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Atualizado em 30/10/2025 22:34:51 “São Vicente Primeiros Tempos”. Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Vicente
• 1°. Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás Em relação à polêmica levantada por diversos historiadores sobre os títulos utilizados por Cosme Fernandes Pessoa, de Bacharel e Mestre, e em que se chega a conclusões um tanto quanto desconcertantes como títulos de maçonaria, ou condição de padre, achamos interessante que, apesar de, nos seus trabalhos ter sido mencionada a carta de Mestre João, participante da armada de Pedro Álvares Cabral, no seu “Descobrimento do Brasil”, carta esta enviada juntamente a Portugal com a carta de Pero Vaz de Caminha em 1500, não tenham, esses historiadores se apercebido que o Mestre João se intitula: Bacharel Mestre. Sendo que este Bacharel Mestre João era contemporâneo do “nosso” Bacharel, poderiam pelo menos utilizar esta carta como elemento comparativo ou informativo no assunto em pauta. Esta carta foi publicada por diversas vezes. Dentre elas citaremos algumas como: “Alguns Documentos do Arquivo Nacional da Torre do Tombo” – acerca das Navegações e Conquistas Portuguesas – 1892 – pág. 122. Publicada por Varnhagen em 1845, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, e na sua “História Geral do Brasil”, I, 423, a carta do Mestre João saiu com a assinatura errada, Johannes Emenelaus (como escreveu Capistrano de Abreu no seu “O Descobrimento do Brasil”, 1883, 2ª.Ed., pág.53, Rio – 1929). A leitura paleográfica mostrou, em vez de Emenelaus, Bachalarius, seja João Bacharel, “Alguns Documentos da Torre do Tombo”, pág. 258, Lisboa – 1892 Documento também citado por Francisco Martins dos Santos, em “História de Santos”, já citado e por Pedro Calmon em sua “História do Brasil, também já citado, este “Johannes artium et Medicine bachalarius” é, sobretudo, importante pela carta que de Porto Seguro mandou a D. Manuel em 1 de maio de 1500. Seria também cósmógrafo, que em Lisboa ensinava “Longitude de Leste a Oeste” a Mestre Diogo, e cujas lições Pedro Annes desejou ouvir conforme pedido que dirigiu ao rei em 1509. (Trata-se de documento publicado entre “Inéditos da Torre do Tombo”, por Frazão de Vasconcelos, in Petrus Nonius, fasc.I, pág. 110, Lisboa – 1937. Vide também do mesmo autor, “Pilotos das Navegações Portuguesas dos Séculos XVI e XVII”, pág. 50, Lisboa – 1942: “... o dito Mestre Diogo ora veio a aprender a sonsacar.” (sonsacar, solicitar). Na publicação “Os Primeiros 14 Documentos Relativos à Armada de Pedro Álvares Cabral”, Edição de Joaquim Romero Magalhães e Susana Münch Miranda, Lisboa - 1999. A carta de Mestre João começa assim: “Senhor, O Bacharel Mestre Johann, físico e cirurgião de Vossa Alteza beija vosas reales manos... etc”. E termina com o seguinte texto: “Do criado de Vossa Alteza e vosso leal servidor” Johannus artium e medicinebachalarius”. Não queremos dizer com este exemplo, que o “nosso” Bacharel fosse médico ou cirurgião, como era o caso do Mestre João, o que queremos dizer é que o título de “Bacharel” não era necessariamente um título de maçonaria ou padres, e que como no caso apresentado podia, perfeitamente, corresponder a um título acadêmico, tal como em nossos dias. Quanto ao título de “Mestre”, são múltiplos os exemplos que se encontram ao longo da história, onde nos deparamos com a sua aplicação, a diversas atividades profissionais, desde arquitetos, navegantes e pedreiros, marceneiros e tantos outros exemplos. Portanto, não nos prolongaremos mais neste particular. Apresentamos as fontes, para quem quiser se aprofundar nesse assunto. • 2°. Bacharel O Bacharel veio de Cananéia logo após ser abandonado (degredado), para estabelecer São Vicente, por volta de 1503 ou 1504, sendo que a região vicentina via-se como mais propícia ao desenvolvimento das suas atividades, e na face ocidental da Ilha de São Vicente, protegida pela barra imprestável para a navegação de calado em lugar abrigado de surpresas marítimas, fundou o primeiro povoado do Brasil, em condições de ser Vila(os outros dois povoados fundados por ele, Cananéia e Iguape guardam as mesmas características, cujo porto de serventia situa-se do outro lado da ilha – lado oriental ou do nascente), a uma distância de sete ou oito quilômetros pelas • 3°. Fundação do primeiro povoado de São Vicente • 4°. Cristóvão Jacques, no comando de duas caravelas, foi encarregado do patrulhamento da costa brasileira, a fim de desestimular incursões de corsários franceses • 5°. Caminho do Peabiru Segundo alguns historiadores, Gonçalo da Costa teria vindo para São Vicente em 1510, onde por volta de 1520 uniu-se a uma das filhas do Bacharel, a quem já encontrou em terras vicentinas, quando da sua chegada, tornando-se braço direito em todos os empreendimentos do Bacharel. (...) Pedro Calmon em sua “História do Brasil”, vol 1, pág. 131/132, diz o seguinte: “Por esse tempo (1520) Aleixo Garcia, português e comparsa de Solís, estabelecido em Santa Catarina, procurava tirar a limpo as fábulas guaranis do Rei Branco”, senhor das montanhas coroadas de gelo. Ramirez e Montes (do número dos onze náufragos da expedição de Solis) não ousaram acompanhá-lo Foram quatro com ele (entre estes o mulato Pacheco) em busca do Rio Paraguai; e há indícios