e sim o Dr. Martim Francisco Ribeiro de Andrada, nomeado em 1801 inspetor das minas e matas da Capitania de São Paulo; [Página 62]
23 de fevereiro de 1803, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:44
35°. Relatório
É mais plausível, portanto, a afirmativa de Vergueiro, que adotamos, de que a visita do Dr. Martim Afonso a Ypanema foi posterior á missão de João Manço, e que todos os atos deste somente foi aprovado por aquele a escolha do local para o açude e para a Fábrica. E se uma prova complementar fosse necessária, ai estaria o Jornal da Viagem referente a 1803, em que o sábio acusado declara, na data de 23 de fevereiro:

"Ocupei o dia em fundir a amostra da mina de ferro de Araraçoiava e obtive acima de 60 por 100 em ferro coado.".

Parece, portanto, liquidado este ponto, secundário aliás, de nossa História industrial. Ao passo que em São Paulo se ensaiavam a produzir ferro em Ypanema, as tentativas em Minas já tinham transposto a primeira fase de incertezas.

A ordem para guardar sigilo e não alargar o âmbito das experiências, dada por D. Rodrigo José de Menezes, não tinha podido ser observada á risca, em uma capitania onde numerosíssimos eram os escravizados vindos da África, metalurgistas natos como bem fazem notar os etnólogos, e dos que alguns eram empregados em pequenas ferrarias onde o preparo de metal acessoriamente podia ser feito. O testemunho autorizado de D. Luiz Antonio de Sousa mostra não importante foi o concurso do Negro para o funcionamento da fábrica de Araçoyaba, em 1765-1775. O mesmo fato notou-se em Minas, e é referido pelo Barão de Eschwege. Graças ao auxílio desses humilimos operários, podiam ser fabricados pelos fazendeiros alguns objetos de ferro para uso próprio, e parece ter tido algum desenvolvimento esta industria após a Carta Régia de 1795, pois em 1803 mostraram ao autor do Pluto em Lisboa tesouras e facas remetidas pelo Governador da Capitania. Atribui aquele geólogo a dois escravizados, um pertencente ao Capitão Antonio Ales (de Antonio Pereira, junto a Ouro Preto) e o outro do Capitão Durães (de Inficionado), a iniciativa dessas fábricas rudimentares. Além desses elementos de convicção e o desenvolvimento da siderúrgica Mineira, e é a correspondência governo com o Conde de Palma.
13 de maio de 1810, domingo. Atualizado em 25/10/2025 23:57:58
36°. Por decreto de 13 de maio tinha D. João contrai um empréstimo de 100.00 cruzados para estabelecer uma fábrica de fundição de peças de artilharia e de canos de espingardas
9 de janeiro de 1811, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 23:58:00
37°. Criação em Minas de uma fábrica de espingardas e de baionetas, para o que o conde de Linhares deu instruções ao Capitão General
12 de novembro de 1811, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 23:58:01
38°. Regimento
18 de julho de 1834, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:49
39°. Capitão Francisco Galvão de Barros França em seu Relatório, mostrando a facilidade que ha de se conseguir uma Estrada que se comunique do Porto do Rio Ypiranga de Juquiá com as vilas de Itapetininga, Paranapanema e Sorocaba, e como para o futuro pode ser de grande vantagem para esta vila
Segunda, que, tendo esta mesma Comissão feito todas as reflexões que estão ao seu alcance tendente a exposição que faz o capitão Francisco Galvão de Barros França em seu Relatório, mostrando a facilidade que ha de se conseguir uma Estrada que se comunique do Porto do Rio Ypiranga de Juquiá com as vilas de Itapetininga, Paranapanema e Sorocaba, e como para o futuro pode ser de grande vantagem para esta vila.




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João Mendes de Almeida (1831-1898) - “Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”
1886. Atualizado em 23/10/2025 15:51:07
Relacionamentos
 Cidades (9): Bertioga/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Curitiba/PR, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Miguel Paulista/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (44) Amador Bueno de Ribeira (1584-1649), Américo Vespúcio (1454-1512), Ana Camacho, Antonio de Aguiar Barriga (1600-1655), Antonio Pedroso de Barros (1610-1652), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartholomeu Bueno I (1555-1620), Bernarda Luiz Camacho, Brás Cubas (1507-1592), Caiubi, senhor de Geribatiba, Diogo Garcia de Moguér, Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Domingos Luís Grou (1500-1590), Fernão d’Álvares (n.1500), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Dias Velho (f.1689), Francisco Dias, Mais velho (1578-1645), Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Inês Monteiro de Alvarenga, João Mendes de Almeida (1831-1898), João Pires de Medeiros, João Pires, o gago (1500-1567), João Ramalho (1486-1580), Jorge Ferreira (1493-1591), José de Anchieta (1534-1597), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Maria Pires de Medeiros, Maria Pires Fernandes, Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Matheus da Ascenção, Mauro Teixeira, Mécia Rodrigues (1602-1665), Mecla-Açu (Mécia Fernandes) (1557-1625), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero (Pedro) de Góes, Pero Capico, Piqueroby (1480-1552), Ruy Pinto (f.1549), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), Salvador Pires de Medeiros (1580-1654), Salvador Pires, moço (1570-1616)
 Temas (57): “o Rio Grande”, Aldeia de São Miguel (Guarapiranga), Apiassava das canoas, Bacaetava / Cahativa, Biscainhos, Caciques, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Descobrimento do Brazil, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Gentios, Goayaó, Graus, Grunstein (pedra verde), Guaianás, Guaianase de Piratininga, Ibiapaba, Ipiranga, Itacoatiara - Ilha do Cardoso, Léguas, Mequeriby, Morpion, Mosteiro de São Bento SP, Nheengatu, Nossa Senhora da Luz, Nossa Senhora da Visitação, Nossa Senhora de Montserrate, O Sol, Ordem de Cristo, Patuahy, Porto das Almadias, Rio Amazonas, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Cubatão (Nhundiaquara), Rio dos patos / Terras dos patos, Rio Geribatiba, Rio Juquiri, Rio Piratininga, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Paranapiacaba, Tabajaras, Taperovira, Tapuias, Tumiaru, Tupinambás, Tupiniquim, Ururay, Vale do Anhangabaú, Vila de Santo André da Borda, Ytá-pé-bae, Ytutinga

Registros mencionados (4)
1. Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532

Sesmaria de Pedro de Góes

Martim Afonso de Souza, do conselho de El-Rei Nosso Senhor, governador destas terras do Brasil, etc. Faço saber aos que esta minha carta virem, que havendo respeito em como Pedro Góes, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor, serviu muito bem Sua Alteza nestas partes e assim ficar nesta terra para povoador, que com ajuda de Nosso Senhor ficará povoando.

Eu hei por bem de lhe dar e doar as terras de Taquararira com a serra de Taperovira que está da banda d´onde nasce o sol com águas vertentes com o rio Jarabatyba, o qual rio e terras estão defronte da ilha de São Vicente donde chamam Gohayó, a qual terra subirá para serra acima té o cume e dai a buscar o Capetevar, e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda norte e por ele abaixo até Ygoar por terra em outro rio que tem ali outeiro e dai tornará a um pinhal que está na banda do campo Gioapê e dai virá pelo caminho que vem de Piratininga a entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mamoré e dai dentro ao pé da serra de Ururay e virá dentro por este rio a entestar com a ilha de Caramacoara e então pelo rio São Vicente tornará a entestar com a dita serra de Taperovira donde começou a partir, e assim os outeiros e cabeças d´águas e todas as entradas e saídas das ditas terras, por virtude de uma doação que para isso tem de El-Rei Nosso Senhor.....

E por virtude da qual doação lhe dou as ditas terras, as quais serão para ele dito Pedro de Góes e para todos os seus descendentes, com declaração que ele as aproveite nesses dois anos primeiro seguintes e, não o fazendo, as suas ditas terras ficarão devolutas para delas fazer aquilo que me bem parecer; e as ditas terras serão forras e isentas sem pagarem nem uns direitos, somente dizimo a Deus: e por este mando que logo seja metido de posse das ditas terras, e esta será registrada no livro do tombo que para isso mandei fazer. Dada em Piratininga a 10 de outubro de 1532. Pedro Capico, escrivão de El-Rei Nosso Senhor e das sobreditas terras o fez. E porquanto aqui não faz declaração onde vão entestar sobre a serra que vem sobre o mar, entender-se-a desde a ponta da serra é uma quebrada, que assim faz por onde Francisco Pinto parte e todo ele com esta.

Saibam quanto este publico instrumento de posse virem, em como, no ano de 1532, dia 15 de outubro, e em a ilha de São Vicente, dentro da fortaleza, por Pedro de Góes, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor, foi apresentada a mim escrivão ao diante nomeado uma carta de doação de certas terras que mui magnifico Senhor Martim Afonso de Souza, do conselho de El-Rei Nosso Senhor, governador em todas estas terras do Brazil, e levei comigo a João Ramalho e Antonio Rodrigues, línguas destas terras, já de quinze e vinte anos estantes nesta terra, e conforme o que eles juraram assim fiz o assento, como mais largamento se verá pelo livro do tombo que o dito governador para isso mandou fazer, e com meu poder o meti de posse delas ao dito Pedro de Góes de todas as terras que na carta faz menção, e lhe meti nas suas mãos terra, pedra, paus e ramos de árvores que das ditas terras tomei e pela qual o dei por empossado e dou deste dia para todo o sempre tão solenemente como o direito se pode fazer, e lhe publiquei e notifiquei a doação de El-Rei Nosso Senhor e assim as condições dela para que em nem um tempo possa alegar ignorância, e ele dito Pedro de Góes aceitou a dita posse e se deu por empossado e ficou de cumprir as ditas condições que as hei por declaradas como se claramente as especificasse. Testemunhas que a tudo foram presentes o sobredito João Ramalho, Antonio Rodrigues e Pedro Gonçalves que veio por homem de armas nesta armada, que veio por capitão-mór o dito Senhor Governador, as quais assinaram no livro do tombo comigo escrivão. Em testemunho de verdade, eu como publico escrivão da Fazenda de El-Rei Nosso Senhor e destas sobreditas terras e tabelião público pelo dito Senhor fiz este instrumento; e traslado do sobredito tombo aquelas cláusulas e forças necessárias para dar tudo por instrumento ao dito Pedro de Góes, feito em Yrarabul, onde ora tem feito por virtude da dita posse o dito Pedro de Góes uns tijupares, e o assinei de meu publico sinal que tal é. [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Páginas 223, 224, 225 e 226]

A história do Brasil refere, entre inumeros outros nomes de chefes, Uirá (tatú-bola), Pirá-uassú (baleia), Ita-gi (machado de pedra), Inajá-guassú (palmeira grande), Acayu-miry (cajú pequeno), Lavara-eté (onça), Metara-uby (pedra verde); e, da capitania de São Vicente, Tebyreçá ou Terbir´-içá (formiga daninha), e Cahá-uby (mato verde, ou floresta).

O nome Piquiroby, assim escrito nas cronicas, não é senão Pi-kì-yrob, "pinheiro". Pi, "pele ou casca", ki, "espinho, ou ponta aguda", yrob, "amargo": "árvore de casca amarga e folhas agudas". Parece que não há outra explicação; tanto considerados os motivos que passamos a expor. Ou, quem sabe, seria Pi-cury-oby?.

A aldeia Ururay, cujo era chefe ou maiorial Piquiroby, estava situada, segundo cronistas, em um recanto dos campos de Pitá-tininga. Não podia deixar de ser á margem de um rio Pi-kì-yrob, cujo nome aparece corrompido em Maqueroby, nas notas que, em 1674, o padre Lourenço Craveiro, reitor do Colégio da Companhia de Jesus em São Paulo, escreveu sobre o título de sesmarias de Pedro de Góes; e esse rio era assim denominado, por correrem suas águas entre extensos pinhais, até entrar no rio Anhemby (Tieté).

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay. [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Página 328]

O primeiro título declara: "... pelo caminho de Piratininga (caminho velho do mar para São Paulo) a entestar com a serra que está sobre o mar (Paranapiacaba) e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Maroré e dai dentro no pé da serra de Ururay, e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramoacara (a que está na barra do rio Cubatão, onde vem dar a ribeira Ururay) ... " [“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX”, 1886. João Mendes de Almeida (1831-1898). Página 352]
2. Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro)
12 de outubro de 1580

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay.

Alguns chronistas referem que os indigenas desta aldea foram transferidos posteriormente para S. Miguel que por isso foi denominado de Ururay; sendo capitão-mór, loco-tenente do então donatário Lopo de Souza, Jeronymo Leitão, o qual «concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de Outubro de 1580, na qual consignou aos Índios dos Pinheiros seis léguas em quadro na paragem chamada Carapicuiva, e outras tantas aos de S. Miguel em Ururay.

