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Atualizado em 30/10/2025 19:58:11 Os Campos de Araraquara: Um estudo de história indígena no interior paulista
• 1°. Piracicaba A primeira notícia de ocupação do rio Piracicaba data de 1723 quando o ituano Felipe Cardoso, por ter aberto um "picadão" de Itu ao Salto do Rio Piracicaba, obteve uma sesmaria de terras que circundavam o porto do rio situado nas proximidades do salto, cerca de um quilometro da atual Piracicaba rumo rio abaixo (Neme, 1974, p. 25). Daí em diante, começaram a se congregar em torno do salto de Piracicaba alguns sertanejos, posseiros e portadores de cartas de sesmaria. Mas até a metade da década de 1760 não havia se construído ainda o povoamento oficial. No início do século XVIII, a região do salto de Piracicaba, distante 90 quilômetros da foz do rio no Tietê era a parte mais interiorana do conhecido. Quando começou a se efetivar sua ocupação em 1723 sua posição atraiu aventureiros, degredados, bastardos forros que, por razões diversas, fugiam dos percalços da administração colonial. Prova disso é o fato de que enquanto o salto do Piracicaba era ocupado, as margens do próprio Tietê no trecho entre a foz do Piracicaba e do Sorocaba, mantinham-se desertas. O capitão João Antonio Cabral Camello, em notícia da viagem que fez às minas de Cuiabá em 1727 (Camello, 1976), quando viaja da barra do rio Sorocaba à do Piracicaba diz que "as margens estavam então absolutamente desertas, não havendo vestígio algum de morador ribeirinho" (Taunay, 1976a, p.44). Nas imediações da foz do rio Piracicaba, Camello também não menciona nenhuma ocupação e somente dia e meio de viagem pelo Tietê abaixo "estão dois moradores com suas roças, em que colhem milho e feijão, e tem criação de porcos e galinhas que vendem aos cuiabanos" (Camello, 1727/1976, p.115). Esse último povoado mencionado por Camello é, com certeza, Potunduva, registrado por Gervásio de Leite Rebello (Rebelo, 1727/1976, p.103) um ano antes (1726), quando Rodrigo César de Meneses fez o roteiro de Araritaguaba a Cuiabá, assunto ao qual se voltará logo a seguir. [Página 66] • 2°. Estrada Entre agosto de 1723 e maio de 1724 Luíz Pedroso de Barros abre uma picada de Itú às barrancas do rio Paraná pelos campos de Araraquara. A 2 de agosto de 1723 com uma pequena tropa de soldados ele sai da Vila de Itu seguindo o caminho do rio Capivari e deste ao rio Piracicaba, então os limites do conhecido. Cruzou este último rio até o morro de Araraquara donde principiam os ditos campos de Araraquara. Passou pelas cabeceiras do rio Jacaré-Pepira e daí rompeu as matas, campos e cerrados até o rio Grande (Paraná), dando conhecimento de seu sucesso ao governador da capitania em ofício de 2 de maio de 1724. [Página 57] • 3°. Estrada de Pequeri • 4°. Augusto Leverger Em período posterior a esse, na segunda metade do século XIX, Leverger (1864) não apenas confirma a entrada de mineiros, como também menciona a passagem de cuiabanos para a região que historicamente ficou conhecido como Campos de Araraquara. Assim ele escreve: (...) a exploração daquelas paragens, até então desertas, e que começaram a povoar-se de alguns emigrantes vindos de Minas, deu lugar a intentar-se a abertura de um caminho terrestre, que, vindo em direitura de Cuyabá, fosse atravessar o Paraná e entrar na Província de São Paulo pelo espigão, entre os rios Tietê e Mogiguassú. A picada foi aberta em 1835. É a este caminho que se chama estrada de Pequeri. (Leverger, 1864, p.146) [Página 94]
