arqiop:\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\resumos\t3256\sting3.txt 1 1editar
Atualizado em 28/10/2025 11:30:19 “muita gente que se vinha para cá, por outro caminho (...) paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar”: O relato de André da Aldeia do Forte ![]() Data: 1650 Créditos: Anais do Museu Paulista - Tomo XXIII - Dados para a história dos índios Página 112
• 1°. “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 2010 As próprias Atas da Câmara falam da reunião de parentes e de índios que buscavam voluntariamente abrigo na vila, fosse porque fugiam de algo, fosse porque lhes haviam prometido algo. ACVSP de 03/04/1609, por exemplo, fala de carijós que, no caminho rumo a São Paulo, encontraram muitos outros que também iam para a vila, e que, ademais, estavam famintos e doentes. O depoimento de um dos índios ainda menciona como os espanhóis haviam tentado impedi- los e como portugueses tentaram escravizá- los pelo caminho, antes que chegassem à vila. [Página 159] ver mais
Atualizado em 31/10/2025 06:35:03 “O Tupi na Geographia Nacional”. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937) ![]() Data: 1901 Créditos: Teodoro Sampaio Página 129
• 1°. Nascimento de Tibiriçá, filho do Cacique Amyipaguana Tibireçá (T-yby-re-chá), o chefe da terra, o principal ou maioral. Os nomes de mulher que chegaram até nós trazem um sinete de lenda ou de poesia que talvez não existisse no ânimo do gentio: TIBEREÇÁ corr. T-yby-reçá, contração de tyby-reçaba, a vigilância da terra; o vigia da terra; o maioral ou principal. Não se deve escrever Tebireçá, que tem mau sentido. Nome do maioral do gentio catequizado em São Paulo de Piratininga pelos jesuítas, no século XVI. • 2°. Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay URUGUA Y Antigamente Uruay, como se lê na carta de Diogo Garcia, de 1526; assim, Uruay se compõe de Uruá- y ou Uruguá- y, exprimindo o rio dos búzios ou dos caracóis. O Pe. Montoya, no seu Tesouro, explica y- ruguay como sendo o canal por onde vai a madre do rio. [Página 341] • 3°. Registros de construção de fortificações, como a de Emboaçava EMBOAÇABA corr. Mbo-açaba, faz que atravesse, a ação de atravessar, a passagem. Designa um lugar, à margem do Tietê, vizinho de São Paulo, onde se passava o rio na estrada do sertão e onde se mandou levantar um forte ou trincheira para defesa da cidade, no século XVI. Ali. Emboaçava, Boaçava. São Paulo. • 4°. Sardinha, o moço, ainda teria construído dois engenhos para fundição de ferro em Araçoiaba, sendo um deles doado ao próprio governador ITAPEBOCÚ c. Itapeb-uçú, a laje grande; o lajeado. Nome da primeira povoação fundada por D. Francisco de Sousa, ao pé do morro de Araçoiaba, em 1600. São Paulo. • 5°. Segunda visita a Nossa Senhora de Montsserrat / Adiante desta vila quatro léguas (19km), no sitio chamado serra de Biraçoiaba* ITAAPEBOÇÚ e. Itapeb-uçú, a laje grande; o lajeado. Nome da primeira povoação fundada por D. Francisco de Sousa, ao pé do morro de Araçoiaba, em 1600. São Paulo. • 6°. Clemente Álvares comparece em casa de Bernardo de Quadros ITAPEBOÇÚ e. Itapeb-uçú, a laje grande; o lajeado. Nome da primeira povoação fundada por D. Francisco de Sousa, ao pé do morro de Araçoiaba, em 1600. São Paulo. • 7°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares Dava-se aos mananciais, às fontes, ou nascentes, o nome de ypú, que, no Norte do Brasil, tão parcamente irrigado, se conhece por olho-d´água, e representa, ali, importantíssimo papel na distribuição dos povos. O mesmo vocábulo aparece, algumas vezes, como a forma "ybu", entrando na composição de outro, como se verifica no nome "Putribú", da povoação antiga, situada entre Itu e Sorocaba, e que, decerto, provém da corruptela de "Potyraybu", que se traduz "fonte das flores". Se a grafia "Apoteroby", usada em velhos documentos já nos chega viciada, como é bem possível, o nome "Putribú" passou primeiro pela corruptela "Apotera-obú", aliás procedente de ainda de "Potyra-ybú". • 8°. Mapa “America noviter delineata” teve a contribuição de Jodocus Hondius (1563-1612) Referem os cronistas e viajantes antigos que o gentio denominava Anhemby ao rio que banha a capital paulista e traz hoje o nome Tietê. De fato, examinando-se velhos documentos, verifica-se que aquele nome não só era o que comumente se dava ao rio histórico que foi, em outro tempo, a vereda dos bandeirantes e conquistadores de sertões, como que a grafia do vocábulo, com pequenas variantes, se conservou quase intacta. No mapa dos jesuítas, de 1639, lê-se Anyembi, • 9°. “Tesoro de la lengua guaraní”, Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652) • 10°. Demonstraçam topographica do curso do rio Tieté desde a cidade de S. Paulo, thé a confluencia que forma com o rio Paraná, e desta the a barra do rio Yguatemi & a direção deste, thé as suas origens, bdlb.bn.gov.br/ acervo/handle/ 20.500.12156.3/15628 • 11°. Mapa de Jean Baptiste Bourguignon d´Anville (1697–1782) • 12°. Mapa dos confins do Brazil com as terras da Coroa da Espanha na America Meridional, 1749 No célebre mapa das Cortes, de 1749, lê-se Anhambu ou Tietê. • 13°. Mapa de America Meridional, dispuesto y gravado por D. Juan de la Cruz Cano y Olmedilla No de Olmedilla, de 1775, o vocábulo conserva a primitiva grafia dos jesuítas - Anemby. • 14°. Nossa Senhora e Carlo Acutis: por que santos são celebrados no mesmo dia? - g1.globo.com No de Olmedilla, de 1775, o vocábulo conserva a primitiva grafia dos jesuítas - Anemby. • 15°. Expedição* No último quartel do século passado, deram os habitantes de Sorocaba de buscar minas de ouro para os lados da Serra do Mar, de cujo cimo divisavam em longínquo horizonte, monte altíssimo, coroado de nuvens. Os roteiros do tempo davam-lhe sete a oito léguas de comprido e o qualificavam disformemente alto. Tal era o lendário Botucavarú, descoberto por João Batista Victoriano, em 1780. [Páginas 127 e 128] CABARÚ-PARARANGA O relincho ou nitrido do cavalo. São Paulo. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 210] CAVARÚ-PARARANGA s. O relincho do cavalo. São Paulo. "Da mesma procedência é o nome Botucavaru (lbytú-cabarú)que quer dizer cavalo das nuvens, aplicado a uma montanha alta sobre a qual as nuvens constantemente pousam ou ficam a cavaleiro. A idéia de cavalo-(cabarú) os nativos não a tiveram senão depois da invasão européia. "O nome Tupã teve, decerto, dois ou mais sentidos, desde o tupiprimitivo até a língua geral, esta já profundamente influenciada pela cultura européia. Tupã, no tupi primitivo, genuinamente indígena, é tuh-ã,o que fica alto ou erguido, o que está no alto; e assim, tupã-beraba é oque está no alto reluzindo, o relâmpago; tupã-cynynga, o que está noalto roncando, o trovão. Na língua geral, já influenciada pelo missionário,pela religião nova, Tupã (de tub = o que fica, permanece ou reside; ã =alto, erguido), por uma extensão naturalíssima do significado, vai até exprimir: o que domina, o que fica superior, Deus, o Altíssimo. O missionário • 16°. Mapa Corográfico da Capitania de São Paulo que por ordem do Ilustríssimo e Exm° Sr. Bernardo Jozé de Lorena Governador e Capitão General da mesma Capitania, 1791 103 - Dava-se aos mananciais, às fontes, ou nascentes, o nome de ypú, que, no Norte do Brasil, tão parcamente irrigado, se conhece por olho-d´água, e representa, ali, importantíssimo papel na distribuição dos povos. O mesmo vocábulo aparece, algumas vezes, como a forma "ybu", entrando na composição de outro, como se verífica no nome "Putribú", da povoação antiga, situada entre Itu e Sorocaba, e que, decerto, provém da corruptela de "Potyraybu", que se traduz "fonte das flores". Se a grafia "Apoteroby", usada em velhos documentos já nos chega viciada, como é bem possível, o nome "Putribú" passou primeiro pela corruptela "Apotera-obú", aliás procedente de ainda de "Potyra-ybú". • 17°. Chegada da comitiva nupcial de dona Leopoldina • 18°. Será que São Tomé esteve mesmo no Brasil há quase 2.000 anos? pt.aleteia.org
Belchior da Costa alega ter as filhas Beatriz Diniz e Vicência da Costa para casar. Pede terras em frente às de Suzana Dias, defronte à capela de Santana do “Pernaiba”, na banda do além Anhembi, rio acima 22 de março de 1610, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:41:07 Relacionamentos • Cidades (2): Santana de Parnaíba/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (7) Beatriz Dinis, Belchior da Costa (1567-1625), Gaspar Gonçalves Conqueiro, Lopo de Souza (f.1610), Simão Borges Cerqueira (1554-1632), Suzana Dias (1540-1632), Vicência da Costa • Temas (8): Apiassava das canoas, Cabusú, Capela de Santa Ana, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Goayaó, Rio Anhemby / Tietê, Rio Juquiri
Atualizado em 28/10/2025 11:37:13 Consulta em projetocompartilhar.org ![]() Data: 2022
• 1°. Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui Em nome da Santíssima Trindade Padre Filho e Espírito Santo Saibam quantos esta cedula de testamento virem que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e quarenta e oito anos em os quinze dias do mes de maio neste Porto de Parapetingy estando para me embarcar a fazer uma viagem rio abaixo (..) Primeiramente (encomenda a alma e pede para ser sepultado na igreja de São Francisco, caso morra no povoado). Encomenda ofícios e missas. Nomeia por testamenteiros o cunhado Antonio Alves e a mulher Ana Tenória. Declaro que sou casado com minha mulher Ana Tenória ... e dela tenho nove filhos a saber André João Martinho e Pedro Maria Ana Antonia Domingos Bastião os quais são herdeiros de minha fazenda. (Deixa a mulher por curadora dos filhos, a quem confia a administração de toda a fazenda, por confiar nela). Declara ter duas casas na vila, uma delas de sobrado, onde mora o padre vigário de aluguel ha 15 meses, sem ter pagado nada. Deixa a terça para os filhos em igual parte com a enteada Maria Tenória. Comprou um corte de tecido de seda para a enteada e não quer que entre em inventário, por ter dado a ela. Declara dívidas para com os compadres Vicente Antonio e Antonio Madureira, Antonio Gomes Barbosa, Manoel Fernandes Gigante, a Dona Luiza, mulher que foi de Gaspar da Costa e a seus herdeiros, Antonio Pereira de Azevedo, ao juizado dos órfãos. Declaro que por morte de meu pai, que Deus tem, me ficou uma fazenda entre a qual me coube a metade do sítio do Ipiranga e a metade do sítio de Goanga .... dos quais não me tem dado a viuva satisfação suposto que lhe tenho dado quitação geral ficando ela debaixo de sua palavra de me pagar os sete mil réis do sítio do Ipiranga e do sítio de Guanga me tem pago somente mil e quinhentas telhas da casa do sítio que Diogo de Fontes desmanchou do sítio e o tem vendido sem me dar toda a satisfação do que dele me cabe a minha direita parte. • 2°. O “descobrimento” dos campos de Palmas e a configuração de uma problemática complexa no sul do Brasil (1841-1853). Francimar Ilha da Silva Petroli*
Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo 10 de fevereiro de 1533, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:56:33 Relacionamentos • Cidades (5): Cubatão/SP, Itu/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Votorantim/SP • Pessoas (4) Bacharel de Cananéa, Martim Afonso de Sousa (33 anos), Piqueroby (53 anos), Ruy Pinto (f.1549) • Temas (27): A Santa Cruz, Apiassava das canoas, Cachoeiras, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Cruzes, Engenho São Jorge dos Erasmos, Estradas antigas, Itapeva (Serra de São Francisco), Léguas, Nossa Senhora da Escada, Ordem de Cristo, Otinga, Pela primeira vez, Porto das Almadias, Rio Cubatão, Rio Cubatão (Nhundiaquara), Rio Cubatão em Cubatão, Rio Ururay, Santa Ana das Cruzes, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Ururay, Ytutinga, Nheengatu, Caminho de Cubatão ![]()
Atualizado em 31/10/2025 06:35:13 O ministério da Guerra respondeu que as propostas de Bloem só seriam interessantes se o percurso entre Ipanema e o rio Juquiá fosse transitável e se fosse ali construída a oficina de máquinas a vapor, que era um assunto da Marinha
“A cidade de São Paulo em 1900. Impressões de Viagem”. Alfredo Moreira Pinto 1900. Atualizado em 24/10/2025 04:15:44 Relacionamentos • Cidades (8): Araçoiaba da Serra/SP, Itu/SP, Salto de Pirapora/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sarapuí/SP, Sorocaba/SP, Votorantim/SP • Pessoas (8) Antônio Ernesto Gomes Carneiro (1846-1894), Balthazar Fernandes (1577-1670), Calixto de Paula Souza (38 anos), Floriano Vieira Peixoto (1839-1895), Francisco de Sousa (1540-1611), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Pedro Nunes Batista Ferreira Tamarindo (1837-1897), São Benedito (1524-1589) • Temas (64): Água Vermelha, Assunguy, Avecuia, “terra que cai”, Avenida General Carneiro (Sorocaba), Avenida Moreira César, Avenida São Paulo, Bairro da “Árvore Grande”, Bairro de Brigadeiro Tobias, Bairro Itavuvu, Boulevard Braguinha, Cachoeiras, Cajurú, Caminho das Tropas, Caminho Itú-Sorocaba, Capela “Santa Cruz”, Caputera, Cavalos, Cemitérios, Cerrado/Sorocaba, Clube União Recreativo, Convento/Galeria Santa Clara, Córrego Itararé, Córrego Supiriri, Edifício Perseverança III, Ermidas, capelas e igrejas, Escolas, Estradas antigas, Fábrica de Tecidos Santa Rosália, Fábrica Nossa Senhora da Ponte, Fábrica Santa Maria (Sorocaba), Grupo Votorantim, Guerra de Canudos, Habitantes, Indaiatuba em Sorocaba, Inhambirú, Inhayba, Ipanema das Pedras, Italianos, Itapeva (Serra de São Francisco), Jacurupava (Sorocaba), Jardim Itanguá / Manchester, Jardim Santa Rosália, Jundiaquara, Maçonaria no Brasil, Medicina e médicos, Mosteiro de S. Bento de Sorocaba/SP, Música, Piragibu, Pirajibú de baixo, Putribrú de baixo, Represa de Itupararanga, Revolução Liberal, Rio Acima, Rio Cubatão, Rio Sarapuy, Rio Sorocaba, Rua 7 de Setembro, Rua Comendador Oetterer (Piques), Rua da Penha, Rua Hermelino Matarazzo (Estrada de Ipanema), Rua Padre Luiz, São Paulo de Piratininga, Vila Santana / Além Linha, Villeta, “George Oetterer” ![]()
Atualizado em 28/10/2025 11:30:19 Sorocaba (data estimada) ![]() Data: 1865 Página 2
• 1°. Inventario dos documentos relativos ao Brasil existentes no Archivo de Marinha e Ultramar de Lisboa 1913 “(...) o sucesso que teve D. Francisco de Souza, quando foi aquela Capitania, pois acompanhando os Paulistas ao mineiro que mandou á serra de Sabarabussú, para saberem a parte donde ela ocultava as minas, depois de achadas, de que se fez aviso ao dito D. Francisco, e tiradas muitas cargas de pedra, que o mineiro trazia com grande contentamento, ponderando eles a mesma escravidão, que agora temem seus netos, mataram no caminho ao mineiro, e esconderam a pedra, disseram a D. Francisco que morrera no caminho, e se enganava no que havia escrito a S. Senhoria, de que resultou morrer o dito D. Francisco em breves dias e se perpetuar a suspensão daquelas minas, a tradição de haver muito ricas (...)” [Páginas 198 e 199] ver mais • 2°. Historia geral das bandeiras paulistas: escripta á vista de avultada documentação inédita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes. Afonso de E. Taunay (1876-1958) 1927 Clemente Alvares, um dos patriarcas da mineração do ouro no Brasil, participou de uma expedição ao sertão dos carijós, fazendo Pirapitinguy como base de operações. [Página 258] ver mais • 3°. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 1998 Assim findou em 1609, após trinta anos de duração, a primeira fase da siderúrgica do Brasil. O trabalho da fábrica real de Biraçoiaba, e o transporte do forro, dos materiais e do pessoal entre esse lugar e a vila de São Paulo não tinham conseguido estabelecer uma estrada permanente, ao longo do qual os pousos balizassem o centro das futuras povoações. Sorocaba, por exemplo a cujo termo pertenciam as minas, só em 1610 foi fundada. Não é de estranhar, portanto, que pouco a pouco de perdesse a noção dessas jazidas metalíferas, em uma época na qual as vistas se voltavam preferencialmente para as pesquisas de ouro, que ia sendo descoberto em quantidades cada vez mais crescentes. [Página 35] ver mais • 4°. História de Carapicuíba. João Barcellos 25 de março de 2013, segunda-feira E, na prática colonial, os jesuítas seguem os passos do político e minerador que, ao morrer em 1616, lhes deixa tudo em doação, com exceção do Sítio Embuaçava, que coube como herança em vida ao filho (mameluco) Affonso Sardinha - o Moço, que morre em 1604 no meio de uma batalha com nativos. É assim que a Aldeia & Porto Carapocuyba tem, entre 1557 e 1610, tanto valor estratégico quanto a Santa Anna de Parnaíba, que cresce despovoando São Paulo. ver mais
Atualizado em 31/10/2025 06:35:16 Plano hidrográfico das bacias dos rios Paraná e Paraguai, abrangendo as regiões de São Paulo e Mato Grosso ![]() Data: 1700 Créditos: bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/15501 Cartas Sertanistas (mapa
Atualizado em 31/10/2025 06:35:18 Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco
• 1°. Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco 1912 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,05 km); aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transportá-las com sua carga por terra. [Página 1018] ver mais
• 1°. Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,045 km; aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transporta-las com sua carga por terra. [Página 1018] • 2°. Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,05 km); aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transportá-las com sua carga por terra. [Página 1018]
Atualizado em 31/10/2025 06:35:22 “Sorocaba no passado produziu ferro com minério próprio e muito ouro”, Miguel Olavo de Sant´Anna, jornal Diário de Noite
• 1°. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais” • 2°. “Proposta de dois paulistas para a exploração das minas de Araçoyava: Carta dos Capitães Mores das Villas de Sorocaba e Itú” Sobre o assunto localizamos no Arquivo do Estado uma petição de dois paulistas para explorar ferro em Arassoiava, documento antigo que transcrevemos na íntegra como curiosidade: "Proposta de dois paulistas para a exploração das minas de Araçoyava, hoje do Ipanema: Carta dos Capitães Mores das Villas de Sorocaba e Itú. Ilustríssimo Exmo. Senhor: Temos a honra de recebermos a de V. Exa. sobre cujo contexto faremos a V. Exa. presente que o morro de que se tem extraído ferro e aço, se denomina Arasoyava, sito no termo da Villa de Sorocaba, distante da mesma duas léguas e meia. Que é muito grande e terá de circuito sete léguas mais ou menos. Que é muito abundante de pedras de ferro e aço e de lenha para o carvão, que nem a posteridade sentirá falta. Que é banhado de ribeiras, que dão excelente comodo para todo, e qualquer artifício preciso para a intentada Fábrica, e que nas suas fraldas se acha uma grande campina para pasto de animais de que a mesma fábrica há de necessitar para, e condução das lenhas, e do mesmo ferro e aço extraído. Que essa condução até ao porto de Santos é fácil, e comoda, e muito mais será franqueando V. Exa. aquele Caminho, como intenta, e que enfim é aquele lugar proporcionado por Superior Destino, para o estabelecimento da referida Fábrica, e quanto este será de inexplicável utilidade a toda a Capitania e Estado, é bem patente as grandes luzes de V. Exa. Em tempo do governo do Exmo. antecessor de V. Exa., Dr. Luiz Antonio de Sousa formou-se uma Sociedade entre Capitão Jacinto José de Abreu, Antonio Lopes de Azevedo e outras. Foi por estes construída a Fábrica sendo mestre dela João de Oliveira Figueiredo, que por pouca noção que tinha daquela arte, não pôde ser útil a Sociedade. Perdurou esta por espaço de oito anos mais ou menos em que se fizeram muitas arrobas de ferro, de que se acham espalhadas muitas obras por esta Capitania. A falta de forças e a meação daqueles Sócios e a imperícia daquele Mestre, que apenas fazer o ferro a malho e não fundido de que não correspondia ao custo do rendimento, fizeram desfalecer, e de todo extinguir-se a dita Fábrica e dela até o presente só se acham sinais.Estamos prontos para fazermos ressuscitar e a estabelecermos a ponto de utilidade e conveniência com as condições seguintes:A promessa que faça V. Exa. vir um mestre inteiramente perito daquela arte e que se transporte até essa Capital já pago pela Real Fazenda, e ao depois interessara conosco em a terça parte dos lucros. A segunda que seja a referida Fábrica isenta de todo o encargo e Direitos Fiscais por tempo de oito anos. A terceira que outra nenhuma pessoa se possa nela intrometer, e seja somente permitida a nós, cá nossos filhos, e passada a duração destas vidas querendo S. Majestade tomar a si, si nos pagarão pela Real Fazenda as benfeitorias, e pertences da mesma Fábrica por laudo de quatro árbitros, dois de parte da mesma Fazenda e dois da nossa. Preenchidas estas condições poremos todas as forças para construirmos com a possível brevidade a referida fábrica de que o futuro percebera o mais avultado interesse e Real Erário. Estes são os nossos fieis sentimentos e depois de dar-nos a nos mesmos, mutuamente os parabéns por tão ilustrado Governo que nos assegura as maiores fortunas beijamos a mão de V. Exa. e que Deus guarde felizmente por dilatados anos como nos é mister. São Paulo, 12 de julho de 1788. De V.Exa. humildes, e obedientes súditos; assinados: Claudio de Madureira Calheiros, Vicente da Costa Taques Góes e Aranha". O despacho do governador a essa carta foi o seguinte: "O Governador Bernardo José de Lorena levando do conhecimento de Martinho de Mello esta carta em data de 2 de agosto de 1788 disse o seguinte Como relação a estes dois dignos paulistas. Tendo achado nesta Cidade o Capitão-Mór de Sorocaba que dizem ser de boa conduta e tem seus créditos de rico e seu Cunhado o Capitão-Mór de Itu não sei se pode tanto, mas tem juízo, e ambos mostram muito zelo pelo serviço. Bernardo José de Lorena - Governador".
