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Cosme Fernandes Pessoa
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  Cosme Fernandes Pessoa
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“História de Santos”. Francisco Martins dos Santos
1937. Atualizado em 23/10/2025 15:54:11
 Família (4): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (cunhado , 1495-1589), Francisco de Chaves (genro/nora , 1500-1600), Mestre Bartolomeu Gonçalves (cunhado , 1500-1566), Piqueroby (sogro , 1480-1552)

• Cidades (9): Araçoiaba da Serra/SP, Iguape/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
• Temas (29): Assassinatos, Beneditinos, Calçada de Lorena, Caminho do Mar, Cristãos, Curiosidades, Descobrimento do Brazil, Estradas antigas, Gentios, Geografia e Mapas, Graus, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Guerra de Iguape, Ilha de Barnabé, Jurubatuba, Geraibatiba, Morpion, Morro do São Jerônimo, N S do Desterro, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Montserrate, Nossa Senhora do Desterro de Santana de Parnaíba, Ouro, Pela primeira vez, Porcos, Rio da Prata, São Paulo de Piratininga, Tordesilhas, Vila de Santo André da Borda

Fontes (0 de )
Registros mencionados
• 1. A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel
12 de outubro de 1514

Fique cérto, todavia, que, Acreditamos que o commandante dessa expedição tenha sido mesmo André Gonçalves, porquanto D. Nuno linha por occasião da partida da Armada, acabado de perder o irmão, grande válido do Rei D. Manoel, que por isso mesmo havia de lhe respeitar a dor, e mais, porquê em Outubro de 1502, poucos dias portanto, apóz o retorno da mesma expedição, seguia D. Nuno Ma- noel no séquito do rei de Portugal acompanhando-o a São Thiago de Compostella, na Galliza, como seu Almotacé-Mór, o que não seria natural se elle ainda estivésse sob as canseiras de semelhante viagem ao Brasil. se D. Nuno não veio desta vez ao Brasil, veio pelo menos em 1514 com Ghristovam do Haro, trazendo como piloto a João de Lisboa; e, Capistrano de Abreu diz ainda ser provável que tenha sido elle o capitão-mór da fróta de 1506 (2), e, nesse caso, trazendo como pilotos a Vasco Gallego de Carvalho e João de Lisboa. Quanto a Antonio Rodrigues, ao que já se acha divulgado a seu respeito, accrescentaremos que a sua vinda déve prender-se á Armada de D. Nuno Manoel, Christovam do Haro e João de Lisboa, de 1514, viagem citada por Capistrano de Abreu, á pag. 60 da sua importante óbra "O descobrimento do Brasil", a não ser que se pretenda, que também Rodrigues, tenha sido um dos elementos da expedição de Sólis, o infortunado descobridor do "rio da prata", o que é tão acceitavel quanto a primeira hypóthese.
• 2. “Estas ilhas (São Vicente e Santo Amaro), os portugueses crêem ficar no continente que lhes pertence, dentro da sua linha de partilha; eles porém se enganam
1530

O ponto de interferência entre o meridiano de Tordesilhas e a cósta brasileira, nunca foi bem determinado no Sul, surgindo dessa incerteza as constantes questões verificadas, com penetrações portuguezas sobre território hespanhol e hespanhólas sobre território portuguez.

Para muitos o ponto de interferência em apreço, ficava sendo a baia da atual Laguna/SC; porem, em 1530, em seu "YSLARIO", Alonso de Santa Cruz, dirigindo-se ao Rei da Hespanha, dizia que o mesmo ponto ficava situado, conforme verificações feitas antes por geógraphos e cartógraphos caste- lhanos, nas "Sierras de San Sebastian", pouco aquém da atual ilha do mesmo nóme.

Que ele, entretanto, nunca foi bem determinado e reconhecido, quér por uma quer por outra das partes, ahi estão para o provar essa declaração do oficial de Caboto, e a ordem de D. João III, do mesmo ano de 1530, a Martim Affonso de Souza, para que partisse a explorar m regiões austrais do Brasil "e o Rio da Prata!!"
• 3. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
3 de dezembro de 1530

Em 1650 verifica-se a fundação do Mosteiro de São Bento, efetuada na própria capela de Nossa Senhora do Desterro, capela referida anteriormente e que existia ao que parece desde os anos 1620, em terras que haviam pertencido a Mestre Bartholomeu Fernandes ou Gonçalves, o famoso ferreiro, vindo na Armada de Martim Afonso, e cujo filho Bartholomeu Fernandes Mourão doou-a á Ordem Beneditina.

Em 1656, a 27 de abril, a Igreja do Monte Serrate, edificada em 1602 por D. Francisco Souza, era doada aos beneditinos. (Página 268)
• 4. Diário de Pero Lopes
17 de agosto de 1531

O "bacharel" Méstre Cosme, recebeu em seu retiro de Iguapé, no mesmo ano de sua retirada, em 1531, a visita de Martim Affonso, feita em Agosto, ocasião em que, Francisco de Chaves acompanhando Pero Lobo, partiu chefiando a infortunada bandeira de Cananéa, e ali aguardou apenas o tempo suficiente para amadurecer a desforra projectada ás injustiças e iniqüidades que sofrera.
• 5. Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532

Pero Capico, na Carta de Sesmaria e Auto de posse das terras de Pero de Góes, em 1532, diz o seguinte:

"... fui eu escrivão ás ditas terras com o dito Pedro de Góes e lhas divisei e demarquei, puz todos os nómes das mais terras e confrontações, E LEVEI COMMIGO A JOÃO RAMALHO E ANTONIO RODRIGUES, LÍNGUAS DESTA TERRA, Já DE QUINZE E VINTE ANNOS ESTANTES NESTA TERRA, e conforme o que elles juraram assim fiz o assento."
• 6. Concessão a Bras Cubas / Pascoal Fernandes e Domingos Pires já tinham estabelecido, a leste do ribeiro de São Jerônimo, depois chamado de “Montserrate”
25 de setembro de 1536

PALAVRAS NECESSÁRIAS existem obras mais officiaes no momento, como todos sabem, do que as Corographias do Brasil do Snr. Mário da Veiga Cabral e a Geographia de J. M. Lacerda, adoptadas como são em todos os collégios do Brasil, em todas as escolas militares e superiores e no Gymnasio Pedro II do Rio de Janeiro. Pois bem, nessas obras, tratando do Estado de S. Paulo, dizem os seus autores, que a cidade de Santos foi fundada por Braz Cubas a 25 de Setembro de 1536!

Quantos milhares de alunos, contados pelos milhares de exemplares já vendidos das referidas óbras (mais de 200.000 ou 300.000) aprenderam assim nas escolas apontadas? E no entanto, a 25 de Setembro de 1536, estava Braz Cubas, pacatamente, na cidade de Lisboa, diante do Tabelião da cidade, do Escrivão, de Da. Anna Pimentel, mulher e procuradora de Martim Affonso, e das testemunhas legais, recebendo em doação as terras de Jurubatuba e Ilha Pequena (actual Barnabé), fronteiras á futura Santos, de onde só voltaria ao Brasil, para tomar posse delas, quatro anos depois, no ano de 1540, como se lê no respectivo Auto de Posse daquele anno!"... logo fez ao dito Braz Cubas livre e pura irre- vogável doação entre vivos valedoira deste dia para todo o sempre para elle e para todos os seus herdeiros e successores que depois delle viérem, DE TODA A TERRA QUE TINHA E POSSUÍA NO BRAZIL UM HENRIQUE MONTES, QUE MATARÃO NO BRAZIL, a qual terra está na Povoação de São Vicente do dito senhor Martini Affonso e a ditta terra poderá ser de grandura de duas legoas e meia pouco mais ou menos... e que está onde chamão JARABATYBA, assim que pelo braço de mar dentro E MAIS LHE FAZ DOAÇÃO DE HUA ILHA PEQUENA QUE LHE ESTA" JUNTA DA DITTA TERRA QUE OUTRO SIM ERA DO DITTO HENRIQUE MONTES... POSTO QUE 0 DITO HEN- RIQUE MONTES TINHA DO DITTO SENHOR MAR- TIM AFFONSO SEM TER DELLE ESCRIPTURA, etc..." Neste importantíssimo documento, tão pouco debatido pelos nossos historiadores, vemos confirmado o assassi- nato de Henrique Montes, algum tempo antes daquelle anno de 1536 e o seu domínio sobre as mesmas terras da ilha, onde, no depoimento de Alonso de Santa Cruz, OS PORTU- GUESES CRIAVAM PORCOS alguns annos antes da vinda de Martim Affonso.

Cayubi e Piqueroby, os dois grandes chéfes guaianazes, não approváram as felonias praticadas contra seu amigo comraum "o bacharel", e não collaboráram na obra inicial da colonisação affonsina.Cayubi retirou-se temporariamente para o fundo das serras evitando contacto com os portuguezes e hostilisando os primeiros agricultores, como vemos na escriptura de 25 de Setembro, acima transcripta, e Piqueroby acompanhou com uma parte da sua gente, o " bacharel" Mestre Cósme em sua retirada para a região de Iguapé. [Página 67]

PUBLICA FORMA OFFBRECIDA AO INSTITUTO HISTOUICO DE S. PAULO PELO SÓCIO 3Í. PEREIRA GUIMARÃES XXIVQuanto á ilha Barnabé (antiga ilha Pequena, depois ilha de Braz Cubas, depois ainda ilha dos Padres e por fim ilha Barnabé) esta sim, podemos garantir, sempre foi tradicionalmente habitada, povoada e plantada, desde antes de 1532 Pela gente do "bacharel"; de 1532 a 1534 por Henrique Montes, de 1537 a 1540, com intervallos, por João Pires Cubas, de 1540 em diante por Braz Cubas (como se vê pela es- criptura de 25 de Setembro de 1536, transcripta ao final desta óbra), depois pelos padres do Carmo, e assim pelo tempo a dentro até que Barnabé Vaz de Carvalháes, que no século passado foi Presidente da Camara de Santos e vereador algumas vezes, nella residiu e teve fazenda, deixando-lhe o nóme. [Página 98]
• 7. Desde os anos 1620, em terras que haviam pertencido a Mestre Bartholomeu Fernandes ou Gonçalves, o famoso ferreiro, vindo na Armada de Martim Afonso, e cujo filho Bartholomeu Fernandes Mourão doou-a á Ordem Beneditina
1620

Em 1650 verifica-se a fundação do Mosteiro de São Bento, efetuada na própria capela de Nossa Senhora do Desterro, capela referida anteriormente e que existia ao que parece desde os anos 1620, em terras que haviam pertencido a Mestre Bartholomeu Fernandes ou Gonçalves, o famoso ferreiro, vindo na Armada de Martim Afonso, e cujo filho Bartholomeu Fernandes Mourão doou-a á Ordem Beneditina.

Em 1656, a 27 de abril, a Igreja do Monte Serrate, edificada em 1602 por D. Francisco Souza, era doada aos beneditinos. (Página 268)
Registros mencionados (64)
1198 - Primeiro registro da palavra “Brasile” [22627]
22/08/1424 - Mapa existente na biblioteca do Duque de Weimar exibe as Antilhas [22616]
1438 - Relato de João de Barros [22611]
1473 - Colombo [28279]
25/06/1474 - Carta de Toscanelli a Fernão Martins [29338]
1489 - Mapa de Henry Martelli [22622]
07/06/1494 - Tratado de Tordesilhas [8421]
02/07/1494 - Ratificado o Tratado de Tordesilhas em Setúbal [22619]
13/11/1499 - A esquadra, composta por quatro caravelas, zarpou de Palos de la Frontera [29131]
27/04/1500 - Desembarcára com o piloto do Capitão Mór e com o de Sancho de Tovar, na terra que acabavam de descobrir, fazendo nella a prova do descobrimento anterior [22623]
01/05/1500 - Cartas de Caminha e do Mestre João Emenelau Farás [7461]
09/07/1501 - Carta do rei dom Manuel, datada de Sintra, anunciando aos príncipes católicos o descobrimento da terra de Santa Cruz, por Pedro Álvares Cabral [11318]
07/08/1501 - Chegou a Armada de Vespucio á costa brasileira [22632]
16/08/1501 - A esquadra portuguesa de André Gonçalves e Américo Vespúcio, vinda de Lisboa, avista o cabo a que se deu o nome de São Roque [11670]
28/08/1501 - A esquadrilha de André Gonçalves entra no Rio de São Francisco [11792]
18/10/1501 - Carta de Pietro Pascuáligo [22617]
06/01/1502 - Descobrimento de Angra dos Reis por André Gonçalves e Américo Vespúcio [9805]
07/09/1502 - André Gonçalves e Américo Vespúcio chegam a Lisboa depois de terem feito a primeira exploração do litoral brasileiro, do cabo de São Roque a Cananéia. [11875]
01/01/1503 - "Historia De Santos" Francisco Martions dos Santos [22607]
10/05/1503 - Resolveu El-Rei D. Manoel nova expedição, sob o comando de Gonçalo Coelho, com o titulo de capitão-mór [21936]
1506 - Expedição de Nuno Manoel [22641]
1510 - Fundação do primeiro povoado de São Vicente [22639]
22/03/1511 - Parte do porto de Lisboa a nau Bretoa, de que era capitão Cristóvão Pires, escrivão Duarte Fernandes e piloto João Lopes de Carvalho, quem depois acompanhou a Fernando de Magalhães na primeira viagem de circunavegação do globo [12933]
12/10/1514 - A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel [22695]
01/01/1516 - Cristóvão Jacques, no comando de duas caravelas, foi encarregado do patrulhamento da costa brasileira, a fim de desestimular incursões de corsários franceses [22407]
1520 - Caminho do Peabiru [22398]
1525 - Relato de João de Barros [22610]
1526 - De 1525 a 1541 haviam quatro portos [22599]
16/07/1526 - Pero Capico volta a Portugal [22413]
01/01/1527 - Chegada de Diogo Garcia de Moguer [21461]
1527 - Pero Capico deixa o Brasil [22648]
26/10/1528 - Posse de Antonio Ribeiro [22644]
1530 - Resolve voltar a Portugal e para isso obtém passagem a bordo da “Nossa Senhora do Rosário”, nau capitânia de Diogo Garcia de Moguér [22399]
1530 - Armada de Sebastião Caboto passa pela ilha de Santo Amaro [22065]
1530 - “Estas ilhas (São Vicente e Santo Amaro), os portugueses crêem ficar no continente que lhes pertence, dentro da sua linha de partilha; eles porém se enganam [22403]
01/08/1530 - Gonçalo da Costa chega a San Lucas de Barrameda em fins de agosto* [22400]
20/09/1530 - Verificada a recusa não declarada de Gonçalo da Costa às propostas do rei, e a sua retirada para a Espanha, o rei de Portugal se apressou em escrever a Martim Afonso de Sousa [22404]
16/11/1530 - Segundo alguns historiadores, a prova da traição de Henrique Montes seria a “pressa” com que o rei D. João o nomeou Provedor dos Mantimentos da armada [22405]
03/12/1530 - A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa [12955]
01/07/1531 - Mestre retira-se para Iguape* [22646]
17/08/1531 - Diário de Pero Lopes [11623]
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
1533 - Adorno assassina Henrique Montes [22649]
01/09/1534 - Armada parte para fundar Buenos Aires [22401]
01/03/1536 - Fundação de Buenos Aires* [21887]
25/09/1536 - Concessão a Bras Cubas / Pascoal Fernandes e Domingos Pires já tinham estabelecido, a leste do ribeiro de São Jerônimo, depois chamado de “Montserrate” [12063]
10/08/1540 - Terras para Bras Cubas [22539]
17/12/1548 - Regimento (instruções) dado por dom João III a Tomé de Sousa, primeiro governador-geral nomeado para o Brasil: “Primeira Constituição do Brasil” [12815]
01/01/1553 - Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei [25214]
03/04/1555 - Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei escrita de São Salvador da Bahia [22690]
1557 - História Geral das Índias Ocidentais, Frei Antonio de São Romão [28057]
31/03/1560 - Rio de Janeiro, São Vicente ou Santos: Onde estava Mem de Sá? [10473]
1594 - Diálogos da Varia História [27158]
02/08/1599 - “Estando em Biraçoyaba, passou ordem ao provedor Braz Cubas, para fazer cobrar 200$000 do fiador dos flamengos João Guimarães e Nicolau Guimarães, para as despezas que estavam fazendo com a gente do trabalho, com que se achava naquelas minas e com os soldados de infantaria que o acompanhavam” [22452]
1600 - Tordesilhas [27854]
1602 - a Igreja do Monte Serrate, edificada em 1602 por D. Francisco Souza [24911]
1620 - Desde os anos 1620, em terras que haviam pertencido a Mestre Bartholomeu Fernandes ou Gonçalves, o famoso ferreiro, vindo na Armada de Martim Afonso, e cujo filho Bartholomeu Fernandes Mourão doou-a á Ordem Beneditina [21463]
27/04/1656 - Em 1656, a 27 de Abril, a Igreja do Monte Serrate, edificada em 1602 por D. Francisco de Souza, éra doada aos benedictinos [23809]
1675 - História da Nova Luzitânia, Brito Freire [27858]
1681 - Em 1681, governando a Capitania o Capitão-Mór Diogo Pinto do Rego, o famoso paulista Lourenço Castanho Taques com Luiz P. Penedo e João Francisco Veigas assignaram um contracto [22691]
1728 - Évora Gloriosa [27352]
13/01/1750 - Fernando VI da Espanha e Dom João V de Portugal assinam Tratado de Madrid [8186]
1775 - O Capitão-General Martim Lopes Lobo Saldanha, foi quem mandou, depois de 1775, construir o primeiro aterrado que houve entre os rios Grande e Pequeno [22692]
1798 - NOTICIAS DOS ANNOS EM QUE SE DESCOBRIU O BRASIL [28004]





  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:40:01º de 313
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16 de setembro de 1881, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:45:57
Sepultura de Sardinha
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (2): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541)
•  Temas (2): Pirâmides, Cemitérios
Anais da Biblioteca Nacional (RJ) - 1876 a 2018 p. 1463
Data: 1881
Créditos: Anais da Biblioteca Nacional (RJ) - 1876 a 2018
    3 fontes
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  Cosme Fernandes Pessoa
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8 de março de 1656, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:45:58
Testamento de Maria Albernaz
•  Cidades (1): São Paulo/SP
•  Pessoas (1): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620)




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  23/10/2025 17:24:25º de 313
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3 de agosto de 1641, sábado
Atualizado em 04/11/2025 07:45:59
Juiz dos órfãos “mandou a aprazimento dos herdeiros do dito defunto botar de fora uma saia de pano apassamanado que o dito defunto tinha dado a sua filha Barbara Alves quando se casou ...” e os herdeiros “todos juntos disseram que haviam por bem se desse a dita saia a dita Barbara Alves”...
•  Cidades (1): São Vicente/SP
•  Pessoas (2): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), Clemente Álvares (72 anos)
    2 fontes
  0 relacionadas




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  23/10/2025 17:24:25º de 313
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27 de junho de 1641, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:01
Deixa uma casa sobrado / Terras em Birasoyaba / 14 anos do exame das minas de ouro
•  Cidades (4): Araçoiaba da Serra/SP, Ivaiporã/PR, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (4): Álvaro Rodrigues do Prado (48 anos), Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), Clemente Alvares Tenório (25 anos), Clemente Álvares (72 anos)
•  Temas (8): Bituruna, vuturuna, Dinheiro$, Jatuabi, Metalurgia e siderurgia, Milho, Ouro, Santa Ana das Cruzes, Serra de Araçoiaba
    2 fontes
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    Registros relacionados
18 de maio de 1566, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 19:11:47
1°. "(..) o qual marco é uma pedra grande que está deitada desde seu nascimento, na qual foi feita por João Vieira uma cruz (..); outra pedra talada que assim talou o mesmo João Viera e fez outra cruz em cima; (...) ao pé de uma árvore grande (...) e foi feito pelo dito João Vieia como marco uma cruz; (...) sobre uma grande pedra que ali estava deitada, uma cruz foi feita pelo dito João Vieira e saindo do mato em uma rossa do Mestre Bartholomeu está uma pedra grande com umas pancadas de machado, foi feito uma cruz pela mãos do Sr Capitão Brás Cubas (...)"




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:36:31º de 313
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27 de junho de 1637, sábado
Atualizado em 04/11/2025 07:46:01
Iniciado nessa vila o inventário de Brás Glz
•  Cidades (1): São Paulo/SP
•  Pessoas (1): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620)




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:36:30º de 313
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20 de dezembro de 1636, sábado
Atualizado em 04/11/2025 07:46:01
Inventário de Pascoal Neto, Filho bastardo de Álvaro Neto
•  Cidades (1): Rosana/SP
•  Pessoas (3): Antônio Raposo Tavares (38 anos), Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), João Nunes Bicudo
•  Temas (1): Ibirapariyara (Jesus Maria de Ibiticaraíba)




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  31/10/2025 18:15:04º de 313
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Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XIV
1909. Atualizado em 17/08/2025 01:25:42
 Família (1): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (cunhado , 1495-1589)

• Cidades (5): Carapicuiba/SP, Santos/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP
• Temas (55): “o Rio Grande”, Apiassava das canoas, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Caminho São Paulo-Santos, Caminhos até São Vicente, Canôas, Capitania de Minas Gerais, Capitania de São Paulo, Córrego Supiriri, Cruzes, Dinheiro$, Enguaguassú, Estrada Vergueiro, Estradas antigas, Fazenda Ipanema, Ferrovias, Gentios, Geografia e Mapas, Goayaó, Inhayba, Ipiranga, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Metalurgia e siderurgia, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Montanhas, Nheengatu, NS do Carmo de Santos, O Sol, Piaçaguera, Pontes, Porto das Almadias, Portos, Pouso Alto, Rio Anhemby / Tietê, Rio Cubatão, Rio Cubatão em Cubatão, Rio dos Couros, Rio dos Meninos, Rio Geribatiba, Rio Goyaó, Rio Mogy, Rio Pinheiros, Rio Tamanduatei, Rio Ururay, Rio Ypiranga, São Paulo de Piratininga, Serra de Cubatão , Serra do Mar, Taperovira, Ururay, Vila de Santo André da Borda, Ybyrpuêra

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Registros mencionados
• 1. Martim Afonso concede sesmarias
10 de outubro de 1532

Antes, porém, de transcrevermos os trechos daquela sesmaria, devemos declarar que encontramos no convento do Carmo de Santos, num maço de documentos que serviram a frei Gaspar para documentação de seus trabalhos históricos, os autos do processo que Braz Cubas, intentou contra os herdeiros de Pedro de Góes, a respeito dessa sesmaria que ai vem na íntegra, mas que difere, na parte referente ás linhas divisórias com o que vem transcrito nos Apontamentos de Azevedo Marques.

Segundo este último escritor, a sesmaria de Pedro de Góes foi concedida com a seguinte confrontação...

"Hei por bem lhe dar e doar as terras de Taquararira com a serra da Taperovira que está da banda onde nasce o sol com as águas vertentes com o rio Jarabativa, o qual rio e terras estão defronte a ilha de São Vicente donde chamam Goyayo, a qual terra subirá para a serra acima até o cume e dai a buscar o Capetevar, e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda norte e por ele abaixo até ygoar por terra em outro rio que tem ai o outeiro e dai tornará dentro a um pinhal que está da banda do campo Gioapê e dai virá pelo caminho que vem de Piratininga, e entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mororê e dai dentro no pé da serra de Ururay e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramacoara e então pelo rio São Vicente a entestar coma dita serra de Taperovira donde começou a partir..."

No manuscrito de Frei Gaspar, vem descrito do seguinte modo:

"... Hei por bem dar e doar as terras de Taquaraopara como será de Tapirovira que está da banda donde nasce o sol com as águas vertentes com o rio Geribatiba, o qual rio e terras estão defronte da ilha de São Vicente onde chama Guassú a qual terra sairá por a serra acima até ao cume, e dai embeiçará com o Poterim e dai virá entestar com o rio adiante que está da banda do norte e por ele abaixo até yguar por terra com outro rio que tem ai o outeiro, dai tornará dentro a um pinhal que está dentro do campo Ijabapé, dai virá pelo caminho que vem de Piratininga entestar com a serra que está sobre o mar e dai por uma ribeira que vem pelo pé da serra que chamam Mororé e ai dentro ao pé da serra Ruirinai e virá dentro por este rio a entestar com a ilha Caramaquera e então pelo rio São Vicente tornará e entestar com a dita serra de Tapirovira donde começou a partir..."

O donatário fizera, concessão a Pedro de Góes das terras de Taquararira, situadas entre a ilha de São Vicente ou Guassú (Engaguassú) e o rio Jabaratyba como vem nos Apontamentos ou Geribatiba como reza o manuscrito e cuja grafia hoje é Jurubatuba também chamado Rio Grande ou Pinheiros.

O ponto inicial das divisas é a barra do rio Jurubatuba de Santos, bem distinto do outro de igual nome afluindo para as águas salgados no largo de Santa Rita. Dai ela subia pela serra da Taquararíra deixando á esquerda o vale do Quilombo e as águas de Jurubatuba. Ao chegar ao alto da serra do Paranápiacaba "ia buscar o Capetevar" ou embeiçar para o Poteriu, que pela disposição topográfica local deve ser o ponto mais alto do contraforte denominado Mourão, que como se sabe pe por onde desce a linha Inglesa e cuja maior elevação fica fronteira á estação do Alto da Serra.

Desse ponto a "entestar com o rio que está da banda do norte" (está da banda e não que core nesse rumo) o que é perfeitamente aplicável ao outro Jurubatuba atualmente conhecido com o nome de Grande ou Pinheiros. Segue por esse rio "abaixo até ygoar (?) por terra (?) em outra que tem ai o outeiro". O termo igoar ou ygoar, aparece ai talvez por erro do próprio original visto as duas cópias serem iguais.

No antigo português igoar era o termo que depois modificou-se para igualar, mas nesse sentido aquela palavra não teria cabimento, porque o outeiro maior que ai existe (Ponto Alto) não margeia rio algum que nesse ponto faça barra no Jurubatuba e com o qual pudesse ser comparado.

É verdade que esse outeiro serve de cabeceira ao rio dos Couros a que nessa época se dava o nome de Tamandatiiba, mas mesmo que se queira dar ao termo igoar a significação de frontear, as palavras "por terra" ficam sem sentido.

Quererá se referir ao rio Pequeno cuja confluência no Jurubatuba se dá cerca de uma légua do ponto onde esta rio fronteia o Ponto Alto.

É porém, certo que de um ponto qualquer do tio ela "tornaria dentro a um pinhal que está dentro do campo Gioapé" ou Ijabapé e que combinam ser os mesmos pinheiros de que fazem menção as sesmarias dos jesuítas e de mestre Bartholomeu, a que nos temos referido.

Dos "pinhais" seguia pelo caminho velho de Piratininga que como já vimos atrás quando nos referimos a sesmaria de Amador de Medeiros, passava pelo Ponto Alto, atravessando depois, dentre esse ponto e o pinhal, porém, muito próximo a este, o rio Jurubatuba.

Deste rio para diante, o caminho seguia em região de campo até a vizinhança da serra de Poço onde entrava na zona da mata que atravessava numa garganta entre essa mesma serra e a outra elevação denominada serra do Cubatão. Ai ganhava as cabeceira do ribeirão Perequê pelo qual descia até o porto das Armadias ou de Santa Cruz.

Frei Gaspar diz que entrava-se pelo "esteiro chamado Piraique o qual faz confluência com o rio Cubatão Geral pouco acima da ilha do Teixeira ... hoje chamam-lhe Piassaguera, nome composto do substantivo piassava que significa "porto" e do adjetivo áquera, "coisa velha" ou para melhor dizer "antiquada".

Essa anotação de Frei Gaspar fez com que Cândido Mendes e outros escritores pretendessem que o Piassaguera é o rio Mogy e que a estrada antiga atingisse o alto da serra pelo mesmo vale por onde hoje sobe a São Paulo Railway. [Páginas 13 e 14]

Se fosse o seu primitivo traçado, grande necessidade teria sido a de Mem de Sá transferindo-a para o vale do rio das Pedras. O próprio frei Gaspar querendo encarecer a impraticabilidade da serra diz que aquele talvez fosse o por caminho que tem o mundo, enquanto que os ingleses, trezentos anos depois, escolheram como única vereda por onde podiam levar a sua estrada de ferro o mesmo vale que não podia ser palmilhado pelos raros pedestres daquela época.

Demais, que razão poderosa poderia haver para forçar uma volta tão grande?

Felizmente ai está a sesmaria de Pedro de Góes cuja demarcação poderá se transformar em enigma aos que quiserem traçal-a pelo vale do Mogy. Felizmente subisse como magnífico atestado da sua existência o leito antigo da primitiva estrada, em parte francamente visível no campo Ijabapé hoje do Zanzalá, com seus profundos sulcos, alguns de mais de dois metros de profundidade e onde como padrão de sua antiguidade aparecem, no centro do caminho, madeiras de aparência tri-secular, como passareira, com diâmetro de cinquenta centímetros.

Por ela ainda transitam peças de gado que se desgarram das boiadas em Santos e que atingem o campo pelo vale do Perequê.

Além desta provas, poderemos apresentar uma outra e de cunho científico, assinalada num mapa raro pertencente hoje á Biblioteca Pública do Pará e confeccionado pelo cosmógrafo João Teixeira em 1640 e denominada - Descrição de todo o marítimo da terra de Santa Cruz, chamado vulgarmente o Brasil.