“Memória Histórica de Sorocaba” II. Luís Castanho de Almeida (1904-1981) 25 de março de 1965, quinta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:34:19 Relacionamentos • Cidades (16): Araçoiaba da Serra/SP, Botucatu/SP, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Guapiara/SP, Guareí/SP, Guareí/SP, Ibiúna/SP, Itanhaém/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP, Tatuí/SP • Pessoas (14) Antônio Álvares Lanhas Peixoto, Antônio Antunes Maciel (1685-1745), Antonio da Silva Caldeira Pimentel, Artur de Sá e Meneses (f.1709), Balthazar Fernandes (1577-1670), Fernando de Almeida Leme, Fernando Dias Falcão (1669-1738), Frei Frutuoso, Gabriel Antunes Maciel I (1600-1648), Gaspar Colaço, João Antunes Maciel (n.1674), João Martins Claro (1655-1725), Luís Castanho de Almeida (1904-1981), Miguel Sutil (1667-1755) • Temas (38): Apereatuba, Apoteroby (Pirajibú), Avecuia, “terra que cai”, Avenida Afonso Vergueiro, Bacaetava / Cahativa, Bairro de Aparecidinha, Beneditinos, Cachoeira Jequitaia, Cachoeiras, Caminho de Curitiba, Caminho do Itanguá, Caminho Itú-Sorocaba, Caminho Sorocaba-Botucatu, Caminho Sorocaba-Paranapanema, Caminhos até Ypanema, Capela “Nossa Senhora da Ponte”, Catedral / Igreja Matriz, Cavalos, Cochipone, Córrego Supiriri, Escravizados, Estradas antigas, Fazenda dos Madureira, Itapeva (Serra de São Francisco), Jardim Itanguá / Manchester, Jurupará, Música, Nossa Senhora da Penha, Ouro, Represa de Itupararanga, Rio Pirajibú, Rio Sarapuy, Rio Sorocaba, Rua da Penha, Rua Hermelino Matarazzo (Estrada de Ipanema), Serra de Paranapiacaba, Vila Santana / Além Linha, Vila Trujillo ![]()
Atualizado em 30/10/2025 19:58:10 Relatos Monçoeiros ![]() Data: 1953 Créditos: Afonso de E. Taunay Página 89
• 1°. O comerciante João Antunes Cabral Camelo chega Cuiabá Pois bem! jamais se soubera que houvesse ocorrido uma única jornada sem perdas de vidas e barcos. João Antônio Cabral Camelo em 1727 alcançou o Tietê à foz do Sorocaba que havia descido desde a vila de Nossa Senhora da Ponte. Nove dias gastou percorrendo este trecho da longa jornada que ia empreender, vencendo os saltos de Jequitaia e Jurumirim, além de muitas corredeiras. As margens do Sorocaba estavam então absolutamente desertas, não havendo vestígio algum de morador ribeirinho. Não são as informações de Camelo das mais profusas nem interessantes. Conta-nos que a diversão pelo Piracicaba em vez do encaminhamento para Araraitaguaba só era preferida, à volta de Cuiabá e em tempo de cheias. Pela cidade de São Paulo passa um rio, a quem chama Theaté: este, segundo a sua natural corrente, se vê passar três léguas, pouco mais ou menos, afastado da vila de Itu, distante de São Paulo dois dias e meio de viagem: três léguas abaixo da dita vila está o porto da Aritaguaba (Porto Feliz), que é o primeiro e principal dos três em que comumente embarcam os que vão a estas minas. Deste, ainda que conhecido, é de seis dias únicos de viagem até ao sítio em que deságua no dito Theaté o Sorocaba, não darei notícia alguma, porque não embarquei nele, e só por informação de alguns mineiros, que nele embarcaram, sei que tem várias cachoeiras, e algumas perigosas, e entre elas um salto Abaremanduaba, por cair nele o venerável Padre José de Anchieta, e ser achado dos nativos debaixo da água rezando no Breviário. • 2°. Texto
Atualizado em 30/10/2025 19:58:09 D. Francisco chegou a São Paulo em maio de 1599 com grande comitiva
Atualizado em 30/10/2025 19:58:10 “Sorocaba e os castelhanos”, Aluísio de Almeida, codinome de Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Diário de Notícias, página 13 ![]() Data: 1940 Página 13