Parece que a antiga aldeia de Ururay de 1531, fora fraccionada em duas, logo que João Ramalho edificou a villa de Santo André e que os padres da Companhia de Jesus, fazendo demolir esta, fundaram a de S. Paulo, 1554 — 1560; pois que o titulo da sesmaria de 12 de Outubro de 1580 os presuppõe já estabelecidos nos dous lugares, Pinheiros e S. Miguel. E tanto mais provável é isso, quanto é sabido o costume dos indigenas de não manterem suas aldeãs muitos anos, no mesmo lugar.

Também Pedro Taques, Nobiliarchia Paulistana, na Revista do Instituto Histórico, Geográfico e Ethnographico do Brazil, XXXIV, parte primeira, página 31, referindo-se a João Pires, bisneto de Piqueroby, escreveu:

"Foi abundante em cabedaes, com estabelecimento de uma grandiosa fazenda de terras de cultura em uma légua de testada até o rio Macoroby, que lhe foi concedida de sesmaria em 1610, com o seu sertão para a serra de Juquery."
3. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada
17 de março de 1590

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay.

Alguns chronistas referem que os indigenas desta aldea foram transferidos posteriormente para S. Miguel que por isso foi denominado de Ururay; sendo capitão-mór, loco-tenente do então donatário Lopo de Souza, Jeronymo Leitão, o qual «concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de Outubro de 1580, na qual consignou aos Índios dos Pinheiros seis léguas em quadro na paragem chamada Carapicuiva, e outras tantas aos de S. Miguel em Ururay.

Parece que a antiga aldeia de Ururay de 1531, fora fraccionada em duas, logo que João Ramalho edificou a villa de Santo André e que os padres da Companhia de Jesus, fazendo demolir esta, fundaram a de S. Paulo, 1554 — 1560; pois que o titulo da sesmaria de 12 de Outubro de 1580 os presuppõe já estabelecidos nos dous lugares, Pinheiros e S. Miguel. E tanto mais provável é isso, quanto é sabido o costume dos indigenas de não manterem suas aldeãs muitos anos, no mesmo lugar.

Também Pedro Taques, Nobiliarchia Paulistana, na Revista do Instituto Histórico, Geográfico e Ethnographico do Brazil, XXXIV, parte primeira, página 31, referindo-se a João Pires, bisneto de Piqueroby, escreveu:

"Foi abundante em cabedaes, com estabelecimento de uma grandiosa fazenda de terras de cultura em uma légua de testada até o rio Macoroby, que lhe foi concedida de sesmaria em 1610, com o seu sertão para a serra de Juquery."

Quando os padres da Companhia de Jesus resolveram convidar os nativos para povoarem a sua vila de São Paulo, a fim de ser mais facilitada a catequese, não são mencionados senão Tebir-içá e Cayubi. E até o cronista (Gaspar da Madre de Deus), cujas primeiras narrações já foram transcritas, tratando da escolha do local para a fundação do Colégio da Companhia de Jesus, escreveu:

"Eram os campos de Pirá-tininga habitados nesse tempo por algumas tribos guayanás que obedeciam a Tebyreçá e Cayubi, os régulos que, consentindo no desembarque de Martim Afonso, perseveravam em lealdade para com os brancos, tudo em deferência a João Ramalho. Chegados os padres ao campo, e fitando na formosa miragem do país que ante eles se distendia, fizeram parada nas alturas sobranceiras ao rio Tamanduaethy e ribeiro Anhamgabahú, e ai levantaram um rustico aposento para abrigo, e em que celebrou-se missa a 25 de janeiro de 1554, dia em que se soleniza a conversão de São Paulo, que dai derivou seu nome a povoação que então se começou a edificar naquelas paragens; e, como para essa edificação dependia-se de gente afeita a tais trabalhos, convidaram os jesuítas a Tebyreçá e Cayubi para que com suas tribos viessem levantar seus alojamentos nas vizinhanças do sítio em que haviam feito seu aposento; e assim praticaram, estabelecendo-se Tebyreçá no local em que vê-se hoje o mosteiro de São Bento, e derramando-se os nativos pela área que depois serviu de assento á atual cidade.

Ha na História silêncios inexplicáveis. Está neste caso a obscuridade que rodeou a pessoa e o nome do chefe da tribo e aldeia de Ururay, Piqueroby, eis que Martim Afonso de Souza tomou posse do território Pirá-tininga e começou a distribuir sesmarias. Parece que Piquiroby já era falecido; e ou, aliás, foi o chefe que "não preservou em lealdade para com os brancos", visto que a cronica não refere senão três, Tebir-içá, Piquiroby e Cayubi, quando Martim Afonso de Souza aportou á Buriqui-óca, ou, por corrupção, Bertioga.
4. Concedida sesmaria a João Pires, bisneto de Piqueroby
1610

A tribo Ururay ocuparia o território desde o vale de Ururay, da banda do norte, na serra de Paranapiacaba, seguindo o curso do Piquiroby (ora Rio Grande até que, encontrando o Rio Pequeno, toma o nome dos Pinheiros), a afluir no Anhemby (Tieté). A aldeia, portanto estaria á margem do Piquiroby, mais adiante, no vale de Ururay.

Alguns chronistas referem que os indigenas desta aldea foram transferidos posteriormente para S. Miguel que por isso foi denominado de Ururay; sendo capitão-mór, loco-tenente do então donatário Lopo de Souza, Jeronymo Leitão, o qual «concedeu-lhes terras por uma só sesmaria lavrada aos 12 de Outubro de 1580, na qual consignou aos Índios dos Pinheiros seis léguas em quadro na paragem chamada Carapicuiva, e outras tantas aos de S. Miguel em Ururay.

Parece que a antiga aldeia de Ururay de 1531, fora fraccionada em duas, logo que João Ramalho edificou a villa de Santo André e que os padres da Companhia de Jesus, fazendo demolir esta, fundaram a de S. Paulo, 1554 — 1560; pois que o titulo da sesmaria de 12 de Outubro de 1580 os presuppõe já estabelecidos nos dous lugares, Pinheiros e S. Miguel. E tanto mais provável é isso, quanto é sabido o costume dos indigenas de não manterem suas aldeãs muitos anos, no mesmo lugar.

Também Pedro Taques, Nobiliarchia Paulistana, na Revista do Instituto Histórico, Geográfico e Ethnographico do Brazil, XXXIV, parte primeira, página 31, referindo-se a João Pires, bisneto de Piqueroby, escreveu:

"Foi abundante em cabedaes, com estabelecimento de uma grandiosa fazenda de terras de cultura em uma légua de testada até o rio Macoroby, que lhe foi concedida de sesmaria em 1610, com o seu sertão para a serra de Juquery."
Registros mencionados (54)
1480 - Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay [22414]
27/06/1499 - O navegador espanhol Alonso de Hojeda avista uma terra alagada. O visconde de Porto Seguro supõe que essa terra fosse a das bocas do Açu ou do Apodi, no Rio Grande do Norte. [11225]
22/04/1500 - O “Descobrimento” do Brasil [20175]
01/05/1500 - Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás [7461]
07/09/1502 - André Gonçalves e Américo Vespúcio chegam a Lisboa depois de terem feito a primeira exploração do litoral brasileiro, do cabo de São Roque a Cananéia. [11875]
10/05/1503 - Resolveu El-Rei D. Manoel nova expedição, sob o comando de Gonçalo Coelho, com o titulo de capitão-mór [21936]
01/01/1527 - Chegada de Diogo Garcia de Moguer [21461]
22/01/1531 - Bertioga [26243]
03/03/1531 - Concedidas terras a Bras Cubas “que for da conquista de El-Rey nosso Senhor e que está onde chamam Jarabatyba” [25971]
22/01/1532 - Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” [9728]
25/01/1532 - Ramalho aproxima-se á Jerybatuba três dias depois da chegada de Martim Afonso á Bertioga [27125]
10/02/1532 - Sesmaria a Ruy Pinto [24364]
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
15/10/1532 - (...) quinze dias do mês de outubro, e em a ilha de São Vicente, dentro da fortaleza, por Pedro de Góes, fidalgo da casa de El-Rei Nosso Senhor, foi apresentada a mim escrivão ao diante nomeado uma carta de doação de certas terras que o muito magnífico Senhor Martim Afonso de Souza, do conselho de El Rei. Nosso Senhor, governador em todas estas terras do Brasil, deu ao dito Pedro de Góis, por virtude de um poder paa isso lhe deu Sua Alteza, as quais terras se chama Tecoapara (*) e a serra de Tapurihetera que está da banda donde nasce o sol, águas vertentes com o rio de Gerybatyba, o qual rio e terras estão defronte (...) [25004]
30/11/1532 - Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza [21818]
10/02/1533 - Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo [21990]
04/04/1538 - Concessão de sesmaria no Ypiranga [22004]
01/11/1549 - Leonardo Nunes, o único jesuíta ferreiro, com mais 10 ou 12 meninos e alguns Carijós (Guaranis) partiu para São Vicente [20814]
1553 - Nascimento de Suzana Dias. Filha de Lopo Dias e da nativa Bartira [19181]
08/09/1553 - João Ramalho fundou uma povoação / vila de Santo André [20042]
1554 - Elevação de Santo André da Borda do Campo a vila é confirmada por Bras Cubas [22052]
25/01/1554 - Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi [8156]
22/09/1557 - Antonio Rodrigues de Almeida feito capitão-mór governador e ouvidor ela capitania ele Santo Amaro de Guaibe [21984]
22/01/1560 - Antonio Rodrigues de Almeida pede terras “(...) até se findar no rio da Tapera do Cacique e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahy” [21983]
05/04/1560 - A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão [21938]
08/07/1562 - Anchieta: oitavo dia [23953]
10/07/1562 - Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga [8749]
16/04/1563 - “sendo coisa maravilhosa que se achavam ás flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios, e, o que mais é, dois filhos, que eram cristãos detestavam conosco contra seu pai, que era contra nós” [21989]
09/08/1567 - Sesmaria a João Ramalho [21982]
22/08/1567 - Cubatão [26274]
12/10/1580 - Domingos Grou consegue a restituição de suas terras: São Miguel, então chamada aldeia de Ururaí, no sítio de Carapicuíba, foi doada aos índios de Pinheiros (6 léguas em quadro) [20121]
17/03/1590 - A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada [22292]
01/06/1592 - Após o falecimento do sogro solicitou terras para os pequenos cunhados* [20489]
04/07/1598 - Para a fundação do mosteiro foram concedidas pelo capitâo-mór Jorge Corrêa duas sesmarias, como vê-se no livro de registros na Thesouraria de Fazenda [21945]
15/04/1600 - Os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira [26681]
1609 - Obra do padre Fernão Guerreiro [21980]
1610 - Concedida sesmaria a João Pires, bisneto de Piqueroby [21988]
1625 - Falecimento de Mécia Fernandes [28370]
01/03/1638 - Bula papal à Companhia de Jesus a direção dos Índios* [21937]
18/05/1641 - Câmara de São Paulo cedeu [22001]
19/05/1641 - Fechamento do caminho do mar [23301]
07/06/1644 - Ordem do Rei D. João IV para a descoberta das "tais" minas de ouro e prata [21961]
03/06/1652 - Restituição dos padres jesuítas aos seis colégios [21985]
05/02/1654 - Tentativa de invasão da vila de São Paulo [22280]
09/02/1654 - Reunida a camará com o capitão-mór, e pessoas notáveis da vila, entre as quaes o visitador da Companhia de Jesus, o abade do mosteiro de S. Bento, o prior do convento do Carmo e o governador dòo convento de S. Francisco, ordens monásticas já existentes (*), é resolvido conservar a José Ortiz de Camargo no cargo de ouvidor, sem porém poder usar da provisão, até chegar o ouvidor sindicante. Este acordo, ao qual nâo se quiz sujeitar o referido Ortiz [22282]
15/11/1660 - Salvador Correia de Sá suspende do exercício de seus cargos o ouvidor Antonio Lopes de Medeiros e o juiz ordinário D. Simão de Toledo Piza [21956]
16/11/1660 - Lourenço Castanho Taques, um dos paulistas mais poderosos, escreve uma violenta carta aos oficiais da Câmara do Rio de Janeiro [21957]
02/03/1661 - Após uma cavalgada de três dias, Balthazar solicita a Salvador Correia que Sorocaba seja elevada a categoria de "Vila" [6584]
28/04/1679 - Conde da Ilha do Príncipe reivindicou, perante a câmara de São Vicente, os seus direitos á antiga doação régia [25344]
05/05/1682 - Carta régia autorizando os paulistas Manuel Fernandes de Abreu, Jacinto Moreira Cabral e Martim Garcia Lombria a estabelecer fundições de ferro em Araçoiaba [10785]
23/03/1720 - Bartholomeu Paes de Abreu propos ao rei abrir um caminho pelo interior [22000]
23/05/1720 - Morro de Hybyticatú do termo da villa de Sorocaba [21026]
1797 - “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) [22667]
1880 - Revista do Instituto Histórico, Geographico e Ethnographico do Brasil, XL [26244]