Nesse trabalho e na folha que corresponde ao porto de Santos, se vê assinalado em posição que se identifica perfeitamente a do Perequê, um ribeirão que traz a legenda de Esteiro do João Ramalho.

Do porto das Armadias, a linha perimétrica da esmaria continuava pelo Ururay ou Cubatão até a ilha deCaramaquara ou atual Casqueirinho, de onde pelo rio São Vicente seguia até o ponto inicial.

Antes de passarmos as divisas da sesmaria de Bras Cubas, voltaremos ainda um instante ao caminho velho para fizermos que das margens do Jurubatuba até as proximidades do Zanzalá, ele ia ora paralelo, ora cruzando os pontos atualmente seguidos pela estrada do Vergueiro. Dai para diante, seguia em direção diferente para procurar a garganta da serra do Poço. [Página 15]
• 2. Antonio Rodrigues de Almeida pede terras “(...) até se findar no rio da Tapera do Cacique e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahy”
22 de janeiro de 1560
• 3. Salvador Pires obteve, de parceria com Amador de Medeiros, umas terras de cultura, com matos e capoeiras, na região do Ipiranga
1571

Para isso, nos serviremos primeiramente, da cópia, que tiramos no mosteiro de São Bento, desta cidade, da sesmaria concedida a Amador de Medeiros, e onde se determina o ponto ocupado pelas terras de Bartholomeu Carrasco, também chamado Bartholomeu Rodrigo ou, mais propriamente, Mestre Bartholomeu e que é o ponto iniciado da sesmaria concedida ao padre Luiz de Gram para o colégio de São Paulo.

Pelos termos da concessão feita ao geral dos jesuítas, vê-se que a vila de Santo André ficava de Piratininga para o mar, tendo seu ponto iniciado em uns pinheiros que estavam próximos á casa de Mestre Bartholomeu.

Com o auxílio desses documentos, reconstituímos o caminho velho ou caminho dos índios desde Piratininga até o Ponto Alto, a meia légua do Rio Grande ou Jurubatuba, oferecendo assim a primeira prova de nossa opção sobre o ponto em que devia ter assento aquela vila.

A segunda prova, que também servirá para verificar o ponto determinado pela primeira, será dada pelo delineamento da sesmaria de Pedro de Góes, controlada pela sesmaria de Braz Cubas, e que tem como as sesmarias do mestre Bartholomeu e padre Luiz da Gram, um ponto divisório comum a todas e que é um capão de pinheiros.

A sesmaria de Amador de Medeiros, conforme se vê transcrita no Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento, ás fls. 38 e 39, foi concedido nos seguintes termos:

Pedro Colaço cappm. em esta Capitania de São Vicente pelo senhor Martim Afonso de Sousa, capitão e governador dela por El-Rey Nosso Senhor, e do seu Conselho, etc., etc. Faço saber a quantos esta minha carta de sesmaria virem, em como por Amador de Medeiros, ouvidor que ora é em esta Capitania pelo dito senhor e morador em esta vila de Santos, me foi feita uma petição em que dizia que havia dezoito anos que nela era morador aonde sempre ajudou a sustentar com a sua pessoa e fazenda, assim dos inimigos como das mais coisas necessárias e sendo sempre pronto a sustentar muitos, trabalhos sem nunca haver dos capitães passados, nem uma terra de sesmaria, e como ele ora determina com ajuda de Nosso Senhor fazer fazendas, rossas e criações no campo, me pedia que pelas confrontações seguintes lhe desse de sesmaria para fazer a sua fazenda.

Que pedia um pedaço de terra que parte pelo rio de Tamandatiiba, perto de uma roça que João Roiz tem junto a Inhoaiva e dai correrá direto a um pico alto e redonto, que se mostra do campo estar cumiada alta como tudo se mostra de uma cruz que está no caminho que vai de Santo André para São Paulo que uma pedra de corisco quebrou, que se diz que João Ramalho o pôs alí; e di dito pico alto irá pela dita cumiada sempre até ir dar no caminho que vai para Jrobatiba; e partir com os herdeiros do mestre Bartholomeu que Deus tem e daí partindo sempre com eles até vir ter com terras de Pero da Silva e tornar a dar no dito rio de Tamandatiiba e por ele acima até donde começou a partir; e assim outro pedaço de terra que parte no Ipiranga com terras de Antonio Pinto e com os capões que vão para a banda de Jrabatiba e com terras de Antonio Rodrigues de Almeida e de Jorge Moreira para a banda de Piratininga e das outras bandas com campos e com quem de direito deva partir, porquanto essas terras estão devolutas e ele suplicante as quer possuir e fazer que rendam para El-Rey N. Senhor e para o senhor Martim Afonso de Sousa, do que lhe mandaria fazer carta do que receberia mercê.

O que visto por mim seu dizer e pedir ser justo e em saber ser assim tudo o que o dito suplicante em a dita petição relatava, lhe dou as terras conteudas em sua petição pelas demarcações em ela alegadas e declaradas, em nome do senhor Martim Afonso de Sousa ... E eu Antonio Rodrigues de Almeida, escrivão das datas as fiz por seu mandado, ano de 1571. Pedro Colaço.
[Páginas 7 e 8]
Registros mencionados (7)
10/10/1532 - Martim Afonso concede sesmarias [21966]
30/11/1532 - Hoje não resta dúvida de que o fundador do primeiro núcleo de povoação em Piratininga foi Martim Afonso de Souza [21818]
1553 - Amador de Medeiros chega á Capitania de São Vicente [470]
22/01/1560 - Antonio Rodrigues de Almeida pede terras “(...) até se findar no rio da Tapera do Cacique e dali irá por ele abaixo até chegar ao dito regato, onde começou primeiro a partir, que será onde se vê o dito regato meter no rio Anhangavahy” [21983]
1571 - Salvador Pires obteve, de parceria com Amador de Medeiros, umas terras de cultura, com matos e capoeiras, na região do Ipiranga [27486]
27/09/1814 - Friedrich Ludwig Wilhelm Varnhagen assume a direção da Fazenda Ipanema [6120]
2024 - Jorge Moreira é dono de terras em Ipiranga [20466]





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  n.1480  24/10/2025 02:36:30º de 313
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11 de maio de 1636, domingo
Atualizado em 04/11/2025 07:46:02
Brás Gonçalves, o velho, está em São Paulo
•  Cidades (1): São Paulo/SP
•  Pessoas (1): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620)




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26 de abril de 1634, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:02
Casamento de Maria Albernaz e Francsico de Almeida
•  Pessoas (1): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620)




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  n.1480  23/10/2025 15:34:05º de 313
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1556
Atualizado em 04/11/2025 07:46:02
Falecimento de Domingos Gonçalves, Mestre Bartolomeu
•  Pessoas (1): Mestre Bartolomeu Gonçalves (56 anos)
    1 fonte
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9 de dezembro de 1627, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:04
Cunhado de Baltazar, Antônio Gonçalves é ouvido
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (3): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), Jerônimo Leitão, José de Anchieta (1534-1597)
•  Temas (2): Estevão Ribeiro "o Velho", Jesuítas




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1585
Atualizado em 04/11/2025 07:46:05
Antonio de Proença, o qual Afonso Sardinha chamava de “cunhado”, assumiu o cargo de loco-tenente do donatário de S. Vicente. Ele era proprietário de um navio que fazia transportes entre o Brasil e Angola
•  Cidades (1): Sorocaba/SP
•  Pessoas (3): Afonso Sardinha, o Velho (54 anos), Antonio de Proença (45 anos), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566)
•  Temas (3): África, Angola, Escravizados




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  n.1480  25/02/2025 04:46:43º de 313
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3 de setembro de 1571, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:05
Documento
•  Cidades (2): Santos/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (8): André Botelho, Manoel de Chaves, Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Rodrigo Alvares (f.1598), Sebastião Fernandes Freire, Bartolomeu Carrasco (f.1571), Beatriz Gonçalves (n.1543), Mestre Domingos Gonçalves Fernandes (71 anos)
•  Temas (1): Estevão Ribeiro "o Velho"
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. XLIV, 2° parte
Data: 1949
Página 265
    2 fontes
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  n.1480  23/10/2025 15:34:05º de 313
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9 de julho de 1555, sábado
Atualizado em 04/11/2025 07:46:06
Sardinha casou-se em Santos com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves
•  Cidades (3): Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (6): “Antônia Rodrigues”, a índia (n.1502), Afonso Sardinha, o Velho (24 anos), Brás Gonçalves, o velho (31 anos), Domingos Luís Grou (55 anos), Maria Gonçalves "Sardinha" (n.1541), Mestre Bartolomeu Gonçalves (55 anos)
Afonso Sardinha, 1535-1616
Data: 1535
Créditos: Reprodução / Facebook
(z)
    9 fontes
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  n.1480  31/10/2025 18:45:06º de 313
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22 de julho de 1557, segunda-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:06
Outro que teria sido designado Capitão-mor da Capitania Santo-amarense, foi Jorge Pires
•  Cidades (1): Lisboa/POR
•  Pessoas (2): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (62 anos), Pero Lopes de Sousa (1497-1539)
•  Temas (2): Guaimbé, Capitania de Santo Amaro
    1 fonte
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  n.1480  24/10/2025 02:36:28º de 313
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22 de novembro de 1627, segunda-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:07
Maria Alvares é ouvida
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (4): Baltazar Gonçalves, velho (1544-1620), Brás, ou Baltazar, Gonçalves, o moço, ou Malhador, ou ainda Mallo e Malho (1542-1603), Fernão d’Álvares (n.1500), Maria Alvares (73 anos)




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  n.1480  24/10/2025 02:35:32º de 313
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1577
Atualizado em 04/11/2025 07:46:07
Possível falecimento de Rodrigo Álvares
•  Pessoas (3): Rodrigo Alvares (f.1598), Apolônia Vaz (n.1539), Antônio Gonçalves dos Quintos (f.1616)
    1 fonte
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  n.1480  23/10/2025 15:38:02º de 313
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1571
Atualizado em 04/11/2025 07:46:08
Salvador Pires obteve, de parceria com Amador de Medeiros, umas terras de cultura, com matos e capoeiras, na região do Ipiranga
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Santos/SP
•  Pessoas (10): Amador de Medeiros, Salvador Pires (f.0), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Rodrigo Alvares (f.1598), Jorge Moreira (n.1525), Antônio Pinto (n.1558), João Ramalho (85 anos), Pedro Collaço Vilela, Antonio Rodrigues (Piqueroby) (76 anos)
•  Temas (9): Caminho do Mar, Estradas antigas, Ipiranga, Vila de Santo André da Borda, Inhayba, Cruzes, Caminho de Piratininga, Jurubatuba, Geraibatiba, “o Rio Grande”
    4 fontes
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  n.1480  24/10/2025 02:56:39º de 313
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1556
Atualizado em 04/11/2025 07:46:09
Antonio
•  Cidades (2): São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (1): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (61 anos)
Algumas notas genealógicas
Data: 1886
01/01/1886




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  n.1480  23/10/2025 15:34:04º de 313
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25 de janeiro de 1555, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:09
Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia
•  Cidades (2): Santos/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (8): Afonso Sardinha, o Velho (24 anos), Brás Cubas (48 anos), Domingos Luís Grou (55 anos), Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Mestre Bartholomeu Fernandes, Mestre Bartolomeu Gonçalves (55 anos), Bartolomeu Carrasco (f.1571), Sebastião Fernandes (n.1525)
•  Temas (5): Bituruna, vuturuna, Metalurgia e siderurgia, Ilha de Barnabé, Ouro, Pirapitinguí
“Memória Histórica de Sorocaba I”
Data: 1964
Créditos: Aluísio de Almeida
Página 337
    8 fontes
  0 relacionadas
Fontes:
[1] “Memória Histórica da Capitania de São Paulo e todos os seus memoráveis sucessos desde o ano de 1531 até o presente de 1796”, Manuel Cardoso de Abreu (1750-1804), 01/01/1796
[2] “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), 01/01/1797
[3] Jornal Correio Paulistano, 13/10/1854
[4] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953, 01/01/1953
[5] “História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior, 01/01/1969
[6] História de Carapicuíba. João Barcellos, 25/03/2013
[7] Revista da ASBRAP nº 8. Povoadores de São Paulo: Antonio da Peña. H. V. Castro Coelho, 09/10/2022
[8] Domingos Gonçalves, Mestre Bartolomeu, consultada em geni.com, 11/03/2023




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:17:59º de 313
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6 de setembro de 2022, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:10
Consulta em Wikipedia
•  Cidades (3): São Paulo/SP, Sorocaba/SP, São Miguel Paulista/SP
•  Pessoas (3): Caiubi, senhor de Geribatiba, Piqueroby (1480-1552), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562)
•  Temas (6): Inhapambuçu, Nheengatu, Ururay, Nossa Senhora da Penha, Guaianás, São Miguel dos Ururay
    Registros relacionados
1480. Atualizado em 01/11/2025 09:48:41
1°. Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay
Piquerobi era um líder indígena, conhecido como "Cacique Piqueroby, morubixaba (chefe guerreiro) da tribo Guaianá dos Hururahy", suas terras iam da antiga Vila Nossa Senhora da Penha de França até a região que foi nomeada pelos jesuítas de São Miguel dos Ururaí (São Miguel Paulista), na zona leste de São Paulo,[2] atravessando o antigo Cangaíva (Cangaíba) e Jaguaporeruba (Ermelino Matarazzo).




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  n.1480  24/10/2025 02:36:26º de 313
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1620
Atualizado em 04/11/2025 07:46:10
Falecimento de Bartolomeu Bueno, conhecido como "O Sevilhano"
•  Cidades (1): São Paulo/SP
•  Pessoas (2): Amador Bueno de Ribeira (36 anos), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606)
•  Temas (1): Ybyrpuêra




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  n.1480  30/10/2025 08:57:07º de 313
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1576
Atualizado em 04/11/2025 07:46:11
BRÁS GONÇALVES, n. por 1545, almotacel em 1576, genro de Fernão Álvares, que lhe doou terras em São Paulo
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (2): Brás Gonçalves, o velho (52 anos), Fernão d’Álvares (n.1500)
•  Temas (1): Almotacel




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  20/07/2025 06:32:05º de 313
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7 de janeiro de 1570, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:11
Rodrigo Alvares obteve do capitão-mór Jorge Ferreira sesmaria dessas terras (Fazenda do Jatan)
•  Cidades (3): São Paulo/SP, Sorocaba/SP, Tatuapé/SP
•  Pessoas (4): Brás Cubas (63 anos), Jorge Ferreira (77 anos), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Rodrigo Alvares (f.1598)
•  Temas (2): “o Rio Grande”, Metalurgia e siderurgia
    2 fontes
  0 relacionadas




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:56:36º de 313
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1547
Atualizado em 04/11/2025 07:46:12
Antonio
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (1): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (52 anos)
“Algumas notas genealógicas: livro de família: Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX
Data: 1886
Créditos: Crédito/Fonte: João Mendes de Almeida (1831-1898)
01/01/1886




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  n.1480  23/10/2025 15:32:26º de 313
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1552
Atualizado em 04/11/2025 07:46:13
Nascimento de Bras Goncalves, velho. Filho de Domingos Gonçalves e de Antônia Rodrigues
•  Cidades (2): Santos/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (3): “Antônia Rodrigues”, a índia (n.1502), Brás Gonçalves, o velho (28 anos), Mestre Bartolomeu Gonçalves (52 anos)
    1 fonte
  0 relacionadas




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  n.1480  24/10/2025 02:17:58º de 313
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27 de fevereiro de 2022, domingo
Atualizado em 04/11/2025 07:46:13
Piqueriby, consultado em geni.com
•  Cidades (3): Paranapanema/SP, São Miguel Paulista/SP, São Paulo/SP
•  Pessoas (4): Bacharel de Cananéa, José de Anchieta (1534-1597), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Piqueroby (1480-1552)
•  Temas (13): Botocudos, Caciques, Caminho do Mar, Caminho do Peabiru, Carijós/Guaranis, Estradas antigas, Guaianás, Guaianase de Piratininga, Nheengatu, Tamoios, Tupinambás, Tupiniquim, Ururay
    Registros relacionados
1480. Atualizado em 01/11/2025 09:48:41
1°. Provável nascimento do cacique Piqueroby de Ururay
Indígena brasileiro. morubixaba guaianá, seria irmão de Tibiriçá e Caiubi. Vivia no Vale de Ururaí. Pai da mulher de Antônio Rodrigues, batizada pelos jesuítas com o nome de Antônia Rodrigues, e de Jagoanharo, o "Onça Feroz", um dos chefes dos índios guaianás do Vale do Paraíba que atacaram a Vila de São Paulo em 1562, quando este foi morto pelo tio Tibiriçá ao tentar forçar a porta da igreja em que se encontravam mulheres refugiadas.

Piquerobi era chefe de grande taba localizada em terras que hoje formam o município de São Miguel Paulista. Conforme os costumes da época, os morubixabas tinham muitos filhos.

Pikeroby ("Peixinho Verde" em dialeto tupinikin), morava na na região serrana de Ururaí, mais ao norte da futura cidade de São Paulo. Consta que antes residiu na Vila de São Vicente, no litoral paulista.
1502. Atualizado em 31/10/2025 17:36:32
2°. Nascimento de Antônia Rodrigues Domingos Gonçalves
Indígena brasileiro. morubixaba guaianá, seria irmão de Tibiriçá e Caiubi. Vivia no Vale de Ururaí. Pai da mulher de Antônio Rodrigues, batizada pelos jesuítas com o nome de Antônia Rodrigues, e de Jagoanharo, o "Onça Feroz", um dos chefes dos índios guaianás do Vale do Paraíba que atacaram a Vila de São Paulo em 1562, quando este foi morto pelo tio Tibiriçá ao tentar forçar a porta da igreja em que se encontravam mulheres refugiadas.
1534. Atualizado em 28/10/2025 09:21:55
3°. A sua morte, ocorrida em 1534, quando do ataque das forças de Iguape a São Vicente é apresentada como prova final da sua traição ao Bacharel,
1 de janeiro de 1553, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:06
4°. Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei
1554. Atualizado em 23/10/2025 15:32:28
5°. Portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo
O antigo acordo de Martim Affonso de Sousa com os tupis, de que os portugueses não subiriam para o planalto, facilitou o estabelecimento pacífico das povoações de São Vicente, Santos e Itanhaém. Mas em 1554, os portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo.Em 1560, o padre Anchieta escreveu uma carta para seu superior, o padre Manoel da Nóbrega, informando que havia se encontrado com Piqueroby nas terras de Ururaí.
25 de janeiro de 1554, segunda-feira. Atualizado em 31/10/2025 08:26:13
6°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
O antigo acordo de Martim Affonso de Sousa com os tupis, de que os portugueses não subiriam para o planalto, facilitou o estabelecimento pacífico das povoações de São Vicente, Santos e Itanhaém. Mas em 1554, os portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo.
1560. Atualizado em 24/10/2025 02:35:08
7°. O padre Anchieta escreveu uma carta para seu superior, o padre Manoel da Nóbrega, informando que havia se encontrado com Piqueroby nas terras de Ururaí
O antigo acordo de Martim Affonso de Sousa com os tupis, de que os portugueses não subiriam para o planalto, facilitou o estabelecimento pacífico das povoações de São Vicente, Santos e Itanhaém. Mas em 1554, os portugueses romperam o acordo, subiram a Serra do Mar, e fundaram a vila de São Paulo.Em 1560, o padre Anchieta escreveu uma carta para seu superior, o padre Manoel da Nóbrega, informando que havia se encontrado com Piqueroby nas terras de Ururaí.
11 de novembro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10
8°. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri
10 de julho de 1562, sexta-feira. Atualizado em 01/11/2025 04:28:09
9°. Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga
Em 1560, o padre Anchieta escreveu uma carta para seu superior, o padre Manoel da Nóbrega, informando que havia se encontrado com Piqueroby nas terras de Ururaí.

Em 10 de Julho de 1562, Piqueroby reagiu contra a presença dos portugueses, e enviou seu filho para atacar a vila. Reuniu um grande contingente de índios de diversas tribos da região (guaianás, tamoios, carijós, tupinambás e tupiniquins), subiu com eles a serra e invadiu a aldeia de Pinheiros, para expulsar os portugueses. Um número assustador de índios, pintados e enfeitados para a guerra, gritando a plenos pulmões, atacou logo no início da manhã.

Neste dia e nos dias que se seguiram, a vila de São Paulo foi quase destruída. Segundo o relato do padre Anchieta, "a principal misericórdia de Deus conosco foi mover o coração de muitos nativos, levando-os a nos ajudar a tomar armas contra os seus próprios companheiros". O cacique Tibiriçá, irmão de Piqueroby, foi um dos que se levantaram para proteger os jesuítas, com o apoio dos índios já cristianizados.

Após cinco dias de luta, os atacantes finalmente foram vencidos, e se retiraram. Nos meses seguintes, o outro genro de Piqueroby, o português Antonio Rodrigues, que vivia na aldeia com os índios, por fim conseguiu convencer o Cacique a viver em paz com os portugueses.

Piqueroby faleceu em 1562. Acredita-se que esteja sepultado junto à antiga capela de São Miguel (em São Miguel Paulista). Há um projeto de pesquisa arqueológica para procurar sua sepultura nos arredores da capela. Há uma cidade no estado de São Paulo denominada Piquerobi, em sua homenagem. Situa-se no Pontal do Paranapanema, perto de Presidente Venceslau.




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:36:26º de 313
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1616
Atualizado em 04/11/2025 07:46:14
Pai de Amador Bueno assume como vereador
•  Cidades (1): São Paulo/SP
•  Pessoas (2): Brás, ou Baltazar, Gonçalves, o moço, ou Malhador, ou ainda Mallo e Malho (1542-1603), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606)




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:35:31º de 313
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12 de março de 1573, segunda-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:15
Terras
•  Pessoas (2): Rodrigo Alvares (f.1598), Apolônia Vaz (n.1539)
    1 fonte
  0 relacionadas




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  23/10/2025 15:36:41º de 313
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1568
Atualizado em 04/11/2025 07:46:15
Capela de Nossa Senhora do Desterro - no morro do Desterro, atual S.Bento - fundada por mestre Bartholomeu Fernandes Gonçalves (o Ferreiro)
•  Cidades (2): Santos/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (3): Domingos Luís Grou (68 anos), Mestre Bartholomeu Fernandes, Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566)
•  Temas (5): Ermidas, capelas e igrejas, Metalurgia e siderurgia, Mosteiro de São Bento SP, N S do Desterro, Nossa Senhora do Desterro de Santana de Parnaíba
    2 fontes
  0 relacionadas




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  25/02/2025 04:46:43º de 313
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18 de maio de 1546, sábado
Atualizado em 04/11/2025 07:46:16
Documento
•  Cidades (2): Santos/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (8): Brás Cubas (39 anos), Diogo Álvares (46 anos), Domingos Luís Grou (46 anos), João Vieira, Mestre Bartolomeu Gonçalves (46 anos), Mestre Domingos Gonçalves Fernandes (46 anos), Diogo Álvares (46 anos), João Eannes
•  Temas (3): Cruzes, Caminhos até São Vicente, Estradas antigas
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. XLIV, 2° parte
Data: 1949
Página 243
    1 fonte
  0 relacionadas




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:34:41º de 313
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25 de maio de 1542, segunda-feira
Atualizado em 31/10/2025 00:05:39
Confirmação de terras a “mestre Cosme, bacharel”
•  Cidades (4): Cananéia/SP, Peruíbe/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (5): Bacharel de Cananéa, Christovam Jacques (1480-1531), Gonçalo da Costa, Gonçalo Monteiro, Pero Correia (f.1554)
•  Temas (4): Apiassava das canoas, Ilha de Barnabé, Morpion, Portos
Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo
Data: 1940
Créditos: Francisco de Assis Carvalho Franco
Página 15
    7 fontes
  2 relacionadas

1°. Ernesto Guilherme Young (1850-1914), pesquisando os arquivos dos cartórios e do Tombo de Iguape, publicou, em l896, pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, seu clássico “Esboço Histórico da Fundação da Cidade de Iguape” (1895), no qual conseguiu identificar o bacharel como sendo Cosme Fernandes Pessoa
1895
Ernesto Guilherme Young (1850-1914), pesquisando os arquivos dos cartórios e do Tombo de Iguape, publicou, em l896, pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, seu clássico “Esboço Histórico da Fundação da Cidade de Iguape” (1895), no qual conseguiu identificar o bacharel como sendo Cosme Fernandes Pessoa, ou simplesmente Mestre Cosme Fernandes.

Young baseou-se no fato que, no século XVI, existiu em Iguape um grande latifundiário chamado Cosme Fernandes, cujas terras, posteriormente, passaram a seus herdeiros, entre eles o capitão Francisco Álvares Marinho. Corrobora essa tese uma carta de confirmação de sesmaria, passada na Vila de São Vicente em 25 de maio de 1542, por ordem do capitão-mor Antônio de Oliveira:

... faço saber ao que esta minha carta de confirmação de sesmaria virem, como por Pedro Correia, morador nesta vila de São Vicente me foi feita uma petição em que diz que por Gonçalo Monteiro, que aqui foi capitão, lhe foram dadas umas terras da outra banda desta vila, que é o Porto das Naus, terra que era dada a um Mestre Cosme, Bacharel.

(Sesmaria era uma sorte de terras, geralmente de uma légua de cumprimento por três de largura, a qual devia ser povoada e cultivada pelo contemplado no espaço de dois ou mais anos).  ver mais

2°. Consulta em peabirucalunga.blogspot.com
11 de julho de 2019, sexta-feira




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:37:54º de 313
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2022
Atualizado em 04/11/2025 07:46:16
Possível falecimento do Mestre Bartholomeu / Mudança de nome
•  Pessoas (4): “Antônia Rodrigues”, a índia (n.1502), Fernão d’Álvares (n.1500), Margarida Marques (n.1505), Mestre Domingos Gonçalves Fernandes (1500-1589)
    Registros relacionados
1500. Atualizado em 01/11/2025 09:59:53
1°. Nascimento de Domingos Gonçalves Fernandes e Fernão Alvares em Portugal
Domingos Gonçalves Fernandes (nascido em Portugal, em 1500, falecido em 1589, casou-se com Antônia Rodrigues).

Antônia Rodrigues (nascida em Portugal, em 1502, falecida, casou-se com Domingos Gonçalves Fernandes).
1502. Atualizado em 31/10/2025 17:36:32
2°. Nascimento de Antônia Rodrigues Domingos Gonçalves
1505. Atualizado em 30/10/2025 06:51:21
3°. Nascimento de Margarida Marques em Portugal




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  24/10/2025 02:17:58º de 313
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4 de junho de 2021, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:17
Heróis Indígenas: Piquerobi - biografia resumida
•  Cidades (3): Itu/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (3): João Ramalho (1486-1580), Piqueroby (1480-1552), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562)
•  Temas (4): Inhapambuçu, Inhapambuçu, São Miguel dos Ururay, São Paulo de Piratininga




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  31/10/2025 17:01:55º de 313
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2008
Atualizado em 04/11/2025 07:46:18
“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
•  Cidades (11): Cananéia/SP, Capivari/SP, Carapicuiba/SP, Itararé/SP, Paranaguá/PR, Paranapanema/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santos/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (21): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Antônio de Macedo (ou Saavedra) (1531-1590), Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652), Brás Cubas (1507-1592), Domingos Luís Grou (1500-1590), Fernão Cardim (1540-1625), Francisco Ramalho Tamarutaca (1569-1618), Gregório Ramalho, Hans Staden (1525-1576), Isac Dias Carneiro (1558-1590), Jerônimo Leitão, João III, "O Colonizador" (1502-1557), José de Anchieta (1534-1597), Leonardo Nunes, Manuel da Nóbrega (1517-1570), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Pero Correia (f.1554), Pero Lobo, Piqueroby (1480-1552), Simão de Vasconcelos (1597-1671), Ulrico Schmidl (1510-1579)
•  Temas (52): “o Rio Grande”, Ambuaçava, Bilreiros de Cuaracyberá, Cachoeiras, Caminho de Piratininga, Caminho do Mar, Caminho do Padre, Caminho do Paraguay, Caminho do Paraguay, Caminho do Peabiru, Caminho do Piquiri, Caminhos até Cuiabá, Canibalismo, Carijós/Guaranis, Cayacangas, Colinas, Descobrimento do Brazil, Deus, Ermidas, capelas e igrejas, Estradas antigas, Fortes/Fortalezas, Gentios, Guerra de Extermínio, Itacolomy, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Maniçoba, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Piratininga, Prata, Rei Branco, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Jaguari, Rio Latipagiha, Rio Paranapanema, Rio Pardo, Rio Pinheiros, Rio São Francisco, Rio Sorocaba, Rio Tibagi, Santa Catarina, São Miguel dos Ururay, São Paulo de Piratininga, Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, Tamoios, Tordesilhas, Trilha dos Tupiniquins, Ururay
Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração
Data: 2008
Créditos: Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
Página 259
    Registros relacionados
1 de fevereiro de 1531, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:42:20
1°. Envio de Diogo Leite
Quanto aos caminhos que partiam do planalto ou passavam por Piratininga, o mais importante deles, sem dúvida, foi o Peabiru, que significa “caminho pisado” (pe= caminho de gente + apyrun= amassado). Através de ramais, ligava as várias regiões do litoral – fluminense, paulista, paranaense e catarinense – com um tronco principal que ia ao Paraguai, chegando provavelmente até a Bolívia, como mostra o trabalho de Chmyz & Sauner, que retomou o traçado de Maack.