• 1°. Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias • 2°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas O mapa atribuído a Gusmàn, autor da "Argentina", e exumado do Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo me informa Sérgio Buarque de Holanda, baseado em Paul Groussac. É uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe. Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. Ao lado está a inscrição: "minas de ouro no Brasil". De fato, sabe-se que a fundação daquele governador geral no Ipanema, obedeceu ao intento de encontrar ouro e prata, nas pegadas de Afonso Sardinha, anterior de 10 anos. O arraial de Monte Serrat, título adotado pela devoção do fidalgo, teve duração efêmera e, enquanto o ambicioso reinol despedido do governo geral, andava na corte madrilenha a solicitar favores para continuar a empresa das minas, os proto-sorocabanos se transferiam para o Itavuvu. • 3°. Registros de construção de fortificações, como a de Emboaçava • 4°. Francisco* É uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe.Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. Ao lado está a inscrição: "minas de ouro no Brasil". • 5°. Casamento de Balthazar Fernandes e Maria de Zunega • 6°. Francisco de Souza chega em São Paulo* O mapa atribuído a Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), autor da "Argentina", e exumado do Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo me informa Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), baseado em Paul Groussac. É uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe.Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. Ao lado está a inscrição: "minas de ouro no Brasil". De fato, sabe-se que a fundação daquele governador geral no Ipanema, obedeceu ao intento de encontrar ouro e prata, nas pegadas de Afonso Sardinha, anterior de 10 anos. O arraial de Monte Serrat, título adotado pela devoção do fidalgo, teve duração efêmera e, enquanto o ambicioso reinol despedido do governo geral, andava na corte madrilenha a solicitar favores para continuar a empresa das minas, os proto-sorocabanos se transferiam para o Itavuvu. Chega Dom Francisco a São Paulo em 1610 como governador das minas e da repartição sul e confirma a mudança de lugar e de nome, embora não pudesse rever estas regiões com seus olhos de carne, tão cedo fechados á luz do mundo em Piratininga. O pelourinho concedido por d. Francisco a povoação do Ipanema foi ele, pois, transferido a São Felipe, como faz prova a carta em que estamos estudando, e que anota São Felipe com a mesma insignia que São Paulo e São Vicente. Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada. Explicará essa existência de pequena fortaleza sobreviver no mapa de D´Anville em 1733? Não porque João Cabral Camelo, em manuscrito descoberto pelo sorocabano Varnhagen, por ali passou em 1727 e só viu mataria virgem até o Tietê. Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as "bandeiras" do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema. Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga. Em 1634 Balthazar Fernandes assinava em Parnaíba com os dois irmãos Domingos e André (raça de povoadores), o termo de composição amigável do inventário de sua mãe Suzana Dias. A matrona contemplava no seu testamento as netas filhas do segundo casamento de Balthazar. Deve portanto recuar-se para o mínimo de 1600, senão antes, a época do primeiro casamento de Balthazar. • 7°. “Historia argentina del descubrimiento, población y conquista de las provincias del Río de la Plata”. Ruy Diaz de Guzman (1559-1629) Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga. • 8°. Baltahzar dá como dote de casamento à filha Potência de Abreu, casada com Manuel Bicudo Bezarano Desde então (1611) era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada. Explicará essa existência de pequena fortaleza sobreviver no mapa de D´Anville em 1733? • 9°. Tomada da fundição de Balthazar Fernandes e sua possível chegada a Sorocaba Lemos num articulista sorocabano de há uns 30 anos que ele haveria lido em papéis antigos de cartório a referência a São Felipe. Em 1661, a 3 de março, levantou-se novo pelourinho no lugar da atual Sorocaba, a légua e meia do antigo São Felipe e a três do Ipanema: era a vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, formada com os restos da gente de Dom Francisco de Sousa e os novos povoadores vindos de Parnaíba desde 1645 com Balthazar Fernandes de Abreu. Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada. • 10°. Mapa “Le Bresil” de Nicolas Sanson (1600-1667) • 11°. O processo retorna com parecer favorável do ouvidor da Capitania de São Vicente sr. Antônio Lopes de Medeiros e o povoado ao redor da capela de Sorocaba foi elevado à categoria de vila • 12°. Mapa das Capitanias Hereditárias proposto por Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) • 13°. Articulista • 14°. 10 mapas curiosos (Adriano C. Koboyama) • 15°. Sofia de Hanôver, consulta em Wikipedia • 16°. História de Boituva, São Paulo – SP, suburbanodigital.blogspot.com • 17°. Balthazar Fernandes: Culpado ou Inocente? • 18°. Interessa à História de Sorocaba: Morpion • 19°. Caminho de São Tomé, hoje chamado Peabiru: Sorocaba-Paranapanema • 20°. Rua Hermelino Matarazzo e o Caminho de São Tomé • 21°. Vila Barão O mapa atribuído a Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), autor da "Argentina", e exumado do Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo me informa Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), baseado em Paul Groussac. É uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe. Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. Ao lado está a inscrição: "minas de ouro no Brasil". De fato, sabe-se que a fundação daquele governador geral no Ipanema, obedeceu ao intento de encontrar ouro e prata, nas pegadas de Afonso Sardinha, anterior de 10 anos. O arraial de Monte Serrat, título adotado pela devoção do fidalgo, teve duração efêmera e, enquanto o ambicioso reinol despedido do governo geral, andava na corte madrilenha a solicitar favores para continuar a empresa das minas, os proto-sorocabanos se transferiam para o Itavuvu. Chega Dom Francisco a São Paulo em 1610 como governador das minas e da repartição sul e confirma a mudança de lugar e de nome, embora não pudesse rever estas regiões com seus olhos de carne, tão cedo fechados á luz do mundo em Piratininga. O pelourinho concedido por d. Francisco a povoação do Ipanema foi ele, pois, transferido a São Felipe, como faz prova a carta em que estamos estudando, e que anota São Felipe com a mesma insignia que São Paulo e São Vicente. Lemos num articulista sorocabano de há uns 30 anos que ele haveria lido em papéis antigos de cartório a referência a São Felipe. Em 1661, a 3 de março, levantou-se novo pelourinho no lugar da atual Sorocaba, a légua e meia do antigo São Felipe e a três do Ipanema: era a vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, formada com os restos da gente de Dom Francisco de Sousa e os novos povoadores vindos de Parnaíba desde 1645 com Balthazar Fernandes de Abreu. Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada. Explicará essa existência de pequena fortaleza sobreviver no mapa de D´Anville em 1733? Não porque João Cabral Camelo, em manuscrito descoberto pelo sorocabano Varnhagen, por ali passou em 1727 e só viu mataria virgem até o Tietê. O mapa de Gusman encerra um erro grave que é uma verdade que desfigurou. Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as expedições do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema. Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga. Em 1634 Balthazar Fernandes assinava em Parnaíba com os dois irmãos Domingos e André (raça de povoadores), o termo de composição amigável do inventário de sua mãe Suzana Dias. A matrona contemplava no seu testamento as netas filhas do segundo casamento de Balthazar. Deve portanto recuar-se para o mínimo de 1600, senão antes, a época do primeiro casamento de Balthazar. Foi, portanto, ele em pessoa o primeiro a buscar esposa no Paraguai, donde lhe viria em 1634 o genro Gabriel Ponce de Leon com a turma de emigrados. Era, com efeito o Guayrá como que o vizinho e o "sítio da roça" aonde iam passar uma temporada os povoadores de Parnaíba e em seguida Itú e Sorocaba. • 22°. Consulta em Wikipedia