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Santo Amaro
14 de janeiro de 1680, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:55:20
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 Cidades (2): Santo Amaro/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Suzana Rodrigues (n.1559)
 Temas (2): Jurubatuba, Geraibatiba, Rio Geribatiba





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Carta reducida que comprehende los reconocimentos practicados por las primeiras y segundas Subdivisiones Españolas y Portuguesas de los Señores Dn. Jose Varella y Ulloa Comisario Principal Director, Dn. Diego de d´Abear, el Teniente General Luciano Sebastian Xavier da Vega Cabral da Camara, y el Coronel Francisco Juan Roscio en cumplimiento del Tratado Preliminar de limites de 11 [sic] de Octubre de 1777
1 de janeiro de 1843, domingo. Atualizado em 31/10/2025 01:38:22
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 Cidades (8): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Botucatu/SP, Curitiba/PR, Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (2) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), Simão Bueno da Silva
 Temas (31): Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho Itú-Porto Feliz, Caminho Itú-Sorocaba, Caminho Sorocaba-Botucatu, Cavalos, Diamantes e esmeraldas, Estradas antigas, Eupabay / Etapufick, Gentios, Geografia e Mapas, Loreto, Metalurgia e siderurgia, Ouro, Rio Anhemby / Tietê, Rio do Turvo, Rio Itanguá, Rio Itapocú, Rio Ivahy (Guibay, Hubay), Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Paranapitanga, Rio Pirapo, Rio São Francisco, Rio Sarapuy, Rio Sorocaba, Santa Catarina, Serra de Ibotucatu, Vale do Anhangabaú, Ybitirembá
Registros mencionados (2)
23/12/1766 - Carta ao governador Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, tratando da expedição de conquista de um quilombo, comandada por Simão Bueno da Silva e Inácio Cabral da Cunha, e sugerindo a captura de 30 bororos em Goiás, para ajudar no serviço. [26506]
28/03/2023 - rio sarapui [28635]





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Havia indígenas transitando
400. Atualizado em 28/10/2025 10:26:24
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 Cidades (7): Botucatu/SP, Cananéia/SP, Cotia/Vargem Grande/SP, Cubatão/SP, Ibiúna/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Apóstolo Tomé Judas Dídimo
 Temas (40): Apoteroby (Pirajibú), Assunguy, Avenida Ipanema, Avenida Itavuvu, Bairro Itavuvu, Boulevard Braguinha, Caminho de São Roque-Sorocaba, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho Fundo, Caminho Sorocaba-Botucatu, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Caputera, Carijós/Guaranis, Estrada da “Cabeça da Anta”, Estrada do Ipatinga, Estrada São Roque-Ibiúna, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Guaianase de Piratininga, Inhayba, Ipatinga, Itapeva (Serra de São Francisco), Lagoa Dourada, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Nheengatu, Papagaios (vutu), Praça Fernando Prestes, Rio Anhemby / Tietê, Rio dos Meninos, Rio Paranapanema, Rio Tibagi, Rodovia Raposo Tavares, Sabarabuçu, Trilha dos Tupiniquins, Vila Barcelona, Vila Santana / Além Linha, Villeta, “George Oetterer”, Vulcões, Vutucavarú

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Reunião no Convento do Carmo em “Moji das Cruzes”
20 de maio de 1762, quinta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:39:58
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 Cidades (3): Mogi das Cruzes/SP, Sorocaba/SP, São Paulo/SP
 Pessoas (1) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616)
 Temas (8): Butantã, Carmelitas, Conventos, Jesuítas, Ouro, Rio Geribatiba, Santa Ana das Cruzes, Serra de Jaraguá





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*Mapa do século XVII: “Rio de Janeiro e São Paulo”
1700. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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 Cidades (15): Atibaia/SP, Cabo Frio/RJ, Campos dos Goytacazes/RJ, Cotia/Vargem Grande/SP, Curitiba/PR, Mogi das Cruzes/SP, Paraty/RJ, Piracicaba/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Botucatu/SP, Jundiaí/SP
 Temas (17): Apiassava das canoas, Estradas antigas, Geografia e Mapas, Rio Anhemby / Tietê, Rio Guapeí, Rio Jaguari, Rio Mogy, Rio Paranapanema, Rio Piracicaba, Rio Sorocaba, Caminho do Mar, Caminho Itú-Porto Feliz, Caminhos até São Vicente, Serra de Ibotucatu, Caminho Sorocaba-Botucatu, Caminho até Mogi, Rio Cotia





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2008
Atualizado em 29/10/2025 11:14:01
“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
•  Cidades (11): Cananéia/SP, Capivari/SP, Carapicuiba/SP, Itararé/SP, Paranaguá/PR, Paranapanema/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (21): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Brás Cubas (1507-1592), Domingos Luís Grou (1500-1590), Fernão Cardim (1540-1625), Francisco Ramalho Tamarutaca (1569-1618), Gregório Ramalho, Hans Staden (1525-1576), Isac Dias Carneiro (1558-1590), Jerônimo Leitão, João III, "O Colonizador" (1502-1557), José de Anchieta (1534-1597), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Pero Correia (f.1554), Pero Lobo, Piqueroby (1480-1552), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Ulrico Schmidl (1510-1579)
•  Temas (51): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Bilreiros de Cuaracyberá, Cachoeiras, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Paraguay, Caminho do Paraguay, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminhos até Cuiabá, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Cayacangas, Colinas, Descobrimento do Brazil, Deus, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Gentios, Guerra de Extermínio, Itacolomy, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Maniçoba, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Piratininga, Prata, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Jaguari, Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Pardo, Rio São Francisco, Rio Sorocaba, Rio Tibagi, Santa Catarina, São Miguel dos Ururay, São Paulo de Piratininga, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Tamoios, Tordesilhas, Trilha dos Tupiniquins, Ururay
Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração
Data: 2008
Créditos: Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
Página 259
    Registros relacionados
1 de fevereiro de 1531, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:42:20
1°. Envio de Diogo Leite
Quanto aos caminhos que partiam do planalto ou passavam por Piratininga, o mais importante deles, sem dúvida, foi o Peabiru, que significa “caminho pisado” (pe= caminho de gente + apyrun= amassado). Através de ramais, ligava as várias regiões do litoral – fluminense, paulista, paranaense e catarinense – com um tronco principal que ia ao Paraguai, chegando provavelmente até a Bolívia, como mostra o trabalho de Chmyz & Sauner, que retomou o traçado de Maack.

A ligação do litoral do Rio de Janeiro com o planalto de Piratininga foi assinalada por Montoya, quando descreveu a vila de São Paulo, com suas comunicações terrestres, sendo que um caminho vinha “desde o rio Ginero, abrindo-se um trecho de mato, mas isso repugna muito aos de São Paulo”. Certamente era o trecho que atravessava a Serra do Mar, na forte súbita da Serra das Araras. [Conquista espiritual..., [1639] 1985, p. 125.]

Este percurso foi feito também por um grupo português, por ocasião da viagem de Martim Afonso de Sousa, relatada no diário de Pero Lopes. Percorreram-se 115 léguas, gastando dois meses entre ida e volta, passando por “montanhas mui grandes”.
17 de agosto de 1531, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:21
2°. Diário de Pero Lopes
O outro ramal foi utilizado pelo português Pero Lobo, que em 1532 foi enviado por Martim Áfonos de Sousa, com cerca de 80 indígenas para trazer riquezas do Peru. Esperava retornar dentro de 10 meses, com mais de 400 escravos carregados de ouro e prata, como se lê no diário de Pero Lopes de Sousa. [p. 62]
1 de setembro de 1531, sexta-feira. Atualizado em 11/10/2025 01:43:11
3°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada?
O outro ramal foi utilizado pelo português Pero Lobo, que em 1532 foi enviado por Martim Áfonso de Sousa, com cerca de 80 indígenas para trazer riquezas do Peru. Esperava retornar dentro de 10 meses, com mais de 400 escravos carregados de ouro e prata, como se lê no diário de Pero Lopes de Sousa.

Foi este mesmo caminho que o irmão jesuíta Pero Correia usara para alcançar a terrado Ybirajara, passando pela terra dos Carijó e que, mais tarde, o levaria ao litoral norte de Santa Catarina, próximo à foz do rio São Francisco do sul, onde encontraria a morte.
22 de maio de 1532, domingo. Atualizado em 11/10/2025 02:40:37
4°. Os navios de Martim Afonso e seu irmão Pedro Lopes parte de São Vicente com destino a Portugal
Em maio de 1532, o capitão mandara de volta a Portugal seu irmão para prestar contas ao rei do que viram e descobriram, sobretudo das novidades que lhe deram alguns castelhanos que viviam em Santa Catarina “de mujto ouro e prata q’ dentro no sertão avia”, tendo trazido “mujtas mostras do q’ diziam”.
Outubro de 1532. Atualizado em 25/02/2025 04:46:49
5°. Martim Afonso preside a primeira eleição popular no planalto de Piratininga e instala a primeira Câmara de Vereadores na Borda do Campo*
O outro ramal saía de São Vicente, passando pela serra de Paranapicaba, subindopela Piaçaguera de cima, até alcançar o planalto de Piratininga, num trajeto proposto pelo engenheiro Bierrembach de Lima (Fig. 5, no último capítulo). Este caminho é apenas citado no Diário de Pero Lopes, quando relata sobre um grupo de portugueses que Martim Afonso deixara no planalto, em vista da instalação de uma povoação.

Chamado de Trilha dos Tupiniquins tal rota apresentava muitos riscos, pois, como escreveu Vasconcelos, “os Tamoios contrários, que habitavam sobre o rio Paraíba, neste lugar vinham esperar os caminhantes de uma e outra parte, e os roubavam e cativavam e comiam”229. Com o tempo foi abandonado, quando se abriu o Caminho Novo ou o Caminho do Pe. José, que se tornou a comunicação mais utilizada para o planalto.

A partir de Piratininga, o caminho alcançaria a rota-tronco na divisa do Paraná,provavelmente na altura da atual Itararé. Foi por esta rota que o Pe. Nóbrega deve ter alcançado Maniçoba, na divisa entre Paraná e São Paulo, onde realizou trabalhos missionários, como se verá mais à frente.

Este trajeto deve ter sido usado pelos Carijó, quando alcançaram Piratininga, aotentar atacar os moradores de São Vicente, pois fala-se que haviam se confrontado com as aldeias do rio Grande [Tietê] [NOBREGA, Carta a Tomé de Sousa, 1559 (CN, p. 217).]. Foi também por esta rota que atingiram os paulistas asreduções jesuíticas do Guairá, no século XVII, levando-as à destruição231.

Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, naregião central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232.O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul,costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fezparte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, comosugere Cortesão233. Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam serem linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação dogovernador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado: Eu tenho um mappa antigo, em q’ se ve o rot.o[roteiro] de humcam.o [caminho] q’ seguião os antigos Paulistas, o qual saindo deS. Paulo p.a Sorocaba, vay dahy a Fazenda de Wutucatú q’ foydos P.es desta S. Miguel [Missão de S. Miguel] junto doParanapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o R.o[rio] p.la esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica àbeira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, nomédio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] edesde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20dias, dahy entrando no [rio] Paraná, navegavão o R.o Avinhema,ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suasvertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terraas vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul]234. [Páginas 60, 62 e 63]
10 de outubro de 1532, segunda-feira. Atualizado em 09/10/2025 02:21:09
6°. Martim Afonso concede sesmarias
Entretanto, este não foi o espírito da sesmaria implantada no Brasil. O que havia de comum entre as duas era apenas a existência de uma terra sem aproveitamento, inexplorada.

A sesmaria doada a Pero de Góes era vasta, começando no litoral, no rio Jurubatuba, próximo à atual Piaçaguera, subia a serra, alcançando um rio da banda norte [Anhemby/Tietê], indo até um pinhal na banda do campo do Guapé [localização incerta], alcançando o caminho que vem de Piratininga [caminho velho do mar], passando pela serra de Taperovi, na serra do Mar, até chegar no rio de São Vicente.