de que vararam o Chaco até as primeiras ondulações andinas, onde os índios chanés lhes deram amostras dos metais usados pelos incas. Voltaram carregando esses objetos, com a idéia, seguramente, de uma corajosa entrada pelos vales, cordilheira acima, até as espantosas altitudes, quando acabaram com eles os paiaguazes. Alguns índios sobreviventes levaram Ramirez e Montes, na costa, a notícia da chacina – que Alvar Nuñez Cabeza de Vaca pessoalmente indagaria, meio quarto de século depois”. • 6°. Pero Capico deixa o Brasil • 7°. Chegada de Diogo Garcia de Moguer Este documento nos dá uma boa ideia da força e variedade das atividades do Bacharel e seus genros. Os diversos produtos que eram comercializados, a existência de um estaleiro,onde eram construídos bergantins, a contratação de “línguas da terra”, o grande comércio de escravos. Tudo isso somado, configura a importância do povoado de São Vicente. Pode-se perceber que era um importante centro de abastecimento das armadas itinerantes, [“São Vicente Primeiros Tempos”, 2006. Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Vicente. Página 51] >Este documento nos dá uma boa ideia da força e variedade das atividades do Bacharel eseus genros. Os diversos produtos que eram comercializados, a existência de um estaleiro,onde eram construídos bergantins, a contratação de “línguas da terra”, o grande comércio de escravos. Tudo isso somado, configura a importância do povoado de São Vicente. Pode-se perceber que era um importante centro de abastecimento das armadas itinerantes, [Página 51] • 8°. Resolve voltar a Portugal e para isso obtém passagem a bordo da “Nossa Senhora do Rosário”, nau capitânia de Diogo Garcia de Moguér • 9°. Gonçalo da Costa chega a San Lucas de Barrameda em fins de agosto* • 10°. Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada de 3 de dezembro de 1530, visto que a sua nomeação foi feita em carta de 16 de novembro desse ano, assinada em Lisboa, dias antes da nomeação do próprio Martim Afonso para chefe da mesma armada, o que só se daria pelas cartas de D. João datadas de 20 de novembro de 1530, da Vila de Castro Verde. [“São Vicente Primeiros Tempos”, 2006. Página 44] • 11°. Primeira expedição* • 12°. Mestre retira-se para Iguape* Intimado por Martim Afonso, que fundeara em Bertioga, o Bacharel Mestre Cosme abandonou São Vicente aproximadamente em julho de 1531, dirigindo-se para a região de Cananéia, aonde veio a encontrar a armada de Martim Afonso em 12 de agosto, segundo descrição do Diário de Pero Lopes. Ainda não foi provado, não havendo suficientes provas documentais com relação à passagem de Martim Afonso por Bertioga e o seu encontro com João Ramalho naquele ponto, cuja referência já se fez tradição. Foi depois da chegada de Martim Afonso a Cananéia, que se teria verificado, segundo alguns historiadores, a primeira vingança do Bacharel, oculta sob o que poderia parecer uma infelicidade normal. Francisco de Chaves, genro do Bacharel, informa a Martim Afonso que, não muito longe dali, havia ouro em quantidade, a ponto de o novo capitão de São Vicente acreditar na informação, confiando-lhe 80 dos seus melhores homens, além do chefe (Pero Lobo). • 13°. Pedro Agnez é enviado a terra pafra buscar o Bacharel de Cananéia Intimado por Martim Afonso, que fundeara em Bertioga, o Bacharel Mestre Cosme abandonou São Vicente aproximadamente em julho de 1531, dirigindo-se para a região de Cananéia, aonde veio a encontrar a armada de Martim Afonso em 12 de agosto, segundo descrição do Diário de Pero Lopes. Ainda não foi provado, não havendo suficientes provas documentais com relação à passagem de Martim Afonso por Bertioga e o seu encontro com João Ramalho naquele ponto, cuja referência já se fez tradição. A denominação CANANOR que aparece no perfil geográfico de Ptolomeu deve ser interpretada como CANANÉIA (F 34) que significa “lugar dos judeus ou judeu”, de Cananeu, como eram chamados os judeus, o que quer dizer que o Bacharel deixado podia realmente ser judeu ou judaizante e de real importância. Com esse batismo André Gonçalves e Vespúcio firmavam e positivavam o fato da sua deixada naquele lugar predeterminado, que Pero Lopes, em seu “Diário”, revela já saber que se chamava Cananéia. O “Diário” de Pero Lopes é muito claro quanto à vinda do Bacharel ao lugar de degredo. “E fazendo o caminho de sudoeste demos com hua ilha. Quis a Nossa Senhora e a bemaventurada Santa Clara, cujo dia era, que alimpou a néboa, e reconhecemos ser a Ilha de Cananéia... Por este rio arriba mandou o Capitam J. hum bergantim, e a Pedro Annes, que era língua da terra, que haver falla dos índios. Quinta-feira, dezessete dias do mez d’agosto (1531) veo Pedro Annes piloto no bergantim, e com elle veo Francisco de Chaves e o Bacharel, e cinco ou seis castelhanos. Este Bacharel havia trinta annos que estava degredado nesta terra”. • 14°. Diário de Pero Lopes A denominação CANANOR que aparece no perfil geográfico de Ptolomeu deve ser interpretada como CANANÉIA (F 34) que significa “lugar dos judeus ou judeu”, de Cananeu, como eram chamados os judeus, o que quer dizer que o Bacharel deixado podia realmente ser judeu ou judaizante e de real importância. Com esse batismo André Gonçalves e Vespúcio firmavam e positivavam o fato da sua deixada naquele lugar predeterminado, que Pero Lopes, em seu “Diário”, revela já saber que se chamava Cananéia. O “Diário” de Pero Lopes é muito claro quanto à vinda do Bacharel ao lugar de degredo.