História da História do Brasil, 1979. José Honório Rodrigues 1979. Atualizado em 25/10/2025 19:36:12 Relacionamentos • Cidades (5): Botucatu/SP, Cananéia/SP, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Sorocaba/SP • Pessoas (4) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (1500-1560), José Maria da Silva Paranhos (1819-1880), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Stephen Grover Cleveland • Temas (11): Caminho do Peabiru, Cochipone, Descobrimento do Brazil, Piqueri, Rio Iguassú, Rio Itapocú, Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Pepiry, Rio Tibagi, Tordesilhas ![]() • 1. O comerciante João Antunes Cabral Camelo chega Cuiabá 21 de novembro de 1727 Outro roteiro é a "Demonstração dos diversos caminhos que os moradores de São Paulo se servem para os Rios Cuiabá e Província de Cochiponé". A ida é explicada com muita atenção e cuidado, advertindo sobre os perigos e dificuldades, e a volta é muito sumária e, como sempre, voltando para as matas de Botucatú e daí para Sorocaba, e grande porta de penetração ao sertão. [Página 189] Francisco Adolfo de Varnhagen ofereceu ao Instituto Histórico as "Notícias Práticas das Minas do Cuiabá e Goyases, na Capitania de São Paulo e Cuiabá, que dá o Reverendo Padre Diogo Soares, o capitão João Antônio Cabral Camello, sobre a viagem que fez às Minas de Cuiabá no ano de 1727". Como os outros, este documento é prático pois procura informar o caminho seguido, as dificuldades encontradas, os riscos que correram e os proveitos ou perdas que tiveram. Do capitão Camello, sabe-se apenas que empreendeu essa viagem de Sorocaba a Cuiabá. "Não poderei informar a V. Rev. com a individuação que pretende, mas o farei na melhor forma que me for possível, porque os contínuos perigos e riscos desta derrota não dão lugar a se entender nada." A "Notícia" é repleta de informação sobre os nativos da região e basicamente ensina pela experiência o roteiro, seus problemas e as soluções improvisadas. Viaja pelo Rio Grande, Camapuan, Quexim (Coxim), Taquari, Paraguai-Mirim, Paraguai-Assú, Porrudos, Cuiabá onde chega a 21 de novembro de 1727. Fala da vila de Cuiabá com suas oito ou nove casas de telha, e as mais de capim, que se vendiam caro, e mais tarde caíram muito de preço, como as roças, quando as desampararam os donos, retirando-se para São Paulo. No fim, faz uma espécie de inventário, resumindo as conveniências e inconveniências gerais de Cuiabá. "Verdade é que favoreceu a fortuna mais a alguns, mas foram muito poucos os que tiveram de livrar o principal com que entraram. Eu saí de Sorocaba com quatorze negros e três canoas minhas, perdi duas no caminho, e cheguei com uma e com setecentas oitavas de empréstimo, e gastos de mantimento que comprei pelo caminho; dos negros vendi seis meus, que tinha comprado fiado no Sorocaba, quatro de uns oito que me tinha dado meu tio, e todos dez para pagamentos de dívidas. Dos mais que me ficaram morreram três e só me ficou um único, e o mesmo sucedeu a todos os que fomos ao Cuiabá. Enfim, de 23 canos que saímos de Sorocaba, chegamos só quatorze ao Cuiabá; as nove perderam-se, e o mesmo sucedeu às mais tropas, e sucede cada ano nesta viagem."