Se o proprietário não a utilizasse no prazo de dois anos, o donatário poderia “dar aoutras pessoas que as aproveitem”, rezava o termo de doação537. Esta cessão foi passada em Piratininga, a 10 de outubro de 1532, sendo testemunhas João Ramalho e Antonio Rodrigues, “línguas desta terra já de quinze e vinte annos estantes nesta terra” e Pedro Gonçalves, homem d´armas da expedição vicentina.
1543. Atualizado em 24/10/2025 02:34:41
7°. Bras Cubas funda aí uma casa de misericórdia, primeiro estabelecimento do gênero criado no Brasil
Pelas dificuldades de escoamento da produção local, Brás Cubas comprou terras no outro extremo da ilha, chamada pelos indígenas de Yguaguaçu-pe. De posse desta nova área, construiu, em 1543, junto ao outeiro de Santa Catarina – atual colina de Montserrat –, uma igreja dedicada à Nossa Senhora da Misericórdia e um hospital denominado Todos os Santos. Segundo Fr. Gaspar, daí veio o nome da futura vila de Santos.
Agosto de 1549. Atualizado em 25/02/2025 04:39:00
8°. Pediu ao capitão Antônio de Oliveira que lavrasse um novo termo “verbo ad verbum” e que foi passado no livro 1º de Cartas de Sesmaria*
A sesmaria doada a Pero de Góes era vasta, começando no litoral, no rio Jurubatuba, próximo à atual Piaçaguera, subia a serra, alcançando um rio da banda norte [Anhemby/Tietê], indo até um pinhal na banda do campo do Guapé [localização incerta],alcançando o caminho que vem de Piratininga [caminho velho do mar], passando pela serrade Taperovi, na serra do Mar, até chegar no rio de São Vicente536.Se o proprietário não a utilizasse no prazo de dois anos, o donatário poderia “dar aoutras pessoas que as aproveitem”, rezava o termo de doação537. Esta cessão foi passadaem Piratininga, a 10 de outubro de 1532, sendo testemunhas João Ramalho e AntonioRodrigues, “línguas desta terra já de quinze e vinte annos estantes n’esta terra” e PedroGonçalves, homem d’armas da expedição vicentina.

Tal doação Pero de Góes perdera o original e em agosto de 1549 pediu ao capitão Antônio de Oliveira que lavrasse um novo termo “verbo ad verbum” e que foi passado no livro 1º de Cartas de Sesmarias (Ap. MARQUES, id., p. 267).
1550. Atualizado em 13/09/2025 04:31:42
9°. Abandonaram, marchando a maior parte para o Paraguai e saindo outros na pequena embarcação que naufragou em Itanhaém (os vistos por Hans Staden)
1551. Atualizado em 23/10/2025 15:32:26
10°. Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado"
Em 1551, o jesuíta Pero Correia foi buscar, no médio Tietê, a nove dias de viagem de Piratininga, um português que vivia numa aldeia Tupi “como índio”. Para além deste limite, habitavam os Kaingang, que na época eram também chamados de Bilreiros.

Na direção Sudoeste, o território se expandia pela margem esquerda do Tietê, por onde devia passar um dos ramais do Peabiru, que era o grande caminho indígena que ligava o Paraguai ao litoral atlântico, como se verá mais à frente.
1 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
11°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”
A vinda do governador foi um marco importante para os portugueses de São Vicente, pois, nesta ocasião transformou Santo André da Borda do Campo em vila, determinando a construção de um baluarte e estabelecendo João Ramalho como capitãomor, como escreveu ao rei:

hordeney outra villa no começo do campo desta villa de São Vicente de moradores que estavaão espalhados por elle e os fiz cerquar e ayuntar pera se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama a villa de Santo André porque honde a cituey estava hûa ermida deste apostollo e fiz capitão della a Iohão Ramalho, naturall do termo de Coimbra, que Martim Afonso ya achou nesta terra quoando ca veyo
10 de junho de 1553, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 04:26:05
12°. Carta do Padre Manoel da Nóbrega ao Padre Luís Gonzaga da Câmara
Espírito empreendedor, Nóbrega sonhava ir mais longe, para atuar junto a povos de cultura menos “bárbara”, isto é, mais próximos do modo de viver europeu, com ter um único chefe, adotar a agricultura e, sobretudo, não realizar rituais antropofágicos.

“(...) dia alguns dias depois chegaram alguns homens que tinham ido ao continente para descobrir as novidades do ouro, onde passaram dois anos, e nos deram grandes notícias da bondade que encontraram (...) E entre outras coisas diz[ n ] que os gentios não comem carne humana, pelo contrário, que lhes fazem muito mal e os comem, se conseguem pegar alguma não os matam nem os comem, e os tratam muito bem (...). Eles têm grandes populações e têm um diretor a quem todos obedecem. (...) Eles são agricultores e fazem manutenção” (NÓBREGA, Carta ao Pe. Luís Gonzaga da Câmara, 10.06.1553, CPJ, v. 1, p. 493). [“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 159]
15 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
13°. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada
Mesmo alguns considerados de nobre estirpe, como o genovês Paulo Dias Adorno, não se comportou dignamente, tendo que fugir para a Bahia com um certo Affonso Rodrigues, “por um homizio [homicídio] que lá fizeram [em São Vicente]”.

Igual expediente lançou mão Brás Cubas, fundador de Santos e um dos portugueses mais ricos da terra. Fugira para Portugal, “por cosas mal hechas en esta tierra siendo capitán”, como registrou Nóbrega. Entre falcatruas cometidas, são elencados roubo de terras, de escravos e de vacas de Pero Correia, que os havia destinado à manutenção das crianças indígenas da casa de São Vicente. Os jesuítas aceitaram fazer um acordo, pois ele não tinha bens suficientes para pagar uma dívida de 2.600 ducados. Devolveu os escravos e entregou as 10 vacas, reconciliando-se com os jesuítas, que afirmaram que era “mejor uno com paz que 30 com contienda”.
1554. Atualizado em 25/02/2025 04:47:17
14°. Carta
Entusiasmado, Nóbrega escreveu a Dom João III, manifestando desejo de evangelizar os povos do interior. Porém foi barrado pela prudência de Tomé de Sousa, que via neste futuro trabalho missionário uma violação ao Tratado de Tordesilhas, podendo criar problemas com Castela. A solução foi instalar-se, a meio caminho, no planalto de Piratininga, deixando para mais tarde o missão junto aos Carijó.

(...) somente lhe darei alguma conta desta capitania de S. Vicente, onde a mayor parte residimos, por ser ella terra mais aparelhada para a conversão do Gentio que nenhuma das outras, porque nunca tiveram guerra com os Christãos, e é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão, de que temos boas informações; há muitas gerações que não comem carne humana, as mulheres andam cobertas, não são cruéis em suas guerras, como estes da costa, porque somente se defendem; algumas têm um só principal, e outras cousas mui amigas da lei natural, pela qual razão nos obriga Nosso Senhor a mais presto lhes socorrermos, maiormente que nesta capitania nos proveu de instrumentos para isso, que são alguns Irmãos línguas, e por estas razões nesta capitania nos occupamos mais que nas outras (Carta para El-Rei D. João (1554), CN, p. 144-145). [Página 160]
25 de janeiro de 1554, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:28
15°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
Porém foi barrado pela prudência de Tomé de Sousa, que via neste futuro trabalho missionário uma violação ao Tratado de Tordesilhas, podendo criar problemas com Castela (NÓBREGA, Carta de 15.06.1553 (In: LEITE, NCJ, p. 41). A solução foi instalar-se, a meio caminho, no planalto de Piratininga, deixando para mais tarde o missão junto aos Carijó. [p. 160]
15 de agosto de 1554, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:46:29
16°. Carta de José de Anchieta aos padres e irmãos de Coimbra
Esta descrição parecia referir-se aos Carijó, que viviam em terras de Castela, e que se mostravam propensos ao cristianismo, como diziam as notícias que chegavam a São Vicente:

Veio cá um principal destes índios, que chamam carijós, que é senhor daquela terra, com muitos criados seus, e não veio senão a buscar-nos para que vamos a suas terras a ensiná-los. Diz-nos sempre que lá vivem eles como animais sem saber as coisas de Deus. E afirmo-lhes que é bom cristão, muito discreto, que nenhuma coisa tem de índio. [Páginas 159 e 160]
8 de junho de 1556, sexta-feira. Atualizado em 08/06/2025 04:11:13
17°. Carta do padre jesuíta Luís da Grã a Inácio de Loyola
Por estar próxima (Jurubatuba) ao caminho do litoral, seus moradores costumavam abandoná-la, quando iam “ao mar fazer sal”, permanecendo ali por um bom tempo.
7 de abril de 1557, domingo. Atualizado em 07/04/2025 22:27:26
18°. Geribatiba ficava a seis passos de Piratininga
Por estar próxima ao caminho do litoral, seus moradores costumavam abandoná-la, quando iam “ao mar fazer sal”, permanecendo ali por um bom tempo.

Anchieta confirma esta dimensão de “guerra santa” feito pelos karaíba, que pregavam a destruição da missão e a morte dos padres: A maior parte destes (...) fez outras moradas, não longe daqui [talvez Ururay], onde agora vivem, porque ultra [além] de eles não se moverem nada às coisas divinas, persuadiu-lhes agora uma diabólica imaginação. Que esta igreja é feita para sua destruição, na qual os possamos encerrar e aí, ajudando-nos os portugueses, matar aos que não são batizados, e aos já batizados, fazer nossos escravos.

No mesmo relato, afirma que, no sertão andava um outro karaíba, venerado “como um grande santo” e “onde quer que vai, o seguem todos, e andam de cá para lá, deixando suas próprias casas”. E que, ao retornar da guerra que iam ter contra seus inimigos, haveria “de destruir esta igreja [de Piratininga]”.
2 de setembro de 1557, segunda-feira. Atualizado em 02/09/2025 07:05:54
19°. Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga”
Se há consenso de que esta aldeia seria do cacique Tibiriçá, há controvérsias quanto à sua localização. É possível que Piratininga fosse um local mais próximo ao Tietê, “junto de uma lagoa, pelo Rio Grande (Tietê) abaixo, à mão esquerda”, onde os jesuítas, mais tarde, pediriam a Martim Afonso uma gleba de terra.

“(...) somente se podia pedir a Martim Afonso de Sousa sete ou oito léguas (38,6km) de terra para o colégio de Piratininga; e as mais convenientes (...) eram a começar no porto que agora chamam Piratinim, junto de uma lagoa, pelo Rio Grande (Tietê) abaixo, à mão esquerda”.

Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão” (Livro de Sesmarias, v. 1, p. 54).
5 de abril de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
20°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
O outro ramal saía de São Vicente, passando pela serra de Paranapicaba, subindopela Piaçaguera de cima, até alcançar o planalto de Piratininga, num trajeto proposto pelo engenheiro Bierrembach de Lima (Fig. 5, no último capítulo). Este caminho é apenas citado no Diário de Pero Lopes, quando relata sobre um grupo de portugueses que Martim Afonso deixara no planalto, em vista da instalação de uma povoação.

Chamado de Trilha dos Tupiniquins tal rota apresentava muitos riscos, pois, como escreveu Vasconcelos, “os Tamoios contrários, que habitavam sobre o rio Paraíba, neste lugar vinham esperar os caminhantes de uma e outra parte, e os roubavam e cativavam e comiam”229. Com o tempo foi abandonado, quando se abriu o Caminho Novo ou o Caminho do Pe. José, que se tornou a comunicação mais utilizada para o planalto.

A partir de Piratininga, o caminho alcançaria a rota-tronco na divisa do Paraná,provavelmente na altura da atual Itararé. Foi por esta rota que o Pe. Nóbrega deve ter alcançado Maniçoba, na divisa entre Paraná e São Paulo, onde realizou trabalhos missionários, como se verá mais à frente.

Este trajeto deve ter sido usado pelos Carijó, quando alcançaram Piratininga, aotentar atacar os moradores de São Vicente, pois fala-se que haviam se confrontado com as aldeias do rio Grande [Tietê] [NOBREGA, Carta a Tomé de Sousa, 1559 (CN, p. 217).]. Foi também por esta rota que atingiram os paulistas asreduções jesuíticas do Guairá, no século XVII, levando-as à destruição231.

Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, naregião central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232.O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul,costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fezparte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, comosugere Cortesão233. Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam serem linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação dogovernador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado: Eu tenho um mappa antigo, em q’ se ve o rot.o[roteiro] de humcam.o [caminho] q’ seguião os antigos Paulistas, o qual saindo deS. Paulo p.a Sorocaba, vay dahy a Fazenda de Wutucatú q’ foydos P.es desta S. Miguel [Missão de S. Miguel] junto doParanapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o R.o[rio] p.la esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica àbeira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, nomédio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] edesde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20dias, dahy entrando no [rio] Paraná, navegavão o R.o Avinhema,ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suasvertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terraas vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul]234. [Páginas 60, 62 e 63]
10 de julho de 1562, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:12
21°. Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga
A ameaça de morte aos padres e de destruição da igreja da vila de São Paulo concretizou-se em julho de 1562, liderada pelo grupo dissidente de Ururay, entre os quais havia jovens que freqüentaram “a doutrina dos padres”. Como escreveu Simão de Vasconcelos (1597-1671), aqueles nativos “eram filhos da Igreja”, isto é, que já tinham passado pela catequese, sendo que, possivelmente, alguns já tivessem sido batizados.