“E fazendo o caminho de sudoeste demos com hua ilha. Quis a Nossa Senhora e a bemaventurada Santa Clara, cujo dia era, que alimpou a néboa, e reconhecemos ser a Ilha de Cananéia... Por este rio arriba mandou o Capitam J. hum bergantim, e a Pedro Annes, que era língua da terra, que haver falla dos índios. Quinta-feira, dezessete dias do mez d’agosto (1531) veo Pedro Annes piloto no bergantim, e com elle veo Francisco de Chaves e o Bacharel, e cinco ou seis castelhanos. Este Bacharel havia trinta annos que estava degredado nesta terra”. • 15°. A sua morte, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel, A sua morte (Henrique Montes, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel, sem que os acusadores levem em conta o combate entre as forças de Mosqueira e os moradores da Vila. Por outro lado, ninguém relaciona a sua morte com a fuga de Paulo Adorno para a Bahia, acusado de matar um português nesse mesmo ano. Os acusadores parecem não duvidar.A resolução do rei era de destruir a quem quer que se atrevesse a fazer oposição à suavontade ou às ordens que Martim Afonso levaria, visto que mandou armar fortemente aexpedição, em que “van quatrocientos hombres, sin otros muchos que voluntariamente se embarcaron, para poblar y edificar algunas fortalezas em los puertos, para eso llevaronmucha artilleria, y que desde el puerto de San Vicente, que era de su distrito pensavanentrar por tierra, ao Rio de la Plata...y que ivã em ella Enrique Montes, que havia muchosaños que estava em aquellas partes...” (Antonio Herrera – “ • 16°. Armada parte para fundar Buenos Aires • 17°. “Gonçalo Monteiro, capitão, com poder de reger e governar esta Capitania de São Vicente, terra do Brasil pelo mui Ilmo.sr. Martim Afonso de Sousa, governador da dita Capitania... Confirmando estas ocorrências, citamos uma escritura de 1537, lavrada em São Vicente.Azevedo Marques, em seus “Apontamentos Históricos, Geográficos, etc., da Província de São Paulo”, tomo I, pág. 182, declarou existir no Cartório da Tesouraria da Fazenda, Maço 11 – de Próprios Nacionais – documentos a que estão juntos os papéis apreendidos aos extintos jesuítas: “Gonçalo Monteiro, capitão, com poder de reger e governar esta Capitania de São Vicente,terra do Brasil pelo mui Ilmo.sr. Martim Afonso de Sousa, governador da dita Capitania...Faço saber aos que esta minha carta de confirmação virem em como por Francisco Pinto, cavalheiro-fidalgo, morador em dita capitania, me foi dito por uma petição que o dito Sr.Governador, havendo respeito a ele querer ser povoador e assim outros respeitos, lhe fizera mercê de um pedaço de terra nas terras de Cubatão, indo desta ilha para o rio Cubatão, entrando... (está deteriorado o original) da qual terra diz ser-lhe feita carta e ser datada e assignada pelo dito Sr. Martim Afonso de Sousa, a qual carta lhe fora levada pelos moradores de Iguape quando roubaram os que estavam neste porto mar, e levaram o livro de tombo...........................Dada nesta vila de São Vicente aos 17 dias do mez de Septembro de 1537 – Antonio do Valle, Tabelião Público Judicial e escrivão das datas pelo dito sr. e fez neste anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de 1537 –Gonçalo Monteiro...”. Confirma este documento, o relato de Southey e dos demais autores não portugueses,comprovando também o roubo do Livro do Tombo Vicentino, um detalhe que só pode ser devido à dúvida sobre de quem eram essas propriedades, se de Portugal ou de Espanha, devido às indefinições sobre a localização da linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas. Diante de todo o que foi exposto, podemos concluir que o Bacharel, identificado pelos espanhóis como Duarte Peres, é o mesmo Bacharel Mestre Cosme Fernandes Pessoa, mencionado pelos diversos historiadores portugueses e brasileiros. • 18°. “En la isla de Cananea en la tierra firme della ay pobló el Bachiller dexó muchas naranjeras y limones y zidras y otros muchas arboles y hizo muchas casas O historiador Varnhagen na sua “História Geral do Brasil”, 4ª. Edição, Tomo I, cita a existência de um documento, de 1540, referente ao Bacharel, de que a Biblioteca Nacional tem cópia, escrito por um espanhol (anônimo), onde se registraram estes dizeres: “Em la Isla de Cananéa, y en la tierra firme della hay pobló el Bachille, dejó muchas naranjeras y limones y cidras y otros muchas árboles y hizo muchas casas, que se deploraron después por los pobladores de San Vicente, que tuvieron guerra los unos con los otros, por que pretendia que el Bachiller les havia dar obediência”. • 19°. “Abaixo ficava a costa dos carijós, ou entre o território dos Arachãs (litoral do Rio Grande) e Santa Catarina, dos Patos, com Paranaguá e São Francisco do Sul, baías freqüentadas pelos barcos castelhanos, e Laguna, onde chegavam os traficantes à procura do índio Tubarão, péssimo sujeito” • 20°. No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder." O historiador Pedro Calmon, em obra já citada, Vol.2, pág.571 nos mostra que: “Abaixo ficava a costa dos carijós, ou entre o território dos Arachãs (litoral do Rio Grande) e Santa Catarina, dos Patos, com Paranaguá e São Francisco do Sul, baías freqüentadas