A ligação do litoral do Rio de Janeiro com o planalto de Piratininga foi assinalada por Montoya, quando descreveu a vila de São Paulo, com suas comunicações terrestres, sendo que um caminho vinha “desde o rio Ginero, abrindo-se um trecho de mato, mas isso repugna muito aos de São Paulo”. Certamente era o trecho que atravessava a Serra do Mar, na forte súbita da Serra das Araras. [Conquista espiritual..., [1639] 1985, p. 125.]

Este percurso foi feito também por um grupo português, por ocasião da viagem de Martim Afonso de Sousa, relatada no diário de Pero Lopes. Percorreram-se 115 léguas, gastando dois meses entre ida e volta, passando por “montanhas mui grandes”.
17 de agosto de 1531, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:21
2°. Diário de Pero Lopes
O outro ramal foi utilizado pelo português Pero Lobo, que em 1532 foi enviado por Martim Áfonos de Sousa, com cerca de 80 indígenas para trazer riquezas do Peru. Esperava retornar dentro de 10 meses, com mais de 400 escravos carregados de ouro e prata, como se lê no diário de Pero Lopes de Sousa. [p. 62]
1 de setembro de 1531, sexta-feira. Atualizado em 11/10/2025 01:43:11
3°. De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada?
O outro ramal foi utilizado pelo português Pero Lobo, que em 1532 foi enviado por Martim Áfonso de Sousa, com cerca de 80 indígenas para trazer riquezas do Peru. Esperava retornar dentro de 10 meses, com mais de 400 escravos carregados de ouro e prata, como se lê no diário de Pero Lopes de Sousa.

Foi este mesmo caminho que o irmão jesuíta Pero Correia usara para alcançar a terrado Ybirajara, passando pela terra dos Carijó e que, mais tarde, o levaria ao litoral norte de Santa Catarina, próximo à foz do rio São Francisco do sul, onde encontraria a morte.
22 de maio de 1532, domingo. Atualizado em 04/11/2025 00:45:08
4°. Os navios de Martim Afonso e seu irmão Pedro Lopes parte de São Vicente com destino a Portugal
Em maio de 1532, o capitão mandara de volta a Portugal seu irmão para prestar contas ao rei do que viram e descobriram, sobretudo das novidades que lhe deram alguns castelhanos que viviam em Santa Catarina “de mujto ouro e prata q’ dentro no sertão avia”, tendo trazido “mujtas mostras do q’ diziam”.
Outubro de 1532. Atualizado em 25/02/2025 04:46:49
5°. Martim Afonso preside a primeira eleição popular no planalto de Piratininga e instala a primeira Câmara de Vereadores na Borda do Campo*
O outro ramal saía de São Vicente, passando pela serra de Paranapicaba, subindopela Piaçaguera de cima, até alcançar o planalto de Piratininga, num trajeto proposto pelo engenheiro Bierrembach de Lima (Fig. 5, no último capítulo). Este caminho é apenas citado no Diário de Pero Lopes, quando relata sobre um grupo de portugueses que Martim Afonso deixara no planalto, em vista da instalação de uma povoação.

Chamado de Trilha dos Tupiniquins tal rota apresentava muitos riscos, pois, como escreveu Vasconcelos, “os Tamoios contrários, que habitavam sobre o rio Paraíba, neste lugar vinham esperar os caminhantes de uma e outra parte, e os roubavam e cativavam e comiam”229. Com o tempo foi abandonado, quando se abriu o Caminho Novo ou o Caminho do Pe. José, que se tornou a comunicação mais utilizada para o planalto.

A partir de Piratininga, o caminho alcançaria a rota-tronco na divisa do Paraná,provavelmente na altura da atual Itararé. Foi por esta rota que o Pe. Nóbrega deve ter alcançado Maniçoba, na divisa entre Paraná e São Paulo, onde realizou trabalhos missionários, como se verá mais à frente.

Este trajeto deve ter sido usado pelos Carijó, quando alcançaram Piratininga, aotentar atacar os moradores de São Vicente, pois fala-se que haviam se confrontado com as aldeias do rio Grande [Tietê] [NOBREGA, Carta a Tomé de Sousa, 1559 (CN, p. 217).]. Foi também por esta rota que atingiram os paulistas asreduções jesuíticas do Guairá, no século XVII, levando-as à destruição231.

Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, naregião central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232.O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul,costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fezparte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, comosugere Cortesão233. Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam serem linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação dogovernador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado: Eu tenho um mappa antigo, em q’ se ve o rot.o[roteiro] de humcam.o [caminho] q’ seguião os antigos Paulistas, o qual saindo deS. Paulo p.a Sorocaba, vay dahy a Fazenda de Wutucatú q’ foydos P.es desta S. Miguel [Missão de S. Miguel] junto doParanapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o R.o[rio] p.la esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica àbeira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, nomédio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] edesde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20dias, dahy entrando no [rio] Paraná, navegavão o R.o Avinhema,ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suasvertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terraas vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul]234. [Páginas 60, 62 e 63]
10 de outubro de 1532, segunda-feira. Atualizado em 09/10/2025 02:21:09
6°. Martim Afonso concede sesmarias
Entretanto, este não foi o espírito da sesmaria implantada no Brasil. O que havia de comum entre as duas era apenas a existência de uma terra sem aproveitamento, inexplorada.

A sesmaria doada a Pero de Góes era vasta, começando no litoral, no rio Jurubatuba, próximo à atual Piaçaguera, subia a serra, alcançando um rio da banda norte [Anhemby/Tietê], indo até um pinhal na banda do campo do Guapé [localização incerta], alcançando o caminho que vem de Piratininga [caminho velho do mar], passando pela serra de Taperovi, na serra do Mar, até chegar no rio de São Vicente.

Se o proprietário não a utilizasse no prazo de dois anos, o donatário poderia “dar aoutras pessoas que as aproveitem”, rezava o termo de doação537. Esta cessão foi passada em Piratininga, a 10 de outubro de 1532, sendo testemunhas João Ramalho e Antonio Rodrigues, “línguas desta terra já de quinze e vinte annos estantes nesta terra” e Pedro Gonçalves, homem d´armas da expedição vicentina.
1543. Atualizado em 24/10/2025 02:34:41
7°. Bras Cubas funda aí uma casa de misericórdia, primeiro estabelecimento do gênero criado no Brasil
Pelas dificuldades de escoamento da produção local, Brás Cubas comprou terras no outro extremo da ilha, chamada pelos indígenas de Yguaguaçu-pe. De posse desta nova área, construiu, em 1543, junto ao outeiro de Santa Catarina – atual colina de Montserrat –, uma igreja dedicada à Nossa Senhora da Misericórdia e um hospital denominado Todos os Santos. Segundo Fr. Gaspar, daí veio o nome da futura vila de Santos.
Agosto de 1549. Atualizado em 25/02/2025 04:39:00
8°. Pediu ao capitão Antônio de Oliveira que lavrasse um novo termo “verbo ad verbum” e que foi passado no livro 1º de Cartas de Sesmaria*
A sesmaria doada a Pero de Góes era vasta, começando no litoral, no rio Jurubatuba, próximo à atual Piaçaguera, subia a serra, alcançando um rio da banda norte [Anhemby/Tietê], indo até um pinhal na banda do campo do Guapé [localização incerta],alcançando o caminho que vem de Piratininga [caminho velho do mar], passando pela serrade Taperovi, na serra do Mar, até chegar no rio de São Vicente536.Se o proprietário não a utilizasse no prazo de dois anos, o donatário poderia “dar aoutras pessoas que as aproveitem”, rezava o termo de doação537. Esta cessão foi passadaem Piratininga, a 10 de outubro de 1532, sendo testemunhas João Ramalho e AntonioRodrigues, “línguas desta terra já de quinze e vinte annos estantes n’esta terra” e PedroGonçalves, homem d’armas da expedição vicentina.

Tal doação Pero de Góes perdera o original e em agosto de 1549 pediu ao capitão Antônio de Oliveira que lavrasse um novo termo “verbo ad verbum” e que foi passado no livro 1º de Cartas de Sesmarias (Ap. MARQUES, id., p. 267).
1550. Atualizado em 13/09/2025 04:31:42
9°. Abandonaram, marchando a maior parte para o Paraguai e saindo outros na pequena embarcação que naufragou em Itanhaém (os vistos por Hans Staden)
1551. Atualizado em 23/10/2025 15:32:26
10°. Conflito entre o Padre Leonardo Nunes e «um homem que havia quarenta annos estava na terra já tinha bisnetos e sempre viveu em peccado mortal e andava excommungado"
Em 1551, o jesuíta Pero Correia foi buscar, no médio Tietê, a nove dias de viagem de Piratininga, um português que vivia numa aldeia Tupi “como índio”. Para além deste limite, habitavam os Kaingang, que na época eram também chamados de Bilreiros.

Na direção Sudoeste, o território se expandia pela margem esquerda do Tietê, por onde devia passar um dos ramais do Peabiru, que era o grande caminho indígena que ligava o Paraguai ao litoral atlântico, como se verá mais à frente.
1 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:27
11°. Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”
A vinda do governador foi um marco importante para os portugueses de São Vicente, pois, nesta ocasião transformou Santo André da Borda do Campo em vila, determinando a construção de um baluarte e estabelecendo João Ramalho como capitãomor, como escreveu ao rei:

hordeney outra villa no começo do campo desta villa de São Vicente de moradores que estavaão espalhados por elle e os fiz cerquar e ayuntar pera se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama a villa de Santo André porque honde a cituey estava hûa ermida deste apostollo e fiz capitão della a Iohão Ramalho, naturall do termo de Coimbra, que Martim Afonso ya achou nesta terra quoando ca veyo
10 de junho de 1553, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 04:26:05
12°. Carta do Padre Manoel da Nóbrega ao Padre Luís Gonzaga da Câmara
Espírito empreendedor, Nóbrega sonhava ir mais longe, para atuar junto a povos de cultura menos “bárbara”, isto é, mais próximos do modo de viver europeu, com ter um único chefe, adotar a agricultura e, sobretudo, não realizar rituais antropofágicos.

“(...) dia alguns dias depois chegaram alguns homens que tinham ido ao continente para descobrir as novidades do ouro, onde passaram dois anos, e nos deram grandes notícias da bondade que encontraram (...) E entre outras coisas diz[ n ] que os gentios não comem carne humana, pelo contrário, que lhes fazem muito mal e os comem, se conseguem pegar alguma não os matam nem os comem, e os tratam muito bem (...). Eles têm grandes populações e têm um diretor a quem todos obedecem. (...) Eles são agricultores e fazem manutenção” (NÓBREGA, Carta ao Pe. Luís Gonzaga da Câmara, 10.06.1553, CPJ, v. 1, p. 493). [“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 159]
15 de junho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 30/10/2025 03:06:34
13°. “O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da estrada por causa dos castelhanos, que estão a pouco mais de cem léguas desta capitania. E eles têm terras, e tanto que dizem que há montanhas deles, e muitas notícias de ouro pelo qual fecharam e bloquearam a estrada
Mesmo alguns considerados de nobre estirpe, como o genovês Paulo Dias Adorno, não se comportou dignamente, tendo que fugir para a Bahia com um certo Affonso Rodrigues, “por um homizio [homicídio] que lá fizeram [em São Vicente]”.

Igual expediente lançou mão Brás Cubas, fundador de Santos e um dos portugueses mais ricos da terra. Fugira para Portugal, “por cosas mal hechas en esta tierra siendo capitán”, como registrou Nóbrega. Entre falcatruas cometidas, são elencados roubo de terras, de escravos e de vacas de Pero Correia, que os havia destinado à manutenção das crianças indígenas da casa de São Vicente. Os jesuítas aceitaram fazer um acordo, pois ele não tinha bens suficientes para pagar uma dívida de 2.600 ducados. Devolveu os escravos e entregou as 10 vacas, reconciliando-se com os jesuítas, que afirmaram que era “mejor uno com paz que 30 com contienda”.
1554. Atualizado em 25/02/2025 04:47:17
14°. Carta
Entusiasmado, Nóbrega escreveu a Dom João III, manifestando desejo de evangelizar os povos do interior. Porém foi barrado pela prudência de Tomé de Sousa, que via neste futuro trabalho missionário uma violação ao Tratado de Tordesilhas, podendo criar problemas com Castela. A solução foi instalar-se, a meio caminho, no planalto de Piratininga, deixando para mais tarde o missão junto aos Carijó.

(...) somente lhe darei alguma conta desta capitania de S. Vicente, onde a mayor parte residimos, por ser ella terra mais aparelhada para a conversão do Gentio que nenhuma das outras, porque nunca tiveram guerra com os Christãos, e é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão, de que temos boas informações; há muitas gerações que não comem carne humana, as mulheres andam cobertas, não são cruéis em suas guerras, como estes da costa, porque somente se defendem; algumas têm um só principal, e outras cousas mui amigas da lei natural, pela qual razão nos obriga Nosso Senhor a mais presto lhes socorrermos, maiormente que nesta capitania nos proveu de instrumentos para isso, que são alguns Irmãos línguas, e por estas razões nesta capitania nos occupamos mais que nas outras (Carta para El-Rei D. João (1554), CN, p. 144-145). [Página 160]
25 de janeiro de 1554, segunda-feira. Atualizado em 31/10/2025 08:26:13
15°. Mudança para Piratininga: Tibiriça e Caiubi
Porém foi barrado pela prudência de Tomé de Sousa, que via neste futuro trabalho missionário uma violação ao Tratado de Tordesilhas, podendo criar problemas com Castela (NÓBREGA, Carta de 15.06.1553 (In: LEITE, NCJ, p. 41). A solução foi instalar-se, a meio caminho, no planalto de Piratininga, deixando para mais tarde o missão junto aos Carijó. [p. 160]
15 de agosto de 1554, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:46:29
16°. Carta de José de Anchieta aos padres e irmãos de Coimbra
Esta descrição parecia referir-se aos Carijó, que viviam em terras de Castela, e que se mostravam propensos ao cristianismo, como diziam as notícias que chegavam a São Vicente:

Veio cá um principal destes índios, que chamam carijós, que é senhor daquela terra, com muitos criados seus, e não veio senão a buscar-nos para que vamos a suas terras a ensiná-los. Diz-nos sempre que lá vivem eles como animais sem saber as coisas de Deus. E afirmo-lhes que é bom cristão, muito discreto, que nenhuma coisa tem de índio. [Páginas 159 e 160]
8 de junho de 1556, sexta-feira. Atualizado em 08/06/2025 04:11:13
17°. Carta do padre jesuíta Luís da Grã a Inácio de Loyola
Por estar próxima (Jurubatuba) ao caminho do litoral, seus moradores costumavam abandoná-la, quando iam “ao mar fazer sal”, permanecendo ali por um bom tempo.
7 de abril de 1557, domingo. Atualizado em 07/04/2025 22:27:26
18°. Geribatiba ficava a seis passos de Piratininga
Por estar próxima ao caminho do litoral, seus moradores costumavam abandoná-la, quando iam “ao mar fazer sal”, permanecendo ali por um bom tempo.

Anchieta confirma esta dimensão de “guerra santa” feito pelos karaíba, que pregavam a destruição da missão e a morte dos padres: A maior parte destes (...) fez outras moradas, não longe daqui [talvez Ururay], onde agora vivem, porque ultra [além] de eles não se moverem nada às coisas divinas, persuadiu-lhes agora uma diabólica imaginação. Que esta igreja é feita para sua destruição, na qual os possamos encerrar e aí, ajudando-nos os portugueses, matar aos que não são batizados, e aos já batizados, fazer nossos escravos.

No mesmo relato, afirma que, no sertão andava um outro karaíba, venerado “como um grande santo” e “onde quer que vai, o seguem todos, e andam de cá para lá, deixando suas próprias casas”. E que, ao retornar da guerra que iam ter contra seus inimigos, haveria “de destruir esta igreja [de Piratininga]”.
2 de setembro de 1557, segunda-feira. Atualizado em 30/10/2025 07:08:51
19°. Nóbrega em carta escrita registra o “Colégio de Piratininga” e o porto de “Piratinim” e não “São Paulo de Piratininga”
Se há consenso de que esta aldeia seria do cacique Tibiriçá, há controvérsias quanto à sua localização. É possível que Piratininga fosse um local mais próximo ao Tietê, “junto de uma lagoa, pelo Rio Grande (Tietê) abaixo, à mão esquerda”, onde os jesuítas, mais tarde, pediriam a Martim Afonso uma gleba de terra.

“(...) somente se podia pedir a Martim Afonso de Sousa sete ou oito léguas (38,6km) de terra para o colégio de Piratininga; e as mais convenientes (...) eram a começar no porto que agora chamam Piratinim, junto de uma lagoa, pelo Rio Grande (Tietê) abaixo, à mão esquerda”.

Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão” (Livro de Sesmarias, v. 1, p. 54).
5 de abril de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
20°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
O outro ramal saía de São Vicente, passando pela serra de Paranapicaba, subindopela Piaçaguera de cima, até alcançar o planalto de Piratininga, num trajeto proposto pelo engenheiro Bierrembach de Lima (Fig. 5, no último capítulo). Este caminho é apenas citado no Diário de Pero Lopes, quando relata sobre um grupo de portugueses que Martim Afonso deixara no planalto, em vista da instalação de uma povoação.

Chamado de Trilha dos Tupiniquins tal rota apresentava muitos riscos, pois, como escreveu Vasconcelos, “os Tamoios contrários, que habitavam sobre o rio Paraíba, neste lugar vinham esperar os caminhantes de uma e outra parte, e os roubavam e cativavam e comiam”229. Com o tempo foi abandonado, quando se abriu o Caminho Novo ou o Caminho do Pe. José, que se tornou a comunicação mais utilizada para o planalto.

A partir de Piratininga, o caminho alcançaria a rota-tronco na divisa do Paraná,provavelmente na altura da atual Itararé. Foi por esta rota que o Pe. Nóbrega deve ter alcançado Maniçoba, na divisa entre Paraná e São Paulo, onde realizou trabalhos missionários, como se verá mais à frente.

Este trajeto deve ter sido usado pelos Carijó, quando alcançaram Piratininga, aotentar atacar os moradores de São Vicente, pois fala-se que haviam se confrontado com as aldeias do rio Grande [Tietê] [NOBREGA, Carta a Tomé de Sousa, 1559 (CN, p. 217).]. Foi também por esta rota que atingiram os paulistas asreduções jesuíticas do Guairá, no século XVII, levando-as à destruição231.

Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, naregião central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232.O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul,costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fezparte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, comosugere Cortesão233. Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam serem linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação dogovernador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado: Eu tenho um mappa antigo, em q’ se ve o rot.o[roteiro] de humcam.o [caminho] q’ seguião os antigos Paulistas, o qual saindo deS. Paulo p.a Sorocaba, vay dahy a Fazenda de Wutucatú q’ foydos P.es desta S. Miguel [Missão de S. Miguel] junto doParanapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o R.o[rio] p.la esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica àbeira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, nomédio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] edesde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20dias, dahy entrando no [rio] Paraná, navegavão o R.o Avinhema,ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suasvertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terraas vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul]234. [Páginas 60, 62 e 63]
10 de julho de 1562, sexta-feira. Atualizado em 01/11/2025 04:28:09
21°. Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga
A ameaça de morte aos padres e de destruição da igreja da vila de São Paulo concretizou-se em julho de 1562, liderada pelo grupo dissidente de Ururay, entre os quais havia jovens que freqüentaram “a doutrina dos padres”. Como escreveu Simão de Vasconcelos (1597-1671), aqueles nativos “eram filhos da Igreja”, isto é, que já tinham passado pela catequese, sendo que, possivelmente, alguns já tivessem sido batizados.

Os protagonistas deste ataque foram diversamente identificados, sobretudo em obras da história regional mais antigas. Aparecem como Guaianases de Ururaí ou como Carijó. Até o grande estudioso da São Paulo quinhentista, Affonso de Taunay, coloca esta guerra como uma articulação de vários povos, como Guaianases, Carijós e Tupis, repetindo Azevedo Marques. A historiografia recente, com Monteiro, conseguiu recuperar a verdadeira identidade destes guerreiros.
16 de abril de 1563, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:36:39
22°. “sendo coisa maravilhosa que se achavam ás flechadas irmãos com irmãos, primos com primos, sobrinhos com tios, e, o que mais é, dois filhos, que eram cristãos detestavam conosco contra seu pai, que era contra nós”
Outras aldeias Sobre as demais aldeias do Tamanduateí, não há referências. Por ocasião do ataque à missão, em 1562, ao citar os familiares de Tibiriçá, Anchieta escreveu que este cacique “recolheu toda a sua gente, que estava repartida em três aldeias” [ANCHIETA, Carta ao Pe. Diogo Laínes, 16.04.1563, CAP, p. 194], sendo que a tradição identifica apenas a aldeia de Ururay. Desta forma, não se pode afirma se seus parentes viviam nas aldeias do Tamanduateí ou do Tietê. [“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 45]
1567. Atualizado em 23/10/2025 15:36:41
23°. Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão”
Um documento sobre a demarcação das terras de Brás Cubas, de 1567, confirma esta localização na foz do Tamanduateí: “[a propriedade] começará a partir pela banda oeste que vae daí [ao] caminho de Piratininga (...) sempre pelo dito caminho assim como vae passando o rio Tamanduateí e daí corta direito sempre pelo dito caminho que vae a Piratininga que está na borda do rio Grande [Tietê] que vem do Piquiri [no atual Tatuapé] e ai vae correndo direito para o sertão” (Livro de Sesmarias, v. 1, p. 54).
1570. Atualizado em 31/10/2025 14:05:34
24°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
Elas tornaram-se também locais de refúgio para os que praticavam assassinatos ou outros delitos graves, como se viu num episódio, ocorrido por volta de 1570, envolvendo a Domingos Grou, o primeiro capitão de Índios.

Ao praticar o crime, fugiu com sua família para junto de uma comunidade indígena do médio Tietê, na região do rio Sorocaba. Como estes indígenas estavam em conflito com os moradores de Piratininga, Anchieta decidiu buscá-lo, aproveitando para tentar fazer as pazes com este povo. A viagem foi acidentada, tendo o barco virado numa cachoeira, quando afundou parte a carga, juntamente com o missionário.

Não sabendo nadar, Anchieta foi socorrido pelo jovem Tupi Araguaçu. Por este motivo, o salto passou a ser chamado Abaremanduaba, isto é, “local que recorda o padre”. Chegando à aldeia, conseguiu a paz e o retorno de Grou e sua família. Voltaram para São Paulo, tendo obtido perdão do Conselho.
1575. Atualizado em 30/10/2025 05:20:53
25°. “Historia de la fundación del Colegio del Rio de Enero”, Quirino Caxa (1538-1599)
Maniçoba Apesar desta proposta inicial de catequese itinerante, houve tentativa de uma missão sedentária, que ocorreu, talvez devido à distância, em Maniçoba, aldeia tupi que ficava no caminho para o Paraguai.

Como já foi assinalado atrás, o objetivo de Nóbrega era atingir a terra dos Carijó; e por isso, sua primeira experiência missionária no planalto foi junto a esta aldeia, chamada também de Japiúba, que ficava provavelmente à beira do ramal do Peabiru, que ligava Piratininga ao Paranapanema.

Foi para lá que Nóbrega se dirigiu, ao passar por Piratininga, em agosto de 1553, quando deixou as bases para a fundação da Casa de São Paulo. Esta aldeia ficava a 50 léguas (330 km) de Piratininga no dizer de Pero Correia.

Um jesuíta anônimo, certamente Quiricio Caxa, afirmava que ela estava “junto de um rio donde se embarca para os Carijós [Guarani]”. Como demonstrei em minha pesquisa anterior, este rio deveria ser o Paranapanema e não o Tietê, como desejaram os defensores da tese de que esta aldeia estaria onde hoje se encontra a cidade de Itu.

É possível que este ramal seguisse o traçado proposto por Chmyz, costeando o Tietê, passando por Carapicuíba, Barueri e Araçariguama, para alcançar Itapetininga, Itapeva, Itararé, adentrando-se para a região do Paraná (CHMYZ, I. & SAUNER, Z., Nota prévia sobre as pesquisas arqueológicas no vale do rio Piquiri. Dédalo, v. 13, 1971, p. 16-17). [Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração, 2008. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP. Página 180 do pdf]
1583. Atualizado em 30/10/2025 03:36:41
26°. Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga
Em 1583, por ocasião da passagem do visitador dos jesuítas, o Pe. Cardim escrevia que estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga, onde “os índios os receberam com muita festa como o costumam, mandando de sua pobreza”. Como o aldeamento estava apenas se iniciando, a vida ali era mais simples e sem a estrutura que se formou em outros aldeamentos cristãos.

Embora não haja relatos desta época, é possível que os indígenas vivessem como no aldeamento da capitania do Espírito Santo, descrito pelo Pe. Rodrigues:

Todos os dias, em amanhecendo, se tange as Ave Marias de pela manhã e daí a pouco à missa, que acabada se lhes ensina adoutrina na sua língua. E depois vai cada um a seu serviço. (...) à cinco horas da tarde se torna a tanger o sino à doutrina a que acode a gente que se acha pela aldeia, e se lhe ensina a doutrina com a outra parte do Diálogo, que contém a declaração dos sacramentos. Finalmente à boca da noite saem os meninos em procissão, da porta da igreja até à cruz, cantando algumas orações e encomendando as almas do fogo do purgatório.

Como os padres não viviam nesses aldeamentos, a catequese devia ser feita de forma itinerante ou por um catequista devidamente preparado. As casas, que agora abrigavam famílias nucleares, eram construídas em volta de um pátio, onde havia a igreja e a cruz, como se vê ainda hoje na aldeia de Carapicuíba, uma das poucas que manteve a estrutura original. Quanto ao vestir, os indígenas seguiam os padrões ocidentais, como escrevia este mesmo missionário:

As mulheres quando hão de ir à igreja, ou hão de aparecer diante de gente, vestem-se mui decentemente, convém a saber, com uma camisa ou hábito bem feito, cerrado, largo e comprido até o chão; os cabelos são compridos enastrados [trançados] com suas fitas, e nas mãos suas contas de rezar. Os homens andam com o vestido que podem, mas na igreja e pelas festas muitos deles se tratam à portuguesa.

Embora vivessem de “sua lavoura de mantimentos que plantam e semeiam, de caça, de pescaria e criações” prestavam também serviço aos colonos. “Servem [além do] mais aos moradores em suas fazendas; e para isso se põem com eles por soldada [salário], por certos meses, por seu estipêndio [trabalho], conforme os regimento de S. M. [Sua Majestade]” .
14 de setembro de 1583, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 16:04:57
27°. “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes”
Em 1583, houve também o caso de Manoel Fernandes, ferreiro na vila. Tendo se desentendido por algum motivo, levou seus instrumentos de trabalho para a casa do irmão, escondendo-os.

Sem ter os trabalhos do ferreiro, algumas pessoas da vila o denunciaram junto ao Conselho, acusando-o de ter fugido para o sertão junto a alguma comunidade indígena, levando a forja e as ferramentas, o que resultava em “muito prejuízo para terra”.

Indignados, os vereadores logo determinaram aos oficiais que “mandassem ao meirinho com um escrivão após ele e o trouxessem prezo e lhe dessem o castigo conforme ele merecesse”. ["Os Tupi de Piratininga. Acolhida, resistência e colaboração", 2008. Benedito A. G. Prezia]
17 de março de 1590, sábado. Atualizado em 30/10/2025 23:58:34
28°. A população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada
Em março de 1590, a população de São Paulo recebia a notícia através de dois participantes de uma entrada – João Vallenzuella, espanhol, e um índio cristão, tecelão que na região do rio Jaguari, um dos formadores do rio Paraíba, na tapera de Iaroubi [Jarobi] o grupo português havia sido atacado, morrendo Gregório Affonso, e que Cunhaqueba havia morto a Isaque Dias “e que fiquara [ficara] hu genro de Carobi, Jundiapoen e outros prezos pa os matarem e juntamente dizen q’ he toda gente da entrada morta e acabada”.

E deixavam o recado: todo aquele que fosse ao Vale do Paraíba seria morto. O texto da ata não é claro, mas parece que um grupo, chefiado por Cajapitanga – que parece ser indígena de Piratininga – , estava colaborando com estes contrários. Por isso, a Câmara propunha fazer um devassa para apurar os fatos e caso fossem confirmadas as suspeitas, que fossem presos os traidores. E pedia que a população estivesse “prestes com armas e mãtimentos pa quando for tempo” para ir combater o grupo inimigo. Pedia-se igualmente que os muros da vila fossem reforçados.