Os protagonistas deste ataque foram diversamente identificados, sobretudo em obras da história regional mais antigas. Aparecem como Guaianases de Ururaí ou como Carijó. Até o grande estudioso da São Paulo quinhentista, Affonso de Taunay, coloca esta guerra como uma articulação de vários povos, como Guaianases, Carijós e Tupis, repetindo Azevedo Marques. A historiografia recente, com Monteiro, conseguiu recuperar a verdadeira identidade destes guerreiros.
16 de abril de 1563, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:36:39
22°. “sendo coisa maravilhosa que se achavam ás flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios, e, o que mais é, dois filhos, que eram cristãos detestavam conosco contra seu pai, que era contra nós”
Outras aldeias Sobre as demais aldeias do Tamanduateí, não há referências. Por ocasião do ataque à missão, em 1562, ao citar os familiares de Tibiriçá, Anchieta escreveu que este cacique “recolheu toda a sua gente, que estava repartida em três aldeias” [ANCHIETA, Carta ao Pe. Diogo Laínes, 16.04.1563, CAP, p. 194], sendo que a tradição identifica apenas a aldeia de Ururay. Desta forma, não se pode afirma se seus parentes viviam nas aldeias do Tamanduateí ou do Tietê. [“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 45]
1567. Atualizado em 23/10/2025 15:36:41
23°. Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão”
Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão” (Livro de Sesmarias, v. 1, p. 54).
1570. Atualizado em 27/10/2025 21:17:22
24°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
Elas tornaram-se também locais de refúgio para os que praticavam assassinatos ou outros delitos graves, como se viu num episódio, ocorrido por volta de 1570, envolvendo a Domingos Grou, o primeiro capitão de Índios.

Ao praticar o crime, fugiu com sua família para junto de uma comunidade indígena do médio Tietê, na região do rio Sorocaba. Como estes indígenas estavam em conflito com os moradores de Piratininga, Anchieta decidiu buscá-lo, aproveitando para tentar fazer as pazes com este povo. A viagem foi acidentada, tendo o barco virado numa cachoeira, quando afundou parte a carga, juntamente com o missionário.

Não sabendo nadar, Anchieta foi socorrido pelo jovem Tupi Araguaçu. Por este motivo, o salto passou a ser chamado Abaremanduaba, isto é, “local que recorda o padre”. Chegando à aldeia, conseguiu a paz e o retorno de Grou e sua família. Voltaram para São Paulo, tendo obtido perdão do Conselho.
1575. Atualizado em 24/10/2025 02:52:10
25°. “Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599)
Maniçoba Apesar desta proposta inicial de catequese itinerante, houve tentativa de uma missão sedentária, que ocorreu, talvez devido à distância, em Maniçoba, aldeia tupi que ficava no caminho para o Paraguai.

Como já foi assinalado atrás, o objetivo de Nóbrega era atingir a terra dos Carijó; e por isso, sua primeira experiência missionária no planalto foi junto a esta aldeia, chamada também de Japiúba, que ficava provavelmente à beira do ramal do Peabiru, que ligava Piratininga ao Paranapanema.

Foi para lá que Nóbrega se dirigiu, ao passar por Piratininga, em agosto de 1553, quando deixou as bases para a fundação da Casa de São Paulo. Esta aldeia ficava a 50 léguas (330 km) de Piratininga no dizer de Pero Correia.

Um jesuíta anônimo, certamente Quiricio Caxa, afirmava que ela estava “junto de um rio donde se embarca para os Carijós [Guarani]”. Como demonstrei em minha pesquisa anterior, este rio deveria ser o Paranapanema e não o Tietê, como desejaram os defensores da tese de que esta aldeia estaria onde hoje se encontra a cidade de Itu.

É possível que este ramal seguisse o traçado proposto por Chmyz, costeando o Tietê, passando por Carapicuíba, Barueri e Araçariguama, para alcançar Itapetininga, Itapeva, Itararé, adentrando-se para a região do Paraná (CHMYZ, I. & SAUNER, Z., Nota prévia sobre as pesquisas arqueológicas no vale do rio Piquiri. Dédalo, v. 13, 1971, p. 16-17). [Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 180 do pdf]
1583. Atualizado em 25/02/2025 04:39:05
26°. Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga
Em 1583, por ocasião da passagem do visitador dos jesuítas, o Pe. Cardim escrevia que estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga, onde “os índios os receberam com muita festa como o costumam, mandando de sua pobreza”. Como o aldeamento estava apenas se iniciando, a vida ali era mais simples e sem a estrutura que se formou em outros aldeamentos cristãos.

Embora não haja relatos desta época, é possível que os indígenas vivessem como no aldeamento da capitania do Espírito Santo, descrito pelo Pe. Rodrigues:

Todos os dias, em amanhecendo, se tange as Ave Marias de pela manhã e daí a pouco à missa, que acabada se lhes ensina adoutrina na sua língua. E depois vai cada um a seu serviço. (...) à cinco horas da tarde se torna a tanger o sino à doutrina a que acode a gente que se acha pela aldeia, e se lhe ensina a doutrina com a outra parte do Diálogo, que contém a declaração dos sacramentos. Finalmente à boca da noite saem os meninos em procissão, da porta da igreja até à cruz, cantando algumas orações e encomendando as almas do fogo do purgatório.

Como os padres não viviam nesses aldeamentos, a catequese devia ser feita de forma itinerante ou por um catequista devidamente preparado. As casas, que agora abrigavam famílias nucleares, eram construídas em volta de um pátio, onde havia a igreja e a cruz, como se vê ainda hoje na aldeia de Carapicuíba, uma das poucas que manteve a estrutura original. Quanto ao vestir, os indígenas seguiam os padrões ocidentais, como escrevia este mesmo missionário:

As mulheres quando hão de ir à igreja, ou hão de aparecer diante de gente, vestem-se mui decentemente, convém a saber, com uma camisa ou hábito bem feito, cerrado, largo e comprido até o chão; os cabelos são compridos enastrados [trançados] com suas fitas, e nas mãos suas contas de rezar. Os homens andam com o vestido que podem, mas na igreja e pelas festas muitos deles se tratam à portuguesa.

Embora vivessem de “sua lavoura de mantimentos que plantam e semeiam, de caça, de pescaria e criações” prestavam também serviço aos colonos. “Servem [além do] mais aos moradores em suas fazendas; e para isso se põem com eles por soldada [salário], por certos meses, por seu estipêndio [trabalho], conforme os regimento de S. M. [Sua Majestade]” .
14 de setembro de 1583, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:38:08
27°. “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes”
Em 1583, houve também o caso de Manoel Fernandes, ferreiro na vila. Tendo se desentendido por algum motivo, levou seus instrumentos de trabalho para a casa do irmão, escondendo-os.

Sem ter os trabalhos do ferreiro, algumas pessoas da vila o denunciaram junto ao Conselho, acusando-o de ter fugido para o sertão junto a alguma comunidade indígena, levando a forja e as ferramentas, o que resultava em “muito prejuízo para terra”.

Indignados, os vereadores logo determinaram aos oficiais que “mandassem ao meirinho com um escrivão após ele e o trouxessem prezo e lhe dessem o castigo conforme ele merecesse”. ["Os Tupi de Piratininga. Acolhida, resistência e colaboração", 2008. Benedito A. G. Prezia]
17 de março de 1590, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
28°. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada
Em março de 1590, a população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada – João Vallenzuella, espanhol, e um índio cristão, tecelão que na região do rio Jaguari, um dos formadores do rio Paraíba, na tapera de Iaroubi [Jarobi] o grupo português havia sido atacado, morrendo Gregório Affonso, e que Cunhaqueba havia morto a Isaque Dias “e que fiquara [ficara] hu genro de Carobi, Jundiapoen e outros prezos pa os matarem e juntamente dizen q’ he toda gente da entrada morta e acabada”.

E deixavam o recado: todo aquele que fosse ao Vale do Paraíba seria morto. O texto da ata não é claro, mas parece que um grupo, chefiado por Cajapitanga – que parece ser indígena de Piratininga – , estava colaborando com estes contrários. Por isso, a Câmara propunha fazer um devassa para apurar os fatos e caso fossem confirmadas as suspeitas, que fossem presos os traidores. E pedia que a população estivesse “prestes com armas e mãtimentos pa quando for tempo” para ir combater o grupo inimigo. Pedia-se igualmente que os muros da vila fossem reforçados.

O muro que protegia a vila já não era suficiente, pois havia o risco de indígenas que pudessem chegar pelo médio Tietê. Foi então construída uma fortificação na confluência do Tietê com o Jurubatuba (rio Pinheiros) 1395. Era a ambuaçava, que aparece nas atas da Câmara deste período e que era também conhecida como “o forte”.
26 de março de 1590, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
29°. Por ocasião da ameaça de ataque à são Paulo, os camaristas escreviam: “(...) que se ponha gente na ambuaçava na aldeia de Caiapurui”
Por ocasião da ameaça de ataque à são Paulo, os camaristas escreviam: “(...) que se ponha gente na ambuaçava na aldeia de Caiapurui [Carapicuíba]”.
9 de abril de 1590, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
30°. Ataque tem a intenção de tomar o caminho do mar
A situação era tão crítica que foi solicitada ajuda ao capitão-mor, em Santos, para enviar homens e munições “com mta brevidade”, pois, segundo as informações passadas pelos índios cristãos e pelos espias, estes inimigos deveriam chegar pelo caminho do mar. E confirmavam que a única solução para estes conflitos era “cada hun ir buscar o seu remédio”, isto é que se escravizassem estes insurgentes. [ACSP, 9.04.1590 (v. 1, p. 393).]
11 de abril de 1590, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
31°. “República”
O muro que protegia a vila já não era suficiente, pois havia o risco de indígenas que pudessem chegar pelo médio Tietê. Foi então construída uma fortificação na confluência do Tietê com o Jurubatuba (rio Pinheiros). Era a ambuaçava, que aparece nas atas da Câmara deste período e que era também conhecida como “o forte”. [Página 352]
15 de abril de 1590, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:31
32°. “(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio
A partir de 1590, inicia-se um novo período de confrontos, a ponto de a Câmaraconvocar pessoas que estavam refugiadas no sertão, por terem cometido crimes e outros delitos, “porquanto o gentio estava já junto nas frontras e era certeza vir já marchando con grande guerra”.

“(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio.
7 de julho de 1590, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
33°. Por terem matado Domingos Grou
O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba. Segundo o relato dos camaristas, numa grande investida,

matarão três homeis brãquos e ferirão outros muitos e matarão muitos escravos e escravas e índios e índias xpãos [cristãos] e destruirão muitas fazendas asin de brãquos como de índios. 1399 (7.07.1590).

Nesta ofensiva, ocorreu um fato surpreendente: o ataque contra a igreja do aldeamento de Pinheiros, onde “quebrarão a imagem de nossa sr a do rozairo dos pinheiros”1400.

Vê-se que estes Tupi já haviam morado em Piratininga, pois a ata afirma que

herão nossos vezinhos e estavão amiguos connosquo e herão nossos compadres e se comoniquavão connosquo guozãdo de nossos resguates e amizades e isto de muitos annos a esta parte 1401.

Nesta ocasião, estavam em Piratininga os padres Pedro Soares, Leonardo do Vale, um grande tupinista, e Manuel Viegas, que ficou conhecido depois como “pai do Maromomi”, além dos Irmãos Antônio Ribeiro e António de Miranda1402. Serafim Leite afirma que este ataque somente ocorreu porque o Pe. Manuel Chaves, que grande ascendência tinha sobre os indígenas, havia morrido em janeiro daquele ano, não tendo tempo para impedir o conflito1403.

O fato de serem indígenas “compadres” dos portugueses e terem quebrado a imagem de Nosso Senhora, parece indicar, novamente, um conflito com indígenas que conviveram com a missão, trazendo um lado de revanche religiosa. Esta hipótese é provável, embora a documentação seja escassa, pois para o indígena, não há separação entre o religioso e o político.
7 de julho de 1590, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:32
34°. O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba
O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba. Segundo o relato dos camaristas, numa grande investida, matarão três homens brancos e ferirão outros muitos e matarão muitos escravos e escravas e índios e índias xpãos [cristãos] e destruirão muitas fazendas asin de brãquos como de índios.

