data2: 16/05/2023 DATA2: 16 de maio de 2023, sexta-feira data2: 01/01/1922 DATA2: 1922 data2: 01/01/2010 DATA2: 2010 data2: 18/09/1963 DATA2: 18 de setembro de 1963, sexta-feira data2: 01/01/1934 DATA2: 1934 data2: 01/01/1935 DATA2: 1935 data2: 01/01/1670 DATA2: 1670 data2: 01/01/1917 DATA2: 1917 data2: 01/01/1755 DATA2: 1 de janeiro de 1755, sexta-feira data2: 01/01/2012 DATA2: 2012 data2: 01/01/1912 DATA2: 191211 1editar 2editar 3editar 4editar 5editar 6editar 7editar 8editar 9editar 10editar 11editar
Atualizado em 31/10/2025 06:21:35 História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777)
• 1°. Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar 1997 Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba. Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos. [Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar. Páginas, 58,59, 60 e 61] ver mais
• 1°. Carta patente do rei dom João III nomeando Martim Afonso de Sousa capitão-mor da nova armada que mandava ao Brasil • 2°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa • 3°. carta de sesmaria que Cristóvão de Aguiar de Altaro concedeu a Jorge Pires em 12 de janeiro de 1545 • 4°. No ano de 1547, repassou Jorge Ferreira sesmaria, na Ilha do Sol, a Manuel Fernandes • 5°. Partida da expedição de Bras Cubas* Em uma casinha coberta de palha se celebrou a primeira missa no dia 25 do mesmo mês de janeiro, que por ser dedicado ao apóstolo e doutor das gentes ficou dando o seu nome à terra, chamando-se S. Paulo de Piratininga. Neste lugar se conservaram os jesuítas e os portugueses na vila de Santo André até o ano de 1560, em que Mem de Sá, governador geral do Estado do Brasil (depois de triunfar contra o poder dos franceses e Tamoios, da fortaleza de Villegaignon da enseada do Rio de Janeiro), se recolheu à vila de S. Vicente em junho do dito ano; e o padre superior daquele colégio, Manuel da Nóbrega, pediu ao governador general que fizesse transmigrar aos moradores da vila de Santo André para S. Paulo de Piratininga, onde os jesuítas residiam conservando a boa paz e amizade com o rei Teviriçá que já se achava convertido e havia tomado na sagrada fonte os mesmos nomes do donatário da capitania de S. Vicente, chamando-se por isto Martim Afonso Teviriçá: assim se executou, e ficou Piratininga denominando-se vila de S. Paulo de Piratininga da Capitania de S. Vicente –, cuja capital era a mesma vila, e se conservou com este caráter até 22 de março de 1681, em que este predicamento se conferiu a vila de S. Paulo por provisão do Marquês de Cascais, que intruso se conservava na injusta posse de donatário de S. Vicente e S. Paulo, como adiante mostraremos. • 6°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido A vila de Santa Ana da Parnaíba foi fundada pelo paulista André Fernandes, que por si e seus irmãos tinha estabelecido este sítio em povoação com capela da invocação da mesma gloriosa Santa da fundação de seus pais, que depois veio a servir de matriz. Esta povoação foi ereta em vila no ano de 1625 por provisão do Conde de Monsanto, que estava donatário da Capitania de S. Vicente. Tem minas de ouro de lavagem chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobriu no ano de 1597 o paulista Afonso Sardinha, como fica referido; e o rio Tietê também tem ouro desde o lugar da vila para baixo até muito além do morro de Aputerebu; e como a sua extração é pelo meio de água, tem cessado o labor pelo detrimento e despesa da manobra, e se empregam os mineiros na extração por terra do ouro que chamam guapeára. • 7°. D. Francisco voltou ao reino com dois mineiros espanhóis e um nativo, testemunhas do muito que fizera em São Paulo* • 8°. D. Francisco chegou em São Paulo • 9°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba. Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos. [Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar. Páginas, 58,59, 60 e 61] • 10°. Elevação do povoado a vila / mudança do Pelourinho / Aldeados poderiam administrar as minas • 11°. Carta de el-rei D. Filipe • 12°. O Conde de Monsanto consegue ganho de causa e assume as capitanias da família (São Vicente, Sant Anna e Santo Amaro) • 13°. Manuel Rodrigues de Morais se apresentou na Câmara da Vila de São Vicente • 14°. Manuel Rodrigues de Morais tomou posse no posto de capitão-mor governador da dita Capitania de S. Vicente • 15°. Distante 35 km do Piratininga, sob protestos de São Paulo, oficializou um novo núcleo de pressão e concorrência sobre os gentios do sertão, o povoado que cresceu ao redor da capela foi elevado à categoria de vila com a denominação de Santana de Parnaíba A vila de Santa Ana da Parnaíba foi fundada pelo paulista André Fernandes, que por si e seus irmãos tinha estabelecido este sítio em povoação com capela da invocação da mesma gloriosa Santa da fundação de seus pais, que depois veio a servir de matriz. Esta povoação foi ereta em vila no ano de 1625 por provisão do Conde de Monsanto, que estava donatário da Capitania de S. Vicente. Tem minas de ouro de lavagem chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobriu no ano de 1597 o paulista Afonso Sardinha, como fica referido; e o rio Tietê também tem ouro desde o lugar da vila para baixo até muito além do morro de Aputerebu; e como a sua extração é pelo meio de água, tem cessado o labor pelo detrimento e despesa da manobra, e se empregam os mineiros na extração por terra do ouro que chamam guapeára. • 16°. Segunda fundação de Sorocaba Sorocaba foi fundada em 1670 pelo paulista Baltazar Fernandes, irmão dos povoadores das vilas de Parnaíba e Itu, com seus genros André de Zuniga e Bartolomeu de Zuniga, cavaleiros da província do Paraguai das índias de Castela. Eles construíram em sua própria fazenda a igreja matriz, casa de conselho e cadeia, assim a Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba foi elevada a vila por provisão do capitão-mor loco-tenente donatário Francisco Luís Carneiro de Sousa, Conde da Ilha do Príncipe. • 17°. Estrada O irmão, João Leite da Silva Ortiz, minerador no coração de Minas Gerais, no Curral D’el-Rei, já passava por um quase nababo; outro irmão, Estêvão Raposo Bocarro possuía imensos latifúndios, e rebanhos sem contar, no vale do S. Francisco, nos “Currais da Bahia”. Propôs Bartolomeu Pais em maio de 1720 a D. João V abrir inteiramente à própria custa uma estrada de Curitiba à colônia do Sacramento, reduzindo o gentio à obediência para depois promover o povoamento da grande zona meridional. Solicitava mercês e doações de terra, em compensação. • 18°. Pedro Taques e seu tempo A vila de Santa Ana da Parnaíba foi fundada pelo paulista André Fernandes, que por si e seus irmãos tinha estabelecido este sítio em povoação com capela da invocação da mesma gloriosa Santa da fundação de seus pais (...) Tem minas de ouro de lavagem chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobriu no ano de 1597 o paulista Afonso Sardinha, como fica referido; e o rio Tietê também tem ouro desde o lugar da vila para baixo até muito além do morro de Aputerebu; e como a sua extração é pelo meio de água, tem cessado o labor pelo detrimento e despesa da manobra, e se empregam os mineiros na extração por terra do ouro que chamam guapeára. • 19°. Lopo de Sousa por escritura de transação e amigável composição, cedeu todo o direito que podia ter à capitania das cem léguas da vila de S. Vicente em sua tia D. Mariana de Sousa da Guerra, condessa de Vimieiro
Biografia de Antônio Raposo Tavares, dito o Velho. Consultada em Wikipédia
Atualizado em 31/10/2025 06:21:53 Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Tatuí-1835. caminhodosul.blogspot.com
Ainda Anchieta, em suas Informações, mencionava: os “índios carijós que são das Índias de Castela...” 1584. Atualizado em 24/10/2025 20:40:09 Relacionamentos • Cidades (1): São Paulo/SP • Pessoas (3) Apóstolo Tomé Judas Dídimo, José de Anchieta (1534-1597), Ulrico Schmidl (1510-1579) • Temas (22): Bilreiros de Cuaracyberá, Caminho do Mar, Carijós/Guaranis, Cariós, Cavalos, Estradas antigas, Gados, Gentios, Jesuítas, Peru, Tapuias, Trópico de Capricórnio, Tupis, Escravizados, Nheengatu, Rio dos patos / Terras dos patos, Sertão dos Patos, Porto dos Patos, Canibalismo, Algodão, Graus, Tupi-Guarani ![]()
Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas 1 de maio de 1538, domingo. Atualizado em 24/10/2025 20:40:07 Relacionamentos • Cidades (2): Florianópolis/SC, Laguna/SC • Pessoas (3) Alvaro Nuñez Cabeza de Vaca (38 anos), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Bernardo de Armenta • Temas (19): Cristãos, Apiassava das canoas, Apoteroby (Pirajibú), Caminho do Piquiri, Carijós/Guaranis, Espanhóis/Espanha, Franciscanos, Curiosidades, Mbiaça (Laguna), Pela primeira vez, Piqueri, Redução de Loreto, Redução de S Xavier e S Inácio (Itamaracá), Rio da Ribeira, o Isubay, Rio Itapocú, Rio Paranapanema, Rio Pirapo, Santa Catarina, Rio São Francisco ![]()
Atualizado em 31/10/2025 06:21:55 “História Geral das Bandeiras Paulistas, escrita á vista de avultada documentação inédita dos arquivos brasileiros, hespanhois e portugueses”, Tomo I. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958) ![]() Data: 1924 Créditos: Afonso de E. Taunay Página 40
• 1°. Cabeza de Vaca foi deposto em 24 de abril e recambiado á Hespanha. Em seu lugar elegeram os rebeldes Irala que a contra gosto aceitou a investidura Cabeza de Vaca foi deposto em 24 de abril e recambiado á Hespanha. Em seu lugar elegeram os rebeldes Irala que a contra gosto aceitou a investidura. [Página 40] • 2°. Uma das primeiras notícias sobre a existência destas riquezas se deu através de uma carta do bispo Pedro Fernandes Sardinha ao rei • 3°. Rainha regente D. Catarina comunicava ao governador Mem de Sá que enviara o mineiro para averiguar as notícias das minas de ouro. Alvorotou-se a metrópole. Mandou Mem de Sá a Braz Cubas, o fundador de Santos, e então provedor da Capitania de São Vicente, que sindicasse seriamente acerca destes achados, dando-lhe por companheiro, um mineiro prático, Luiz Martins, nomeado por alvará de 7 de setembro de 1559. • 4°. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578) Em 1560 partia Braz Cubas levando Martins consigo e grande séquito, tudo a sua custa. Caminharam 300 léguas, voltando com amostra de minerais. Como tornasse "muito doente do campo" não pôde acompanhar Luiz Martins que, a 30 léguas de Santos, achou ouro excelente, tão bom como o da Costa Mina. Entende Basílio de Magalhães que a viagem deve ter ocorrido de fins de 1561 a princípios de 1562. Julga Calogeras que esta expedição tomou o rumo do sul, demandando terras provavelmente do vale da Ribeira pois se refere a Cahatyba que um documento de 1606 dizia estar a 25 léguas do Araçoyaba. Que percurso terá feito Braz Cubas? Entendem os autores que se internou em terras hoje mineiras observando Calogeras que, se tal foi o seu rumo, quando muito chegou ao curso médio do rio das Velhas, contrariando pois uma hipótese de Francisco Lobo L. Pereira. Assim também pensa que as amostras minerais enviadas ao Rei tirou-as da região de Apiahy. Segundo ele próprio declara enviou ao soberano "pedras verdes parecendo esmeraldas". Continua ser o roteiro de Braz Cubas até agora o mais hipotético. [p. 169 e 170] • 5°. D. Sebastião A 20 de novembro de 1575, dignava-se D. Sebastião ocupar-se novamente com a sorte dos seus vassalos os nossos aborígenes. Condenava a abusiva prática universalmente seguida no Brasil e em virtude da qual não se pagava jornal por inteiro aos nativos que se empregavam por mais de um mês em serviços da lavoura, fóra do seu termo. Dai decorriam "muitos prejuizos de suas consciências e fazendas, porque sendo sua ausência grande se descasavam de suas mulheres, e embaraçaram-se com outras, perdendo a cristandade e fazendo e despovoando suas aldeias e povoações". Página 76] • 6°. Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade Ocorria ás vezes que espontaneamente vissem tribos inteiras procurar o contato dos brancos, quiçá levadas do espírito de curiosidade ou da simples e prodigiosa ingenuidade dos homens primitivos ante falazes promessas e perspectivas enganosas, quiçá convictas da impotência em resistir aos seus perseguidores e deles esperando melhor tratamento com o se sujeitarem dócil e pacificamente. É o que se deduz do pitoresco incidente relatado pela ata de 20 de setembro de 1587. Narrou o procurador Afonso Dias aos seus colegas que os "nativos tupiães vinham chegando do sertão da capitania pelo caminho da paz e por sua vontade para povoar a terra". Como se soubesse que os outros os acompanhariam, decidiu-se que Antonio de Proença, então meirinho do sertão e ao mesmo tempo juiz ordinário da vila, os devia levar a Itanhaém, onde a mandado do capitão-mór seriam localizados. • 7°. Luis Grou velho seguiu na bandeira de cinquenta brancos, movida por seu pai e Antônio de Macedo contra o gentio revoltoso de Mogí No conselho de guerra, realizado a 10 de junho de 1588 na capela de "São Jorge dos Esquetes" entre os procuradores das câmaras e o capitão mór da Capitania, para se tratar do magno assunto, decidiu-se a efetivação da expedição escravista pelo sertão, contanto que "o gentio ali adquirido por via lícita fosse repartido pelas vilas da capitania equitativamente". Os nativos, complacentes ou resignados, que se deixassem intimidar e aos brancos acompanhassem seriam "postos com os moradores para eles os doutrinarem e lhes darem bom tratamento como o gentio e de ajudarem deles em seu serviço no que fosse lícito". Quanto aos que não quisessem vir de paz "no que se assentasse em campanha, se faria", acrescentava num laconismo expressivo, "guardando sempre o serviço do Nosso Senhor e o bem e prol desta terra". Sempre as fórmulas resguardadores da compostura oficial, do respeito ás ordenações de S. Majestade... • 8°. A região limítrofe das colonias portuguesas vicentinas era então chamada Guayrá, do nome de um famoso cacique, e correspondia a este vasto território ocidental do nosso Estado do Paraná, a que servem de limites o Paranapanema, o Paraná e o Iguassú A região limítrofe das colonias portuguesas vicentinas era então chamada Guayrá, do nome de um famoso cacique, e correspondia a este vasto território ocidental do nosso Estado do Paraná, a que servem de limites o Paranapanema, o Paraná e o Iguassú. Quando em 1589 sairam de Assunção os Padres Salone, Ortega e Filds, seguiram o vale do Iguatemy dirigindo-se a uma povoação de espanhóis situada á esquerda do Rio Paraná já com trinta anos de existência a que por vezes temos referido. Era ela Ciudad Real ou Ciudad de Guayrá, fundada em 1557 por R. Diaz Melgarejo. • 9°. Chegaram a Ciudad Real de onde partiram para Vila Rica onde numerosos tinham pingues "encomiendas" A região limítrofe das colonias portuguesas vicentinas era então chamada Guayrá, do nome de um famoso cacique, e correspondia a este vasto território ocidental do nosso Estado do Paraná, a que servem de limites o Paranapanema, o Paraná e o Iguassú. Quando em 1589 sairam de Assunção os Padres Salone, Ortega e Filds, seguiram o vale do Iguatemy dirigindo-se a uma povoação de espanhóis situada á esquerda do Rio Paraná já com trinta anos de existência a que por vezes temos referido. Era ela Ciudad Real ou Ciudad de Guayrá, fundada em 1557 por R. Diaz Melgarejo. Para leste, a 60 léguas sobre o Ivahy, existia a segunda Vila Rica del Spiritu Santo também fundação de Ruy Dias Melgarego, em 1557, com o fim de conter os nativos. A 24 de junho de 1589, chegaram a Ciudad Real de onde partiram para Vila Rica onde numerosos tinham pingues "encomiendas". Densa era então a população nativa do Paraguay, afirmam os autores jesuíticos. Mais de 200.000 nativos, metade dos quais talves habitava ás margens do Tibagy. Entre eles só havia 15.000 cristianizados. A 8 de setembro de 1590, estavam de novo em Ciudad Real. O cabildo de Vila Rica pediu que até ali chegassem. Angariaram milhares e milhares de neófitos, pregavam entre os ferozes ibirayaras e afinal atingiram Vila Rica onde a pedido do cabildo, edificaram a igreja paroquial. Alí também construíram igreja própria e colégio obtendo valiosas dádivas de patrimônio, dos principais colonos, comodo General Ruy Diaz de Gusman, do Mestre de Campo, D. Antonio de Añasco, da nativa principal D. Maria Boypitan, filha do maior cacique do rio Ivahy, etc. Em dois anos acabaram o colégio e uma igreja de três naves. Em Vila Rica mantiveram alguns anos esta residência com grande aplauso dos governadores, entre eles, Hernandarias de Saavedra. Eram porém escassíssimas as forças da missão que operava no Paraguay e Tucuman, mau grado os extraordinários esforços dos missionários. Saloni, Ortega e Filds, dentro em breve, eram senhores da língua Guarany dedicando-se ainda Ortega ao estudo do ibirayara "idioma de una nacion muy numerosa y valiente", dizia o Padre Barzana ao seu Provincial, em carta de 8 de setembro de 1594. O Cônego João Pedro Gay autor de uma "História da República jesuítica do Paraguay" prolixa serzidura das obras de diversos autores ignacinos e em que diz também aproveitado um velho manuscrito guarany, datado de São Borja, e de 1737 assinado por Jayme Bonenti, Gay dizíamos, que compendiou Charlevoix, Techo, Montoya, Lozano, traz muitos pormenores sobre esses primeiros tempos do Guayrá (p. 245 et pass de sua obra). Assim nos conta que Guayrá, o tal cacique mór tinha tuxauas amigos que governavam doze grandes povos ao longo do Paranapanema e do Paraná, cujos nomes cita. A parte oriental do Guayrá ele a dá como populosíssima especialmente no Hubay ou Ivahy onde aponta sete grande povos. Refere-se aos habitantes da província de Tayaoba, guerreiros e indomáveis, vizinhos dos Cabelludos, também belicosa gente do vale do Iguassú. Ao sul estavam os ibirayáras. [p. 323, 324 e 325] • 10°. Estavam de novo em Ciudad Real A 8 de setembro de 1590, estavam de novo em Ciudad Real. O cabildo de Vila Rica pediu que até ali chegassem. Angariaram milhares e milhares de neófitos, pregavam entre os ferozes ibirayaras e afinal atingiram Vila Rica onde a pedido do cabildo, edificaram a igreja paroquial. Alí também construíram igreja própria e colégio obtendo valiosas dádivas de patrimônio, dos principais colonos, como do General Ruy Diaz de Gusman, do Mestre de Campo, D. Antonio de Añasco, da nativa principal D. Maria Boypitan, filha do maior cacique do rio Ivahy, etc. Em dois anos acabaram o colégio e uma igreja de três naves. Em Vila Rica mantiveram alguns anos esta residência com grande aplauso dos governadores, entre eles, Hernandarias de Saavedra. Eram porém escassíssimas as forças da missão que operava no Paraguay e Tucuman, mau grado os extraordinários esforços dos missionários. Saloni, Ortega e Filds, dentro em breve, eram senhores da língua Guarany dedicando-se ainda Ortega ao estudo do ibirayara "idioma de una nacion muy numerosa y valiente", dizia o Padre Barzana ao seu Provincial, em carta de 8 de setembro de 1594. • 11°. Padre Barzana ao seu Provincial Eram porém escassíssimas as forças da missão que operava no Paraguay e Tucuman, mau grado os extraordinários esforços dos missionários. Saloni, Ortega e Filds, dentro em breve, eram senhores da língua Guarany dedicando-se ainda Ortega ao estudo do ibirayara "idioma de una nacion muy numerosa y valiente", dizia o Padre Barzana ao seu Provincial, em carta de 8 de setembro de 1594. O Cônego João Pedro Gay autor de uma "História da República jesuítica do Paraguay" prolixa serzidura das obras de diversos autores ignacinos e em que diz também aproveitado um velho manuscrito guarany, datado de São Borja, e de 1737 assinado por Jayme Bonenti, Gay dizíamos, que compendiou Charlevoix, Techo, Montoya, Lozano, traz muitos pormenores sobre esses primeiros tempos do Guayrá (p. 245 et pass de sua obra). Assim nos conta que Guayrá, o tal cacique mór tinha tuxauas amigos que governavam doze grandes povos ao longo do Paranapanema e do Paraná, cujos nomes cita. A parte oriental do Guayrá ele a dá como populosíssima especialmente no Hubay ou Ivahy onde aponta sete grande povos. Refere-se aos habitantes da província de Tayaoba, guerreiros e indomáveis, vizinhos dos Cabelludos, também belicosa gente do vale do Iguassú. Ao sul estavam os ibirayára • 12°. Rei Prudente A 26 de julho de 1596 promulgava o rei Prudente um alvará e regimento sobre a liberdade dos selvagens, interpretativo da carta régia. Visava sobretudo fazer com que o gentio descesse do sertão para as partes vizinhas da povoação dos europeus afim de com eles comunicarem havendo entre uns e outros boa correspondência para viverem em quietação e conformidade. Do descimento dos nativos foram os jesuítas encarregados, assim como do mister de os domesticar, ensinar e encaminhar, no que lhes convinha nas coisas de sua salvação e vida em comum com os moradores. Assim por todos os bons meios procurariam ensinar-lhes a conveniência de morarem e comerciar com os moradores. Tentassem convence-los de que eram livres, por ordem d´El Rei; vivendo em povoado tão livres como em sua terra e senhores de sua fazenda. E nenhum branco fosse ás aldeias sem licença dos religiosos nem tivesse gentios de modo a assustar aos nativos fazendo-lhes crer que todas as promessas de garantia eram falsas. Ninguém pudesse ainda por mais de dois meses servir-se do trabalho dos nativos sendo defeso dar-lhes paga adiantada. Exigir-se-ia imediata retribuição quando findasse o serviço indo então os nativos "em sua liberdade". Nenhum religioso "desse" gentio a particulares nem se servisse dele por mais tempo que o prazo regimental. Seria nomeado um juiz particular português para conhecer das cousas do gentio com os moradores e vice-versa, com alçada até dez cruzados, e trinta dias de prisão e açoites. Elegessem os religiosos procuradores do gentio, pelo espaço de três anos, podendo ser reconduzidos. Seriam os lugares lavradios apontados pelos governadores. Devia o Ouvidor Geral, uma vez por ano, devassar dos que cativavam gentios contra sua vontade. • 13°. Provavelmente para se prestigiarem aos olhos de uma população hostil á sua ação, e mesmo á sua presença, fizeram os ignacianos solene e contemporaneamente, a 16 de outubro de 1599, averbar no registro geral da câmara piratiningana, a carta régia de D. Sebastião que definia privilégios e regalias dos padres da Companhia nos reinos e senhorios de Portugal, especialmente ao Brasil e escrita em Evora a 5 de março de 1570. Provavelmente para se prestigiarem aos olhos de uma população hostil á sua ação, e mesmo á sua presença, fizeram os ignacianos solene e contemporaneamente, a 16 de outubro de 1599, averbar no registro geral da câmara piratiningana, a carta régia de D. Sebastião que definia privilégios e regalias dos padres da Companhia nos reinos e senhorios de Portugal, especialmente ao Brasil e escrita em Evora a 5 de março de 1570. [Página 77] • 14°. Domingos Affonso, procurador do conselho, quem aos collegas transmittia as queixas do "povo todo" furioso por causa da renovação de posturas antigas pelo facto de irem a Mogy, a um aldeiamento de indios, "homens conhecidos que desobedeciam as leis" • 15°. Em fins de abril de 1602 estava André de Leão de novo em São Paulo* • 16°. Partida • 17°. Liderada pelo “mameluco” Belchior Dias Carneiro, bandeira de Nicolau Barreto partiu sabendo da existência de ouro em “Sabarabúçú” • 18°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza • 19°. Os oficiais da Câmara Municipal da vila de São Paulo dizem ter recebido a notícia de que "Belchior Rodrigues, de Birapoeira, com forja de ferreiro, queria ir para "Piassava das Conoas", onde desembacarvam carijós e que era um prejuízo para esta vila" A 1 de dezembro de 1607, verberava-se em Câmara a atitude de Belchior Rodrigues, ferreiro instalado em Ibirapuera, com forja. Anunciava querer estabelecer-se na piassava das canoas, onde desembarcavam os carijós vindo a São Paulo em busca de terra, porquanto poderiam levar ferro. • 20°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro Nas "Actas" e "Registro Geral da Camra de São Paulo" diversas entradas se mencionam de 1610 em diante sem que contudo seja possível localiza-las tal a deficiência de indicações a elas referentes. É o que em 1610 se dá com Clemente Alvares e Christovam de Aguiar, que penetram no sertão dos Carijós pelo porto de Pirapitinguy, João Pereira que visita a região dos misteriosos biobebas os quais Ellis aventa serem os mesmos "pés largos" de tantos inventários. Assinala Ellis os enganos referentes á entrada de Pedro Vaz de Barros agora retificados com a documentação espanhola que revelamos em artigos do "Correio Paulistano", preparatório da presente obra e a que generosamente alude ajuntando ali que na documentação arquival paulista nada encontrou sobre esta memorável expedição. • 21°. Caciques aliciando índios Antonio Ruiz de Montoya relata em sua Conquista Espiritual uma série de cenas de superstição idolatra e de casos em que vê a mais flagrante intervenção diabólica, outros em que historia cenas comuns da catequese, no primeiro contato dos padres com os selvagens. Narra o martírio de neófitos, explica as razões que o levaram a afirmar a presença de Santo Thomé Apóstolo no Guayrá, e a luta que tiveram os loyolistas com os pagés, a quem sempre chama feiticeiros. Já possuíam os jesuítas cinco reduções quando Montoya se aventurou a penetrar nas terras de Tayaoba, poderoso e prestigiosíssimo cacique, inimigo mortal dos espanhóis. Estes o haviam atraído a Vila Rica, posto a ferros e a mais três companheiros, declarando que só lhes restituiriam a liberdade se viessem muitos nativos de sua tribo entregar-se como escravizados. Preferiram os quatro nativos deixar-se morrer no cárcere onde sofreram pavorosos tratos. Três vieram a acabar de fome enquanto