O muro que protegia a vila já não era suficiente, pois havia o risco de indígenas que pudessem chegar pelo médio Tietê. Foi então construída uma fortificação na confluência do Tietê com o Jurubatuba (rio Pinheiros) 1395. Era a ambuaçava, que aparece nas atas da Câmara deste período e que era também conhecida como “o forte”.
26 de março de 1590, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
29°. Por ocasião da ameaça de ataque à são Paulo, os camaristas escreviam: “(...) que se ponha gente na ambuaçava na aldeia de Caiapurui”
Por ocasião da ameaça de ataque à são Paulo, os camaristas escreviam: “(...) que se ponha gente na ambuaçava na aldeia de Caiapurui [Carapicuíba]”.
9 de abril de 1590, segunda-feira. Atualizado em 31/10/2025 01:23:09
30°. Ataque tem a intenção de tomar o caminho do mar
A situação era tão crítica que foi solicitada ajuda ao capitão-mor, em Santos, para enviar homens e munições “com mta brevidade”, pois, segundo as informações passadas pelos índios cristãos e pelos espias, estes inimigos deveriam chegar pelo caminho do mar. E confirmavam que a única solução para estes conflitos era “cada hun ir buscar o seu remédio”, isto é que se escravizassem estes insurgentes. [ACSP, 9.04.1590 (v. 1, p. 393).]
11 de abril de 1590, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
31°. “República”
O muro que protegia a vila já não era suficiente, pois havia o risco de indígenas que pudessem chegar pelo médio Tietê. Foi então construída uma fortificação na confluência do Tietê com o Jurubatuba (rio Pinheiros). Era a ambuaçava, que aparece nas atas da Câmara deste período e que era também conhecida como “o forte”. [Página 352]
15 de abril de 1590, domingo. Atualizado em 31/10/2025 04:32:52
32°. “(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio
A partir de 1590, inicia-se um novo período de confrontos, a ponto de a Câmaraconvocar pessoas que estavam refugiadas no sertão, por terem cometido crimes e outros delitos, “porquanto o gentio estava já junto nas frontras e era certeza vir já marchando con grande guerra”.

“(...) todos os homiziados e apelados [os que tiverem processo] q’ na dita villa houver ou ai estiverem por quoallquer cauzo (...) que aparesão e venhão a dita vila com suas armas para ajudaren a defender do nosso gentio.
7 de julho de 1590, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:39:24
33°. Por terem matado Domingos Grou
O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba. Segundo o relato dos camaristas, numa grande investida,

matarão três homeis brãquos e ferirão outros muitos e matarão muitos escravos e escravas e índios e índias xpãos [cristãos] e destruirão muitas fazendas asin de brãquos como de índios. 1399 (7.07.1590).

Nesta ofensiva, ocorreu um fato surpreendente: o ataque contra a igreja do aldeamento de Pinheiros, onde “quebrarão a imagem de nossa sr a do rozairo dos pinheiros”1400.

Vê-se que estes Tupi já haviam morado em Piratininga, pois a ata afirma que

herão nossos vezinhos e estavão amiguos connosquo e herão nossos compadres e se comoniquavão connosquo guozãdo de nossos resguates e amizades e isto de muitos annos a esta parte 1401.

Nesta ocasião, estavam em Piratininga os padres Pedro Soares, Leonardo do Vale, um grande tupinista, e Manuel Viegas, que ficou conhecido depois como “pai do Maromomi”, além dos Irmãos Antônio Ribeiro e António de Miranda1402. Serafim Leite afirma que este ataque somente ocorreu porque o Pe. Manuel Chaves, que grande ascendência tinha sobre os indígenas, havia morrido em janeiro daquele ano, não tendo tempo para impedir o conflito1403.

O fato de serem indígenas “compadres” dos portugueses e terem quebrado a imagem de Nosso Senhora, parece indicar, novamente, um conflito com indígenas que conviveram com a missão, trazendo um lado de revanche religiosa. Esta hipótese é provável, embora a documentação seja escassa, pois para o indígena, não há separação entre o religioso e o político.
7 de julho de 1590, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:32
34°. O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba
O ataque temido ocorreu em junho desse ano de 90, desfechado pelo grupo do Vale do Paraíba. Segundo o relato dos camaristas, numa grande investida, matarão três homens brancos e ferirão outros muitos e matarão muitos escravos e escravas e índios e índias xpãos [cristãos] e destruirão muitas fazendas asin de brãquos como de índios.

Nesta ofensiva, ocorreu um fato surpreendente: o ataque contra a igreja do aldeamento de Pinheiros, onde “quebrarão a imagem de Nossa Senhora do Rosário dos Pinheiros”.

Vê-se que estes Tupi já haviam morado em Piratininga, pois a ata afirma que herão nossos vezinhos e estavão amiguos connosquo e herão nossos compadres e se comoniquavão connosquo guozãdo de nossos resguates e amizades e isto de muitos annos a esta parte.

Nesta ocasião, estavam em Piratininga os padres Pedro Soares, Leonardo do Vale, um grande tupinista, e Manuel Viegas, que ficou conhecido depois como “pai do Maromomi”, além dos Irmãos Antônio Ribeiro e António de Miranda. Serafim Leite afirma que este ataque somente ocorreu porque o Pe. Manuel Chaves, que grande ascendência tinha sobre os indígenas, havia morrido em janeiro daquele ano, não tendo tempo para impedir o conflito.

O fato de serem indígenas “compadres” dos portugueses e terem quebrado a imagem de Nosso Senhora, parece indicar, novamente, um conflito com indígenas que conviveram com a missão, trazendo um lado de revanche religiosa. Esta hipótese é provável, embora a documentação seja escassa, pois para o indígena, não há separação entre o religioso e o político. [Páginas 352 e 353]
16 de fevereiro de 1591, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:05
35°. Guerra
Como a vila continuava em sobressalto e vulnerável, em 16 fevereiro de 1591 os camaristas determinaram, como forma de proteger a população, que quando houvesse

rebate de guerra [toque do sino] as mulheres e filhos dos homeis q’ viven fora nos aravalldes [arrabaldes, isto é, nas fazendas] e dos que estavão auzentes [da vila] se recolhião [recolhessem] ao alpendre da igreja e andavão desaguazalhados no q’ hera mto aperto e desenquietação [e] q’ suas mercês devião de mãdar alarguar esta serqua per fora de maneira q’ aja espaso p a q’ fique a gente aguazalahada e aja espaso pa pelejaren.

Por esta redação, parece que os muros já não estavam em condições de dar proteção e a solução mais rápida era fazer uma cerca para que, entre esta proteção e a igreja, onde havia um alpendre, houvesse “espaso pa pelejaren”. E convocavam um mutirão para concluir a obra. [Página 354]
15 de junho de 1591, sábado. Atualizado em 15/06/2025 02:06:00
36°. “Estes ataques não impediram que os colonos continuassem suas incursões pelo sertão. Além do Vale do Paraíba, foram escravizar os Tupi do médio Tietê, em Pirapitingui, na região de Itu, onde mataram muitos e trouxeram outros cativos”
Estes ataques não impediram que os colonos continuassem suas incursões pelo sertão. Além do Vale do Paraíba, foram escravizar os Tupi do médio Tietê, em Pirapitingui, na região de Itu, onde mataram muitos e trouxeram outros cativos (15.06.1591).
15 de agosto de 1593, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:36:00
37°. Proibido ir ao sertão
Com o tempo e com as entradas escravistas, o clima entre os indígenas do sertão mostrava-se cada vez mais conflitivo, não só entre os Tupi, como também entre os Guaianá/Guaizanazes e Maromomi. Isto explica a proibição da Câmara, em agosto de 1593, quando determinou q’ se não fose a tera [terra] dos guaramimis [Maramomi] e goianazes por aver pa iso muitas rezõis e por se não alevantaren com os [Tupi] do sertão [que] estavão alevantados e a mais vozes.
5 de dezembro de 1593, domingo. Atualizado em 30/10/2025 14:47:31
38°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas
Como a situação continuava tensa, em dezembro de 1593, os camaristas de São Paulo, juntamente com os de Santos e Itanhaém, reuniram-se para preparar uma estratégia de guerra, como resposta ao último ataque dos Tupi de Mogi. Estes haviam morto, na região do Jaguari, o grupo de Antônio Macedo e Domingos Luiz Grou.

Desta vez, não era boato, mas um fato real, pois, Gregório Ramalho, filho de Vitório Ramalho e sobrinho de Antônio Macedo, juntamente com Manoel, índio cristão de São Miguel, que deviam ter escapado do ataque, juraram sobre os “sãtos avãgelhos” dizer a verdade. Além destes chefes de bandeira, mais oito colonos foram mortos, tendo sido levados muitos Tupiães que haviam sido escravizados no Sul de Minas. Afirmavam que Tamarutaka, irmão de Macedo, estava desaparecido, e sua morte seria confirmada mais tarde. Assim, os dois filhos do velho caudilho morriam nesta expedição. Neste mesmo dia, foi reunida uma assembléia popular que decidiu pela guerra contra o “gentio de Bongi [Mogi]” 1414. Esta foi, seguramente, a última grande ofensiva dos Tupi do Paraíba e do médio Tietê contra os moradores de Piratininga, numa tentativa de expulsão dos invasores portugueses do planalto.

Alguns destes indígenas foram aliciados pelos colonos para participarem de expedições escravistas, como foi aquela comandada por Domingos Grou e Antonio Macedo, que em 1593 penetrou o sertão do Paraíba, onde aparecia o nome de Manoel, “índio espião [cristão] de são miguel, irmão de fernão de sousa”.
1639. Atualizado em 24/10/2025 20:40:10
39°. “Tesoro de la lengua guaraní”, Antonio Ruiz de Montoya (1595-1652)
A ligação do litoral do Rio de Janeiro com o planalto de Piratininga foi assinalada por Montoya, quando descreveu a vila de São Paulo, com suas comunicações terrestres, sendo que um caminho vinha “desde o rio Ginero, abrindo-se um trecho de mato, mas isso repugna muito aos de São Paulo”. Certamente era o trecho que atravessava a Serra do Mar, na forte súbita da Serra das Araras. [Conquista espiritual..., [1639] 1985, p. 125.]
1 de janeiro de 1647, sexta-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:39:56
40°. Raposo Tavares estivera em Portugal
Sugerem Chmyz & Maack haver mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema, encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, na região central do Paraná. O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul, costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fez parte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, como sugere Cortesão.

Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam ser em linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação do governador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado:

Eu tenho um mapa antigo, em que se ve o roteiro de um caminho que seguiam os antigos paulistas, o qual saindo de São Paulo para Sorocaba, vai até a Fazenda de Wutucatú, que foi dos padres São Miguel das Missões junto do Paranapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o rio a esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica à beira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, no médio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] e desde o salto das Canoas, até a barra deste rio gastavão 20 dias, dai entrando no rio Paraná, navegavão o R.o Avinhema, ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suas vertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terra as vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul.
15 de maio de 1648, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 08:53:10
41°. Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui
Havia mais dois ramais que corriam paralelos aos rios Tietê e Paranapanema,encontrando-se com a rota-tronco na altura da antiga povoação paraguaia de Vila Rica, na região central do Paraná, como sugerem Chmyz & Maack232. O ramal do Paranapanema levava à região do Itatim, no atual Mato Grosso do Sul, costeando a direita do rio, caminho feito pela tropa de Antônio Pereira de Azevedo, que fez parte da grande expedição de Raposo Tavares, em 1647, e não pelo ramal do Tietê, como sugere Cortesão.

Isto pela simples razão de que os caminhos indígenas costumavam ser em linha reta. Parece ser a mesma rota que foi localizada numa documentação do governador Morgado de Mateus e que apresenta um itinerário mais detalhado:

“Eu tenho um mapa antigo, em que se ve o roteiro de um caminho que seguiam os antigos paulistas, o qual saindo de São Paulo para Sorocaba, vai até a Fazenda de Wutucatú, que foi dos padres São Miguel das Missões junto do Paranapanema, q’ hoje se achão destruido, dahy costiando o rio a esquerda, se hia a Encarnação [redução jesuítica à beira do Tibagi], a St.o X.er [redução S.Francisco Xavier, no médio Tibagi] e a St.o Ignácio [redução no Paranapanema] e desde o salto das Canoas, emté a barra deste rio gastavão 20 dias, dai entrando no rio Paraná, navegavão o R.o Avinhema, ou das três barras, e subindo por elle emté perto das suas vertentes, tornavão a largar as canoas, e atravessavão por terra as vargens de Vacaria [no atual Mato Grosso do Sul.”
1672. Atualizado em 23/10/2025 17:12:24
42°. Vida do Venerável Padre José de Anchieta, 1672. Simão de Vasconcelos (1597-1671)
A ameaça de morte aos padres e de destruição da igreja da vila de São Paulo concretizou-se em julho de 1562, liderada pelo grupo dissidente de Ururay, entre os quais havia jovens que freqüentaram “a doutrina dos padres”. Como escreveu Simão de Vasconcelos (1597-1671), aqueles nativos “eram filhos da Igreja”, isto é, que já tinham passado pela catequese, sendo que, possivelmente, alguns já tivessem sido batizados.
1740. Atualizado em 25/02/2025 04:39:00
43°. “De Itu ao Rio grande não se encontram facilmente os Caiapós, a que por outro nome chamam Bilreiros, porque com grande dificuldade passam o Rio grande, e chegaram tão perto de S. Paulo, que tocaram o sino da Igreja de Jundiaí, com cujo som aterrados fugiram”
Havia também o caminho que mais tarde levou a Cuiabá e que foi chamado de “estrada dos Bilreiros”. Segundo um relato anônimo do século XVIII, este caminho é

o caminho ordinário e viagem, que fazem os Paulistas (...) que alguns dizem-se poder fazer todo por terra de S. Paulo para o Cuiabá (...) e de Itu caminhar para o Rio Pirachicaba aberto caminho pelo mato. Em quatro dias se pode chegar ao Campo de Aracoarara [Araraquara], daí ao Nordeste levando a mão esquerda a mata do Rio Tietê, chegasse ao rio Grande, julgam alguns será caminho de um mês; mas outros julgam que feito o caminho e abatidos os pastos, que são altos, com fogo, em menos de dias se fará esta viagem.

Passado o rio Grande, seguia até o ribeirão Guacuri, depois tomava o rio Verde, entrando pelo rio Pardo, até chegar às terras de Cuiabá. [Páginas 67 e 68]
6 de maio de 1758, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:39:18
44°. Nascimento de Maximilien François Marie Isidore de Robespierre
8 de abril de 2023, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:47:18
45°. Caminho de São Tomé, hoje chamado Peabiru: Sorocaba-Paranapanema




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1616
Atualizado em 04/11/2025 07:46:23
Testamento de Luis de Albernás casado com Andresa Gonçalves, filha de Baltasar Gonçalves
•  Cidades (1): Itaguara/MG
•  Pessoas (1): Baltazar Gonçalves, velho (72 anos)




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1579
Atualizado em 04/11/2025 07:46:23
No período de 1562 e 1579, vigora enquanto Capitão-mor e ouvidor Antônio [Roriz] Rodrigues de Almeida
•  Pessoas (1): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (84 anos)
•  Temas (1): Capitania de Santo Amaro
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1571
Atualizado em 04/11/2025 07:46:23
Casamento de Balthazar Gonçalves "velho" com Maria Álvares
•  Pessoas (2): Maria Alvares (17 anos), Baltazar Gonçalves, velho (27 anos)
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9 de agosto de 1567, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:24
Sesmaria a João Ramalho
•  Cidades (2): São Paulo/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (4): Brás Cubas (60 anos), João Ramalho (81 anos), Jorge Ferreira (74 anos), Piqueroby (1480-1552)
•  Temas (6): “o Rio Grande”, Rio Anhemby / Tietê, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Rio Piratininga
Algumas notas genealógicas
Data: 1886
Créditos: João Mendes de Almeida (1831-1898)
Algumas notas genealógicas: livro de familia : Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, São Paulo-Maranhão: séculos XVI-XIX. Página 332
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7 de junho de 1545, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:24
Documento
•  Cidades (3): Santos/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (5): Brás Cubas (38 anos), Domingos Grou, filho (1550-1587), João Vieira, Mestre Bartolomeu Gonçalves (45 anos), João Eannes
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. XLIV, 2° parte
Data: 1949
Página 242
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31 de dezembro de 1536, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:25
“Ilha de Guaíbe defronte desta Ilha de São Vicente onde todos estamos”
•  Cidades (1): Guarujá/SP
•  Pessoas (7): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (41 anos), Duarte, Infante de Portugal (15 anos), Estevão Gomes da Costa, Gonçalo Monteiro, Maria Moreira Cabral, Martim Afonso de Sousa (36 anos), Pero (Pedro) de Góes
•  Temas (3): Capitania de São Vicente, Guaimbé, Portos
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1537
Atualizado em 31/10/2025 00:05:39
Chegou a Buenos Aires com toda a sua colônia que tinha em Santa Catarina
•  Cidades (2): Buenos Aires/ARG, Iguape/SP
•  Pessoas (2): Bacharel de Cananéa, Rui Garcia de Moschera
•  Temas (3): Fortes/Fortalezas, Guerra de Iguape, Léguas
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1533
Atualizado em 04/11/2025 07:46:26
Pero de Góes e Rui Pinto são incumbidos de castigar os carijós, supostamente culpados do massacre da expedição de Francisco de Chaves
•  Pessoas (4): Ruy Pinto (f.1549), Francisco de Chaves (33 anos), Bacharel de Cananéa, Pero (Pedro) de Góes
•  Temas (1): Carijós/Guaranis




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16 de junho de 2025, segunda-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:26
Consulta em geneaminas.com.br
•  Pessoas (8): João Gonçalves, Maria Sanches, João Rodrigues de Freitas (n.1471), Gustavo Faria do Amaral, Sebastião José de Faria, Maria da Conceição Aparecida Santos, Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Mestre Domingos Gonçalves Fernandes (1500-1589)




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24 de setembro de 2022, sábado
Atualizado em 04/11/2025 07:46:27
Genealogia da Família Lemes, genealogiadoslemes.wordpress.com, consultado em 24.09.2022
•  Cidades (3): São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (7): Afonso Sardinha, o Velho (1531-1616), Brás Gonçalves, o velho (1524-1606), Braz Gonçalves, velho "Sardinha" (1535-1620), Maria Gonçalves (1570-1599), Margarida Fernandes Ybyrpuera, Margarida Fernandes (n.1505), Cacique de Ybyrpuêra
    Registros relacionados
1535. Atualizado em 27/10/2025 19:42:14
1°. Nasceu ou fugiu da Inquisição?
André Gonçalves, filho de 14a/15a Geração Braz Gonçalves, O Velho , este nascido em Perto de 1535 Portugal, veio provavelmente com sua irmã Maria Gonçalves , que se casou com Afonso Sardinha, Perto de 1550, São Vicente, SP, Brasil André Gonçalves, filho de 14a/15a Geração Margarida Gonçalves (born Fernandes (Trisavó)) esta era filha do cacique dos Virapueras , foi batizada adotando o nome de Margarida Fernandes(São Paulo, SP, Brasil) Isabel Gonçalves, filha de Antonio Botelho (Avô) [Genealogia da Família Leme, genealogiadoslemes. wordpress.com consultado em 24.09.2022]
1535. Atualizado em 24/10/2025 21:15:12
2°. Braz Gonçalves "velho" chega ao Brasil
André Gonçalves, filho de 14a/15a Geração Braz Gonçalves, O Velho , este nascido em Perto de 1535 Portugal, veio provavelmente com sua irmã Maria Gonçalves , que se casou com Afonso Sardinha, Perto de 1550, São Vicente, SP, Brasil.
1541. Atualizado em 23/10/2025 15:32:24
3°. Nascimento de Maria Gonçalves, filha do Mestre Bartholomeu
André Gonçalves, filho de 14a/15a Geração Braz Gonçalves, O Velho este nascido em Perto de 1535 Portugal, veio provavelmente com sua irmã Maria Gonçalves que se casou com Afonso Sardinha, Perto de 1550, São Vicente, SP, Brasil André Gonçalves, filho de 14a/15a Geração Margarida Gonçalves (born Fernandes (Trisavó) esta era filha do cacique dos Virapueras foi batizada adotando o nome de Margarida (Fernandes( São Paulo, SP, Brasil) Isabel Gonçalves, filha de Antonio Botelho (Avô)




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14 de dezembro de 2021, sexta-feira
Atualizado em 04/11/2025 07:46:27
As guerras franco-espanholas do século XVI - Guerras Franco-Espanholas (1526-1559) - Fuerzas de Defensa de la Republica Argentina, fdra-historia.blogspot.com
•  Pessoas (3): D Rodrigo de Acuña, Francisco de Chaves (1500-1600), Juan Sebastián Elcano (1476-1526)
    Registros relacionados
1 de março de 1526, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:56:30
1°. Ancoraram na ilha de Santa Catarina
12 de agosto de 1531, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:56:31
2°. Pedro Agnez é enviado a terra pafra buscar o Bacharel de Cananéia




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  31/10/2025 02:53:25º de 313
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2010
Atualizado em 04/11/2025 07:46:29
“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga
•  Cidades (9): Mogi das Cruzes/SP, Rio de Janeiro/RJ, Santana de Parnaíba/SP, São Miguel Paulista/SP, São Paulo/SP, São Roque/SP, São Vicente/SP, Sevilha/ESP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (26): Antão Rodrigues Pacheco, Beatriz Gonçalves (Sardinha), Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Francisco de Sousa (1540-1611), José Carlos Vilardaga, Luiz Martins, Manoel Pinheiro Azurara (n.1570), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Martim Afonso de Melo Tibiriçá (1470-1562), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Martim Rodrigues Tenório de Aguilar (1560-1612), Mem de Sá (1500-1572), Nicolas Mastrillo Duran (1570-1653), Pedro Sarmiento de Gamboa (1532-1592), Pedro Vaz de Barros (Vaz Guaçu - “O Grande”) (1581-1644), Pero Lopes de Sousa (1497-1539), Piqueroby (1480-1552), Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), Ruy Díaz Ortiz Melgarejo (1519-1602), Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631), Salvador Pires (f.0), Sebastião de Peralta, Simão Leitão, Tomé de Sousa (1503-1579), Ulrico Schmidl (1510-1579), Wilhelm Jostten Glimmer (1580-1626)
•  Temas (24): Antônio Bicudo, Antonio Bicudo de Brito, Léguas, Leis, decretos e emendas, Margarida Bicudo de Brito, Maria de Brito, Minas de Tambó, Ouro, Peru, Piqueri, Pirapitinguí, Portos, Prata, Rio da Prata, Rio Paraguay, Rio Paraíba, Rio Tamanduatei, Serra de Jaraguá, Tordesilhas, União Ibérica, Ururay, Vale do Anhangabaú, Vila de Santo André da Borda, Villa Rica del Espírito Santo
    Registros relacionados
19 de outubro de 1526, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:42:48
1°. O Navegador espanhol Sebastião Caboto chegou à ilha de Patos
Sebastião Caboto batizou-a de Ilha de Santa Catarina. Há uma polêmica em torno da motivação desse nome. De acordo com uns, o nome homenageia a santa, enquanto para outros, faz referência a sua esposa Catarina Medrano.
3 de dezembro de 1530, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 18:51:50
2°. A esquadrilha portuguesa de Martim Afonso de Sousa partiu de Lisboa
Março de 1536. Atualizado em 25/02/2025 04:38:53
3°. Fundação de Buenos Aires*
1541. Atualizado em 25/02/2025 04:44:45
4°. Diante da viabilização da povoação, proporcionada por uma ampla baía fluvial, pelos arredores cultiváveis e por uma abundante população indígena, Domingos de Irala, em 1541, transformou o forte em “cabildo e ayuntamiento con cinco regidores”
1550. Atualizado em 24/10/2025 02:34:43
5°. Casamento de Afonso Sardinha, "o Velho", e Maria Gonçalves (filha do Mestre Bartholomeu Gonçalves e Antônia Rodrigues, “a índia”)
Sardinha era, ao que tudo indica, tanoeiro de origem. Não se sabe quando poderia ter chegado ao Brasil, nem mesmo se aqui havia nascido, mas casou-se em Santos em 1550, com Maria Gonçalves, filha de Domingos Gonçalves.
1552. Atualizado em 24/10/2025 20:40:08
6°. Irala teria chegado no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi
Assim, a coincidência entre as ações de Irala, de um lado - que teria chegado, em 1552, no salto do Avanhandava às margens do rio Anhembi (Tietê) para combater os grupos tupis alertando ao rei da necessidade de consolidar as conquistas do Guairá para barrar um possível avanço português.
26 de março de 1553, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:32:26
7°. Chegada a Kariesseba
De qualquer forma, no trajeto, deveriam pesar, sobretudo, as ameaças indígenas.Somente com certa conivência ou anuência dos grupos indígenas, este percurso poderia ser utilizado com o mínimo de regularidade. As redes de alianças feitas com os índios nos primeiros tempos, tanto do lado tupi-português quanto do hispano-guarani, devem ter garantido certa paz, preservando a segurança dos viajantes. O espaço entre o Paraguai e a capitania vicentina era, de fato, mais um território indígena que colonial, e o relato de Ulrico Schmidil denota isso. Depois de atravessar o território dos karios, adentrou a área tupi, dos aliados dos portugueses, e isso bastou em sua precisão descritiva do trajeto. O que realmente demarcava os territórios eram as relações entre as etnias tupi-guaranis, e não qualquer determinação extemporânea vinda das rivalidades entre Lisboa e Madri na América Meridional. Ainda Anchieta, em suas Informações, de 1584, mencionava: os “índios carijós que são das Índias de Castela...”.752 Nesse sentido,os territórios eram até então demarcados pelo espaço indígena. ("SP na órbita do Império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.223)
20 de julho de 1553, segunda-feira. Atualizado em 28/10/2025 16:13:44
8°. Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias
Por fim, cita o caso de um português que matara alguém em São Vicente e fugiu a pé para o Peru, onde recolheu certa quantidade de prata antes de voltar a Portugal. Essas notícias davam a certeza a Valdés de que era temerário que a capitania ficasse sob a jurisdição de um homem só, como o donatário Pero Lopes de Souza. Ela deveria, isto sim, por sua importância e riqueza, pertencer ao rei, que poderia “recompensar aquello en outra cosa antes que nada desto se entenda
1554. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
9°. O processo de conquista empreendido pelos castelhanos no Guairá se iniciou com Garcia de Vergara, que fundou, com 60 espanhóis advindos de Assunção, o povoado de Ontiveros, nas margens do rio Paraná
1556. Atualizado em 30/10/2025 15:11:06
10°. Fundação de Ciudad Real or "El Gauirá"
Dois anos depois, em 1556, o novo governador da Província do Rio da Prata e Paraguai, Gonzalo de Mendoza, enviou Ruy Díaz de Melgarejo para fundar Ciudad Real del Guairá, na foz do rio Piquiri, também às margens do rio Paraná. A vila, situada a dez quilômetros de Ontiveros, foi povoada em 1557, com 100 colonos que acompanharam Melgarejo e pela população de Ontiveros, transferida para Ciudad Real. [Página 207]
1560. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
11°. A igreja foi originalmente erguida como uma capela, de estrutura de pau-a-pique e folhagens. Foi a primeira construção religiosa da cidade e foi dedicada a Santo Antônio
1560. Atualizado em 24/10/2025 02:35:08
12°. Fundação de São Miguel Paulista/SP
5 de abril de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:09
13°. A vila de São Paulo ficou completamente fundada e reconhecida, data da respectiva provisão
Pretendemos, aqui, tão somente apresentar uma espécie de “radiografia” de São Paulo entre 1560 e 1580. Resultado tardio do colégio jesuítico erguido em 1554, esta vila nasceu formalmente no ano de 1560, depois que o governador-geral Mem de Sá ordenou o esvaziamento no núcleo inicial de Santo André da Borda do Campo e a transferência dos moradores para junto do colégio, no alto da colina situada entre o Tamanduateí e o Anhangabaú.

Pelo que se depreende das crônicas de época, morar em São Paulo, ao menos em termos climáticos, deveria ter lá o seu encanto. Há quase uma unanimidade em apontar o bom clima do lugar. Para Gabriel Soares de Souza, que estendeu a observação para toda a capitania, “são os ares frios e temperados, como na Espanha, cuja terra é mui sadia e de frescas e delgadas águas...”. Para Fernão Cardim, “é terra muito sadia, há nela grandes frios e geadas e boas calmas.”

Já sob o aspecto visual, de quem chegava à vila por um de seus quatro caminhos - cada um numa das direções do horizonte -, o que provavelmente chamava a atenção era o muro de taipa de pilão que contornava toda a extensão da colina, margeada, de um lado, pelo Tamanduateí e, do outro, pelo Anhangabaú, e onde se metia o casario.