Nesta ofensiva, ocorreu um fato surpreendente: o ataque contra a igreja do aldeamento de Pinheiros, onde “quebrarão a imagem de Nossa Senhora do Rosário dos Pinheiros”.

Vê-se que estes Tupi já haviam morado em Piratininga, pois a ata afirma que herão nossos vezinhos e estavão amiguos connosquo e herão nossos compadres e se comoniquavão connosquo guozãdo de nossos resguates e amizades e isto de muitos annos a esta parte.

Nesta ocasião, estavam em Piratininga os padres Pedro Soares, Leonardo do Vale, um grande tupinista, e Manuel Viegas, que ficou conhecido depois como “pai do Maromomi”, além dos Irmãos Antônio Ribeiro e António de Miranda. Serafim Leite afirma que este ataque somente ocorreu porque o Pe. Manuel Chaves, que grande ascendência tinha sobre os indígenas, havia morrido em janeiro daquele ano, não tendo tempo para impedir o conflito.

O fato de serem indígenas “compadres” dos portugueses e terem quebrado a imagem de Nosso Senhora, parece indicar, novamente, um conflito com indígenas que conviveram com a missão, trazendo um lado de revanche religiosa. Esta hipótese é provável, embora a documentação seja escassa, pois para o indígena, não há separação entre o religioso e o político. [Páginas 352 e 353]
16 de fevereiro de 1591, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:05
35°. Guerra
Como a vila continuava em sobressalto e vulnerável, em 16 fevereiro de 1591 os camaristas determinaram, como forma de proteger a população, que quando houvesse

rebate de guerra [toque do sino] as mulheres e filhos dos homeis q’ viven fora nos aravalldes [arrabaldes, isto é, nas fazendas] e dos que estavão auzentes [da vila] se recolhião [recolhessem] ao alpendre da igreja e andavão desaguazalhados no q’ hera mto aperto e desenquietação [e] q’ suas mercês devião de mãdar alarguar esta serqua per fora de maneira q’ aja espaso p a q’ fique a gente aguazalahada e aja espaso pa pelejaren.

Por esta redação, parece que os muros já não estavam em condições de dar proteção e a solução mais rápida era fazer uma cerca para que, entre esta proteção e a igreja, onde havia um alpendre, houvesse “espaso pa pelejaren”. E convocavam um mutirão para concluir a obra. [Página 354]
15 de junho de 1591, sábado. Atualizado em 15/06/2025 02:06:00
36°. “Estes ataques não impediram que os colonos continuassem suas incursões pelo sertão. Além do Vale do Paraíba, foram escravizar os Tupi do médio Tietê, em Pirapitingui, na região de Itu, onde mataram muitos e trouxeram outros cativos”
Estes ataques não impediram que os colonos continuassem suas incursões pelo sertão. Além do Vale do Paraíba, foram escravizar os Tupi do médio Tietê, em Pirapitingui, na região de Itu, onde mataram muitos e trouxeram outros cativos (15.06.1591).
15 de agosto de 1593, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:36:00
37°. Proibido ir ao sertão
Com o tempo e com as entradas escravistas, o clima entre os indígenas do sertão mostrava-se cada vez mais conflitivo, não só entre os Tupi, como também entre os Guaianá/Guaizanazes e Maromomi. Isto explica a proibição da Câmara, em agosto de 1593, quando determinou q’ se não fose a tera [terra] dos guaramimis [Maramomi] e goianazes por aver pa iso muitas rezõis e por se não alevantaren com os [Tupi] do sertão [que] estavão alevantados e a mais vozes.
5 de dezembro de 1593, domingo. Atualizado em 23/10/2025 15:41:02
38°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas
Como a situação continuava tensa, em dezembro de 1593, os camaristas de São Paulo, juntamente com os de Santos e Itanhaém, reuniram-se para preparar uma estratégia de guerra, como resposta ao último ataque dos Tupi de Mogi. Estes haviam morto, na região do Jaguari, o grupo de Antônio Macedo e Domingos Luiz Grou.

Desta vez, não era boato, mas um fato real, pois, Gregório Ramalho, filho de Vitório Ramalho e sobrinho de Antônio Macedo, juntamente com Manoel, índio cristão de São Miguel, que deviam ter escapado do ataque, juraram sobre os “sãtos avãgelhos” dizer a verdade. Além destes chefes de bandeira, mais oito colonos foram mortos, tendo sido levados muitos Tupiães que haviam sido escravizados no Sul de Minas. Afirmavam que Tamarutaka, irmão de Macedo, estava desaparecido, e sua morte seria confirmada mais tarde. Assim, os dois filhos do velho caudilho morriam nesta expedição. Neste mesmo dia, foi reunida uma assembléia popular que decidiu pela guerra contra o “gentio de Bongi [Mogi]” 1414. Esta foi, seguramente, a última grande ofensiva dos Tupi do Paraíba e do médio Tietê contra os moradores de Piratininga, numa tentativa de expulsão dos invasores portugueses do planalto.

Alguns destes indígenas foram aliciados pelos colonos para participarem de expedições escravistas, como foi aquela comandada por Domingos Grou e Antonio Macedo, que em 1593 penetrou o sertão do Paraíba, onde aparecia o nome de Manoel, “índio espião [cristão] de são miguel, irmão de fernão de sousa”.
1639. Atualizado em 24/10/2025 20:40:10
39°. “Tesoro de la lengua guaraní”, Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652)
A ligação do litoral do Rio de Janeiro com o planalto de Piratininga foi assinalada por Montoya, quando descreveu a vila de São Paulo, com suas comunicações terrestres, sendo que um caminho vinha “desde o rio Ginero, abrindo-se um trecho de mato, mas isso repugna muito aos de São Paulo”. Certamente era o trecho que atravessava a Serra do Mar, na forte súbita da Serra das Araras. [Conquista espiritual..., [1639] 1985, p. 125.]
1 de janeiro de 1647, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:39:56
40°. Raposo Tavares estivera em Portugal
Sugerem Chmyz & Maack haver mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema, encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, na região central do Paraná. O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul, costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fez parte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, como sugere Cortesão.

Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam ser em linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação do governador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado:

Eu tenho um mapa antigo, em que se ve o roteiro de um caminho que seguiam os antigos paulistas, o qual saindo de São Paulo para Sorocaba, vai até a Fazenda de Wutucatú, que foi dos padres São Miguel das Missões junto do Paranapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o rio a esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica à beira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, no médio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] e desde o salto das Canoas, até a barra deste rio gastavão 20 dias, dai entrando no rio Paraná, navegavão o R.o Avinhema, ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suas vertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terra as vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul.
15 de maio de 1648, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 08:53:10
41°. Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui
Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, na região central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232. O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul, costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fez parte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, como sugere Cortesão.

Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam ser em linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação do governador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado:

“Eu tenho um mapa antigo, em que se ve o roteiro de um caminho que seguiam os antigos paulistas, o qual saindo de São Paulo para Sorocaba, vai até a Fazenda de Wutucatú, que foi dos padres São Miguel das Missões junto do Paranapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o rio a esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica à beira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, no médio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] e desde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20 dias, dai entrando no rio Paraná, navegavão o R.o Avinhema, ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suas vertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terra as vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul.”
1672. Atualizado em 23/10/2025 17:12:24
42°. Vida do Venerável Padre José de Anchieta, 1672. Simão de Vasconcelos (1597-1671)
A ameaça de morte aos padres e de destruição da igreja da vila de São Paulo concretizou-se em julho de 1562, liderada pelo grupo dissidente de Ururay, entre os quais havia jovens que freqüentaram “a doutrina dos padres”. Como escreveu Simão de Vasconcelos (1597-1671), aqueles nativos “eram filhos da Igreja”, isto é, que já tinham passado pela catequese, sendo que, possivelmente, alguns já tivessem sido batizados.
1740. Atualizado em 25/02/2025 04:39:00
43°. “De Itu ao Rio grande não se encontram facilmente os Caiapós, a que por outro nome chamam Bilreiros, porque com grande dificuldade passam o Rio grande, e chegaram tão perto de S. Paulo, que tocaram o sino da Igreja de Jundiaí, com cujo som aterrados fugiram”
Havia também o caminho que mais tarde levou a Cuiabá e que foi chamado de “estrada dos Bilreiros”. Segundo um relato anônimo do século XVIII, este caminho é

o caminho ordinário e viagem, que fazem os Paulistas (...) que alguns dizem-se poder fazer todo por terra de S. Paulo para o Cuiabá (...) e de Itu caminhar para o Rio Pirachicaba aberto caminho pelo mato. Em quatro dias se pode chegar ao Campo de Aracoarara [Araraquara], daí ao Nordeste levando a mão esquerda a mata do Rio Tietê, chegasse ao rio Grande, julgam alguns será caminho de um mês; mas outros julgam que feito o caminho e abatidos os pastos, que são altos, com fogo, em menos de dias se fará esta viagem.

Passado o rio Grande, seguia até o ribeirão Guacuri, depois tomava o rio Verde, entrando pelo rio Pardo, até chegar às terras de Cuiabá. [Páginas 67 e 68]
6 de maio de 1758, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:39:18
44°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre
8 de abril de 2023, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:18
45°. Caminho de São Tomé, hoje chamado Peabiru: Sorocaba-Paranapanema