Atualizado em 29/10/2025 23:44:44 Repertório das sesmarias. Edição fac-smilar, 1994
• 1°. Morgado de Mateus concedeu sesmaria no morro de Biraçoiaba a Domingos Ferreira Pereira Domingos Ferreira Pereira e seus sócios. Um morro sito no termo da vila de Sorocaba para dele se extraírem lenhas para a fábrica de caldear ferro que ali se pretende erigir por ordem de S. Majestade. Morro este denominado Cracuyaba, distante da mesma três léguas, onde fizera as experiências necessárias para a extração de ferro e outros metais. [27775] • 2°. Sesmaria Antonio Bicudo de Barros. Três léguas de terras de testada, não excedendo uma de fundo no distrito da vila de Sorocaba. Uma campina rodeada de matos, principiando das pederneiras pretas até testar com o mato de Cahajurú e tem de largura em algumas partes meia légua e nas mais muito menos excetuando onde faz um braço e ressaca que faz uma restinga de Campo que terá uma légua, cuja campina é distante da dita vila de Sorocaba 18 léguas pouco mais ou menos. • 3°. Sesmaria José Camargo Paes, Pedro Rocha Souza e Anna Paes de Barros, moradores na freguesia da Cutia, 3/4 léguas de terras de testada e uma légua de sertão na paragem chamada Itacolomy e Mato Dentro, confrontando com as terras de D. Maria Pinta na mesma e nos lados com as terras que possuem os religiosos de N. S. do Carmo, André Gonçalves Cadaval e Jeronymo Correia de Meyra e o sertão, correndo o rumo entre o Norte e Noroeste com todos os matos dos seus cultivados, fazendo-se pião onde for mais conveniente. José Camargo Paes, da vila de Sorocaba. Três léguas de terras na paragem do bairro denominado o Ribeirão Juruparã e dentro deste e entre as terras pertencentes a José Vieira Nunes e as de João Rolim de Moura as quais confinam até o Ribeirão de Pirapora, que terá meia légua pouco mais ou menos em quadra, e que da parte dalém deste ribeirão, se acha outra sorte de terras que lhe servirá de testada entre as de João de Souza e Pedro Machado, que terá uma légua pouco mais ou menos e légua e meia de sertão para o sul, ou seguindo-se o rumo que na verdade for de sertão das terras do sobredito João de Souza e Pedro Machado. José de Campos Bicudo. No rio Sorocaba. Uma légua de terras em quadra, começando de fronte a uma barra que faz o rio Tatuhy no rio Sorocaba, correndo dai pelo rio abaixo a rumo direito até entestar em terras dos moradores da vila de Outú. [Página 284]
Atualizado em 31/10/2025 06:35:23 A provincia de S. Paulo; trabalho estatistico, historico e noticioso destinado a Exposição industrial de Philadelphia ![]() Data: 1875 Créditos: Joaquim Floriano de Godoy (1826-1902) Página 18
• 1°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? Em Cananéa, há os rios Sorocaba, Verde, Una, Nundiahy, Carvalho, Prelado, Guatenduva, Itinguassú, Itinga-Mirim e Caxoeira. Tem, por consequência, o município de Cananéa doze rios e ribeirões. Rios do litoral O principal rio do litoral é sem contestação o Rio da Ribeira, que por só só e seus afluentes ocupa a metade da região marítima. Além disso seu volume d´água é o mais respeitável. O Ribeira tem sua origem na face oriental da Cordilheira Marítima em sua declinação para o sul, conhecida por Serra Graciosa. Recebe igualmente águas das vertentes boreais das serras Maicatira e Cavoca. O Ribeira toma maior volume no porto do Apiahy e dai até a foz do ribeirão dos Pilões, seu afluente boreal, segue caminho para noroeste; desse ponto até o rio Pedro Cubas sua direção é de oeste para leste, fazendo nesse trajeto uma curva para o sul. Desde a foz do Pedro Cubas até a vila de Xiririca o rumo que segue o Ribeira é de sudoeste para nordeste. De Xiririca inclina-se para nordeste até o rio Etá que lhe aflue pela margem esquerda. Até a foz do ribeirão das Laranjeiras segue de oeste para leste e desse ponto até o rio Jaquiá vai rumo sudoeste para nordeste. Os rios Ribeira e Juquiá, formando um só voluma de água, seguem até o oceano onde desembocam. Os afluentes do Ribeira em sua margem direita são os rios Assungy, São Sebastião, Tatupeva, Pedras, Jaguary, Pardo (...) [Página 18] • 2°. Istoria Delle Gverre del Regno del Brasile, parte prima, 1698 O principal rio do litoral é sem contestação o Rio da Ribeira, que por só só e seus afluentes ocupa a metade da região marítima. Além disso seu volume d´água é o mais respeitável. O Ribeira tem sua origem na face oriental da Cordilheira Marítima em sua declinação para o sul, conhecida por Serra Graciosa. Recebe igualmente águas das vertentes boreais das serras Maicatira e Cavoca. O Ribeira toma maior volume no porto do Apiahy e dai até a foz do ribeirão dos Pilões, seu afluente boreal, segue caminho para noroeste; desse ponto até o rio Pedro Cubas sua direção é de oeste para leste, fazendo nesse trajeto uma curva para o sul. Desde a foz do Pedro Cubas até a vila de Xiririca o rumo que segue o Ribeira é de sudoeste para nordeste. De Xiririca inclina-se para nordeste até o rio Etá que lhe aflue pela margem esquerda. Até a foz do ribeirão das Laranjeiras segue de oeste para leste e desse ponto até o rio Jaquiá vai rumo sudoeste para nordeste. Os rios Ribeira e Juquiá, formando um só voluma de água, seguem até o oceano onde desembocam. Os afluentes do Ribeira em sua margem direita são os rios Assungy, São Sebastião, Tatupeva, Pedras, Jaguary, Pardo (...) [Página 18]
“Descobrimento” da América 12 de outubro de 1492, quarta-feira. Atualizado em 06/10/2025 19:00:06 Relacionamentos • Pessoas (4) Cristóvão de Colombo (1451-1506), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Martim Alonso Pinzon, Oscar Ferdinand Peschel (1826-1875) • Temas (13): Algodão, Assassinatos, Caciques, Caminho do Peabiru, Cristãos, Curiosidades, Descobrimento do Brazil, Deus, Farinha e mandioca, Inferno, Karaibas, Metalurgia e siderurgia, Ouro ![]()
Atualizado em 31/10/2025 06:35:27 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764 ![]() Data: 1720 Créditos: bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/15628 01/01/1720
• 1°. Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco 1912 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,045 km; aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transporta-las com sua carga por terra. [Página 1018] ver mais
Atualizado em 31/10/2025 06:35:30 “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP* ![]() Data: 1971 Página 10
• 1°. São Tomé e o Caminho do Peabiru O nativo vinha e ia, despreocupado de roteiros. Seguia a direção apenas geral e remota, dos rios e dos montes, “caminhos quase sem caminhos; incertos e tênues caminhos, em parte marcados no solo... em parte nos galhos das árvores”. Isto, em toda a costa dos descobrimentos portugueses. Em São Vicente, a exceção. Vestida de mistério, galgando a serra do mar, oferecia-se ao europeu estrada definida, antiga, visivelmente transitada. Oito palmos de largura, mergulhando nas distâncias interiores. Os que naqueles primeiros dias de Brasil viram o trecho de serra acima, reconhecendo que pouco perdia para as vias de Portugal, quiseram saber: “Que é isto? Quem realizou este trabalho?” “Peabiru!”, respondeu o nativo. • 2°. Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil” Nos dois primeiros séculos de Brasil, a crença em uma anterior estada física de São Tomé, estava acima de dúvidas. Fizera um intervalo em suas tarefas na Índia para vir falar de Cristo aos nossos nativos. Na crônica daqueles anos não há voz discordante. Em 1515, a "Nova Gazeta da Terra do Brasil", refere-se a "lembrança que os nativos tinham de São Tomé, cujas pegadas quiseram mostrar aos portugueses". [Página 5] • 3°. Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” • 4°. Carta de Manoel da Nóbrega Manoel da Nóbrega, contra quem não cabe o rótulo de fantasioso, noticiou em carta de 1549: "Dizem eles que São Tomé, a quem eles chamam Zamé, passou por aqui, e isto lhes ficou por dito de seus antepassados, e que suas pisadas estão assinaladas junto de um rio, as quais eu fui ver por mais certeza da verdade, e vi com meus próprios olhos quatro pisadas mui sinaladas com seus dedos, as quais cobre o rio quando enche; dizem também que, quando deixou estas pisadas, ia fugindo dos índios que o queriam flechar, e chegando ali, se lhe abrira o rio e passara por meio dele à outra parte, sem se molhar, e dali fôra para a Índia." [p. 6] • 5°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” A este ponto, Tomé de Sousa não hesitou. Nada de arriscar-se. Preferiu indispor-se com os jesuítas a deixar vulnerável os domínios do seu rei. Ao qual escreveu a 1 de junho de 1553: “Achei que os de São Vicente se comunicavam muito com os castelhanos e tanto que na Alfandega rendeu este ano passado cem cruzados de direitos de coisas que os castelhanos trazem a vender. E por ser esta gente que parece que por castelhanos não se pode V.A. desapegar deles em nenhuma parte, ordenei com grandes penas que este caminho se evitasse, até o fazer saber a V.A. e por nisto grandes guardas e foi a causa por folguei de fazer as povoações que tanto dito no campo de São Vicente de maneira que me parece que o caminho estará vedado (...)” [Página 12] • 6°. Peabiru É seu Tomé de Souza que o impede de partir. A 15 de junho de 1553, relata ao padre Luís Gonçalves da Câmara porque não seguira ainda: "... a principal causa de todas para atrapalhar foi fechar o caminho por causa de os castelhanos, que estão a pouco mais de 100 léguas desta capitania. E tem-se por certo haver muita prata nessa terra, e tanto que dizem haver serras delas, e muita notícia de ouro, cujo serro está neste caminho..." [“Peabiru”, 10.1971. Hernâni Donato do IHGSP. Página 12] • 7°. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada A proibição foi travo amargo para Nóbrega. O Paraguai era seu objetivo. Acreditava-se em terras portuguesas. E lá estava o núcleo maior de nativos, a junção de grandes rios, a abertura para o coração do continente. É seu amigo Tomé de Souza que o impede de partir. A 15 de junho de 1553, relata ao padre Luís Gonçalves da Câmara porque não seguira ainda: "...a principal causa de todas para atrapalhar foi fechar o caminho por causa de os castelhanos, que estão a pouco mais de 100 léguas desta capitania. E tem-se por certo haver muita prata nessa terra, e tanto que dizem haver serras delas, e muita notícia de ouro, cujo serro está neste caminho..." [Página 11] • 8°. “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão” Nos fins de 1553, o mesmo Nóbrega que tanto insistia em jornadear o caminho e tanto lamentaria o seu fechamento, enviou padres e irmãos que se juntassem aos nativos e erguessem o colégio que logo seria povoação. [Página 12] • 9°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão Teria sido também para mantê-lo (o Caminho do Peabiru), além da ameaça do tupiniquim que de amigo se tornara inimigo, que em 1560, abriu-se o áspero caminho do Cubatão, ligando São Paulo ao lagamar vicentino. É bem pode ter ocorrido que, para seguir à risca a ordenança, deixou-se parecer a fundação de Maniçoba (proximidade da atual cidade de Itu), o primeiro aldeamento no sul do Brasil). Houve longo silêncio sobre o Peabiru. "Perdeu-se de tal modo a tradição desse caminho - lamenta-se Batista Pereira em sua carta a Paulo Duarte - que, apesar de saber quanto Santo André lhe estava à orla, a localização da vila à borda do campo era até há pouco um problema". • 10°. Partida da expedição de Bras Cubas* De poucas violações se tem notícias. Assis de Moura revela algumas. De São Paulo tocou-se para o sertão gente como "Diogo Nunes, na sua viagem ao Paraguai e ao Peru; o nativo Miguel, cristão convertido de São Vicente, que regressava do Paraguai à sua redução; Bras Cubas e Luís Martins que, em 1562, se internaram pelo país em distância de 300 léguas". Estes já não seguiam caminho chamado Peabiru mas, dizia-se, de São Tomé. • 11°. Guerra A proibição foi cumprida. Para nativos, plebeus e nobres, portugueses e castelhanos. Mesmo gente como João de Salazar, Melgarejo e filhos de Luís Góis, querendo ir ao Paraguai e não vendo outro roteiro senão aqueles vedado, não obtiveram a necessária licença. E uma vez conhecida a sua intenção, passaram a ser vigiados. Os tupis eram ótimos para o serviço de observação. Tão ciosos, que da vigilância passaram à perseguição. Lá se foram os fidalgos espanhóis, às escondidas, até encontrar o rio, onde lhes foi possível embarcar. Anos mais tarde, um grupo de gente paraguaia aproximou-se de São Paulo. A indiada tupi, afeita ao controle do caminho, caiu-lhe em cima e todos teriam morrido, não fosse a decidida intervenção dos jesuítas. Mesmo para os soldados ludos estava vetado o Peabiru. Em 1584, para a guerra contra os carijós, as forças velejaram pelo litoral, alongando o caminho, a fim de não romper a proibição. • 12°. “os oficiais ordenaram que sejam feitos serviços de manutenção do caminho do Ipiranga, que é no rumo do caminho do mar” • 13°. Hernando Arias estimula a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos Do outro lado, do rio Paraná não houve proibição e sim desejo de retomar contato, chegar por terra ao Atlântico sem as dificuldades e as latitudes do Prata. Em novembro de 1603, quatro soldados de Vila Rica do Espírito Santo romperam em São Paulo. Viagem tranquila, calçada nos antigos roteiros e um século atrás. Causaram assombro. Tal como vieram os quatro, poderiam vir quatrocentos, caravanas de mercadores ou magotes de assaltantes. Mas também os de São Paulo poderiam surpreender os de lá. Havia lembranças e crônicas do caminho das selvas - da "estrada nacional dos nativos". São Paulo festejou os quatro exploradores. Promessas foram feitas. Pensar-se-ia no reatamento de relações, iriam os daqui e receberiam bem os que aparecessem. No fim da visita, o pretexto de cordialidade e despedidas, doze (outros documentos dizem quinze) paulistanos acompanharam os visitantes. Teriam levado a missão secreta de "conhecer e levantar novamente o roteiro do Peabiru". A partir daí, o caminho retomou por algum tempo a sua importância. Em muitos pontos, o longo traçado já não seria mais que referências, sinais, memórias. Tinham-se acabado a imponência e os cuidados viários que lhe haviam imprimido seus construtores. • 14°. parte de São Paulo a grande bandeira comandada por Raposo Tavares tendo como imediato Manoel Preto que atacou as reduções jesuíticas e aldeias guaranis, com 69 portugueses, 900 mamelucos e 3 mil índios Em 1628, quando Raposo Tavares levou ao Guairá uma das maiores e principais bandeiras saídas de Piratininga, seguiu o roteiro que Alfredo Ellis Júnior retraçou assim: "Saindo de São Paulo, foi pela crista planaltina bordejante da Serra do Mar. Pinheiros, Apotribu, Quitaúna, Maruí, etc., foram deixados para trás, como marcos de uma caminhada em direção de Guairá. Por fim, eis Araçoiaba..."
Em 1557 Sardinha recebe a vasta região de Ybitátá em troca (escambo) da construção de uma ponte no Rio Jeribatiba para escoamento de mantimentos essenciais à villa, e aqui constitui fazenda 1557. Atualizado em 24/10/2025 02:38:22 Relacionamentos • Cidades (4): Carapicuiba/SP, Santo Amaro/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (1) Afonso Sardinha, o Velho (26 anos) • Temas (9): Bituruna, vuturuna, Butantã, Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Pinheiros, Serra de Ibituruna
Atualizado em 31/10/2025 06:35:38 Jornal Correio Paulistano/SP ![]() Data: 1962 Página 12
• 1°. Sesmaria a Ruy Pinto, cavaleiro da Ordem de Cristo • 2°. D. Francisco elevou o novo local com o nome de vila de São Filipe: “Entre 1611 e 1654, tudo é silêncio, menos as sesmarias de André Fernandes, uma das quais êle doou antes de 1648, ano de sua morte, a Baltazar” Em 1611 dita povoação transferiu-se para Itavuvu. Em 1654 Baltazar Fernandes fundou Sorocaba e em 1661, criado o município deste nome, os bairros que hoje fazem parte de Araçoiaba da Serra, inclusive o Campo Largo de Sorocaba tem a sua história em comum com o daquele município. O povoamento foi contemporâneo. Quando Baltazar Fernandes deu terras ao Mosteiro de São Bento em Sorocaba mencionou os limites com Braz Esteves. A fazenda deste era tão grande que estava na sede já nos limites atuais com Tatuí, na barra do Tatuí no Sorocaba. Nesse local existiu, pois, a primeira casa e Capela de Araçoiaba da Serra enquanto território, cerca de 1660 a 1700. Então desaprovou-se de novo, vindo a imagem para a matriz de Sorocaba (Era Nossa Senhora da Conceição). A cruz foi erguida ha poucos anos no alto fronteiro à cidade. • 3°. Enquanto Baltazar fundava Sorocaba, a Coroa portuguesa voltou a se interessar pelas jazidas de ferro do morro Araçoiaba. Por isso, em 1660 ela proibiu a exploração do local por particulares, sob pena de morte, mas não realizou nenhum empreendimento O povoamento foi contemporâneo. Quando Baltazar Fernandes deu terras ao Mosteiro de São Bento em Sorocaba mencionou os limites com Braz Esteves. A fazenda deste era tão grande que estava na sede já nos limites atuais com Tatuí, na barra do Tatuí no Sorocaba. Nesse local existiu, pois, a primeira casa e Capela de Araçoiaba da Serra enquanto território, cerca de 1660 a 1700. Então desaprovou-se de novo, vindo a imagem para a matriz de Sorocaba (Era Nossa Senhora da Conceição). A cruz foi erguida ha poucos anos no alto fronteiro à cidade. • 4°. O auge do bandeirismo sorocabano ou sua marcha para oeste situa-se entre 1680, quando João Antunes Maciel criou nos campos do Pirapora a sua sede ou ninho de águias, com os filhos já meninos, e Pascoal Moreira Cabral e André de Zunega e Braz Mendes Pais se habituam a ir anualmente, pelo rio Tietê ou pelo Paranapanema na ida, sempre por êste caminho e na volta ao atual sul de Mato Grosso • 5°. Em São Bento, o lindo grupo de Santa Ana e Nossa Senhora veio depois de 1700, pois o primeiro titular após a saída de Nossa Senhora da Ponte para a matriz, era a Nossa Senhora da Visitação • 6°. Surge a então Vila Campo Largo, sob o termo da Vila de Sorocaba • 7°. Monumento do barco de pedra é danificado. Por Jéssica Nascimento, em jornalcruzeiro.com.br
Martim Afonso preside a primeira eleição popular no planalto de Piratininga e instala a primeira Câmara de Vereadores na Borda do Campo outubro de 1532. Atualizado em 25/02/2025 04:46:49 Relacionamentos • Cidades (3): São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (2) João Ramalho (46 anos), Martim Afonso de Sousa (32 anos) • Temas (9): Caminho do Mar, Eleições, Estradas antigas, Pela primeira vez, Rio Mogy, Rio Piratininga, São Paulo de Piratininga, Trilha dos Tupiniquins, Vila de Santo André da Borda
Atualizado em 31/10/2025 06:35:43 Monções: Os Fantasmas Do Rio Um Estudo Sobre A Memória Das Monções No Vale Do Médio Tietê, Valderez Antonio Da Silva ![]() Data: 2004 Créditos: Valderez Antonio Da Silva Página 17
• 1°. D. Luís requereu ao ouvidor da capitania, então Amador Bueno Porém, a mais antiga expedição fluvial pelo Tietê, na qual o rio e seus acidentes figuram documentados em mapa, é a do espanhol Dom Luiz Céspedes Xeria, nomeado capitão-general do Paraguai e casado com uma portuguesa em São Vicente. (..) Em seu tosco mapa, ou borón, que Affonso de Taunay fez copiar no Arquivo Geral das Índias em Sevilha, aparece o embarcadouro por ele denominado Porto de Nossa Senhora de Atocha, Nardy Filho é um dos que opinam em favor de Araritaguaba (Porto Feliz) na busca de identificação desse porto, questão não tranquila, já que o número de léguas abaixo da Vila de "San Pablo de Brasil", quarenta, indicado por Céspedes Xeria, é bastante superior à distância que efetivamente existe até Porto Feliz. Surge também a dúvida quanto à localização do Porto de Pirapitingui, onde teria desembarcado anos antes, em 1610, o próprio fundador de Itu, Domingos Fernandes. Pretende Nardy Filho que tanto o Porto de Nossa Senhora de Atocha, do espanhol, quanto o Pirapitingui das velhas crônicas, seriam em verdade o Araritaguaba, já conhecido e utilizado pelos paulistas de Piratininga em suas descidas ao sertão. É de se notar ainda a existência de opinião e favor do Porto Góes, remanso imediatamente abaixo do Ytu Guaçu, a cachoeira hoje situada junto à cidade de Salto, como possível embocadouro de Céspedes Xeria e outras expedições, alegando-se sua grande proximidade com Itu. Embora a conclusão de Nardy Filho possa parecer precipitada, ao menos no que se refere ao Pitapitingui, em seu favor está realmente o argumento de que a partir de Porto Feliz a navegação pelo Tietê torna-se mais tranquila. Porém, àquela altura do século XVII sequer a sesmaria havia sido pleiteada por Antônio Aranha Sardinha e os registros disponíveis não dão conta de nenhuma povoação estável, a não ser a possível e anterior presença se uma aldeia guaianá nos arredores do paredão de pedra, perpendicular ao rio, justamente nomeado pelos nativos Araritaguaba, no significado de pedra onde as araras comem. • 2°. Luis de Céspedes García Xería Parte em direção ao Guayrá, via Tietê e Paraná Porém, a mais antiga expedição fluvial pelo Tietê, na qual o rio e seus acidentes figuram documentados em mapa, é a do espanhol Dom Luiz Céspedes Xeria, nomeado capitão-general do Paraguai e casado com uma portuguesa em São Vicente. (..) Em seu tosco mapa, ou borón, que Affonso de Taunay fez copiar no Arquivo Geral das Índias em Sevilha, aparece o embarcadouro por ele denominado Porto de Nossa Senhora de Atocha, Nardy Filho é um dos que opinam em favor de Araritaguaba (Porto Feliz) na busca de identificação desse porto, questão não tranquila, já que o número de léguas abaixo da Vila de "San Pablo de Brasil", quarenta, indicado por Céspedes Xeria, é bastante superior à distância que efetivamente existe até Porto Feliz. Surge também a dúvida quanto à localização do Porto de Pirapitingui, onde teria desembarcado anos antes, em 1610, o próprio fundador de Itu, Domingos Fernandes. Pretende Nardy Filho que tanto o Porto de Nossa Senhora de Atocha, do espanhol, quanto o Pirapitingui das velhas crônicas, seriam em verdade o Araritaguaba, já conhecido e utilizado pelos paulistas de Piratininga em suas descidas ao sertão. É de se notar ainda a existência de opinião e favor do Porto Góes, remanso imediatamente abaixo do Ytu Guaçu, a cachoeira hoje situada junto à cidade de Salto, como possível embocadouro de Céspedes Xeria e outras expedições, alegando-se sua grande proximidade com Itu. Embora a conclusão de Nardy Filho possa parecer precipitada, ao menos no que se refere ao Pitapitingui, em seu favor está realmente o argumento de que a partir de Porto Feliz a navegação pelo Tietê torna-se mais tranquila. Porém, àquela altura do século XVII sequer a sesmaria havia sido pleiteada por Antônio Aranha Sardinha e os registros disponíveis não dão conta de nenhuma povoação estável, a não ser a possível e anterior presença se uma aldeia guaianá nos arredores do paredão de pedra, perpendicular ao rio, justamente nomeado pelos nativos Araritaguaba, no significado de pedra onde as araras comem. • 3°. Conduzido por André Fernandes, Luis Céspedes e sua comitiva chegam no “Porto misterioso": Nossa Senhora de Atocha Porém, a mais antiga expedição fluvial pelo Tietê, na qual o rio e seus acidentes figuram documentados em mapa, é a do espanhol Dom Luiz Céspedes Xeria, nomeado capitão-general do Paraguai e casado com uma portuguesa em São Vicente. (..) Em seu tosco mapa, ou borón, que Affonso de Taunay fez copiar no Arquivo Geral das Índias em Sevilha, aparece o embarcadouro por ele denominado Porto de Nossa Senhora de Atocha, Nardy Filho é um dos que opinam em favor de Araritaguaba (Porto Feliz) na busca de identificação desse porto, questão não tranquila, já que o número de léguas abaixo da Vila de "San Pablo de Brasil", quarenta, indicado por Céspedes Xeria, é bastante superior à distância que efetivamente existe até Porto Feliz. Surge também a dúvida quanto à localização do Porto de Pirapitingui, onde teria desembarcado anos antes, em 1610, o próprio fundador de Itu, Domingos Fernandes. Pretende Nardy Filho que tanto o Porto de Nossa Senhora de Atocha, do espanhol, quanto o Pirapitingui das velhas crônicas, seriam em verdade o Araritaguaba, já conhecido e utilizado pelos paulistas de Piratininga em suas descidas ao sertão. É de se notar ainda a existência de opinião e favor do Porto Góes, remanso imediatamente abaixo do Ytu Guaçu, a cachoeira hoje situada junto à cidade de Salto, como possível embocadouro de Céspedes Xeria e outras expedições, alegando-se sua grande proximidade com Itu. Embora a conclusão de Nardy Filho possa parecer precipitada, ao menos no que se refere ao Pitapitingui, em seu favor está realmente o argumento de que a partir de Porto Feliz a navegação pelo Tietê torna-se mais tranquila. Porém, àquela altura do século XVII sequer a sesmaria havia sido pleiteada por Antônio Aranha Sardinha e os registros disponíveis não dão conta de nenhuma povoação estável, a não ser a possível e anterior presença se uma aldeia guaianá nos arredores do paredão de pedra, perpendicular ao rio, justamente nomeado pelos nativos Araritaguaba, no significado de pedra onde as araras comem.