Com aproximadamente oito metros de altura por um de largura, deveria contar ainda com um andaime de proteção para os vigilantes e defensores da vila. Seu caráter defensivo era, assim, visualmente, evidente. De fato, desde o princípio da vila, a manutenção dos muros de taipa figurou como uma preocupação oscilante em função dos momentos mais, ou menos, ameaçadores. Na década de 1560, por exemplo, a vila viveu sob assédio constante dos índios que habitavam o entorno. Verdadeiramente, seus primeiros anos não foram nada fáceis. [Página 82]
11 de novembro de 1560, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10
14°. Padre José de Anchieta ergueu a Capela de Nossa Senhora da Escada em Barueri
Tanto que ele mesmo criou o aldeamento de Barueri, para onde reduziu indígenas direcionados aos trabalhos em Vuturuna (Parnaíba), nomeando pessoalmente os capitães para administrála.
20 de maio de 1561, sábado. Atualizado em 30/10/2025 04:53:35
15°. Carta à rainha D. Catarina, regente de Portugal durante a menoridade de D. Sebastião, assinada por Jorge Moreira e Joanes Annes
1561. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
16°. Carta feita pelos oficiais da Câmara de São Paulo à rainha D. Catarina
Também significativa foi a carta feita pelos oficiais da Câmara de São Paulo à rainha D. Catarina em 1561, na qual se alertava que portugueses haviam sido mortos por índios no caminho do Paraguai. ("SP na órbita do Império dos Felipes" José Carlos Vilardaga. Página 224]
25 de abril de 1562, sexta-feira. Atualizado em 20/08/2025 06:12:13
17°. Carta de Brás Cubas (1507-1592) ao rei de Portugal, Dom Sebastião (1554-1578)
Esta entrada, do prático em mineração Martins, teria percorrido as redondezas de São Paulo, recolhendo algum ouro e pedras verdes, de pouca monta e interesse, na região de Jaraguá e Caatiba.
1562. Atualizado em 25/02/2025 04:47:23
18°. Reunião
10 de julho de 1562, sexta-feira. Atualizado em 01/11/2025 04:28:09
19°. Cerco de Piratininga ou A Guerra de Piratininga
Em julho de 1562, uma reunião de índios que resistiam à presença portuguesa no planalto, somada a grupos já supostamente catequizados, e bastante insatisfeitos, promoveu violento ataque à vila, colocando, pela primeira vez, em xeque a rede de alianças costuradas pelos colonos com as lideranças indígenas locais.

Do lado dos padres e colonos, o cacique Tibiriçá, aliado de primeira hora, lideraria o exército defensor. Mas, ao final, ele mesmo seria abatido pelo inimigo que não poupou vítimas entre os índios agressores ou defensores da vila: o vírus da varíola. Ao lado do famoso cacique, seu genro, o ressentido João Ramalho, foi decisivo na defesa da vila de São Paulo neste crítico ano de 1562. Ramalho guardava consigo a insatisfação do desmanche da antiga vila de Santo André, onde fora patriarca e peça chave. [Página 83]
5 de novembro de 1562, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
20°. Os oficiais deram um ultimato para que os moradores terminassem os muros da vila
Nas Atas dos anos de 1562 e 1563, encontramos a aflição dos oficiais que pediam, com recorrente urgência, para se “acabar os muros e baluartes”, “fechar as portas com cadeados” e “construir guarita”. Em 5 de novembro de 1562, os oficiais deram um ultimato para que os moradores terminassem os muros da vila.

(...) Em 5 de novembro de 1562, os oficiais deram um ultimato para que os moradores terminassem os muros da vila. Ainda em dezembro do mesmo ano, Salvador Pires, procurador e povoador dos antigos, foi enviado “ao mar” para comprar coisas importantes para a defesa da vila.
8 de dezembro de 1562, sábado. Atualizado em 23/10/2025 15:36:38
21°. Em pousadas do vereador Jorge Moreira, estando presentes o juiz ordinário Antônio de Mariz e treze pessoas da governança, assinaram “auto de ajuntamento” em que foi nomeado Salvador Pires procurador dos moradores
26 de junho de 1563, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:09
22°. Salvador Pires recomendou que nenhum índio fosse levado para fora da vila e que se recolhessem os que estivessem espalhados pelas “taperas”, porque as notícias de uma guerra eminente aumentavam a dependência dos colonos em relação aos gentios aliados para sustentar a defesa de São Paulo
Retomemos o ano de 1563, mais especificamente junho, quando Pires recomendou que nenhum índio fosse levado para fora da vila e que se recolhessem os que estivessem espalhados pelas “taperas”, porque as notícias de uma guerra eminente aumentavam a dependência dos colonos em relação aos gentios aliados para sustentar a defesa de São Paulo. Assim, reforçava-se a proibição de que índios fossem mandados ao sertão e ao “quãopo” (campo).
1566. Atualizado em 24/10/2025 02:38:23
23°. Jorge Moreira é dono de terras num lugar chamado Urrutantan (Butantã)
Jorge Moreira, este último um dos maiores potentados da vila nestes tempos. Segundo Leme, Moreira nasceu em Rio Tinto, Porto, e foi dono de datas de terras num lugar chamado Urrutantan (Butantã) e 1566 (...)
1568. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
24°. Andres de Montalvo aproveitando uma trégua entre os índios, finalmente solicitou uma licença “por ser castelhano” para passar pelo caminho então proibido
Andres de Montalvo 1568, aproveitando uma trégua entre os índios, finalmente solicitou uma licença “por ser castelhano” para passar pelo caminho então proibido. [Página 224]
20 de março de 1569, sexta-feira. Atualizado em 27/10/2025 18:18:59
25°. Nascimento de Clemente Alvares em São Paulo, filho de Álvaro Rodrigues e de Catarina Gonçalves; foi batizado pelo Padre Anchieta
Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.
1570. Atualizado em 24/10/2025 02:18:23
26°. carvoeiro
Apesar de desempenhar funções no concelho desde os anos 1570, em 1584 houve uma tentativa de impedir que Domingos Luis assumisse cargos na república, por “não haver entrado até agora em oficio”. Naquele momento, seu passado de oficial mecânico deve ter pesado contra ele. [p.84]
1570. Atualizado em 31/10/2025 14:05:34
27°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
1570. Atualizado em 31/10/2025 14:50:47
28°. O mesmo Melgarejo funda Villa Rica del Espiritu Santo, distante 60 léguas de Ciudad Real. Levava com ele mais cavalos que homens: 40 vecinos e 53 cavalos
O mesmo Melgarejo fundaria, em 1570, Villa Rica del Espiritu Santo, distante 60 léguas de Ciudad Real. Levava com ele mais cavalos que homens: 40 vecinos e 53 cavalos. [Página 207]
22 de junho de 1572, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:24
29°. “todo o povo da vila” recomendava que ninguém ajuntasse índios para serem levados ao Rio de Janeiro
Nesta década de 1570, a ameaça mais imediata de ataques de índios inimigos parecia estar afastada, mas a preservação dos gentios aliados e de serviço na vila ainda era uma preocupação. Em junho de 1572, num auto de ajuntamento, “todo o povo da vila” recomendava que ninguém ajuntasse índios para serem levados ao Rio de Janeiro sob pretexto de irem à guerra ou prestar socorro, uma vez que nenhum pedido oficial deste tipo chegara a São Paulo. Dentre os que deveriam ser notificados estava Domingos de Braga, parente provável de Diogo de Braga, que em 1562 já havia sido notificado por recolher índios de São Paulo e andar pra fora da vila com eles e os Lucena. Portanto, a disputa e a administração em torno desta população indígena, cada vez mais essencial tanto na guerra, quanto na paz, tanto no trabalho quanto na manutenção da vila, foram, nos anos de 1560-1570, das questões que mais mobilizaram os moradores. Ao mesmo tempo, os Braga e os Lucena parecem revelar que, desde muito cedo, alguns núcleos familiares da vila se especializaram na arregimentação e translado de índios pelos caminhos da vila de São Paulo, que não eram poucos.
1575. Atualizado em 30/10/2025 18:50:50
30°. Melgarejo já com os títulos de tenente-governador, capitão-geral e justiça maior de Ciudad Real e Villa Rica, tentou desenvolver a mineração de ferro e pareceu sonhar com algum ouro ou prata
Em 1575, já com os títulos de tenente-governador, capitão-geral e justiça maior de Ciudad Real e Villa Rica, tentou desenvolver a mineração de ferro e pareceusonhar com algum ouro ou prata, justificativas que utilizou, aliás, para a fundação do novo povoado. Agindo como típico conquistador, Melgarejo distribuiu solares, encomiendas e mandou erguer fortaleza. Fundou a vila entre as nascentes dos rios Piquiri e Ubay, no “camino sabido e andado por donde entro el dicho gobernador Cabeça de Vaca y por onde este testigo guio e traxo con el ayuda de dios nuestro senor al capitan Hernando de Trejo e gente de la armada del governador Juan de Senabria”. [Página 207]
1575. Atualizado em 25/10/2025 00:57:21
31°. Afonso Sardinha aparece em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo
Afonso Sardinha aparece pela primeira vez em Livros de Atas e de Registro da Câmara de São Paulo, ao tomar posse como Almotacel. Na vila, foi almotacel, em 1575, vereador, em 1572, 1576 e 1582 e juiz ordinário, em 1587. Portanto, em 1592, quando foi nomeado capitão da gente de guerra da vila, já apresentava uma longa ficha de préstimos à governança local.
4 de fevereiro de 1575, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:52:10
32°. Domingos Grou se dirigiu ao Rio de Janeiro
O caminho para o Rio de Janeiro era também constante, como mostram as idas não só de índios recolhidos à revelia, como de moradores, raras vezes informadas à Câmara, a exemplo de Domingos Luis que para lá se dirigiu em fevereiro de 1575
24 de dezembro de 1576, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
33°. “Há de se desconfiar quando ele alegava não comparecer a uma sessão da Câmara, como vereador que era, em pleno natal, pois não tinha botas”
1578. Atualizado em 24/10/2025 02:35:33
34°. Registros indicam ouro
Segundo Carvalho Franco, Salvador de Sá, o velho, possuía notícias e mercês de minas desde 1578, ostentando, inclusive, o título de superintendente.479 Segundo os relatos de Knivet, talvez um tanto fantasiosos, uma carga de nove toneladas de prata, que seria enviada ao reino pelo governador, teria ficado em Pernambuco aos cuidados de Salvador de Sá, ele próprio possuidor de uma caixa com ouro puro. O fato é que, enquanto D. Francisco investigava as minas da capitania de São Vicente, Salvador continuou, através de seu filho, a investigar o território fluminense. A complementaridade dos interesses dos Sá e de Francisco de Souza parece evidente neste caso das minas, visto que, após a morte do governador em São Paulo, seriam eles que herdariam as mercês das minas, primeiro através de Salvador de Sá, depois, dos irmãos Martim e Gonzalo de Sá e, finalmente, de Salvador Correia de Sá e Benevides.
4 de agosto de 1578, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:32
35°. Batalha de Kasr-el-Kebir (Alcacer-Kibir)
1580. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
36°. Afonso Sardinha (45 anos) adquiriu uma grande fazenda em São Paulo (o nas serras de Iguamimbaba, que agora se chama Mantaguyra, na de Jaraguá, termo de S. Paulo, na de Vuturuna (São Roque), na de “Hybiraçoyaba (Sorocaba)”
1580. Atualizado em 22/10/2025 17:21:12
37°. A descoberta de minas de ouro na Serra Negra contribuiu para o aumento da população (Paranaguá)
Sob esta perspectiva, o trabalho analisa o processo de incorporação e posse da Capitania de São Vicente na nova lógica monárquica implantada em Portugal a partir de 1580;
15 de novembro de 1580, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:27
38°. Expedição trata dos preparativos feitos na vila
Segundo Carvalho Franco, 1581 também foi o ano da primeira grande expedição dos colonos da capitania à região do Paranapanema, alcunhada pelos castelhanos assuncenhos de Guairá. O capitão Jerônimo Leitão teria subido o Tietê e feito uma grande arregimentação de índios tupiniquins e carijós.

A única referência na Câmara sobre esta presumível expedição trata dos preparativos feitos na vila em 15 de novembro de 1580, quando “estavam os mancebos para irem a guerra a Paraíba...”. De qualquer forma, é um nítido sinal de que a vila estava saindo da condição defensiva, predominante nas duas décadas anteriores, e parecia partir para a ofensiva. [Página 92]
9 de julho de 1581, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:10
39°. Mandato expedido por Francisco Duarte para que o capitão levasse albanires, ferreiros, carpinteiros e canteiros
A preparação da viagem incluía ainda o embarque de engenheiros para a planificação e construção dos fortes do Estreito. Na lista de nomes para engenheiros, estava o sobrinho de Juan Baptista Antonelli, Cristovão, que residia na Catalunha, o próprio Juan Baptista, um genro seu, Tiburcio Spanochi, e Phelipe Terao, que vivia em Lisboa. Mais tarde, documentos fazem referência a um irmão de Antonelli, que assinava somente Baptista Antonelli. Estes engenheiros e oficiais deveriam compor fundamentalmente a população de embarcados para ocupar o Estreito, junto com Sarmiento, como podemos deduzir do mandato expedido por Francisco Duarte para que o capitão levasse albanires, ferreiros, carpinteiros e canteiros.

Assim, grande parte dos oficiais mecânicos levados na armada estava destinada aos navios de Pedro Sarmiento, como o carpinteiro Bartolomeu Bueno, sevilhano, o malaguenho Marcus Lopez e o albañil português Antonio Preto, que tiveram seu destino atrelado à vila de São Paulo.
1583. Atualizado em 24/10/2025 03:11:11
40°. Os primeiros caminhos em direção ao ouro saiam da Vila de Pirapitinga de São Paulo, sendo terrestres para Minas Gerais e Goiás e fluvial para Cuiabá
15 de abril de 1583, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 07:18:36
41°. Armada de Valdez chega em São Vicente
Diante das dificuldades, Valdés diz que resolveu voltar a São Vicente, ondechegou em 15 de abril de 1583, ocasião em que encontrou Higino. Depois de valorizar aprópria decisão de ter mandado as três naus a São Vicente - que resultou na vitória sobreos ingleses –, o almirante fala sobre a construção do forte da Barra Grande, em SãoVicente, que, segundo ele, teria sido solicitado pelos moradores locais e pelo capitão Jerônimo Leitão. “Y asi el contador lo comenzo a fabricar conforme la traza que para ele dio Bautista Antonelli el inginiero que VM embio para los fuertes de lo estrecho...”.

Ao chegar a São Vicente, resolveu acelerar o término do forte e aparelhá-lo comartilharia de bronze e “ferro colado” e cem homens de guerra, nomeando por alcaideThomas Garri, que ia nesta função para um dos fortes do Estreito, “persona diestra paraaquelo efecto”. Nomeou também por capitão um sujeito chamado Fernando de Miranda,seu sobrinho, que tinha ordem para acabar a fortaleza. Garri, de 45 anos, fora deão de Cartagena, em Múrcia, e escapou a nado de uma das naus afundadas na baía de Cádiz,quando, então, foi nomeado alcaide de um dos fortes do Estreito por intervenção doDuque de Medina Sidonia, já que o primeiro nomeado morrera afogado no mesmonaufrágio224. Garri teria se integrado bem à região, visto que, alguns anos mais tarde,ressurge num caso de tentativa de enforcamento. Como capitão da fortaleza, quisenforcar, em surdina, um tal de Antonio Gonçalves que tentara matar o capitãoJerônimo Leitão. Segundo testemunhos, o caso não teve desfecho trágico porqueAnchieta interveio no episódio alertando a todos das intenções de Garri.225 Já o sobrinhode Valdés, Miranda, casou-se com a filha do capitão Jerônimo Leitão por intervençãodo almirante. De acordo com sua missiva, Valdés imaginava que a terra, mesmo pobre,tendia a aumentar e prosperar. As apostas pareciam mesmo elevadas, já que, até umcunhado do almirante, chamado Francisco Martins Bonilha, que viera com mulher efilhos, resolveu ficar na capitania e se instalou na vila de São Paulo.

A aliança de Valdés com o capitão Jerônimo Leitão foi de fato bastante profícua.Rendeu, à capitania, um forte aparelhado, e um casamento, ao capitão. Vinte anosdepois, um filho de Jerônimo, o mameluco Simão Leitão, lembrava desta ajuda do paiem seu memorial, no qual pedia mercês ao rei Felipe III, no Maranhão. Dentre o enormerol de serviços do pai, constava que:Ajudou no provimento da armada do estreito de Magalhães de Diego Flores Valdés ambas as vezes que por ali passou e na briga que três navios dela tiveram com dois galeões ingleses lhe acodiu com gente deixando o mesmo Diego Flores encarregado da capitania do forte que na paragem da Paraiba se fez para queacabasse a obra dele e o sustentou por espaço de sete anos.Ainda apresentou como prova “seis cartas do dito Diego Flores porque se mostraque teve com ele boa correspondência nas cousas do serviço de VM”
15 de junho de 1583, sexta-feira. Atualizado em 15/06/2025 02:04:42
42°. Os camaristas se queixavam da “grande tormenta de fome” ocasionada pela remessa de gado para a armada de “sua Majestade”
Além do pitoresco caso criminal, outro fator de mobilização da vila em torno da armada foi desencadeado pela mais aguda solicitação de gado para o abastecimento das naus de Valdés. Em junho de 1583, os camaristas se queixavam da “grande tormenta de fome” ocasionada pela remessa de gado para a armada de “sua Majestade”. No dia 10 de agosto, registrava-se, nas atas, provisão do capitão-mor, Jerônimo Leitão, ordenando que os habitantes remetessem 200 reses para a armada, estacionada em Santos.
Agosto de 1583. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
43°. Carta de Diogo Flores Valdez*
No quadro da viagem de Valdés, a capitania de São Vicente teve um papel bastante relevante. Segundo carta ao rei enviada em agosto de 1583, o almirante ressaltava a necessidade de que VM “no estime poco el Brasil”, pois apesar de pouco povoada, tratava-se de terra rica. A carta exaltava, recorrentemente, a importância de sua chegada num lugar que vivia sob clima de agitação e subversão, visto que a maioria das pessoas da terra era de gente vinda de Portugal e em quem não se podia confiar; além disso, ingleses e franceses frequentavam livremente o litoral.

Mas, nesse sentido, São Vicente parecia-lhe diferente, já que era “la (capitania) que VM tiene mas obediente en esta costa y de mejor gente y que es tierra de mas ymportancia que ay em estas partes.” As causas enumeradas, com base nas notícias que colhera, sustentavam a tese de que a terra era rica em minérios.

E essa riqueza seria de tal monta que a prata era melhor que a de Potosí. Existiriam ainda cerros de ouro e muito cobre, este último utilíssimo para os engenhos de açúcar. Havia indícios que mostravam a proximidade com as minas de Potosí de, no máximo, trezentas léguas: a circulação de muitos índios chiriguanos e de boatos, junto aos índios, de que no interior existiam homens brancos barbados.

Por fim, cita o caso de um português que matara alguém em São Vicente e fugiu a pé para o Peru, onde recolheu certa quantidade de prata antes de voltar a Portugal. Essas notícias davam a certeza a Valdés de que era temerário que a capitania ficasse sob a jurisdiçãode um homem só, como o donatário Pero Lopes de Souza. Ela deveria, isto sim, por sua importância e riqueza, pertencer ao rei, que poderia “recompensar aquello en outra cosa antes que nada desto se entenda

Segundo ele, escolhera três das maiores naus da armada, com seiscentos homens, para que voltassem a São Vicente e Rio de Janeiro, e aliestacionassem e fortificassem a região até receberem novas ordens. Em São Vicente, recomendou que desembarcassem povoadores casados com seus filhos e mulheres para receber mantimentos, pois faltava muito na armada.

Depois de enviar Alonso de Sotomayor, pelo rio da Prata, ao Chile, empreendeu uma nova tentativa de cruzar o Estreito, mas de novo foi malsucedido. Para ele, tanto Sarmiento quanto o piloto Anton Pablo tinham dado informações erradas sobre a largura do Estreito, opinião, aliás, compartilhada por Antonelli. [Página 80]
10 de agosto de 1583, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:28:48
44°. No dia 10 de agosto, registrava-se, nas atas, provisão do capitão-mor, Jerônimo Leitão, ordenando que os habitantes remetessem 200 reses para a armada, estacionada em Santos
Em sessão dos camaristas, com a presença dos homens bons da vila, nomeados na ocasião como povo, decidiu-se por negar o pedido, visto que já tinha sido entregue gado no ano anterior, em troca do qual não haviam recebido dinheiro, conforme prometido, mas vinho, vinagre e ferro, todos por alto preço. Sem contar que o pouco gado restante estava prenhe e magro. Apesar das queixas das autoridades e dos reforços na solicitação, o pedido não foi atendido e o gado do planalto foi preservado. O sujeito responsável pela cobrança foi o feitor e almoxarife da capitania, Melchior da Costa, que, coincidentemente, quando os galeões ingleses estacionaram em Santos, estava “en la vila de sampablo del campo estudando em mandar hacer bastimentos para la dicha real armada”.
14 de setembro de 1583, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 16:04:57
45°. “Manuel Fernandes, homem branco, antigo morador de São Paulo, estava no sertão com uma forja com os gentios, devendo ser castigado. Porém, a denúncia era infundada, porque o martelo e a bigorna estavam na casas dele e os foles estavam com seu cunhado, Gaspar Fernandes”
Um Gaspar Fernandes, acusado de traficar gentios do Paraguai para São Vicente na década de 1580, e um Manuel Fernandes, casado com uma integrante da família Adorno de São Vicente, que tinha um representante vivendo em Assunção e também frequentava o Guairá nesta década, mostram que mesmo uma incursão mais regular era possível nestes tempos.
11 de fevereiro de 1584, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:46:36
46°. Pedro Sarmiento de Gamboa funda a Ciudad Real de Felipe
4 de agosto de 1584, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:06:30
47°. Apesar de desempenhar funções no concelho desde os anos 1570, em 1584 houve uma tentativa de impedir que Domingos Luis assumisse cargos na república, por “não haver entrado até agora em oficio”. Naquele momento, seu passado de oficial mecânico deve ter pesado contra ele.
1 de novembro de 1585, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 08:31:39
48°. Guerra de Jerônimo Leitão: expedição partiu de Santos para exterminar os Carijós
Segundo Miriam Ellys, a entrada de Jerônimo Leitão ao Paranaguá, em 1585, teria também trazido algum ouro de lavagem da região ao sul. Lembremos, inclusive, que Afonso Sardinha, pai, participara desta entrada. De qualquer maneira, as suspeitas sobre a existência de metais preciosos na Capitania obedeciam a algumas informações concretas e outras tantas marcadas por expectativas e desejos.

Sardinha já havia participado de uma incursão de Leitão aos Patos, em 1585, e liderado entradas punitivas, entre 1592 e 1593. Todavia, entre 1594 e 1599, sua presença foi atestada em entradas no sertão juntamente com seu filho mameluco, homônimo.
20 de setembro de 1587, domingo. Atualizado em 23/10/2025 17:07:05
49°. Assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade
Em 1587 assinou, em sinal de cruz, pois era analfabeto, requerimento da Câmara sobre os índios tupiaes que procuravam a vila de livre e espontânea vontade. Assim, antes de casar-se ou de filiar-se a alguma das importantes famílias do planalto, Bueno já participava das decisões comunitárias. Possivelmente antes mesmo de possuir bens de raiz.
1589. Atualizado em 28/10/2025 23:24:12
50°. Villa Rica del Espírito Santo teve uma segunda fundação
Por outro lado, Villa Rica del Espírito Santo, que teve uma segunda fundação em 1589, mantendo-se até 1632, parece ter atingido uma maior prosperidade. Segundo estudos de Claudia Parellada, baseados nos vestígios arqueológicos em Nova Cantu, atual Paraná, a cidade teria uma área total de 300.000 metros quadrados e seria cercada por chácaras. De acordo com o modelo codificado urbano da lei de 1573, o povoado era “enxadrezado de ruas retilíneas”. Possuía um centro com uma praça e terrenos ao redor que não poderiam, conforme o regimento, ser cedidos a particulares, mas sim à Igreja, aos edifícios reais e municipais. As ruas tinham de 10 a 12 m de largura e cruzamentos em ângulos retos. Suas quadras tinham a dimensão de 100x100m e eram cercadas por muros de taipa. As casas eram pequenas e de taipa com telhas. No canto sudoeste da praça, situava-se a igreja, também de taipa e com cobertura de telhas, dedicada a São João Batista e pertencente à Companhia de Jesus. Ao lado, existia um cemitério. Na parte leste da vila, dispunham-se as ruínas de casas de alvenaria, com poço para captação de água, e fornos para fundição de metais. As pesquisas arqueológicas encontraram ainda muitas escórias de ferro espalhadas pelas ruínas e casas subterrâneas, provavelmente para os índios guaranis.

Dentre os moradores da vila desde os seus primeiros tempos estavam Alonso Benitez, Pedro Miño, Francisco Romero, Melchior Moreno, Manuel Duarte (português), Juan Baptista Troche, Hernando de Melgarejo, Juan Pérez de Godoy, Diego González, Francisco de Peralta, Juan de Villalba, Bartolomé de Contreras, Juan Alvear de Zuniga, Antonio Bernal e Gabriel Ponce de Leon, considerados os conquistadores do Guairá.
1589. Atualizado em 31/10/2025 12:28:09
51°. Fundação da Usina de Ferro do Vale das Furnas
O filho Afonso Sardinha, o moço, era nascido em São Paulo, residia em Emboaçava, junto do rio Pinheiros, e minerava em Jaraguá. Descobriu minas de ferro em Araçoiaba em 1589, segundo Azevedo Marques, e com seu parceiro, Clemente Alvares, minas de ouro no Jaraguá, Vuturuna (Parnaíba) e Jaguamimbaba (nas proximidades da Serra da Mantiqueira)
1 de abril de 1589, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:41:03
52°. Armada partiu de Londres
Naquele momento, a importância do Brasil ainda guardava a velha razão estratégica. Desde o início do século XVII, os embaixadores da monarquia em França davam conta dos preparativos de D. Manuel, filho de D. António, Prior do Crato, para “ir ao Brasil”. Tanto que, em 1603, o governador Diogo Botelho enviou carta ao rei comunicando que havia mandado fortificar Olinda para se defender do provável ataque que seria empreendido pelo tal D. Manuel.

Biblioteca D´Ajuda. Códice: 51-V-48 – Livro do Governo da Índia de Diogo Botelho. 03/03/1603. Curioso este reencontro: D. Manuel aparecia, em 1581, embarcado com o pai, D. António, em armada feita em Londres para o ataque a Lisboa, na qual ainda figurava o próprio Diogo Botelho, aliado de primeira hora do Prior. AGS, Secretariade Estado.
1590. Atualizado em 31/10/2025 01:14:13
53°. Para Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958), seguindo Frei Vicente (1564-1639), Gabriel teria vindo ao Brasil em 1590, portanto antes de D. Francisco
É provável que tenha vindo ao Brasil em 1590 por mandato de D. Francisco de Souza, pois era mineiro de ouro, e seguido para São Paulo, juntamente com Manuel Juan, a fim de averiguar os indícios do minério na região.
1 de dezembro de 1590, sábado. Atualizado em 31/10/2025 01:53:34
54°. D. Francisco foi nomeado substituto de Giraldes, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas
substituto de Giraldes em 01/12/1590, tornando-se o sétimo governador- geral do Brasil, o terceiro escolhido já no contexto da União das Coroas. A escolha de Francisco de Souza como governador-geral do Brasil não foi fortuita nem acidental. Sua trajetória pessoal, de fato, o qualificava como um dos fidalgos “mais seletos e significativos” da corte portuguesa, ademais, sua experiência em armas também o tornava representativo de um perfil de fidalgos que assumiram postos no império português.

Contudo, a sua nomeação deve ser ainda compreendida pela ótica das relações com a Coroa de Madri, portanto, inserida no contexto do império filipino. D. Francisco de Souza estivera, desde a primeira hora, ao lado das pretensões de Felipe II em torno da coroa portuguesa e, depois, quando este foi bem-sucedido, revelou-se também um importante aliado seu, inclusive nas lutas contra o Prior do Crato. Claro está que, sendo terceiro filho, D. Francisco de Souza não fazia parte da fidalguia mais alta do reino, carecendo, em parte, de largos morgadios, mas sua fidelidade a Felipe II, sua entrada na poderosa e influente rede dos Furtado de Mendonça e seu histórico de serviços, somados à sensível necessidade crescente de fidalgos para os cargos mais significativos das colônias, o tornaram um candidato mais do que apropriado para os postos vacantes no ultramar.

Numa perspectiva mais estendida, a escolha de Souza é atinente à lógica doimpério filipino que, apesar do Acordo de Tomar, levava adiante um gradativo processo de integração, em longo prazo, dos territórios portugueses peninsulares e ultramarinos aos espaços filipinos. Efetivamente, a articulação da economia, dos espaços e da nobreza ibérica, durante a União, tem sido apontada por diversos historiadores. ["SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.131]
5 de janeiro de 1591, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:38:56
55°. Frei Vicente fala da morte de Giraldes, mas se sabe que, de fato, o governador nomeado ao Brasil acabou, por problemas na navegação, desembarcando em Santo Domingo, nas Índias de Castela, de onde voltou a Portugal
Junho de 1592. Atualizado em 23/10/2025 17:07:08
56°. Após o falecimento do sogro solicitou terras para os pequenos cunhados*
3 de dezembro de 1593, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:07:08
57°. As primeiras notícias que temos sobre a região de Mogi pelas atas da câmara
Embora, no planalto, Sardinha tivesse organizado, nos meses de setembro e outubro de 1592, entradas punitivas e estabelecido um sistema de revezamento na vigilância do forte, exemplos de pedidos como os do castelhano João de Santa Anna, que solicitava à Câmara um “chão” no rocio da vila em 1592 por “ser muito necessário recolherem-se os moradores à vila e nela terem casas por respeito de estarmos em guerra”, 362 davam mostra de que a situação estava mesmo longe de apaziguar.