  Rio Pinheiros
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2022
Atualizado em 29/10/2025 11:13:56
Povoadores de Santo Amaro/SP no século XVI e XVII: A grande família de Martim Rodrigues Tenório e Susana Rodrigues. Por Inez Garbuio Peralta
•  Cidades (7): Cotia/Vargem Grande/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santo Amaro/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (18): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Ana Rodrigues de Arzão, Anna da Veiga, Baltasar Gonçalves Malio (1573-1667), Baltazar Rodrigues, Clemente Álvares (1569-1641), Cornélio de Arzão (f.1638), Damião Simões, Damião Simões, filho (1578-1632), Elvira Rodrigues Tenório, Francisco de Sousa (1540-1611), Gaspar Cubas Ferreira (1564-1648), Gaspar Gonçalves Conqueiro, Gonçalo Fernandes, o Velho, Maria Tenório Aguilar (f.0), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Miguel Garcia Carrasco (1595-1658), Nicolau Barreto
•  Temas (17): “o Rio Grande”, Almotacel, Caminho até Cotia, Caminho São Paulo-Santos, Estradas antigas, Farinha e mandioca, Guaianás, Inquisição, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Milho, Pela primeira vez, Peru, Rio Geribatiba, Temiminós, Ybyrpuêra
    Registros relacionados
20 de março de 1569, sexta-feira. Atualizado em 27/10/2025 18:18:59
1°. Nascimento de Clemente Alvares em São Paulo, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves; foi batizado pelo Padre Anchieta
Clemente Alvares, nascido em Santos, foi mineiro prático e ferreiro.
14 de março de 1578, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:35:33
2°. Testamento
No inventário do primeiro marido de Susana, Damião Simões – Sapateiro, feito em 14 de março de 1578, na vila de São Paulo, na casa de Balthazar Rodrigues – declarante e juiz Ordinário da Vila, informou o juiz que a viúva andava prenhe e que o defunto lhe havia dito que deixava a “terça” para sua mulher. Balthazar Rodrigues, irmão de Suzana Rodrigues era, portanto, tio de Damião Simões filho.
30 de julho de 1589, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:54:51
3°. Martim
Em 30 de julho de 1589 Balthazar Rodrigues, com o órfão, apresentou-se diante do Juiz Ordinário e dos Órfãos da Vila, Diogo Fernandes, juntamente com Martim Rodrigues Tenório que requeria a guarda do menino. O Juiz entregou o garoto à Martim por tempo de dois anos.
30 de setembro de 1591, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:52:35
4°. Inventário
Dois anos depois, em 30 de setembro de 1591, foi chamado Gonçalo Fernandes – o velho, sogro e fiador de Balthazar Rodrigues que havia saído da Vila, perante o juiz, para acertar parte do pagamento que deveria repassar para o padrasto. Martim Rodrigues Tenório jurou servir de curador aplicando tudo em proveito do órfão e declarou que seu enteado estava aprendendo o ofício de barbeiro com Antônio Rodrigues em São Vicente. Damião filho estaria então com cerca de 13 anos.
6 de fevereiro de 1594, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:35
5°. Em 1594, foi Procurador do Conselho da vila de São Paulo. Residiu próximo à vila de São Paulo, no local então denominado Ibirapoera
2 de novembro de 1596, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:28
6°. Clemente Alvares foi nomeado almotacel (cargo mensal)
Em 2 de novembro de 1596 Clemente Alvares foi nomeado almotacel (cargo mensal).
1600. Atualizado em 23/10/2025 17:21:30
7°. Casamento de Clemente Alvares e Maria Tenório Aguilar
Casou-se pela vez segunda com Maria Tenória em 1600.
7 de janeiro de 1600, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:30
8°. Devido a desistência de Gaspar Cubas, os oficiais da Câmara, ordenaram que Clemente Alvares servisse também durante o mês de janeiro
(...) e em 7 de janeiro de 1600, devido a desistência de Gaspar Cubas, os oficiais da Câmara, ordenaram que ele servisse também durante o mês de janeiro. No ano de 1606 Clemente Alvares, esteve presente na Câmara e deixou sua assinatura no livro de Ata.
1601. Atualizado em 23/10/2025 17:21:31
9°. Casamento de Maria Tenório e Clemente Álvares
Maria Tenória a mais velha, casou-se com Clemente Alvares (Alves) em 1600 e faleceu em 1620. Seu Inventário foi feito em 22 de dezembro de 1620, na vila de São Paulo, em Santa Ana da Parnaiba, onde pousa Clemente Alvares onde chamam “tapitiga”. Pelo inventário de Maria Tenória podemos verificar o grande patrimônio que o casal possuía e certamente uma boa parte dele pertencia ao dote da primogênita do casal Martim e Susana Rodrigues. A relação dos bens avaliados no Inventário de Maria Tenória ocupa mais de 15 páginas. O casal possuía sítios com casas, várias roças de algodão, várias plantações de banana, milho, uva, amendoim, feijão, mandioca, cará e até trigo; gado bovino, cavalos, porcos; forja de ferreiro e inúmeras ferramentas. Entre louça branca havia sete pratos, uma porcelana da Índia e, ainda duas galhetas com sua salva e saleiro no valor de 700 réis. Havia também dois tachos de cobre usados que pesariam vinte e quatro arráteis no valor de 4.$800 réis. Da relação dos 23 trajes masculinos e femininos avaliados, destacamos pelo seu alto valor os seguintes: [Página 22 do pdf]
7 de março de 1602, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:25
10°. Martim
11 de maio de 1602, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:32
11°. Martim entregou as peças para Damião, antes de partir, em bandeira, para o sertão
Martim preocupou-se em resolver a questão da herança de Damião. Em 27 de dezembro de 1601, afirmou que Damião já era um homem para se casar ou se emancipar e poder reger sua fazenda, isto é, suas posses. Assim requeria as peças (índios) que pertenciam ao seu enteado para entregar-lhe quando ele as reivindicasse. Essa decisão teve a concordância de Damião. No ano seguinte, em 11 de maio de 1602, Martim entregou as peças para Damião, antes de partir, em bandeira, para o sertão.
3 de setembro de 1602, sexta-feira. Atualizado em 30/08/2025 23:55:10
12°. Partida
Em fins de 1602, Martim partia na grande jornada de NicolauBarreto, contudo já deixava duas filhas casadas.15 Essa entrada, realizada sob a influência do sétimo governador geral do Brasil, D. Francisco de Sousa rumou em direção ao oeste, caminho do Peru. Durante sua estada no sertão Martim fez um testamento, datado de 1603; voltou em 1604 para a Vila, permanecendo nela até 1608.
12 de março de 1603, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:32
13°. Testamento de Maritm Tenório
Durante sua estada no sertão Martim fez um testamento, datado de 1603; voltou em 1604 para a Vila, permanecendo nela até 1608. Nesse período Martim não deixou de ter atuação política, participando de ajuntamentos, convocados pela Câmara, ou como vereador. [p. 7 e 8]

O Testamento e o Inventário de Martim Rodrigues Tenório Entre 1603 e 1608 Martim fizera um Testamento e o guardara em sua casa, em Ibirapuera (Santo Amaro). Contudo o documento ficou ocultado por vários anos e só foi revelado no decorrer do processo do Inventário. Aparentemente nem Clemente Alvares, genro de Martim e com o qual realizava várias transações, sabia da existência do testamento. [Página 11 do pdf]

Nicolau Barreto partiu para o sertão em fins de 1602 e dois anos depois, em 1604, regressava a São Paulo. Segundo Alfredo Ellis, mencionado por Taunay, Barreto teria atingido o oeste paranaense, no Piqueri. O testamento fora redigido aos 12 dias do mês de março de 1603 no sertão e rio do Paracatu.

Era comum nessa época, os testamentos começarem com o pedido de salvação da alma. O arrependimento era necessário para se chegar ao céu.

Diz Martim Rodrigues:

Primeiramente encomendo minha alma a Deus Nosso Senhor que a remiu com seu preciosíssimo sangue e morte e paixão e à Virgem Nossa Senhora sua bendita Madre rogo seja minha advogada e intercessora para que alcance de seu bento Filho perdão de meus pecados e me dê a glória bem aventurança amem.

Na sequência, Martim Rodrigues afirma que era casado com Susana Rodrigues e tinha dela quatro filhas: “Maria Tenória, Anna da Veiga, Elvira Rodrigues e Susana, legítimas as quais são minhasherdeiras.

Declara ainda Martim Rodrigues, que tinha mais uma filha bastarda, casada com José Brante, que se chamava Joana Rodrigues e que já lhe tinha dado juntamente com sua esposa “cópia da fazenda”com escritura. Informa também que tinha dois meninos bastardos que “os houve no sertão, um de nome Diogo que, de acordo com sua esposa, já o tinha ‘forro’ libertado.”

Martim Rodrigues indica Clemente Alvares, como um de seus testamenteiros. Para assegurar sua salvação deixa encomendado missas e orações e ainda oferta de dinheiro a grupos religiosos. Após mandar que se rezasse 18 e mais 26 missas pela sua alma nas mais diversas igrejas, ordena que se tirem de “sua terça” quarenta cruzados para serem distribuídos em sete confrarias religiosas de São Paulo, de Itanhaém e à Santa Casa. Deixa também dois mil réis aos padres da Companhia de Jesus. Manda ainda pagar a todo aquele que cobrar, apresentando um recibo contendo sua assinatura.

Confiante em sua esposa, Martim Rodrigues, deixa por curadora e tutora de suas filhas, sua viúva “enquanto se não casar e casando-se deixo por curador delas meu genro Clemente Alvares...bem como dele confio.”30

Essa observação prende-se a legislação vigente que “não permitia que a mãe, depois de contrair novas núpcias, permanecesse como tutora dos filhos.”31 [Páginas 15 e 16 do pdf]

Em 1624 Cornélio Arzão passou também a ser curador de seu sobrinho, Diogo, filho de Teodósio Fonseca e de Ana Veiga.54 Nesse ano Cornélio pede à Justiça para notificar Clemente Álvares para entregar os títulos de datas de terras que estavam lançadas no Inventário de Martim Tenório para saber a quem deveriam pertencer.55 Susana Rodrigues - a moça, a quarta filha de Martim, ainda era solteira por ocasião do testamento, em 1603, bem como do Inventário do pai(1612 até 1619). [Páginas 26, 27 e 28 do pdf]
13 de janeiro de 1606, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 12:00:28
14°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza
No ano de 1606 Clemente Alvares, esteve presente na Câmara e deixou sua assinatura no livro de Ata.
26 de abril de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:53
15°. Sessão
Sabemos que no decorrer do século XVI e primórdios do XVII a Vila de São Paulo, frequentemente, tinha parte de sua população deslocada para o sertão em busca de mão de obra indígena. Nessas incursões iam vereadores, procuradores, juízes, padres e outras pessoas. Assim, a Vila quase se despovoava. No ano de 1608 Martim Rodrigues assumiu o cargo de vereador, pois só havia um edil na Câmara. Na sessão de 26 de abril, dois juízes ordinários e o escrivão eram os únicos oficiais presentes na Câmara,

“... o juiz deu juramento dos santos evangelhos à Martim Rõiz, aqui morador para que servisse e acabasse este presente ano de vereador olhando pelo bem comum e pelo que a seu cargo se deve o que prometeu fazer porquanto saiu por mais votos, na eleição que sobre isso se fez...”

na Câmara, a mando do capitão e Ouvidor Gaspar Conqueiro. O eleito deveria servir durante o ano de 1608.
17 de maio de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:53
16°. Sessão
O novo vereador, Martim Tenório Rodrigues Aguiar, participou das sessões realizadas em 17 de maio, 14 e 28 de junho e 2 de julho 1608.
14 de junho de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:53
17°. Sessão
Martim Tenório Rodrigues Aguilar novo vereador participou das sessões realizadas em 17 de maio, 14 e 28 de junho e 2 de julho 1608.
28 de junho de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:53
18°. Sessão
Martim Tenório Rodrigues Aguilar participou das sessões realizadas em 17 de maio, 14 e 28 de junho e 2 de julho 1608.
2 de julho de 1608, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:54:54
19°. Sessão
10 de julho de 1608, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:54:54
20°. Não houve sessão
Na sessão de 19 de julho, os oficiais afirmam que não haviam feito sessão em 10 de julho porque Martim “era ido a vila de Santos, 12 léguas desta Vila e levou chave da caixa e coisas que importavam”. Nesse dia, 19 de julho, Martim esteve presente na sessão. [Páginas 7 e 8 do pdf]
19 de julho de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:54
21°. Sessão
Nesse dia, 19 de julho, Martim esteve presente na sessão. Após 19 de julho, Martim Rodrigues não participou mais das sessões desse ano. Em agosto não se fez Câmara porque Martim Rodrigues “ser fora”. Em viagens constantes a Cubatão e Santos ele comprava e vendia vinho (em peroleiras) sal, tecidos etc. [Páginas 7 e 8 do pdf]
1 de agosto de 1608, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:36:07
22°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves
Novamente a Câmara ficava desfalcada e só com um vereador. A alternativa foi fazer um novo edil. Enquanto não se elegia um novovereador a Câmara não realizava sessões. Os oficiais mandaram o escrivão fazer um termo justificando que não houvera sessões durante alguns dias, como manda o Rei devido Martim Rodrigues “ser ausente e não se poder fazer vereador mais rápido e que nesse dia se fez”. Era a despedida de Martim da vida pública da Vila de São Paulo.

Mas o inquieto homem não se acomodou. Partiu para o sertão, embora a Câmara, em 16 de agosto de 1608, aprovara uma proposta do Procurador para que se lançasse um Pregão proibindo os moradores da Vila irem ao sertão. A atração das riquezas, contudo, era maior queas proibições e o cargo de vereador, abandonado por Martim. [Páginas 9 e 10]
16 de agosto de 1608, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:54:54
23°. Partida
Mas o inquieto homem não se acomodou. Partiu para o sertão, embora a Câmara, em 16 de agosto de 1608, aprovara uma proposta do Procurador para que se lançasse um Pregão proibindo os moradores da Vila irem ao sertão. A atração das riquezas, contudo, era maior que as proibições e o cargo de vereador, abandonado por Martim.
30 de julho de 1609, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:07
24°. Lei de Filipe (1578-1621) declara todos os “gentios” do Brasil livres
Legalmente a escravidão indígena era proibida, desde 1609, pela Lei de 30 de julho< desse ano. Contudo, a escravização era permitida caso os indígenas se voltassem contra os colonizadores, conforme legislação de 1570. Abria-se, portanto, uma brecha para escravidão indígena. Assim, encontramos, nos Inventários e Testamentos de Santo Amaro: peças com avaliação e mão de obra “forra”. Esses indígenas “livres” eram muitas vezes, transferidos para filhos e netos.
18 de junho de 1612, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:50
25°. Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo
1618. Atualizado em 23/10/2025 17:22:51
26°. “Descoberta” do testamento de Martim Rodrigues Tenório
Em 1613 o vigário João Pimentel reivindicou e recebeu, cinco anos depois, em 1618, 6.000 réis; a Igreja, através do escrivão eclesiástico, ainda em 1613, reivindicou mais 9.000 réis. O inventário não parou por aí; teve outros lances interessantes, graças à “descoberta” do testamento de Martim Rodrigues Tenório em 1618.
1 de setembro de 1619, domingo. Atualizado em 23/10/2025 17:22:52
27°. Suzana entrega o testamento de Martim Tenório
A herdeira da fazenda de Martim Tenório teve papel destacado na vida de Santo Amaro. Foi ela que pagou ao vigário de São Paulo, João Pimentel, pelos serviços prestados conforme declaração dele, a seguir apresentada:

“Recebi de Suzanna Rodrigues como testamenteiro de seu marido Martim Rodrigues defunto que me pagou... sete mil e quatrocentos réis para trinta e quatro missas e um ofício de nove lições... e por verdade passei este por mim assignado hoje o primeiro de setembro de 1619 anos. – O Vigário João Pimentel.”
1 de setembro de 1619, domingo. Atualizado em 23/10/2025 17:22:52
28°. Maria Tenória
22 de outubro de 1620, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:53
29°. Inventário de Maria Tenória, segunda esposa de Clemente
Maria Tenória a mais velha, casou-se com Clemente Alvares (Alves) em 1600 e faleceu em 1620. Seu Inventário foi feito em 22 de dezembro de 1620, na vila de São Paulo, em Santa Ana da Parnaiba, onde pousa Clemente Alvares onde chamam “tapitiga”. Pelo inventário de Maria Tenória podemos verificar o grande patrimônio que o casal possuía e certamente uma boa parte dele pertencia ao dote da primogênita do casal Martim e Susana Rodrigues. A relação dos bens avaliados no Inventário de Maria Tenória ocupa mais de 15 páginas. O casal possuía sítios com casas, várias roças de algodão, várias plantações de banana, milho, uva, amendoim, feijão, mandioca, cará e até trigo; gado bovino, cavalos, porcos; forja de ferreiro e inúmeras ferramentas. Entre louça branca havia sete pratos, uma porcelana da Índia e, ainda duas galhetas com sua salva e saleiro no valor de 700 réis. Havia também dois tachos de cobre usados que pesariam vinte e quatro arráteis no valor de 4.$800 réis. Da relação dos 23 trajes masculinos e femininos avaliados, destacamos pelo seu alto valor os seguintes: [p. 22 do pdf]O inventário de Maria Tenória, revela que ela possuía casas, sítio,sesmarias e várias outras terras na região de Santo Amaro.Transcrevemos a seguir alguns bens arrolados.Itens relacionados e respectivos valores:“Sítio em Bohi (M’Boi) com uma casa de palha com (plantação) de milharada e de mandioca em mil e seissentos rés. __ 1$600 ...... quasa e sítio de Ibirapuera – foi avaliado hu sitio com hua quasa de sobrado de dous lansos de telha o coal sitio e charcos ... (avaliado) ...quarenta e oito mil rés. __ 48$000... Dívida q o dito declarou ... diguo veuvo.... compra de terra q comprou Antão Pires em birapoera ...Outra escritura de compra de terras a Belchior da Beigua e seu irmão em embohi a coal escritura é feita pelo tavalião Antonio Rodrigues.... outra escritura de compra de terras em birapoera q lhe vendeu Miguel... Outra escritura de venda de hu quintal q lhe vendeo Martim Rodrigues em birapoera ...Termo de Cartas de datas de terras nesta vila e seus termos... Outra carta de data de terras de Sesmarias no lemite de ibirapoera...Outra carta de data de terras de sesmarias de bohi rio arriba hua légua de terra ...46Por ocasião do Inventário de Martim Rodrigues, Clemente tinha em seu poder cartas de datas das terras, uma certidão, e um maço de papéis amarrados, tudo pertencente ao seu sogro. No decorrer do Inventário, ele foi intimado por Cornélio de Arzão para botar todo ogado e mais criações que tinha nas terras que foram de Martim para entrarem na partilha e cada um saber o que lhe pertencia 47.Maria Tenória ao morrer deixou os filhos: João Tenório, Martinho, Amaro Alves Tenório, Ana (Rodrigues), Bento, Antonio, Quelemente e Maria de idade de oito para nove meses. 48O marido de Maria Tenória, foi um homem de destaque na história de Santo Amaro.
2 de abril de 1628, domingo. Atualizado em 28/10/2025 03:21:15
30°. Funcionário da Inquisição, vai ao sítio de engenho de ferro
12 de novembro de 1632, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:53:27
31°. Testamento de Damião Simões Filho
Damião Simões Filho, com cerca de 24 anos, declarou que tinha carta de emancipação e que recebera sua herança das mãos de seu padrasto e se dava por satisfeito. Em seu testamento feito em 12 de novembro de 1632, ele se declara solteiro, filho de Damião Simões e de Susana Rodrigues. O Inventário foi feito no mês seguinte, por ocasião de sua morte.
4 de dezembro de 1841, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:24
32°. Relatório para o Presidente da Província, apresentado na sessão da Câmara Municipal de Santo Amaro
Santo Amaro - Ibirapuera, Jurubatiba e Pinheiros estavam próximos à rota dos primeiros europeus que se dirigiam para Piratininga desde o século XVI. Em caso de viagem fluvial, esses primeiros povoadores e religiosos seguiam pelos rios Grande e Pinheiros, acercando-se, portanto, da povoação de Ibirapuera - Santo Amaro. Três séculos depois, em 1841, a Câmara municipal de Santo Amaro confirma que “pelo distrito deste município passa uma estrada ramo da de Santos, vindo de Cutia por esta Vila a sair na Freguesia de São Bernardo” [FUNDO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO - FCGP/FALP 033. CF 41,104.1- Relatório para o Presidente da Província, apresentado na sessão da Câmara Municipal de Santo Amaro em 04/12/1841].




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Construção de mais vilas ao sul e da primeira ponte de madeira destinada a atravessar rio, em 1687, pelos habitantes de Santana do Parnaíba, Itu, Sorocaba e Pinheiros
30 de janeiro de 1687, quinta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:46:46
Relacionamentos
 Cidades (6): Cotia/Vargem Grande/SP, Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP
 Pessoas (1) Thomé de Almeida Oliveira
 Temas (5): Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Estradas antigas, Pela primeira vez, Pontes, Rio Geribatiba





  Rio Pinheiros
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Porto
1718. Atualizado em 25/02/2025 04:46:33
Relacionamentos
 Cidades (4): Itu/SP, Porto Feliz/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
 Temas (10): Araritaguaba, Bairro Itavuvu, Cachoeiras, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Estradas antigas, Gentios, Portos, Rio Anhemby / Tietê, Avenida Itavuvu, Caminho Sorocaba-Porto Feliz





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Lapa - Valeria Valeriano em Historiando São Paulo (Facebook)
15 de novembro de 2024, sexta-feira. Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
Relacionamentos
 Cidades (1): São Paulo/SP
 Temas (4): Ambuaçava, Jesuítas, Pela primeira vez, Habitantes

Registros mencionados (2)
1. Registro junto ao Rio Emboaçava que, atualmente, é conhecido como Pinheiros
1581
2. Os jesuítas acabaram deixando a região e, cerca de 20 anos depois, a região contava com 5 casas e 31 habitantes
1743
Registros mencionados (3)
1581 - Registro junto ao Rio Emboaçava que, atualmente, é conhecido como Pinheiros [683]
1743 - Os jesuítas acabaram deixando a região e, cerca de 20 anos depois, a região contava com 5 casas e 31 habitantes [1667]
1805 - Em 1805 destacava-se a necessidade de fatura de ranchos na estrada da vila de Itú até o Cubatão "para comodidade das tropas e abrigo dos condutores" que diariamente transitavam por elas com "açucares que da sua natureza exigiam não serem molhados para não perderem o valor". [25196]





  Rio Pinheiros
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2020
Atualizado em 28/10/2025 04:47:03
Forjando "Máquina Grande" nos sertões do Atlântico: Dimensões centro-africanas na história da exploração das minas de Ipanema e na instalação de uma Real Fábrica de Ferro no Morro do Araçoiaba - 1597-1810. Franciely das Luz Oliveira
Cidades (10): Araçoiaba da Serra/SP, Barueri/SP, Cananéia/SP, Guarulhos/SP, Iguape/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP
Pessoas (7): Afonso Sardinha "Moço", Afonso Sardinha, o Velho, Diogo de Quadros, Francisco de Sousa, Francisco Vidal, João Ramalho, Mem de Sá
Temas (21): Açúcar, Aldeia de Pinheiros, Aldeia de São Miguel (Guarapiranga), Bilreiros de Cuaracyberá, Caiapós, Caminho do Peabiru, Carijós/Guaranis, Gentios, Geografia e Mapas, Guaianás, Guaramimis, Marumiminis, Nheengatu, Nossa Senhora da Escada, Pories, Sabarabuçu, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Tupinambás, Tupiniquim, Vale do Paraíba, Vila de Santo André da Borda
Forjando "Máquina Grande" nos sertões do Atlântico:
Data: 2020
Créditos: FRANCIELY DA LUZ OLIVEIRAUMA REAL FÁBRICA DE FERRO NO MORRO DO ARAÇOIABA, 1597-1810. Página 38
    Registros relacionados
1350. Atualizado em 28/10/2025 01:05:01
1°. Os “Atumuruna”, em 1350, teriam sido os construtores do Peabiru
30 de junho de 1553, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:48
2°. Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante do "proprietário" das terras adquiriu em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte
A “miúda” Vila de São Paulo estava situada num dos pontos mais íngremes da serra adjacente à principal trilha utilizada pelos Tupiniquim ao longo de seus acessos ao litoral, o Peabiru. O caminho também possibilitava um amplo ingresso ao enorme interior ao sul e a oeste. Não tardou para que os portugueses explorassem a rota. John Monteiro localizou o caso de um viajante por nome Francisco Vidal, que em 1553, por exemplo, foi para o Paraguai valendo-se desse trajeto. Quando retornou estava em posse de vinte escravos de origem Guarani.
20 de maio de 1560, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:54
3°. A vila de Santo André da Borda do Campo é extinta e incorporada a “nova” São Paulo de Piratininga
11 de novembro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10
4°. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri
(...) Em seguida, passou a haver progressiva inserção de vários indígenas de origem Guaianá e Carijós, além de outras etnias 71. Esse é o caso de um terceiro aldeamento, que tinha por nome Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos. Formado nos anos de 1580, tinha como característica uma maior mistura étnica em relação aos demais.

Dentre diversos grupos, nele estavam presentes Maromomins (Guarulhos), Guaianás e Ibirabaquiyaras (Caiapós da região sul). De forma semelhante, um quarto assentamento também surgiu, com as mesmas particularidades dos demais: tratava-se da aldeia de Nossa Senhora da Escada, em Barueri, criada no início do século XVII após um “descimento” de um grupo Carijó (Guarani).

1596. Atualizado em 23/10/2025 17:08:19
5°. André de Lião, fidalgo de Beringel, comunica Francisco de Sousa da "prata de Sabarabuçú"
D. Francisco, imbuído por uma série de mitos, armou em 1596 algumas expedições com origem em São Paulo, Espírito Santo e Bahia, com destino ao Rio São Francisco. Todas elas contavam com um amplo número de nativos para acessar o território, além da participação dos agentes coloniais. Não houvera nenhum achado de algum metal precioso, principalmente ouro ou prata. No entanto, os que voltaram para São Paulo estavam sob posse de alguns Tupinambás, capturados no vale do Paraíba. [Forjando "Máquina Grande" nos sertões do Atlântico: Dimensões centro-africanas na história da exploração das minas de Ipanema e na instalação de uma Real Fábrica de Ferro no Morro do Araçoiaba, 1597-1810, 2020. Franciely das Luz Oliveira. Página 54]
14 de novembro de 1598, sábado. Atualizado em 13/10/2025 22:25:31
6°. Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais / Metalúrgicos se estabeleceram na região / Carijós fogem para Paranapanema
Seu filho, mameluco, bastante rememorado nas narrativas sobre a descoberta do ferro na Capitania de São Vicente, também esteve envolvido coma vida sertanista. Em 1598, nas atas da câmara, os vereadores fizeram uma queixa contra ele, pois o filho que carregava o mesmo nome do pai, Afonso Sardinha,

"havia ido ao sertão e levou em sua companhia outros mancebos e mais de cem nativos, tinha intenção de ir à guerra e saltos e correr e terá com intenção de tirar ouro e outros metais (...)".

Não era pouca a monta; certamente o cabedal de cem nativos não era acessível a qualquer pessoa.
3 de novembro de 1609, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:49
7°. D. Francisco registra nos livros da Câmara quatorze provisões régias que lhe davam na Repartição do Sul poderes idênticos ao do Governador-Geral do Brasil
Em seguida, passou a haver progressiva inserção de vários indígenas de origem Guaianá e Carijós, além de outras etnias 71. Esse é o caso de um terceiro aldeamento, que tinha por nome Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos. Formado nos anos de 1580, tinha como característica uma maior mistura étnica em relação aos demais.

Dentre diversos grupos, nele estavam presentes Maromomins (Guarulhos), Guaianás e Ibirabaquiyaras (Caiapós da região sul). De forma semelhante, um quarto assentamento também surgiu, com as mesmas particularidades dos demais: tratava-se da aldeia de Nossa Senhora da Escada, em Barueri, criada no início do século XVII após um “descimento” de um grupo Carijó (Guarani). [Páginas 46 e 47]
1954. Atualizado em 27/10/2025 03:44:02
8°. Vida e Morte do Índio: São Paulo Colonial. Por John Manuel Monteiro (1956-2013)

  


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