“Estas ilhas (São Vicente e Santo Amaro), os portugueses crêem ficar no continente que lhes pertence, dentro da sua linha de partilha; eles porém se enganam 1530. Atualizado em 30/10/2025 06:06:19 Relacionamentos • Cidades (6): Cananéia/SP, Guarujá/SP, Iguape/SP, Laguna/SC, São Sebastião/SP, São Vicente/SP • Pessoas (10) Giovanni Caboto, Alonso de Santa Cruz, Bacharel de Cananéa, Caiubi, senhor de Geribatiba, Diogo Garcia de Moguér, Francisco I da Áustria (1768-1835), Gonçalo da Costa, Martim Afonso de Melo Tibiriçá (60 anos), Piqueroby (50 anos), Sebastião Caboto (54 anos) • Temas (14): Baia e río do Repayro, Galinhas e semelhantes, Geografia e Mapas, Ilha de Barnabé, Ilha de Santo Amaro, Jurubatuba, Geraibatiba, O Sol, Pela primeira vez, Porcos, Porto dos Patos, Rio da Prata, Rio dos patos / Terras dos patos, Rio São Francisco, Tordesilhas ![]()
Atualizado em 30/10/2025 01:57:41 Santos, Heróis ou Demônios? Sobre as relações entre índios, jesuítas e colonizadores na América Meridional (São Paulo e Paraguai/Rio da Prata, séculos XVI-XVII), 2012. Fernanda Sposito. Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutora em História. Orientador: Prof. Dr. Pedro Puntoni
• 1°. Havia indígenas transitando Uma rota importante, que representa o grande interesse e conexão entre a vila de São Paulo e o lado espanhol da América, era aquela que, partindo da capitania vicentina, chegava à região do Guairá e culminava nos atuais territórios de Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Aventa-se que tal caminho, por sua vez, seria um aproveitamento de trajetos pré-coloniais, denominado Peabiru, que passaram a ser utilizados pelos exploradores desde os primeiros anos da conquista da América, mas cuja autenticidade, segundo Sérgio Buarque de Holanda, seria difícil de verificar, uma vez que se mistura aos “motivos edênicos” da colonização. Isso porque os religiosos buscavam encontrar nos relatos de nativos das diversas partes da América indícios de que São Tomé tivesse vindo ao continente, segundo interpretavam a partir de algumas passagens bíblicas. Para os jesuítas, como Montoya, se os índios diziam que fora um antigo ser mítico, Zumé, que teria lhes legado tal caminho, isso seria a prova da vinda de São Tomé, o que fez com que o Peabiru fosse rebatizado pelos padres como Caminho de São Tomé. Na versão que da abertura dessa estrada nos conservou o Padre Antônio Ruiz de Montoya, da Companhia de Jesus, alude-se à fama corrente em todo o Brasil, entre os moradores portugueses e aos naturais que habitavam a terra firme, de como o santo apóstolo principiou a caminhar por terra desde a Ilha de São Vicente, “em que hoje se vêem rastros, que manifestam esse princípio de caminho [...], nas pegadas que [...] deixou impressas numa grande penha, em frente à barra, que segundo público testemunho se vêem no dia de hoje, a menos de um quarto de légua do povoado”. “Eu não as vi”, pondera o missionário, mas acrescenta que à distância de duzentas léguas da costa, terra adentro, distinguiram, ele e seus companheiros, um caminho ancho de oito palmos, e nesse espaço nascia certa erva muito miúda que, dos dois lados, crescia até quase meia vara, e ainda quando se queimassem aqueles campos, sempre nascia a erva e do mesmo modo. “Corre este caminho”, diz mais, “por toda aquela terra, e certificaram-se alguns portugueses que corre muito seguido desde o Brasil, e que comumente lhe chamam o caminho de São Tomé, ao passo que nós tivemos a mesma relação dos índios de nossa espiritual conquista”. [Páginas 42, 43 e 44] No entanto, Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958) é mais categórico. Para ele, não só é possível afirmar que tal rota existiu, como se poderia delimitar seu trajeto. Assim, o Peabiru teria cerca de 200 léguas (1.200 quilômetros), iniciando-se em São Vicente, subia para São Paulo, passando por Sorocaba, Botucatu, seguindo pelo rio Paranapanema e atingindo o rio Tibagi (no território do atual Estado do Paraná). Nesse ponto, abria-se uma bifurcação: o primeiro caminho descia ao sul, em direção aos Patos (atual território de Santa Catarina) e o segundo seguia o Paranapema até a confluência com o rio Paraná, em direção ao norte. A partir daí, entrava-se no rio Ivinheima (afluente da margem esquerda do Paraná) e, por terra, chegava-se à Vacaria, culminando no território do atual Mato Grosso do Sul. Estas rotas indicariam, portanto, os meios de acesso através da capitania de São Vicente às regiões das reduções do Guairá, Itatim, Uruguai e Tape. Os dois núcleos principais em torno dos quais gravitam as questões abordadas nesse trabalho – São Paulo no Brasil e Assunção nas Índias de Castela – estavam sob jurisdição de cada um dos reinos, mas também foram governadas por uma só Coroa durante a União Ibérica (1580-1640). Nesse sentido, olhar sobre a região e estas localidades específicas permite-nos uma análise de como o cenário político europeu, as sucessões dinásticas e as disputas entre os reinos repercutiam na administração colonial e no cotidiano de seus habitantes. Para alguns historiadores, esse é um tema de suma importância e buscou-se mostrar como a União Ibérica influenciou numa maior proximidade e conexões entre as partes espanhola e portuguesa da América meridional, como fizeram diversos estudos, tais quais de Alice Canabrava, Rafael Ruiz e José Carlos Vilardaga. Os núcleos principais distavam entre si cerca de 1.300 km de distância. Como discutido acima, essas fronteiras, além de não demarcadas, eram altamente permeáveis, a despeito das reiteradas proibições de livre circulação por parte de cada um dos reinos. [Páginas 44 e 45] • 2°. Fundação de Buenos Aires* • 3°. Oficio. Perdón a cristianos que se han pasado para los yndios. El rey. Valladolid • 4°. Segunda fundação de Buenos Aies • 5°. Viagem que Diego de Palma Carillo y el Padre Francisco de Salcedo hicieron al Brasil por mandado del obispo de Tucumán, para traer religiosos de la Compañía de Jesús y descubrir el camino del Rio de la Plata al Viaza y de aquí al Brasil • 6°. Chegada dos jesuítas à província do Paraguai, embarcados, aliás, da Bahia • 7°. A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto • 8°. Separou-se a Província do Rio da Prata e do Paraguai em 1618, contado, cada uma, com quatro cidades • 9°. Segunda fundação de Sorocaba
Atualizado em 31/10/2025 05:11:58 Historia de La Compañia de Jesús en La Provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia y Brasil). Según los documentos originales del Archivo general de Indias.Tomo I, 1912. R.P. Pablo Pastells ![]() Data: 1912 Créditos: Pablo Pastells Página 153
• 1°. Decreto Real Segundo relatório do Governador do Río de La Plata Hernando Arias de Saavedra a S. M. na província de Viaza e porto de Santa Catalina, suas qualidades, disposição e naturalidade, conforme ordenado pelo Decreto Real de 5 de julho de 1608 Descreve os portos e povoados que existem desde o porto de Buenos Aires até o primeiro da costa do Brasil, as léguas e graus de sua altura, da maneira que atravessa o interior do Paraná ou do Rio da Prata, e as cidades dela, e léguas de uma ou de outra; a travessia de terra do referido rio para o mar; que seria conveniente construir uma vila entre Vera e Santa Catalina e por que razões; que há 100.000 nativos além dos de Guayrá e Uruguai; que saem continuamente para cativar os portugueses; que é conveniente despovoar a Cananea dos portugueses; então por estar na Coroa de Castela, como para poupar os nativos da escravidão, de sua capacidade de prestar contas e de que desejam ter alguém que os ensine; que é conveniente fundar duas cidades para que tudo seja pacificado e os meios para realizá-lo. • 2°. Carta escrita de Assunção em 26 de novembro de 1609 Fundação de Guayrá - Capitão D. Antonio de Añasco, tenente-general do Governador e Chefe de Justiça nas províncias do Paraguai e Río de la Plata por Sua Majestade, comanda o Capitão Pedro García e qualquer outro juiz de Guayrá; que não saiam ou mandem fazer malocas, viagens, nem entrem em nenhuma para a província de Iparanapané; porque sua redução ao PP está comprometida com eles. José Cataldino e Simón Maceta, da Companhia de Jesus, a quem irão e farão vir com a ajuda necessária; nem permitirão que nenhum soldado ou vizinho os perturbe com doenças que estão indo para a mita. E porque nosso povo fez cara de defesa de pessoas sem proteção humana, eles também se voltaram contra eles porque cudicia cega os Srs. e os leva a tanta confusão. E por fazer guerra de dois lados, o inimigo, nesta mesma época e até anos antes, incitou nossos portugueses que estão nas minas de São Paulo, a cerca de sete e cinquenta léguas das cidades de Guairá, a voltar para casa desses índios. como se fossem soldados para levá-los à força e por engano para trabalhar algumas minas que aquela cidade tem e embora alguns se defendam com seus arcos e flechas; [Carta escrita de Assunção em 26 de novembro de 1609. Historia de La Compañia de Jesús en La Provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia y Brasil). Según los documentos originales del Archivo general de Indias.Tomo I, 1912. R.P. Pablo Pastells. Páginas 153 e 154] • 3°. Anual da Província do Paraguai, Chile e Tucumán, dirigida pelo Padre Provincial Diego de Torres ao Padre Geral de Santiago do Chile "Ouvi notícias nesta estrada de que o povo de Tivagiva não é tão numeroso quanto se pensava; mas souberam de inúmeras outras nações e muitos caciques saíram delas e pediram que fossem para suas terras, entre outros um muito poderoso chamado Taiaoba, senhor de muita gente, mandou chamar Padre Melgarejo cujo padre governava aquela nação. O Padre o convidou a dizer-lhe para ir ver Tivagiva com ele, ou enviar pessoas para lá para levá-lo para sua terra, e esperar que tudo isso seja reduzido com a partida deste padre. Eu notei que chegou a Tivajiva, e eles estão em uma grande cidade." • 4°. Carta Sobre o caráter e as indústrias dos moradores da Vila de São Paulo do Brasil em suas malocas tomamos de uma carta do Pe. Justo Mancila Van Surck, dirigida ao Pe. Geral da Companhia de Jesus da Baía de Todos os Santos em 2 de outubro de 1629, o seguinte: "Toda essa Villa de San Pablo é gente sem coração e exaltada, que não presta atenção às leis do Rei ou de Deus, nem tem que ver ou com os juízes superiores deste estado e quando não pode ganhá-los à sua vontade com presentes de ouro Ou índios, ele os amedronta com ameaças, ou se os culpados são poucos, eles fogem para as matas ou para suas fazendas e campos, e aí param, enquanto a justiça estiver na cidade. Em anos passados, alguns desabrigados foram daqui para San Pablo, que ligaram, por ordem do governador, por motivos que não sei quais crimes, e não conseguiram matar ninguém. Outra vez foi um senhorio chamado Antonio Misquita, um homem inteiro e de muitas partes, e como ele apertava um pouco o negócio, atiraram algumas flechas na janela dele, com uma escrita, que essas iam para a janela, mas que outras iam de anos para o coração, se ele não desistisse de apertar o acordo. Toda a sua aldeia, desde a saída da escola até a velhice, nada mais é do que ir e vir, trazer e vender índios (com os quais se vestem de mangas e meias de seda; bebem bom vinho e compram tudo o que lhes chega. ). quero ter). E em toda a cidade de São Paulo não haverá mais de um ou dois, para que não vão cativar índios, nem seus filhos ou outros de sua casa, com tanta liberdade, como se fossem minas de ouro ou prata, que S. M. devolvesse dada licença, essa casa deve-se tirar o máximo possível, até os juízes e clérigos da cidade. E para que tenham algum disfarce ou desculpa para sua audácia contra as leis do Rei, os que forem capitães da entrada, compram algumas provisões do capitão da terra, ou vão descobrir minas, ou confirmar a paz com os índios gentios, ou em busca de alguns índios seus, que injustamente possuíram como escravos, fugindo, ou em busca de alguns portugueses de sua aldeia, que durante anos estiveram naquelas solidões e montanhas cativando índios sem voltar para sua casa". [Historia de La Compañia de Jesús en La Provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia y Brasil). Según los documentos originales del Archivo general de Indias.Tomo I, 1912. R.P. Pablo Pastells. Páginas 188, 189 e 190]
A denominação Santa Catarina aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro 1529. Atualizado em 28/10/2025 11:30:05 Relacionamentos • Cidades (7): Cabo Frio/RJ, Cananéia/SP, Curitiba/PR, Iguape/SP, Laguna/SC, São Sebastião/SP, São Vicente/SP • Pessoas (1) Salvador Pires de Medeiros (1580-1654) • Temas (11): Geografia e Mapas, Ilha de Santa Catarina, Pela primeira vez, Peru, Porto dos Patos, Rio Paraguay, Rio Paraná, Rio São Francisco, Rio Ururay, Santa Catarina, Tordesilhas ![]()
Jean de Laet esteve no Brasil 1596. Atualizado em 25/02/2025 04:40:05 Relacionamentos • Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Mogi Mirim/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (2) Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Jean de Laet (25 anos) • Temas (23): Açúcar, Bairro Itavuvu, Belgas/Flamengos, Caminho de Curitiba, Estradas antigas, Fazendas, Léguas, Montanhas, Nossa Senhora de Montserrate, Ouro, Rio Anhemby / Tietê, Rio Iniambis, Rio Sorobis, Sabarabuçu, Serra de Araçoiaba, Serra de Paranapiacaba, Tordesilhas, Marinha, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Caminho de Piratininga, Carmelitas, Serra do Mar, Colinas
Atualizado em 30/10/2025 01:57:43 “Encontro das Águas”, Marly Therezinha Germano Perecin
Atualizado em 01/11/2025 11:13:29 Historia geral das bandeiras paulistas: escripta á vista de avultada ... ![]() Data: 1927 Créditos: Afonso de E. Taunay Página 54
• 1°. Nascimento de Balthazar Fernandes no Ibirapuera, filho de Manuel Fernandes Ramos (português) e Suzana Dias • 2°. Jerômilo Leitão ordenou um reconhecimento prévio do local* A coincidência dos três nomes não vem a ser de tal ordem que se mostre inaceitável mas num núcleo tão pequeno, como o de São Paulo seiscentista, torna-se realmente extraordinário que se possa admitir a coexistência dos dois Antonio Pereira de Azevedo. Na toponímia de São Paulo diversos Pirapitinguy ha.
Assim se chama um pequeno afluente do Parahyba, cuja foz se acha no município de Pindamonhangaba, um outro ribeirão, afluente do ainda pequeno Jaguary, no vale do Tietê, e um terceiro, afluente insignificante do próprio Tietê junto a Ytú. O único que apresenta afinidades com a geografia do bandeirismo é este. Em todo caso a sua barra é a montante do Salto, naquele trecho de corredeiras, tão lindo e abaixo da Cabreuva. [Página 314] • 3°. Sorocaba (data estimada) Clemente Alvares, um dos patriarcas da mineração do ouro no Brasil, participou de uma expedição ao sertão dos carijós, fazendo Pirapitinguy como base de operações. [Página 258] • 4°. Em sessão da Câmara os oficiais juntos com as pessoas da governança da terra com o mais povo, resolveram pôr em execução o que em S. Vicente, cabeça da capitania, havia sido resolvido Vejamos como em S. Paulo se deu o tumulto anti-jesuitico de 1640. A 2 de julho reuniu-se a Camara comoi para tratar de assumptos da vida coramum. Elegeu-se um vereador, João Fernandes de Saavedra, que obteve vinte e sete votos contra quatro, attribuidos a Paulo do Amaral, o conhecido sertanista, um dos mais dedicados auxiliares de Antonio Raposo Tavares.
Deu-se posse ao novo official, e depois se tratou
da magna questão da ordem do dia. Chegara a São
Paulo, transportada com todo o cuidado e carinho,
uma caixinha em que se encerrara a acta da sessão
dos procuradores municipaes de toda a capitania em
S. Vicente.
Enorme o concurso dos homens de pról, da ^/illa,
anciosos pelo desfecho da longa questão por elles e
seus paes mantida contra os jesuitas, cerca de cento
e trinta homens, entre os quaes os mais notáveis re- presentantes do bandeirismo.
Na assembléa não figurava Antonio Raposo Ta-vares, provavelmente occupado na conducta do soc- corro paulista a Pernambuco, mas nella o representava
o irmão Diogo Tavares, seu fidus achates Paulo do,
Amaral e seu logar tenente da campanha de 1637, Diogo Coutinho de Mello, além de numerosos dos comparticipantes de suas entradas.
Amador Bueno, ouvidor, homem do governoi, também ali não se achava; representavam-no, porém, o
filho, Amador Bueno, o moço, e o genro D. Francisco Rendon de Quevedo.
Além destes, quantos nomes notáveis nos annaes do bandeirismo! a começar por Fernão Dias Paes, Domingos Jorge Velho, Sebastião Fernandes Preto, Bartholomeu Fernandes de Faria, Pedro Vaz de Barros, José Ortiz de Camargo, Ascenso de Quadros e tantos mais! Aberta a caixinha leu o escrivão municipal o documento ao povo, que com estrepitosas acclamações xhouve por bem
o que haviam votado os procuradores e estrepitosamente reclamou da Camara a sua execução. Partiram todos, oficias e populares, em direção ao Colégio. Intimado a comparecer perante a turba amotinada de seus adversários ouviu o padre reitor Nicolau Botelho a ordem expressa de despejarem, ele e a sua comunidade, a vila, dentro de seis dias, devendo recolher-se ao Colégio do Rioi de Janeiro. Tal procedimento dos cidadãos de S. Paulo, declarou a Câmara, era ditado pela razão elementar da mais legitima defesa, «para segurança de suas vidas, honras e fazendas contra os levantamentos dos nativos, de que não viviam seguros, como a experiência tinha mostrado e para a segurança e defensão de todos nas vilas da capitania e neles não tivesse o inimigo entrada". De tudo se daria conta a Sua Magestade e aos seus ministros ou a quem de direito pertencesse. O prazo de seis dias não sofreria dilação alguma a vista da provável subelevação dos nativos e a "calamidade do tempo, em que o inimigo rebelde tinha tantas praças do Estado do Brasil". Os homens bons de São Paulo, incitados a continua vigilância, resolutos a ser ao rei e a evitar alguma indecência (sic) á vista do tumulto e ajuntamento do povo, requeriam aos reverendos padres se submetessem e partissem logo para o Rio, para o qual teriam toda a ajuda e favor. Se se mostrassem contumazes, corria tudo por conta dos advertidos, nunca podendo a Câmara ser responsabilizada pelos graves sucessos prováveis que procurava evitar. • 5°. Acabado o prazo concedido, o povo requereu a execução da medida Na sessão de sete, querendo dar a"rrhas" de sua obediência ás leis de S. Magestado, timbrava a Câmara em deixar no livro de suas atar o vestígio de sua ação anti-escravista. Requereu o procurador Saavedra aos juízes ordinários Fernando de Camargo e Bartholomeu Fernandes de Faria o "socresto" (sequestro) das suas fazendas "moves como de raiz" de vários indivíduos, cuja partida para o sertão se anunciava iminente, como os filhos de Pedro Vaz de Barros, Domingos Barboza (Calheiros), Manuel Peres Calhamares, Jacomo Nunes. O nativo devia-lhe ser confiscado e aldeado. Fosse a Parnaíba expedida precatória para repressão dos que já havim partido.