Tayaoba conseguia fugir. Tomado do mais justo rancor, convertera-se num inimigo furibundo dos espanhóis, distinguindo-se contra eles em diversas ações de guerra, a ponto de lhe valerem estas façanhas o apelido de Guassú, entre os nativos do Guayrá. • 22°. Provisão datada do Rio de Janeiro • 23°. Balthazar Gonçalves declara que pretende ir às minas de Caativa com “o mineiro alemão Oalte ou Bettimk”. Ainda em 1611 Gerrit Bettinck autorizou a venda da herança de seus pais em Doesburg A 11 de dezembro de 1611, declarava-se a Câmara impotente para impedir o movimento entradista. Muito gente de São Paulo, "vizinhos e moradores, brancos e negros iam ao sertão". Assim, para diminuir as responsabilidades pedia ao capitão-mór loco-tenente Gaspar Conqueiro que lhe viesse dar força. Compareceu o capitão-mór á sessão, combinando-se convidar a explicações Balthazar Gonçalves, o inveterado escravista que passava por ser um dos "leaders" das entradas. Respondeu este á intimação e negou que preparasse jornada ao sertão. Pretendia, apenas, ir á minas de Caativa, com o mineiro alemão Oalte ou Bettimk por ordem do provedor Quadros. E assim se desculpou. Esta ocasião aproveitou-a a Câmara para fazer saber a Conqueiro que atras dos índios carijós que o governador d. Luiz de Sousa mandara ao sertão iam muitos brancos e escravos. A tanto puzesse Sua Mercê cobro. Respondeu-lhe o capitão "assim o faria". Assim o faria, não duvidou afirmal-o para que dos livros constasse tão petulante resposta. • 24°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo* Tayaoba, poderoso e prestigiosíssimo cacique, inimigo mortal dos espanhóis. Estes o haviam atraído a Vila Rica, posto a ferros e a mais três companheiros, declarando que só lhes restituiriam a liberdade se viessem muitos nativos de sua tribo entregar-se como escravizados. Preferiram os quatro nativos deixar-se morrer no cárcere onde sofreram pavorosos tratos. Três vieram a acabar de fome enquanto Tayaoba conseguia fugir. Tomado do mais justo rancor, convertera-se num inimigo furibundo dos espanhóis, distinguindo-se contra eles em diversas ações de guerra, a ponto de lhe valerem estas façanhas o apelido de Guassú, entre os nativos do Guayrá. • 25°. André Fernandes obteve para si uma sesmaria onde havia encontrado ouro / Balthazar obteve sesmaria no Porto de Canoas 1 de dezembro de 1607, verberava-se em Câmara a atitude de Belchior Rodrigues, ferreiro instalado em Ibirapuera, com forja. Anunciava querer estabelecer-se na piassava das canoas, onde desembarcavam os carijós vindo a São Paulo em busca de terra, porquanto poderiam levar ferro. [Página 255] • 26°. Aclamação de Amador Bueno Tornou-se personagem importante do Brasil Colonial ao ser aclamado rei de São Paulo em 1641 pela população pró-castelhana como reação ao fim da união dinástica entre Portugal e Espanha. Amador Bueno prontamente recusou a aclamação dando vivas ao rei D. João IV de Portugal. • 27°. Fechamento do caminho do mar No dia seguinte se deu o comício. Estavam oficiais reunidos na casa do juiz João Fernandes de Saavedra, quando a eles vieram, em atitude violenta, os homens bons da terra. "Veio a ela todo o povo e com grandes clamores, e requerimentos disseram uma e muitas vezes, em voz alta, que com os Reverendos padres da companhia não queriam consertos alguns e todos os que a dita câmara e homens atrás tinham tratado e assentado de fazer reclamavam e por nenhum via queria estar por eles porque confiam na clemência de sua real majestade e em sua santidade e no senhor marques vizo Rey que os havia de ouvir de sua justiça e admitidos a sua razões pois as tinham bastantes e causas muito legítimas para não aceitarem nem receberem os ditos padres pelo que requeriam ao dito juiz e mais oficiais da Câmara viessem a casa do conselho logo e desfizessem os termos que estavam feitos sobre a matéria dos consertos e quando o que não quisesse fazer lhes tirariam a vara pois ele era feito pelo dito povo o qual pegando no dito juiz e mais oficiais da câmara os trouxeram em sua companhia a esta dita casa do conselho aonde mandaram se riscasse o termo atraz e rompessem os mais papéis que sobre a matéria estivesse feito e visto os clamores e requerimentos dos dito povo prometeram os ditos oficiais de se não proceder em coisa alguma nem darem a enxecuçam nada sem se lhe dar vista o que os ditos oficiais assim fizeram por verem a deliberação de todo este povo se fez este auto em que todos assinaram Manoel Coelho escrivão da Câmara o escrevi". Era o furor do povo extremo. Assumia ele toda a responsabilidade do ato desculpando os seus edis. Assim proibiu a remessa de mantimentos ao Rio de Janeiro, mandou trancar o caminho do mar, nele por guardas no Rio Pequeno, intimou aos moageiros que não moessem para Santos, instituiu passaportes para quem quisesse ir ao litoral e determinou que se pedissem providências idênticas ás câmaras de Parnayba e Mogy das Cruzes. Parece-nos que estas medidas visavam sobretudo a pessoa de Salvador Correia de Sá, pois o governador fluminense tomara partido, decisivamente, em pról dos ignacinos. • 28°. “South America America Meridionale”, Vincenzo Maria Coronelli “E quanta coisa mais fantasiosa neste mapa de Vicenzo Coronelli! No centro do Estado do Paraná coloca um grande lago de onde sae o rio Laribagiha (...)” (“História Geral das Bandeiras Paulistas”, 1924. Afonso Taunay. Página 241) • 29°. Mapa “America Meridionale”, Vincenzo Maria Coronelli
Atualizado em 28/10/2025 14:21:48 Correio Paulistano ![]() Data: 1875 Primeira página
• 1°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza Antiguidades paulistanas - Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza Com o capitão João Pereira de Souza, que Deus levou, recebemos nesta câmara uma carta de V.mercê o ano passado, na qual nos manda que lhe escrevamos miudamente tudo o que parecer. Alguns treslados de cartas se acham aqui das que escrevemos a Vme; nos parece que não lhe foram dadas. O que de presente se poderá avisar, muito papel e tempo seria necessário, porque são tão várias e de tanta altura as coisas que diariamente sucedem, que não falta matéria de escrever e avisar e se, poderá dizer, de chorar. Só fazemos lembrança a Vme. que se sua pessoa, ou coisa muito sua, desta Capitania, não acudir com brevidade pode entender que não terá cá nada, pois estão as coisas desta terra com a "candeia na mão" e cedo se despovoará, porque assim os Capitães e Ouvidores que Vme. manda, como os que cada quinze dias nos "mettem" os governadores gerais, em outra coisa não entendem, nem estudam, senão como nos hão de esfolar, destruir e afrontar, e nisto gastam o seu tempo; eles não vem nos governar e reger, nem aumentar a terra que o sr. Martim Afonso de Souza ganhou de S.M. lhe deu com tão avantajadas mercês e favores. Vai isto em tal estado que "pelo eclesiástico e secular não há outra coisa senão pedir e apanhar, e um que nos pedem e outro que nos tomam tudo é seu e ainda lhe ficamos devendo." E se falamos prendem-nos e excomungam-nos e fazem de nos o que querem, que como somos pobres e temos o remédio tão longe, não há outro recurso senão abaixar a cerviz e sofrer o mal que nos põem. Assim senhor, acuda veja, ordene e mande o que lhe parecer, que muito tem a terra que dar; é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhas, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açúcar, e esperamos que haja prata pelos muitos indícios que há, mas faltam mineiros e fundidores destros. E o bom governo é que nos falta de pessoas "que tenham consciência e temor de Deus e valia" que nos mandem o que for justo, e nos favoreçam no bem e castiguem no mal quando merecemos, que tudo é necessário. Diogo de Quadros é ainda provedor das minas, até agora tem procedido bem, anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila e como se perdeu no Cabo Frio trem pouca posse e vai devagar, mas acabal-o-ha, e será de muita importância por estar perto daqui como três léguas, e haver metal de ferro; mais há na serra de - Byracoiaba - 25 léguas daqui para o sertão, em terra mais larga e abastada e perto dalí como três léguas está a - Cahatyba - d´onde se tirou o primeiro ouro, e desde ali ao Norte haverá 60 léguas de cordilheira de terra alta que toda leva ouro, principalmente a serra de - Jaraguá - de N. Senhora de Monte Serrate, a de Vuturuna - e outras. Póde v. mc. fazer aqui um grande reino à S. M. há grande meneio e trado para Angola, Perú e outras partes, podem-se fazer muitos navios, que só a bem se pode trazer de lá, pois já muito algodão, muitas madeiras e outros achegos. Quanto a consideração do gentio que não convêm termos (ou lermos?) e avexarem-nos, assim como nos fazem a nós o fazemos a eles, e os cristão vizinhos são quase acabados; mas no sertão há infinidade deles, e de muitas nações, que vivem a lei dos brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os descermos com ordem para serem cristãos será coisa de grande proveito, principalmente o gentio - carijó - que está 80 léguas daqui por mar e por terra, e se afirma que podem ser 200.000 homens de arco. Esta é uma grande empresa e a v. mc., ou coisa muito sua, e estava bem que S.M. lhe concedesse e lhe importaria mais de 1000:000 cruzados, afora o de seus vasalos, o que pelo tempo adiante pode redundar a esta capitania, além do particular do mesmo gentio vindo ao grêmio da Santa Madre Igreja. Tornamos a lembrar: acuda v. mc. porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra, lhe levou o gentio de seu sertão e distrito, e muito cedo ficará tudo ermo, com as árvores e erva do campo somente. Não tem cá v. m. tão pouca posse, que das cinco vilas quje cá tem, com a Cananéa, pode por em campo para os - carijós - mais de 300 homens portugueses afora os seus índios escravos, que serão mais de 1.500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam do Perú por terra, e isto não é fábula. Já v. mc. seria sabedor como Roque Barreto, sendo capitão, mandou ao sertão 300 homens brancos a descer gentio e gastou dois anos na viagem com muitos gastos e mortes por ser contra uma lei de el-Rei, que os padres da companhia trouxeram, o governador-geral Diogo Botelho mandou provisão para tomarem o terço para ele, e depois veio ordem para o quinto; sobre isto houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados, que talvez ha nesta vila hoje mais de 65 homiziados, não tendo ela mais de 190 moradores; se lá for alguma informação de que a gente desta terra é indômita, creia v. mc. o que lhe parecer com o resguardo que deve aos seus, que não ha quem sofra tantos desaforos. Nosso Senhor guarde a pessoa e a família de v. mc. por muitos anos como a todos é mister. Vila de São Paulo em câmara 13 de janeiro de 1606. - Diogo Dias - Clemente Alvares - José de Camargo - Manoel Fernandes - Belchior da Costa.
Afonso d´Escragnolle Taunay: o “Na Era das Bandeiras”
Atualizado em 29/10/2025 10:01:24 Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza
• 1°. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volumes 20-21 1918 CARTA AO DONATÁRIO DA CAPITANIA Com o capitão João Pereira de Souza, que Deus levou, recebemos nesta câmara uma carta de V.mercê o ano passado, na qual nos manda que lhe escrevamos miudamente tudo o que parecer. Alguns treslados de cartas se acham aqui das que escrevemos a Vme; nos parece que não lhe foram dadas. O que de presente se poderá avisar, muito papel e tempo seria necessário, porque são tão várias e de tanta altura as coisas que diariamente sucedem, que não falta matéria de escrever e avisar e se, poderá dizer, de chorar. Só fazemos lembrança a Vme. que se sua pessoa, ou coisa muito sua, desta Capitania, não acudir com brevidade pode entender que não terá cá nada, pois estão as coisas desta terra com a "candeia na mão" e cedo se despovoará, porque assim os Capitães e Ouvidores que Vme. manda, como os que cada quinze dias nos "mettem" os governadores gerais, em outra coisa não entendem, nem estudam, senão como nos hão de esfolar, destruir e afrontar, e nisto gastam o seu tempo. Eles não vêm nos governar e reger, nem aumentar a terra que o sr. Martim Afonso de Souza ganhou, e S. Magestade deu com tão avantajadas mercês e favores. Vai isto com tal maneira e razão, que pelo eclesiastico e pelo secular, não ha outra coisa senão pedir e apanhar; e um que nos pedem e outro que nos tomam, tudo é seu e, ainda lhes fiamos devedor. E, se falamos, prendem e excomunam-nos, e fazem de nós o que querem, que como somos pobres e temos remédio tão longe, não há outro rccurso senão baixar e servir e sofrer o mal que nos põem. Assim, Senhor, acuda, veja, ordene e mande o que lhe parecer, que muito tem a terra que dar: é grande, fértil de mantimentos, muitas águas e lenhos, grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro e açuar e esperamos que haja prata pelos muitos indicios que há, mas faltas mineiros e fundidores destros. E o bom governo é o que nos falta, de pessoa que tenha consciência e temor de Deus, e valia; que nos mandem o que for justo e nos favoreçam no bem e castiguem o mal quando o merecermos, que tudo é necessário. Diogo de Quadros é ainda provedor das minas; até agora tem progredido bem: anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila, e como se perdeu no Cabo Frio, tem pouca posse e vai devagar, mas acabado, será de muita grande importância por estar perto daqui com três léguas, e haverá metal de ferro; mas há na serra de Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão, em terra mais larga, e abasta, e perto dali com três léguas está a Cahatyba de onde se tirou o primeiro ouro, e desde ali ao Norte gaverá 60 léguas de cordilheira de terra alta, que toda leva ouro, principalmente a serra de Jaraguá, de Nossa Senhora do Monte Serrate, a de Voturuna, e outros. Pode Vmc. fazer aqui um grande reino a S.M,; há grande menero e trato para Angola, Perú e outras partes, podem-se fazer muitos navios que só o bem se pode trazer de lá, pois ha muito algodão, muitas madeiras e outros achegos. Quanto a conservação dos nativos que não convém termos a vexar-nos, assim como nos fazem a nós o faremos a ele, e os cristãos vizinhos são quase acabados, mas no sertão ha infinidade deles e muitas nações, que vivem a lei de brutos animais, comendo-se uns aos outros, que se os descermos, com ordem para serem cristãos será coisa de grande proveito; principalmente os nativos Carijós, que estão a oitenta léguas daqui por mar e por terra e se afirma que são 200.000 homens de arco. Esta é uma grande empresa e Vmc. ou coisa muito sua lhe está bem que S.M. lh concedesse, e lhe importaria de 100.000 cruzados, afora os de seus vaçalos, o que pelo tempo adiante pode abundar nesta Capitania, além do particular do mesmo nativo vindo ao gremio da Santa Madre Igreja. Tornamos a lembrar, acuda Vmc. porque de Pernambuco e da Bahia, por mar e por terra, lhe levam os nativos do sertão e distrito, e muito cedo ficará tudo ermo com as árvores e as ervas do campo somente; porque os portugueses, bem sabe Vmc. que são homens de pouco trabalho, principalmente fora do seu natural. Não tem Vmc. cá tão pouca posse, que das cinco vilas que cá tem, com a Cananéa, pode por em campo para os Carijós mais de 300 homens portugueses, foram os seus nativos escravizados, que são mais de 1.500, gente usada ao trabalho do sertão, que com bom caudilho passam ao Perú por terra, e isto não é fábula. Já Vmc. será sabedor como Roque Barreto, sendo capitão, mandou ao sertão 300 homens brancos a descer os nativos e gastou dois anos na viagem, com muitos gastos e mortes, e por ser contra uma lei de El-Rey que os padres da Companhia trouxeram, o governador Diogo Botelho mandou provisão para tomarem o terço para ele, e depois veio a ordem para o quinto. Sobre isso houve aqui muito trabalho e grandes devassas e ficaram muitos homens encravados, que talvez ha nesta vila hoje mais de 65 homiziados, não tendo ela mais de 190 moradores. Se lá for alguma informação de que a gente desta terra é indômita, creia Vmc. o que lhe parecer, com o resguardo que deve aos seus, que há quem sofra tantos desaforos. [Páginas 731 e 732] ver mais • 2°. “História Geral das Bandeiras Paulistas, escrita á vista de avultada documentação inédita dos arquivos brasileiros, hespanhois e portugueses”, Tomo I. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958) 1924 • 3°. “O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Júnior (1896-1974) 1934 Quanto ao roteiro seguido pela expedição, engaram-se profundamente o dr. Derby e os que produziram a opinião deste notável sábio, afirmando que Nicolau Barreto, com sua expedição, rumou o norte, penetrou nas gerais e atravessando o rio das Velhas, pelo vale, do São Francisco, chegou ao Paracatú, nas proximidades do território goyano, pelo extremo, segundo o saudoso historiador americano, atingido pela leva em questão. Tivesse sido esta a região percorrida, pela expedição, não se justificaria ser ela a detentora, até aquela data do "record" de penetração do nosso hinterland conforme faz certo a estafadíssima carta de 13 de janeiro de 1606; Marinho e Domingos Rodrigues foram muito além. Documentos existem, porém, que prova, ex abundantia, ter Barreto tomado rumo sudoeste e nunca trilhado as regiões, que a miragem do nome de Paracatú levou o dr. Derby a se desviar do bom caminho, no pesquisa histórica. ver mais • 4°. Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História 7 de novembro de 1965, domingo Em janeiro de 1606, na carta dos vereadores de São Paulo dirigida ao donatário da Capitania, há referências a um dêstes engenhos: “Diogo de Quadros é ainda provedor das minas, até agora tem procedido bem, anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila, e como se perdeu no Cabo Frio tem pouca posse e vai devagar, mas acabal-o-ha e será de muita importância por estar perto daqui como três léguas e haverá metal de ferro; mas há na serra de Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastada, e perto dalo como três léguas está o Cahatyba, de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao Norte haverá 59 léguas de Cordilheira de terra alta, que toda leva ouro principalmente a Serra de Jaraguá de Nossa Senhora do Monte-Serrate, a de Voturuna, e outras.” D. Francisco de Souza refere-se apenas ao ouro de Montesserrate e não ao ferro; isto porque essas minas localizavam se na serra de Jaraguá e não em Araçoiaba, conforme a carta que a Câmara de São Paulo dirige ao donatário da Capitania a 13 de janeiro de 1606. Nesse documento os vereadores confirmàm que "muito tem a terra que dar, é grande, fertil de mantimentos e muitas aguas e lenhas grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro .. , mais ha na serra de Biraçoiaba, 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastade e perto dali como três léguas está a Cahatiba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao norte haverá sessenta leguas de cordilheira de terras que todas levam ouro principalmente a serra de Jaraguá de Nossa Senhora do Monserrate ... ".Ora, Jaraguá distancia-se da capital de São Paulo, aproximadamente 3 léguas e meia e portando seria de estranhar que a denominação minas de Montesserrate abrangesse o sítio bem mais longínqüo das serras de Araçoiaba, mesmo que a ela se atribuíssem as regiões adjacentes de Jaraguá. Aliás, em linha reta dista aproximadamente 90 quilômetros a Serra de Araçoiaba da Serra do Jaraguá. Além do mais, em fins do século XVI, segundo expressão de Azevedo Marques, foi tão abundante a extração do ouro nessa serra, que se chamou "Perú do Brasil" (76) e de fato, D. Francisco de Souza na provisão de 1600 refere-se específica e unicamente à exploração do metal precioso. [saber] Para a atual pesquisa, a bibliografia fundamental, além da acima citado, resume-se principalmente nas publicações de Azevedo Marques: Apontamentos históricos; de Eschewege: Plutu Brasiliensis; de Afonso Taunay: História Seiscentista da Vila de São Paulo. Os outros autores consultados, e mesmos esses, limitam-se apenas a repetir os textos de Pedro Taques, referindo-se, sem nova consulta às mesmas fontes. Outro aspecto que dificulta a coleta de dados é a confusão existente entre "os metais achados em Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão e... o engenho de ferro a três léguas desta vila", à margem do Geribatuba, no sítio Birapuera [Carta assinada pelos vereadores Luiz Fernandes e Pedro Nunes e datada de 13 de janeiro de 1606. Actas da Câmara da Vila de São Paulo. Vol. II. São Paulo. 1915, página 497.], ambas as descobertas atribuídas do bandeirante Afonso Sardinha, o Velho. [Página 172, 3 do pdf] ver mais • 5°. Povoadores de Santo Amaro/SP no século XVI e XVII: A grande família de Martim Rodrigues Tenório e Susana Rodrigues. Por Inez Garbuio Peralta 2022
• 1°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares (...) da vila e haver muito metal de ferro mais ha na serra de Biraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastada e perto dali como três léguas está a Cahatiba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao norte haverá sessenta léguas de cordilheira de terras que todas levam ouro principalmente a serra de Jaraguá de Nossa Senhora do Monserrate e a de Voturuna e outras. Pode vossa mercê fazer aqui um grande reino a Sua Majestade / há grande meneio (ato ou efeito de menear(-se); balanço, oscilação. 2. movimento do corpo ou de uma de suas partes.) e trato para Angola, Perú e outras partes (...) • 2°. São Vicente, junto com Itamaracá, foi declarada capitania
Roda Viva 1988. Atualizado em 24/04/2025 00:23:56 Relacionamentos • Cidades (5): Madrid/ESP, Brasília/DF, Ouro Preto/MG, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP • Pessoas (15) Carlos Lacerda (1914-1977), Darcy Ribeiro (1922-1997), Getúlio Dornelles Vargas (17 anos), Gilberto de Mello Freyre, Humberto de Alencar Castelo Branco (2 anos), Jânio Quadros (1917-1992), João Belchior Marques Goulart (1919-1976), José Sarney de Araújo Costa (n.1930), Leonel de Moura Brizola (1922-2004), Luís Carlos Prestes (1 anos), Miguel Arraes de Alencar, Olímpio Mourão Filho, Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho, Tancredo Neves (1910-1985), Ulysses Guimarães (1916-1992) • Temas (18): Bancos, Cinema, Comunismo & Socialismo, Deus, Dinheiro$, Drogas*, Escolas, Escravizados, Estados Unidos, Estradas antigas, Faculdades e universidades, Ferrovias, Japão/Japoneses, Leis, decretos e emendas, Marinha, Quilombos, Salário mínimo, Ybyrpuêra
Atualizado em 28/10/2025 15:35:29 Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco
• 1°. Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco 1912 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,05 km); aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transportá-las com sua carga por terra. [Página 1018] ver mais
• 1°. Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,045 km; aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transporta-las com sua carga por terra. [Página 1018] • 2°. Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,05 km); aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transportá-las com sua carga por terra. [Página 1018]
Atualizado em 28/10/2025 15:35:34 Testamento da esposa de André Fernandes Antônia de Oliveira ![]() Data: 1954 Créditos: Museu Histórico Sorocabano Bairro da Árvore Grande(colorida d(.255.((emm)(praça
• 1°. “Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil 1957
• 1°. geni.com Primeiro burro castiço
O encontro entre os guarani e os jesuítas na Província do Paraguai e o glorioso martírio do venerável padre Roque González nas tierras de Ñezú, 2010. Paulo Rogério Melo de Oliveira
Atualizado em 28/10/2025 08:59:52 “O Índio Etiguara” e o “Caminho de São Tomé”? Jornal O Apóstolo Cidades (2): São Vicente/SP, Sorocaba/SP Pessoas (2): Alfredo Romário Martins (1874-1948), Apóstolo Tomé Judas Dídimo Temas (7): Caminho do Peabiru, Estradas antigas, Farinha e mandioca, Guayrá, Jesuítas, Piqueri, Rio Paraná ![]() Data: 1946Página 2
• 1°. Der Newen Zeytung auss Pressilg I Landt Diz o P. Rafael Galanti (História do Brasil, vol I, 177) que a "Cópia der Newen Zeytung auss Pressilg I Landt" deve ser impresso em 1508, muito antes de chegarem os jesuítas ao Brasil e contudo já se refere a mesma tradição (de São Tomé) na costa do Brasil. • 2°. Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas • 3°. Chegada* Lendo o que o sr. Evaldo escreveu no "O Apóstolo" sobre o nativo Etiguara, achei que aquilo decerto teria alguma relação com o "Caminho de Peabirú" ou "Caminho de São Tomé". Lemos na História do Paraná (pg. 121 e 122): Chamavam os nativos Peabirú a um caminho pré-colombiano, que se estendia por mais de 200 léguas, da costa de São Vicente ao Rio Paraná. Diz Romário Martins na sua História de Paraná (pg. 124): "Após a entrada dos jesuítas no território dos Guaíra (1610), o caminho de Peabirú foi dado como sendo o trilho percorrido pelo Apóstolo São Tomé. A vinda deste ao Novo Mundo era corrente entre os nativos da região do Peabirú e mesmo em sertões ainda não visitados pelos missionários. Não só no Brasil e no Paraguai, mas em toda a América do Sul era voz corrente entre os nativos que ´um homem extraordinário´por aí andara pregando o Evangelho; que fora ele quem ensinara a utilizar a mandioca; e a herva-mate; que predissera o fastígio e a destruição do Guaíra, que anunciara a vinda dos missionários que haviam de pregar as mesmas verdades como ele. Numa rocha á margem do Piquirí diziam haver as pegadas de SUMÉ ou ZUMÉ ou TOMÉ" etc. Diz o P. Rafael Galanti (História do Brasil, vol I, 177) que a "Cópia der Newen Zeytung auss Pressilg I Landt" deve ser impresso em 1508, muito antes de chegarem os jesuítas ao Brasil e contudo já se refere a mesma tradição (de São Tomé) na costa do Brasil.