De fato, apesar de os conflitos serem empurrados para áreas cada vez mais distantes, ainda em 1593 a pressão indígena se fazia sentir, só que agora na área de Mogi, onde atacaram gente de Antonio Macedo e Domingos Luis Grou. Numa única emboscada no rio Jaguari, segundo as Atas, teriam morrido o francês Guilherme Navarro, Francisco Correa, Diogo Dias, Manuel Francisco e Gabriel Pena. Os depoimentos dos sobreviventes assustavam a todos, que, em uníssono, exigiam do capitão Jorge Correa, estante em São Paulo, talvez para acalmar os ânimos, que não voltasse a Santos sem antes dar uma lição nos índios de Bogi [03/10/1593].
5 de dezembro de 1593, domingo. Atualizado em 30/10/2025 14:47:31
58°. Depoimento sobre o ataque a Antonio de Macedo e Domingos Luis Grou no rio Jaguari: Manoel Fernandes uma das vítimas
1594. Atualizado em 24/10/2025 02:36:00
59°. Fundação do convento do Carmo em terras doadas por Braz Cubas
1595. Atualizado em 24/10/2025 04:14:37
60°. D. Francisco de Souza atuou mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele
De fato,Francisco de Souza atuou, pela primeira vez, na instância dos ofícios da capitania de São Vicente ainda em 1595, quando mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele. Para seu lugar, o governador-geral nomeou João Pereira de Souza, um dos homens que, mais tarde, lideraria uma das entradas ao sertão a mando do governador. [Página 169]
1595. Atualizado em 24/10/2025 19:13:51
61°. Manuel Juan de Morales foi enviado pelo governador à Capitania de São Vicente onde, juntamente com outros dois mineiros (um deles alemão, Wilhelm Glymmer), diz ter descoberto a serra de “Sirasoyaba
22 de maio de 1595, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:38:51
62°. Aguardando que o capitão-mór os viesse acompanhar na entrada contra os nativos do sertão do Mogí, ora a indagar se receberiam auxílio dos de Santos e de São Vicente ou de pediriam aos do Rio de Janeiro, reuniram-se mais uma vez a 22 de maio de 1595 aqueles angustiados moradores da vila de São Paulo de Piratininga
Iniciava, assim, sua viagem rumo à capitania de São Vicente. Como já dissemos, fora para lá formalmente atraído em função das notícias de descobertas de ouro e prata nas minas de Jaraguá, Viraçoiaba e Vuturuna, nas cercanias da vila de São Paulo, todas elas com participação ativa de Afonso Sardinha, pai, e Afonso Sardinha, o moço, por volta de 1595.A certeza da existência de metais preciosos no Brasil parecia tão grande que, ainda mesmo na Europa, o governador providenciara o provimento de ofícios para o setor mineral, como o de provedor das minas para o castelhano Agostinho de Soutomayor, que já havia estado em Monomotapa; o de feitor das minas para João Correia; o de fundidores para Gaspar João e seu filho Manoel João, e o de operários especializados das minas para Manuel Simão e Manuel Rodrigues.Além desses, lembremos dos vários mineiros e engenheiros que acompanharam o governador em sua viagem, e podemos perceber que D. Francisco veio ao Brasil com o objetivo bastante claro de encontrar as tais minas, inicialmente inspirado nos projetos de Gabriel Soares e, mais tarde, seguindo os indícios vindos da capitania de São Vicente.Suspeita-se que, desde as primeiras notícias das descobertas, D. Francisco estivesse predisposto a ir às capitanias do sul, visto que, já em 1595, o governador enviou a São Paulo Sebastião de Freitas, que havia percorrido com Gabriel Soares o sertão do São Francisco, e também o fundidor de ferro Manoel João.De fato,Francisco de Souza atuou, pela primeira vez, na instância dos ofícios da capitania de São Vicente ainda em 1595, quando mandou que o capitão-mor, loco tenente de São Vicente, Jorge Correa, fosse à Bahia preso para averiguação de algumas denúncias que pairavam sobre ele. Para seu lugar, o governador-geral nomeou João Pereira de Souza, um dos homens que, mais tarde, lideraria uma das entradas ao sertão a mando do governador.
1596. Atualizado em 24/10/2025 02:38:51
63°. O rio Sapucaí foi descoberto pelo sertanista João Pereira Botafogo entres os municípios de Paraguaçu e Carmo do Rio Claro
A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118]
Fevereiro de 1597. Atualizado em 23/10/2025 17:21:28
64°. Era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta dogovernador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro”*
Em fevereiro de 1597, era lida, na Câmara da vila de São Paulo, uma carta do governador comunicando a chegada de Diogo Gonçalves Laço, nomeado capitão-mor, “ao efeito do ouro”. 476 Na verdade, como afirma Frei Vicente:

Muitos anos havia que voava a fama de haver minas de ouro, e de outros metais na terra da capitania de São Vicente (...) e já por algumas partes voava com asas douradas, e havia mostras de ouro; o governador se partiu para baixo no mês de outubro de 1598, levando consigo o desembargador Custódio de Figueiredo...

Diogo Laço foi enviado a São Paulo já como administrador das minas e trazia consigo o primeiro aparato tecno-administrativo para a então pequena vila. Vinha acompanhado do alferes Jorge João, dos mineiros Gaspar Gomes Moalho e Manoel Pinheiro Azurara, e do fundidor Domingos Rodrigues. Laço foi a São Paulo, preparou a vinda do governador e voltou à Bahia para buscá-lo.

Entretanto, antes de chegar a São Paulo, Francisco de Souza estacionou em Vitória, na Capitania do Espírito Santo, para averiguar as notícias de esmeraldas que circulavam por ali. De lá, enviou a São Paulo o capitão Diogo Arias de Aguirre, junto com 200 índios de serviço. Começavam, assim, a mobilização e a arregimentação de mão de obra indígena para um futuro projeto mineral.

O que, de certo, não passou despercebido pela Cia de Jesus, que reclamou, através de seu provincial, deste tipo de transplante. Dizia ele que “os governadores geraes do Brasil pretendem mudá-los de umas capitanias para outras de diversos senhorios como se fez da capitania do Espírito Santo para a de São Vicente”.

De Vitória, D. Francisco se dirigiu ao Rio de Janeiro, onde atendeu a uma série de demandas locais, o que o obrigou a providenciar a vinda do ouvidor-geral da Bahia para continuar a resolver as querelas. Ali teria arregimentado, dentre outros, André de Leão e o boticário-cirurgião João Serrão. Na cidade, D. Francisco deve ter estreitado sobremaneira suas relações com o clã dos Sá. Mesmo porque não nos esqueçamos que Martim de Sá, filho de Salvador Corrêa de Sá, havia liderado uma das entradas solicitadas pelo próprio governador. [Página 143]

Lembremos que, em fevereiro de 1597, Dom Francisco já tinha enviado um representante para São Paulo com correspondência sua. Em maio, chegava nova carta, cujo conteúdo não foi revelado, e, em outubro, mais uma que solicitava à Câmara providenciar a melhora e arrumação do “caminho do mar”, terrível serpenteado detrilhas que partiam da base da serra do mar e subiam até o planalto. O serviço deveria ser feito pela “mão comum”, mas, em março do ano seguinte, os oficiais foram obrigados a cobrar dos próprios moradores as providências quanto a este pedido. [Página 146]
Maio de 1597. Atualizado em 24/10/2025 04:14:40
65°. Dom Francisco envia nova carta, cujo conteúdo não foi revelado*
Dom Francisco já tinha enviado um representante para São Paulo com correspondência sua. Em maio, chegava nova carta, cujo conteúdo não foi revelado.
Julho de 1597. Atualizado em 23/10/2025 15:41:03
66°. Retorno*
A informação corrente entre os historiadores é que o governador Francisco de Souza fora, efetivamente, atraído a São Paulo em função de certas notícias do ouro descoberto pelos Sardinha. Entretanto, Carvalho Franco sugere que o verdadeiro imã teria surgido de algumas amostras levadas por um mameluco que, desdobrado de uma entrada liderada pelo capitão-mor João Pereira Botafogo, chegara até a Bahia. Versão também difundida por Piso e Marcgrave, quando divulgaram os relatos de Willem Von Glimmer, mineiro flamengo inserido na bandeira de Botafogo. [p.118]
Maio de 1598. Atualizado em 24/10/2025 04:14:42
67°. Chegada do governador e de sua comitiva mobilizou as autoridades locais / A igreja matriz, iniciada em 1588, ficara parada durante anos, e a vinda do governador se tornou um pretexto*
A chegada do governador e de sua comitiva mobilizou as autoridades locais, que tiveram de garantir refeição, abrigo e serviços aos novos personagens. Os oficiais da Câmara se preocuparam em regular os ofícios mecânicos, em especial, controlar o ofício de barbeiro.

Em maio de 1598, os oficiais exigiam que não se levasse mais gado para Santos até a vinda do governador, pois poderia criar problemas de abastecimento. Além disso, cada um dos moradores deveria limpar e carpir seu chão de terra. O uso do tingui (espécie de veneno indígena) foi proibido como instrumento de pesca, pois extinguia rapidamente a quantidade de peixes dos rios adjacentes.

A igreja matriz, iniciada em 1588, ficara parada durante anos, e a vinda do governador se tornou um pretexto, e uma oportunidade, para encerrá-la. Era ainda necessário criar alguma estalagem ou estabelecimento que vendesse coisas de comer e beber, o que foi feito ao se conceder tal tarefa ao malaguenho Marcus Lopes.

A dinâmica local começava, desde antes da chegada do governador, a se alterar em função de sua iminente presença. Contudo, mesmo depois de sua chegada, uma espécie de “febre normatizadora” continuou atingindo a vida cotidiana da vila, como se pode verificar nas sessões da Câmara, que regulavam o açougue onde se tallhe a carne, os juízes telheiros (padrão de telhas) e as caixas de marmelada, principal produto de “exportação” da vila.

A regulação e disciplinarização da vila, diante da chegada do governador, é um dos denotativos do impacto e dos efeitos de sua presença no pequeno povoado. O homem de idade madura, ânimo decidido, polido e adaptável, como dizia Carvalho Franco, veio acompanhado da comitiva “mais douta, mais operosa e mais luzida que já vira a colônia nascente”.

O que deve ter impressionado os moradores da vila de São Paulo que se viram, de repente, alçados à condição de sede e centro, senão do governo - que permanecia em Salvador -, da governança. Segundo Afonso Taunay, a chegada de Francisco de Souza a São Paulo foi um verdadeiro “choque de civilização”.

De fato, o historiador paulista fazia esta inferência a partir de Frei Vicente Salvador, para quem, em São Paulo, Até então os homens e mulheres se vestiam de pano de algodão tinto, e se havia alguma capa de baeta e manto de sarja se emprestava aos noivos e noivas para irem à porta da igreja; porém depois que chegou d. Francisco de Souza, e viram suas galas, e de seus criados e criadas, houve logo tantas librés, tantos periquitos, e mantos de soprilhos.
1 de outubro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:45
68°. D. Francisco partiu para o Sul
Foi ainda sob o cumprimento dessa missão, já depois dos insucessos de Gabriel Soares no sertão do rio São Francisco, que o governador descambou para a parte sul da colônia, em outubro de 1598, deixando em seu lugar, na Bahia de Todos os Santos, o capitão Álvaro de Carvalho. Iniciava, assim, sua viagem rumo à capitania de São Vicente. Como já dissemos, fora para lá formalmente atraído em função das notícias de descobertas de ouro e prata nas minas de Jaraguá, Viraçoiaba e Vuturuna, nas cercanias da vila de São Paulo, todas elas com participação ativa de Afonso Sardinha, pai, e Afonso Sardinha, o moço, por volta de 1595.
29 de outubro de 1598, sexta-feira. Atualizado em 29/10/2025 09:43:34
69°. “é possível identificar um grande processo distributivo de datas, tratado em sessões da Câmara realizadas em pequenos intervalos, podemos nos perguntar se o assunto tinha ou não relação com as notícias de que o governador se dirigia a São Paulo (...), 27 datas foram distribuídas num pequeno intervalo de três meses”
No final de outubro de 1598, é possível identificar um grande processo distributivo de datas. Tratado em sessões da Câmara realizadas em pequenos intervalos, podemos nos perguntar se o assunto tinha ou não relação com as notícias de que o governador se dirigia a São Paulo. Nesse sentido - e isso nos parece bastante provável -, resta-nos saber se esta distribuição responderia a uma necessidade de regularizar e oficializar a situação de ocupação das terras; o que poderia servir tanto para agradar ao governador, quanto para garantir as datas aos moradores mais antigos, antes que os forasteiros da comitiva de D. Francisco pegassem as melhores. Assim, 27 datas foram distribuídas num pequeno intervalo de três meses.
14 de novembro de 1598, sábado. Atualizado em 13/10/2025 22:25:31
70°. Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais / Metalúrgicos se estabeleceram na região / Carijós fogem para Paranapanema
Mas, independente das duas visões, o que podemos aferir sobre a existência efetiva de ouro em São Paulo? Como já dito, as notícias que atraíram o governador davam conta de certo ouro encontrado pelos Sardinha (o velho e o moço), nas cercanias de São Paulo. Em novembro de 1598, na iminência da chegada de Souza, Afonso Sardinha, o moço, encontrava-se em pleno sertão acompanhado de “alguns mancebos e mais de cem índios cristãos” em demanda de ouro e outros metais.
26 de janeiro de 1599, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:44
71°. Oficiais alegaram (a d. Francisco) que “parecia bem não ter juiz dos índios” e que o “uso e costume” da terra era que os índios estivessem sob controle do juiz ordinário, ou seja, sob controle dos oficiais da Câmara
Entretanto, os mesmos oficiais alegaram que “parecia bem não ter juiz dos índios” e que o “uso e costume” da terra era que os índios estivessem sob controle do juiz ordinário, ou seja, sob controle dos oficiais da Câmara.
27 de maio de 1599, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:52
72°. D. Francisco por uma provisão autorizava a todos a ir tirar ouro
Uma das primeiras medidas de Francisco, ainda em 1599, foi autorizar que todos pudessem tirar ouro, na tentativa de aumentar e estimular os moradores envolvidos nas investigações e descobertas das minas.
15 de outubro de 1599, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:37
73°. D. Francisco nomeia Antonio de Proença capitão da gente a cavalo na vila e nas entrada ao sertão
As nomeações de Francisco, sem dúvida, participaram da estruturação de um aparato jurídico e administrativo para as minas - e também militar -, mas serviram, sobretudo, para a consolidação de uma elite local sobre a qual o governador se assentou.

A militarização da vila foi marcante a partir da chegada de D. Francisco que, conforme já assinalado, implantou o Regimento dos Capitães-mores de D. Sebastião e organizou as bandeiras, sob formato militar. Aos Proença, aliados de primeira hora, foram concedidas nomeações de capitão da gente a cavalo (na vila e nas entradas), para Antonio, e de alferes, a Francisco. [Página 166]
Novembro de 1599. Atualizado em 30/10/2025 06:32:01
74°. A expedição de Salvador, Martim de Sá e o pirata Anthony Knivet, enviada por D. Francisco de Souza*
Em novembro, o mineiro Gaspar Gomes Moalho requeria terras no caminho de Pinheiros e Piratininga, defronte às de Domingos Dias, este também soldado de D. Francisco de Souza.
1600. Atualizado em 31/10/2025 03:04:07
75°. Falecimento de Gaspar Fernandes em sua fazenda de Emboaçava
O caso de Manoel Pinheiro Zurara, rapidamente esboçado no capítuloprecedente, merece um pouco mais de atenção aqui. Trata-se, sem sombra de dúvida, do mesmo que aparece na data de chão dada ao vigário João Pimentel, em São Paulo, no ano de 1607. Sabemos que, apesar de ter sido identificado como Miguel Pinheiro Azurara e castelhano por alguns autores, era, de fato, português e seu primeiro nome Manoel. Conforme seu depoimento dado em Assunção, era “avencidado” há mais de trinta anos no reino de Nova Granada, onde tinha mulher e filhos. Os processos de 1606 não apresentavam a sua idade, mas, em suas petições, sempre alegava ser “viejo y muienfermo”. Devia, portanto, ter chegado ainda jovem às Índias de Castela, por volta de 1570. É provável que tenha vindo ao Brasil em 1590 por mandato de D. Francisco de Souza, pois era mineiro de ouro, e seguido para São Paulo, juntamente com Manuel Juan, a fim de averiguar os indícios do minério na região. Ele permaneceu longos anos na vila, já que, em 1600, escreveu o testamento de Gaspar Fernandes - genro de Antonio Preto e sujeito, por sinal, bastante assíduo na região paraguaia.
15 de abril de 1600, sábado. Atualizado em 30/10/2025 22:45:56
76°. Os oficiais da Câmara ratificaram, o que já havia sido feito por seus colegas, a Frei Mauro Teixeira
D. Francisco também foi o grande incentivador do estabelecimento e consolidação dos beneditinos em 1600, que,juntamente com os carmelitas recém-instalados (1594), ajudaram a quebrar o até então monopólio religioso dos jesuítas na vila. Em suma, a presença do governador foi marcante para o desenvolvimento da polis paulista, ordenando espaços, regulando avida cotidiana e organizando famílias e futuros clãs.
19 de novembro de 1600, domingo. Atualizado em 24/10/2025 04:14:57
77°. Dentre as demandas de Diogo de Quadros em Valladolid, o exemplo de uma autorização requerida para que os moradores da capitania de São Vicente “pudessem ir livremente com as suas mercadorias ao rio da Prata e que não pagassem direitos das mercadorias da terra que tirassem desta capitania de São Vicente ou do rio da Prata para fora do Reino...”
Vale a pena lembrarmos, aqui, da constatação de Canabrava quanto ao crescente afluxo comercial entre o Brasil e o mundo platino durante o governo de Souza; de sua demasiada – e “desinteressada” - simpatia pelo contador de Buenos Aires, e de seu procurador vendendo escravos negros em Tucumã. Parecem, portanto, evidentes o entusiasmo e o interesse do governador em relação a esse trânsito comercial entre a América portuguesa e castelhana. Com sua mudança para São Paulo, estes vínculos tiveram de ser reconstruídos, agora sob uma nova realidade geográfica e sob novas possibilidades. Nesse sentido, podemos citar, dentre as demandas de Diogo de Quadros em Valladolid, o exemplo de uma autorização requerida para que os moradores da capitania de São Vicente “pudessem ir livremente com as suas mercadorias ao rio da Prata e que não pagassem direitos das mercadorias da terra que tirassem desta capitania de São Vicente ou do rio da Prata para fora do Reino...
Fevereiro de 1601. Atualizado em 24/10/2025 02:18:27
78°. Francisco da Gama foi nomeado procurador dos índios forros / Antonio Camacho recebeu o direito de advogar na vila*
Francisco da Gama foi nomeado procurador dos índios forro / Antonio Camacho recebeu o direito de advogar na vila (02/1601) [p.166]
11 de fevereiro de 1601, domingo. Atualizado em 24/10/2025 02:38:57
79°. D. Francisco autorizava a tirar ouro em Monserrate, registrando o interessado cada semana o ouro tirado, pagando os quintos
Mas, em 1601, dois anos depois, apesar de reforçar a autorização, o governador exigia o pagamento do quinto e proibia a circulação de ouro em pó, que deveria agora ser fundido; o que pode também denotar a retirada e a circulação de certa quantidade deste tipo de ouro que escapava aos canais de fisco e regulação
7 de abril de 1601, sábado. Atualizado em 24/10/2025 02:38:57
80°. Preço da carne
De fato, parece que o trato com o gado, atividade que tanto inspirou os primeiros colonos, não agradava muito a Camargo. No dia 07/04/1601, em sessão que contou com os “homens do governo”, votou-se pela elevação do preço da carne, visto a “criação ser pouca e o milho valer muito...”. Seus companheiros de viagem, Bartolomeu Bueno e Francisco Martins votaram pelo sim, salvaguardando seus interesses como criadores, já Camargo votou pelo não, na verdade, um dos poucos. O que nos leva a pensar que Camargo concentrava seus esforços no plantio e, mais, que seu engajamento bastante intenso contra os padres na questão da mão de obra indígena revelava um homem que acumulou certo cabedal, acompanhando o relativo crescimento econômico da vila a partir da década de 1590. [p. 109]
Julho de 1601. Atualizado em 24/10/2025 04:14:58
81°. D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto*
A capacidade de D. Francisco de “cariciar” os cidadãos, como dizia Frei Vicente do Salvador (1564-1639), nos parece evidente. Quando partiu de São Paulo, com destino incerto, em julho de 1601, Souza deixou expressa a vontade - transcrita no Registro Geral – de que a então vila: Com o divino favor há de ser cidade antes de muito tempo e (seus moradores) hão de ter grandes privilégios e mercês que lhe eu hei de procurar com sua majestade porque foi a primeira e principal parte donde mediante o favor de Deus descobri estas minas. [Página 165]
19 de julho de 1601, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 08:42:15
82°. Dom Francisco proibiu quem quer que fosse, exceto os Sardinha, de bulir nas minas, enquanto os mineiros que haviam sido solicitados não chegassem para avaliar as descobertas
Foi justamente na experiência mineral desta família que D. Francisco se apoiou, reconhecendo, inclusive, sua precedência nas pesquisas minerais. Em 19 de julho de 1601, o governador proibiu quem quer que fosse, exceto os Sardinha, de bulir nas minas, enquanto os mineiros que haviam sido solicitados não chegassem para avaliar as descobertas.

As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário.588 A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito,resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto,notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas. [p. 176]
14 de agosto de 1601, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:14:59
83°. Martim de Sá partiu para Portugal com nove barris de prata que D. Francisco de Sousa lhe confiou, trazidos do Alto Peru
Encontramos um exemplo dela em um documento da Biblioteca D´Ajuda, cujo título é “Relações das capitanias do Brasil”. Na parte sobre a capitania de São Vicente lê-se que:

Nos limites desta capitania pela terra adentro obra de quarenta léguas estão as minas de ouro e prata que Dom Francisco de Sousa diz ter descobertas, as quais muitos anos antes se tinha notícia e por boa razão de philosophia esta região do Brasil deve ter mais e melhores minas que as do Peru por ficar mais oriental que ela e mais disposta para a criação de metais.
1 de janeiro de 1602, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:01
84°. Cédula real
A primeira cédula que tenta impedir o trânsito terrestre entre a América espanhola e o Brasil é de 26 de junho de 1595, na esteira das incursões feitas a partir de Santa Cruz de la Sierra rumo ao Brasil. Somente em 1602, no reboque da autorização temporária do comércio de Buenos Aires, é que se tenta proibir o trânsito pelo Guairá.

Contudo, estes pareciam ter mais a ver com a tal preservação dos monopólios comerciais, do que propriamente com um olhar atento às afinidades lusocastelhanas no mundo paraguaio, tema que despertará a atenção somente no final da União Ibérica.

Mas foi no início do século XVII que o uso do caminho reapareceu explicitamente na documentação, tanto castelhana quanto paulista. Foi mais precisamente em 1603 que irrompeu o tema do “caminho de São Paulo”, o que parece ter derivado da política imperial castelhana em relação à presença de portugueses sem licença nos espaços coloniais do império.

Foi na sequência da cédula real de 1602, que solicitava aos governadores a expulsão dos portugueses sem licença, que as medidas punitivas e investigativas trouxeram à cena a via de São Paulo. Como efeito imediato da cédula real, o novo governador Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires [15.09.1603].
Fevereiro de 1602. Atualizado em 24/10/2025 02:54:52
85°. Memorial sobre os feitos do capitão Diogo de Quadros, Manuel Pinheiro de Azurara, Martim Roiz de Godoi -mineiro da prata-, Manuel João -mineiro de ferro-, enviado pelo governador do Brasil*
As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário. A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito, resultados infrutíferos.

Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto, notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas.

Nos pedidos de mercês de Martim Rodrigues Godoy, mineiro de prata enviado a Espanha por Francisco de Souza junto com Diogo de Quadros em 1602, ele afirmava que queria ir ao Peru, mas o governador o retivera e o mandou a São Paulo. Ali pesquisou e encontrou muitas minas de ouro e “oito minas de prata”, das quais levava algumas amostras; amostras estas confirmadas nos memoriais de Azurara e Quadros. Azurara ainda falava de uma pedra que suspeitava ser prata e que fora deixada com Clemente Alvarez, em São Paulo. [p.176]
26 de março de 1602, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:54:52
86°. Memorial sobre os feitos do capitão Diogo de Quadros, Manuel Pinheiro de Azurara, Martim Roiz de Godoi -mineiro da prata-, Manuel João -mineiro de ferro-, enviado pelo governador do Brasil
11 de maio de 1602, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:32
87°. Martim entregou as peças para Damião, antes de partir, em bandeira, para o sertão
As reservas efetivamente exploradas foram de ouro – principalmente de faiscagem - e ferro. A prata, tão sonhada e sondada, aparentemente não foi descoberta em grandes quantidades, apesar de algumas notícias e certa boataria em contrário. A expedição de André Leão, que possuía a declarada missão de buscar prata, parece ter apresentado, nesse quesito, resultados infrutíferos. Já o ferro de Biraçoiaba e o ouro de Jaraguá, Caativa, Vuturuna e Nossa Senhora de Monserrate eram de quantidade de duvidosa aferição. Entretanto, notícias esparsas, algumas pistas e informações denotam que houve ouro efetivamente retirado das redondezas.

Nos pedidos de mercês de Martim Rodrigues Godoy, mineiro de prata enviado a Espanha por Francisco de Souza junto com Diogo de Quadros em 1602, ele afirmava que queria ir ao Peru, mas o governador o retivera e o mandou a São Paulo. Ali pesquisou e encontrou muitas minas de ouro e “oito minas de prata”, das quais levava algumas amostras; amostras estas confirmadas nos memoriais de Azurara e Quadros. Azurara ainda falava de uma pedra que suspeitava ser prata e que fora deixada com Clemente Alvarez, em São Paulo. [p.176]
19 de julho de 1603, sábado. Atualizado em 30/10/2025 09:37:37
88°. Os oficiais da Câmara de São Paulo escreveram uma carta ao governador-geral reclamando de várias coisas, dentre elas a tentativa de Diogo Botelho de cobrar o terço dos índios descidos do sertão
Interessante notar que, ainda em julho de 1603, portanto antes da abertura oficial do caminho, os oficiais da Câmara de São Paulo escreveram uma carta ao governador-geral reclamando de várias coisas, dentre elas a tentativa de Diogo Botelho de cobrar o terço dos índios descidos do sertão.

E comunicavam que, se os moradores que estavam no sertão soubessem disso, se meteriam “no caminho do piquiri que he província do rio da prata”, o que reforça a hipótese de que o caminho foi trilhado continuamente desde a segunda metade do século XVI.
15 de agosto de 1603, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:02
89°. Após a descoberta do ouro em terras brasileiras, Portugal instituiu várias medidas de caráter fiscalizador com o chamado “Primeiro regimento das terras minerais”
Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”.

Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.

Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto.

Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração(rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores.

Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
15 de setembro de 1603, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:02
90°. Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires
Mas foi no início do século XVII que o uso do caminho reapareceu explicitamente na documentação, tanto castelhana quanto paulista. Foi mais precisamente em 1603 que irrompeu o tema do “caminho de São Paulo”, o que parece ter derivado da política imperial castelhana em relação à presença de portugueses semlicença nos espaços coloniais do império. Foi na sequência da cédula real de 1602, que solicitava aos governadores a expulsão dos portugueses sem licença, que as medidas punitivas e investigativas trouxeram à cena a via de São Paulo. Como efeito imediato da cédula real, o novo governador Hernando Arias promoveu o primeiro grande ímpeto repressor, reembarcando 28 portugueses clandestinos residentes em Buenos Aires.764

Nessa mesma ocasião, um auto de investigação foi levado a cabo em Assunção. Nele se condenou “un portugues llamado Pedro Acosta que entro por el camino prohibido de san pablo...” a voltar pelo mesmo, além de terem-lhe confiscado e leiloado o “negro esclavo de angola” que trazia consigo.7
9 de outubro de 1603, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:07
91°. Con que ordem trajo el dho. negro y su persona por caminos cerrados y contra los bandos de su magestade (ANA-SH v. 36 n. 17 – 9 out 1603). Sobre Pedro de Acosta, que veio com um negro escravo de angola.
No sentido São Paulo-Paraguai, temos o caso de Pedro de Acosta, de 1603, preso por passar escondido “en estas balsas de la yerva (que) es delito atroz” e com “negros de Angola”. Acosta, entretanto, foi libertado e tornou-se potentado local em Maracayú, onde controlava balsas e administrava índios encomendados de outros moradores no transporte da erva. Acabou morto, em 1625, pelos indios payaguás em pleno rio Paraguai. [p. 214]
22 de novembro de 1603, sábado. Atualizado em 31/10/2025 13:01:54
92°. Hernando Arias estimula a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos
Da disputa territorial, predominante no século XVI, passava-se a um processo que predispunha a cooperação entre as partes. Em novembro de 1603, com a presença, naquela altura, do ex-governador, chegaram à vila de São Paulo, e se apresentaram na Câmara, quatro “soldados” de Vila Rica del Espiritu Sancto, com ordens de Antonio de Añasco, lugar-tenente e cunhado do governador do Rio da Prata (o criollo Hernando Arias de Saavedra), para estabelecer e regularizar o caminho que ligava o mundo vicentino ao paraguaio.