Estava a esgotar-se o prazo de seis dias e os jesuítas ainda se mantinham no Colégio e sem dar sinal de retirada. Quiz a Câma conceder-lhe um suplemento de tempo, três dias mais e o povo alvorotato, exaltadíssimo, acudiu o Conselho, "requerendo não desse aos ditos padres mais tempo algum, nem dilação alguma". E tal a sua atitude, que o escrivão, redator da Ata, consigna que se pretendeu "fazer força" para que a Câmara puzesse em imediata execução o que deliberara na reunião em São Vicente. Aquilatando esses reclamos exaltados, declararam os oficiais que se afastariam "do decreto na dita junta". Pertinazmente reclamavam os paulistanos a expulsão dos seus adversários ferrenhos. • 6°. Terceira notificação, em nome das duas capitanias de S. Vicente e da Vila de Conceição, dando mais dois dias peremptórios Á sessão de 10 de julho, compareceu novamente grande concurso de cidadãos para fazer a entrega de uma representação que se realizou debaixo de grande "clamor e muita estância muitas vezes da parte de sua magestade para bem desta villa paz e quietação dela e bem comum".
Não se deferisse a decisão tomada na junta dos procuradores. Já se esgotara o segundo prazo e os jesuítas não se iam! Mais dois dias, ahora desta terceira vez, era quanto se podia dar "perentórios do terceiro termo". A esta assembléia assistiu muita gente e muita lhe assinou a Ata; cerca de sessenta paulistas de prol entre os quais muitos nomes de grandes bandeirantes. Entre eles Bartholomeu Fernandes de Faria, Fernando Camargo, Garcia Rodrigues Velho, José Ortiz de Camargo, Matheus Grou, Antonio Bicudo de Mendonça, Dom Francisco de Lemos, Paulo do Amaral, Pedro Vaz de Barros, Diogo Coutinho de Mello, Antonio Pedroso de Barros, Balthazar de Godoy Moreira. O manuscrito divulgado por Antonio Piza dá grande importância á ação dos dois irmãos Rendon, D. Francisco e D. José Matheus nos sucessos desse dia. Saindo de tão grave sessão seguiram incorporados, Câmara e povo, ao terreiro do Colégio. Presentes estavam os seis representantes do poder municipal; os dois juízes, o procurador e três vereadores. Aos brados do povo enfurecido, apareceu á portaria o padre Antonio Ferreira que noticiou a ausência do Reitor, de que se disse substituto. Foi ele quem ouviu a última e petoresca intimação: Despejassem S. Reverências da Companhia "está villa e capitânia e não no querendo fazer sem violência protestavam de não encorrer na ex-comunhão, nem em outras censuras". E ficassem s.s. r.r. sabendo que ninguém os lançava fora "por persuação do demônio ou ódio ou maquerança nem vingança mais que somente por defenderem suas fazendas, honras e vidas e de suas mulheres e filhos como tudo provaria largamente ante juiz competente a qual fazenda vida e honra de outra maneira não podiam defender". Aludia o pretexto á necessidade de se manter o prestígio da raça dominante ameaçdo pelas possível revolta geral dos nativos escravizados. Em alta voz leu a intimação o tabelião Domingos da Mota "que o dito padre bem ouviu" constatou em seu termo o escrivão municipal Manuel Fernandes Velho. Na primeira ATA declarava o escrivão municipal que o vereador José Fernandes Saavedra lhe ordenara deixasse duas meia folhas de papel para assinar o povo "autor de se aver de botar os reverendos padres fora desta vila". E era preciso muito espaço mesmo, porque 226 assinaturas vieram testemunhas a solidariedade do povo paulistano com os seus edis. Representaram muitas os mais ilustres nomes do bandeirismo dos anais da capitania vicentina. Citemos entre os mais famosos, além dos mencionados da apresentação de 10 de julho Luiz Dias Leme, Ascendo de Quadros, Alvaro Netto, Fernão Dias Paes Leme, Domingos Barboza Calheiros, Diogo da Costa Tavares, Henrique da Cunha Gago, Alvaro Rodrigues do Prado. O velho Amador Bueno, até então esquivo, não se escusou agora a acompanhar a corrente triunfante da opinião paulista, quse uânime. Não há dúvida de que exceções notáveis se reparam na lista de opoentes aos ignacinos. Assim, não vemos entre os signatarios Pedro Taques e seus irmãos Lourenço Castanho Taques e Guilherme Pompeu de Almeida, homens de alta posição, nem os dos Pires mais tarde tão afeiçoados aos expulsos. Quer parecer-nos que já ai se desenham os primeiros lances da terrível contenda dos Pires e Camargos, mostrando-se aqueles infensos á expulsão dos jesuítas ou talvez a ela se opondo porque os Camargo eram dos seus mais ardentes propugnadores. [Página 28] • 7°. Na sessão da Camara de São Paulo, de 28 de setembro de 1641, declarava o procurador do conselho Miguel Carrasco, aos seus pares, que "a sua notícia era vindo que se aviaram desta vila mais de setenta moradores dele para irem ao sertão contra as leis provisões e proibições de Sua Majestade" Na sessão da Camara de São Paulo, de 28 de setembro de 1641, declarava o procurador do conselho Miguel Carrasco, aos seus pares, que "a sua notícia era vindo que se aviaram desta vila mais de setenta moradores dele para irem ao sertão contra as leis provisões e proibições de Sua Majestade". Requeria providências as mais severas por parte dos juízes ordinários para que não se efetuasse tão grande deserviço a Sua Majestade, inclusive a expedição de precatórias aos capitão-mor e ouvidor da Capitania vizinha, repartição da Condessa de Vimieiro.Assim procedesse o confisco dos bens dos futuros sertanistas, sobretudo de seus nativos. Bem sabia que no ano seguinte o seu sucessor estaria requerendo as mesmas coisas agora quiçá contra ele próprio Carrasco, em vésperas de partir para a selva em armação de descimento para ali "procurar o seu remédio". Mas o respeito á palavra escrita, o temor vago, a aprensão das responsabilidades o levaram a que querer acumular termos sobre termos abonadores do seu respeito ás leis de S. Majestade. E era Paulo do Amaral, Paulo do Amaral! Leia-se-lhe bem o nome! Quem mais barulho fazia nesta memorável sessão, "requereu da parte de Sua Majestade que os juízes logo fossem prender, arestar e proceder com todo o rigor contra as pessoas "dos sertanistas pondo-lhes, suas peças em aldeias".Se o não fizessem, ele, Paulo do Amara, Paulo do Amaral! Denunciaria o caso ao Governador Geral do Brasil. Impagável atitude. [p. 92] • 8°. António Pereira de Azevedo estando morador em S. Paulo, sendo republicano, foi encarregado da conducta da gente de guerra para soccorrer a Bahia A coincidência dos três nomes não vem a ser de tal ordem que se mostre inaceitável mas num núcleo tão pequeno, como o de São Paulo seiscentista, torna-se realmente extraordinário que se possa admitir a coexistência dos dois Antonio Pereira de Azevedo. Na toponímia de São Paulo diversos Pirapitinguy ha. Assim se chama um pequeno afluente do Parahyba, cuja foz se acha no município de Pindamonhangaba, um outro ribeirão, afluente do ainda pequeno Jaguary, no vale do Tietê, e um terceiro, afluente insignificante do próprio Tietê junto a Ytú. O único que apresenta afinidades com a geografia do bandeirismo é este. Em todo caso a sua barra é a montante do Salto, naquele trecho de corredeiras, tão lindo e abaixo da Cabreuva.
Não viriam os bandeirantes escolher porto logo acima do grande obstáculo do Salto, quando se sabe que a sua navegação começava abaixo do Salto algumas léguas, a jusante e mais tarde muito além em Porto Feliz, na antiga Araraytaguaba. E depois se Antonio Pereira de Azevedo estava em Pirapitinguy devia seguir rumo do oeste e não do Norte. Só se Pirapitinguy era em outro ponto ou ainda que Azevedo haja voltado da Bahia pouco depois sua partida. E com efeito para ali partira em junho de 1647 e estava em Pirapitinguy, a 15 de maio de 1648, prestes a tomar a estrada geral dos preadores de nativos. Fixa Calógeras a partida da expedição de Antonio Pereira de Azevedo em 1648, mas ha provavelmente ai erro de impressão. Basílio de Magalhães o retifica. Não sabemos porém em que se estriba o autor das "Minas do Brasil" para afirmar que se fez a expedição do São Francisco. • 9°. Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui A coincidência dos três nomes não vem a ser de tal ordem que se mostre inaceitável mas num núcleo tão pequeno, como o de São Paulo seiscentista, torna-se realmente extraordinário que se possa admitir a coexistência dos dois Antonio Pereira de Azevedo. Na toponímia de São Paulo diversos Pirapitinguy ha. Assim se chama um pequeno afluente do Parahyba, cuja foz se acha no município de Pindamonhangaba, um outro ribeirão, afluente do ainda pequeno Jaguary, no vale do Tietê, e um terceiro, afluente insignificante do próprio Tietê junto a Ytú. O único que apresenta afinidades com a geografia do bandeirismo é este. Em todo caso a sua barra é a montante do Salto, naquele trecho de corredeiras, tão lindo e abaixo da Cabreuva. Não viriam os bandeirantes escolher porto logo acima do grande obstáculo do Salto, quando se sabe que a sua navegação começava abaixo do Salto algumas léguas, a jusante e mais tarde muito além em Porto Feliz, na antiga Araraytaguaba. E depois se Antonio Pereira de Azevedo estava em Pirapitinguy devia seguir rumo do oeste e não do Norte. Só se Pirapitinguy era em outro ponto ou ainda que Azevedo haja voltado da Bahia pouco depois sua partida. E com efeito para ali partira em junho de 1647 e estava em Pirapitinguy, a 15 de maio de 1648, prestes a tomar a estrada geral dos preadores de nativos. Fixa Calógeras a partida da expedição de Antonio Pereira de Azevedo em 1648, mas ha provavelmente ai erro de impressão. Basílio de Magalhães o retifica. Não sabemos porém em que se estriba o autor das "Minas do Brasil" para afirmar que se fez a expedição do São Francisco. • 10°. Partida de uma expedição*
Atualizado em 30/10/2025 01:57:42 A fazenda geral dos jesuítas e o monopólio da passagem do Cubatão: 1553-1748, 2008. Francisco Rodrigues Torres
• 1°. Martim Afonso preside a primeira eleição popular no planalto de Piratininga e instala a primeira Câmara de Vereadores na Borda do Campo* O primeiro porto fluvial que se tem notícia, na região, foi o denominado Peaçaba ou Piaçaguera, no rio Mogi. Exatamente nesse ponto, em 1532, Martim Afonso se encontrou com João Ramalho para subirem a serra do Cubatão. Ramalho serviu de guia e língua da terra nesse episódio. Posteriormente o porto que teve seu movimento intensificado, a partir de 1560, foi o porto das Almadias. • 2°. Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei • 3°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão O primeiro porto fluvial que se tem notícia, na região, foi o denominado Peaçaba ou Piaçaguera, no rio Mogi. Exatamente nesse ponto, em 1532, Martim Afonso se encontrou com João Ramalho para subirem a serra do Cubatão. Ramalho serviu de guia e língua da terra nesse episódio. Posteriormente o porto que teve seu movimento intensificado, a partir de 1560, foi o porto das Almadias. Leiamos o que a historiadora Inez Garbuio Peralta16 cita sobre esse porto: Esse novo pôrto era o chamado pôrto das Almadias ou Armadias mencionado por Martim Afonso de Sousa, situado na foz do Rio Perequê, a um quilômetro de sua confluência com o Rio Cubatão. Os indígenas já o conheciam e o denominavam Peaçaba, contudo, o mesmo recebeu de Martim Afonso o nome de Santa Cruz, em 1533. A maior utilização desse porto está ligada a uma ordem expedida por Mem de Sá, em 1560, para que se abandonasse o caminho de Piaçaguera. Passou-se, então, a se utilizar o caminho do Padre José, o qual desembocava no porto das Almadias. Dessa forma, podemos perceber que a integração existente entre porto e caminho era nítida. Tanto que, ao se obstar um caminho, o porto, inexoravelmente, também caía em desuso. O porto representava o elo entre percursos. O caminho estático ligado ao caminho semovente. O porto das Almadias foi utilizado por cerca de 100 anos. A partir da segunda metade do século XVII foi utilizado outro caminho na serrado Mar, aproveitando a margem do rio das Pedras. O novo caminho indicava um novoporto. O terceiro porto, conhecido como Geral localizava-se no rio Cubatão. O porto Geral foi o que teve uma vida funcional mais duradoura e o que consolidou o surgimento da povoação de Cubatão. • 4°. Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo Vejamos uma citação de José Gonçalves Salvador: Através de documento existente no Arquivo do Tombo, em Lisboa, tomamos conhecimento de uma denúncia ao Santo Ofício, mandada em 24-IX-1615 por Clemente Álvares, concunhado de Arzão. Parece que a incompatibilidade entre ambos surgiu no desenrolar do inventário de seu sogro Martim Rodrigues Tenório, iniciado a 18 de junho de 1612. Clemente Álvares é quem aparece à frente de tudo até 1619, quando o juiz descobriu que a viúva e êste genro tinham ocultado alguns títulos de bens imóveis. É daí em diante que Arzão surge no cenário e reclama a apresentação dêstes documentos... • 5°. Documento Desde a década de 1610, Arzão enfrentava dificuldades com as autoridades religiosas. Há que se frisar que os jesuítas não foram os executores das medidas tomadas contra Cornélio. O responsável pela sentença foi o Tribunal do Santo Ofício. Vejamos uma citação de José Gonçalves Salvador: Através de documento existente no Arquivo do Tombo, em Lisboa, tomamos conhecimento de uma denúncia ao Santo Ofício, mandada em 24-IX-1615 por Clemente Álvares, concunhado de Arzão. Parece que a incompatibilidade entre ambos surgiu no desenrolar do inventário de seu sogro Martim Rodrigues Tenório, iniciado a 18 de junho de 1612. Clemente Álvares é quem aparece à frente de tudo até 1619, quando o juiz descobriu que a viúva e êste genro tinham ocultado alguns títulos de bens imóveis. É daí em diante que Arzão surge no cenário e reclama a apresentação dêstes documentos... • 6°. Cornélio de Arzão foi excomungado, encarcerado e seus bens sequestrados Anos depois, em 1618, Cornélio de Arzão teve a infelicidade de incorrer no desagrado dos padres da companhia de Jesus, pelo que foi excomungado, e como conseqüência sofreu prisão por muitos anos e seqüestro de seus bens, que foram arrematados no ano de 1620 em praça pública, sendo juiz da execução Custódio de Paiva e escrivão Simão Borges Cerqueira, como tudo consta do respectivo processo, que tivemos entre mãos. • 7°. Nas pousadas de Cornélio de Arzão, o juiz Antonio Telles foi saber de Suzana Rodrigues e Clemente Álvares porque sumiram com o testamento do defunto por tantos anos Vejamos uma citação de José Gonçalves Salvador: Através de documento existente no Arquivo do Tombo, em Lisboa, tomamos conhecimento de uma denúncia ao Santo Ofício, mandada em 24-IX-1615 por Clemente Álvares, concunhado de Arzão. Parece que a incompatibilidade entre ambos surgiu no desenrolar do inventário de seu sogro Martim Rodrigues Tenório, iniciado a 18 de junho de 1612. Clemente Álvares é quem aparece à frente de tudo até 1619, quando o juiz descobriu que a viúva e êste genro tinham ocultado alguns títulos de bens imóveis. É daí em diante que Arzão surge no cenário e reclama a apresentação dêstes documentos... A ação do Tribunal do Santo Ofício contra Arzão não ficou apenas na retórica. Salvador continua a nos apresentar o resultado das denúncias. Atentemos: O seqüestro dos bens de Cornélio efetuou-se nos dias 1º. e 2 de abril, mas a 12 de maio o inquisidor ainda continuava em pleno exercício, pois neste dia assinou provisão nomeando a Francisco Cubas tesoureiro do fisco. Era meirinho um certo Miguel Ribeiro. Êste último e mais o juiz ordinário de São Paulo, Francisco de Paiva, e o tabelião Simão Borges de Cerqueira é que processaram ao seqüestro em nome da Inquisição. • 8°. Bens vão a leilão • 9°. Em 1627, solicitou terras de sesmaria ao Capitão-mor Álvaro Luiz do Valle, que lhe concedeu uma légua em quadra no caminho da Piaçagüera, atento à pobreza em que então se achava A ação do Tribunal do Santo Ofício contra Arzão não ficou apenas na retórica.Salvador62 continua a nos apresentar o resultado das denúncias. Atentemos: O seqüestro dos bens de Cornélio efetuou-se nos dias 1º. e 2 de abril, mas a 12 de maio o inquisidor ainda continuava em pleno exercício, pois neste dia assinou provisão nomeando a Francisco Cubas tesoureiro do fisco. Era meirinho um certo Miguel Ribeiro. Êste último e mais o juiz ordinário de São Paulo, Francisco de Paiva, e o tabelião Simão Borges de Cerqueira é que processaram ao seqüestro em nome da Inquisição. Ao que consta, Arzão pecava pela incontinência verbal. Em tempos dosfamiliares do Santo Ofício, a verborragia provocava a condenação de qualquerindivíduo. A conseqüência se pode observar no inventário dos bens de Cornélio63, pois todos foram seqüestrados. No documento verifica-se a considerável relação de imóveis pertencentes ao preso. Também as pessoas com as quais se relacionava eram de renome,pois Álvaro Luiz do Valle fora Capitão Loco-Tenente, Ouvidor na Capitania de São Vicente e Procurador do Conde de Monsanto64. Pero Cubas se denominava um dos provedores da fazenda da capitania de São Vicente e Santo Amaro65. Apesar das várias propriedades e proximidade com figuras de destaque, Arzão se viu emaranhado com o Tribunal do Santo Ofício e a conseqüente perda de liberdade e posses. Observe-se queno rol de imóveis há um específico: Uma carta de data do capitão Alvaro Luiz do Valle de uma legua de terra no Covatão merim correndo para Piaçagoera. Há citação desse terreno em Azevedo Marques66: Sr. Capitão e Ouvidor. – Diz Cornelio de Arzão, morador na vila de S. Paulo, que ha vinte annos pouco mais ou menos, veio a esta Capitania de S. Vicente em companhia de D. Francisco de Sousa, que Deus tem, governador geral que foi da repartição d´esta banda do Sul, administrador geral das minas de ouro e prata e mais metaes descobertos e por descobrir por mandado de Sua Magestade para vir edificar os engenhos das ditas minas da dita villa de S. Paulo, com 200 cruzados de salario por cada anno, assistindo sempre elle supplicante junto á pessoa do dito governador, acudindo a seus mandados, e se casou na dita villa de S. Paulo com uma filha legitima do Capitão Martim Fernandes Tenorio, pessoa nobre, conquistador povoador e da governança da terra, da qual mulher tem filhos e filhas, pelo que pede a V. M. uma legua de terras em quadra, que foram de Antonio Pinto, Miguel Ayres Maldonado, e dos Erasmos Esquetes de que já está de posse e tem feito bemfeitorias e que começam das cabeceiras das ditas terras do caminho de Piassagoera até o cume da serra, e d´ahi correrão até o Cubatão-mirim, com suas entradas e sahidas, águas e logradouros. - Despacho. – Dou ao supplicante as terras que pede. – Santos, 20 de Dezembro de 1627. – Alvaro Luiz do Valle. A porção de terras pertencentes a Cornélio Arzão estava localizada em Piaçagüera. Essa região abriga a embocadura do rio Cubatão e, no século XVI, havia o Caminho até o cume da serra. Ao receber a doação em dezembro de 1627, Arzão pouco desfrutou de sua propriedade, pois no ano seguinte os seus bens foram confiscados. A junção de fatores contribuiu para que Arzão sofresse essa perda. O Tribunal do Santo Ofício da Inquisição e os jesuítas tiveram uma fase de aproximação67. Isto repercutiu em compartilhamento dos bens de denunciados. Arzão viveu num período onde as duas instituições defendiam princípios da mesma ideologia. O resultado disso foi o seqüestro específico da propriedade, situada em Piaçagüera, e conseqüente anexação à Fazenda Geral. • 10°. Confisco
Atualizado em 31/10/2025 07:16:46 estrada ![]() Data: 1904 Página 221
Atualizado em 31/10/2025 05:12:10 Jornal Correio Paulistano: “As minas de ouro do Jaraguá”, tema da conferência realizada em 21 de junho de 1929, no Instituto Histórico e Geográfico, pelo coronel Pedro Dias de Campos ![]() Data: 1929 Página 5
• 1°. O sítio Jaraguá, desde a primeira concessão de sesmaria, feita em 12 de outubro de 1580 a Antonio Preto, passou por sucessivas transmissões • 2°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido Corria o ano de 1597, cheio de dificuldades financeiras para a península ibérica e de aperturas para a brilhante e fútil côrte de Felippe III, rei de Castella, quando as descobertas de minas de ouro se amiudavam, na Capitania de São Paulo. Só a uma esperança se apegavam os cortezãos e o próprio monarca espanhol, eram as famosas minas de ouro assinaladas no Jaraguá e no Araçoiaba e a lendária mina de prata, que Robério Dias dissera, ao próprio rei, ter descoberto a Bahia. Nomeado a Dom Francisco de Sousa para o governo do Brasil, incumbira-lhe o monarca de averiguar e descobrir o roteiro da mina de Robério e de impulsionar a exploração do ouro do Jaraguá e do Araçoiaba, prometendo a D. Francisco o marquesado que Robério Dias exigira, para entregar o roteiro. Não tardou o governador em dar inicio a tarefa que lhe havia sido imposta e que lhe sorria, por estar no seu propósito vindo ao Brasil, providenciar bandos para o descobrimento do ouro. Achando-se D. Francisco de Sousa no Rio de Janeiro, dirigiu-se para o planalto de Piratininga em fins de 1598. Foi a Araçoiaba acompanhado por Antonio Raposo Tavares, onde examinou as minas de pedras, e, em seguida, fundou uma povoação no vale das furnas, a que deu o nome de São Felippe, em homenagem ao monarca que o nomeara. Ali fez levantar pelourinho, simbolizando o predicamento de Villa. Essa povoação foi pouco depois transferida para a margem esquerda do Rio Sorocaba, onde está edificada a cidade desse nome. • 3°. Provisão de Francisco Não tardou o governador em dar inicio a tarefa que lhe havia sido imposta e que lhe sorria, por estar no seu propósito vindo ao Brasil, providenciar bandos para o descobrimento do ouro.Achando-se D. Francisco de Sousa no Rio de Janeiro, dirigiu-se para o planalto de Piratininga em fins de 1598. Foi a Araçoiaba acompanhado por Antonio Raposo Tavares, onde examinou as minas de pedras, e, em seguida, fundou uma povoação no vale das furnas, a que deu o nome de São Felippe, em homenagem ao monarca que o nomeara. Ali fez levantar pelourinho, simbolizando o predicamento de Villa. Essa povoação foi pouco depois transferida para a margem esquerda do Rio Sorocaba, onde está edificada a cidade desse nome. • 4°. Pedro Sardinha Enfim, com o esburacar da encosta do famoso pico, novas minas surgiram, cada qual mais rica e abundante. Tão abundantes era, que Pedro Sardinha afirmava em 1604, possuir oitenta mil cruzados de ouro em pó, retirado da mina do Itay. • 5°. Minas Em carta que dirigiram ao donatário, em 6 de janeiro de 1620, afirmavam os mineradores, aos juízes e vereadores, "que havia na serra de Araçoyaba, 25 léguas daqui para o sertão, em terra mais larga e abastada, e perto dali com três léguas está a Cahatyba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao Norte haverá 60 léguas das cordilheiras de terra alta, que toda leva ouro principalmente a serra do Jaraguá, Nossa Senhora do Monserrata, a de Voturuna e outras". • 6°. Jaraguá O sítio Jaraguá, desde a primeira concessão de sesmaria, feita em 12 de outubro de 1580 a Antonio Preto, passou por sucessivas transmissões. Em 1615, encontrava-se dono do sítio, Manuel Preto, filho do primeiro possuidor, o qual erigiu a igreja Nossa Senha da Espectação do Ó. Em 1617, eram proprietários de parte dessa gléba, por troca que fizeram de terras com os nativos de Pinheiros, o casal Manuel Pires. Em 5 de junho de 1648, foi o sítio do Jaraguá, com sua casa de dois lances, de taipa de mão, atribuído em partilha, avaliado tudo, pomar e roça, em 55$000, no inventário dos bens deixados pelo paulista Raphael de Oliveira. • 7°. Jaraguá A partir de 1670 começaram a escassez nas minas do Jaraguá, operários práticos na mineração, pelo êxodo verificado de grande parte do elemento que minerava nesse ponto, para as longínquas paragens onde faiscavam ouro e se garimpavam pedras, em maior escala e com maior abundância. Os escravizados africanos e descendentes, foram levados pelos respectivos senhores, para as novas minas. Os mamelucos acompanhavam os bandeirantes nas expedições pelo sertão e os paulistas, faziam descobertas valiosas em todos os setores do país. Os administradores das minas de Jaraguá e imediações, atormentavam-se por verem despovoadas as minas, onde até então era população adventícia, numerosa, ativa e ruidosa. Para remediar essa diminuição nos trabalhos das minas, lançavam mão de todos os recursos, principalmente dos nativos aldeados, com autorização da Câmara paulistana. Desse modo conseguiu, em 18 de agosto de 1680, o administrador geral d. Rodrigo Castelbranco, autorização para retirar das diferentes aldeias de Piratininga, vinte selvícolas para acompanhar ás minas do Jaraguá, em serviço de mineração, afim de suprir, em parte, a deficiência de braços. Sem isso, todos os trabalhos ficariam paralisados. • 8°. Jaraguá A partir de 1670 começaram a escassez nas minas do Jaraguá, operários práticos na mineração, pelo êxodo verificado de grande parte do elemento que minerava nesse ponto, para as longínquas paragens onde faiscavam ouro e se garimpavam pedras, em maior escala e com maior abundância. Os escravizados africanos e descendentes, foram levados pelos respectivos senhores, para as novas minas. Os mamelucos acompanhavam os bandeirantes nas expedições pelo sertão e os paulistas, faziam descobertas valiosas em todos os setores do país. Os administradores das minas de Jaraguá e imediações, atormentavam-se por verem despovoadas as minas, onde até então era população adventícia, numerosa, ativa e ruidosa. Para remediar essa diminuição nos trabalhos das minas, lançavam mão de todos os recursos, principalmente dos nativos aldeados, com autorização da Câmara paulistana. Desse modo conseguiu, em 18 de agosto de 1680, o administrador geral d. Rodrigo Castelbranco, autorização para retirar das diferentes aldeias de Piratininga, vinte selvícolas para acompanhar ás minas do Jaraguá, em serviço de mineração, afim de suprir, em parte, a deficiência de braços. Sem isso, todos os trabalhos ficariam paralisados. • 9°. Ouro • 10°. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) parte de Paulo rumo ao Rio Grande • 11°. As controvertidas minas de São Paulo: 1550-1650. José Carlos Vilardaga. Departamento de História. Universidade Estadual de Londrina. Londrina (PR). Brasil. Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. Professor na Universidade Estadual de Londrina Não tardou o governador em dar inicio a tarefa que lhe havia sido imposta e que lhe sorria, por estar no seu propósito vindo ao Brasil, providenciar bandos para o descobrimento do ouro.Achando-se D. Francisco de Sousa no Rio de Janeiro, dirigiu-se para o planalto de Piratininga em fins de 1598. Foi a Araçoiaba acompanhado por Antonio Raposo Tavares, onde examinou as minas de pedras, e, em seguida, fundou uma povoação no vale das furnas, a que deu o nome de São Felippe, em homenagem ao monarca que o nomeara. Ali fez levantar pelourinho, simbolizando o predicamento de Villa. Essa povoação foi pouco depois transferida para a margem esquerda do Rio Sorocaba, onde está edificada a cidade desse nome.