Atualizado em 30/10/2025 10:51:29 Primeiro registro da palavra “cachaça”, por George Marcgrave, integrante da Comitiva Nassoviana ![]() Data: 1641 Créditos: Georg Marcgrave (1610–1644) Para muitos a antiga vila de São Felipe e Monserrate
• 1°. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas D. Francisco de Sousa, mesmo em Lisboa e em Madri, ouvira falar dessas minas e nas pretensões do "caçador do Eldorado" (Robério Dias), e sem dúvida, a esses boatos dera crédito; no Brasil, depois de sua vinda essa crença mais se confirmou. [Marcgrave – História Natural do Brasil, Edição do Museu Paulista, pág. 263]
“Sorocaba no passado produziu ferro com minério próprio e muito ouro”, Miguel Olavo de Sant´Anna, jornal Diário de Noite
Atualizado em 29/10/2025 10:01:25 “se vendiam mui bons cavalos, cada qual por um chapéu ou meias-calças, e as vacas andavam em almoeda, sem haver quem as quisesse por três patacas, que era a dívida pela qual se rematavam” ![]() Data: 1959 Créditos: José Gonçalves Salvador Página 87
• 1°. “Os transportes em São Paulo no período colonial”, José Gonçalves Salvador 30 de setembro de 1958, sexta-feira E o padre Jácome Monteiro, que também por aquí estivera, por volta de 1607, pôde observar como "se vendiam mui bons cavalos, cada qual por um chapéu ou meias-calças, e as vacas andavam em almoeda, sem haver quem as quisesse por três patacas, que era a dívida pela qual se rematavam". Não se julgue, no entanto, que andar a cavalo ou servir-se dêle como cargueiro fôsse muito comezinho, porque não o exigiam as distâncias e nem os caminhos se prestavam para tanto. As roças ficavam perto . Os trilhos predominavam em quase tôdas as direções. Apenas quatro dêles escapavam à regra geral, em fins do século: o do mar, que partindo do Páteo do Colégio, prosseguia pela atual rua do Carmo até à várzea e dali rumava para os lados do extinto Santo André da Borba do Campo, passando antes pela ribeira do Ipiranga. O outro, dirigia-se para a aldeia de Ibirapuera, a três léguas de distância, pelo espigão que separa o Anhangabaú e o Cambucí, velha trilha palmilhada pelos indígenas, e que se transformaria no caminho para Santo Amaro, no trajeto que hoje conhecemos como rua da Liberdade, rua do Vergueiro, Domingos de Morais e Avenida Jabaquara. O terceiro, seguia para os lados da aldeia de Pinheiros e demandava os sertões de Jundiaí, "nesse tempo apenas habitado por criminosos e homiziados". [Página 87] Ainda neste século foram os rios de grande importância na vida do Planalto. Até 1610 quem quisesse ir de São Paulo para Mogí das Cruzes teria que meter-se numa canoa Tietê acima. De igual modo, quem quer que tivesse sítio ou fazenda próximo a curso navegáveis, recorria ao uso desse meio de transporte. Fabricavam os escravizados nativos à sua moda, mas com o auxílio de ferramentas introduzidas pelo europeu. [Página 92] ver mais
Atualizado em 28/10/2025 14:21:44 Inventários e Testamentos, 1920. Volume VIII
Atualizado em 28/10/2025 14:21:49 Reduções jesuítico-guarani: espaço de diversidade étnica, 2011. André Luis Freitas da Silva. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História, Região e Identidades. Orientadora: Profa. Dra. Càndida Graciela Chamorro Argüello
• 1°. Chegada a Kariesseba • 2°. Fundação de Ciudad Real or "El Gauirá" • 3°. Nova expedição com 50 homens* Um dado importante sobre os Ybirayara é fornecido pelos jesuítas Thomas Filds e Manoel Ortega, que no ano de 1590 realizaram missões itinerantes nas cidades espanholas de Villa Rica e Ciudad Real. De acordo com esses religiosos, uma peste assolou as populações indígenas que habitavam os arredores dessas cidades. Entre as populações atingidas, estavam os Ybirayara, outrora amigos dos espanhóis, conforme os religiosos da Companhia de Jesus. Se converteram em inimigos ferozes dos mesmos, sendo suas parcialidades calculadas em 10 mil índios de guerra. • 4°. Reduções no Tibagi Fundação de Nuestra Señora de Loreto del Pirapó Guairá. Transmigrou ao final de 1631, chegando ao mês de março de 1632, à margem do Rio Yabebuirí, afluente da margem esquerda do Rio Paraná. [p. 80] Quando os padres jesuítas se estabeleceram efetivamente no Guairá no ano de 1610, iniciou-se uma nova frente expansionista no interior da província em sequência a expansão promovida por Domingo Martinez Irala, em 1557, com a fundação da Ciudad Real. Nessa frente missionária, os religiosos passaram a contatar no Guairá, além das populações falantes do idioma Guarani, outras populações nativas. [p. 97] • 5°. Fundação No Guairá, a organização de reduções com populações consideradas como não pertencentes aos Guarani, inicia-se em 1622 com o deslocamento de um grupo de jesuítas a partir das reduções do Paranapanema para áreas localizadas mais ao sul, nos vales dos rios Ivai, Tibagiba e Piquiri que banhavam terras habitadas por populações Guarani e Guañana. Essas novas povoações organizadas pelos jesuítas se estenderam até a margem direita do Rio Iguaçu, convertendo-se num caminho de ligação entre as reduções do Guairá, Paraná e Uruguai. • 6°. São Roque Gonzales fundou quatro Reduções: Candelária, Caaçapa-Mirim, Assunção do Juí e Caaró Siete Arcángeles del Tayaoba - Foi organizada em 1626 na terra de um poderoso cacique chamado Tayaoba. “Este nombre fue de uno principal cacique gobernador de muchos pueblos, del cual tomó toda aquella provincia el nombre”. Para Cristina dos Santos e Tiago Baptista, “foi na principal redução do Guairá que uma legítima experiência de convívio entre culturas distintas se realizou: Los Angeles de los Tayaobá”, onde “30 caciques são tanto de parcialidade Guarani, quanto Jê”. Sobre esta redução Montoya observou o seguinte: Estão nesta redução os Padres Pedro de Espinosa e Padre Nicolás Ernacio, ardorosos obreiros da vinha do Senhor, que com seu grande zelo e solicitude fizeram muito bem aquela redução, tornando nossa casa e Igreja muito capazes que com ter nesta redução tantos gente, nela cabem todos, trabalhando no espiritual sem cansar e no temporal de uma forma que pode competir com os antigos, já têm vacas, cabras e ovelhas e tudo se faz muito bem, é terra muito fértil e com o cuidado dos Pais, em poucos anos haverá abundância de tudo, plantaram uma boa vinha e um canavial e fizeram um bom pomar com o qual terão muitos presentes. O gado já começa a parir com o fato de já ter leite e manteiga e fazer queijo. Já existe uma multiplicação muito boa do rebanho suíno. (...) Siete Arcángeles del Tayaoba Foi organizada em 1626 na terra de um poderoso cacique chamado Tayaoba. “Este nombre fue de uno principal cacique gobernador de muchos pueblos, del cual tomó toda aquella provincia el nombre”. Para Cristina dos Santos e Tiago Baptista, “foi na principal redução do Guairá que uma legítima experiência de convívio entre culturas distintas serealizou: Los Angeles de los Tayaobá”, onde “30 caciques são tanto de parcialidade Guarani, quanto Jê”. Sobre esta redução Montoya observou o seguinte: Están en esta reducción los Padres Pedro de Espinosa y el Padre NicolásErnacio muy fervorosos obreros de la viña del Señor, los cuales con su grancelo y solicitud han puesto aquella reducción muy buena haciendo nuestracasa e Iglesia muy capaz que con haber en esta reducción tanta gente, todacabe en ella, trabajando en lo espiritual sin cansarse y en lo temporal demanera que puede competir con las antiguas, tienen ya vacas, cabras yovejas y se da todo muy bien, es tierra muy fértil y con el cuidado de los Padres dentro de pocos años habrá mucha abundancia de todo, han plantadouna buena viña y cañaveral y hecho una buena huerta con que tendránmucho regalo. El ganado comienza ya a parir con que tienen ya leche ymanteca y hacen quesos. Hay ya muy buena multiplicación del ganado decerdo274.De maneira semelhante ao caso do cacique Pindoviiú que procurou o padre Montoyapara solicitar redução, também o fez o cacique Tayaoba, mas agindo de outra maneira. Aosaber que religiosos estavam reunindo populações e organizando grandes povoados, Tayaobaenviou uma pequena embaixada liderada por seu filho mais velho, que ia acompanhado de ummorubixaba chamado Maendi para entrarem na redução de São Francisco Xavier a fim dedescobrirem como os padres agiam e como era a vida dos reduzidos. Desta forma, eles entraram na redução dizendo-se serem naturais do Ybitiruna, localonde mais tarde veio a ser organizada a redução de San Miguel, com índios Camperos. “Oshóspedes, sob a capa de desconhecidos, podiam notar tranquilamente tudo quanto se passavano povo reduzido”. No entanto, passado algum tempo o padre Francisco Dias Taño descobriua procedência do grupo. “Já sei, meus filhos, quem sois e não ignoro o motivo de vossa vinda nosso povoado! [...] Ficaram os hospedes ainda oito dias e, como tinham tirado as perucas, dobraram-se as festas e as manifestações de amizades” 275. Tayaoba sabia que os jesuítas vinham se dirigindo para suas terras a fim de contatá-lo e antecipara-se, pois, em tempos passados este cacique juntamente com outros caciques fora enganado por espanhóis de Vila Rica e presos. Os encomendeiros aprisionaram-no, obrigando-o a enviar um grande número de indígenas para trabalharem nas encomiendas. Na prisão, alguns caciques que não quiseram trair seu povo, acabaram perecendo de fome. Tayaoba conseguiu escapar da prisão, e conduziu sua parcialidade para lugares remotos. Proibindo e coibindo a entrada em suas terras de qualquer espanhol 276. Ao enviar uma falsa embaixada, ele tentava descobrir a real intenção dos jesuítas, e dependendo do resultado ele poderia antecipar-se às ações dos mesmos. Tal como ir para guerra contra os padres e seus índios aliados, se evadir novamente ou se reduzir. A última opção foi a escolhida. O cacique Tayaoba tinha 28 filhos com diferentes mulheres e era senhor de 80 caciques, 60 dos quais aceitaram se reduzir. Para marcar o local da redução foi erguida uma cruz de sete braças de altura com acompanhamento de 300 índios277. O padre Montoya observava que os tayaobas, antes inveterados antropófagos, haviam estabelecido fortes laços de amizade com seus antigos inimigos, os Gualachos. Hechóse esto de ver en el trato y acogida que hacen estos indios a los gualachos. Eran estas dos naciones enemigas mortales matándose y cautivándose perpetuamente de una parte y de otra sin remedio alguno que para esto se pusiese. Pero ahora después que han recibido el Santo evangelio así estos como aquellos ya no como enemigos capitales, pero como unos muy grandes amigos se tratan todos ellos, viniendo los gualachos al Tayaoba y estos yendo a la tierra y pueblos de los gualachos. Hiciéronse estas amistades ahora año y medio o cerca de dos años. [p. 104, 105, 106 e 107] • 7°. “Do lado espanhol” Concepción de los Lanceros Guañanas Foi organizada em 1628 albergando uma população considerada exclusivamente não Guarani259. Estava a um dia de caminhada do Tambo das Minas de Ferro, local onde os espanhóis de Villa Rica extraíam minério para confecção de instrumentos de ferro para o uso diário. Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652) observava que “como esta reducción está junto al tambo donde los españoles cultivan el, ha acudido el padre a la administración de los sacramentos así de los españoles como de los indios”. Assim como observou Nicolas del Techo (1611-1680) ao comentar que “gualachíes frecuentaban las minas de hierro que los españoles tenían cerca del Piquiri”. Para o arqueólogo Oldemar Blasi262, as minas do tambo estariam atualmente localizadas no interior do município paranaense de Nova Cantu, às margens do Rio Cantu, afluente da margem direita do Rio Piquiri. Os padres ergueram a redução de Concepción neste local devido à solicitação dos índios Chiqui. Como observamos anteriormente, esta era uma parcialidade de índios Gualacho. Conforme Techo, “los indios chiquitos que vivían al otro lado del Piquiri enviaron un hombre solicitando que los misioneros fundasen una reducción en su país”. Antes de darem início à nova redução, os padres Montoya e Diaz Taño permaneceram oito meses realizando missões nas terras dos Gualachos e na cidade espanhola de Vila Rica, devido a uma peste que assolava essas terras. Após este período, os padres se deslocaram para a região onde seria erguida a nova redução. [Que] estaba situada en las tierras de Cohé, cacique cuyos cinco hijos gobernaban las aldeas próximas. Los habitantes de otros lugares vecinos también querían establecerse en la nueva población. Procedió á erigir la cruz, á lo cual se hallaron presentes innumerables indios, y se echaron los cimientos del pueblo, que fue consagrado á la Inmaculada Concepción. Al poco tiempo se presentó á los religiosos Curiti, cacique poderoso entre los gualachíes, y prometió en nombre de sus vasallos fundar con éstos una población ó unirse á los moradores de la Concepción si esto último parecía mejor. [Páginas 101, 102 e 103] • 8°. Carta do Padre Espinosa ao governador do Paraguai D. Luis de Céspedes Xeria* Além disso, por volta de 1627 o governador do Paraguai Luis de Céspedes esteve em Vila Rica do Espírito Santo, onde pretendia visitar a redução de Sete Arcanjos. Sua intenção era levar como escolta, além do efetivo militar que o acompanhava, mais um esquadrão de Gualachos Ybirayaras. Fato que levou o religioso Pedro Espinosa a tentar “dissuadi-lo de visitar as reduções, como indica acompanhado de 100 soldados e 400 Gualachos; se você não quer que os índios medrosos entrem no mato como veados, com medo na montanha” [Páginas 104, 105 e 106] • 9°. Na mesma ocasião em que Bicudo de Mendonça ocupava a redução de São Miguel, caia, a 20 de março de 1629, uma outra expedição, destacada do exército de Manuel Preto, e comandada por Manuel Mourato, sobre a aldeia de Jesus Maria • 10°. Nuestra Señora de Loreto del Pirapó transmigrou* • 11°. Nuestra Señora de Loreto del Pirapó chegando à margem do Rio Yabebuirí, afluente da margem esquerda do Rio Paraná* • 12°. Publicada em Lieja "Historia de la Provincia del Paraguay y de la Compañía de Jesús"
Atualizado em 31/10/2025 05:55:51 Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXVII ![]() Data: 1929 Volume XXVII. Página 69
• 1°. Rainha regente D. Catarina comunicava ao governador Mem de Sá que enviara o mineiro para averiguar as notícias das minas de ouro. • 2°. Expedição • 3°. Guerra Entre ele está o sertanista Afonso Sardinha, que em 1580 empreendera uma batida na direção do poente e foi ao morro do Araçoyaba, onde descobriu, em vez de ouro que procurava, minérios de ferro e outros. Passando Sardinha, de regresso, pelo morro do Jaraguá, descobriu vestígios de ouro, próximo ao ribeirão Itay, de onde extraiu várias folhetas, que trouxe para o povoado. Eram as pistas constatadas pelo reinol Luiz Martins, e que ficara no olvido. Houve depois nova interposição dos aborígenes, que continuavam guerreando a povoação, dificultando as expedições no sertão. Os guerreiros selvícolas fizeram, no sopé da serra do Jaraguá, o seu ponto de convergência. Acorriam eles das matas de Piratininga, Baruery e Parnahyba, ao chamado da inúbia belicosa. Vários anos mantiveram os selvícolas em desassossego a pacata e religiosa população piratiningana, com as suas sangrentas escaramuças diárias. Os encontros e ataques mais ferozes, se verificaram em 19 de setembro de 1591, em represália e expedição de Afonso Sardinha, que chegara ao ribeirão do Itay, onde havia um ano, em uma expedição que realizara, descobrira minas de ouro, no local em que, dez anos antes, encontrara vestígios. • 4°. Provisão de Francisco Achando-se D. Francisco de Sousa no Rio de Janeiro, dirigiu-se para o planalto de Piratininga em fins de 1598. Foi a Araçoyaba acompanhado por Antonio Raposo Tavares, onde examinou as minas de pedras, e, em seguida fundou uma povoação no vale das furnas, a que deu o nome de São Felippe, em homenagem ao monarca que o nomeara. Ali fez levantar pelourinho, simbolizando o predicamento de Vila. E para que não deixasse de ser satisfeita a cobiça do valido do magnata castelhano, dava-lhe Sardinha um dos dois fornos catalães com que explorara as riquezas avaramente guardadas no seio da terra. De nada, entretanto, valera a avidez do senhor D. Francisco para o progresso dos trabalhos, e, já em 1629, estava extinta a exploração das minas, cujos preciosos minérios eram guardados, segundo a crendice nativa, por fabulosos duendes que povoavam a "lagoa dourada", assente no cume do Araçoyaba. • 5°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares Continuavam sem tréguas, as buscas de vestígios de ouro, nas campinas e nos morros ao derredor do Jaraguá e nos ribeirões circunvizinhos do Tieté e do qual eram tributários. Coube ao paulista Clemente Alvares, ativo, audaz e perseverante sertanista descobrir em 16 de dezembro de 1606, nos contrafortes do Jaraguá-Guassú e do Jaraguá-mirim, veios de ouro que acreditavam fossem inesgotáveis, tais as pistas que encontrara. Requereu ele á Câmara o registro dessas posses, cujas mantas de ouro vira a sudoeste da primeira serra, "que se trilha quando de São Paulo se demanda o interior, passando pela serra do Jaraguá-mirim, no braço do último ribeiro á direita". Registrou também as minas e betas de Voturuna, alta e bela elevação situada nas proximidades de Parnaíba, a noroeste da cidade. Outras minas constatou ele cuja descrição fez no seu pitoresco linguajar. "As betas e mantas principais", declarou Clemente Alvares, ficavam no sertão "a caída do nosso mato no campo do caminho de Ibituruna (Voturuna) do nosso rio de Angemin (Tietê), até o ribeiro grande seis betas de minas, as duas betas arrevesão o caminho do rumo de Norte e Sul as outras duas ficam no próprio rumo de outra banda dos outros morros quando o "omonies" com o rosto para a banda do Norte ficam elas para as costas do omem e as outras duas para a banda do rio Angemin cortando o rumo de sol do nascente para o poente pouco mais ou menos por uma quebrada grande de uma serra as quais no longo uma da outra". Obteve Clemente Albares alvará de concessão de todas essas minas, explorando-as alguns anos, até que a politicagem regional que o perseguia, conseguisse sua expulsão da vila. [p. 73, 74] • 6°. Vereação Obteve Clemente Albares alvará de concessão de todas essas minas, explorando-as alguns anos, até que a politicagem regional que o perseguia, conseguisse sua expulsão da vila, com determinações severas para não ser permitido o seu regresso. Isso foi em 1633. Dois anos mais tarde, foi ele readmitido no convívio dos seus conterrâneos. [p. 73, 74] • 7°. Ouro Ficaram de todos os ciclos das descobertas, interessante documentos, alguns verídicos, como este que vai transcrito, encontrado entre os papéis despachados pelo capitão general, Martim Lopes Lobo de Saldanha, apenso a um requerimento solucionado em 21 de janeiro de 1782. Dizia: ARANZEL OU ROTEL DE HAVER OURO E PEDRAS PRECIOSAS NOS CAMPOS ENTRE O SUL E O LESTE Entrando nos ditos campos entre o Sul e o Leste rumo direito passaram dois ribeirões, e o depois passaram duas Serras; darão em um Ribeirão em cima meio descalvado, ou com bastante pedras. Em dois Córregos que emanam da Serra e fazem Barra no dito Ribeirão tem ouro com abundância. Subindo a Serra dobrando para trás tem outro ribeirão mais pequeno, como uma Cachoeira: pelo barranco acima da Cachoeira tiraram o ouro em pedaços. Irão para adiante, pendendo para o sul alguma coisa; subindo e descendo algumas Serras, não mui alcantiladas, darão com um vargedo grande que atola tem quatro ou cinco palmos de Lodo, abaixo tem um bom cascalho, e tem grandiosa pinta. Irão adiante e darão com uma Lagoa Grande na veira desta Lagoa fez-se um socavão, tirou-se ouro em pedaços, e muitas pedras que não soubemos conhece-las de várias cores e pareciam serem preciosas todas. Isto de Sorocaba picando o mato, serão oito ou dez dias. Por estar para morrer e já não ter esperanças de vida, faço este aranzel deixando para os viventes; muitos anos não quis declarar estes haveres; e quem achar com este meu Roteiro Os haveres ditos, peço me mande dizer quarenta missas outras quarenta pelas mais necessitadas almas. [Páginas 87 e 88] • 8°. João Baptista Victoriano escreveu uma Representação ao Governador Martim Lopes Lobo de Saldanha reclamando de um alferes que lhe estorvava a empresa do novo descoberto do Morro Ivutucavarú, na capitania de São Paulo Ficaram de todos os ciclos das descobertas, interessante documentos, alguns verídicos, como este que vai transcrito, encontrado entre os papéis despachados pelo capitão general, Martim Lopes Lobo de Saldanha, apenso a um requerimento solucionado em 21 de janeiro de 1782. Dizia: ARANZEL OU ROTEL DE HAVER OURO E PEDRAS PRECIOSAS NOS CAMPOS ENTRE O SUL E O LESTE Entrando nos ditos campos entre o Sul e o Leste rumo direito passaram dois ribeirões, e o depois passaram duas Serras; darão em um Ribeirão em cima meio descalvado, ou com bastante pedras. Em dois Córregos que emanam da Serra e fazem Barra no dito Ribeirão tem ouro com abundância. Subindo a Serra dobrando para trás tem outro ribeirão mais pequeno, como uma Cachoeira: pelo barranco acima da Cachoeira tiraram o ouro em pedaços. Irão para adiante, pendendo para o sul alguma coisa; subindo e descendo algumas Serras, não mui alcantiladas, darão com um vargedo grande que atola tem quatro ou cinco palmos de Lodo, abaixo tem um bom cascalho, e tem grandiosa pinta. Irão adiante e darão com uma Lagoa Grande na veira desta Lagoa fez-se um socavão, tirou-se ouro em pedaços, e muitas pedras que não soubemos conhece-las de várias cores e pareciam serem preciosas todas. Isto de Sorocaba picando o mato, serão oito ou dez dias. Por estar para morrer e já não ter esperanças de vida, faço este aranzel deixando para os viventes; muitos anos não quis declarar estes haveres; e quem achar com este meu Roteiro Os haveres ditos, peço me mande dizer quarenta missas outras quarenta pelas mais necessitadas almas. [Páginas 87 e 88]