O tal caminho encontrava-se formalmente fechado desde o governo de Tomé de Souza, na década de 1550, tendo sido novamente vedado com Duarte de Souza, na década de 1560. Estes fechamentos iniciais foram iniciativas da coroa portuguesa. Por outro lado, já durante a União das Coroas, parece que a coisa se inverteu e o temor passou a ser mais da Coroa espanhola, que buscava, de todas as formas, impedir os contrabandos e o afluxo de estrangeiros (incluindo, paradoxalmente, os portugueses) ou mesmo de castelhanos sem licença rumo a Potosí. [p. 161]

O bando de Hernando Arias de Saavedra, lugar-tenente nessa altura, expressava uma indisposição deste poderoso criollo com a planta. Ao longo de seus sucessivos governos, emitiu bandos para proibir o beneficiamento e a comercialização da erva, porque, segundo alguns autores, além de considerar um mau costume, implicavam um a exploração demasiada dos indígenas. [p. 211]

Curioso notar, contudo, que, ao mesmo tempo em que portugueses eram expulsos de Buenos Aires e Pedro Acosta processado e condenado em Assunção, tudo sob a governança de Hernando Arias, o próprio tenha estimulado a ida de soldados de Villa Rica pelo mesmo caminho de São Paulo para estabelecer contatos. Nas atas paulistas de 22 de novembro de 1603, ou seja, um mês depois da condenação de Acosta, lê-se que:

Soldados espanhóis que vieram da Villa Rica do Espírito Santo Província do Paraguai, a saber João Benites de La Cruz, procurador e Pero Minho, Pero Gonsales, Sebastião Peralta despachados pelo major dom Antonio de Andras que a tratar que sendo-lhes necessário socorro como cristãos e vassalos de sua majestade lhe dessem desta...mas que não se meteriam fazendas de uma parte para outra até sua majestade ser avisado. [p. 227]Os quatro vilariquenhos que chegaram a São Paulo em 1603 aparecem nadocumentação oficial como soldados. Isso, sem dúvida, dava-lhes certo respaldo diantede uma possível acusação futura. Agiam a serviço do lugar-tenente e buscavaminstaurar tratos com a vila vicentina, revestidos, portanto, do caráter de uma missãooficial. Conforme processo feito muitos anos depois, sabemos que os quatroprocuravam estabelecer “trato y comercio com la costa del Brasil”, mas tambémalianças com alguns moradores de São Paulo, já que voltaram para Villa Rica com umaproposta de casamento “Processo obrado en la Villa rica del espiritu santo, contra el capn. Franco. Benitez, por haver metido trêsportugueses por la via de San Pablo. Año 1616.” In: Bandeirantes no Paraguai...op.cit. pO objetivo era, ainda segundo esse processo, “descobrir elcamino” ou “la navegacion a la vila” de São Paulo. Na esteira desta primeira viagem,outra expedição partiu de Villa Rica rumo a São Paulo entre os anos de 1604 e 1605, naqual identificamos apenas os nomes de Francisco Benitez e Alonso Moreno,possivelmente tio e sobrinho. Nesta viagem, em que Benitez levava “vino ymercadorias” nas canoas de Moreno, foram tratar também de um casamento com osCamargo de São Paulo. Casamento que não deu certo, apesar de Alonso trazer, de voltaao Guairá, um português chamado Diogo Nunes, que provavelmente chegara a SãoPaulo com D. Francisco de Souza, e que se casou com sua filha, Ginebra Moreno.773 Osucessor de Añasco como lugar-tenente de Villa Rica, e que providenciara tal viagem,foi Alonso Benitez, pai de Francisco e interessado no consórcio com os Camargo.Enviara, assim, o filho de cerca de 20 anos para as tratativas. Mal sabia ele queFrancisco teria longas e custosas relações com os moradores de São Paulo ao longo dosanos posteriores. [p. 229]
23 de novembro de 1603, domingo. Atualizado em 31/10/2025 04:50:03
93°. Pero Vaz de Barros, de São Paulo, acertou com o então ex-governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza, a decisão de enviar de 12 a 15 homens pelo caminho
Decisão da Câmara, com a presença de Souza, foi pela abertura do caminho e envio de gente com os castelhanos para ver a viabilidade dele. Entretanto, ressaltava que “tudo se desse conta ao senhor governador geral para ele avisar a sua majestade...”.

No dia seguinte, o capitão Pero Vaz de Barros, de São Paulo, acertou com o então ex-governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza, a decisão de enviar de 12 a 15 homens pelo caminho:

Para verem a disposição da gente e os sítios e assentos dela e para saberem se está a terra toda segura de inimigos e que tudo se desse conta ao senhor governador geral para ele avisar a sua majestade...pelo proveito que se esperava de se abrir este caminho e comércio.
1604. Atualizado em 25/02/2025 04:46:44
94°. Os portugueses que acompanharam Benitez em 1604 o encontraram numa aldeia de índios cerca de sete ou oito léguas da vila de São Paulo, enquanto praticavam uma entrada, ou maloca, e, segundo Pero Barbosa, “hallo alli comodidad para pasar a ella
Os portugueses que acompanharam Benitez em 1604 o encontraram numa aldeia de índios cerca de sete ou oito léguas da vila de São Paulo, enquanto praticavam uma entrada, ou maloca, e, segundo Pero Barbosa, “hallo alli comodidad para pasar a ella.”

Ressalte-se que, em 1605, ou seja apenas um ano e meio depois dos “primeiros”contatos, o bispo do Paraguai, Reginaldo de Lizarraga, falava em “doceintas léguas por terra poblada y no mal camiño”.

Portanto, num primeiro momento, entre os anos de 1603 e 1607, o caminho esteve bastante frequentado e facilitado, como atesta inclusive a quantidade de clérigos que o utilizaram tanto para se ordenar em Assunção quanto para assumir os vicariatos de Ciudad Real e Villa Rica, que contavam, ambos, com religiosos de São Paulo. O próprio Hernando Arias sugeriu que pelo menos seis padres da Companhia de Jesus partissem de São Paulo, pela via proibida, para atuar no Guairá.
Julho de 1604. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
95°. Certidão apresentada em autodefesa pelo mineiro-mor Manoel Pinheiro Azurara. num processo criminal movido contra ele em Assunção, os camaristas de São Paulo comunicavam que Azurara tentara alocar gentios paras as minas*
Ao que tudo indica, alguma mão de obra negra foi efetivamente utilizada notrabalho de beneficiamento das minas de ouro. Segundo certidão apresentada emautodefesa pelo mineiro-mor Manoel Pinheiro Azurara, de julho de 1604, num processocriminal movido contra ele em Assunção, os camaristas de São Paulo comunicavam queAzurara tentara alocar gentios paras as minas, mas “a pouquidade dos mesmos gentios eoutros inconvenientes que não foram seu particular” o impediram. Mesmo assim, asminas de Montesserrate e São Francisco estavam sendo exploradas por moradores deSão Paulo e gente de “fora com escravos da guine”. [Página 156]

Varnhagen, por outro lado, afirmava que ele havia sido registrado em Iguape já em 1605. Pela certidão apresentada por Manoel Pinheiro Azurara, mineiro-mor do Brasil, como peça de sua defesa num processo em Assunção, ficamos sabendo que ele comparecera à Câmara de São Paulo em julho de 1604 com suas provisões e Regimento que trazia do governador Diogo Botelho – que bem pode ser o tal regimento. Assim que chegou a São Paulo, teria começado a usar de seu ofício, e “mandou apregoar a liberdade das minas do ouro e que pagassem os quintos a sua majestade”. Em agosto, acompanhado de padres da Companhia de Jesus e do escrivão e tabelião público Belchior da Costa foi às minas de Monteserrate e São Francisco, e lá fez a repartição das minas entre alguns moradores, e “senalou” as de Dom Francisco, naquele momento um morador “comum” da vila de São Paulo. Pinheiro teria voltado à vila e tentado, conforme seu regimento, arregimentar gentios para serem distribuídos nas minas, mas, como já assinalamos, não foi bemsucedido devido à “pouquidade do gentio”. [Página 178]
Agosto de 1604. Atualizado em 24/10/2025 04:15:03
96°. Manoel Pinheiro Azurara acompanhado de padres da Companhia de Jesus e do escrivão e tabelião público Belchior da Costa foi às minas de Monteserrate e São Francisco, e lá fez a repartição das minas entre alguns moradores, e “senalou” as de Dom Francisco, naquele momento um morador “comum” da vila de São Paulo*
Parece-nos mesmo indubitável que uma quantidade de ouro razoável foi retirada das minas de São Paulo. Mais do que faiscagem, pois incluía minas, e menos do que os boatos alardeiam, parafraseando Benevides. Efetivamente, as minas serviram para alimentar e justificar mercês – a maior parte delas concedida - de diversas autoridades, a começar pelo nosso governador, que talvez tenha percebido o potencial de cobiça que as minas despertavam na Corte para a concessão de privilégios. No mínimo aprendera com Gabriel Soares! Mas é improvável que o governador tenha investido toda a sua energia somente para exercer poder e privilégios sobre uma pequena vila nos rincões da América portuguesa. Alguma riqueza, ou ao menos alguma possibilidade efetiva, deve ter sido vislumbrada por D. Francisco, já que fez questão de ter suas próprias minas demarcadas pelo mineiro-mor Manuel Pinheiro em Montesserrate e São Francisco.
10 de janeiro de 1605, segunda-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:21:33
97°. Diogo Quadros reclama pelos peritos em mineração / voltou a São Paulo, depois de sua missão em Castela, como provedor das minas e com a licença de construir dois engenhos
Diogo Quadros reclamava pelos peritos em mineração ainda em 1605 e, depois de vários entreveros em São Paulo,acabou findando seus dias na Índia. [Página 182]

Em 1605, Diogo de Quadros voltou a São Paulo, depois de sua missão emCastela, como provedor das minas e com a licença de construir dois engenhos para“fabricar todo o ferro necessário para este estado”. Quadros fez um levantamento do que havia de aproveitável nos almoxarifados do Rio de Janeiro e São Vicente, encontrando neste último algumas peças de utilidade, provavelmente restos da primeira fundição dos Sardinha.

Na vila, participou efetivamente apenas de uma das fábricas, organizando uma sociedade com seu cunhado, Francisco Lopes Pinto, o castelhano Martim Rodrigues Tenório e Clemente Alvares.

Mais tarde, já quando da segunda vinda deFrancisco de Souza, o flamengo Cornélio de Arzão, genro de Tenório (que haviamorrido em bandeira de 1612) e Antonio de Souza, o filho do governador, entrarampara a sociedade. [Página 184]
1606. Atualizado em 31/10/2025 13:26:59
98°. D. Francisco voltou a Portugal, e, depois, a Valladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III
Para tanto, algum tempo após o fim de seu mandato, em 1606, voltou a Portugal, e, depois, aValladolid, para onde havia se transferido a corte de Felipe III, aproximando-se ali doDuque de Lerma, o todo poderoso valido do novo rei. Foi neste contexto que conseguiua divisão da colônia, o consequente novo ofício de governador da Repartição Sul e ogoverno e administração das minas, com amplas mercês, nos mesmos moldes dasobtidas por Gabriel Soares de Souza décadas antes.Nos preparativos para o que seria este segundo governo de Francisco de Souza, asituação era já muito diversa, mas, ainda assim, ele conseguiria se articular, adaptandose muito bem à nova realidade. Segundo Fernanda Olival, em análise sobre asinfluências do reinado de Felipe III sobre Portugal, o início do século XVII refletia umaaguda crise econômica que assolava todo o império, acumulada desde os tempos deFelipe II, e que obviamente ecoava forte no reino lusitano, que também tinha lá suaprópria crise. Segundo ela, crises agrícolas, perda de territórios no Oriente, ondas depeste sucessivas e a diminuição abrupta da entrada de capital na aduana de Lisboafizeram com que a Coroa outorgasse “privilégios y mercedes a quienes pretendiandescubrir y explotar minas de metales y piedras preciosas en Brasil...”,442 como formade amenizar os danos financeiros de Portugal. O que ocorreu, diríamos, não só em terrasamericanas, mas também na África, como mostram os pedidos de mercêscontemporâneos aos de D. Francisco, voltados para Angola e Monomotapa. Tal política,estimulada pelo Duque de Lerma, visava tornar Portugal minimamente autossuficiente,o que a autora considera “una de las líneas básicas de todas las diretivas sugeridas porMadrid en este tiempo...”443. Lerma projetava reformas das estruturas portuguesas,refletidas nos pedidos de revisão do funcionamento do Conselho de Portugal, muitodispendioso, segundo ele; no questionamento das concessões de pau-brasil; na anistiaaos cristãos-novos em troca de ajuda financeira e na crítica à prática corrente emPortugal de solicitar mercês continuamente, mesmo que as causas da primeirasolicitação ainda não tivessem sido cumpridas.444Neste sentido, é significativa a consulta do vice-rei do reino português junto aoConselho de Portugal, em 1606, para reforçar o valor da nomeação do governador-geral,“posto que este governo foi sempre de muita importância grossa parece que se devefazer mais consideração”. Pesando, sobretudo, que as promessas minerais - melhor dizendo, a “esperança que se tem de serem de efeito as minas de São Vicente”-poderiam acrescentar, em muito, o rendimento da Real fazenda. [p. 123]

Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”. Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins.

As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos. Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463).

O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15). Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.). [p., 135]

Ademais, o avô, Salvador Correia de Sá era próximo de D. Francisco e herdou as mercês do governador após a sua morte, depois de algumas diligências políticas na corte de Madri. [p. 173]
20 de agosto de 1606, domingo. Atualizado em 31/10/2025 15:35:37
99°. Provisão
Em relação às minas existentes, além da mina do Jaraguá, de Afonso Sardinha, e que, segundo Taunay, enriquecera também Braz Esteves Leme, e Vuturuna, próxima a Santana de Parnaíba, existiam as chamadas “minas do Geraldo”, no caminho para o morro do Jaraguá.

Estas minas são comprovadas numa carta apócrifa, e sem data, inserida na publicação do Livro Segundo do Governo do Brasil. Provavelmente direcionada a Francisco de Souza, o sujeito relatava, nesta carta, que, depois de quase ter sido preso por tentar averiguar os quintos na casa de fundição da vila, acabou sendo levado por Simão Alvares para ver amostras de ouro trazidas por Clemente Alvares, que havia descoberto e fundido um ouro “mui finíssimo e limpo” e que, segundo “Claudio” (talvez o ourives Claudio Furquim), tinha vantagem “do de Seraldo”, na verdade Geraldo Correia Sardinha.

Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.

Tornou-se, assim, cunhado do engenheiro flamengo Cornélio de Arzão, também envolvido, a partir de 1609, com a produção de ferro. Em 1600, ficou como guardião de certo metal que parecia prata, e foi responsável por fazer os testes adequados.

As Atas da Câmara denunciam sua presença no sertão, com sua tenda de ferreiro, resgatando com os índios em pelo menos duas ocasiões. Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo.

É provavelmente deste ouro que nosso missivista em questão falava. Portanto, as notícias concretas destas riquezas minerais são mesmo esparsas e fragmentárias, mas ainda assim sugestivas.
16 de setembro de 1606, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:21:33
100°. Minas
Em relação às minas existentes, além da mina do Jaraguá, de Afonso Sardinha, e que, segundo Taunay, enriquecera também Braz Esteves Leme, e Vuturuna, próxima a Santana de Parnaíba, existiam as chamadas “minas do Geraldo”, no caminho para o morro do Jaraguá.

Estas minas são comprovadas numa carta apócrifa, e sem data, inserida na publicação do Livro Segundo do Governo do Brasil. Provavelmente direcionada a Francisco de Souza, o sujeito relatava, nesta carta, que, depois de quase ter sido preso por tentar averiguar os quintos na casa de fundição da vila, acabou sendo levado por Simão Alvares para ver amostras de ouro trazidas por Clemente Alvares, que havia descoberto e fundido um ouro “mui finíssimo e limpo” e que, segundo “Claudio” (talvez o ourives Claudio Furquim), tinha vantagem “do de Seraldo”, na verdade Geraldo Correia Sardinha.

Sabe-se que, natural de São Paulo, Clemente Alvares era homem empenhado e dedicado aos metais. Parceiro de Afonso Sardinha, o moço, durante suas empreitadas de pesquisa de minas, casou-se com a filha do castelhano Martim Rodrigues Tenório, um dos envolvidos no erguimento do engenho de ferro em Santo Amaro.

Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo.

É provavelmente deste ouro que nosso missivista em questão falava. Portanto, as notícias concretas destas riquezas minerais são mesmo esparsas e fragmentárias, mas ainda assim sugestivas.
27 de novembro de 1606, segunda-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
101°. Provisão de Diogo Botelho ordena que Quadros não abandonasse mais os engenhos de ferro para ir ao sertão
Provisão de Diogo Botelho chegou a ordenar que Quadros não abandonasse mais os engenhos de ferro para ir ao sertão. RGCSP, 27/11/1606. O mesmo Botelho, em carta ao rei, comunicava que Quadros era suspeito de “aplicar os quintos para si”. Códice 51-V-48, f.32. [Página 184]
16 de dezembro de 1606, sábado. Atualizado em 28/10/2025 12:31:53
102°. Novo Regimento das Minas de São Paulo após o testemunho ocular de Clemente Alvares
Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Eschwege dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652. Varnhagen, por outro lado, afirmava que ele havia sido registrado em Iguape já em 1605.

Em 1606 – estimada data da carta apócrifa - Clemente compareceu à Câmara de São Paulo para registrar algumas minas que tinha descoberto e, desse modo, não perder os direitos sobre elas, observando o que determinava o novo Regimento das Minas de São Paulo

Este regimento, supostamente inspirado em D. Francisco, de que fala Clemente, já causou certa dúvida na historiografia quanto à sua efetiva aplicação em São Paulo. Wilhelm Ludwig von Eschwege (1777-1855) dizia que ele ficara perdido na Espanha por 50 anos, sendo de fato registrado em São Paulo e Rio de Janeiro apenas em 1652.
1607. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
103°. O ferro era extraído das chamadas minas de Tambó, perto da mesma Vila Rica
Para reforçar a importância do metal no contexto regional, vale lembrar que a moeda de ampla circulação no mundo paraguaio, em especial no Guairá - também usada para resgate com os mesmos carijós -, era a chamada cuña, pequena peça de ferro fundida.

A cuña supria a carência de moeda na região e, apesar de sua larga utilização no século XVI, foi pouco a pouco abandonada em troca dos frutos da terra. Em 1607, foi difícil encontrar alguém em Vila Rica que soubesse precisarquantos reales valia a moeda, in: AGI, Contadoria, 1609, Auto de visita a Vila Rica. 1607.

O ferro era extraído das chamadas minas de Tambó, perto da mesma Vila Rica. Em torno deste ferro e da necessidade de sua fundição, Rui Dias de Melgarejo, fundador da vila, fez uma probanza com o sentido de alavancar a atividade, mas com o cuidado de garantir sua nobre condição embora praticasse o ofício. “Probanza hecha em Villa Rica em 1578”. Apud: CARDOZO, Ramón. La Antigua…op.cit. p. 72-74
18 de fevereiro de 1607, domingo. Atualizado em 23/10/2025 15:41:04
104°. Diversos homens poderosos, cujos nomes por essa razão não são talvez mencionados, revéis e desobedientes aos mandos das justiças, se aprontavam para ir aos carijós
5 de maio de 1607, sábado. Atualizado em 28/10/2025 23:24:26
105°. Carta de Hernando Arias ao rei, sugeriu que pelo menos seis padres da Companhia de Jesus partissem de São Paulo, pela via proibida, para atuar no Guairá
Portanto, num primeiro momento, entre os anos de 1603 e 1607, o caminho esteve bastante frequentado e facilitado, como atesta inclusive a quantidade de clérigos que o utilizaram tanto para se ordenar em Assunção quanto para assumir os vicariatos de Ciudad Real e Villa Rica, que contavam, ambos, com religiosos de São Paulo. O próprio Hernando Arias sugeriu que pelo menos seis padres da Companhia de Jesus partissem de São Paulo, pela via proibida, para atuar no Guairá. [página 234]

Podemos comprovar incontestavelmente que Pero Ribeiro acompanhou Manoel Pinheiro. Diante das suspeitas quanto ao episódio do negro confiscado - e depois resgatado pelo próprio dono -, Hernando Arias ordenou uma visita às caixas reais de Ciudad Real e Villa Rica em 1607. Na cabeça das investigações estava o “apaixonado” antilusitano Diego de Teva. A visita e os autos mostraram que as caixas reais das duas cidades tinham parte da cera, ferro e pólvora retirada ilegalmente pelos moradores ou mesmo com mandatos do bispo e outras autoridades. Dentro delas, restava somente alguma ametista, ferro, cera, e alguns documentos antigos. O histórico dos dízimos estava todo calculado em cuñas, cujo valor correspondente o inquérito não conseguiu precisar. Os envolvidos eram os falecidos Diego de Zuniga e Juan Merino, respectivamente contador e tesoureiro, e os seus sucessores Blas de Almada e Bartolomeu de Torales.

Torales aparecia, nos depoimentos, como aquele que havia mandado confiscar os negros da Guiné, ao mesmo tempo em que deixara passar a grande quantidade de tecido trazida pelos mercadores, sem registro. Eram dois escravos: um de Manoel Pinheiro e outro de Pero Ribeiro. Cobrados os dízimos, que aparentemente nunca foram para a caixa real, os escravos foram leiloados, sendo um arrematado pelo próprio dono e o outro arrematado por um terceiro, mas que, conforme depoimento de Antonio Aresco, que demonstrava conhecer os mercadores pelo nome, também foi parar na mão do dono original. No fundo, uma operação corrupta travestida de legalidade. [página 245]
1 de dezembro de 1607, sábado. Atualizado em 25/02/2025 04:40:00
106°. Os oficiais da Câmara Municipal da vila de São Paulo dizem ter recebido a notícia de que "Belchior Rodrigues, de Birapoeira, com forja de ferreiro, queria ir para "Piassava das Conoas", onde desembacarvam carijós e que era um prejuízo para esta vila"
1608. Atualizado em 30/10/2025 08:43:25
107°. João de Santa Ana? dois desaparecidos
Além destes, outros nomes podem ter vindo na armada de Valdés, como João de Sant´Anna, castelhano morto em bandeira de 1608, cujo testamento revela um homem cheio de dívidas; o galego Jorge de Barros Fajardo, parceiro de Camargo em negócios e vereança; o albañil Marcos Lopez, natural de Malága e provável dono da primeira loja de comes e bebes criada para receber a comitiva do governador Francisco de Souza nos anos 1590; o piloto da Nau Saint Nicholas e natural de Triana, Gonçalo Conqueiro, homônimo do capitão-mor da Capitania de São Vicente no início do XVII; ou mesmo os Munhoz (Fernão e Diogo), e os Sanches (Francisco e Diego).

Numa listagem da população masculina de São Paulo - montada por Nuto Sant´Anna a partir da documentação disponível na década de 1950 -, revela-se, dentre outros, a irrupção, entre 1581 e 1590, dos seguintes nomes de origem castelhana não citados até aqui: André Casado, Francisco Farel, João Bernal, Alonso Pelaez, Antonio de Saavedra e Martim Rodrigues Tenório.327 Este último, bandeirante ativo no início do XVII, desapareceu em entrada por ele capitaneada em 1608.
5 de outubro de 1608, domingo. Atualizado em 25/02/2025 04:46:39
108°. Nas Atas da Câmara de São Paulo, o procurador denunciava que índios que se encontravam ao longo “deste rio Anhembi”, que “vinham em paz se meter conosco”, terminavam sendo aprisionados pelos moradores
Em rivalidades com os moradores do Guairá em torno dos carijós também começou cedo. Em 1608, já se protestava na Câmara que “algumas pessoas que vinham a essa vila se apoderavam de indios que pelo caminho achavam aposentados como seja ao longo deste rio Anhembi”, o que era prejudicial para as boas relações com eles, que vinham em paz “se meter conosco mais razão era ajudá-los a vir que não fugeá-los nem agravá-los...” [05/10/1608].
1609. Atualizado em 25/02/2025 04:41:40
109°. A divisão do Brasil se efetivaria
A suposta riqueza da capitania de São Vicente e suas conexões com o mundo castelhano do interior do Paraguai desdobrar-se-iam em políticas e ingerências diretas e indiretas por parte de Madri. A administração civil e eclesiástica na Bahia, como vimos, foi uma das influências mais visíveis da presença castelhana no período, e a luta contra os inimigos da coroa, nesse contexto, resultaria na maciça fortificação das costas brasileiras. Por fim, a divisão do Brasil se efetivaria em 1609.
1609. Atualizado em 31/10/2025 09:50:17
110°. Mineiro Manoel Azurara apareceu em processos judiciais em torno da erva mate em Maracayu, onde estabeleceu negócios
Entre 1609 e 1612, apareceu em processos judiciais em torno da erva mate emMaracayu, onde estabeleceu negócios. Do ouro ao mate, Pinheiro parecia ter umabússola apontada para os bons negócios. Não podemos assegurar se ele realmente usou algum ouro de São Paulo como capital inicial, apenas deduzir, visto que, em seu processo, reclamou, diante das desconfianças gerais, que o ouro de São Paulo não era beneficiado como se deveria e que ele mesmo tinha seus salários atrasados. [Página 181]
1609. Atualizado em 25/02/2025 04:47:04
111°. A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto
A presença desta ordem no Guairá se deu entre 1609 e 1610, quando os padres José Cataldino e Simon Maceta organizaram a primeira redução de Nossa Senhora de Loreto. Contudo, o ápice ocorreu entre 1622 e 1628, já sob a direção do Padre Antonio Ruiz de Montoya, quando onze reduções foram então organizadas. A década de 1620 foi marcada por uma forte expansão das reduções jesuíticas, o que significou a incorporação de grande população guarani. Este processo atingiu em cheio as vilas guairenhas, cada vez mais ressentidas com a escassez desta mão de obra. Ciudad Real passou a depender dos distantes indígenas reduzidos em Loreto e San Ignácio; Villa Rica, por sua vez, viu limitado seu crescimento em função da utilização de mão de obra, exatamente no período que sinalizava uma expansão da demanda por erva-mate, a grande riqueza exportável da região.
3 de abril de 1609, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 06:47:57
112°. “muita gente que se vinha para cá, por outro caminho (...) paragem chamada Atuahy (Itú), perto de Piassaba, e perto donde vivia Baltezar”: O relato de André da Aldeia do Forte
As próprias Atas da Câmara falam da reunião de parentes e de índios que buscavam voluntariamente abrigo na vila, fosse porque fugiam de algo, fosse porque lhes haviam prometido algo. ACVSP de 03/04/1609, por exemplo, fala de carijós que, no caminho rumo a São Paulo, encontraram muitos outros que também iam para a vila, e que, ademais, estavam famintos e doentes. O depoimento de um dos índios ainda menciona como os espanhóis haviam tentado impedi- los e como portugueses tentaram escravizá- los pelo caminho, antes que chegassem à vila. [Página 159]
22 de abril de 1609, sexta-feira. Atualizado em 29/10/2025 21:30:34
113°. Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM
Na segunda ida de D. Francisco ao Brasil, um tal Manuel Vandale, flamengo, que também se dizia morador da Bahia de muitos anos, pediu em Madri para ir com o governador como “morador y poblador de las minas del Brasil y lengua de los mineros estrangeros”. Identificado como cunhado de um mercador rico da Bahia, o tal Manuel foi acusado, num papel anônimo endereçado ao Conselho, desses que “são providenciais e enviados por Deus”, de que suas intenções eram ruins. As acusações davam conta de que ele queria se embrenhar no sertão com seus escravos e passar de engenho em engenho promovendo levantes de escravos contra seus amos. Por fim, sugeria-se que ele fosse “apertado” para confessar. (AGS, Secretarias Provinciais, Libro 1463). O tal Manuel, sem se dar por vencido, ainda foi a Lisboa, solicitar para ir ao Brasil buscar sua mulher, mas lá também suas pretensões lhe foram negadas (Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VII-15). Seja como for, o postulante embarcou assim mesmo, já que o governador Diogo de Meneses comunicava, em carta ao rei, que remetia a Lisboa, preso, o tal Vandale, conforme sugeria provisão de VM. (Carta de Diogo de Meneses de 22/04/1609 in CORTESÂO..op.cit.). [1]

BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver [2]
1610. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
114°. “semear muito trigo”, pois a compra do vinho de fora causava prejuízo à vila; “muito bom trigo quase sem nenhuma indústria” e sentia a falta de moinhos
Em 1610, os oficiais conclamavam os homens bons de vila a deliberarem sobre a hipótese de se obrigar os moradores a plantar bacelos e “semear muito trigo”, pois a compra do vinho de fora causava prejuízo à vila. Neste mesmo ano, o padre Jacome Monteiro,visitando São Paulo, afirmava que havia “muito bom trigo quase sem nenhuma indústria” e sentia a falta de moinhos, “que já se vão levando”, ou seja, assistia in loco a instauração das moendas em São Paulo. [p.155]
8 de janeiro de 1610, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 17:22:49
115°. Traslado feito em Santos do pedido de Martim Rodrigues e Clemente Álvares, seu genro, feito em 5/2/1609, por 2 léguas da barra do Yatuahi até a barra do dito ribeiro
As Atas da Câmara denunciam sua presença no sertão, com sua tenda de ferreiro, resgatando com os índios em pelo menos duas ocasiões.
8 de março de 1610, segunda-feira. Atualizado em 29/08/2025 23:14:01
116°. Sugestão do vice-rei do Peru, Marques de Montes Claros, ao rei
E comunicavam que, se os moradores que estavam no sertão soubessem disso, se meteriam “no caminho do piquiri que he província do rio da prata”, o que reforça a hipótese de que o caminho foi trilhado continuamente desde a segunda metade do século XVI [19/07/1603].