Atualizado em 31/10/2025 05:11:48 Historia de la Compañía de Jesús en la provincia del Paraguay, Vol. 3 ![]() Data: 1912 Página 207
• 1°. Expedição Eles dão notícias de que os portugueses deixaram San Pablo para estragar; que eles têm suas colheitas em Jerez, e que Francisco Pedroso partiu em 1678 com 22 portugueses e 30 tupis, e que ele havia atravessado o rio Paraguai, ninguém saberá dele; e que Antonio Antunes, tinha saído com 30 e 18 tupis, e Manuel de Campos, com 15 e 12 tupis, e eram esses certonistas que estavam xingando os índios para vendê-los por 50 patacones cada; e não se sabe para onde foram, a não ser pelo que disse Pedroso, que se debateria no dito bando do Paraguai, e que fez descer as canoas, juntando-se às outras para o povoado de Tobatí, distante 12 léguas deste cidade; e teme-se que recebam ajuda de gente do Brasil, para que possam tentar uma empreitada maior. Acrescentou que Juan Nuñes Bicudo deixou San Pablo com homens e um grande número de tupis sob o pretexto de ter encontrado muitas minas de ouro ricas, lá nas cabeceiras do Iguazú e quase no Attira e no meio de Cananea e Tambo. que está além do Salto del Guairá; mas, segundo Juan de Peralta, não dão muita atenção ao ouro, preferindo matar índios. [Página 238 e 239]
Atualizado em 31/10/2025 05:11:40 “Historia argentina del descubrimiento, población y conquista de las provincias del Río de la Plata”. Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) ![]() Data: 1954 Créditos: Francisco de Assis Carvalho Franco Página 396
• 1°. Aleixo Garcia foi morto, com alguns dos seus companheiros. Francisco de Chaves conseguiu sobreviver Ruy Díaz de Guzmán menciona Alejo García no quinto capítulo de sua obra La Argentina (1612): "De uma entrada, que quatro portugueses do Brasil fizeram por terra, aos confins do Peru." No entanto, é comum este autor cometer erros nas datas e dados. Díaz de Guzmán escreve que o mencionado Alejo García entrou nas terras do interior "até os confins do Peru", não em 1516 como membro da expedição de Juan Díaz de Solís, mas em 1526 por ordem de Martín Alonso de Sosa: [E] é o caso que no ano de 1526 quatro portugueses saíram de São Vicente por ordem de Martín Alonso de Sosa, senhor daquela capitania, entrar interior, e descobriu o que havia lá, levando consigo alguns índios amigos daquela costa, um dos quatro portugueses chamado Alejo García, estimado naquela costa como um homem prático, então no língua dos Carijos, que são os Guarani, assim como dos Tupies, e dos Tamoyos, os como andar por seus dias pelo sertão [planície] dentro com os outros companheiros, veio sair para o rio Paraná, e dele atravessando a terra por povoados de índios Guarani, chegaram ao Rio Paraguai, onde foram recebidos e entretidos pelos habitantes da província de Sacella, convocaram toda a região, para que fossem com eles à parte ocidental para descobrir e reconhecer aquelas terras, de onde trariam muitas roupas de estima, e coisas de metal (Díaz de Guzmán, cap. 5, 85). • 2°. Bacharel de Cananeia, consultado em Wikipedia
Atualizado em 31/10/2025 05:11:29 Jornal A Notícia ![]() Data: 1906 Página 1
• 1°. Sesmarias concedidas a moradores de São Paulo, João de Abreu e Diogo de Unhate Desejando secundar a ação oficial, vamos publicar alguns dados constantes de obra inédita de um dos nossos redatores, relativamente ao Rio Ararapira e ao bairro do município de Guarakessaba que recebeu essa denominação. O início do povoamento de Ararapira é contemporâneo ao do antigo e extinto povoado de Nossa Senhora das Mercês da Cotinga, primeiro núcleo permanente de população portuguesa em terras paranaenses. Ponto intermediário entre Cananea e Paranaguá, estaria destinado a sede de uma povoação regular de certa importância, se dois elementos não se opusessem ao seu desenvolvimento: a carência de um porto abrigado e a ilimitada ambição jesuítica. Segundo os documentos históricos, o seu primeiro povoador foi Diogo de Unhate, morador em Santos, que obteve de Pedro Cubas, delegado de Salvador Correia de Sá, então capitão-mór de Santo Amaro, uma carta de sesmaria a 1o. de junho de 1614, compreendendo um terreno entre Ararapira e Superaguy "na parte que se chama Paranaguá".
Envio de Diogo Leite 1 de fevereiro de 1531, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:42:20 Relacionamentos • Cidades (3): Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (7) Bacharel de Cananéa, Brás Cubas (24 anos), Diogo Leite, Martim Afonso de Sousa (31 anos), Pero (Pedro) de Góes, Pero Lopes de Sousa (34 anos), Ruy Pinto (f.1549) • Temas (13): Apiassava das canoas, Assunguy, Bituruna, vuturuna, Caminho do Mar, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Cruzes, Léguas, Ordem de Cristo, Piqueri, Rei Branco, Rio Iguassú, Rio Tibagi, Serra de Ibituruna ![]()
Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” 22 de janeiro de 1532, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 05:59:45 Relacionamentos • Cidades (5): Itanhaém/SP, Praia Grande/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (11) Antonio Rodrigues (Piqueroby) (37 anos), Bacharel de Cananéa, Bartolomeu Carrasco (f.1571), Caiubi, senhor de Geribatiba, Domingos Luís Grou (32 anos), Giuseppe Campanaro Adorno (28 anos), João Ramalho (46 anos), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (62 anos), Martim Afonso de Sousa (32 anos), Mestre Bartolomeu Gonçalves (32 anos), Pero Lopes de Sousa (35 anos) • Temas (13): Açúcar, Escravizados, Estradas antigas, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Habitantes, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Morpion, Nheengatu, Pela primeira vez, Rio da Prata, Rio Piratininga ![]()
• “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP* 1 de outubro de 1971, sexta-feira
Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" 29 de agosto de 1553, sábado. Atualizado em 14/10/2025 18:52:52 Relacionamentos • Cidades (13): Araçariguama/SP, Barueri/SP, Cananéia/SP, Carapicuiba/SP, Iperó/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santo André/SP, São Miguel Arcanjo/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (14) André Ramalho, Antonio Rodrigues "Sevilhano" (1516-1568), Caiubi, senhor de Geribatiba, Francisco de Saavedra (n.1555), Francisco I da Áustria (1768-1835), João Ramalho (1486-1580), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Matheus Nogueira, Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Pero Correia (f.1554), Quirino Caxa (1538-1599), Sergio Buarque de Holanda (1902-1982) • Temas (36): “o Rio Grande”, Apoteroby (Pirajibú), Araritaguaba, Bairro Éden, Sorocaba, Biesaie, Caminho de Pinheiros (Itú-SP), Caminho do Paraguay, Caminho Itú-Sorocaba, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Carijós/Guaranis, Colégios jesuítas, Colinas, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Inhapambuçu, Inhayba, Jesuítas, Lagoas, Léguas, Maniçoba, Música, Nheengatu, Paranaitú, Pela primeira vez, Piratininga, Rio dos patos / Terras dos patos, Rio Piratininga, São Paulo de Piratininga, Tamoios, Tordesilhas, Tribo Arari, Tupinambás, Vale do Anhangabaú, Vila de Santo André da Borda ![]() • REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL 1 de janeiro de 2006, domingo Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico. De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo.
Atualizado em 30/10/2025 01:57:40 História de Carapicuíba. João Barcellos
• 1°. Nasceu ou fugiu da Inquisição? Entretanto, e "...até à chegada dos jesuítas, em 1554, a principal atividade dos colonos é a de embucharem as mulheres nativas, de preferência filhas de chefes tribais, a exemplo do Bacharel de Cananéa (Cosme Fernandes), e de Ramalho, logo seguidos por Affonso Sardinha e de outros cristãos-novos fugidos da Inquisição católica ibérica, pois, no seu entender, é preciso marcar presença sanguínea". Um dos mais poderosos colonos de entre os séculos XVI e XVII é o político, paramilitar, mercador e minerador Affonso Sardinha - o Velho, que "negociava com o Reino, a Bahia, o Rio de Janeiro, Buenos Aires e Angola, fabricando e exportando marmelada. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 12] Segundo documentos históricos da Torre do Tombo, em Lisboa, o que demonstra: 1°, que o judeu Gregório Francisco faz a linha Angola - São Vicente não como dono de navios negreiros, como como sócio ou capitão a serviço de Affonso Sardinha, e 2°, que este desembarcou na "terra dos brazis" para ser desde logo um poderoso colono nas artes de financiar e e viver de rendas, o que faz jus ao histórico de judaísmo convertido ao cristianismo da Família Sardinha da província do Alentejo, no sul português. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 14] No dia 9 de julho de 1615, com a esposa Maria Gonçalves, e por estarem casados há mais de 60 anos (o que mostra que ele deve ter chegado ao Brasil, fugido da Inquisição, cerca de 1535, tendo conhecimentos militares e siderúrgicos), faz a doação de todos os seus bens móveis e de raiz, com as terras de Carapocuyba, ao Colégio de Santo Inácio da Vila de Piratinin, mesmo tendo as netas Luzia e Theresa e o neto Pedro, filhos de "o Moço", como continuação da sua família. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 20] • 2°. Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba Da sua Fazenda Ibitátá à Fazenda Carapocuyba, passando pela Fazenda Jaraguá e o Arraial-Fazenda da Mina de Ouro do Byturuna, além dos arraiais mineiros de Cubatão e de Byraçoiaba, que constitui a primeira Via do Ouro na Capitania de São Vicente, Affonso Sardinha - o Velho, a par da sua atividade de banqueiro (que financia e vive de rendas, a grande atividade judaica) e vereador, é um autêntico imperador nos sertões do Piabiyu (Ybitátá e Carapocuyba) e d´Ypanen (Jaraguá, Byturuna e Byraçoiaba), e é dele a maioria das casas alugadas a padres e oficiais do reino em Santos e São Paulo... [p. 13] • 3°. Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante do "proprietário" das terras adquiriu em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte Em 1553 após verificar que vários aventureiros, entre eles Ulrich Schmidel, fazem o percurso continental do Piabiyu (na verdade uma vasta rede de comunicações terrestres e até fluviais) e mantém relações com nativos hostis e com os espanhóis, o governador Tomé de Sousa manda fechar o velho caminho guarani... que nem os jesuítas nem "o Velho" Sardinha acatam informalmente. [Página 14] • 4°. Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia Em 1555 instala-se na vila jesuítica o capitalista, militar e minerador Afonso Sardinha, dito "o Velho". É este desbravador, que faz mineração em Guaru, Cubatão e na Borda do Campo, que quer conhecer "a aldeia que liga o Piabiyu ao Anhamby", segundo as informações que obtém dos escravizados guaranis, inimigos dos guayanazes que habitam essa aldeia perto da guarany Koty. • 5°. Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves Casa com Maria Gonçalves, em 9 de julho, em cerimônia realizada em São Paulo, e o casal fixa residência no Ybitátá (Butantã) onde inicia a formação de fazenda às margens do Rio Jeribativa, ou Jerubatuba (Rio Pinheiros). O casal não tem filhos, mas Affonso reconhece um filho com uma nativa e dá-lhe o mesmo nome: Affonso Sardinha (o Moço), por sua vez, casou-se e teve um filho, Pedro, e duas filhas, Theresa e Luzia. O português e o mameluco trabalham juntos em várias empreitadas de mineração e caça (preação) a nativos hostis. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 14] • 6°. Sardinha ao chegar a São Paulo, em data anterior a 1570, montou depósitos de açúcar e adquiriu casas que alugava aos vigários Em 1570 tem um engenho de cana d´açúcar em Santos e monta o primeiro trapiche (depósito) de açúcar e pinga da Vila piratininga. Paralelamente ao comércio de açúcar, monta engenho para processar marmelos e torna-se um dos mais ricos comerciantes de São Paulo. Tanto no litoral como no planalto tem casas que arrenda a padres e aos primeiros advogados que chegam à colônia. É o judeu por excelência que vive de empreendimentos e de renda. Nos anos 70 é o colono mais poderoso da Capitania de São Vicente acima da Serra do Mar e dá-se ao luxo de financiar a expansão dos jesuítas para o sul, a partir do oeste paulista. Conhece o prático-minerador Clemente Álvares e estabelece sociedade com ele, pela qual financia a busca de novas minas de ferro, prata e ouro. Clemente Álvares vem a ser um minerador respeitado e, ao mesmo tempo, um cidadão detestado por se apropriar abusivamente de bens e documentos da própria família e das minas de ouro de outros, incluindo as do "velho" Sardinha... que chega a registrar como suas na Câmara Municipal piratininga! [Página 15] • 7°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania” Falar dos rios Anhamby/Tietê e Jeribatiba/Pinheiros é falar de Affonso Sardinha, o Velho, e de como, entre 1570 e 1605, ele os liga numa malha social, econômica e militar, para dar segurança aos percursos que, mais tarde, serão os percursos das bandeiras que demandarão o ouro e as esmeraldas em outros rincões do Brasil. Os rios que abriram as portas à colonização e ao bandeirismo, nos séculos XVI e XVII, são os mesmos rios que no século XXI continuam a dar vida à malha social e econômica da grande São Paulo dos Campos de Piratininga, na sua malha metropolitana e estadual. Apesar dos desvios de curso, principalmente no Butantã/Ybitátá, pontes e mais pontes, obras para navegação comercial, poluição industrial e doméstica sem controle, etc., os dois rios continuam a deixar-nos sonhar com a aventura de ir sempre além. [1] Carapocuyba - aldeia de goyanazes ou de guaranis?... Tudo indica que a primitiva Aldeia Carapocuyba é de origem guarani, até pela proximidade com a Aldeia Koty, pois, segundo documentos antigos (títulos de terras e testamentos) que falam dos "goayanazes aldeados no sítio do Capão, por Fernão Dias Paes, o velho, e que Afonso Sardinha, o Velho, tem aldeado outros da mesma tribo em Carapicuíba". Ou seja, há uma miscigenação nativa forçada pela preação que logo vai acabar com os guaranis tanto na Koty como na Carapocuyba. [p. 7 e 8 do pdf] Em 1570 tem um engenho de cana d´açúcar em Santos e monta o primeiro trapiche (depósito) de açúcar e pinga da Vila piratininga. Paralelamente ao comércio de açúcar, monta engenho para processar marmelos e torna-se um dos mais ricos comerciantes de São Paulo. Tanto no litoral como no planalto tem casas que arrenda a padres e aos primeiros advogados que chegam à colônia. É o judeu por excelência que vive de empreendimentos e de renda. Nos anos 70 é o colono mais poderoso da Capitania de São Vicente acima da Serra do Mar e dá-se ao luxo de financiar a expansão dos jesuítas para o sul, a partir do oeste paulista. Conhece o prático-minerador Clemente Álvares e estabelece sociedade com ele, pela qual financia a busca de novas minas de ferro, prata e ouro. Clemente Álvares vem a ser um minerador respeitado e, ao mesmo tempo, um cidadão detestado por se apropriar abusivamente de bens e documentos da própria família e das minas de ouro de outros, incluindo as do "velho" Sardinha... que chega a registrar como suas na Câmara Municipal piratininga! [p. 15 e 16] • 8°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo • 9°. Brás Gonçalves, português, casou-se com a filha do cacique de Ibirapuera (Santo Amaro) Em 1575 entre escambos, vendas e aquisições, o "velho" Sardinha desfaz-se de Carapocuyba que, cerca de 1578, é doada a Domingos Luiz Grou. "(...) terras de Carapicuíba que iam até o rio Pinheiros (...) Aí estabelecido travou e estreitou relações com os nativos seus vizinhos, acabando por contrair matrimônio com a nativa Margarida Fernandes, filha do principal da Aldeia de Carapicuíba (...). Em 1563, na iminência de ataque a São Paulo pelos nativos rebelados, foi eleito capitão dos nativos..." [Páginas 15 e 16] • 10°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós Em 1585 Sardinha faz parte da expedição do capitão Jerônymo Leitão para combater os nativos karai-yos. Ele e o capitão entendem-se muito bem politicamente e tem vários negócios em comum. [Livro das Sesmarias, Vol. I; apud Moacyr F. Jordão, e "O Embu...", idem]. • 11°. “mameluco” Domingos Luiz Grou o moço, Belchior Dias e seu tio Antonio de Saavedra lideram uma expedição, que conseguir seguir em "boa paz"* Em 1587, Sardinha em parte do Rio Jeribatiba, na Serra do Cubatão, faz mineração de ouro e de ferro. Entre 1587 e 1588, com indicações dos escravizados nativos, parte com o filho ("o mameluco", ou "o Moço") e Clemente Álvares para a região do sertão da Floresta d´Ypanen e descobre ferro no morro de Byraçoiaba, onde vem a instalar fornos do tipo catalão para iniciar a primeira produção industrial siderúrgica do continente americano a partir, talvez, de 1596-1597. [Páginas 15 e 16] • 12°. Fundição de Afonso Sardinha começa a funcionar Em 1591, sob indicações dos nativos guaranis e goayanazes, nos campos de Sorocaba, o capitão Belchior Carneiro encontra veios auríferos no Morro do Byturuna, na aldeia goayanáz. Como a coroa lusa, desde 1580 em mãos dos castelhanos, não faz mineração própria, as minas achadas vão a leilão oficial, e aí, Afonso Sardinha - o Velho arremata a Mina dos Arassarys, no Byturuna, e inicia a mineração com o filho e com Clemente Álvares. • 13°. Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo Após o agito político na Vereança, em 2 de maio de 1592, é ratificada a decisão popular em favor do político, desbravador da Via do Ouro, e banqueiro em 20 de setembro: "Traslado de uma provisão de Affonso Sardinha de capitão desta villa de São Paulo. (...) Jorge Correa capitão e lugar tenente (...) faço saber (...) que havendo respeito aos muitos serviços que Affonso Sardinha tem feito a esta capitania e pela confiança que dele tenho hei por bem de o encarregar de capitão da gente da villa de São Paulo e seus termos )(...)". [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 18] • 14°. Falecimento de Afonso Sardinha, "O Moço" Em 1604 Afonso Sardinha, o moço, faz testamento no sertão e fala que são suas as minas e que tem 80.000 cruzados em outro guardados em botelhas de barro... O jovem mameluco morre em confronto com os nativos neste mesmo ano e deixa um testamento ridículo. Obs. A cédula testamentária do Moço é uma piada histórica, uma vez que ele foi contemplado com tapera e 300 cruzados pelo pai, em 1592, sendo que tudo isso pertencia a Maria Gonçalves enquanto o Velho, redigido pelo padre João Alvares, é um acontecimento histórico, e tanto assim que, lavrado, é registrado no Cartório de órfãos de São Paulo. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 20] E, na prática colonial, os jesuítas seguem os passos do político e minerador que, ao morrer em 1616, lhes deixa tudo em doação, com exceção do Sítio Embuaçava, que coube como herança em vida ao filho (mameluco) Affonso Sardinha - o Moço, que morre em 1604 no meio de uma batalha com nativos. É assim que a Aldeia & Porto Carapocuyba tem, entre 1557 e 1610, tanto valor estratégico quanto a Santa Anna de Parnaíba, que cresce despovoando São Paulo. Também por isto, e por que os documentos históricos falam por sí, é justo dizer-se que "a definição sócio-colonial de Carapocuyba acontece com a fazenda-porto que Affonso Sardinha estabelece em 1557, após sitiar os nativos". [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Páginas 23 e 24] • 15°. Descobertas das minas paulistas datam em Araçariguama por Afonso Sardinha Em 1605 o arraial mineiro do Byturuna dando outro em pequena escala, mas uma grande fortuna, transforma o arraial em fazenda; e, em 4 de dezembro de 1605, depois da morte (1604) do filho, "o Velho" instala a Capela de Santa Bárbara, tornando-se o fundador luso-católico de mais um povoado colonial que terá continuação com outras capelas, outras devoções, outros pontos geográficos, e até outros focos de interesse comercial, rural e logístico, sendo particularmente um eixo para o desenvolvimento do jeito de "bandeirar"que, a algumas milhas dali, a partir de Araritaguaba (o Porto Feliz dos goyanazes), já faz acontecer o Brasil continental! Obs. 1 - No "ano 1605" não se realizam sessões normais da Vereança paulistana porque os poderosos, latifundiários e para-militares estão ocupados na defesa dos seus bens nos sertões dos guaranis (Piabiyu) e dos tupis (Sorocaba e Ypanen). 2 - Tudo leva a crer que o escandaloso "testamento" de "o Moço", feito no sertão, em 1604, doeu bem no fundo da alma de "o Velho", que passa mais de um ano entre Byraçoiaba e Byturuna, e no arraial-mina do Byturuna manda "fabricar" a capela em honra de Santa Bárbara, ás vezes acompanhado pelo padre jesuíta Antônio da Cruz. 3 - A instalação da Capela de Santa Bárbara é da tradição dos mineradores e militares, como sertanistas, e no caso da Mina-Arraial do Byturuna, no Arassary´i, a história de Afonso Sardinha - o Velho foi passada oralmente, como já havia acontecido com a Capela "fabricada" na Carapocuyba, logo, a História não descarta a Tradição e incorpora-a como registro imaterial pela certeza de que os atos existiram e a arqueologia os mostra, tanto no Parque da Mina de Ouro d´Araçariguama como na Aldeia de Carapicuíba, por exemplo, povoados luso-católicos a partir das ações sertanistas e minerarias do velho Sardinha. A essa tradição não poderia fugir "o Velho" Sardinha, até pela proximidade dos padres jesuítas, muito vigilantes nos atos eclesiásticos informalmente desencadeados nos sertões, como a "fábrica" de uma "alminha" ou de uma "capela". Afonso Sardinha vende a mina, o arraial e a capela do Byturuna, ao sócio-artesão Clemente Álvares, que repassa a informação à Câmara de São Paulo, onde é vereador. A translação é tão verdadeira quanto a declaração do próprio vereador Álvares no plenário do Conselho paulistano. [História de Carapicuíba, 25.03.2013. João Barcellos. Página 20] • 16°. Sorocaba (data estimada) E, na prática colonial, os jesuítas seguem os passos do político e minerador que, ao morrer em 1616, lhes deixa tudo em doação, com exceção do Sítio Embuaçava, que coube como herança em vida ao filho (mameluco) Affonso Sardinha - o Moço, que morre em 1604 no meio de uma batalha com nativos. É assim que a Aldeia & Porto Carapocuyba tem, entre 1557 e 1610, tanto valor estratégico quanto a Santa Anna de Parnaíba, que cresce despovoando São Paulo.