pelos barcos castelhanos, e Laguna, onde chegavam os traficantes à procura do índio Tubarão, péssimo sujeito, como diz, em 1605 o Padre Jerônimo Rodrigues. Tubarão reatou o comércio de escravos do Bacharel de Cananéia, contemporâneo das primeiras expedições.” Este trecho sugere que o Bacharel de Cananéia continuou o seu comércio de escravos na área, comércio este retomado depois pelo índio Tubarão. Outra indicação parece ser que o Bacharel continuou as suas atividades depois de ter sido expulso de São Vicente em 1531. • 21°. Caminho do Padre Albernaz • 22°. “Cronografia Histórica” Mello Moraes Quanto ao título de “Mestre”, são múltiplos os exemplos que se encontram ao longo da história, onde nos deparamos com a sua aplicação, a diversas atividades profissionais, desde arquitetos, navegantes e pedreiros, marceneiros e tantos outros exemplos. Portanto, não nos prolongaremos mais neste particular. Apresentamos as fontes, para quem quiser se aprofundar nesse assunto. As filhas do Bacharel com o correr do tempo, foram se unindo a outros moradores do povoado, portugueses e espanhóis, onde resultaria a sua boa relação com os castelhanos – e daí o grande número da sua gente e parentela, que toda abandonou São Vicente, acompanhando o Bacharel de volta para Cananéia, por ocasião de sua expulsão em 1531. A respeito das suas atividades e patriarcado em São Vicente, nenhum documento chegou, melhor do que o relato de Diogo Garcia de Moguér. A carta deste navegante ao rei da Espanha, datada de 1527 e conhecida como “Memória de la Navegación”. Por este documento é possível, hoje, se fazer uma avaliação do grande comércio de escravos (índios), que se realizava, através do Porto de São Vicente, e também que o Bacharel e seus genros, Gonçalo da Costa, Francisco Chaves e outros, ainda deviam ser muito ricos, certamente participantes do tráfico de escravos e seguramente com ligação com Antonio Rodrigues e João Ramalho. O documento relata: “Memoria de la navegación que hice este viage en la parte del mar oceano desde que salíde la ciudad de La Coruña, que alli me fué entregada la armada por los officiales de S. M.que fué en el año de 1626”. (Mello Moraes – “Cronografia Histórica” – 1886, pá. 150 –transcrição integral)“...
Atualizado em 30/10/2025 22:34:59 O Padre Fernão Cardim, ao retornar de Roma trouxe a resolução de iniciar missões estáveis entre os carijós e até fundar uma Residência. Com esta finalidade, a 27 de março de 1605 partem de Santos os Padres João Lobato e Jerônimo Rodrigues, acompanhados de 7 nativos cristãos da aldeia de São Barnabé do Rio de Janeiro
• 1°. Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira) 1940
Atualizado em 30/10/2025 22:34:55 A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja
• 1°. Diáspora carijó / Migração tumpinambá Posteriormente o litoral, em face dos amplos recursos alimentares de que dispunha, serviu como polo de atração, abrigando populações diversificadas, e por um longo período de tempo. O povoamento do litoral teve início cerca de 2.500 aC., estendendo-se praticamente até a chegada dos europeus. Os grupos humanos, pescadores e coletores, pré-ceramistas, foram substituídos por grupos ceramistas, talvez agricultores, por volta do ano 1000. [p. 59, 1 do pdf] • 2°. Aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir" • 3°. Binot, o navegador francês levou consigo para a Europa Içá-Mirim, o filho de Arosca, ‘’Cacique dos Carijós’’ A 6 de janeiro de 1504 aportou a primeira expedição colonial, com a chegada do bretão Binot Paulmier de Gonneville, a bordo do "Espoir", ali permanecendo até 3 de julho. Numa pequena eminência à beira-mar, ele e seus companheiros levantaram uma cruz de madeira: realizou-se, ao toque de tambor e trombeta, a primeira celebração religiosa em terra catarinense. Retornando à França, Gonneville levou consigo o velho Namoa e o jovem Icá-mirim (Essomeric, afrancesado), filho do dos carijós, Arosca, sob o pretexto de "ensinar-lhe o uso da artilharia e fazer tudo quanto viam e ensinavam aos cristãos", prometendo trazê-lo de volta dentro de 20 luas, o que não foi cumprido. Em troca casou-o em 1521, aos 32 anos de idade, com sua filha Suzanne. Lageu-lhe parte de seus bens e deu-lhe o título de "Barão": um nobre carijó incluído na nobreza européia!Escreve W. Piazza que um neto de Içá-Mirim, Jean Paulmier de Gonneville, abraçou a carreira eclesiástica e chegou a ser Cônego da Catedral de Saint Pierre de Lisieux. Distinguiu-se pela sua alcunha e pelas viagens que realizou por diversos países da Europa, em missão diplomática. Em 1663 apresentou ao papa Alexandre XII a "Declaração de Viagem", acompanhada de um memorial, justificando um pedido para fundar uma missão cristã na terra austral. O Cônego de Gonneville queria ainda provar que a terra visitada em 1504 por seu antepassado tinha sido a Austrália! Icá-Mirim e Namoa, "emigrantes" brasileiros para terras europeias, fizeram o caminho inverso dos conquistadores que depois destruíram sua cultura e gente. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf] • 4°. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel Em 1514, aportou em Meiembipe (Ilha de Santa Catarina) a expedição comercial lusitana de Nuno Manoel e Cristóvão de Haro: trocaram o nome de Meiembipe pelo de "Ilha dos Patos"; posteriormente, toda a área circunvizinha foi conhecida como o "Sertão dos Patos". [Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf] • 5°. Expedição de Nuno Manoel Em 1514, aportou em Meiembipe (Ilha de Santa Catarina) a expedição comercial lusitana de Nuno Manoel e Cristóvão de Haro: trocaram o nome de Meiembipe pelo de "Ilha dos Patos"; posteriormente, toda a área circunvizinha foi conhecida como o "Sertão dos Patos". [Páginas 60 e 61, 2 e 3 do pdf] • 6°. Atlas Miller é evidência da "ilha Brasil", segundo Jaime Cortesão Pai Sumé é o enviado de Deus que prepara seu caminho, que prega a Boa-Nova, que anuncia o estabelecimento definitivo do Cristianismo. Neste sentido, Lebrón e Armenta, andarilhos por Mbiaça, Itapocu, Campo, Ubay e Pequiri, formam um mito metade realidade, metade idealidade. Efetivamente os nativos identificaram Armenta com Pai Sumé. [p. 64 e 65, 6 e 7 do pdf] • 7°. Uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires Conforme já afirmamos, São Francisco do Sul foi o berço de Santa Catarina e a primeira presença cristã e franciscana em território catarinense. Em 1537, uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires. Estava acompanhada de cinco franciscanos, tendo como superior Frei Bernardo de Armenta, natural de Córdova na Espanha. Dos outros frades se conhece o nome de Alonso Lebrón, natural das Ilhas Canárias. [Páginas 60, 61 e 62, 2, 3 e 4 do pdf] • 8°. Carta do Frei Bernardo a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas Em princípios de 1538, após infrutíferas tentativas de entrar no Rio da Prata, a nau Marañona foi arrastada pela tempestade e se refugiou no porto de São Francisco. Desembarcando com seus companheiros, Frei Bernardo de Armenta não perdeu tempo e iniciou o trabalho de Evangelização. Foi auxiliado por três espanhóis da expedição de Caboto que tinham ficado na terra catarinense e que conheciam a língua nativa. A 1° de maio de 1538 Frei Bernardo escreveu a Juan Bernal Diaz de Luco, do Conselho das Índias espanholas: "Isto aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los"´. Estas palavras deixaram os nativos muito impressionados. Esiguara desempenhara o papel de precursor. Em São Francisco, os frades encontraram este campo favorável devido a ele. Esiguara foi um tipo de pregador ambulante servindo-se de linguagem apocalíptica, que tão fundo calava na receptiva alma carijó. O campo estava fertilizado pela sua palavra. Também lhes ensinara entoar hinos e cânticos, através dos quais aprenderam a guardar os mandamentos e a ter uma só mulher de remota consanguinidade. Quando chegaram os espanhóis, náufragos da expedição de Alonso Cabera, os Carijós julgaram que fossem os irmãos dos discípulos de São Tomé. Receberam-nos com muito amor, levando-os para as suas aldeias, dando-lhes comida e bebida e varrendo os caminhos por onde andavam. Alguns discípulos de Esiguara receberam os frases com incrível alegria e chegavam a ser chatos, no dizer do Frei Bernardo, com tantos agrados que faziam. Continua o frade: "Tão grande é o número de batizados quase nada podemos fazer afora deste ministério. Nem para dormir ou comer há quase tempo. De boa vontade casam com uma só mulher e os que estavam acostumados a ter mais de uma, separam-se das outras. Os velhos, dos quais alguns tem mais de 100 anos, recebem com mais fervor a fé, e o que de nós aprendem, comunicam-no publicamente aos outros". Frei Bernardo de Armenta viu que sozinho não daria conta do ministério. Entusiasmado, pediu que fossem enviados pelo menos 12 confrades de vida apostólica das Províncias de Andaluzia e dos Anjos, conforme escreveu ao Dr. Juan de Bernal Diaz de Luco:"São tão grandes as maravilhas que Nosso Senhor realiza entre eles que não saberia contar, nem haveria papel suficiente para descrevê-las. Portanto, em nome daquele amor que Jesus Cristo teve pelo gênero humano em querer-nos redimir na preciosa árvore da Cruz, pois toda a sua obra foi para salvar e redimir almas, e aqui temos tão grande tesouro delas, peço que V. Mercê assuma esta empresa como sua e fale a S. Majestade e a esses senhores do Conselho, para que favoreçam tão santa obra, e o favor será que nos enviem 12 frades de nossa Ordem de São Francisco, que sejam acolhidos, e que S. M. os peça na Província de Andaluzia e na dos Anjos. E encarregue S. M. aos provinciais destas Províncias que enviem frades como Apóstolos. E, além disso, que S. M. envie um feitor seu que traga trabalhadores que não tenham ofício de conquistadores." Este último pedido é indicativo do projeto evangelizados de Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón: pedem lavradores que não sejam conquistadores, e missionários que não acompanhem a Conquista. Conforme anotaremos depois, os dois frades tinham muito claro que o anúncio do Evangelho não podia se resumir a um apêndice da obra conquistadora, incapaz de se livrar da violência e da morte. Estavam convencidos, igualmente, de que o trabalho apostólico ultrapassava a fronteira nitidamente religiosa e se deveria fazer muito para a promoção do nativo: "Venham também muitos camponeses com perito chefe agricultor, que mais proveitosos são do que os soldados, porque estes nativos devem ser convencidos pelo amor, não pelo ferro". Dá importância às ferramentas, às espécimes de gado, ovelhas, sementes de cana-de-açúcar, algodão, trigo, cevada