Atualizado em 31/10/2025 05:55:35 A capela de Nossa Senhora da Conceição de Itupucu, consultado em 03.10.2022. Marcelo Meira Amaral Bogaciovas
• 1°. Batizado de João Gago Pais (o moço), natural da vila de São Paulo, na sua igreja matriz (Sé) • 2°. Batizado de Maria Almeida em Itu, filha de João Homem Albernaz, fundador e administrador da Capela de N.S. da Conceição de Itapuçu, há 3 léguas (14,4km) • 3°. Casamento de Maria de Almeida e João Gago Pais (o moço), em Itú/SP • 4°. Falecimento de João Gago Pais (o velho), em São Paulo • 5°. Instituidor foi o Capitão Jordão Homem Albernaz • 6°. Resposta O período áureo da capela deu-se quando Joana de Almeida, viúva do fundador, Capitão Jordão Homem Albernaz, foi protetora da capela. Senão vejamos. Em uma resposta à ordem do Bispo de São Paulo Dom Bernardo Rodrigues Nogueira, em 1747, logo depois da sua posse. Nessa ordem, o bispo queria saber da situação das paróquias, capelas e oragos nas vilas e freguesias, de todo o seu território episcopal. A descrição, sem data, deve ter sido feita pelo vigário da Vara de Itu, conforme segue, na parte que interessa ao trabalho: 32 A Igreja desta freguesia da Vila de Itu é da invocação de Nossa Senhora da Candelária. Tem quatro altares entrando o altar da capela de Nossa Senhora do Pilar, a qual está dentro da mesma igreja, ou mística a ela.33 É feita de taipa de pilão: tem somente forrada a capela mor, e os altares .....o laterais, como também a dita capela da Senhora do Pilar. Tem sacristia. Tem os ornamentos da quatro cores .. dos de damasco a saber brancos, vermelhos, verdes, e .... Tem uma lâmpada grande de prata, como também três sinos, a saber um grande, e dous pequenos. Tem sacr..., pia batismal de pau grande com o ...... chapeado de uma grande chapa lavrada de prata. Não tem mais que uma confraria de compromisso, que é a do Santíssimo Sacramento, as mais, que são da Senhora da Candelária, do Rosário, do Pilar, e de São Miguel são leigas, e não tem formalidade alguma. Teve seu princípio no ano de mil, e seiscentos, e setenta e nove, o que consta pelos algarismos, que se acham lavrados no batente superior da porta principal da igreja; ainda que esta freguesia teve mais antigo princípio porque consta, por carta, e constante tradição, que antes de erigir-se esta igreja serviu no princípio de Matriz e Capela do Senhor Bom JESUS, que está dentro desta vila. Tem esta freguesia quatrocentos, e quarenta e quatro casais: e compreende o distrito dela seis léguas de Leste a Oeste, e outras tantas de Norte a Sul; e parte de uma parte com a freguesia de Nossa Senhora da Penha de Araçariguama; de outra com a de Nossa Senhora da Penha de Araritaguaba [Porto Feliz]: de outra com a da vila de Jundiaí; e da outra com a da vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Tem sítio. Têm sítios, e moradores, que distam da Matriz três léguas, como são Apetrebu, Piraí, Piraquiri, e Itupucu. Os moradores dos três primeiros não podem fazer igreja curada, nem sustentar pároco por serem poucos, e pobres; e somente podem fazer capelas para nelas ouvirem missas. O sítio, ou bairro de Itupucu pode ter pároco; porque tem já uma capela na fazenda de Joana de Almeida viúva que ficou de Jordão Homem Albernaz, a qual ainda que pequena pode servir fazendo-se-lhe capela mor. Tem um altar, pórtico, e sacristia, e os ornamentos das quatro cores. Dista desta Matriz três léguas. Os moradores desejam que se cure a dita capela; porém não prometem mais que oitenta réis de ordenado por cada pessoa de confissão. São por todas setecentas e vinte e seis pessoas, que se contem em vinte e nove, digo, em oitenta e nove fogos, entrando os sítios todos, que ficam vizinhos à dita capela, que são Itupucu, onde ela está, Ponundiba, Caiacatinga, Atuaí, e parte de Boiri. Terá de extensão duas léguas de Leste a Oeste, e duas e meia de Norte a Sul. Servindo de demarcação e divisa para a parte de Oeste o sítio do defunto João Cabral: para a parte de Leste o rio Boiri: para a do Norte o sítio de Francisco Cabral, e para o Sul a encruzilhada ...... .... de Capaíba. Renderá o ordenado de oitenta réis por cada pessoa de confissão cinquenta, e oito mil, e oitenta réis; e mais renderá se o Excelentíssimo, e Reverendíssimo Senhor Bispo conceder a dez casais fregueses de Araritaguaba serem fregueses da nova freguesia de Itupucu por estarem mais perto desta, e longe daquela com passagem de rio grande [Tietê]. Renderá o pé do altar até quarenta mil réis, que com o dito ordenado chegará a cem mil réis. • 7°. Falecimento de João Gago Pais (o moço) em Itú/SP • 8°. Nardy
Atualizado em 28/10/2025 07:19:13 Gabriel está em Madrid. Notícia do Brasil, também conhecido como Tratado Descritivo do Brasil Cidades (2): Madrid/ESP, Sorocaba/SP Pessoas (6): Cristóvão de Moura e Távora, Duarte Coelho, Filipe II, “O Prudente”, Gabriel Soares de Sousa, Pero Lopes de Sousa, Sebastião Fernandes Tourinho Temas (38): “o Rio Grande”, Açúcar, Apiassava das canoas, Belgas/Flamengos, Cachoeiras, Caetés, Capitania de Pernambuco, Descobrimento do Brazil, Ermidas, capelas e igrejas, Gentios, Habitantes, Ilha de Santo Amaro, Jurupará, Lagoa Dourada, Lagoas, Metalurgia e siderurgia, Música, Nossa Senhora D´ajuda, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Escada, Nossa Senhora da Expectação do Ó / Carmo, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora do Rosário, O Sol, Ouro, Prata, Rio dos Dragos, Rio dos Negros, Rio dos patos / Terras dos patos, Rio Grande, Rio Itapocú, Rio São Francisco, Rio Una, Santa Ana, Tapuias, Tupinaés, Tupinambás, Tupiniquim ![]() Data: 1587 Créditos: Gabriel Soares de SouzaPágina 361
• 1°. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX 1904 Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 37] ver mais • 2°. “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeida (1904-1981) 21 de dezembro de 1964, segunda-feira Francisco de Souza, por alcunha D. Francisco das Manhas, encontrara-se em Madri com Gabriel Soares de Souza, negociante na Bahia, autor do Tratado Descritivo da Terra do Brasil, irmão de Pero Coelho de Souza que procurava prata e outro na lendária Sabarabuçú, tendo falecido na volta cem léguas da capital. De posse to roteiro do irmão, Gabriel conseguira favores de homens e título para governá-los, vindo a naufragar em Pernambuco, em 1591. D. Francisco, tomara posse de Governador nesse mesmo ano e em 1592 auxiliou Gabriel Soares a reconstituir a expedição, na qual Soares também morreu. Todos iam morrendo no sonho da Sabarabuçú, como repete em ritornello Paulo Setúbal. ver mais • 3°. Nossa História, Prefeitura de Iguatu (iguatu.ce.gov.br, data da consulta) 10 de fevereiro de 2024, sábado
• 1°. Os navios menores da esquadra de Cabral, reconhecendo a costa, da foz do Caí para o norte Esta terra se descobriu aos 25 dias do mês de abril de 1500 anos por Pedro Álvares Cabral, que neste tempo ia por capitão-mor para a Índia por mandado de el-rei D. Manuel, em cujo nome tomou posse desta província, onde agora é a capitania de Porto Seguro, no lugar onde já esteve a vila de Santa Cruz, que assim se chamou por se aqui arvorar uma muito grande, por mando de Pedro Álvares Cabral, ao pé da qual mandou dizer, em seu dia, a 3 de maio, uma solene missa, com muita festa, pelo qual respeito se chama a vila do mesmo nome, e a província muitos anos foi nomeada por de Santa Cruz e de muitos Nova Lusitânia; e para solenidade desta posse plantou este capitão no mesmo lugar um padrão com as armas de Portugal, dos que trazia para o descobrimento da Índia para onde levava sua derrota. • 2°. Uma solene missa, com muita festa, pelo qual respeito se chama a vila do mesmo nome, e a província muitos anos foi nomeada por de Santa Cruz e de muitos Nova Lusitânia A carta de Pero Vaz de Caminha só foi "descoberta" após os anos 1800. Gabriel Soares de Sousa em "Notícia do Brasil" (1587) diz: "Esta terra se descobriu aos 25 dias do mês de abril de 1500 anos por Pedro Álvares Cabral, que neste tempo ia por capitão-mor para a Índia por mandado de el-rei D. Manuel, em cujo nome tomou posse desta província, onde agora é a capitania de Porto Seguro, no lugar onde já esteve a vila de Santa Cruz, que assim se chamou por se aqui arvorar uma muito grande, por mando de Pedro Álvares Cabral, ao pé da qual mandou dizer, em seu dia, a 3 de maio, uma solene missa, com muita festa, pelo qual respeito se chama a vila do mesmo nome, e a província muitos anos foi nomeada por de Santa Cruz e de muitos Nova Lusitânia (...)" • 3°. Atlas Miller é evidência da "ilha Brasil", segundo Jaime Cortesão Do rio de São Francisco ao dos Dragos são cinco léguas, pelo qual entram caravelões, e tem na boca três ilhéus. Do rio dos Dragos à baía das Seis Ilhas são cinco léguas; e dessa baía ao rio Itapucuru são quatro léguas, o qual está em vinte e oito graus escassos; e corre-se a costa do Itapucuru até o rio de São Francisco norte-sul. Este rio acima dito, a que outros chamam Jumirim, tem a boca grande e ao mar dele três ilhetas, pela qual entram caravelões; e corre-se por êle acima leste-oeste, pelo qual entra a maré muito, onde há boas pescarias e muito marisco. A terra deste rio é alta e fragosa, e tem mais arvoredos que a terra atrás, especialmente águas vertentes ao mar. A terra do sertão é de campinas, como a da Espanha, e uma e outra é muito fértil e abastada de caça e muito acomodada para se poder povoar, porque se navega muito espaço por ela acima. [p. 117] • 4°. Carta de doação da capitania de Pernambuco a Duarte Coelho pelo rei João III "o Piedoso" • 5°. Chega a Pernambuco seu primeiro donatário, Duarte Coelho / Fundação da Vila de Igaraçú Depois que êste Estado se descobriu por ordem dos reis passados, se trabalhou muito por se acabar de descobrir êste rio (São Francisco) por todo o gentio que nele viveu, e por êle andou afirmar que pelo seu sertão havia serras de ouro e prata, à conta da qual informação se fizeram muitas entradas de todas as capitanias sem poder ninguém chegar ao cabo; com êste desengano e sobre esta pretensão veio Duarte Coelho a Portugal da sua capitania de Pernambuco a primeira vez, e da segunda também teve desenho; mas desconcertou-se com S. A. pelo não fartar das honras que pedia. E sendo governador deste Estado Luís de Brito de Almeida, mandou entrar por este rio acima a um Bastião Álvares, que se dizia do Porto Seguro, o qual trabalhou por descobrir quanto pôde, no que gastou quatro anos e um grande pedaço da Fazenda d’el Rei, sem poder chegar ao sumidouro, e por derradeiro veio acabar com quinze ou vinte homens entre o gentio tupinambá, a cujas mãos foram mortos, o que lhe aconteceu por não ter cabedal da gente para se fazer temer, e por querer fazer esta jornada contra água, o que não aconteceu a João Coelho de Sousa, por que chegou acima do sumidouro mais de cem léguas, como se verá do roteiro que se fêz da sua jornada. À boca da barra deste rio corta o salgado a terra da banda do sudoeste, e faz ficar aquela ponta de areia e mato em ilha, que será de três léguas de comprido. E quando este rio enche com água do monte… não entra o salgado com a maré por êle acima, mas até à barri é água doce, e traz neste tempo grande correnteza. [fim] • 6°. Cabeza de Vaca desembarca em Santa Catarina Do rio de São Francisco ao dos Dragos são cinco léguas, pelo qual entram caravelões, e tem na boca três ilhéus. Do rio dos Dragos à baía das Seis Ilhas são cinco léguas; e dessa baía ao rio Itapucuru são quatro léguas, o qual está em vinte e oito graus escassos; e corre-se a costa do Itapucuru até o rio de São Francisco norte-sul. Este rio acima dito, a que outros chamam Jumirim, tem a boca grande e ao mar dele três ilhetas, pela qual entram caravelões; e corre-se por êle acima leste-oeste, pelo qual entra a maré muito, onde há boas pescarias e muito marisco. A terra deste rio é alta e fragosa, e tem mais arvoredos que a terra atrás, especialmente águas vertentes ao mar. A terra do sertão é de campinas, como a da Espanha, e uma e outra é muito fértil e abastada de caça e muito acomodada para se poder povoar, porque se navega muito espaço por ela acima. [Página 117] • 7°. Expedição Sebastião Fernandes Tourinho, morador em Porto Seguro, com certos companheiros entrou pelo sertão, onde andou alguns meses à ventura, sem saber por onde caminhava, e meteu-se tanto pela terra adentro, que se achou em direito do Rio de Janeiro, o que souberam pela altura do sol, que este Sebastião Fernandes sabia muito bem tomar, e por conhecerem a serra dos Órgãos, que cai sobre o Rio de Janeiro; e chegando ao campo grande acharam alagoas e riachos que se metiam neste Rio Grande; e indo com rosto ao noroeste, deram em algumas serras de pedras, por onde caminharam obra de trinta léguas, e tornando a leste alguns dias deram em uma aldeia de tupiniquins, junto de um rio, que se chama Raso-Aguípe; e foram por ele abaixo com o rosto ao norte vinte e oito dias em canoas, nas quais andaram oitenta léguas. Este rio tem grande correnteza, e entram nele dois rios, um da banda do leste, e outro da banda do loeste, com os quais se vem meter este rio RasoAguípe no rio Grande. E depois que entraram nele navegaram nas suas canoas por ele abaixo vinte e quatro dias, nos quais chegaram ao mar, vindo sempre com a proa ao loeste. E fazendo esta gente sua viagem, achou no sertão deste rio no mais largo dele, que será em meio caminho do mar, vinte ilhas afastadas umas das outras uma légua, duas e três e mais; e acharam quarenta léguas de barra, pouco mais ou menos um sumidouro, que vai por baixo da terra mais de uma légua, quando é no verão, que no inverno traz tanta água que alaga tudo. Do sumidouro para cima tem este rio grande fundo, e a partes tem poços, que têm seis e sete braças, por onde se pode navegar em grandes embarcações; quase toda a terra de longo dele é muito boa. • 8°. Sebastião Fernandes Tourinho chefiou uma expedição que "subiu pelo Rio Doce, e atravessando imensos sertões desceu pelo Jequitinhonha para a província da Bahia conduzindo escravos, algumas amostras de esmeraldas ou safiras" Sebastião Fernandes Tourinho, morador em Porto Seguro, com certos companheiros entrou pelo sertão, onde andou alguns meses à ventura, sem saber por onde caminhava, e meteu-se tanto pela terra adentro, que se achou em direito do Rio de Janeiro, o que souberam pela altura do sol, que este Sebastião Fernandes sabia muito bem tomar, e por conhecerem a serra dos Órgãos, que cai sobre o Rio de Janeiro; e chegando ao campo grande acharam alagoas e riachos que se metiamneste Rio Grande; e indo com rosto ao noroeste, deram em algumas serras de pedras, por onde caminharam obra de trinta léguas, e tornando a leste alguns dias deram em uma aldeia de tupiniquins, junto de um rio, que se chama Raso-Aguípe; e foram por ele abaixo com o rosto ao norte vinte e oito dias em canoas, nas quais andaram oitenta léguas. Este rio tem grande correnteza, e entram nele dois rios, um da banda do leste, e outro da banda do loeste, com os quais se vem meter este rio RasoAguípe no rio Grande. E depois que entraram nele navegaram nas suas canoas por ele abaixo vinte e quatro dias, nos quais chegaram ao mar, vindo sempre com a proa ao loeste. E fazendo esta gente sua viagem, achou no sertão deste rio no mais largo dele, que será em meio caminho do mar, vinte ilhas afastadas umas das outras uma légua, duas e três e mais; e acharam quarenta léguas de barra, pouco mais ou menos um sumidouro, que vai por baixo da terra mais de uma légua, quando é no verão, que no inverno traz tanta água que alaga tudo. Do sumidouro para cima tem este rio grande fundo, e a partes tem poços, que têm seis e sete braças, por onde se pode navegar em grandes embarcações; quase toda a terra de longo dele é muito boa. • 9°. Distância entre Sorocaba e Botucatu Gabriel Soares de Sousa - 1540-1591: Sebastião Fernandes Tourinho, morador em Porto Seguro, com certos companheiros entrou pelo sertão, onde andou alguns meses à ventura, sem saber por onde caminhava, e meteu-se tanto pela terra adentro, que se achou em direito do Rio de Janeiro, o que souberam pela altura do sol, que este Sebastião Fernandes sabia muito bem tomar, e por conhecerem a serra dos Órgãos, que cai sobre o Rio de Janeiro; e chegando ao campo grande acharam alagoas e riachos que se metiam neste Rio Grande; e indo com rosto ao noroeste, deram em algumas serras de pedras, por onde caminharam obra de trinta léguas, e tornando a leste alguns dias deram em uma aldeia de tupiniquins, junto de um rio, que se chama Raso-Aguípe; e foram por ele abaixo com o rosto ao norte vinte e oito dias em canoas, nas quais andaram oitenta léguas. Este rio tem grande correnteza, e entram nele dois rios, um da banda do leste, e outro da banda do loeste, com os quais se vem meter este rio Raso Aguípe no rio Grande. E depois que entraram nele navegaram nas suas canoas por ele abaixo vinte e quatro dias, nos quais chegaram ao mar, vindo sempre com a proa ao loeste. E fazendo esta gente sua viagem, achou no sertão deste rio no mais largo dele, que será em meio caminho do mar, vinte ilhas afastadas umas das outras uma légua, duas e três e mais; e acharam quarenta léguas de barra, pouco mais ou menos um sumidouro, que vai por baixo da terra mais de uma légua, quando é no verão, que no inverno traz tanta água que alaga tudo. Do sumidouro para cima tem este rio grande fundo, e a partes tem poços, que têm seis e sete braças, por onde se pode navegar em grandes embarcações; quase toda a terra de longo dele é muito boa.
“Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953) 1940. Atualizado em 23/10/2025 15:57:13 Relacionamentos • Cidades (12): Apiaí/SP, Boituva/SP, Caeté/MG, Cananéia/SP, Curitiba/PR, Mogi das Cruzes/SP, Ouro Preto/MG, Paranaguá/PR, Santos/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (50) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), André Fernandes (1578-1641), Anthony Knivet (1560-1649), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Ascenso Luiz Grou (1575-1653), Bacharel de Cananéa, Baltazar Carrasco dos Reis (1617-1697), Balthazar Fernandes (1577-1670), Basílio de Magalhães (25 anos), Belchior Dias Moréia (1540-1619), Bento Maciel Parente, Brás Cubas (1507-1592), Cacique de Carapicuíba, Clemente Álvares (1569-1641), Custódia Lourença, Diogo de Unhate (1535-1617), Diogo Martins Cam, Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Assis Carvalho Franco (13 anos), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Lopes Pinto, Gabriel de Lara (f.1694), Gonçalo Monteiro, Heliodoro Eobanos Pereira (n.1588), Henrique da Costa (1573-1616), Jean de Laet (1571-1649), Jerônimo Leitão, João de Anhaya, João de Anhaya Lemos (f.1723), João de Piña (n.1585), João Fernandes Saavedra (f.1667), João Pereira Botafogo (1540-1627), João Pires, o gago (1500-1567), John Whithal (João Leitão), Juan de Salazar y Espinosa (1508-1560), Luís Gonzaga da Silva Leme (47 anos), Luis Sarmiento de Mendoça, Luiz Martins, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Marcos Fernandes, velho (1530-1582), Martim Correia de Sá (1575-1632), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Pero (Pedro) de Góes, Pero Correia (f.1554), Rodrigo de Castelo Branco, Salvador Jorge Velho (1643-1705), Simão Álvares Martins (Jorge) (1573-1636), Simão Jorge Velho (1526-1585), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626) • Temas (27): Assunguy, Bacaetava / Cahativa, Bahia?, Cahaetee, Caminho do Peabiru, Caminho São Paulo-Santos, Cananéas, Capitania de São Vicente, Carijós/Guaranis, Cruzes, Guaimbé, Guerra de Extermínio, Jaguaporecuba, Lagoa Dourada, Metalurgia e siderurgia, Minas de Itaimbé, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Ouro, Peru, Pirapitinguí, Rio Anhemby / Tietê, Rio Itapocú, Rio Jaguari, Rio Paranapanema, Tamoios, Tupiniquim, Vila de Santo André da Borda ![]() • 1. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578) 25 de abril de 1562 Esse governador-geral havia terminado a luta com os franceses do Rio de Janeiro e dali viéra a São Vicente, escolgndo então para cabo da expediçãi nesse sentido o fidalgo Braz Cubas. Este arregimentou uma léva a sua custa e conjunctamente com Luiz Martins, saiu para o sertão em junho de 1560. Dizem alguns que alcançou o Pará-Mirim, querendo outros que tivesse atravessado o vale do Arassuahy e fosse alcançar o rio das Rãs, no interior bahiano. Limitando em absoluto esse círculo, Calogeras é de opinião que Braz Cubas não transpoz as fronteiras do nosso atual estado de São Paulo, indo apenas até o munícipio de Apyahy ou Paranapanema. O certo é que o fidalgo assegurava numa carta a El-Rei, escrita de Santos em 25 de abril de 1562, que andára de jornada trezentas léguas e por respeito das águas que se vinham, retrocedera, colhendo mesmo assim algumas amostras de metais e pedrarias, que enviava á Corte. Regressára dessa jornada bastante doente, mas desejando insistir na procura do ouro, fez com que Luiz Martins nesse mesmo ano, tornasse o sertão e esse encontrou o precioso metal a poucas léguas de Santos. Alguns escrevem que esse descobrimento foi no Jaraguá e outros, na Cahatiba ou atual Bacaetava (Sorocaba). Dando em manifesto esse descoberto, foi Braz Cubas o primeiro minerador oficial do ouro em São Vicente, tendo ai feito tentativas dessa natureza, associado ao capitão-mÓr Jeronimo Leitão e, de uma carta escrita de Santos, em 1578, pelo inglez John Whithal, genro de José Adorno, vê-se que aguardava para isso mineiros do reino. ["Bandeiras e Bandeirantes de SP" de Carvalho Franco (1940) p.35;36] As diligências posteriores ao falecimento de Bartholomeu Bueno de Siqueira foram feitas por Miguel Garcia de Almeida e Cunha que entrou no Itatiaia, descobrindo ouro no Gualacho do Sul; por Manuel Garcia Velho, que entrou no Tripuhy, fazendo idênticas descobertas e Belchior da Cunha Barregão, que com Bento Leite da Silva, entrou no Itacolomy, extraindo também o precioso metal (1696). Dois anos após, Antonio Dias de Oliveira descobria o celebrado Ouro Preto. Grande foi então a afluência de forasteiros para esse território todo, provindos de outras capitanias e mesmo da Metrópole. Assim, Rebello Perdição refere que de 1698 em diante, foram descobertos outros álveos auríferos: no Outro Preto, pelo padre João de Faria Fialho, Francisco e Antonio da Silva Bueno, Thomas e João Lopes de Camargo e Felix de Gusmão Mendonça e Bueno; no Ribeirão do Carmo, por João Lopes de Lima e seu irmão, o padre Manuel Lopes; no Gualacho do Norte, por Antonio Pereira; no centro desse mesmo ribeirão, por Sebastião Rodrigues da Guerra; no ribeiro de Bento Rodrigues, pelo bandeirante desse nome; na barra do Gualacho do Norte, no Brumado e no Sumidouro, por João Pedroso; no ribeiro do Bom Sucesso, afluente do Ribeirão do Carmo, por Salvador Fernandes Furtado de Mendonça; nesse último ribeirão, dez léguas de Ouro Preto, até o arraial do Furquim, por Antonio Rodovalho a Fonseca, Francisco Alvares Corrêa e Sebastião de Freitas Moreira; nesse mesmo ribeirão, abaixo desses últimos, descobertos por João de Lima Bomfante e por último na barra desse ribeirão com o Guarapiranga, por Francisco Bueno de Camargo. [Páginas 174 e 175] O descobrimento do sertão do Rio Pardo, foi feito por Antonio Luiz dos Passos, mais tarde um dos descobridores das Minas Novas e o distrito de Itacambira foi explorado por uma expedição paulista de que era cabo Miguel Domingues, o qual teve que se retirar desse sertão devido ao encontro dos mestiços denominados "papudos". Segundo Basílio de Magalhães, Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, descobriu o ribeiro do Campo; Leonardo Nardy Sisão de Sousa, revelou as minas do Caethé, onde com os dois irmãos Antonio e João Leme da Guerra, moradores em Santos, fundaram depois um arraial. [Página 175] Nada porém conseguindo, o capitão-mór em 1690, reduzido á miséria, interrompida tentativas e se recolhia ao Rio de Janeiro, obtendo o cargo de tabelião público, provido por Luiz César de Menezes. A seguir, andaram sondando essas minas, o capitão-mór Martim Garcia Lumbria, tendo como sócios Manuel Fernandes de Abreu e o alcaide-mór Jacinto Moreira Cabral e já no começo do século XVIII, Damião de Sousa Pereira, genro do capitão-mór Lumbria e por último os irmãos Antonio Trindade e João de Anhaya, com um filho deste último, João de Anhaya de Lemos. [Página 265] As minas do Itambé ou Itaimbé, ficavam na região do Assunguy e foram objeto de investigações oficiais entre 1645 e 1647, por parte de Eleodoro Ébano Pereira; em 1670, por parte de Agostinho de Figueiredo e em 1679, por parte de D. Rodrigo de Castel-Blanco. Ficavam ainda no Assunguy as minas de Nossa Senhora da Conceição, da Cachoeira e do Ribeirão, exploradas principalmente por Salvador Jorge Velho e seu genro Antonio PIres de Campos, o velho, desde 1678 e posteriormente a 1599, por Simão Jorge Velho. Balthazar Carrasco dos Reis e o seu grupo exploraram as minas do Arraial Grande, poucos anos antes de 1661, as quais ainda em 1741 eram satisfatóriamente exploradas pelos descobridores (...) [p. 272]
• 2. Evidências de que Afonso Sardinha teria "descoberto" o “Araçoiaba” 1578 Esse governador-geral havia terminado a luta com os franceses do Rio de Janeiro e dali viéra a São Vicente, escolgndo então para cabo da expediçãi nesse sentido o fidalgo Braz Cubas. Este arregimentou uma léva a sua custa e conjunctamente com Luiz Martins, saiu para o sertão em junho de 1560. Dizem alguns que alcançou o Pará-Mirim, querendo outros que tivesse atravessado o vale do Arassuahy e fosse alcançar o rio das Rãs, no interior bahiano. Limitando em absoluto esse círculo, Calogeras é de opinião que Braz Cubas não transpoz as fronteiras do nosso atual estado de São Paulo, indo apenas até o munícipio de Apyahy ou Paranapanema.O certo é que o fidalgo assegurava numa carta a El-Rei, escrita de Santos em 25 de abril de 1562, que andára de jornada trezentas léguas e por respeito das águas que se vinham, retrocedera, colhendo mesmo assim algumas amostras de metais e pedrarias, que enviava á Corte.Regressára dessa jornada bastante doente, mas desejando insistir na procura do ouro, fez com que Luiz Martins nesse mesmo ano, tornasse o sertão e esse encontrou o precioso metal a poucas léguas de Santos. Alguns escrevem que esse descobrimento foi no Jaraguá e outros, na Cahatiba ou atual Bacaetava (Sorocaba).Dando em manifesto esse descoberto, foi Braz Cubas o primeiro minerador oficial do ouro em São Vicente, tendo ai feito tentativas dessa natureza, associado ao capitão-mÓr Jeronimo Leitão e, de uma carta escrita de Santos, em 1578, pelo inglez John Whithal, genro de José Adorno, vê-se que aguardava para isso mineiros do reino. ["Bandeiras e Bandeirantes de SP" de Carvalho Franco (1940) p.35;36]
• 3. Jean de Laet esteve no Brasil 1596 • 4. D. Francisco parte de São Paulo para as minas de Bacaetava, Vuturuna e Jaraguá, na Serra de Biraçoiaba onde passa 6 meses 23 de maio de 1599 • 5. “O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereldt, ofte, Beschrijvinghe van West-Indien"), 1625. Jean de Laet (1571-1649) 1625 Dando uma notícia condensada de todos esses descobrimentos, temos o escritor holandês, Jean de Laet; na sua obra "O Novo Mundo ou Descrição das Indias Ocidentais", cuja princeps é de 1625 e que colheu os necessários informes de Anthony Knivet e de Wilhelm Jostten Glimmer. Assim, escreveu ele: "As minas de ouro que se descobriram nestes annos precedentes, na capitania de São Vicente, são: Santiago e Santa Cruz, nas montanhas de Paranapiacaba, a quatro ou cinco leguas do mar; Jaraguá, cerca de cinco leguas de São Paulo para o norte, e a dezesete ou dezoito leguas do mar; Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, seis ou sete leguas de São Paulo, ao nordeste e a vinte ou pouco mais do mar; Nossa Senhora do Monserrate, dez ou doze leguas de São Paulo para o noroeste, onde se encontram pepitas que pezam ás vezes duas e tres onças; Buturunda ou lbitiruna, a duas leguas da precedente, para o oeste; Ponta da Cahativa, a trinta leguas de São Paulo para o sudoeste. Quase trinta leguas da. mesma villa de São Paulo para o sudoeste, ficam as montanhas de Berusucaba ou Ibiraçoiaba, abundantes em veios de ferro, não lhes faltando também veios de ouro, que os selvagens cananéas tem por costume extrahir".
• 6. Luis de Céspedes García Xería Parte em direção ao Guayrá, via Tietê e Paraná 16 de julho de 1628 • 7. Conduzido por André Fernandes, Luis Céspedes e sua comitiva chegam no “Porto misterioso": Nossa Senhora de Atocha 21 de julho de 1628
“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior 1969. Atualizado em 23/10/2025 15:57:17 Relacionamentos • Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (34) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Américo de Moura (18 anos), Baltazar Carrasco dos Reis (1617-1697), Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), Balthazar Fernandes (1577-1670), Bartholomeu Fernandes Cabral (1518-1594), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Clemente Álvares (1569-1641), Cornélio de Arzão, Domingos Luís Grou (1500-1590), Emerenciano Prestes de Barros Filho (1909-1975), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco de Souza Neto (1610-1674), Francisco Lopes Pinto, Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gerhart Bettinck ou Geraldo Betting (1575-1611), Jacques Oalte, José de Anchieta (1534-1597), Leonardo Nunes, Luis de Sousa, 4º senhor de Beringel (f.1577), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Matheus Nogueira, Mestre Bartolomeu Camacho (n.1500), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, Sen. Vergueiro (1778-1859), Orville Derby (48 anos), Pedro Sardinha (1580-1615), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Serafim Soares Leite (9 anos), Suzana Dias (1540-1632), Theodoro Knecht, Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) • Temas (20): Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Dinheiro$, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Pela primeira vez, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Pinheiros, Rio Pirajibú, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Ibituruna, Ybyrpuêra ![]() • “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800) 1 de janeiro de 1797, domingo
um ofício do sr. dr. Calixto de Paula Sousa, então Coronel chefe das Forças Expedicionárias no Setor Sul contra os revoltosos de seis de setembro, ao Capitão Coutinho, do Exército legal, que ali comandava uma escolta, em perseguição ao ex- deputado constituinte, dr. Ferreira Braga 27 de agosto de 1933, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:45:40 Relacionamentos • Cidades (15): Ibiúna/SP, Itapecirica da Serra/SP, Juquitiba/SP, Piedade/SP, Pilar do Sul/SP, São Miguel Arcanjo/SP, Sorocaba/SP, Capão Bonito/SP, Iguape/SP, Peruíbe/SP, Juquiá/SP, Votorantim/SP, Bofete/SP, Botucatu/SP, Sarapuí/SP • Pessoas (3) Antônio José Ferreira Braga (54 anos), Calixto de Paula Souza (38 anos), Celestino Américo • Temas (21): Assunguy, Estradas antigas, Rio de São Lourenço, Rio Verde, Rodovia Ten Celestino Américo (SP-79), Rio do Turvo, Caminhos a Iguape, Caminhos até Peruíbe, Serra dos Itatins, Rio Sarapuy, Rio Anhemby / Tietê, Rio Juquiá, Serra de Paranapiacaba, Caminho do Mar, Serra do Mar, Itapeva (Serra de São Francisco), Serra da Cantareira, Fazenda Ipanema, Rio Paranapanema, Nheengatu, Vutucavarú
Atualizado em 28/10/2025 15:35:31 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764 ![]() Data: 1720 Créditos: bdlb.bn.gov.br/acervo/handle/20.500.12156.3/15628 01/01/1720
• 1°. Historia de la Compañia de Jesu´s en la provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Peru´, Bolivia y Brasil), by Archivo General de Indias; Pastells, Pablo, 1846-1932, ed; Mateos, Francisco 1912 Carta escrita de La Plata, 6 de março de 1764. A caminho da cidade de Cuyabá da cidade de São Paulo, que fica a 13 léguas de estrada extremamente acidentada do Porto de Santos, no litoral do Brasil. - Daquela cidade chega-se por terra à vila de Itaguaba, distante 23 léguas (111,045 km; aqui você embarca no rio Fiaté, que se junta ao Grande; No primeiro, a navegação dura mais de dez ou doze dias, e no segundo, três, a jusante, entra-se no rio Pardo, ao longo do qual, a montante, caminha-se quarenta dias com grande cansaço, devido à sua velocidade, alguns saltos e muitos pedregulhos; razões para descarregar repetidamente as canoas e transporta-las com sua carga por terra. [Página 1018] ver mais
Atualizado em 28/10/2025 08:59:38 “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP* Cidades (7): Botucatu/SP, Cubatão/SP, Itu/SP, Paranapanema/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP Pessoas (10): Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Alfredo Ellis Júnior (1896-1974), Antônio de Añasco Melgarejo (n.1559), Antonio Rodrigues "Sevilhano" (1516-1568), Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Frei Vicente do Salvador (1564-1639), Hernâni Donato (1922-2012), José de Anchieta (1534-1597), Luís António de Sousa Botelho Mourão (1722-1792), Manuel da Nóbrega (1517-1570) Temas (14): Apoteroby (Pirajibú), Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho Sorocaba-Botucatu, Carijós/Guaranis, Estradas antigas, Gentios, Guerra de Extermínio, Maniçoba, Morpion, Peru, Portos, Rio Paranapanema, Tupiniquim ![]() Data: 1971Página 10
• 1°. São Tomé e o Caminho do Peabiru O nativo vinha e ia, despreocupado de roteiros. Seguia a direção apenas geral e remota, dos rios e dos montes, “caminhos quase sem caminhos; incertos e tênues caminhos, em parte marcados no solo... em parte nos galhos das árvores”. Isto, em toda a costa dos descobrimentos portugueses. Em São Vicente, a exceção. Vestida de mistério, galgando a serra do mar, oferecia-se ao europeu estrada definida, antiga, visivelmente transitada. Oito palmos de largura, mergulhando nas distâncias interiores. Os que naqueles primeiros dias de Brasil viram o trecho de serra acima, reconhecendo que pouco perdia para as vias de Portugal, quiseram saber: “Que é isto? Quem realizou este trabalho?” “Peabiru!”, respondeu o nativo. • 2°. Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil” Nos dois primeiros séculos de Brasil, a crença em uma anterior estada física de São Tomé, estava acima de dúvidas. Fizera um intervalo em suas tarefas na Índia para vir falar de Cristo aos nossos nativos. Na crônica daqueles anos não há voz discordante. Em 1515, a "Nova Gazeta da Terra do Brasil", refere-se a "lembrança que os nativos tinham de São Tomé, cujas pegadas quiseram mostrar aos portugueses". [Página 5] • 3°. Fundação da vila de São Vicente, conhecido como “Porto dos Escravos” • 4°. Carta de Manoel da Nóbrega Manoel da Nóbrega, contra quem não cabe o rótulo de fantasioso, noticiou em carta de 1549: "Dizem eles que São Tomé, a quem eles chamam Zamé, passou por aqui, e isto lhes ficou por dito de seus antepassados, e que suas pisadas estão assinaladas junto de um rio, as quais eu fui ver por mais certeza da verdade, e vi com meus próprios olhos quatro pisadas mui sinaladas com seus dedos, as quais cobre o rio quando enche; dizem também que, quando deixou estas pisadas, ia fugindo dos índios que o queriam flechar, e chegando ali, se lhe abrira o rio e passara por meio dele à outra parte, sem se molhar, e dali fôra para a Índia." [p. 6] • 5°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” A este ponto, Tomé de Sousa não hesitou. Nada de arriscar-se. Preferiu indispor-se com os jesuítas a deixar vulnerável os domínios do seu rei. Ao qual escreveu a 1 de junho de 1553: “Achei que os de São Vicente se comunicavam muito com os castelhanos e tanto que na Alfandega rendeu este ano passado cem cruzados de direitos de coisas que os castelhanos trazem a vender. E por ser esta gente que parece que por castelhanos não se pode V.A. desapegar deles em nenhuma parte, ordenei com grandes penas que este caminho se evitasse, até o fazer saber a V.A. e por nisto grandes guardas e foi a causa por folguei de fazer as povoações que tanto dito no campo de São Vicente de maneira que me parece que o caminho estará vedado (...)” [Página 12] • 6°. Peabiru É seu Tomé de Souza que o impede de partir. A 15 de junho de 1553, relata ao padre Luís Gonçalves da Câmara porque não seguira ainda: "... a principal causa de todas para atrapalhar foi fechar o caminho por causa de os castelhanos, que estão a pouco mais de 100 léguas desta capitania. E tem-se por certo haver muita prata nessa terra, e tanto que dizem haver serras delas, e muita notícia de ouro, cujo serro está neste caminho..." [“Peabiru”, 10.1971. Hernâni Donato do IHGSP. Página 12] • 7°. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada A proibição foi travo amargo para Nóbrega. O Paraguai era seu objetivo. Acreditava-se em terras portuguesas. E lá estava o núcleo maior de nativos, a junção de grandes rios, a abertura para o coração do continente. É seu amigo Tomé de Souza que o impede de partir. A 15 de junho de 1553, relata ao padre Luís Gonçalves da Câmara porque não seguira ainda: "...a principal causa de todas para atrapalhar foi fechar o caminho por causa de os castelhanos, que estão a pouco mais de 100 léguas desta capitania. E tem-se por certo haver muita prata nessa terra, e tanto que dizem haver serras delas, e muita notícia de ouro, cujo serro está neste caminho..." [Página 11] • 8°. “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão” Nos fins de 1553, o mesmo Nóbrega que tanto insistia em jornadear o caminho e tanto lamentaria o seu fechamento, enviou padres e irmãos que se juntassem aos nativos e erguessem o colégio que logo seria povoação. [Página 12] • 9°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão Teria sido também para mantê-lo (o Caminho do Peabiru), além da ameaça do tupiniquim que de amigo se tornara inimigo, que em 1560, abriu-se o áspero caminho do Cubatão, ligando São Paulo ao lagamar vicentino. É bem pode ter ocorrido que, para seguir à risca a ordenança, deixou-se parecer a fundação de Maniçoba (proximidade da atual cidade de Itu), o primeiro aldeamento no sul do Brasil). Houve longo silêncio sobre o Peabiru. "Perdeu-se de tal modo a tradição desse caminho - lamenta-se Batista Pereira em sua carta a Paulo Duarte - que, apesar de saber quanto Santo André lhe estava à orla, a localização da vila à borda do campo era até há pouco um problema". • 10°. Partida da expedição de Bras Cubas* De poucas violações se tem notícias. Assis de Moura revela algumas. De São Paulo tocou-se para o sertão gente como "Diogo Nunes, na sua viagem ao Paraguai e ao Peru; o nativo Miguel, cristão convertido de São Vicente, que regressava do Paraguai à sua redução; Bras Cubas e Luís Martins que, em 1562, se internaram pelo país em distância de 300 léguas". Estes já não seguiam caminho chamado Peabiru mas, dizia-se, de São Tomé. • 11°. Guerra A proibição foi cumprida. Para nativos, plebeus e nobres, portugueses e castelhanos. Mesmo gente como João de Salazar, Melgarejo e filhos de Luís Góis, querendo ir ao Paraguai e não vendo outro roteiro senão aqueles vedado, não obtiveram a necessária licença. E uma vez conhecida a sua intenção, passaram a ser vigiados. Os tupis eram ótimos para o serviço de observação. Tão ciosos, que da vigilância passaram à perseguição. Lá se foram os fidalgos espanhóis, às escondidas, até encontrar o rio, onde lhes foi possível embarcar. Anos mais tarde, um grupo de gente paraguaia aproximou-se de São Paulo. A indiada tupi, afeita ao controle do caminho, caiu-lhe em cima e todos teriam morrido, não fosse a decidida intervenção dos jesuítas. Mesmo para os soldados ludos estava vetado o Peabiru. Em 1584, para a guerra contra os carijós, as forças velejaram pelo litoral, alongando o caminho, a fim de não romper a proibição. • 12°. “os oficiais ordenaram que sejam feitos serviços de manutenção do caminho do Ipiranga, que é no rumo do caminho do mar” • 13°. Hernando Arias estimula a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos Do outro lado, do rio Paraná não houve proibição e sim desejo de retomar contato, chegar por terra ao Atlântico sem as dificuldades e as latitudes do Prata. Em novembro de 1603, quatro soldados de Vila Rica do Espírito Santo romperam em São Paulo. Viagem tranquila, calçada nos antigos roteiros e um século atrás. Causaram assombro. Tal como vieram os quatro, poderiam vir quatrocentos, caravanas de mercadores ou magotes de assaltantes. Mas também os de São Paulo poderiam surpreender os de lá. Havia lembranças e crônicas do caminho das selvas - da "estrada nacional dos nativos". São Paulo festejou os quatro exploradores. Promessas foram feitas. Pensar-se-ia no reatamento de relações, iriam os daqui e receberiam bem os que aparecessem. No fim da visita, o pretexto de cordialidade e despedidas, doze (outros documentos dizem quinze) paulistanos acompanharam os visitantes. Teriam levado a missão secreta de "conhecer e levantar novamente o roteiro do Peabiru". A partir daí, o caminho retomou por algum tempo a sua importância. Em muitos pontos, o longo traçado já não seria mais que referências, sinais, memórias. Tinham-se acabado a imponência e os cuidados viários que lhe haviam imprimido seus construtores. • 14°. parte de São Paulo a grande bandeira comandada por Raposo Tavares tendo como imediato Manoel Preto que atacou as reduções jesuíticas e aldeias guaranis, com 69 portugueses, 900 mamelucos e 3 mil índios Em 1628, quando Raposo Tavares levou ao Guairá uma das maiores e principais bandeiras saídas de Piratininga, seguiu o roteiro que Alfredo Ellis Júnior retraçou assim: "Saindo de São Paulo, foi pela crista planaltina bordejante da Serra do Mar. Pinheiros, Apotribu, Quitaúna, Maruí, etc., foram deixados para trás, como marcos de uma caminhada em direção de Guairá. Por fim, eis Araçoiaba..."