Carta patente do rei dom João III nomeando Martim Afonso de Sousa capitão-mor da nova armada que mandava ao Brasil 20 de novembro de 1530, quinta-feira. Atualizado em 27/10/2025 17:38:49 Relacionamentos • Pessoas (4) Aleixo Garcia (f.1526), Henrique Montes, João III, "O Colonizador" (28 anos), Martim Afonso de Sousa (30 anos) • Temas (12): Assunguy, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminhos até São Vicente, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Ordem de Cristo, Ordem de Cristo, Peru, Rio da Prata, Rio da Prata, Tordesilhas ![]()
Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei 3 de abril de 1553, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06 Relacionamentos • Cidades (4): Cubatão/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (4) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), João Pires, o gago (1500-1567), José de Anchieta (1534-1597), Mem de Sá (1500-1572) • Temas (9): África, Caminho do gado, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Estradas antigas, Léguas, Pela primeira vez, Porto das Almadias, Rio Cubatão em Cubatão ![]() • A fazenda geral dos jesuítas e o monopólio da passagem do Cubatão: 1553-1748, 2008. Francisco Rodrigues Torres 1 de janeiro de 2008, terça-feira
Atualizado em 30/10/2025 18:59:19 O caminho Santos foi pavimentado com rochas trabalhadas à mão para facilitar o transporte de mercadorias para o porto
Atualizado em 01/11/2025 02:42:55 Capitão Francisco Galvão de Barros França em seu Relatório, mostrando a facilidade que ha de se conseguir uma Estrada que se comunique do Porto do Rio Ypiranga de Juquiá com as vilas de Itapetininga, Paranapanema e Sorocaba, e como para o futuro pode ser de grande vantagem para esta vila ![]() Data: 1998 Página 164
• 1°. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo 1998 Segunda, que, tendo esta mesma Comissão feito todas as reflexões que estão ao seu alcance tendente a exposição que faz o capitão Francisco Galvão de Barros França em seu Relatório, mostrando a facilidade que ha de se conseguir uma Estrada que se comunique do Porto do Rio Ypiranga de Juquiá com as vilas de Itapetininga, Paranapanema e Sorocaba, e como para o futuro pode ser de grande vantagem para esta vila. ver mais
Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga” 2 de Setembro de 1557, segunda-feira. Atualizado em 02/09/2025 07:05:54 Relacionamentos • Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (2) Antonio Rodrigues "Sevilhano" (41 anos), Manuel da Nóbrega (40 anos) • Temas (7): “o Rio Grande”, Carijós/Guaranis, Colégio Santo Ignácio, Jesuítas, Lagoas, Piqueri, São Paulo de Piratininga
• Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira) 1 de janeiro de 1940, segunda-feira • REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL 1 de janeiro de 2006, domingo
Atualizado em 30/10/2025 05:52:51 Dados para a História dos Índios Caiapó; Mario Abdo Neme (1912-1973) ![]() Data: 1969 Créditos: Mário neme Página 115
• 1°. Belchior Dias Carneiro comandou uma bandeira de cerca de 50 homens brancos e muitos nativos. Esta expedição partiu de Pirapitingui, no rio Tietê, rumo ao sertão dos nativos bilreiros e caiapós. O objetivo explícito era o descobrimento de ouro e prata e mais metais Pouco se sabe da história dos índios Caiapó ou Bilreiros nos dois primeiros séculos do povoamento. Em 1607, o sertanista Belchior Dias Carneiro, "língua da terra", comandava uma expedição no rumo de sertões desconhecidos; para Carvalho Franco ela se destinava à "região dos bilreiros ou caiapós" que compreendia "o Rio Tietê abaixo, indo para Mato Grosso e para Goiás". Na bibliografia paulista, essa seria a primeira referência por ordem cronológica aos Caiapó em relação com sertanistas de São Paulo. Depois, disso, pouco aparecem na documentação até cêrca de un século mais tarde, quando passam a ser continuamente citados, em razão das proezas que praticam contra viajantes de Cuiabá e também por causa da guerra implacável que os brancos lhes movem. Realmente, a maior soma de informações a respeito dos Caiapó ou Bilreiros começa a aparecer a partir de 1720,marcando esta data o início de um período em que êles são a todo momento apontados como índios gu·erreiros evolantes. Não obstante, essa disposição de ânimo dos Caiapó era já denunciada na segunda metade do século antecedente, ocasião em que ocupavam a área araguaiana do Planalto Central. A respeito de uma bandeira paulista que desde 1671 se havia arranchado junto das cabeceiras do Tocantins, informava em 1676 o padre Antônio Raposo que no ano anterior,"passando pelo sítio onde se tinha alojado o cabo da tropa de Sã. [Página 103] • 2°. Os oficiais da Câmara Municipal da vila de São Paulo dizem ter recebido a notícia de que "Belchior Rodrigues, de Birapoeira, com forja de ferreiro, queria ir para "Piassava das Conoas", onde desembacarvam carijós e que era um prejuízo para esta vila" • 3°. Desceu o Tietê expedição com Baltasar Gonçalves Sabemos que num dos portos do Tietê (Putribu-Pirapitingui) os homens das entradas também se reuniam para iniciar a caminhada, no rumo do sertão, a pé ou a cavalo; como sabemos que Martim Rodrigues estivera antes - com um bando chefiado por Domingos Rodrigues - na região do Paraúpeva: no seu inventário, aberto por não regressar desta entrada de 1608, constava "uma negra por nome Guayá digo da nação Guoayá", escrava "da entrada de Domingos Rodrigues de Paraúpeva", além de um bom número de escravos Tememinó. Não há certeza, porém, quanto à identidade de seus matadores; apenas - acrescentamos - a de que não foram os Bilreiros. Como referiremos adiante, entende Roque Leme da Câmara que os expedicionários chegaram até o Rio Pará, contrapondo-se-lhe Carvalho Franco dizendo que "ao certo seria na célebre região do Paraúpava". • 4°. Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* Pouco se sabe da história dos índios Caiapó ou Bilreiros nos dois primeiros séculos do povoamento. Em 1607,o sertanista Belchior Dias Carneiro, "língua da terra",· comandava uma expedição no rumo de sertões desconhecidos ;para Carvalho Franco ela se destinava à "região dos bilreiros ou caiapós" que compreendia "o Rio Tietê abaixo, indo para Mato Grosso e para Goiás" [F. A . Carvalho Franco , "Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil", ed. Comissão IV Centenário de São P aulo, São P aulo, 1953, pgs. 101 e 340].Na bibliografia paulista, essa seria a primeira referência por ordem cronológica aos Caiapó em relação com sertanistas de São Paulo ( 2 ). Depois, disso, pouco aparecemna documentação até cêrca de wn século mais tarde, quandopassam a ser continuamente citados, em razão das proezasque praticam contra viajantes de Cuiabá e também porcausa da guerra implacável que os brancos lhes movem.Realmente, a maior soma de informações a respeito dosCaia pó ou Bilreiros começa a apareoer a partir de 1720,marcando esta data o início de um período em que êlessão a todo mom.ento apontados como índios gu·erreiros evolantes. Não obstante, essa disposição de ânimo dos Caiapó era já denunciada na segunda metade do século antecedente, ocasião em que ocupavam a área araguaiana do Planalto Central. A respeito de uma bandeira paulista que desde 1671 se havia arranchado junto das cabeceiras do Tocantins, informava em 1676 o padre Antônio Raposo que no ano anterior,"passando pelo sítio onde se tinha alojado o cabo da tropa de São Paulo [Página 103] Sabemos que num dos portos do Tietê (Putribu-Pirapitingui) os homens das entradas também se reuniam para iniciar a caminhada, no rumo do sertão, a pé ou a cavalo; como sabemos que Martim Rodrigues estivera antes - com um bando chefiado por Domingos Rodrigues - na região do Paraúpeva: no seu inventário, . aberto por não regressar desta entrada de 1608, constava "uma negra por nome Guayá digo da nação Guoayá", escrava "da entrada de Domingos Rodrigues de Paraúpeva, além de um bom número de escravos Tememinó.Não há certeza, porém, quanto à identidade de seus matadores; apenas - acrescentamos - a de que não foram os Bilreiros. Como referiremos adiante, entende Roque Leme da Câmara que os expedicionários chegaram até o Rio Pará, contrapondo-se-lhe Carvalho Franco dizendo que "ao certo seria na célebre região do Paraúpava". [Página 116] Nova referência aos Bilreiros vamos encontrar em 1650, e referência que vem confirmar não apenas a existência de um caminho por terra para a antiga estância dêsses nativos, mas ainda a efetividade do seu deslocamento em massa para regiões mais distantes. No ano refeiro procede-se ao inventário dos bens deixados por um morador do bairro de Pirapitingui, no termo da vila de Parnaíba, bairro mais chegado à então povoação de Itu do que ao perímetro urbano da vila. Sitiante e sertanista como muitos outros, Bernardo Bicudo teria feito várias perquirições por rumos não identificados, até que em março de 1649, estando para partir numa bandeira de Francisco de Paiva, redige o seu testamento, por precaução em vista dos perigos que iam enfrentar. Veio de fato a falecer no sertão, talvez nesse mesmo ano, tendo-se começado a execução do seu inventário em agosto de 1650. Refere-se nessa peça que Bernardo Bicudo possuía, entre outros bens móveis e de raiz, "meia légua de terras de matos maninhos em Capibari na estrada velha do sertão para o sertão dos Bilreiros". Esta informação em papel de 1650 nos ajuda, antes de mais nada, a compreender as expressões das atas de 1608 e 1613, onde a propósito de nativos pacíficos estabelecidos a certa distância das povoações da zona do alto Tietê, rio também chamado Anhembí, se fala em aldeias nativas existentes "pelo caminho" e "ao longo deste Rio Anhembí". Por outro lado, o qualificativo "velha", designando em 1650 uma estrada para determinada parte, denota uma sucessão de tempo: indica a passagem de um período de não-utilização do caminho seguindo-se a um outro de uso frequente. Com relação ao caso presente, estes dois períodos encaixam-se no quadro de tempo estabelecido pelos dados que temos apurado sobre o assunto, de acordo com os quais a fase de uso generalizado do caminho giraria em torno de 1610; a do abandono, em redor de 1620; isto tudo nos levando a supor que tenham sido adquiridas terras "em Capibari" por volta de 1630-1640, quando já seria bem conhecido o fato de estar em desuso a "estrada para o sertão dos bilreiros". Esta suposição nos parece de todo em todo plausível, em vista do que se conhece sobre o movimento de penetração dos paulistas a época em questão.Note-se, mais, que a expressão "estrada para os bilreiros" significava, não uma verdadeira estrada (impossível nas condições de tempo e lugar), mas um caminho de uso mais ou menos continuado e com um ponto certo destino; não uma trilha de penetração eventualmente utilizada por entradistas, mas uma rota bem conhecida e bem batida, a ponto de merecer o qualificativo de estrada. E como estrada, que nos começos do século 17 levava a uma aldeia de nativos, aldeia à qual os povoadores iam constantemente, não deveria ter um percurso muito longo. [Páginas 122 e 123] Nova referência aos Bilreiros vamos encontrar em 1650, e referência que vem confirmar não apenas a existência de um caminho por terra para a antiga estância dêsses nativos, mas ainda a efetividade do seu deslocamento em massa para regiões mais distantes. No ano refeiro procede-se ao inventário dos bens deixados por um morador do bairro de Pirapitingui, no termo da vila de Parnaíba, bairro mais chegado à então povoação de Itu do que ao perímetro urbano da vila. Sitiante e sertanista como muitos outros, Bernardo Bicudo teria feito várias perquirições por rumos não identificados, até que em março de 1649, estando para partir numa bandeira de Francisco de Paiva, redige o seu testamento, por precaução em vista dos perigos que iam enfrentar. Veio de fato a falecer no sertão, talvez nesse mesmo ano, tendo-se começado a execução do seu inventário em agosto de 1650. Refere-se nessa peça que Bernardo Bicudo possuía, entre outros bens móveis e de raiz, "meia légua de terras de matos maninhos em Capibari na estrada velha do sertão para o sertão dos Bilreiros". Esta informação em papel de 1650 nos ajuda, antes de mais nada, a compreender as expressões das atas de 1608 e 1613, onde a propósito de nativos pacíficos estabelecidos a certa distância das povoações da zona do alto Tietê, rio também chamado Anhembí, se fala em aldeias nativas existentes "pelo caminho" e "ao longo deste Rio Anhembí". Por outro lado, o qualificativo "velha", designando em 1650 uma estrada para determinada parte, denota uma sucessão de tempo: indica a passagem de um período de não-utilização do caminho seguindo-se a um outro de uso frequente. Com relação ao caso presente, estes dois períodos encaixam-se no quadro de tempo estabelecido pelos dados que temos apurado sobre o assunto, de acordo com os quais a fase de uso generalizado do caminho giraria em torno de 1610; a do abandono, em redor de 1620; isto tudo nos levando a supor que tenham sido adquiridas terras "em Capibari" por volta de 1630-1640, quando já seria bem conhecido o fato de estar em desuso a "estrada para o sertão dos bilreiros". Esta suposição nos parece de todo em todo plausível, em vista do que se conhece sobre o movimento de penetração dos paulistas a época em questão.Note-se, mais, que a expressão "estrada para os bilreiros" significava, não uma verdadeira estrada (impossível nas condições de tempo e lugar), mas um caminho de uso mais ou menos continuado e com um ponto certo destino; não uma trilha de penetração eventualmente utilizada por entradistas, mas uma rota bem conhecida e bem batida, a ponto de merecer o qualificativo de estrada. E como estrada, que nos começos do século 17 levava a uma aldeia de nativos, aldeia à qual os povoadores iam constantemente, não deveria ter um percurso muito longo. [Páginas 122 e 123] • 5°. Abandono do Caminho • 6°. Antonio Nunes e sua mulher Maria Maciel, projetocompartilhar.org De todos os dados expostos, em conjunto com outros de que tratamos no estudo atrás citado, podemos concluir que a estâncias dos Caiapó nos começos do século 17 ficava em algum ponto do trajeto que vai da barranca do Tietê, na altura de Putribu-Pirapitingui, à área situada junto das cabeceiras do São Francisco, área que abrange hoje terras goianas e mineiras, na qual estacionavam então os Temiminó, nativos que foram apresados por Belchior Carneiro depois de sua passagem pelos Bilreiros, e apresados também por volta de 1603 pelos homens de uma bandeira de Nicolau Barreto, da qual logo diremos alguma coisa.