e todas as qualidades de frutas, sem esquecer de contratar também mestres de açúcar, para montar engenhos. Inclui também artistas. Os lavradores que chegassem a São Francisco ou à Ilha de Santa Catarina deveriam estabelecer estreita colaboração com os nativos, que poderiam ajudá-los a plantar canaviais e lavrar as roças. A este projeto missionário deu o nome de "Província de Jesus". Podemos afirmar que, de um lado, Frei Bernardo de Armenta possuía entusiástico espírito apostólico e se achegou ao nativo sem preconceito, alimentado pelo amor e não pelo interesse; por outro lado, não escapou do projeto colonizador, ao pedir que chegasse agricultores andalusos para trabalhar as terras, das quais fatalmente os carijós passariam a ser servos, deixando de ser donos. Tal entusiamo fez com que o chefe da expedição temesse perder os frases. Por isso, proibiu-os de saírem da embarcação, o que não amedrontou a Armenta e Lebrón, que ameaçaram Cabrera de excomunhão por violar a liberdade eclesiástica, o Direito Canônico e os privilégios franciscanos, pois não tinha autoridade sobre eles, que não foram enviados pelo Rei e nem socorridos pela sua Fazenda. Quanto a eles, permaneceram no território catarinense, enquanto seus companheiros foram para o Rio da Prata. Então desceram ao sul, fundando uma missão entre os nativos carijós na região chamada Mbiaça (Laguna). Percorreram o litoral catarinense num raio de 80 léguas. [Páginas 60, 61 e 62, 2, 3 e 4 do pdf] 4.2 - O Mito do Pai Sumé Em sua carta a Juan Bernal Diaz de Luco, a 1° de maio de 1538, Bernardo de Armenta fala que Esiguara anunciava a seu povo que após ele "viriam os verdadeiros discípulos de São Tomé"." Isto que dizer que já estava vivo no meio carijó o mito Apóstolo Tomé que teria estado na América e anunciado a Evangelização posterior. Estamos diante de um mito cujo desenvolvimento supõe o encontro de três tradições: a dos primeiros cristãos americanos, a dos primeiros frades e a dos jesuítas. Os primeiros cristãos que chegaram à América devem ter utilizado o mito para convencer os nativos a aceitarem o Evangelho. No Paraguai, Perú, Bolívia já se tinha implantado o mito. Com a chegada de Frei Bernardo de Armenta e Alonso Lebrón, os nativos devem ter fundido neles a imagem mítica de São Tomé nas Américas. Os frades entendiam sua missão não como um trabalho estável, mas como preparação para a chegada de outros evangelizados, o que de fato ocorreu em 1539, com a chegada de seis franciscanos ao Rio da Prata. Isto confirmou as palavras que se colocavam na boca de São Tomé: "Chegaram outros sacerdotes em suas terras, e que alguns virão apenas rapidamente, pera logo retornar, mas que os outros sacerdotes, que chegarão com cruzes nas mãos, esses serão seus verdadeiros padres, e ficarão sempre com eles, os farão descer até o rio Paranapané, aonde farão duas grandes reduções, uma na boca do Pirapó e outra no Itamaracá". São exatamente os dos locais onde, naquele tempo, os jesuítas organizaram as reduções de Loreto e Santo Inácio. Neste momento já estamos diante da terceira tradição: a dos Jesuítas, que identificaram o mito do Pai Sumé (São Tomé) com os frades, com ele buscando legitimidade histórica e religiosa para seu trabalho. Pai Sumé é o enviado de Deus que prepara seu caminho, que prega a Boa-Nova, que anuncia o estabelecimento definitivo do Cristianismo. Neste sentido, Lebrón e Armenta, andarilhos por Mbiaça, Itapocu, Campo, Ubay e Pequiri, formam um mito metade realidade, metade idealidade. [Página 64, 6 do pdf] • 9°. Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel” Pero Corrêa foi o primeiro irmão recebido na Companhia pelo padre Leonardo Nunes, em São Vicente, em 1549. Português de nascimento, gastara bons anos de sua vida nas diversões, aprisionando e salteando nativos, mas era tipo em grande conta pela sua prudência. Era um dos principais moradores de São Vicente, e grande língua (intérprete) da terra. Em 1542 conseguiu a concessão de muitas terras, inclusivo da maior das três ilhas que estão diante de Peruíbe, para seu projeto de carga e descarga de naus. [Páginas 67 e 9 do pdf] • 10°. Acusação do Fiscal, Licenciado Villalobos, contra Cabeza de Vaca, em Madri, a 20 de janeiro de 1546 Acusação do Fiscal, Licenciado Villalobos, contra Cabeza de Vaca, em Madri, a 20 de janeiro de 1546: "Durante o caminho que Alvar Nuñes fez por terra, abandonou treze cristãos, dos quais dois morreram e os demais escaparam dizendo que eram filhos de Pai Sumé, que é o Comissionário Frei Bernardo de Armenta, frade da Ordem de São Francisco". [p. 64, 6 do pdf] • 11°. Irala teria chegado no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi Efetivamente os nativos identificaram Armenta com Pai Sumé. Apenas três citações: 1) Pedro Durantes: "Depois, nesta casa e nas outras que encontrei pelo caminho em seis jornadas que andei pelo Campo, me receberam bem pelo que lhes dava, e porque os nativos que andavam comigo diziam que eu era filho do Comissário a quem eles chamavam de Pai Sumé". • 12°. Sesmarias e gados de Pero Correa são doados aos jesuítas Pero Corrêa foi o primeiro irmão recebido na Companhia pelo padre Leonardo Nunes, em São Vicente, em 1549. Português de nascimento, gastara bons anos de sua vida nas diversões, aprisionando e salteando nativos, mas era tipo em grande conta