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Atualizado em 31/10/2025 10:14:21 Tropas e Tropeiros na Formação do Brasil. José Alípio Goulart ![]() Data: 1961 Créditos: José Alípio Goulart Página 260
• 1°. “Haviam muitas cavalgaduras e que faziam muitas delas e elas nenhum proveito ao povo.” Segundo documentos do início da colonização de São Paulo, chegou a haver abundância de cavalos naquela Capitania aí pelos fins do século XVI e parte do XVII. Em 1592 andavam eles a danificar as roças e a matar a coices as criações, nos arredores de Piratininga, tanto assim que a Câmara local, pela voz de um de seus vereadores, era solicitada a tomar providências contra tais estragos, pois, “que haviam muitas cavalgaduras e que faziam muitas delas e elas nenhum proveito ao povo.” [Página 29] • 2°. Jesuítas • 3°. Documento Há documentos que revelam trânsito de gado ainda antes de 1730, entre Curitiba e São Paulo, com passagem forçada por Sorocaba que era a única via de acesso existente. Assim é que, a 22 de junho de 1722, a Câmara de São Paulo se ocupava de uma multa imposta ao Sargento-mór Manuel Gonçalves de Aguiar "com suas 18 reses curitibanas no caminho de Santos." • 4°. Miguel Sutil No seu artigo intitulado "O Ciclo do Mar", Alfredo Ellis Junior aduz a seguinte nota: "O ciclo do mar nasceu com a abertura da estrada do Rio Grande do Sul a São Paulo, em 1724 e terminou em 1875, mais ou menos, com o advento da ferrovia.". É possível, portanto, que a feira sorocabana só tivesse sido organizada depois de alguns anos da importação de muares, do extremo-sul para o centro, sendo o ano de 1750 bem provável para o seu início. É do Cônego Luís Castanho de Almeida, um dos maiores conhecedores da história de Sorocaba, a afirmativa de que "antes de 1730 e depois de 1860 houve ainda passagem, ao menos, de gado e de tropas", o que leva a dizer que "podemos dar um século e meio de duração para as feiras, situando-lhes o apogeu em 1850-1860, pouco antes da guerra do Paraguai." [Cônego Luis Castanho de Almeida, "Achegas à História de Sorocaba", 2a. parte, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXVI, 1939]. • 5°. Cruz • 6°. Caminho Saindo de Laguna marchei com toda a tropa pela praia a buscar o rio Araraguá, e nele o sítio a que chamam os Conventos, distantes da Laguna, e ao sul dela pouco mais de 15 léguas. Neste sítio, e em 11 de fevereiro de 1728 dei principio ao cominho rompendo matos fechados, e dando a pouco mais duma légua com pântano, que teria meia légua de largo, em que foi possível fazer-lhe uma boa estiva para o podermos passar; passado ele, dei quase meia légua com um grande ribeirão que desaguá no Araranguá, se chama Cangicaçu, e como não dava vau lhe diz uma boa ponte de 12 braças e meio de comprido, e braça e meia de largo. • 7°. Caminho Entre os morros achei um espigão por onde subi com toda a tropa, depois de 11 meses de contínuo trabalho, fazendo o caminho a talho aberto, e é o único por onde se pode subir a serra. Desde os Conventos até o sítio que terão 23 léguas tudo são matos, e terras alagadiças, cortadas de vários córregos, e rios, em que entre pontes e estivas passaram de 73 as que lhe fiz, tudo a força de braço, e só com 65 pessoas, e 32 cavalgaduras, por me ter fugido, e desamparado a mais gente, e parte devo ao general de São Paulo, que me mandou de novo. Subida a serra dei logo e campos e pastos admiráveis, e neles imensidão de gado, tirados das campanhas da nova colônia, e lançados naqueles sítios pelos Tapes das Aldeias dos padres jesuítas no ano de 1712. Nestes campos me demorei seis meses esperando por nova recluta, que tinha pedido a São Paulo, e sustentando-me nelas do mesmo gado morto a espingarda, além de 500 e tantas vacas que reservei, e levei comigo para a viagem. Em todo o tempo que aqui estive me animei a correr uma grande parte de toda Campanha, em que passam, segundo julgo, de duzentas mil as vacas que nela há, tem muitas, e boas águas, bastante caça, alguns pinheiros, e umas pedras de coco que arrebentam com o sol, e dentro outras pedrinhas que parecem diamantes já lapidados, umas roxas, outras brancas, amarelas; cor de vinha, e algumas esverdeadas. • 8°. Cristóvão Pereira de Abreu chega em Rio Grande • 9°. Abertura da estrada de Curitiba no Paraná e no Rio Grande do Sul que possibilitou o ciclo do Tropeirismo. Coincidentemente, nesse ano ocorre o final do bandeirantismo Sérgio Buarque de Holanda informa que consultando antigos inventários paulistas, as únicas referências que encontrou anteriores a 1733 foram relativas a duas mulas e um macho pertencentes a Francisco Pedroso Xavier, e o burro castiço de Antonio de Oliveira. (Página 33) • 10°. Passaram pelo registro de Curitiba, importados do extremo-sul, com destino à feira de Sorocaba, 6559 cavalos É estranha essa falta de cavalos, em São Paulo, depois da metade do século XVIII e mais ainda no XIX; pois de documento que aduzimos a esse trabalho, verifica-se que só no ano de 1751 passaram pelo registro de Curitiba, importados do extremo-sul e naturalmente com destino à feira de Sorocaba, nada menos de 6559 daqueles animais. E não é ociosa a suposição de que em anos anteriores e posteriores ao do mencionado documento, tenham vindo das regiões platinas muitos milhares de equinos. • 11°. Auguste de Saint-Hilaire (1779-1853) Quem primeiro registrou notícia a respeito do grande mercado muar e cavalar sorocabano foi o botânico francês Augusto de Saint-Hilaire, que, saindo de Porto Feliz em fins de dezembro de 1819, foi ter a Sorocaba onde passou o Natal. É suposição dos estudiosos que as feiras devem ter começado aí por volta de 1750; infelizmente, por se terem perdidos os livros da Câmara sorocabana e inexistido qualquer outra fonte documentária, não se pode fazer referências ao período dos setecentos. Sabe-se, porém, que elas se conservaram além da metade do século XIX. • 12°. Sorocaba Sobre o Brasilbook.com.br |