Atualizado em 01/11/2025 02:42:55 Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui ![]() Data: 2024
• 1°. Historia geral das bandeiras paulistas: escripta á vista de avultada documentação inédita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes. Afonso de E. Taunay (1876-1958) 1927 A coincidência dos três nomes não vem a ser de tal ordem que se mostre inaceitável mas num núcleo tão pequeno, como o de São Paulo seiscentista, torna-se realmente extraordinário que se possa admitir a coexistência dos dois Antonio Pereira de Azevedo. Na toponímia de São Paulo diversos Pirapitinguy ha. Assim se chama um pequeno afluente do Parahyba, cuja foz se acha no município de Pindamonhangaba, um outro ribeirão, afluente do ainda pequeno Jaguary, no vale do Tietê, e um terceiro, afluente insignificante do próprio Tietê junto a Ytú. O único que apresenta afinidades com a geografia do bandeirismo é este. Em todo caso a sua barra é a montante do Salto, naquele trecho de corredeiras, tão lindo e abaixo da Cabreuva. Não viriam os bandeirantes escolher porto logo acima do grande obstáculo do Salto, quando se sabe que a sua navegação começava abaixo do Salto algumas léguas, a jusante e mais tarde muito além em Porto Feliz, na antiga Araraytaguaba. E depois se Antonio Pereira de Azevedo estava em Pirapitinguy devia seguir rumo do oeste e não do Norte. Só se Pirapitinguy era em outro ponto ou ainda que Azevedo haja voltado da Bahia pouco depois sua partida. E com efeito para ali partira em junho de 1647 e estava em Pirapitinguy, a 15 de maio de 1648, prestes a tomar a estrada geral dos preadores de nativos. Fixa Calógeras a partida da expedição de Antonio Pereira de Azevedo em 1648, mas ha provavelmente ai erro de impressão. Basílio de Magalhães o retifica. Não sabemos porém em que se estriba o autor das "Minas do Brasil" para afirmar que se fez a expedição do São Francisco. ver mais • 2°. O Brasil na Monarquia Hispânica (1580-1668) Novas Interpretações* Dezembro de 2016 Porém o chamariz de rol de bens de Fernandes é que, listado entre machados, foices e cunhas, aparece um “torno de emprensar livros”, avaliado em 320 réis (um pouco menos valioso que três cunhas, avaliadas em 360). A que poderia ter servido tal instrumento a Pedro Fernandes? Teria ele mesmo utilizado ou lhe ficou de herança, encostado em alguma choupana do sítio? O fato é que bem poderia ter animado a produção de algumas cartilhas para alfabetização, panfletos e cartas impressas, como as que no ano de 1639 andaram causando alvoroço na vila de São Paulo por apregoar a volta do rei Sebastião. O pequeno negócio feito em Itanhaém, e a presença do torno, podem sugerir um esboço de gráfico. De todo modo, lembremos que o Colégio dos Jesuítas servira como principal meio de alfabetização e ensino na vila de São Paulo, e o uso de cartilhas deveria ser o recurso principal desta educação. [Página 130] ver mais • 3°. Consulta em projetocompartilhar.org 31 de março de 2022, sexta-feira Em nome da Santíssima Trindade Padre Filho e Espírito Santo Saibam quantos esta cedula de testamento virem que no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil seiscentos e quarenta e oito anos em os quinze dias do mes de maio neste Porto de Parapetingy estando para me embarcar a fazer uma viagem rio abaixo (..) Primeiramente (encomenda a alma e pede para ser sepultado na igreja de São Francisco, caso morra no povoado). Encomenda ofícios e missas. Nomeia por testamenteiros o cunhado Antonio Alves e a mulher Ana Tenória. Declaro que sou casado com minha mulher Ana Tenória ... e dela tenho nove filhos a saber André João Martinho e Pedro Maria Ana Antonia Domingos Bastião os quais são herdeiros de minha fazenda. (Deixa a mulher por curadora dos filhos, a quem confia a administração de toda a fazenda, por confiar nela). Declara ter duas casas na vila, uma delas de sobrado, onde mora o padre vigário de aluguel ha 15 meses, sem ter pagado nada. Deixa a terça para os filhos em igual parte com a enteada Maria Tenória. Comprou um corte de tecido de seda para a enteada e não quer que entre em inventário, por ter dado a ela. Declara dívidas para com os compadres Vicente Antonio e Antonio Madureira, Antonio Gomes Barbosa, Manoel Fernandes Gigante, a Dona Luiza, mulher que foi de Gaspar da Costa e a seus herdeiros, Antonio Pereira de Azevedo, ao juizado dos órfãos. Declaro que por morte de meu pai, que Deus tem, me ficou uma fazenda entre a qual me coube a metade do sítio do Ipiranga e a metade do sítio de Goanga .... dos quais não me tem dado a viuva satisfação suposto que lhe tenho dado quitação geral ficando ela debaixo de sua palavra de me pagar os sete mil réis do sítio do Ipiranga e do sítio de Guanga me tem pago somente mil e quinhentas telhas da casa do sítio que Diogo de Fontes desmanchou do sítio e o tem vendido sem me dar toda a satisfação do que dele me cabe a minha direita parte. ver mais
Atualizado em 01/11/2025 02:42:56 Em 1729, janeiro, ainda não estava pronta a estrada. O governador paulistano, Antônio da Silva Caldeira Pimentel, enviou então Antônio Afonso e Francisco Rodrigues Chaves, com uma boa tropa para ajudarem e servirem de vanguardeiros a Souza Faria*
Atualizado em 30/10/2025 01:53:00 Mapa do Real Caminho do Viamão, por Hermélio Moraes, Pesquisador IHGGI (data sugerida *bd) ![]() Data: 2023 Créditos: Hermélio Moraes
• 1°. Céspedes requeria aos oficiais que mandassem saber que tinha ordem para passar pelo caminho por ser proibido Cristóvão Pereira de Abreu, em 1733 chega em Sorocaba com a primeira tropa de 3 mil mulas, advindas do sul do continente. Inaugurando assim, o Caminho dos Tropeiros. Oficialmente batizado como: Real Caminho do Viamão. Ao todo são 1.700 km, sendo que destes, 50 km estão dentro do município de Itapetininga. Conforme documentos, são oito os pousos dentro do município: A vila, Porto, Antas, Viracopos, Capivari, Areião, Espigão e o bairro da Pescaria. • 2°. Sesmaria concedida a Christovam Diniz Anhaia em Cubatão Capelinha do em 23/6/1728 Cristóvão Pereira de Abreu, em 1733 chega em Sorocaba com a primeira tropa de 3 mil mulas, advindas do sul do continente. Inaugurando assim, o Caminho dos Tropeiros. Oficialmente batizado como: Real Caminho do Viamão. Ao todo são 1.700 km, sendo que destes, 50 km estão dentro do município de Itapetininga. Conforme documentos, são oito os pousos dentro do município: A vila, Porto, Antas, Viracopos, Capivari, Areião, Espigão e o bairro da Pescaria.
Atualizado em 28/10/2025 11:30:16 Mapa de América del Sur desde el Ecuador hasta el Estrecho de Magallanes, 1607. Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) ![]() Data: 1607 Créditos: Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) pares.mcu.es/ParesBusquedas20/catalogo/ show/16777
• 1°. Anchieta* Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as "bandeiras" do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema. Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga. • 2°. “História do Brasil”, Antônio José Borges Hermida • 3°. Ouro O mapa atribuído a Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) é uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Encontrado no Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), baseado em Paul Groussac. Ruy Diaz de Guzman nasceu em 1559, na cidade de Assunção, no Paraguai. Filho de Alonso Riquelme de Guzman Ponce de Leon (1518-1577) e de Úrsula de Irala (n.1536). Em 1552, seu bisavô, Domingo Martinez de Irala (1506-1556) teria chegado no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi Sua irmã, Violante Ponce De León Y Guzmán Irala, casada com Barnabé de Contreras (n.1554), foi sogra de Bathazar Fernandes. • Sobrinhos (4):1. Bartolomeu de Torales , casou com Ana Rodrigues Cabral (1580-1661), filho(a) de e de Antonio Rodrigues Cabral (1580-1661) e de Joana de Escobar (1580-1661)Violante de Zunega (n.1560) 2. Gabriel Ponce de Leon y Contreras , casou com Maria de Torales y Zunega Fernandes (n.1585), filho(a) de e de Antonio Rodrigues Cabral (1580-1661) e de Maria de Torales y Zunega (n.1585)Maria Leme de Veiga , a Velha (n.1663)Custódia Dias "André" (1580-1661)3. Manoel Freire de Andrade (ou de Carvalho) (1580-1661) 4. Maria de Torales y Zunega , casou com Balthazar Fernandes (1540-1632), Luís Castanho de Almeida - 1904-1981 Cerca do ano de 1600 casou-se Baltazar Fernandes com Maria de Zúnega, nascida na Vila Rica de Guairá, filha de Bartolomeu de Torales e de Violante se Zúnega. O casamento de Baltazar precedeu de 30 anos a transmigração das famílias do Guairá para São Paulo. É um verdadeiro romance de aventuras este namoro a tantas léguas, de um bandeirante com uma, digamos, sul-americana.Vê-se com nitidez a união simbólica das duas raças ibéricas no coração da América. Raças que o caldeamento com os guaranís renovou em proporções gigantescas. Desse matrimônio nasceu em Vila Rica Maria de Torales, que se casou com outro vilarriquenho: Gabriel Ponce de Leon e com ele e outros parentes se transplantou para São Paulo antes de 1634 e depois de 1630. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe, e ao lado desta última está a inscrição: "minas de ouro no Brasil". “Sorocaba e os castelhanos”, Aluísio de Almeida, codinome de Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Diário de Notícias, página 13 Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. De fato, sabe-se que a fundação daquele governador geral no Ipanema, obedeceu ao intento de encontrar ouro e prata, nas pegadas de Afonso Sardinha, anterior de 10 anos. O arraial de Monte Serrat, título adotado pela devoção do fidalgo, teve duração efêmera e, enquanto o ambicioso reinol despedido do governo geral, andava na corte madrilenha a solicitar favores para continuar a empresa das minas, os proto-sorocabanos se transferiam para o Itavuvu. Chega Dom Francisco a São Paulo em 1610 como governador das minas e da repartição sul e confirma a mudança de lugar e de nome, embora não pudesse rever estas regiões com seus olhos de carne, tão cedo fechados á luz do mundo em Piratininga. O pelourinho concedido por d. Francisco a povoação do Ipanema foi ele, pois, transferido a São Felipe, como faz prova a carta em que estamos estudando, e que anota São Felipe com a mesma insignia que São Paulo e São Vicente. Lemos num articulista sorocabano de há uns 30 anos que ele haveria lido em papéis antigos de cartório a referência a São Felipe. Em 1661, a 3 de março, levantou-se novo pelourinho no lugar da atual Sorocaba, a légua e meia do antigo São Felipe e a três do Ipanema: era a vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, formada com os restos da gente de Dom Francisco de Sousa e os novos povoadores vindos de Parnaíba desde 1645 com Balthazar Fernandes de Abreu. Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada. Explicará essa existência de pequena fortaleza sobreviver no mapa de D´Anville em 1733? Não porque João Cabral Camelo, em manuscrito descoberto pelo sorocabano Varnhagen, por ali passou em 1727 e só viu mataria virgem até o Tietê. O mapa de Gusman encerra um erro grave que é uma verdade que desfigurou. Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as expedições do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema. Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga. Em 1634 Balthazar Fernandes assinava em Parnaíba com os dois irmãos Domingos e André (raça de povoadores), o termo de composição amigável do inventário de sua mãe Suzana Dias. A matrona contemplava no seu testamento as netas filhas do segundo casamento de Balthazar. Deve portanto recuar-se para o mínimo de 1600, senão antes, a época do primeiro casamento de Balthazar. Foi, portanto, ele em pessoa o primeiro a buscar esposa no Paraguai, donde lhe viria em 1634 o genro Gabriel Ponce de Leon com a turma de emigrados. Era, com efeito o Guayrá como que o vizinho e o "sítio da roça" aonde iam passar uma temporada os povoadores de Parnaíba e em seguida Itú e Sorocaba. Pouco depois, em 1612, Gusman escreveu “Historia argentina del descubrimiento, población y conquista de las provincias del Río de la Plata”. (...) subindo o rio do Paraná, há outro muito poderoso, que vem do Brasil chamado Paraná Pané, no qual entram muitos outros, todos muito povoados, especialmente o chamado Atiuajiua, contendo mais de 100 mil populações nativas desta nação. Nasce de uma serra que chamamos de Sobaú, que não fica longe de São Paulo, juntar-se a três torna-se poderoso; e circunda a colina de Nossa Senhora de Monserrate que tem um circuito de cinco léguas, de cuja orla os portugueses tiram daquela costa muito rico ouro de 23 quilates; e em cima dela há muitos veios de prata, perto dos quais D. Francisco de Sosa, fidalgo desta nação, fundou uma vila que ainda subsiste, e continua a fazer efeito e beneficiar das minas de ouro e prata. 3705 - Francisco de Assis Carvalho Franco - 1886-1953Conseguiu, também, pelo Espírito Santo, visando a mesma Sabarábocú, uma expedição cujo cabo foi Marcos de Azevedo, o velho, que trouxe, em 1611, amostrar de esmeraldas. [“Dicionário de bandeirantes e sertanistas do Brasil - séculos XVI - XVII - XVIII”, 1954. Francisco de Assis Carvalho Franco. Página 396] Em São Paulo continuava na faina de buscar prata no Araçoiaba, que até então e sempre apenas revelou possuir ferro. Curiosa, sobre tal ponto, a notícia que dava em 1612 e portanto contemporaneamente, o escritor Rui Diás de Gusman, na sua "Argentina".Não encontrara no entanto o fidalgo português nesse local os metais nobres que tanto ambicionava. E mergulhado no isolamento dessas paragens desde janeiro de 1611, desamparado de toda sua antiga comitiva e de todo seu antigo fausto, veio por fim a perecer, em meados de junho, com o mais humilde e desabaratado dos seus antigos caminheiros do desconhecido.
História de Paranaguá, paranagua.pr.gov.br 31 de outubro de 2023, terça-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:20:03 Relacionamentos • Cidades (5): Ararapira/PR, Cananéia/SP, Iguape/SP, Paranaguá/PR, Santos/SP • Pessoas (3) Domingos Luís Grou (1500-1590), Gabriel de Lara (f.1694), João IV, o Restaurador (1604-1656) • Temas (9): Algodão, Caminho do Mar, Capitania de Santa Ana, Carijós/Guaranis, Jesuítas, Pela primeira vez, Pelourinhos, Rio da Prata, Suptrabu • 1. Paranaguá 1554
Atualizado em 30/10/2025 01:57:43 REVISTA DO ARQUIVO MUNICIPAL
• 1°. Tratado de Zaragoza discute a posse das Ilhas Molucas entre Portugal e Espanha De todas as trilhas indígenas que percorriam o planalto a mais célebre é, sem dúvida, o Peabiru. De importância continental, desde remotas eras pré-colombianas essa grande artéria sul-americana unia à costa atlântica a populosa mesopotâmia paraguaia, habitada pelos índios carijós ou guaranis. Formada de um tronco e várias ramificações, uma delas atingia a região vicentina, regularmente freqüentada pelos tupiniquins, moradores do planalto paulistano (PETRONE, p. 35-44). Consistindo numa picada de 200 léguas (1200 km) de extensão, este último ramal, segundo a descrição do Padre Lozano. J., possuía oito palmos de largura (1,76m) e seu leito, forrado por uma gramínea que impedia o crescimento de outra vegetação, apresentava um rebaixamento de 40 centímetros em média em relação ao solo adjacente. Posteriormente chamada pelos jesuítas de Caminho de São Tomé (identificado com Sumé, o herói civilizador do mito tupi), a famosa trilha permitiu que, em sentido contrário, a partir da costa brasileira os conquistadores atingissem o Paraguai e desse ponto fosse possível alcançar as fabulosas riquezas do longínquo Peru (HOLANDA, 2000, p. 142-144). Tal fato revela que, naquele tempo, além do intenso desejo dos jesuítas de ir converter os carijós, havia uma fortíssima motivação política e econômica a instigar a penetração lusa em direção à região paraguaia. A questão das Molucas, provocada no Oriente pelos espanhóis, fizera recuar a linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas para o Ocidente. No Brasil, essa linha deveria retroceder também para o Ocidente, de maneira a deixar os mesmos 180º de cada parte. Com esse deslocamento, imaginavam os portugueses, Assunción, cidade espanhola erguida em 1537 no meio dos carijós e à beira do caminho do opulento Peru, certamente passaria à pertencer coroa lusitana, crença compartilhada durante certo tempo pelo próprio D.João III (LEITE, v.1, p. 448 e nota n.6). • 2°. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada Aliás, cabe assinalar que Nóbrega não levava muito a sério a doutrinação dos índios do planalto. Em carta anterior, datada de 15 de junho de 1553, afirmava com todas as letras que só se ocuparia na conversão desses índios, enquanto estivesse impedido de se internar em definitivo no sertão (LEITE, v.1, p. 496). Na hipótese de ser verdade que foram os índios os únicos responsáveis pela escolha do lugar de sua nova aldeia no planalto – local esse depois plenamente aceito e ratificado pelos jesuítas, podemos supor – fica mais fácil compreender o grande acerto com que desempenharam tal missão. Com efeito, na condição de silvícolas planaltinos, profundamente familiarizados com a região, eram eles os mais capacitados para determinar o ponto mais favorável para a criação de um novo povoado. Por uma questão de sobrevivência, só poderiam decidir-se por um local em acrópole (o que parece ter sido uma tradição entre os nossos índios antigos), próximo de rios piscosos e de trilhas que os poriam em fácil comunicação terrestre com pontos estratégicos ocupados por aldeias amigas. • 3°. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" Já na correspondência dos primeiros jesuítas, o nome de Piratininga aparece empregado de modo extremamente difuso, e, devemos admitir, confuso. Segundo carta de Nóbrega datada de outubro de 1553, a aldeia recém-construída no planalto, logo depois transformada em aldeamento jesuítico, estava instalada a cerca de duas léguas de distância da povoação de João Ramalho, conhecida pelo nome de Piratinim (LEITE, v.2, p. 16). Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico. De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo. • 4°. Carta do padre Manoel da Nóbrega a rei de Portugal, D. João III Já na correspondência dos primeiros jesuítas, o nome de Piratininga aparece empregado de modo extremamente difuso, e, devemos admitir, confuso. Segundo carta de Nóbrega datada de outubro de 1553, a aldeia recém-construída no planalto, logo depois transformada em aldeamento jesuítico, estava instalada a cerca de duas léguas de distância da povoação de João Ramalho, conhecida pelo nome de Piratinim (LEITE, v.2, p. 16). Dada a grande – e desconcertante – distância que o separava da futura São Paulo, não parece ser esse povoado a aldeia indígena liderada pelo sogro de Ramalho, Tibiriçá, a qual, embora possuísse essa mesma denominação, estava situada, segundo Frei Gaspar da Madre de Deus, como veremos adiante, a uma distância bem menor, a mais ou menos meia légua do núcleo jesuítico. De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índios ensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo. • 5°. Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga” • 6°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão Os historiadores alegam ainda razões de subsistência para justificar a escolha do sítio da nova aldeia. Não devemos nos esquecer que, com a chegada dos europeus transferidos de Santo André, em 1560, os campos planaltinos se mostrariam muito favoráveis à criação de animais domésticos, sobretudo de gado vacum, nas pastagens alagadiças situadas a nordeste, próximas das margens do Tietê e do Tamanduateí (Guaré), e que a pesca foi também uma atividade econômica de grande relevância para a nascente povoação. O próprio Padre Manuel de Nóbrega fazia questão de ressaltar, em carta de 1556, que a aldeia de Piratininga estava provida “de toda abastança que na terra pode aver” (LEITE, v.2, p. 284). O que não se via até há pouco suficientemente ressaltado, contudo, como um dos fatores determinantes da escolha do local onde depois se fixaria a nova casa jesuítica – com a grande exceção de Pasquale Petrone (PETRONE, p.140-141) talvez –, era a preexistência nas imediações de um intrincado sistema de trilhas indígenas que cortavam em todos os sentidos a lombada interfluvial. Essas veredas poriam os irmãos da Companhia em comunicação direta com o litoral vicentino, com as aldeias planaltinas dos índios aliados e com o distante Paraguai, cujo fascínio durante muito tempo manteve bem aceso o fervor catequético dos inacinos, sobretudo do Padre Manuel da Nóbrega. Cumpre, porém, chamar a atenção para um ponto controvertido acerca do modo como se deu a escolha do sítio onde foi erguida a casa jesuítica no planalto piratiningano. Indícios nos levam a pensar que, contrariamente à história oficial divulgada pelos jesuítas, foram os próprios índios desejosos de serem convertidos pelos padres da Companhia que se teriam reunido, sozinhos, numa aldeia, sem contar para a escolha de sua localização com a presença ou, quem sabe, sequer com a orientação de Nóbrega e seus companheiros (AMARAL, 1971,v.1, p. 128-129). [p. 12 e 13] De acordo com Nóbrega, na carta citada, foi nesse núcleo de João Ramalho que Martim Afonso de Sousa ”primeiro povoou”, ou seja, fundou a efêmera vila de Piratininga no recuado ano de 1532, conforme relata o diário de Pero Lopes, irmão de Martim Afonso. Por outro lado, em missiva escrita por Anchieta em 15 de agosto de 1554, a própria povoação dos padres aparece também chamada de aldeia de Piratininga, onde os jesuítas mantinham “uma grande escola de meninos, filhos de índiosensinados a ler e escrever” (LEITE, v.2, p. 81). Ainda nesse tipo de documentação se faz alusão a um certo porto de Piratinim, localizado à margem esquerda do Rio Grande (Rio Tietê) e a um rio de Piratininga, que deve ser interpretado como sendo também o Anhembi (Tietê), o rio por excelência da região; fala-se igualmente em campos de Piratininga, que abarcavam toda a amplidão dos campos planaltinos; e, finalmente, em São Paulo de Piratininga, que é o nome que a casa jesuítica tomou a partir de 25 de janeiro de 1554 e que depois foi estendido à vila criada em 1560, às vezes denominada São Paulo do Campo. [p. 14] A primeira Casa de Câmara só foi edificada em 1575 (ATAS, v.1, p. 76-79). Térrea e dispondo de um único cômodo, quando havia alguém encarcerado nela eram os vereadores obrigados a se reunir alhures, em geral na casa do vereador mais velho (ATAS, v.1, p. 125, 135, 158 e 161). Com a construção da Casa de Câmara, São Paulo passou a contar com dois logradouros, funcionando um deles como praça religiosa e o outro, como praça civil, dualidade que remontava em origem à cidade portuguesa medieval: o terreiro jesuítico, onde fora erguido o pelourinho em 1560 e agora se via um cruzeiro em frente da igreja (DEUS, p. 125; ATAS, v.1, p. 322 e 467) – terreiro esse que devia coincidir espacialmente com a praça central da aldeia indígena criada em 1553 –, e a praça pública, para onde foi depois transferido o símbolo de liberdade municipal, o qual não passava de uma rústica peça de madeira falquejada (ATAS, v.1,p. 269, 309 e 310). Posicionando-se entre esses dois espaços, a Casa de Câmara dava,supomos, os fundos para a praça pública e a frente para o adro dos jesuítas (ATAS, v.1,p. 161 e 269). [p. 22] Em 1560, por uma