“O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano”, Alfredo Ellis Júnior (1896-1974)
Os limites das capitanias hereditárias do sul e o conceito de território, Jorge Pimentel Cintra 2017. Atualizado em 25/02/2025 04:41:21 Relacionamentos • Cidades (23): Angra dos Reis/RJ, Bertioga/SP, Cabo Frio/RJ, Cananéia/SP, Curitiba/PR, Guaratinguetá/SP, Iguape/SP, Itanhaém/SP, Itu/SP, Jacareí/SP, Jundiaí/SP, Mogi das Cruzes/SP, Paranaguá/PR, Paraty/RJ, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Sebastião/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Taubaté/SP, Ubatuba/SP • Pessoas (9) Condessa de Vimieiro (1570-1646), Fernão Vieira Tavares (1565-1622), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Pero Lopes de Sousa (1497-1539), Salvador Correia de Sá e Benevides (1594-1688), 1o Visconde de Asseca (1639-1678), João Correia de Sá • Temas (5): Capitania de Santa Ana, Capitania de Santo Amaro, Capitania de São Tomé, Capitania de São Vicente, Geografia e Mapas • 1. O Conde de Monsanto consegue ganho de causa e assume as capitanias da família (São Vicente, Sant Anna e Santo Amaro) 1 de janeiro de 1620 No auge da controvérsia pelo limite dessas capitanias, por volta de 1620, houve ações fraudulentas que forçaram, contra todo o direito, a colocação do marco divisório (Santo Amaro/São Vicente) na terceira barra, ao sul da cidade de São Vicente. As autoridades foram coniventes com essa clamorosa injustiça que só foi reparada no reinado de D. Maria I, no fim do século XVIII. Diante das injustiças, Frei Gaspar discorre apaixonadamente, com muitos argumentos, para mostrar que o limite era pela barra da Bertioga. Dentre esses, destacamos somente um: o fato de serem 10 as léguas de Pero Lopes de Sousa, a partir do rio Juquiriquerê, segundo a carta de doação. Isso se prova medindo as léguas, sobre um mapa atual, com o auxílio de um programa de cartografia digital (MapInfo, por exemplo). Resulta no valor de 14 léguas.23 Isso concorda com o depoimento de 10 pilotos, experimentados nesse trecho da costa, que foram chamados para testemunharem no caso. Afirmaram unanimemente e em altas vozes que nesse trecho se encontravam 12 léguas esforçadas (com sobra), talvez 13. E que até a barra ao sul de São Vicente haveria mais 5 ou 6.24. Por disputas de terra, falsificaram-se as cartas de Pero Lopes para excluir do texto a expressão da banda do norte, e assim forçar a interpretação de que a barra do rio de São Vicente ficava junto à vila desse nome. Foram com muita probabilidade os partidários da causa de Monsanto que adulteraram as cópias da carta de doação de Pero Lopes de Sousa para alterar as léguas de 10 para 12 e de suprimir a expressão da banda do norte, justaposta à barra de São Vicente, para forçar a demarcação mais ao sul. Mas a carta de doação de Martim Afonso, na qual se pode conferir as expressões da fronteira, não foram adulteradas. Além disso, se fossem 12 as léguas de Pero Lopes, a soma com as 40 ao sul de Paranaguá (não adulteradas) daria 52 e não 50 léguas como indica a carta de doação a Pero Lopes. Como se não bastasse isso, o procurador da Fazenda, representante da Coroa, Fernão Vieira Tavares, que deveria ser árbitro na questão, serviu-se de prepotência, por despeito pessoal; sem efetuar nenhuma medição e contrariamente ao testemunho unânime dos pilotos e aos protestos do representante da casa de Vimieiro, mandou estabelecer a fronteira por uma pedra natural que ele indicou, na barra mais ao sul, deixando acima a vila de São Vicente. Em função disso, com extrema injustiça, a condessa de Vimieiro viu-se despojada da Capitania de São Vicente e transferiu a sede de seus domínios para a Vila de Itanhaém (1624), continuando sua jurisdição sobre as cidades daí para o sul e no Vale do Paraíba, São Sebastião, Paraty, Angra dos Reis, Rio de Janeiro e Cabo Frio. [p. 12 do pdf]
• 2. A Relação da Bahia indicou que se demarcassem as 50 léguas de Pero Lopes de Sousa 6 de novembro de 1623 • 3. Distante 35 km do Piratininga, sob protestos de São Paulo, oficializou um novo núcleo de pressão e concorrência sobre os gentios do sertão, o povoado que cresceu ao redor da capela foi elevado à categoria de vila com a denominação de Santana de Parnaíba 14 de novembro de 1625 • 4. O processo retorna com parecer favorável do ouvidor da Capitania de São Vicente sr. Antônio Lopes de Medeiros e o povoado ao redor da capela de Sorocaba foi elevado à categoria de vila 3 de março de 1661 • 5. Os limites das capitanias hereditárias do sul e o conceito de território, Jorge Pimentel Cintra 2017
Atualizado em 30/10/2025 20:47:19 Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX ![]() Data: 1904 Página 23
• 1°. Suposto nascimento de Affonso Sardinha Foi Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597.A insistência com que Taques o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira.Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal.Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar.É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos.Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica.Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [p. 25, 26 e 27] • 2°. Uma das primeiras notícias sobre a existência destas riquezas se deu através de uma carta do bispo Pedro Fernandes Sardinha ao rei Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata. (...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver. A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja. Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião. [p. 21 e 22] • 3°. Segundo uma comunicação feita pelo primeiro Bispo do Brasil, ao rei D. João, em 13 de julho de 1552, também foi colhido ouro, nas margens do Cubatão, juntos nos desaguadouros dos riachos que desciam da lombada do Paranapiacaba Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata. (...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver. A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja. Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião. Em todo caso, é certo que nas proximidades de Santos e de São Paulo esses minérios existiam, na zona em que era natural fossem mais ativas as pesquisas. Era lógico, pois, aceitar o alvitre sugerido por aquele sábio geólogo alemão, atribuindo a Afonso Sardinha o descobrimento dessas jazidas. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 21 e 22] • 4°. Afonso Sardinha é vereador da vila de Santos Continuaram as pesquisas sem descanso até que em 1552 apareceram as primeiras folhetas de ouro paulista, conforme consta da carta do bispo D. Pedro Fernandes Sardinha a D. João III em 12 de julho de 1552. Dois anos mais tarde Anchieta anunciava a descoberta do ferro, do ouro e da prata. (...) Em 1552 fôra achado o ouro; possível é que uma descoberta de minério de ferro, feita mais ou menos na mesma época na zona entre o litoral e São Paulo tivesse dado lugar a que o Padre Anchieta reunisse ambos os fatos sob uma epígrafe comum. Vários indícios e alguns fatos parecem corroborar esse modo de ver. A duas léguas a sueste da atual capital do Estado, na freguesia de Santo Amaro, á margem esquerda de um afluente do Rio dos Pinheiros, foram encontrados minérios que deram lugar ao estabelecimento de uma pequena forja. Ainda em princípios do século passado, o Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) pode ver as ruínas desse estabelecimento que ele afirma ser, sem dúvida alguma, o primeiro levantado no Brasil. Breve teremos ocasião de provar que é infundada esta opinião. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 21 e 22] Em todo caso, é certo que nas proximidades de Santos e de São Paulo esses minérios existiam, na zona em que era natural fossem mais ativas as pesquisas. Era lógico, pois, aceitar o alvitre sugerido por aquele sábio geólogo alemão, atribuindo a Afonso Sardinha o descobrimento dessas jazidas. Além de ser este homem conhecido e de valor, tanto que em 1556 já era vereador da Vila de Santos, tinha para provar sua competência especial o descobrimento dos minérios do morro de Biraçoyaba. Novo elemento de prova encontra-se porém no fato de morar Sardinha em um sítio, chamado Ubatá, "junto ao rio Juribatuba que agora se diz Rio dos Pinheiros", reza a Chronologia paulista citando Pedro Taques; deste sítio, em 1604, antes, portanto, como havemos de ver, da fundação da fábrica de ferro, data ele seu testamento. Morando no local das minas, a proximidade dos primeiros pontos povoados de modo permanente pelos portugueses, não será natural atribuir-lhe a descoberta? E julga-la anterior das jazidas do termo de Sorocaba? Esta hipótese que aventamos permite conciliar vários fatos. Ela explica a notícia dada pelo Padre Anchieta em 1554; enquanto a localização em Ypanema da primeira descoberta de Afonso Sardinha deixaria de pé a dúvida suscitada pelo largo intervalo que medeia entre a charta quadrimestral que deu a nova, e a fundação da usina de ferro do Valle das Furnas em 1590. E a constatar essa demora de 26 anos está a rapidez das determinações doo governador D. Francisco de Souza, recebendo em 1597 a notícia de terem sido achados ouro, prata e ferro em Biraçoiaba e mandando pessoal adestrado e fazendo as nomeações necessárias no fim do mesmo ano e começo do seguinte. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 23] Foi Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597. A insistência com que Taques o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira. Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal. Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar. É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos. Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica. Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 25, 26 e 27] • 5°. Gabriel está em Madrid. Notícia do Brasil, também conhecido como Tratado Descritivo do Brasil Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Página 37] • 6°. Registros de construção de fortificações, como a de Emboaçava Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. [Página 37] • 7°. Avistaram a costa do Brasil (1590) ou chegaram a "sabarabussú" (1592) Nas capitanias setentrionais a natureza geológica do terreno condenava as tentativas de ai fundar-se a siderurgia. Gabriel Soares de Souza fala de minas de ferro e aço, trinta léguas adentro pelo sertão da Bahia, sem indicação de lugar entretanto, elas nunca foram exploradas. • 8°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido Frei Afonso Sardinha, o velho, acompanhado por seu filho de igual nome, quem devassou o sertão paulista á procura de minerais. Mais feliz do que seus predecessores, pode ele achar o ouro em Jaraguá, em Jaguamimbola, em Ivituruna em 1597, e esse metal, com prata e o ferro em Biraçoiaba em 1590 ou 1597. • 9°. Sorocaba (data estimada) O trabalho da fabrica real de Biraçoyaba, e o transporte do ferro, dos materiaes e do pessoal entre esse logar e a villa de S. Paulo não tinham conseguido estabelecer uma estrada permanente, ao longo da qual os pouzos balisassem o centro das futuras povoações. Sorocaba, por exemplo a cujo termo pertenciam as minas, só em 1610 foi fundada. Não é de estranhar, portanto, que pouco a pouco se perdesse a noção dessas jazidas metalliferas, em uma epocha na qual as vistas se voltavam preferencialmente para as pesquizas do ouro, que ia sendo descoberto em quantidades cada vez mais crescentes. • 10°. Fazenda de Carapicuíba foi doada aos jesuítas A insistência com que Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) o chama de paulista leva a crer ter nascido Sardinha na Capitania, lá por volta de 1531, o que lhe daria 25 anos apenas na época em que o elegeram vereador da vila de Santos. Por outro lado existe uma escritura de 9 de junho de 1615, pela qual ele e sua mulher D. Maria Gonçalves fazem uma doação aos Jesuítas. Isto lhe daria uma existência mínima de 85 anos, e 66 teria ele ao descobrir o ouro na Mantiqueira. Nenhuma dessas conclusões é difícil de admitir-se, nem mesmo a pouca idade com que foi membro da administração local, pois a lei única da Capitania era a vontade do donatário ou de seu representante, não vigorando Ordenações em virtude do próprio sistema de colonização adotado por Portugal. Traz, porém, esse modo de encarar o problema uma dificuldade suplementar, o saber de quem Sardinha teria obtido os conhecimentos precisos para se tornar perito em distinguir os minérios de ferro e sua metalurgia rudimentar. É possível que somente um após o outro lhe tenham sido ministrados esses elementos técnicos. Dos seus progenitores teria aprendido a conhecer os óxidos de ferro, o que daria áqueles, como berço provável, o norte de Portugal, onde mais facilmente eram conhecidos os minérios biscainhos. Nesta faze teria descoberto a jazida de baixo teor metálico do Rio dos Pinheiros. Com o afluxo de novo pessoal, trazidos pelas náos vindas do Reino, ou desembarcado de bordo de corsários e piratas que infestavam a costa brasileira, é possível tivesse chegado a São Vicente algum fundidor espanhol ou francês, ao qual Sardinha viesse a dever sua instrução metalúrgica. Essa hipótese explica satisfatoriamente dois fatos, um dos quais, sem ela, é problema insolúvel: é este a impossibilidade de ter aquele paulista, isto é, nascido na Capitania, feito sua educação profissional com recursos puramente locais; o segundo fato, é justificar respeitando todas as nossas deduções anteriores, o largo prazo decorrido dentre a descoberta do depósito do rio dos Pinheiros e sua utilização, não por Sardinha, mas por uma sociedade de que mais adiante falaremos. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. IX, 1904. Páginas 25, 26 e 27] • 11°. Lopes de Carvalho se apresenta como descobridor das minas de ferro: pena de morte • 12°. Teve a honra de receber uma carta de el-rei D. Pedro recomendando-lhe ajudasse a Fr. Pedro de Sousa nas diligencias e exames das minas de prata a que era mandado, acompanhando ao dito religioso á serra de Hybirassoyaba, termo da villa de Sorocaba A 2 de maio de 1682 mandou o príncipe, D. Pedro II, várias cartas autografadas aos paulistas mais ilustres da capitania, afim de que eles auxiliassem dedicadamente a tentativa que ia ser feita; entre outras receberam as missivas Pedro Vaz de Barros, morador da freguesia de São Roque, termo da vila de Parnaíba, Domingos de Brito Peixoto, morador na vila de Santos e Pedro Guerra Leme, residente em Cubatão. [Página 36] • 13°. Domingos Ferreira Pereira construiu uma fábrica de ferro no Araçoiaba, cerca de 3 km do engenho dos Sardinha • 14°. Ofício do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís de Antônio de Sousa Botelho Mourão, Morgado de Matheus, para o ministro e secretário de estado dos negócios do reino, Sebastião José de Carvalho de Melo, Conde de Oeiras, dando-lhe conhecimento do envio da amostra do primeiro ferro extraído por Domingos Ferreira Pereira da mina junto à vila de Sorocaba e manifestando o desejo que o ferro seja o suficiente para o trabalho dos mineiros • 15°. Fábrica • 16°. Documento • 17°. Fábrica* • 18°. estrada Que sobre a admissão de Colonos não se pode acrescentar ao que tão sabiamente expendeo o Brigadeiro Muller: parece que não tem lugar esta proposição para o Rio de Una nem mesmo para qualquer outro dos centros deste Distrito os quais estão mais ou menos povoados até dois e três dias de viagem. A Ribeira não tem um só palmo de terreno que não esteja trabalhado ou com proprietário até muito acima do porto de Apiaí, o mesmo Rio Juquiá ha pouco encetado tem já um bom princípio de povoação além de bastante posses que alguns se tem ido ali fazer e de muitos outros que estão a espera que se efetua a estrada para Sorocaba para irem estabelecer-se. 7o. - Que a estrada do Rio Juquiá para a Vila de Sorocaba, pelo que pertence ao Distrito desta Vila, consta está incumbido ao zelo e atividade do Sargento Mor Bartholomeu da Costa Almeida e Cruz. • 19°. Imagens de um "Índio brasileiro fazendo ferro", criadas digitalmente pelo ChatGPT
Supplemento aos apontamentos para o diccionario geographico do Brazil. Alfredo Moreira Pinto
“Razias”, Celso E Junko Sato Prado 2020. Atualizado em 24/10/2025 02:59:01 Relacionamentos • Cidades (10): Avaré/SP, Botucatu/SP, Cananéia/SP, Londrina/PR, Ourinhos/SP, Peabiru/PR, Ponta Grossa/PR, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (11) Aleixo Garcia (f.1526), Bacharel de Cananéa, Balthazar Fernandes (1577-1670), Filipe III, o Piedoso (1578-1621), Francisco de Chaves (1500-1600), Luís Castanho de Almeida (1904-1981), Pero Lobo, Salvador Jorge Velho (1643-1705), Sebastião Caboto (1476-1557), Teodoro Fernandes Sampaio (44 anos), Tomé de Sousa (1503-1579) • Temas (27): Abarê, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho Sorocaba-Botucatu, Caminho Sorocaba-Paranapanema, Caminho velho, Caminhos até Cuiabá, Caminhos até São Vicente, Carijós/Guaranis, Estradas antigas, Incas, Jesuítas, Maria Leme da Silva, Nheengatu, Paranaitú, Peru, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Capitininga, Rio Guarei, Rio Ivahy (Guibay, Hubay), Rio Paraná, Rio Paranapanema, Rio Pardo, São Filipe, Serra de Ibotucatu, Vikings ![]() • 1. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam” 1 de junho de 1553 06.1.5. - Da Peabiru São Vicente - o trecho pelo Vale do Paranapenama Da estrada, a partir de São Vicente, o governador geral Tomé de Souza proibiu-lhe trânsito, em 1º de junho de 1553, com justificativas ao rei português: - "Achei que os de São Vicente se comunicavam muito com os castelhanos e tanto que na Alfândega rendeu este ano passado cem cruzados de direitos de coisas que os castelhanos trazem a vender. E por ser com esta gente que parece que por castelhanos não se pode V. A. desapegar deles em nenhuma parte, ordenei com grandes penas que este caminho se evitasse, até o fazer saber a V. A. e por nisso grandes guardas e foi a causa por onde julguei de fazer as povoações que tenho dito no campo de São Vicente de maneira que me parece o caminho estará vedado" (Apud: Donato, 1985: 30).
• 2. Sorocaba é citada: as primeiras terras fruto das desapropriações dos homens da “Casa” de Suzana Dias começam a serem concedidas em sesmarias 10 de novembro de 1609 Atalho pela Serra Botucatu à Paranan-Itu (Salto Grande) no Paranapename Júlio Manoel Domingues, em sua obra A História de Porangaba (2008: 21), transcreve levantamento histórico sobre a primeira concessão sesmarial em Tatutí, publicado pelo advogado e historiador Laurindo Dias Minhoto, onde a primeira menção de um caminho para Botucatu - citado Intucatu, no ano de 1609: - "O mais remoto documento, que conseguimos descobrir, foi a carta de sesmaria concedida em 10 de novembro de 1609, pelo Conde da Ilha do Príncipe, por seu procurador Thomé de Almeida Lara, sendo aquele donatário da Capitania de São Vicente. Essa concessão foi feita a João de Campos e ao seu genro Antônio Rodrigues e nela se lê: "seis léguas de terras no distrito da vila de Nossa Senhora da Ponte (Sorocaba), na paragem denominada RIbeirão de Tatuí, com todos os campos e restingas para pastos de seu gado, como também Tatuí-mirim até o Canguera, com largura que tiver, com mais três léguas em quadra no Tatuí-guassú e Canguary, três léguas para o caminho de Intucatú, seis léguas correndo Paraguary abaixo pra a parte do Paranapanema, com condição de pagar os dízimos a Deus Nosso Senhor dos produtos que delas colherem"." Os autores SatoPrado contestam a data de 10 de novembro de 1609 para o documento analisado por Dias Minhoto, sem prejuízos quanto as demais citações. Ora, o título nobiliárquico de Conde da Ilha do Príncipe somente foi criado pelo Rei D. Felipe IV da Espanha e III de Portugal e Algarves, por Carta Régia de 4 de fevereiro de 1640, a favor de Luís Carneiro de Sousa. Para o estudioso jesuíta, monsenhor Aluísio de Almeida, entre os anos 1608 e 1628 eram comuns as viagens subindo a Serra e daí ao baixo Paranapanema, tendo o rio Pardo como referência (Memória Histórica de Sorocaba - I, Revistas USP, 2016: 342). Também o estudioso, igualmente jesuíta, Luiz Gonzaga Cabral, ao mencionar Aleixo Garcia informa que os padres abriram estradas desde o litoral a São Paulo e outras rumo ao interior, inclusa aquela, que pela Serra Botucatu levava ao aldeamento no Paranapanema, com comunicação fluvial para o Paraná e Mato Grosso (Apud Donato, 1985: 35); sendo certo que os padres, no início colonial, foram usuários e reformadores de estradas e trilheiras nativas preexistentes, valendo-se de nativos pacificados que bem conheciam os feixes de caminhos, de onde saíam e para qual destino. Aluísio de Almeida, explica o melhor curso deslocado da Peabiru, em Botucatu: "A tal estrada subiu a serra, ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (O Vale do Paranapanema, Revista do Instituto Histórico e Geográfico - RJ, volume 247 - abril/junho de 1960: 41), sem prejuízos ao trecho prosseguinte ao Salto das Canoas (Paranan-Itu), desde onde possível a navegabilidade do Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas (1608/1628), e ao Rio Paraná. Os autores, SatoPrado, apontam que o antigo caminho jesuítica, rumo aos aldeamentos no Paranapanema, era pelo Tietê desde onde a trilha rumo às cabeceiras do paulista Cuiabá (AESP, BDPI: Cart325602), daí a margeá-lo até o Paranapanema. Somente após 1620, com a expedição de Antonio Campos Bicudo no alto da serra e os detalhamentos das nascentes do rio Pardo, então Capirindiba, se fez comum o trecho desde a Serra ao Paranapanema, onde o Salto das Canoas (também Quebra Canoas, Paranitu, Yucumã e Salto do Dourado), em atual município Salto Grande, pela mesma cartografia, caminho dos expedicionários e sertanistas.
• 3. Conduzido por André Fernandes, Luis Céspedes e sua comitiva chegam no “Porto misterioso": Nossa Senhora de Atocha 21 de julho de 1628 Para o estudioso jesuíta, monsenhor Aluísio de Almeida, entre os anos 1608 e 1628 eram comuns as viagens subindo a Serra e daí ao baixo Paranapanema, tendo o rio Pardo como referência (Memória Histórica de Sorocaba - I, Revistas USP, 2016: 342). Também o estudioso, igualmente jesuíta, Luiz Gonzaga Cabral, ao mencionar Aleixo Garcia informa que os padres abriram estradas desde o litoral a São Paulo e outras rumo ao interior, inclusa aquela, que pela Serra Botucatu levava ao aldeamento no Paranapanema, com comunicação fluvial para o Paraná e Mato Grosso (Apud Donato, 1985: 35); sendo certo que os padres, no início colonial, foram usuários e reformadores de estradas e trilheiras nativas preexistentes, valendo-se de nativos pacificados que bem conheciam os feixes de caminhos, de onde saíam e para qual destino. Aluísio de Almeida, explica o melhor curso deslocado da Peabiru, em Botucatu: "A tal estrada subiu a serra, ganhou as cabeceiras do Pardo (Pardinho) antigo Espírito Santo do rio Pardo e desceu aquele rio até as alturas de Santa Cruz do rio Pardo, donde passou para o afluente Turvo e saiu nos Campos Novos do Paranapanema (nome mais novo)" - (O Vale do Paranapanema, Revista do Instituto Histórico e Geográfico - RJ, volume 247 - abril/junho de 1960: 41), sem prejuízos ao trecho prosseguinte ao Salto das Canoas (Paranan-Itu), desde onde possível a navegabilidade do Paranapanema em direção às Reduções Jesuíticas (1608/1628), e ao Rio Paraná.
• 4. O Segredo dos Incas, 1978. Jean-Claude Valla 1978 As fortes quedas d´água e correntezas não favoreciam as navegações pelo Rio Paraná, e então, por terra, se fazia este o melhor e confiável caminho até às proximidades do Iguaçu, onde o encontro com a "estrada catarinense". Ambas as vias se uniam em Iguaçu [PR] para a transposição do rio Paraná, passando pelas terras de Paraguai e chegar aos Andes - localidade de Cuzco [Bolívia], o coração do Império Inca na época da conquista ibérica, com ramais para as costas do Pacífico em Peru e Equador.