Atualizado em 30/10/2025 19:58:10 História de Sorocaba
• 1°. O comerciante João Antunes Cabral Camelo chega Cuiabá
Atualizado em 30/10/2025 19:58:11 Um texto setecentista em três séculos: os conteúdos, as formas e os significados da Noticia Primeira Practica, de João Antonio Cabral Camello (XVIII-XX). Jean Gomes de Souza*
• 1°. O comerciante João Antunes Cabral Camelo chega Cuiabá Não é à toa que, nos primeiros parágrafos da Noticia Primeira Practica, João Antonio Cabral Camello diz que, embora usualmente o embarque para Cuiabá seja feito no porto de “Aritaguába” (Araritaguaba), dele não dará notícia alguma, pois lá não esteve; todavia, informará sobre o que viu e experimentou no porto de Sorocaba, porque foi onde ele embarcou.
Atualizado em 30/10/2025 19:58:09 O comerciante João Antunes Cabral Camelo chega Cuiabá ![]() Data: 1965 Créditos: Afonso de E. Taunay Página 86
• 1°. História de Sorocaba 1969 • 2°. História da História do Brasil, 1979. José Honório Rodrigues 1979 Outro roteiro é a "Demonstração dos diversos caminhos que os moradores de São Paulo se servem para os Rios Cuiabá e Província de Cochiponé". A ida é explicada com muita atenção e cuidado, advertindo sobre os perigos e dificuldades, e a volta é muito sumária e, como sempre, voltando para as matas de Botucatú e daí para Sorocaba, e grande porta de penetração ao sertão. [Página 189] Francisco Adolfo de Varnhagen ofereceu ao Instituto Histórico as "Notícias Práticas das Minas do Cuiabá e Goyases, na Capitania de São Paulo e Cuiabá, que dá o Reverendo Padre Diogo Soares, o capitão João Antônio Cabral Camello, sobre a viagem que fez às Minas de Cuiabá no ano de 1727". Como os outros, este documento é prático pois procura informar o caminho seguido, as dificuldades encontradas, os riscos que correram e os proveitos ou perdas que tiveram. Do capitão Camello, sabe-se apenas que empreendeu essa viagem de Sorocaba a Cuiabá. "Não poderei informar a V. Rev. com a individuação que pretende, mas o farei na melhor forma que me for possível, porque os contínuos perigos e riscos desta derrota não dão lugar a se entender nada." A "Notícia" é repleta de informação sobre os nativos da região e basicamente ensina pela experiência o roteiro, seus problemas e as soluções improvisadas. Viaja pelo Rio Grande, Camapuan, Quexim (Coxim), Taquari, Paraguai-Mirim, Paraguai-Assú, Porrudos, Cuiabá onde chega a 21 de novembro de 1727. Fala da vila de Cuiabá com suas oito ou nove casas de telha, e as mais de capim, que se vendiam caro, e mais tarde caíram muito de preço, como as roças, quando as desampararam os donos, retirando-se para São Paulo. No fim, faz uma espécie de inventário, resumindo as conveniências e inconveniências gerais de Cuiabá. "Verdade é que favoreceu a fortuna mais a alguns, mas foram muito poucos os que tiveram de livrar o principal com que entraram. Eu saí de Sorocaba com quatorze negros e três canoas minhas, perdi duas no caminho, e cheguei com uma e com setecentas oitavas de empréstimo, e gastos de mantimento que comprei pelo caminho; dos negros vendi seis meus, que tinha comprado fiado no Sorocaba, quatro de uns oito que me tinha dado meu tio, e todos dez para pagamentos de dívidas. Dos mais que me ficaram morreram três e só me ficou um único, e o mesmo sucedeu a todos os que fomos ao Cuiabá. Enfim, de 23 canos que saímos de Sorocaba, chegamos só quatorze ao Cuiabá; as nove perderam-se, e o mesmo sucedeu às mais tropas, e sucede cada ano nesta viagem." ver mais
Atualizado em 30/10/2025 19:58:09 Viagem ao redor do Brasil 1875-1878 ![]() Data: 1880 Créditos: João Severiano da Fonseca, 1836-1897 Página 103 Sobre o Brasilbook.com.br |