questão de segurança, Mem de Sá ordenou a abertura de um novo caminho do mar, conhecido mais tarde pelo nome de Caminho do Padre José (PERALTA, p. 7). A primeira seção desse novo caminho, porém, durante muito tempo parece ter coincidido com a do anterior. Partia da vila pelas atuais Ruas do Carmo e Tabatinguera, passando em seguida pela mesma ponte sobre o Rio Tamanduateí (ATAS, v.1, p. 272-274 e 300). Nas Atas, essa via de comunicação é chamada de Caminho do Ipiranga (1584), porque se distanciava a partir de determinado ponto da velha trilha tupiniquim para atravessar o ribeiro desse nome (ATAS, v.1, p. 237-238). [p. 24] • 7°. Construída uma guarita Apesar de extremamente diminuta, a povoação devia estar provida de ao menos duas portas: a mais importante, sobre a qual haviam construído uma guarita em 1564, era a Porta Grande, abertura que talvez desse passagem ao caminho do sertão, de onde provinham em geral os ataques dos índios contrários (ATAS, v.1, p. 38 e 394); a outra porta era, supostamente, a que permitia uma saída cômoda para o Caminho do Mar (ATAS, v.1, p.98). • 8°. São Paulo contava 150 a 170 moradores São Paulo do Campo era então muito pobre. Em 1589, seus cerca de 150 moradores habitavam construções baixas com tetos de palha, a qual começava a ser substituída pelas primeiras telhas produzidas na vila. Sendo também digno de nota que, conforme o regimento dos carpinteiros da época, uma porta padrão não tinha mais do que 1,76m de altura! (ATAS, v.1, p. 67, 324 e 370) • 9°. Numa escritura pública, datada de 30 de maio de 1589, em que é feita a descrição dos limites das terras cedidas por Brás Cubas aos frades carmelitas Numa escritura pública, datada de 30 de maio de 1589, em que é feita a descrição dos limites das terras cedidas por Brás Cubas aos frades carmelitas, pode-se inferir, de determinado trecho, esse mesmo percurso. Damos abaixo o teor parcial do documento. Entre colchetes iremos comentando por partes os mencionados limites: o caminho de Santo André para Piratininga vinha do curral de Aleixo Jorge pelo mesmo caminho que vem pela ponte grande em Tabatinguera [como já vimos, e veremos novamente, esse é o caminho velho do mar, trecho do antigo Peabiru, que acompanhava o traçado da Rua da Mooca, passava pela Rua Tabatinguera e seguia pela atual Rua do Carmo] e dahy atravessava pela villa vindo pela rua direita ate onde estava o mosteiro dos padres da companhia [essa rua “direita” parece seguir o trajeto de um segmento de rua sem denominação específica incorporado ao Pátio do Colégio, segmento este que hoje vai da Rua Floriano Peixoto, em frente à Caixa Econômica Federal, sita na Praça da Sé, até ao Pátio do Colégio; na embocadura inicial dessa via estaria localizada a porta da vila transposta por aqueles que chegavam do litoral] e dahy vindo pela porta que foi de Affonso Sardinha [a porta mais importante da vila, que provavelmente estava localizada na altura da esquina da Rua Anchieta com a Rua 15 de Novembro] e da qual rua foi de Rodrigo Álvares e Martim Affonso [essa via, Rua de Martim Afonso, nome de batismo adotado pelo índio Tibiriçá, em nossa opinião, não poderia ser jamais a Rua São Bento, como afirmava Frei Gaspar – porque, como veremos adiante, a Rua São Bento, ao contrário do que dizia o frade beneditino, só teria sido aberta, na verdade, no século XVII –, mas talvez estivesse representada por uma trilha que seguisse pela Rua 15 de Novembro e trecho inicial da atual Avenida São João, antiga ladeira desse nome; isso, se não acompanhasse o traçado, justamente, da Rua Álvares Penteado, orientada, como visto, para o Ribeiro Anhangabaú] e dahy a sahir a aguada do ribeiro e atravessando o ribeiro do Anhangobai pelo mesmo caminho que hoje por elle se servem os moradores daquela banda de Piratininga ate defronte a barra do Piratinin onde dava no rio grande [caminho de Piratiniga, que, após a transposição do Anhangabaú no local chamado Acu, se iniciava na Rua do Seminário, e cujo trajeto, descrito anteriormente, terminava na barra que o ribeiro daquele nome formava ao lançar suas águas no Rio Tietê] (JORGE,1999, p. 41) • 10°. Chácara dos Morrinhos • 11°. Registro de Doações em ouro para a alforria de escravos
Atualizado em 31/10/2025 01:27:20 A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja
• 1°. Diáspora carijó / Migração tumpinambá Posteriormente o litoral, em face dos amplos recursos alimentares de que dispunha, serviu como polo de atração, abrigando populações diversificadas, e por um longo período de tempo. O povoamento do litoral teve início cerca de 2.500 aC., estendendo-se praticamente até a chegada dos europeus. Os grupos humanos, pescadores e coletores, pré-ceramistas, foram substituídos por grupos ceramistas, talvez agricultores, por volta do ano 1000. [p. 59, 1 do pdf] • 2°. Aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir" • 3°. Binot, o navegador francês levou consigo para a Europa Içá-Mirim, o filho de Arosca, ‘’Cacique dos Carijós’’ A 6 de janeiro de 1504 aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir", ali permanecendo até 3 de julho. Numa pequena eminência à beira-mar, ele e seus companheiros levantaram uma cruz de madeira: realizou-se, ao toque de tambor e trombeta, a primeira celebração religiosa em terra catarinense. Retornando à França, Gonneville levou consigo o velho Namoa e o jovem Icá-mirim (Essomeric, afrancesado), filho do dos carijós, Arosca, sob o pretexto de "ensinar-lhe o uso da artilharia e fazer tudo quanto viam e ensinavam aos cristãos", prometendo trazê-lo de volta dentro de 20 luas, o que não foi cumprido. Em troca casou-o em 1521, aos 32 anos de idade, com sua filha Suzanne. Lageu-lhe parte de seus bens e deu-lhe o título de "Barão": um nobre carijó incluído na nobreza européia!Escreve W. Piazza que um neto de Içá-Mirim, Jean Paulmier de Gonneville, abraçou a carreira eclesiástica e chegou a ser Cônego da Catedral de Saint Pierre de Lisieux. Distinguiu-se pela sua alcunha e pelas viagens que realizou por diversos países da Europa, em missão diplomática. Em 1663 apresentou ao papa Alexandre XII a "Declaração de Viagem", acompanhada de um memorial, justificando um pedido para fundar uma missão cristã na terra austral. O Cônego de Gonneville queria ainda provar que a terra visitada em 1504 por seu antepassado tinha sido a Austrália! Icá-Mirim e Namoa, "emigrantes" brasileiros para terras europeias, fizeram o caminho inverso dos conquistadores que depois destruíram sua cultura e gente. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf] • 4°. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel Em 1514, aportou em Meiembipe (Ilha de Santa Catarina) a expedição comercial lusitana de Nuno Manoel e Cristóvão de Haro: trocaram o nome de Meiembipe pelo de "Ilha dos Patos"; posteriormente, toda a área circunvizinha foi conhecida como o "Sertão dos Patos". [Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf] • 5°. Expedição de Nuno Manoel Em 1514, aportou em Meiembipe (Ilha de Santa Catarina) a expedição comercial lusitana de Nuno Manoel e Cristóvão de Haro: trocaram o nome de Meiembipe pelo de "Ilha dos Patos"; posteriormente, toda a área circunvizinha foi conhecida como o "Sertão dos Patos". [Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf] • 6°. Atlas Miller é evidência da "ilha Brasil", segundo Jaime Cortesão Pai Sumé é o enviado de Deus que prepara seu caminho, que prega a Boa-Nova, que anuncia o estabelecimento definitivo do Cristianismo. Neste sentido, Lebrón e Armenta, andarilhos por Mbiaça, Itapocu, Campo, Ubay e Pequiri, formam um mito metade realidade, metade idealidade. Efetivamente os nativos identificaram Armenta com Pai Sumé. [p. 64 e 65, 6 e 7 do pdf] • 7°. Uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires Conforme já afirmamos, São Francisco do Sul foi o berço de Santa Catarina e a primeira presença cristã e franciscana em território catarinense. Em 1537, uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires. Estava acompanhada de cinco franciscanos, tendo como superior Frei Bernardo de Armenta, natural de Córdova na Espanha. Dos outros frades se conhece o nome de Alonso Lebrón, natural das Ilhas Canárias. [Páginas 60, 61 e 62, 2, 3 e 4 do pdf] • 8°. Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas Em princípios de 1538, após infrutíferas tentativas de entrar no Rio da Prata, a nau Marañona foi arrastada pela tempestade e se refugiou no porto de São Francisco. Desembarcando com seus companheiros, Frei Bernardo de Armenta não perdeu tempo e iniciou o trabalho de Evangelização. Foi auxiliado por três espanhóis da expedição de Caboto que tinham ficado na terra catarinense e que conheciam a língua nativa. A 1° de maio de 1538 Frei Bernardo escreveu a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas: "Isto aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los"´. Estas palavras deixaram os nativos muito impressionados. Esiguara desempenhara o papel de precursor. Em São Francisco, os frades encontraram este campo favorável devido a ele. Esiguara foi um tipo de pregador ambulante servindo-se de linguagem apocalíptica, que tão fundo calava na receptiva alma carijó. O campo estava fertilizado pela sua palavra. Também lhes ensinara entoar hinos e cânticos, através dos quais aprenderam a guardar os mandamentos e a ter uma só mulher de remota consanguinidade. Quando chegaram os espanhóis, náufragos da expedição de Alonso Cabera, os Carijós julgaram que fossem os irmãos dos discípulos de São Tomé. Receberam-nos com muito amor, levando-os para as suas aldeias, dando-lhes comida e bebida e varrendo os caminhos por onde andavam. Alguns discípulos de Esiguara receberam os frases com incrível alegria e chegavam a ser chatos, no dizer do Frei Bernardo, com tantos agrados que faziam. Continua o frade: "Tão grande é o número de batizados quase nada podemos fazer afora deste ministério. Nem para dormir ou comer há quase tempo. De boa vontade casam com uma só mulher e os que estavam acostumados a ter mais de uma, separam-se das outras. Os velhos, dos quais alguns tem mais de 100 anos, recebem com mais fervor a fé, e o que de nós aprendem, comunicam-no publicamente aos outros". Frei Bernardo de Armenta viu que sozinho não daria conta do ministério. Entusiasmado, pediu que fossem enviados pelo menos 12 confrades de vida apostólica das Províncias de Andaluzia e dos Anjos, conforme escreveu ao Dr. Juan de Bernal Diaz de Luco:"São tão grandes as maravilhas que Nosso Senhor realiza entre eles que não saberia contar, nem haveria papel suficiente para descrevê-las. Portanto, em nome daquele amor que Jesus Cristo teve pelo gênero humano em querer-nos redimir na preciosa árvore da Cruz, pois toda a sua obra foi para salvar e redimir almas, e aqui temos tão grande tesouro delas, peço que V. Mercê assuma esta empresa como sua e fale a S. Majestade e a esses senhores do Conselho, para que favoreçam tão santa obra, e o favor será que nos enviem 12 frades de nossa Ordem de São Francisco, que sejam acolhidos, e que S. M. os peça na Província de Andaluzia e na dos Anjos. E encarregue S. M. aos provinciais destas Províncias que enviem frades como Apóstolos. E, além disso, que S. M. envie um feitor seu que traga trabalhadores que não tenham ofício de conquistadores." Este último pedido é indicativo do projeto evangelizados de Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón: pedem lavradores que não sejam conquistadores, e missionários que não acompanhem a Conquista. Conforme anotaremos depois, os dois frades tinham muito claro que o anúncio do Evangelho não podia se resumir a um apêndice da obra conquistadora, incapaz de se livrar da violência e da morte. Estavam convencidos, igualmente, de que o trabalho apostólico ultrapassava a fronteira nitidamente religiosa e se deveria fazer muito para a promoção do nativo: "Venham também muitos camponeses com perito chefe agricultor, que mais proveitosos são do que os soldados, porque estes nativos devem ser convencidos pelo amor, não pelo ferro". Dá importância às ferramentas, às espécimes de gado, ovelhas, sementes de cana-de-açúcar, algodão, trigo, cevada e todas as qualidades de frutas, sem esquecer de contratar também mestres de açúcar, para montar engenhos. Inclui também artistas. Os lavradores que chegassem a São Francisco ou à Ilha de Santa Catarina deveriam estabelecer estreita colaboração com os nativos, que poderiam ajudá-los a plantar canaviais e lavrar as roças. A este projeto missionário deu o nome de "Província de Jesus". Podemos afirmar que, de um lado, Frei Bernardo de Armenta possuía entusiástico espírito apostólico e se achegou ao nativo sem preconceito, alimentado pelo amor e não pelo interesse; por outro lado, não escapou do projeto colonizador, ao pedir que chegasse agricultores andalusos para trabalhar as terras, das quais fatalmente os carijós passariam a ser servos, deixando de ser donos. Tal entusiamo fez com que o chefe da expedição temesse perder os frases. Por isso, proibiu-os de saírem da embarcação, o que não amedrontou a Armenta e Lebrón, que ameaçaram Cabrera de excomunhão por violar a liberdade eclesiástica, o Direito Canônico e os privilégios franciscanos, pois não tinha autoridade sobre eles, que não foram enviados pelo Rei e nem socorridos pela sua Fazenda. Quanto a eles, permaneceram no território catarinense, enquanto seus companheiros foram para o Rio da Prata. Então desceram ao sul, fundando uma missão entre os nativos carijós na região chamada Mbiaça (Laguna). Percorreram o litoral catarinense num raio de 80 léguas. [Páginas 60, 61 e 62, 2, 3 e 4 do pdf] 4.2 - O Mito do Pai Sumé Em sua carta a Juan Bernal Diaz de Luco, a 1° de maio de 1538, Bernardo de Armenta fala que Esiguara anunciava a seu povo que após ele "viriam os verdadeiros discípulos de São Tomé"." Isto que dizer que já estava vivo no meio carijó o mito Apóstolo Tomé que teria estado na América e anunciado a Evangelização posterior. Estamos diante de um mito cujo desenvolvimento supõe o encontro de três tradições: a dos primeiros cristãos americanos, a dos primeiros frades e a dos jesuítas. Os primeiros cristãos que chegaram à América devem ter utilizado o mito para convencer os nativos a aceitarem o Evangelho. No Paraguai, Perú, Bolívia já se tinha implantado o mito. Com a chegada de Frei Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón, os nativos devem ter fundido neles a imagem mítica de São Tomé nas Américas. Os frades entendiam sua missão não como um trabalho estável, mas como preparação para a chegada de outros evangelizados, o que de fato ocorreu em 1539, com a chegada de seis franciscanos ao Rio da Prata. Isto confirmou as palavras que se colocavam na boca de São Tomé: "Chegaram outros sacerdotes em suas terras, e que alguns virão apenas rapidamente, pera logo retornar, mas que os outros sacerdotes, que chegarão com cruzes nas mãos, esses serão seus verdadeiros padres, e ficarão sempre com eles, os farão descer até o rio Paranapané, aonde farão duas grandes reduções, uma na boca do Pirapó e outra no Itamaracá". São exatamente os dos locais onde, naquele tempo, os jesuítas organizaram as reduções de Loreto e Santo Inácio. Neste momento já estamos diante da terceira tradição: a dos Jesuítas, que identificaram o mito do Pai Sumé (São Tomé) com os frades, com ele buscando legitimidade histórica e religiosa para seu trabalho. Pai Sumé é o enviado de Deus que prepara seu caminho, que prega a Boa-Nova, que anuncia o estabelecimento definitivo do Cristianismo. Neste sentido, Lebrón e Armenta, andarilhos por Mbiaça, Itapocu, Campo, Ubay e Pequiri, formam um mito metade realidade, metade idealidade. [Página 64, 6 do pdf] • 9°. Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel” Pero Corrêa foi o primeiro irmão recebido na Companhia pelo padre Leonardo Nunes, em São Vicente, em 1549. Português de nascimento, gastara bons anos de sua vida nas diversões, aprisionando e salteando nativos, mas era tipo em grande conta pela sua prudência. Era um dos principais moradores de São Vicente, e grande língua (intérprete) da terra. Em 1542 conseguiu a concessão de muitas terras, inclusivo da maior das três ilhas que estão diante de Peruíbe, para seu projeto de carga e descarga de naus. [Páginas 67 e 9 do pdf] • 10°. Acusação do Fiscal, Licenciado Villalobos, contra Cabeza de Vaca, em Madri, a 20 de janeiro de 1546 Acusação do Fiscal, Licenciado Villalobos, contra Cabeza de Vaca, em Madri, a 20 de janeiro de 1546: "Durante o caminho que Alvar Nuñes fez por terra, abandonou treze cristãos, dos quais dois morreram e os demais escaparam dizendo que eram filhos de Pai Sumé, que é o Comissionário Frei Bernardo de Armenta, frade da Ordem de São Francisco". [p. 64, 6 do pdf] • 11°. Irala teria chegado no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi Efetivamente os nativos identificaram Armenta com Pai Sumé. Apenas três citações: 1) Pedro Durantes: "Depois, nesta casa e nas outras que encontrei pelo caminho em seis jornadas que andei pelo Campo, me receberam bem pelo que lhes dava, e porque os nativos que andavam comigo diziam que eu era filho do Comissário a quem eles chamavam de Pai Sumé". • 12°. Sesmarias e gados de Pero Correa são doados aos jesuítas Pero Corrêa foi o primeiro irmão recebido na Companhia pelo padre Leonardo Nunes, em São Vicente, em 1549. Português de nascimento, gastara bons anos de sua vida nas diversões, aprisionando e salteando nativos, mas era tipo em grande conta pela sua prudência. Era um dos principais moradores de São Vicente, e grande língua (intérprete) da terra. Em 1542 conseguiu a concessão de muitas terras, inclusivo da maior das três ilhas que estão diante de Peruíbe, para seu projeto de carga e descarga de naus. Cansado e arrependido de sua vida de vícios e violências, decidiu consagrá-la a serviço dos nativos, dos quais tanto aprisionara e matara. Em 1553 doou todos os seus bens à Companhia. Em 1554 participou da missão fundadora de São Paulo de Piratininga, onde foi aluno de gramática de Anchieta. • 13°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi • 14°. Os jesuítas Pedro Correia e João de Sousa, acompanhados de um leigo, partem de São Vicente para a catequização dos índios de Cananéia, e ali acabam mártires no mês seguinte Neste mesmo ano, Nóbrega enviou-o, juntamente com os Irmãos João de Sousa e Fabiano de Lucena, para prosseguir a missão junto aos carijós. Sua primeira missão seria estabelecer a paz entre os tupis e carijós e iniciar a catequese entre os ibirajaras. Partiram a 24 de agosto de 1554 para Cananéa, onde doutrinaram os nativos e livraram da morte um castelhano e um nativo cristão. A 6 de outubro seguiram para a terra carijó. [p. 67, 9 do pdf] • 15°. Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos A 6 de outubro seguiram para a terra carijó. Estavam eles entre os nativos pregando o Evangelho e a paz quando, em novembro, apareceram dois intérpretes, o espanhol acima citado e outro português. O espanhol era conhecido dos jesuítas de São Vicente, por haver sido salvo quando, com uma concubina carijó, era prisioneiros dos tupis. Apesar de ter sido salvo de morte certa pelos jesuítas, o espanhol lhes devotava ódio mortal pois o tinham separado de sua concubina, que se casara com outro em São Vicente. Para ele, chegara o momento da vingança: começou a embaraçar a missão de Pero Corrêa e João de Sousa, incitando os carijós à guerra contra os tupis. • 16°. No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder." No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder."É do Padre Inácio de Siqueira, em 1635, a poética descrição da Laguna: "Chama-se este porto de Laguna, porque, como nele se ajuntam quatro rios caudais, para ir beber no oceano por uma só boca, e esta seja muito estreita, é força que hajam as águas de esperar vez e represar a sede, que trazem, de beber no salgado, por espaço de seis ou sete léguas, até que o mar dá entrada ao rio, que mais quer ainda, que as águas se vão todas de mistura. A esta represa, que aqui fazem os rios, chamam os carijós Alagoa. Toda a barra é muito dificultosa assim ao entrar como sair, e como nós não levávamos piloto, que lá tivesse entrado, foi o desejo que nos meteu de dentro mediante a divina graça." [p. 68 e 69, 10 e 11 do pdf] • 17°. Ainda não chegou nada aos Jesuítas* Esperavam os jesuítas descer com uns três ou quatro mil nativos e para isso escrevem a Salvador Correa de Sá pedindo farinha a embarcações de alto bordo até outubro de 1618. Mas até janeiro do ano seguinte não chegou nada, por culpa de alguns moradores de São Vicente e de Cananéa, que queriam a qualquer preço acabar com a missão. Quando esses perceberam que, mesmo assim, os padres iriam viajar com os carijós, enviaram duas canoas, uma antes e outra ao mesmo tempo, com recados para seus "compadres" como o grande Tubarão, o Conta-Larga, o Papagaio, o Grande Anjo. Os recados falsos diziam que os padres iriam buscar os nativos para os repartir, levar para Portugal e outras terras mais distantes, vendê-los e maltratá-los. E chegaram ao desplante de se dizerem emissários de Salvador Corrêa de Sá e de seu filho. E influenciaram os nativos, que voltaram atrás, mas pedindo que os padres ficassem com eles ou mandassem outros. Com muita tristeza, João Fernandes Gato e João de Almeida se despediram. Junto viajaram embaixadores dos nativos, para pedirem outros sacerdotes ao provincial Simão de Vasconcelos. Chegaram ao Colégio do Rio de Janeiro em 23 de março de 1619. • 18°. Chegaram a Laguna • 19°. Falecimento • 20°. Partiram O Padre Carneiro insistiu com eles para que fretassem um dos barcos até Cananéa, pois assim a viagem seria menos longa e penosa. Com desprezo, negaram o pedido.Partiram a 14 de julho, no mesmo dia, chegando à Enseada das Garoupas (Porto Belo), onde se abasteceram de peixe e outros produtos que ali se encontravam com mais facilidade. Permaneceram nas Garoupas 9 dias, quando tiveram que se dividir: o Padre Antonio de Araújo e o Irmão Francisco de Morais iriam por terra, com 220 almas e as canoas para os mantimentos e as passagens dos rios; e os padres Francisco Carneiro e Manuel Pacheco, na barca, com 185. Esses últimos partiram a 24 de julho, chegando à Cananéa no dia 28, onde se detiveram por 23 dias, sendo muito bem acolhidos pelos moradores. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Página 70, 12 do pdf] • 21°. Últimos partiram Esses últimos partiram a 24 de julho, chegando à Cananéa no dia 28, onde se detiveram por 23 dias, sendo muito bem acolhidos pelos moradores. • 22°. Chegaram à Cananéa Esses últimos partiram a 24 de julho, chegando à Cananéa no dia 28, onde se detiveram por 23 dias, sendo muito bem acolhidos pelos moradores. Novamente se colocou o problema de uma embarcação. Tentaram em Santos, junto ao Padre Francisco da Silva, Vigário da Vara. Este, porém, exigiu um preço muito alto, o que faria a viagem importar em inexistentes 400 cruzados. Por fim, dois moradores cederam gratuitamente suas embarcações. Chegando Em Santos, viram o pouco gosto dos moradores pelo fato de os nativos serem levados para o Rio, quando seria melhor para suas fazendas que ficassem por ali mesmo. [Página 70, 12 do pdf] • 23°. Padre Jesuíta Roque Gonzálies de Santa Cruz é morto pelo Cacique Nheçu • 24°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre Sobre o Brasilbook.com.br |