Revista do Instituto histórico e geográfico de São Paulo, volume VI 1895. Atualizado em 23/10/2025 15:51:08 Relacionamentos • Cidades (12): Araçariguama/SP, Araçoiaba da Serra/SP, Barueri/SP, Cubatão/SP, Iguape/SP, Itapecirica da Serra/SP, Itu/SP, Porto Feliz/SP, Salto de Itu/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (28) Afonso Sardinha "Moço" (f.1604), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antonio Rodrigues "Sevilhano" (1516-1568), Artur de Sá e Meneses (f.1709), Brás Cubas (1507-1592), Braz Rodrigues de Arzão (1626-1692), Domingos Fernandes (1577-1652), Domingos Fernandes da Cruz (1680-1767), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Luís Carneiro de Sousa (1640-1708), Hans Staden (1525-1576), João Alvares Coutinho, João Cubas, João Furtado de Mendonça, João IV, o Restaurador (1604-1656), João Martins Claro (1655-1725), João Pires Cubas (n.1460), João Ramalho (1486-1580), Manoel Fernandes de Abreu “Cayacanga” (1620-1721), Manuel da Nóbrega (1517-1570), Manuel de Melo Godinho Manso, Mem de Sá (1500-1572), Pedro de Sousa Pereira (1643-1687), Pedro de Souza Pereira "o velho" (1610-1673), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Pero Correia (f.1554), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Ulrico Schmidl (1510-1579) • Temas (42): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Apoteroby (Pirajibú), Assunguy, Bairro de Aparecidinha, Bairro Itavuvu, Biesaie, Bituruna, vuturuna, Buraco de Prata, Cachoeiras, Caminho do Mar, Carijós/Guaranis, Colégios jesuítas, Cruzes, Enguaguassú, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Gentios, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Maniçoba, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Otinga, Paranaitú, Pela primeira vez, Peru, Pirapitinguí, Prata, Rio Anhemby / Tietê, Rio dos Meninos, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, Sabaúma, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Serra de Paranapiacaba, Tupis, Vale do Anhangabaú, Vila de Nossa Senhora da Ponte, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra ![]() • 1. Manoel da Nóbrega realizou a primeira missa num local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá fazendo cerca de 50 catecúmenos "entregues à doutrinação do irmão Antonio Rodrigues" 29 de agosto de 1553 phia diz: "Era este bom padre português natural de Lisboa; seguia no mundo as armas e embarcado em uma Armada Castelhana passou as partes do Rio da Prata onde esteve alguns anos." Voltou daquele país por terra até São Vicente, viajando duzentas léguas por caminhos solitários, aspérrimos e usados só de feras ou índios montanheses onde corria o perigo de ser devorado. VInha com intenção de seguir para Lisboa a procurar seu pai que ainda era vivo, mas preferiu entrar para a Companhia, o que fez no ano de 1553. Logo que entrou foi levado como noviço para a região de Piratininga atravessando descalço aquelas serranias e, como era perito na língua e nos hábitos dos índios, deixou-lhe Nóbrega ao seu cargo trabalhar na sua catequese. Penetrou o sertão cerca de 40 léguas, fez igreja, catequizou e converteu índios e viveu com eles três ou quatro anos. De Piratininga foi removido para a Bahia atribuindo-se-lhe a conversão de cerca de 50.000 almas e a formação das aldeias desde o Camamú a dezoito léguas do sul da cidade, até quase o Rio Real, a quarenta léguas do lado do norte. Da Bahia veio em 1567 para o Rio de Janeiro com companhia de Mem de Sá, onde foi firmar definitivamente as pazes com os Tamoyos até que, enfermado, veio a faleceu no colégio que a sua ordem tinha naquela cidade. Tivesse ou não sido o padre Rodrigues o soldado desertor que alcançara Schimdel no segundo dia da sua viagem, é inegável, porém, que ele conhecia o caminho do Paraguay e poderia servir de guia a Nobrega e voltando atraz "repisando" as pegadas, mostrar-lhe os trechos por que passou e a aldeia que o seu companheiro chamou de Biesaie, cujos nativos lhe forneceram os viveres para a viagem, e onde talvez escolhessem o lugar para a sua primeira povoação. A cronica, porém, o que narra é que Nóbrega, partindo em companhia do noviço Antonio Rodrigues e de alguns nativos catecumenos de Piratininga, chegara até á aldeia de Japyhuba ou Maniçoba, onde tratou de realizar o que tinha em mente. Erigiu uma pequena igreja e começou a ensinar a doutrina, dando assim principio a uma residência que durou anos, com grandes proveitos para a religião. A fama de Nóbrega de estendeu por todo o sertão odo Paraguai donde se abalaram grandes levas de Carijós em busca dele para serem doutrinados na nova aldeia que lhes ficava mais perto. Uma ocasião, quando uma dessas "levas" de Carijós se achava nas proximidades da igreja, foi atacada á traição sendo mortos muitos nativos por uma horda de Tupis seus contrários e moradores em Paranaitú. Entre esses Carijós vinham alguns espanhóis que na ocasião do encontro se esconderam na mata e depois de terminada a luta, foram ter, parte á aldeia de Maniçoba, parte á aldeia dos Tupis no Paranaitú que os aprisionaram, mas que foram soltos por intervenção do padre Pedro Correa. A dispersão e chegada áquela aldeia, bem como a facilidade com que Correa obteve a liberdade, dão a entender que as aldeias eram próximas uma da outra. O nome Paranaitú é muito sugestivona sua significação de "salto de rio grande". Rio Grande era o primitivo apelido do rio que, ao depois chamado Anhembi, tem hoje o nome de Tietê. Paranaitú, "salto do rio Grande" ou salto do Tietê, não pode ser identificado com outro senão o salto de Itu, na vila da comarca deste último nome, e que hoje ainda conserva a grafia da sua primitiva denominação; traduz e repete a palavra traduzida. Nas vizinhanças de São Paulo, ou nas 40 léguas de exploração que fez Nóbrega não há outro rio Grande que dê um salto que mereça aquela definição. Maniçoba ou Japyuba é possível que seja o local onde está situada a atual cidade de Itu. Maniçoba não teve vida muito duradoura, parecendo que pouco depois de sua fundação foi abandonada. Simão de Vasconcelos diz que em 1554 os mamelucos filhos de João Ramalho foram até essa aldeia, perturbaram tudo e conseguiram que aqueles catecumenos abandonassem os padres convencendo-os que os mesmos eram estrangeiros que foram degradados para a colônia como gente sem ocupação e que seria mais honroso obedecer a quem fossetão valente no arco e na flecha como eles. Acrescente em seguida "não só disseram como fizeram; porque os pobres nativos, suposto que mandos por natureza enganados da elequencia e eficácia dos mamelucos, em cujos corpos parece falava a diabo, assim se foram embravecendo e amotinando que houveram os padres de deixa-los em quando não esperava mais fruto. No testamento de Domingos Fernandes, se vê, nas disposições que faz com referência á capela que erigiu a Nossa Senhora da Candelária, nos Campos de Pirapitinguy, no distrito de Itú-Guassú, alusão ao povoado que aí já tivese havido na parte que diz "salvo se pelos meus pecados, Deus ordenar que isso se torne a despovoar". [p. 173 e 174]
• 2. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578) 25 de abril de 1562 De regresso a Santos, Braz Cubas dirigiu uma carta a El-rei, em fim do ano de 1561, dando conta da diligência que por ordem de Mem de Sá levara a efeito. Tem-se conhecimento desta carta pela referência que a ela faz Braz Cubas em outra que dirigiu ao Rei em 25 de abril de 1562, que adiante transcrevemos em sua forma original. Foi por ocasião do seu regresso que Braz Cubas, achando-se doente em consequência da penosa viagem que havia feito e já adiantado em anos, mas desejando corresponder á confiança com que era distinguido por Mem de Sá e "para bem servir a El-rei", enviou o mineiro Luiz Martins ao sertão em busca de ouro, aprestando-o com todo o necessário para uma empresa desta ordem.
• 3. Sorocaba (data estimada) 1610 O trabalho da fabrica real de Biraçoyaba, e o transporte do ferro, dos materiaes e do pessoal entre esse logar e a villa de S. Paulo não tinham conseguido estabelecer uma estrada permanente, ao longo da qual os pouzos balisassem o centro das futuras povoações. Sorocaba, por exemplo a cujo termo pertenciam as minas, só em 1610 foi fundada. Não é de estranhar, portanto, que pouco a pouco se perdesse a noção dessas jazidas metalliferas, em uma epocha na qual as vistas se voltavam preferencialmente para as pesquizas do ouro, que ia sendo descoberto em quantidades cada vez mais crescentes. É muito explicável, portanto, que, por 1680, Luiz Lopes Carvalho, Capitao-mór de N. S. da Conceição de Itanhaem, por provisão de Príncipe D. Pedro, insinuasse a este a conveniência de ser verificado a procedência dos dizeres vagos que corriam sobre o valor dessa região. Essa exposição de Pedro Taques parece mais exacta do que a narrativa do Senador Vergueiro, pela qual Lopes de Carvalho se teria inculcado como descobridor da minas de ferro (5), entregando-as em 14 de Março de 1681 á Camará da villa de Sorocaba.
Atualizado em 30/10/2025 10:51:23 Elevação do povoado a vila / mudança do Pelourinho / Aldeados poderiam administrar as minas ![]() Data: 1886 Créditos: Alexandre José de Mello Moraes (1816-1882) Página 211
• 1°. História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) 1755 • 2°. Chronica geral do Brazil 1886 A vila de Santa Ana de Mogy das Cruzes foi erigida no dia 1 de setembro de 1611 por Gaspar Conqueiro loco-tenente de Lopo de Souza. A dez léguas distante da cidade de São Paulo, Bras Cuabs, fundador da cidade de Santos, estabeleceu uma fazenda e uma légua afastada do rio Tietê; e mais tarde, se erigindo nela uma igreja dedicada á Senhora Santa Ana, e com a presença deste templo aumentando a povoação, no 1 de setembro de 1611, Gaspar Conqueiro, loco-tenente de Pedro Lopes de Souza, elevou-a á dignidade de vila de Santa Ana de Mogy das Cruzes. ver mais
Segunda fundação de Sorocaba
Annaes da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol. XXXIX
Histoir. Geograp. Ecclesiast. et Civil, tom. 12, pág. 215, da Edição Parisiense, em 1755
Representação a Estácio de Sá (Atas da Câmara de São Paulo (1914-I: 42) 12 de maio de 1564, terça-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:36:40 Relacionamentos • Cidades (5): Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (5) Diogo Vaz Riscado, Antônio de Mariz, Domingos Luís Grou (64 anos), Estácio de Sá (44 anos), Lopo Dias Machado (49 anos) • Temas (3): Gentios, Tamoios, Tupiniquim
Historia da America Portugueza de Sebastião da Rocha Pita (Pitta) 1730. Atualizado em 15/10/2025 18:36:58 Relacionamentos • Cidades (10): Araçoiaba da Serra/SP, Botucatu/SP, Cananéia/SP, Cuiabá/MT, Itu/SP, Potosí/BOL, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (2) Apóstolo Tomé Judas Dídimo, Sebastião da Rocha Pita (1660-1738) • Temas (19): Apoteroby (Pirajibú), Bairro de Aparecidinha, Caminho do Mar, Caminho São Paulo-Santos, Caminho Sorocaba-Botucatu, Caminhos até Cuiabá, Cochipone, Descobrimento do Brazil, Estradas antigas, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Ouro, Pela primeira vez, Peru, Prata, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio São Francisco, Serra de Ibotucatu, Serra de Jaraguá ![]() • 1. Sorocaba é citada: as primeiras terras fruto das desapropriações dos homens da “Casa” de Suzana Dias começam a serem concedidas em sesmarias 10 de novembro de 1609
Santos, Heróis ou Demônios? Sobre as relações entre índios, jesuítas e colonizadores na América Meridional (São Paulo e Paraguai/Rio da Prata, séculos XVI-XVII), 2012. Fernanda Sposito. Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em História Social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutora em História. Orientador: Prof. Dr. Pedro Puntoni
Atualizado em 28/10/2025 07:19:12 CARTA DE BALTHAZAR FERNANDES (233), DO BRASIL, DA CAPITANIA DE S. VICENTE DE PIRATININGA AOS 5 DE DEZEMBRO DE 1567. Cidades (7): Cabo Frio/RJ, Itanhaém/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP Pessoas (7): José de Anchieta, Luís da Grã, Manuel da Nóbrega, Padre Balthazar, Mem de Sá, Manoel de Chaves, Vicente Rodrigues Temas (23): Aldeias, Cabo Frio, Caminho do Mar, Capitania de São Tomé, Capitania de São Vicente, Capitania do Rio de Janeiro, Carijós/Guaranis, Gentios, Ouro, São Paulo de Piratininga, Vinho, Cristãos, Algodão, Açúcar, Inferno, Caciques, Cruzes, Piratininga, Gados, Trópico de Capricórnio, Dinheiro$, Assassinatos, Neve ![]() Data: 1918 Créditos: 10/10/1918
• 1°. “Um índio principal que veio aqui de mais de cem léguas, a converter-se à nossa santa fé, morreu com sinais de bom cristão” 1555
• 1°. Início da Quaresma • 2°. Chegada
Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro 1899. Atualizado em 24/10/2025 02:40:02 Relacionamentos • Cidades (11): Curitiba/PR, Iguape/SP, Itu/SP, Paranaguá/PR, Paranapanema/SP, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Cuiabá/MT • Pessoas (5) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Diogo Botelho, Diogo de Quadros, Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Lopes Pinto • Temas (13): Açúcar, Caminho de Curitiba, Caminho Sorocaba-Paranapanema, Capitania do Espirito Santo, Capitania do Rio de Janeiro, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Jeribatiba (Santo Amaro), Metalurgia e siderurgia, Ouro, Ybyrpuêra, Estradas antigas, Caminhos até Cuiabá
Atualizado em 29/10/2025 10:01:19 Chegada
Evidências de que Afonso Sardinha teria "descoberto" o “Araçoiaba” 1578. Atualizado em 24/10/2025 02:35:33 Relacionamentos • Cidades (6): Araçoiaba da Serra/SP, Carapicuiba/SP, Ivaiporã/PR, Paranaguá/PR, Santos/SP, Sorocaba/SP • Pessoas (11) Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Brás Cubas (1507-1592), Clemente Álvares (1569-1641), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878), Francisco Leopoldo de Aguirre (1852-1890), Heliodoro Eobanos Pereira (n.1588), Jerônimo Leitão, John Whithal (João Leitão), Luís Gonzaga da Silva Leme (47 anos), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) • Temas (26): Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Buraco de Prata, Cajurú, Caminho do Peabiru, Caminhos/Estradas até Ibiúna, Corumbá em Sorocaba, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Fortes/Fortalezas, Itapeva (Serra de São Francisco), Lagoa Dourada, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Morpion, Nheengatu, Ouro, Peru, Pirapitinguí, Prata, Rio Cubatão, Rio Sorocaba, Rio Ypanema, Saboó, Serra de Ibituruna, Serra de Jaraguá • “Memórias históricas do Rio de Janeiro e das provincias annexas à jurisdição do Vice-Rei do Estado do Brasil”. José de Sousa Azevedo Pizarro e Araújo (1753-1830) 1 de janeiro de 1820, sábado
• “Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953) 1 de janeiro de 1940, segunda-feira
Historia de La Compañia de Jesús en La Provincia del Paraguay (Argentina, Paraguay, Uruguay, Perú, Bolivia y Brasil). Según los documentos originales del Archivo general de Indias.Tomo I, 1912. R.P. Pablo Pastells
Atualizado em 28/10/2025 08:59:39 Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História Cidades (7): Araçoiaba da Serra/SP, Franca/SP, Itu/SP, Lisboa/POR, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP Pessoas (22): 2º conde do Prado (1577-1643), Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Sousa (1584-1631), Bernardo José de Lorena (1756-1818), Clemente Álvares (1569-1641), Diogo de Quadros, Domingos Ferreira Pereira, Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Lopes Pinto, Gaspar Gomes Moalho, Gaspar Gonçalves Conqueiro, Jacinto José de Abreu, João Fernandes Saavedra (f.1667), João Rodrigues de Almeida, José Joaquim Machado de Oliveira (1790-1867), Luiz Furtado (1590-1636), Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878), Pandiá Calógeras (1870-1934), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) Temas (25): Ambuaçava, Apiassava das canoas, Bacaetava / Cahativa, Bairro Itavuvu, Buraco de Prata, Butantã, Carijós/Guaranis, Dinheiro$, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Gentios, Guerra de Extermínio, Jurubatuba, Geraibatiba, Metalurgia e siderurgia, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora de Montserrate, Peru, Pirapitinguí, Pólvora, Pontes, Rio Geribatiba, Rio Iperó, Rio Sarapuy, Sabarabuçu, Ybyrpuêra ![]() Data: 1965Página 181
• 1°. Afonso Sardinha exerceu o cargo de vereador Pelas Atas da Câmara de São Paulo, verifica-se que Afonso Sardinha, o Velho, em 1572 pela primeira vez partilhava com Cristóvão Diniz o cargo de vereador na humilde vila do planalto. • 2°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo • 3°. Clemente Álvares (1569-1641) passou a explorar minérios nos entornos de São Paulo Afonso Sardinha voltou conservou o cargo de juiz até fins de 1588. • 4°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas A data da descoberta Outro problema que se propõe ao desafio da argúcia dos pesquisadores, é a época exata em que a expedição, chefiada por Afonso Sardinha deparou com as terras ferruginosas próximas a Sorocaba. Ainda se tateia no campo das suposições; contudo parece que se poderá delimitar uma data entre 1592 e 1597 e mais possivelmente este último ano. No ano de 1590 vemo-lo novamente vereador, tendo sido o seu termo de juramento em 24 de janeiro. Nesse ano, Afonso Sardinha assinou sua presença em todas as sessões de São Paulo, o que vem contradizer a afirmação de alguns autores que atribuem essa data como a das descobertas das minas de ferro em Biraçoiaba. Entre outros, Calógeras refere-se a "... por volta de 1590 a 1597..." o encontro do metal. Eschewege em Pluto Brasiliensis escreve ... "a história não menciona o nome do descobridor dessa ocorrência, nem do construtor e proprietário da fábrica. Supõe que seja Afonso Sardinha, o qual em 1590 construiu a fábrica de minério de Araçoiaba...". O Senador Vergueiro , com base nas Notas Genealógicas de Pedro Taques, sublinha ... "Afonso Sardinha começou em 1590 uma fábrica de ferro... em Biracoiaba... ". O interessante é que o autor setecentista em Notícias das minas de São Paulo, se contradiz, afirmando que ... "Afonso Sardinha e seu filho do mesmo nome foram os que tiveram a glória de descobrir ouro, prata e ferro... na Biracoiva no sertão do Rio Sorocaba, pelos anos de 1597...". Machado de Oliveira e vários outros que os repetem, como Heitor Ferreira Lima, também são de opinião que as explorações das minas de Araçoiaba começaram em 1590. Carvalho Franco discorda dos historiadores anteriores e afirma: "... tais iniciativas ganharam relativo impulso a partir de 1589, quando Afonso Sardinha, o moço, com Clemente Alvares e uns companheiros descobriram ouro e ferro ... junto ao morro de Araçoiaba..." • 5°. “(...) vindo Afonso Sardinha do mar (...)” No ano de 1590 vemo-lo novamente vereador, tendo sido o seu termo de juramento em 24 de janeiro. Nesse ano, Afonso Sardinha assinou sua presença em todas as sessões de São Paulo, o que vem contradizer a afirmação de alguns autores que atribuem essa data como a das descobertas das minas de ferro em Biraçoiaba. Entre outros, Calógeras refere-se a "... por volta de 1590 a 1597..." o encontro do metal. Eschewege em Pluto Brasiliensis escreve ... "a história não menciona o nome do descobridor dessa ocorrência, nem do construtor e proprietário da fábrica. Supõe que seja Afonso Sardinha, o qual em 1590 construiu a fábrica de minério de Araçoiaba...". O Senador Vergueiro , com base nas Notas Genealógicas de Pedro Taques, sublinha ... "Afonso Sardinha começou em 1590 uma fábrica de ferro... em Biracoiaba... ". O interessante é que o autor setecentista em Notícias das minas de São Paulo, se contradiz, afirmando que ... "Afonso Sardinha e seu filho do mesmo nome foram os que tiveram a glória de descobrir ouro, prata e ferro... na Biracoiva no sertão do Rio Sorocaba, pelos anos de 1597...". Machado de Oliveira e vários outros que os repetem, como Heitor Ferreira Lima, também são de opinião que as explorações das minas de Araçoiaba começaram em 1590. Carvalho Franco discorda dos historiadores anteriores e afirma: "... tais iniciativas ganharam relativo impulso a partir de 1589, quando Afonso Sardinha, o moço, com Clemente Alvares e uns companheiros descobriram ouro e ferro ... junto ao morro de Araçoiaba..." [Páginas 179 e 180] • 6°. Por patente entre a 2 de maio de 1592, foi entregue a Afonso Sardinha, em substituição a Jorge Correa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo nativo Afonso Sardinha era portanto pessoa de estatura para organizar e chefiar as entradas para o sertão e, nas suas investidas contra os índios, descobrir em suas andanças, os veios do metal precioso e o cascalho ferruginoso. Foi também umas das principais figuras da capitania, homem de confiança dos governantes, que o incumbiram do cargo, ainda não exercido na vila, de capitão da gente e da guerra. A 2 de maio de 1592, Afonso Sardinha apresentou e requereu registro aos oficiais da Câmara de uma provisão que o nomeava para tal função. Contudo os vereadores julgaram ser mais acertado esperar pelo capitão-mor, no momento em viagem, visto "nesta villa nunca ouvera capitão, senão capitão de terra". Consideravam entretanto, que a medida era justa pois "agora está a terra em guerra e hos contrários a hua jornada e meia daqui e que podia suçeder allgum salto donde por falta de capitão nos veria mto. mall e que hera necessario capitão pa. ho ben da terra". Além do mais, de acôrdo com o testemunho do procurador do concelho Alonso Peres, "... Affonso Sardinha era home pa. isso como o dizia a maior parte deste povo ... " (16). No fim do mês em curso, essa provisão era registrada por ordem de Jorge Corrêa, capitão e lugar-tenente do senhor Lopo de Sousa governador da capitania de São Vicente, que assim procedia "havendo respeito aos muitos serviços que Affonso Sardinha tem feito a esta capitania e pela confiança que nelle tenho hei por bem de o encarregar de capitão da gente da villa de São Paulo e seus termos ... " (17). Em outubro o velho bandeirante recebe nova provisão para ir ao sertão "porquanto na villa de São Paulo houve rebates de contrarios e os nossos estão temorizados de os indios virem sobre nós ... " (18). Em 1594 os oficiais da Câmara, dirigindo-se ao sertanista, "lho requerião e pedião com protestação de que elle não querendo fazer a dita guerra né indo a ela, daria conta de todo o dano e maU g. sobcedesse a capita. e a esta villa principalmente ... " e o capitão, diante da insistência prometeu que [Página 175] • 7°. Afonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba A data da descoberta Outro problema que se propõe ao desafio da argúcia dos pesquisadores, é a época exata em que a expedição, chefiada por Afonso Sardinha deparou com as terras ferruginosas próximas a Sorocaba. Ainda se tateia no campo das suposições; contudo parece que se poderá delimitar uma data entre 1592 e 1597 e mais possivelmente este último ano. No ano de 1590 vemo-lo novamente vereador, tendo sido o seu termo de juramento em 24 de janeiro. Nesse ano, Afonso Sardinha assinou sua presença em todas as sessões de São Paulo, o que vem contradizer a afirmação de alguns autores que atribuem essa data como a das descobertas das minas de ferro em Biraçoiaba. Entre outros, Calógeras refere-se a "... por volta de 1590 a 1597..." o encontro do metal. Eschewege em Pluto Brasiliensis escreve ... "a história não menciona o nome do descobridor dessa ocorrência, nem do construtor e proprietário da fábrica. Supõe que seja Afonso Sardinha, o qual em 1590 construiu a fábrica de minério de Araçoiaba...". O Senador Vergueiro , com base nas Notas Genealógicas de Pedro Taques, sublinha ... "Afonso Sardinha começou em 1590 uma fábrica de ferro... em Biracoiaba... ". O interessante é que o autor setecentista em Notícias das minas de São Paulo, se contradiz, afirmando que ... "Afonso Sardinha e seu filho do mesmo nome foram os que tiveram a glória de descobrir ouro, prata e ferro... na Biracoiva no sertão do Rio Sorocaba, pelos anos de 1597...". Machado de Oliveira e vários outros que os repetem, como Heitor Ferreira Lima, também são de opinião que as explorações das minas de Araçoiaba começaram em 1590. Carvalho Franco discorda dos historiadores anteriores e afirma: "... tais iniciativas ganharam relativo impulso a partir de 1589, quando Afonso Sardinha, o moço, com Clemente Alvares e uns companheiros descobriram ouro e ferro ... junto ao morro de Araçoiaba..." • 8°. Em outubro o velho bandeirante recebe nova provisão para ir ao sertão "porquanto na villa de São Paulo houve rebates de contrarios e os nossos estão temorizados de os indios virem sobre nós ... " Em outubro o velho bandeirante recebe nova provisão para ir ao sertão "porquanto na villa de São Paulo houve rebates de contrarios e os nossos estão temorizados de os indios virem sobre nós ... " • 9°. Gaspar Gomes A regulamentação e disposição dos cargos relativos à exploração das minas.Um dos grandes incentivadores do movimento das descobertas e explorações das minas na capitania de São Vicente fossem dúvida o governador geral, D. Francisco de Sousa. Mesmo antes de sua vinda de Salvador a São Paulo. em 27 de outubro de 1598 nomeava êle a Gaspar Gomes Muacho (ou Mualho) para o cargo de meirinho das minas da capitania de São Vicente e "bem assim sirva o dito cargo em todas as mais capitanias do sul onde chegar e estiver com o qual haverá de ordenado quarenta mil reis ... ". • 10°. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza* • 11°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos De fato, não tendo ainda sido publicado o regimento das terras minerais, a fim de poder regulamentar a extração das riquezas de subsolo, em fevereiro de 1600 o governador geral expedia da vila de São Paulo, um mandado para que "todas as pessoas que quiserem ir ou mandar sua gente tirar ouro ás minas de Nossa Senhora de Monserrate para onde ele, dito senhor governador parte quarta-feira, com o favor de Deus possa tirar o dito ouro das ditas minas, pagando os quintos dele á sua magestade, registando em cada semana..." • 12°. Dom Francisco mudou o pelourinho, enviou moradores mas somente os "Sardinha" tinha autorização de entrar nas minas de "Obiracoyava" Quando ao estabelecimento de um arraial, que não vingou, na região das minas de Araçoiaba fundado para melhor desenvolver as explorações ferruginosas, também as informações são incompletas. Pedro Taques não fundamenta essa afirmação, como já foi salientado em tópicos anteriores.É em Azevedo Marques que encontramos dois documentos que comprovam a fundação do arraial nas vizinhanças das minas de ferro. O primeiro é a petição de João Rodrigues, antigo morador de São Paulo, que por estar a caminho "para o termo de Byraçoiaba, a povoar e lavrar mantimentos como outros moradores que lá vão", solicita do do governador geral uma data de terra na região. O despacho, de 14 de julho de 1601, é favorável. Aliás, Azevedo Marques engana·se no nome, pois atribuía petição a Francisco Rodrigues. • 13°. Francisco Rodrigues recebeu de D. Francisco de Souza uma sesmaria de uma légua em quadra, rio Sarapui abaixo, além do morro do Araçoiaba, desde a tapera de “Ibapoara”, topônimo desconhecido Quando ao estabelecimento de um arraial, que não vingou, na região das minas de Araçoiaba fundado para melhor desenvolver as explorações ferruginosas, também as informações são incompletas. Pedro Taques não fundamenta essa afirmação, como já foi salientado em tópicos anteriores. É em Azevedo Marques que encontramos dois documentos que comprovam a fundação do arraial nas vizinhanças das minas de ferro. O primeiro é a petição de João Rodrigues, antigo morador de São Paulo, que por estar a caminho "para o termo de Byraçoiaba, a povoar e lavrar mantimentos como outros moradores que lá vão", solicita do do governador geral uma data de terra na região. O despacho, de 14 de julho de 1601, é favorável. Aliás, Azevedo Marques engana·se no nome, pois atribuía petição a Francisco Rodrigues. • 14°. Martim de Sá partiu para Portugal com nove barris de prata que D. Francisco de Sousa lhe confiou, trazidos do Alto Peru Além do mais, em fins do século XVI, segundo expressão de Azevedo Marques, foi tão abundante a extração do ouro nessa serra, que se chamou "Perú do Brasil" (76) e de fato, D. Francisco de Souza na provisão de 1600 refere-se específica e unicamente à exploração do metal precioso. • 15°. Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza Em janeiro de 1606, na carta dos vereadores de São Paulo dirigida ao donatário da Capitania, há referências a um dêstes engenhos: “Diogo de Quadros é ainda provedor das minas, até agora tem procedido bem, anda fazendo um engenho de ferro a três léguas desta vila, e como se perdeu no Cabo Frio tem pouca posse e vai devagar, mas acabal-o-ha e será de muita importância por estar perto daqui como três léguas e haverá metal de ferro; mas há na serra de Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastada, e perto dalo como três léguas está o Cahatyba, de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao Norte haverá 59 léguas de Cordilheira de terra alta, que toda leva ouro principalmente a Serra de Jaraguá de Nossa Senhora do Monte-Serrate, a de Voturuna, e outras.” D. Francisco de Souza refere-se apenas ao ouro de Montesserrate e não ao ferro; isto porque essas minas localizavam se na serra de Jaraguá e não em Araçoiaba, conforme a carta que a Câmara de São Paulo dirige ao donatário da Capitania a 13 de janeiro de 1606. Nesse documento os vereadores confirmàm que "muito tem a terra que dar, é grande, fertil de mantimentos e muitas aguas e lenhas grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro .. , mais ha na serra de Biraçoiaba, 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastade e perto dali como três léguas está a Cahatiba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao norte haverá sessenta leguas de cordilheira de terras que todas levam ouro principalmente a serra de Jaraguá de Nossa Senhora do Monserrate ... ".Ora, Jaraguá distancia-se da capital de São Paulo, aproximadamente 3 léguas e meia e portando seria de estranhar que a denominação minas de Montesserrate abrangesse o sítio bem mais longínqüo das serras de Araçoiaba, mesmo que a ela se atribuíssem as regiões adjacentes de Jaraguá. Aliás, em linha reta dista aproximadamente 90 quilômetros a Serra de Araçoiaba da Serra do Jaraguá. Além do mais, em fins do século XVI, segundo expressão de Azevedo Marques, foi tão abundante a extração do ouro nessa serra, que se chamou "Perú do Brasil" (76) e de fato, D. Francisco de Souza na provisão de 1600 refere-se específica e unicamente à exploração do metal precioso. [saber] Para a atual pesquisa, a bibliografia fundamental, além da acima citado, resume-se principalmente nas publicações de Azevedo Marques: Apontamentos históricos; de Eschewege: Plutu Brasiliensis; de Afonso Taunay: História Seiscentista da Vila de São Paulo. Os outros autores consultados, e mesmos esses, limitam-se apenas a repetir os textos de Pedro Taques, referindo-se, sem nova consulta às mesmas fontes. Outro aspecto que dificulta a coleta de dados é a confusão existente entre "os metais achados em Byraçoiaba 25 léguas daqui para o sertão e... o engenho de ferro a três léguas desta vila", à margem do Geribatuba, no sítio Birapuera [Carta assinada pelos vereadores Luiz Fernandes e Pedro Nunes e datada de 13 de janeiro de 1606. Actas da Câmara da Vila de São Paulo. Vol. II. São Paulo. 1915, página 497.], ambas as descobertas atribuídas do bandeirante Afonso Sardinha, o Velho. [Página 172, 3 do pdf] • 16°. Construção de um engenho de ferro sob a invocação de Nossa Senhora de Agosto Contudo no mesmo ano, novamente os vereadores de São Paulo reportam-se a dois engenhos que Diogo Quadros pretende abandonar, ausentando-se para o sertão; e como um dos engenhos estivesse "em bom estado de se acabar", os representantes do povo" requeriam mandar notificar "Diogo Quadros não largar o dito engenho..." (94). E de fato, certamente o administrador das minas terminou a forja, pois o início dos trabalhos de fundição é fixado em 1607,como comprova o texto do Livro de Assentos, de Martim Rodrigues Tenório, morador em Ibirapuera: "... el enjl:!fio de hierro começo a moler quinta fera a 16 de agousto de mil y seiscientosy siete afios aI qual enjefio pusieron por nombre nuestra sefiora de aguosto quis la assuncion bendita y du dia a 15 deI dicho mes ... " (95). Podemos extrair dessa documentação algumas informações claras: 1. - Diogo Quadros, para receber as ferramf:ntas e ajuda financeira de S. Magestade, compromete-se a erigir dois engenhos na capitania de São Vicente; 2. - de fato, o administrador das minas inicia a construção dos dois engenhos; contudo, somente um dêles parece chegar a seu término, começando os trabalhos de fundição a 15 de agosto de 1607 e recebendo por isso, em honra à fêsta litúrgica, a denominação de Nossa Senhora da Assunção; 3. - a localização dêsse engenho é próxima a São Paulo e, portanto, identifica-se com a forja de Santo Amaro, em Emboaçava, muito bem focalizada pelo Prof. Sérgio Buarque de Holanda em artigo sôbre o assunto; 4. - em tôda a documentação, o texto que fêz alusão à serra de Biraçoiaba é confuso, não esclarecendo se há engenho ou apenas metal de ferro em abundância. [Páginas 191 e 192] • 17°. Afonso Sardinha acresce seu patrimônio com “uns alagadiços ao longo do rio Jerobatiba” Posteriormente acresce seu patrimônio com "uns alagadiços ao longo do rio Jerobatiba", por petição feita a Gaspar Conqueiro, capitão e ouvidor da Capitania de São Vicente e que foi atendida, visto ser Afonso Sardinha "morador antigo da dita capitania e servir Sua Majestade em tudo que nela se oferecera e... oferecera em tudo o que a bem da terra se havia a fazer..." ["Registro de uma carta de data... Sardinha no campo...". 3 de novembro de 1607] Confirma a doação, o auto de propriedade da data concedida, onde consta que "sendo presente o dito Afonso Sardinha lhe pediu o metesse de posse dos alagadiços e campos..." ["Auto de posse que foi dada a Afonso Sardinha da terra e capão contendo nesta carta...". 23 de janeiro de 1609] [Página 174] • 18°. Firmada sociedade entre Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e D. Antônio de Souza, filho de D. Francisco de Souza, que se refere a um engenho de ferro "situado em o distrito e limite desta vila de São Paulo e donde chamam Ibirapuera, da outra banda do Rio Jeribatiba Completa essa documentação a escritura da sociedade lavrada entre Diogo de Quadros, Francisco Lopes Pinto e D. Antônio de Souza, filho de D. Francisco de Souza, datada de 11 de agosto de 1609, que se refere a um engenho de ferro "situado em o distrito e limite desta vila de São Paulo e donde chamam Ibirapuera, da outra banda do Rio Jeribatiba". Cológeras, fazendo alusão a essa forja, gratuitamente afirma: "a nova instalação devia ser uma cópia de Biraçoiaba, inspirada pelos mesmos operários construtores desta ... ". • 19°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro Novamente a documentação não indica de onde provinha o ferro, mas certamente era da forja de Santo Amaro e de suas proximidades. Comprovando essa asserção, podemos citar o protesto do procurador do conselho, Fernão Dias, contra Belchior Rodrigues "que queria ir de Ibirapuera com forja de ferreiro para Apiasava das Canoas aonde desembarca os carijós o que era em prejuízo levar forja e ferro para perto dos nativos..." Contudo, na mesma época os camaristas de São Paulo proibiram a Clemente Alvares, que estava em Pirapitinguí, planície onde se localiza Itú e próxima a Sorocaba, e "que indo ao sertão queria levar a tenda de ferro... Não se consentindo que levasse tal forja..." É o único que menciona a instalação de alguma engenhoca no sertão para fundir ferro. • 20°. Testamento de Francisco Lopes Pinto considerado como um dos primeiros co-proprietários e fundadores do engenho de Araçoiaba Tal manuscrito está transladado na íntegra em Azevedo Marques (85). É datado de 27 de abril de 1628, um ano antes da morte do testante. O único texto que talvez pudesse se relacionar com a existência de alguma forja em Araçoiaba, é o seguinte: "...Declaro que eu tenho um pouco de gente do gentio da terra, a qual é minha e de meu filho, que eu mandei buscar ao sertão com minha fazenda, pólvora, chumbo e ferramenta. E por meu filho ser nomeado no engenho na primeira vida, me passou por procuração para eu dispor e vender o dito engenho e fabrica delle, o qual eu vendi, e a gente deixei ficar comigo por não a poder vender ... ". Dois aspectos se destacam nêsse trecho: Francisco Lopes Pinto mandou buscar o gentio ao sertão, onde provavelmente estava fixado no trabalho do engenho, pois também lá possuía a sua fazenda, pólvora, chumbo e ferramenta; e êsse engenho, pertencente ao filho, Diogo Pita de Quadros fôra vendido, assim como a fábrica, por procuração. A localização de tal forja só é mencionada no testamento. com a denominação genérica de "sertão", sem a data da venda, e sem a indicação do comprador. Os outros dois textos do testamento que se referem a engenho também nada esclarecem: " ... Mais declaro que D. Antonio de Sousa mandou por seu procurador a João Fernandes Saavedra, e na dita procuração mandou ao dito João Fernandes Saavedra que pagasse a Diogo Quadros 200 cruzados, que tantos lhe devia, e por outra procuração que fez e mandou ao governador seu primo D. Luis de Sousa, manda que dê a Diogo de Quadros 200 cruzados ou a seus herdeiros, as quaes procurações estão em meu poder e nunca quiz João Fernandes Saavedra pagar nem o governador D. Luis de Sousa, e assim mais declaro que eu e Diogo arrendamos por um anno a sua metade de engenho de ferro por 50 quintaes de ferro, do qual anno ficamos devendo 14 quintaes que lhe pagavamos dizendo que nos descontasse nos200 cruzados que. D. Antonio mandava pagar e o dito João Fernandes Saavedra não quiz descontar. E assim mais eu e o capitão Diogo de Quadros corremos dois anos com a parte do engenho do dito D. Antonio de Sousa porordem da justiça, do que demos conta a João Saavedra, de que nos passou quitação, que tenho em meu poder. Mais declaro que eu alcancei sentença contra a fazenda do dito capitão Diogo de Quadros e tenho nomeados os 200 cruzados que D. Antonio de Sousa lhe devia, e assimmais nomeei a parte que o dito D. Antonio de Sousa deve ao engenho e nomeei mais o que lhe deve ao dito capitão Diogo Quadros do ordenado de provedor e a tençaque tinha vencida, que S. Mag. lhe fez mercê com o hábito de 50 $ de que se poz verba nos seus assentos ... "". .. Mais declaro que, quando eu e Diogo de Quadros vendemos a metade do engenho a D. Antonio de Souza foi por preço de 3.000 cruzados os quaes não acabou depagar e deve ainda muito dinheiro ... ". Também dêsses excertos de testamento talvez possamos salientar alguns fatos: trata-se de um engenho, ao qual não é atribuido indício algum de localização; e as dívidas mencionadas e o arrendamento da metade da forja indicam que certamente houve uma sociedade realizada entre D. Antônio de Souza, Diogo de Quadros e Francisco Lopes Pinto, para a exploração dêsse engenho. [Página 188] • 21°. O processo retorna com parecer favorável do ouvidor da Capitania de São Vicente sr. Antônio Lopes de Medeiros e o povoado ao redor da capela de Sorocaba foi elevado à categoria de vila • 22°. D. Rodrigo enviou sete nativos para procurar a Serra do Jaraguá. Seria N.S. Monserrate do Itapevucu? D. Francisco de Souza refere-se apenas ao ouro de Montesserrate e não ao ferro; isto porque essas minas localizavam se na serra de Jaraguá e não em Araçoiaba, conforme a carta que a Câmara de São Paulo dirige ao donatário da Capitania a 13 de janeiro de 1606. Nesse documento os vereadores confirmàm que "muito tem a terra que dar, é grande, fertil de mantimentos e muitas aguas e lenhas grandes campos e pastos, tem ouro, muito ferro .. , mais ha na serra de Biraçoiaba, 25 léguas daqui para o sertão em terra mais larga e abastade e perto dali como três léguas está a Cahatiba de onde se tirou o primeiro ouro e desde ali ao norte haverá sessenta leguas de cordilheira de terras que todas levam ouro principalmente a serra de Jaraguá de Nossa Senhora do Monserrate ... ".Ora, Jaraguá distancia-se da capital de São Paulo, aproximadamente 3 léguas e meia e portando seria de estranhar que a denominação minas de Montesserrate abrangesse o sítio bem mais longínqüo das serras de Araçoiaba, mesmo que a ela se atribuíssem as regiões adjacentes de Jaraguá. Aliás, em linha reta dista aproximadamente 90 quilômetros a Serra de Araçoiaba da Serra do Jaraguá. Além do mais, em fins do século XVI, segundo expressão de Azevedo Marques, foi tão abundante a extração do ouro nessa serra, que se chamou "Perú do Brasil" (76) e de fato, D. Francisco de Souza na provisão de 1600 refere-se específica e unicamente à exploração do metal precioso. • 23°. Terras • 24°. Domingos Ferreira Pereira construiu uma fábrica de ferro no Araçoiaba, cerca de 3 km do engenho dos Sardinha • 25°. Ofício do governador e capitão-general da capitania de São Paulo, D. Luís de Antônio de Sousa Botelho Mourão, Morgado de Matheus, para o ministro e secretário de estado dos negócios do reino, Sebastião José de Carvalho de Melo, Conde de Oeiras, dando-lhe conhecimento do envio da amostra do primeiro ferro extraído por Domingos Ferreira Pereira da mina junto à vila de Sorocaba e manifestando o desejo que o ferro seja o suficiente para o trabalho dos mineiros • 26°. Calógeras que se baseia quase exclusivamente no autor setecentista e "em documentos desconhecidos em 1772" apesar de não citar a origem de tal documentação, também não aborda êsse problema. Parece, de fato, haver engano dos historiadores, que se repetem, pois Itavuvú, corruptela de Itapevuçú, localiza-se aduas léguas a nordeste de Biraçoiava Calógeras que se baseia quase exclusivamente no autor setecentista e "em documentos desconhecidos em 1772" apesar de não citar a origem de tal documentação, também não aborda êsse problema.Parece, de fato, haver engano dos historiadores, que se repetem, pois Itavuvú, corruptela de Itapevuçú, localiza-se aduas léguas a nordeste de Biraçoiava • 27°. “Pequeno Vocabulário Tupi-Português”, 1951. Padre A. Lemos Barbosa Da planície brotam duas correntes de água que são as mais importantes, Ipanema a leste, e Sarapuí que verte para o ocidente, desaguando ambas no rio Sorocaba. Azevedo Marques (66) afirma que Byrassoyaba ou Araçoyaba significa "coberta do sol"; tal denominação foi dadapelos naturais pois, que, principalmente durante o inverno, é extensa a sombra que se projeta da montanha. Certamente a expressão deriva de Arassojaba, isto é, "rodela de penachos", utilizada pelos indigenas, para sombrear o rosto [Pe. A. LEMOS BARBOSA, Pequenos Voeabulârlo tupi-português. Livraria São José. Rio de Janeiro. 1935.]. Machado de Oliveira [Quadro Histórico da Província de 81.0 Paulo, op. cit., pâg. 215] filia a expressão Araçoiaba, grafia que já encontramos no século XVIII, a "Aracoeyambaê",que lhe deram os silvícolas e que significava, conforme a tradução dos portuguêses da época: "Morro do Ferro".
Atualizado em 30/10/2025 10:51:28 Mapas de Jean de Laet e de Jan Jansson ![]() Data: 1638 Créditos: Jansson, Jan, 1588-1664 01/01/1638
• 1°. “São Paulo e Piratininga”, Jornal Correio Paulistano, 16.11.940. Francisco de Assis Cintra (1897-1953) 16 de novembro de 1940, sábado O crítico Tromel, de renome internacional, referindo-se ao segundo livro de Laet, diz que ele é de "grande merecimento": Várias foram as edições de tal obra: 1626 (edição "princeps", e holandês); 1630 e 1640 (tradução francesa). Pois bem, esse notável escritor, no Livro XV, capítulo XVII, na parte referente ao Brasil, descreve a Capitania de São Vicente, com as suas povoações. E ai encontramos isto, em tradução do francês para o português: "Vila de São Paulo: povoação situada sobre uma colina de cento e cinquenta pés de altura, junto da qual passam dois ribeirões. Um desses ribeirões desse do Sul e outro do Oeste, juntando-se ambos ao lado da vila para, unidos, irem despejar-se as suas águas no rio Iniamby. Tem este povoado para o sul, leste e norte, uma linda vista sobre grandes e belos campos que se perdem de vista. Na parte do oeste levanta-se majestosa floresta virgem. A povoação de São Paulo tem 100 (cem) casas mais ou menos duzentos habitantes portugueses, e mestiços, além dos escravizados. Nela há uma igreja paroquial, dois mosteiros (beneditinos e carmelitas) e um colégio da Companhia de Jesus. O povo vive da criação de ovelhas e da lavoura dos campos. No verão não é muito quente, devido a viração que vem das montanhas, que tempera o calor; no inverno faz muito frio, produzindo geada e ás vezes neve. As terras próximas são muito férteis, dividindo-se em campos, florestas, encostas e montanhas. Nessas terras, o povo de São Paulo cultiva o trigo, que não tem boa cor. Além dessa cultura, o paulistano se ocupa também do gado. Importam sal, azeite e vinho." Isso era a cidade de São Paulo, no princípio do século XVI. Falando da povoação vizinha, de São Paulo, diz o mesmo Jean de Laet, em 1630: "Houve uma povoação chamada Piratininga, nos campos do Planalto, cerca de 12 léguas da vila de São Vicente. Em Piratininga residiram primeiramente os jesuítas (Antes da fundação de São Paulo), como eles contam, e essa povoação foi saqueada e arrasada no ano de 1600 pelos selvagens brasileiros." Por ai se verifica que São Paulo é o São Paulo de hoje e Piratininga foi outra povoação, que desapareceu do planalto em 1600, queimada pelos selvagens. ver mais
• 1°. Republica Isso era a cidade de São Paulo, no princípio do século XVI. Falando da povoação vizinha, de São Paulo, diz o mesmo Jean de Laet, em 1630: "Houve uma povoação chamada Piratininga, nos campos do Planalto, cerca de 12 léguas da vila de São Vicente. Em Piratininga residiram primeiramente os jesuítas (Antes da fundação de São Paulo), como eles contam, e essa povoação foi saqueada e arrasada no ano de 1600 pelos selvagens brasileiros." Por ai se verifica que São Paulo é o São Paulo de hoje e Piratininga foi outra povoação, que desapareceu do planalto em 1600, queimada pelos selvagens.
Atualizado em 29/10/2025 10:01:21 Historia de las missiones que han hecho los religiosos de la Compañia de Iesus, para predicar el Sancto Euangelio en la India oriental, y en los reynos de la China y Iapon
Atualizado em 30/10/2025 23:29:10 As Missões Orientaes e seus antigos domínio. Por Hemeterio José Velloso da Silveira
• 1°. Roque González e Juan del Castillo chegaram ao Ijuí para fundar a redução, batizada de Assunção do Ijuí • 2°. Rebelião liderada pelo cacique e pajé Ñezú, no lugar denominado Ijuí*
Atualizado em 29/10/2025 10:01:17 Carta de Diogo Flores Valdez*
• 1°. “São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga 2010 No quadro da viagem de Valdés, a capitania de São Vicente teve um papel bastante relevante. Segundo carta ao rei enviada em agosto de 1583, o almirante ressaltava a necessidade de que VM “no estime poco el Brasil”, pois apesar de pouco povoada, tratava-se de terra rica. A carta exaltava, recorrentemente, a importância de sua chegada num lugar que vivia sob clima de agitação e subversão, visto que a maioria das pessoas da terra era de gente vinda de Portugal e em quem não se podia confiar; além disso, ingleses e franceses frequentavam livremente o litoral. Mas, nesse sentido, São Vicente parecia-lhe diferente, já que era “la (capitania) que VM tiene mas obediente en esta costa y de mejor gente y que es tierra de mas ymportancia que ay em estas partes.” As causas enumeradas, com base nas notícias que colhera, sustentavam a tese de que a terra era rica em minérios. E essa riqueza seria de tal monta que a prata era melhor que a de Potosí. Existiriam ainda cerros de ouro e muito cobre, este último utilíssimo para os engenhos de açúcar. Havia indícios que mostravam a proximidade com as minas de Potosí de, no máximo, trezentas léguas: a circulação de muitos índios chiriguanos e de boatos, junto aos índios, de que no interior existiam homens brancos barbados. Por fim, cita o caso de um português que matara alguém em São Vicente e fugiu a pé para o Peru, onde recolheu certa quantidade de prata antes de voltar a Portugal. Essas notícias davam a certeza a Valdés de que era temerário que a capitania ficasse sob a jurisdiçãode um homem só, como o donatário Pero Lopes de Souza. Ela deveria, isto sim, por sua importância e riqueza, pertencer ao rei, que poderia “recompensar aquello en outra cosa antes que nada desto se entenda” Segundo ele, escolhera três das maiores naus da armada, com seiscentos homens, para que voltassem a São Vicente e Rio de Janeiro, e aliestacionassem e fortificassem a região até receberem novas ordens. Em São Vicente, recomendou que desembarcassem povoadores casados com seus filhos e mulheres para receber mantimentos, pois faltava muito na armada. Depois de enviar Alonso de Sotomayor, pelo rio da Prata, ao Chile, empreendeu uma nova tentativa de cruzar o Estreito, mas de novo foi malsucedido. Para ele, tanto Sarmiento quanto o piloto Anton Pablo tinham dado informações erradas sobre a largura do Estreito, opinião, aliás, compartilhada por Antonelli. [Página 80] ver mais Sobre o Brasilbook.com.br |