pela sua prudência. Era um dos principais moradores de São Vicente, e grande língua (intérprete) da terra. Em 1542 conseguiu a concessão de muitas terras, inclusivo da maior das três ilhas que estão diante de Peruíbe, para seu projeto de carga e descarga de naus. Cansado e arrependido de sua vida de vícios e violências, decidiu consagrá-la a serviço dos nativos, dos quais tanto aprisionara e matara. Em 1553 doou todos os seus bens à Companhia. Em 1554 participou da missão fundadora de São Paulo de Piratininga, onde foi aluno de gramática de Anchieta. • 13°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi • 14°. Os jesuítas Pedro Correia e João de Sousa, acompanhados de um leigo, partem de São Vicente para a catequização dos índios de Cananéia, e ali acabam mártires no mês seguinte Neste mesmo ano, Nóbrega enviou-o, juntamente com os Irmãos João de Sousa e Fabiano de Lucena, para prosseguir a missão junto aos carijós. Sua primeira missão seria estabelecer a paz entre os tupis e carijós e iniciar a catequese entre os ibirajaras. Partiram a 24 de agosto de 1554 para Cananéa, onde doutrinaram os nativos e livraram da morte um castelhano e um nativo cristão. A 6 de outubro seguiram para a terra carijó. [p. 67, 9 do pdf] • 15°. Por isso deixou aí um Irmão para os ensinar, e ele, indo mais longe, partiu para outras nações a 6 de Outubro de 1554. Tanto o queriam seguir os Índios, mesmo em território inimigos, que quiserem cortar o cabelo à maneira dos cristãos e ir com ele como servos A 6 de outubro seguiram para a terra carijó. Estavam eles entre os nativos pregando o Evangelho e a paz quando, em novembro, apareceram dois intérpretes, o espanhol acima citado e outro português. O espanhol era conhecido dos jesuítas de São Vicente, por haver sido salvo quando, com uma concubina carijó, era prisioneiros dos tupis. Apesar de ter sido salvo de morte certa pelos jesuítas, o espanhol lhes devotava ódio mortal pois o tinham separado de sua concubina, que se casara com outro em São Vicente. Para ele, chegara o momento da vingança: começou a embaraçar a missão de Pero Corrêa e João de Sousa, incitando os carijós à guerra contra os tupis. • 16°. No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder." No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder."É do Padre Inácio de Siqueira, em 1635, a poética descrição da Laguna: "Chama-se este porto de Laguna, porque, como nele se ajuntam quatro rios caudais, para ir beber no oceano por uma só boca, e esta seja muito estreita, é força que hajam as águas de esperar vez e represar a sede, que trazem, de beber no salgado, por espaço de seis ou sete léguas, até que o mar dá entrada ao rio, que mais quer ainda, que as águas se vão todas de mistura. A esta represa, que aqui fazem os rios, chamam os carijós Alagoa. Toda a barra é muito dificultosa assim ao entrar como sair, e como nós não levávamos piloto, que lá tivesse entrado, foi o desejo que nos meteu de dentro mediante a divina graça." [p. 68 e 69, 10 e 11 do pdf] • 17°. Ainda não chegou nada aos Jesuítas* Esperavam os jesuítas descer com uns três ou quatro mil nativos e para isso escrevem a Salvador Correa de Sá pedindo farinha a embarcações de alto bordo até outubro de 1618. Mas até janeiro do ano seguinte não chegou nada, por culpa de alguns moradores de São Vicente e de Cananéa, que queriam a qualquer preço acabar com a missão. Quando esses perceberam que, mesmo assim, os padres iriam viajar com os carijós, enviaram duas canoas, uma antes e outra ao mesmo tempo, com recados para seus "compadres" como o grande Tubarão, o Conta-Larga, o Papagaio, o Grande Anjo. Os recados falsos diziam que os padres iriam buscar os nativos para os repartir, levar para Portugal e outras terras mais distantes, vendê-los e maltratá-los. E chegaram ao desplante de se dizerem emissários de Salvador Corrêa de Sá e de seu filho. E influenciaram os nativos, que voltaram atrás, mas pedindo que os padres ficassem com eles ou mandassem outros. Com muita tristeza, João Fernandes Gato e João de Almeida se despediram. Junto viajaram embaixadores dos nativos, para pedirem outros sacerdotes ao provincial Simão de Vasconcelos. Chegaram ao Colégio do Rio de Janeiro em 23 de março de 1619. • 18°. Chegaram a Laguna • 19°. Falecimento • 20°. Partiram O Padre Carneiro insistiu com eles para que fretassem um dos barcos até Cananéa, pois assim a viagem seria menos longa e penosa. Com desprezo, negaram o pedido.Partiram a 14 de julho, no mesmo dia, chegando à Enseada das Garoupas (Porto Belo), onde se abasteceram de peixe e outros produtos que ali se encontravam com mais facilidade. Permaneceram nas Garoupas 9 dias, quando tiveram que se dividir: o Padre Antonio de Araújo e o Irmão Francisco de Morais iriam por terra, com 220 almas e as canoas para os mantimentos e as passagens dos rios; e os padres Francisco Carneiro e Manuel Pacheco, na barca, com 185. Esses últimos partiram a 24 de julho, chegando à Cananéa no dia 28, onde se detiveram por 23 dias, sendo muito bem acolhidos pelos moradores. [A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja. Página 70, 12 do pdf] • 21°. Últimos partiram Esses últimos partiram a 24 de julho, chegando à Cananéa no dia 28, onde se detiveram por 23 dias, sendo muito bem acolhidos pelos moradores. • 22°. Chegaram à Cananéa Esses últimos partiram a 24 de julho, chegando à Cananéa no dia 28, onde se detiveram por 23 dias, sendo muito bem acolhidos pelos moradores. Novamente se colocou o problema de uma embarcação. Tentaram em Santos, junto ao Padre Francisco da Silva, Vigário da Vara. Este, porém, exigiu um preço muito alto, o que faria a viagem importar em inexistentes 400 cruzados. Por fim, dois moradores cederam gratuitamente suas embarcações. Chegando Em Santos, viram o pouco gosto dos moradores pelo fato de os nativos serem levados para o Rio, quando seria melhor para suas fazendas que ficassem por ali mesmo. [Página 70, 12 do pdf] • 23°. Padre Jesuíta Roque Gonzálies de Santa Cruz é morto pelo Cacique Nheçu • 24°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre
Atualizado em 30/10/2025 22:35:01 Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira)
• 1°. Carta do P. Leonardo Nunes ao P. Manuel da Nóbrega • 2°. “O irmão Pedro Correia é aqui grande instrumento para por ele Nosso Senhor obrar muito, porque é virtuoso e sábio, e a melhor língua do Brasil” • 3°. Carta de Luis da Grã • 4°. “dispensas de todo o direito positivo mormente para os que se convertem à fé de Cristo” • 5°. Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga” • 6°. “vendo eu isto logo em seu princípio, cuidei de dor perder o siso, e assim como desesperado de poder na terra nem com os cristãos nem com o gentio fazer fruto, me fui com V.M. a São Vicente, correndo a costa, desabrindo a mão de tudo” • 7°. O Padre Fernão Cardim, ao retornar de Roma trouxe a resolução de iniciar missões estáveis entre os carijós e até fundar uma Residência. Com esta finalidade, a 27 de março de 1605 partem de Santos os Padres João Lobato e Jerônimo Rodrigues, acompanhados de 7 nativos cristãos da aldeia de São Barnabé do Rio de Janeiro • 8°. Chegados a Cananeia • 9°. Partida de Cananeia • 10°. Partiram estando o mar muito quieto e o dia sereno • 11°. Batizado do nativo "Fernão Cardim" • 12°. Partida • 13°. A Missão dos Carijós 1605-1607 - Relação do P. Jerónimo Rodrigues • 14°. Estrada Real - Brasil - Facebook
Atualizado em 30/10/2025 00:13:13 “empenhado na abertura de caminho por terra ligando a vila aos campos de Boigi. O acesso a essa área só era possível pelos rios”
Atualizado em 30/10/2025 22:35:01 No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder."
• 1°. A Evangelização em Santa Catarina. Parte I: Vida e Morte no Mundo dos Carijós (1500-1650), 1996. Padre José Artulino Besen, professor de História da Igreja 1996 No dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1605, celebraram a primeira missa naquela terra. E escreve o Padre Jerônimo: "Tomou-se posse, da parte de Deus, de gente que o demônio tantos mil anos tinha em seu poder."É do Padre Inácio de Siqueira, em 1635, a poética descrição da Laguna: "Chama-se este porto de Laguna, porque, como nele se ajuntam quatro rios caudais, para ir beber no oceano por uma só boca, e esta seja muito estreita, é força que hajam as águas de esperar vez e represar a sede, que trazem, de beber no salgado, por espaço de seis ou sete léguas, até que o mar dá entrada ao rio, que mais quer ainda, que as águas se vão todas de mistura. A esta represa, que aqui fazem os rios, chamam os carijós Alagoa. Toda a barra é muito dificultosa assim ao entrar como sair, e como nós não levávamos piloto, que lá tivesse entrado, foi o desejo que nos meteu de dentro mediante a divina graça." [p. 68 e 69, 10 e 11 do pdf] ver mais • 2°. “São Vicente Primeiros Tempos”. Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Vicente 2006 O historiador Pedro Calmon, em obra já citada, Vol.2, pág.571 nos mostra que: “Abaixo ficava a costa dos carijós, ou entre o território dos Arachãs (litoral do Rio Grande) e Santa Catarina, dos Patos, com Paranaguá e São Francisco do Sul, baías freqüentadas pelos barcos castelhanos, e Laguna, onde chegavam os traficantes à procura do índio Tubarão, péssimo sujeito, como diz, em 1605 o Padre Jerônimo Rodrigues. Tubarão reatou o comércio de escravos do Bacharel de Cananéia, contemporâneo das primeiras expedições.” Este trecho sugere que o Bacharel de Cananéia continuou o seu comércio de escravos na área, comércio este retomado depois pelo índio Tubarão. Outra indicação parece ser que o Bacharel continuou as suas atividades depois de ter sido expulso de São Vicente em 1531. ver mais
Atualizado em 30/10/2025 22:35:01 A Missão dos Carijós 1605-1607 - Relação do P. Jerónimo Rodrigues
• 1°. Novas Cartas Jesuíticas (De Nóbrega a Vieira) 1940
Atualizado em 30/10/2025 22:35:00 Chegaram
Atualizado em 30/10/2025 22:34:54 Passando por ali, em 1605, os Padres João Lobato e Jerónimo Rodrigues, indo para os Carijós, entregaram ao "mordomo de Nossa Senhora uma esmola de azeite e uma guarda rica com um rosário de cristal, cujos extremos e cruz eram de ouro, que lhe mandou um João de Alvarenga"
Atualizado em 30/10/2025 22:34:51 “Abaixo ficava a costa dos carijós, ou entre o território dos Arachãs (litoral do Rio Grande) e Santa Catarina, dos Patos, com Paranaguá e São Francisco do Sul, baías freqüentadas pelos barcos castelhanos, e Laguna, onde chegavam os traficantes à procura do índio Tubarão, péssimo sujeito”
• 1°. “São Vicente Primeiros Tempos”. Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Vicente 2006 Sobre o Brasilbook.com.br |