De fato, a contiguidade entre os territórios era evidente. Diego Flores sugeriu que o rei tomasse a posse da capitania de São Vicente, vislumbrando as relações que área tinha com o interior paraguaio. Em 1610, o Marques de Montes Claros também recomendava que a vila de São Paulo entrasse para a nova governação, que naquela altura se estudava, do Paraguai separado do Rio da Prata.
5 de abril de 1610, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:15:21
117°. Degredo de João Rodrigues de Almeida
O degredo comutado foi o de João Roiz de Almeida. ACVSP, 05/04/1610 - Cf carta do rei ao governador Gaspar de Souza, Além disso, vinha com o direito de comutar degredo, o que parece ter usado largamente, pois, apesar de as Atas conterem apenas um caso, uma carta do rei ao governador Gaspar de Souza, em 1613, refere certo uso generalizado da comutação por Francisco e seu filho Luis no Rio de Janeiro. [p. 166]
30 de outubro de 1610, sábado. Atualizado em 01/11/2025 05:50:57
118°. O ferro era de fundamental importância na vila, pois tanto os objetos como as ferramentas feitos deste metal eram amplamente utilizados para o pagamento dos serviços praticados por índios
De todo modo, eles teriam repassado o engenho ao próprio governador. O ferro era de fundamental importância na vila, pois tanto os objetos como as ferramentas feitos deste metal eram amplamente utilizados para o pagamento dos serviços praticados por índios; além disso, era usado para resgate com os próprios índios, em especial os carijós, conforme depreendemos das Atas da Câmara de 1607 e 1610, nas quais se tentam tolher os avanços dos ferreiros com suas tendas para o sertão a resgatar com os índios. [Página 183]
31 de outubro de 1610, domingo. Atualizado em 31/10/2025 18:52:10
119°. Clemente Alvares está no sertão com sua tenda de ferreiro
Três anos depois, Clemente Alvares montou sua tenda de ferreiro em Pirapitingui, no salto do Tietê, provável lugar do “piassava”. [31/10/1610] Neste mesmo ano, Diogo de Quadros, o provedor das minas, organizou uma entrada para o sertão, gerando protestos da Câmara que pedia que ninguém o acompanhasse. De todo modo, os carijós eram já abundantes em 1615, tanto que, no retorno de uma bandeira do próprio Quadros, eles foram matriculados e partilhados entre 78 moradores.
1611. Atualizado em 24/10/2025 02:39:04
120°. Pedido de Sesmaria
12 de maio de 1611, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 03:11:17
121°. Epidemia que atingia a vila de São Paulo / D. Francisco está no Sertão
As Atas se calam. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila.
10 de junho de 1611, sexta-feira. Atualizado em 28/10/2025 05:30:20
122°. O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil
As Atas se calam. Por elas sequer sabemos quando exatamente ele morreu. E não sabemos, ainda hoje, onde foi enterrado. Por aproximação, estima-se que tenha morrido entre 10 e 11 de junho de 1611, em meio a uma epidemia que atingia a vila. Ou seja, não sabemos bem quando, nem onde e muito menos de quê morrera o governador.

As versões dão conta mais das ansiedades de cada um do que de uma informação legítima. Até mesmo nas versões de sua morte o governador foi apresentado de diversas maneiras. E talvez essa série de versões nos ajude a revelar um pouco mais do que foi a história da região nas décadas posteriores: uma disputa acirrada por hegemonia e pelos despojos do governador, com alianças instáveis, conexões interrompidas e a eclosão de grupos e facções em confronto.
11 de setembro de 1611, domingo. Atualizado em 29/10/2025 01:01:38
123°. Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro”
Por outro lado, nas Atas de 11/09/1611, Baltazar Gonçalves avisa que vai ao sertão, às minas de Caativa, com “o alemão mineiro”, por ordem de Diogo de Quadros. A despeito da proibição dos moradores irem ao sertão, os oficiais dizem que “em matéria de minas não se metiam por não ser de sua jurisdição”, o que reforça a ideia da jurisdição paralela. De qualquer modo, o misterioso mineiro alemão parece ainda estar vivo depois da morte de Francisco de Souza, que ocorrera em junho daquele ano. [“São Paulo na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640)” de José Carlos Vilardaga Página 181]
1612. Atualizado em 25/02/2025 04:41:37
124°. Manoel João Branco é um exemplo bastante claro: mineiro de ferro, em pouco tempo passou a ter navios armados para Angola, moinhos de trigo, e uma rede comercial que chegava até a Bahia
Agosto de 1612. Atualizado em 24/10/2025 04:34:17
125°. Bartolomeu de Torales escreve ao Governador Diogo Marin Negron que Sebastian Preto, português de S. Paulo levou cinco caciques com muitos índios para a dita vila de S. Paulo*
O guairenho Bartolomeu de Torales havia seguido, pelos sertões, o morador deSão Paulo Sebastião Preto, em 1612.874 Segundo seus próprios relatos, alguns índiosrebelados fugiam para São Paulo e outros se metiam pelas matas e montes.

Na demanda atrás desses índios, ele teria encontrado índios que seguiam o tal Preto e conseguiu trazer alguns deles de volta, para serem reduzidos à aldeia de Piquiri, distante oito léguas (38,6 km) de Ciudad Real.

A questão interessante de sua carta é que, no final, se justificava dizendo que, como os padres jesuítas não foram capazes de mantê-los nas reduções, o aldeamento sob controle dos colonos serviria para que “no se atreban otros a hacer otro tanto (...) y para que estas pobres almas no se pierdan y se mueram por los montes...”.

Tradução Outros não se atreveram a fazer outro tanto (...) e para que essas pobres almas não se percam e morram na montanha

Torales afirmava que, apesar de perseguir Preto, conseguira trazer apenas uma parcela dos índios para perto de Villa Rica, pois outra parte teria seguidocom Preto. De todo modo, foi o mesmo tipo de história contada por Romero, em seudepoimento no processo do presente-suborno.
20 de dezembro de 1612, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 10:04:54
126°. “desde 1611 os portugueses de São Paulo entravam “de roldon” sacando e levando os índios. Dizia que, com isso, já tinham ido embora mais de três mil índios, e que, não fossem as ações de Torales e de Añasco, que mantinha alguns caciques presos, a região já teria se despovoado”
De fato, não era só com o uso da violência que os índios, em especial os carijós, foram descidos e levados a São Paulo. Os métodos persuasórios eram amplamente utilizados: faziam-se promessas de variados tipos, promovia-se a reunião de parentes e formavam-se redes de alianças. Sobre estes métodos, ver: MONTEIRO, John. “Os Guarani e a História do Brasil Meridional” In: CUNHA, M. História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1982. p. 475-498. Neste sentido, é famosa a carta do vilariquenho Bartolomeu de Torales, em 1612, comentando como Sebastião Preto, de São Paulo, havia utilizado com os caciques de “puras dádivas” para atraí-los, com suas aldeias, para a vila vicentina. “Carta de Bartolomeu de Torales a Diego Marin Negron”. Anais do Museu Paulista, Tomo I, 2a Parte, p.158. As próprias Atas da Câmara falam da reunião de parentes e de índios que buscavam voluntariamente abrigo na vila, fosse porque fugiam de algo, fosse porque lhes haviam prometido algo. ACVSP de 03 de abril de 1609, por exemplo, fala de carijós que, no caminho rumo a São Paulo, encontraram muitos outros que também iam para a vila, e que, ademais, estavam famintos e doentes. O depoimento de um dos índios ainda menciona como os espanhóis haviam tentado impedi-los e como portugueses tentaram escravizá-los pelo caminho, antes que chegassem à vila. [p. 159]

Uma carta do cabildo de Ciudad Real, de dezembro de 1612, traz a questão à tona. Segundo ela, desde 1611 os portugueses de São Paulo entravam “de roldon” sacando e levando os índios. Dizia que, com isso, já tinham ido embora mais de três mil índios, e que, não fossem as ações de Torales e de Añasco, que mantinha alguns caciques presos, a região já teria se despovoado. De fato, São Paulo estava atraindo grande quantidade de índios inclusive encomendados, mas a carta não deixa de trazer, em seu final, mais uma crítica aos padres jesuítas, porque “ellos nunca fueron poderosos para aquietar los dichos índios y traer-los a su reducion...”. [Página 260]
1616. Atualizado em 31/10/2025 15:16:50
127°. “Processo obrado en la Villa rica del espiritu santo, contra el capn. Franco. Benitez, por haver metido três portugueses por la via de San Pablo”
A mina de ferro e a fundição devem ter gerado ferramentas e material de consumo local, bem como produtos para trocas e resgates com índios. As minas de ferro eram chamadas de Tambó, e aparecem muito ocasionalmente na documentação. Em pelo menos um dos processos para averiguar gente que entrava no Paraguai pelo caminho de São Paulo, menciona-se um português que teria se dirigido para as ditas minas. Segundo testemunho, um tal Enrique Vaz Platero teria chegado em Villa Rica mas, como ninguém lhe deu abrigo nem ajuda, partiu rumo “ao tambo veynte leguas de aqui dezia hiva a hazer algunas cunas para bestirse y que se fue y nunca mas lo vieron...

As cunhas - moeda de ferro de ampla circulação no Paraguai, e talvez com algum prolongamento em São Paulo – serviam fundamentalmente para resgates com os índios e trocas locais. Basicamente, as transações eram feitas em cunhas ou lienzos de algodão, mas, em pouco tempo, foram substituídos pela erva-mate. De qualquer modo, uma cunha valia, segundo Chaves, 50 maravedis, apesar de o inquérito feito na região em 1609 não ter conseguido precisar seu valor junto aos vizinhos de Villa Rica. [Página 210 e 211]

No sentido inverso, Paraguai-São Paulo, temos a prisão e a investigação, em 1616, do vecino de Villa Rica Francisco Benitez, que havia se dirigido a São Paulo com “vino e mercadorias”. No seu inventário, feito quando do sequestro de seus bens, aparece “una vina y três mil sepas, dez arrobas de vino, un trapiche moiliene y corriente”, o que mostra uma produção centrada no vinho paraguaio. [Página 214]
21 de julho de 1616, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:41:37
128°. Salvador Correia alegou que estava averiguando as minas e que havia muito ouro, que a cada dia se descobria mais
Numa carta do avô de 21/07/1616, citada por Carvalho Franco, Salvador Correia alegou que estava averiguando as minas e que havia muito ouro, que a cada dia se descobria mais, mas que os ministros reais teriam empenho em esconder as descobertas, já que atingiam suas jurisdições. De fato, Salvador Correia chegou a encarregar o filho Gonçalo de empreender uma devassa na vila para apurar a suspeita de que moradores estavam induzindo testemunhas a relatar que não havia ouro algum. [Página 173]
19 de abril de 1621, segunda-feira. Atualizado em 29/10/2025 06:30:55
129°. Peabiru
Todas estas personagens, e mais outras dezenas delas, revelam um trânsito que não era só de desgarrados e aventureiros solitários. Benitez, por exemplo, concentrou sua produção no vinho, principal produto paraguaio, junto com o trigo, até o início do século XVII. Ambos os produtos foram substituídos pela erva em tal dimensão que, já em 1630, não conseguiam nem sequer abastecer o mercado interno. De todo modo, Benitez era um homem voltado para a atividade comercial, conforme atesta uma permissão concedida pelo rei para que Villa Rica exportasse “frutos de la tierra” a Sevilha durante três anos:

Sepan cuantos qta. carta de poder general viezen como nos el Cab. Justicia y Regimiento de la Villa Rica del Esp. Sto. de las probincias del guayrá asaber el Cap.Yo. Ortiz Melgarejo,Ten. de gobernador y Justicia mayor... otorgamos y conosemos po sta carta que damos y otorgamos poder cumplido libre genero y bastante segun unos o abemos y tenemos vendero mas puede... a favor de Manuel de Frias y al Cap. Francisco Benitez. Dado en Villa Rica del expu. Sto. a 19 de abril de 1621. Posteriormente el Capitán Fco. Benitez, Tte. de la Villa Rica, como procurador desde poder de aquella Villa tengo de que... comparezca ante Vuesa Señoria y digo que su mag. fue servido conceder a estas probincias mi dio permisión por tiempo de tres años pa nabegar los ha las dellas a la Ciudad de Sebilla y porque en razonbien y utilidad dela.

Na verdade, esta autorização para o comércio com Sevilha serviu como alento para a desesperançosa região paraguaia. Desde a segunda fundação de Buenos Aires, em 1580, Assunção sofria com certa marginalização das rotas comerciais. Como já mostrava Alice Canabrava, todos os principais caminhos passavam ao largo deAssunção, com exceção da via terrestre e fluvial de São Paulo, cortando o Guairá. Não que a situação de Buenos Aires fosse muito melhor, mas as sucessivas autorizações de comércio, temporárias, dadas à cidade, aliviavam certas tensões e necessidades. Além disso, tinha o contrabando! [Página 214 e 215]
1624. Atualizado em 24/10/2025 04:15:34
130°. “Libro de los sucessos del ano de 1624”
Estes regimentos só reforçam as expectativas e os investimentos feitos em torno das supostas minas. Segundo nos diz Taunay, baseado numa consulta de Salvador Correia de Sá e Benevides realizada pelo Conselho Ultramarino em 1677, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”.

Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE (MSS2355), fala-se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.

Conforme o manuscrito, o mineiro descobrira que poderia retirar “tan gran pedazo de oro como el cavallo en que estava”, e tal noticia alarmara tanto os padres, que, na mesma noite, o mineiro foi encontrado morto.

Apesar de o livro referenciar o ano de 1624, o documento é posterior a 1640, já que dá conta da Restauração (rebelión, conforme seu texto) que parecia ter ocorrido há pouco, e da expulsão dos jesuítas da vila, porque, segundo o manuscrito, não respeitavam os direitos dos moradores.

Menciona ainda que os jesuítas tiravam ouro de São Paulo e o enviavam ao Duque de Bragança, para financiar a revolta. O documento é do reinado de Felipe IV, já que nele se fala da prata que nunca foi retirada do Brasil no tempo de Felipe III, “ni en el de su majestade”.
1627. Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
131°. Os espanhóis que vivem nesta cidade são aproximadamente cinqüenta homens, filhos da boa gente que veio de Espanha para o Paraguai, e se consideram muito ricos porque se contentam com sua pobreza
Numa leitura um pouco mais simpática, mas igualmente desalentadora, o provincial Nicolas Duran, em 1627, em sua carta ânua, falava que (em Ciudad Real):

Os espanhóis que vivem nesta cidade são aproximadamente cinqüenta homens, filhos da boa gente que veio de Espanha para o Paraguai, e se consideram muito ricos porque se contentam com sua pobreza. A roupa ordinária é de algodão tingido e raras vezes conseguem alguma roupa de Espanha. Não existem lojas de mercadores e não se encontram oficiais de artes mecânicas porque todos os são, em suas casas... Não tem ambições, nem desejo de obter honra nessa vida, nem de exaltar sua linhagem, porque o oficio mais supremo a que aspiram é o de ser alcaide de seu povoado. [p. 209]
1627. Atualizado em 25/02/2025 04:41:38
132°. Em função de supostas minas descobertas nos “termos da vila de São Paulo”, solicitou sesmaria, ganhando-a do capitão-mor Álvaro Luiz do Valle
1629. Atualizado em 25/02/2025 04:47:08
133°. O procurador de Villa Rica solicitou ao governador a demarcação das jurisdições entre as reduções civis e jesuíticas, e o mestre de campo da mesma localidade, Rodrigo Ortiz de Melgarejo, pedia-lhe que não atendesse à demanda de alguns caciques para se libertarem das encomiendas tornando-se “en cabeza de su magestad”
Além das duas vilas e doze reduções religiosas, a região ainda contava com os chamados “pueblos de naturales”, que funcionavam sob administração de clérigos ou leigos, e eram localizados nas proximidades das encomiendas. Eles eram os grandes fornecedores da mita e sua preservação foi alvo constante das preocupações dos encomenderos guairenhos. No ano de 1629, por exemplo, o procurador de Villa Rica solicitou ao governador a demarcação das jurisdições entre as reduções civis e jesuíticas, e o mestre de campo da mesma localidade, Rodrigo Ortiz de Melgarejo, pedia-lhe que não atendesse à demanda de alguns caciques para se libertarem das encomiendas tornando-se “en cabeza de su magestad”. Suspeitava-se, inclusive, da influência dos jesuítas, que tentavam minar as reduções sob controle dos encomenderos. [p. 216]
21 de julho de 1631, segunda-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:35:06
134°. Saíra de Vila Rica uma força sob o comando do capitão Lourenço de Villalva
Conforme seu depoimento em 1631, em que alega ser de idade de 49 anos. “Testimonio de autos hechos em la Villa Rica del Espiritu Santo desde el 21 de Julio al 12 de agosto de 1631 contra el capitan Francisco Benitez.” [p.230]
Janeiro de 1632. Atualizado em 28/10/2025 23:25:07
135°. Villa Rica del Espírito Santo manteve até 1632*
20 de agosto de 1633, sábado. Atualizado em 22/08/2025 02:32:57
136°. Oficiais da Câmara de São Paulo, daquele ano, fizeram um termo e o levaram até a aldeia de Barueri para expulsar os padres que ali estavam
O envolvimento de Francisco e Juan, juntamente com outros castelhanos, na suposta “Aclamação” de Amador Bueno não é fato comprovado, mesmo porque nem a própria aclamação o é. Mas este episódio, do qual falaremos mais adiante, é denotativo de um possível conflito de identidades naquele contexto.

Independente de uma rivalidade ou oposição “nacionalista” entre castelhanos e portugueses, o que nos parece realmente importante é comprovar um forte processo de partidarização que teria ocorrido na vila de São Paulo a partir da década de 1620. Efetivamente, em 1633, surgiu o primeiro indício de que o tema da identidade peninsular poderia servir como pretexto para embates.

No dia 20 de agosto, os oficiais da Câmara de São Paulo, daquele ano, fizeram um termo e o levaram até a aldeia de Barueri para expulsar os padres que ali estavam. Alegavam, na ocasião, que os jesuítas, ao se apossar da aldeia, agiam contra a jurisdição real, pois a lei de 1611 garantia o poder temporal aos capitães, reservando-se a um clérigo somente o atendimento espiritual.

O termo conclamava os “moradores desta vila e mais estantes e habitantes com seus negros vão a aldeia de marui ajudar a defender a jurisdição real porquanto os padres da companhia queriam usurpar fazendo conservador fora do direito e clérigos castelhanos forasteiros...”.1104 O clérigo castelhano, em questão, era Juan de Medina y Ocampo, villariquenho com família estabelecida em Santana de Parnaíba e homem próximo de André Fernandes.

A ação dos oficiais Antonio Raposo Tavares, Pedro Leme, Lucas Fernandes Pinto, Paulo do Amaral e Sebastião Ramos de Medeiros era, na verdade, impulsionada pela disputa em torno dos índios da aldeia de Barueri, que, muito provavelmente, ainda servia para abrigar uma parte da grande quantidade de índios descidos das reduções do Guairá.
22 de agosto de 1633, segunda-feira. Atualizado em 25/10/2025 15:39:49
137°. “moradores desta vila e mais estantes e habitantes com seus negros vão a aldeia de marui ajudar a defender a jurisdição real porquanto os padres da companhia queriam usurpar fazendo conservador fora do direito e clérigos castelhanos forasteiros...”
10 de setembro de 1633, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:24:21
138°. O procurador do Conselho e declara que, "a requerimento do povo", exige a expulsão de Antão Roiz Pacheco
7 de junho de 1634, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:07
139°. Segundo provisão do próprio Felipe IV, os oficiais agiram com “excessotemerário e extorsão”, e quebraram “as portas de seu recolhimento profanando a igreja e as cousas sagradas a que acresce veemente suspeita de que o intuito principal dos ditos oficiais e mais povo daquela capitania é cativar os índios”
1636. Atualizado em 07/10/2025 18:06:28
140°. Carta de Manuel Juan Morales ao rei Filipe IV (1605- 1665), “O Grande”
Em 1636, aquele que pode ter sido um dos maiores produtores do planalto, edono de dois moinhos, o mineiro Manuel João Branco (ou Manuel Juan de Morales),falava ao rei da abundância e da riqueza de São Paulo na produção do trigo. John Monteiro, autor do trabalho mais importante sobre o tema, revela as íntimas filiações entre a expansão desta lavoura no planalto e a crescente organização das bandeiras de apresamento. Ao coincidir os dois tópicos, ele mostra, firmemente, como os indígenas capturados e descidos nas entradas não eram necessariamente revendidos a outras capitanias ou vilas, mas, sim, aproveitados, em sua maior parte, na expansão agrícola de São Paulo; expansão esta que conectava a economia de São Paulo à economia colonial.

Outro documento famoso, anteriormente citado e que pode nos dar mais pistas, é a carta de Manuel Juan Morales ao rei, de 1636. Chamado por Cortesão de “espião castelhano”, numa leitura bastante enviesada, Morales relata sua permanência em São Paulo desde pelo menos 1595, o que tornaria seu “serviço de espionagem” uma tarefa quase vitalícia.

De qualquer modo, a carta cumpre bem o papel de denunciar uma série de descalabros, justificando mercês ao próprio missivista, detentor da solução de uma parte dos problemas Outro documento famoso, anteriormente citado e que pode nos dar mais pistas, é a carta de Manuel Juan Morales ao rei, de 1636.

Chamado por Cortesão de “espião castelhano”, numa leitura bastante enviesada, Morales relata sua permanência em São Paulo desde pelo menos 1595, o que tornaria seu “serviço de espionagem” uma tarefa quase vitalícia. De qualquer modo, a carta cumpre bem o papel de denunciar uma série de descalabros, justificando mercês ao próprio missivista, detentor da solução de uma parte dos problemas.

O tema dos metais de São Paulo perpassa seu relato, já que o autor era especialista em minério de ferro. Viera a São Paulo na demanda deste mineral, por mandato de D. Francisco, e atuara juntamente com um mineiro de ouro - que faz questão de desqualificar - e um mineiro de prata.

Apesar dos indícios sugeridos, Morales pouco reforça a existência substancial do minério, ressaltando e lamentando apenas o fracasso dos engenhos de ferro, depois que deixaram de ser de “particulares”.

Quanto a Manuel Juan Morales (vulgo Manoel João Branco), mineiro de ferro e “espião”, ele reclamava de nunca terem sido enviados os peritos solicitados, ainda insistindo na demanda em 1636, enquanto provavelmente desfrutava de sua riqueza baseada no trigo, no tráfico de escravos da Guiné e na criação e venda do gado... e até mesmo em seus empreendimentos minerais.
1636. Atualizado em 24/10/2025 04:34:18
141°. Casamento de Bartholomeu de Torales y Contreras e Maria de Góes em Santa Ana de Parnaíba
7 de outubro de 1637, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:39:56
142°. Documento
Um último tema seria ainda agregado aos paulistas, todavia de maneira mais irregular. A identificação dos moradores com os mamelucos, curiosamente, aparece pouco nas missivas jesuíticas deste tempo. De modo geral, nestas, remete-se aos “portugueses” e “tupis” como seus asseclas. Já o governador do Paraguai, Martim de Ledesma Valderrama, em 1637, afirmava com todas as letras as “insolencias y atrevimentos de los portugueses mamelucos del puerto de San Pablo que en desacato de S magestade desde el ano de vinte y ocho anentrado a usurpar la real jurisdicion y terrasdesta província” [ 07/10/1637].
16 de setembro de 1639, sexta-feira. Atualizado em 31/10/2025 03:29:50
143°. O rei espanhol Felipe IV exigiu que Raposo Tavares fosse caçado a qualquer preço e colocado à disposição do Tribunal da Inquisição
Em 16 de setembro 1639, numa Real Cédula se lamentava que “a província del Paraguay esta arriesgada pues de quatro ciudades que tenia le faltan las tres y solo a quedado la Assumpcion”. Recomendava-se, naquela ocasião, a prisão e o envio para Madri dos portugueses Antonio Raposo Tavares e Federico de Mello Coutinho, principais responsáveis pelo despovoamento da região. Entretanto, nesta cédula, surgia também uma rede de cúmplices que atingia, além dos clérigos Juan de Campo Medina, Francisco Xorxe e Salvador de Lima que “las fomientan...”, alguns castelhanos ou portugueses que foram vizinhos “del Paraguai por que servem de guia a los que van a las entradas”, dentre eles Sebastião de Peralta, Diego Guillermo, Diego Dorexo, Fulano Ponce, Francisco Sanches, Fernando Melgarejo, Gabriel Brite, Amador Gonçalves, Pedro Domingues. Grande parte tratava-se de moradores de Santana de Parnaíba.
10 de julho de 1641, sexta-feira. Atualizado em 30/10/2025 13:43:11
144°. Confisco dos bens de Pedro Boeça e castelhanos
6 Os documentos que dão conta das notícias de confisco estão em: AHU-Espírito Santo, cx. 01 doc. 17 A. “1642, Abril, 12, Espírito Santo. Bens de Marcos Monsanto e D. Diego Ximenes de Vargas.” AHU-Rio de Janeiro, cx. 2, doc. 126. “c.1641. confisco dos bens de Pedro Boeça e castelhanos”. AHU-Rio de Janeiro, cx. 2, doc. 8. “1641, Julho, 10; notícias da Bahia do sequestro dos bens dos castelhanos”.
1692. Atualizado em 24/10/2025 04:15:37
145°. O governador do Rio de Janeiro, Antonio Paes de Sande, dizia que os paulistas escondiam as verdadeiras informações das minas e teriam sido, inclusive, indiretamente responsáveis pela morte do governador D. Francisco de Souza, já que este morrera de desgosto depois das notícias do assassinato de um mineiro que enviara às minas
A tese de uma população turbulenta e insubmissa que praticava toda sorte de impedimentos, roubos e boicotes deitaria frutos no tempo. Tanto que, em 1692, o governador do Rio de Janeiro, Antonio Paes de Sande, dizia que os paulistas escondiam as verdadeiras informações das minas e teriam sido, inclusive, indiretamente responsáveis pela morte do governador D. Francisco de Souza, já que este morrera de desgosto depois das notícias do assassinato de um mineiro que enviara às minas.

O trecho do relatório de Sande que fala destas suspeitas está reproduzido em FRANCO, Francisco de Carvalho. Dicionário...op.cit.. De todo modo, a versão de que Francisco de Souza morrera de desgosto prevaleceu no tempo. Para Sande, pela morte do mineiro por colonos, já em documento da Biblioteca de Madri, pela morte do mineiro a mando dos jesuítas. Jesuítas e colonos brigavam até pela autoria da morte de um mineiro alemão! Esse mineiro, nunca nomeado, parece ter vindo com Francisco de Souza em 1608 e foi instruído pelo Conselho da Índia, conforme solicitação do rei ao vice-rei de Portugal. Biblioteca D´Ajuda. Códice 51-VIII-18.
31 de maio de 1692, sábado. Atualizado em 24/10/2025 04:33:36
146°. Carta de Luis Lopes de Carvalho
1698. Atualizado em 24/10/2025 03:11:44
147°. Relatório de Antonio Paes Sande (1622-1695)




  Cosme Fernandes Pessoa
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“História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”. Jesuíno Felicíssimo Junior
1969. Atualizado em 25/10/2025 06:20:42
 Família (2): Baltazar Gonçalves, velho (sobrinho(a) , 1544-1620), Mestre Bartolomeu Gonçalves (cunhado , 1500-1566)

• Cidades (5): Araçoiaba da Serra/SP, Santana de Parnaíba/SP, Santos/SP, São Paulo/SP, Sorocaba/SP
• Temas (21): Apoteroby (Pirajibú), Bairro Itavuvu, Bituruna, vuturuna, Dinheiro$, Engenho(s) de Ferro, Fazenda Ipanema, Jesuítas, Jurubatuba, Geraibatiba, Léguas, Montanha Sagrada DO Araçoiaba, Pela primeira vez, Pontes, Rio Anhemby / Tietê, Rio Geribatiba, Rio Pinheiros, Rio Pirajibú, Rio Sorocaba, Rio Tamanduatei, São Paulo de Piratininga, Serra de Ibituruna, Ybyrpuêra

Fontes (1 de )
•  1 fonte “Memórias Para a História da Capitania de São Vicente”, Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800)
1 de janeiro de 1797, domingo
Registros mencionados (65)
1436 - Mapa de Andrèa Bianco [28561]
1503 - Colombo [29274]
1507 - Martin Waldseemüller chega a converter em “pagus S. Paulli ”, originando a hipótese de que se acharia ali o mais antigo povoado europeu no Brasil [22698]
12/10/1514 - A primeira versão conhecida dessa presença do discípulo de Jesus em terras americanas encontra-se, com efeito, na chamada Nova Gazeta Alemã, referente, segundo se sabe hoje, à viagem de um dos navios armados por Dom Nuno Manuel [22695]
1515 - Referências dos nativos a São Tomé aparecerem na “Nova Gazeta da Terra do Brasil” [23350]
1516 - São Thomé [22694]
22/02/1517 - Real Cédula de D. Joana [265]
01/07/1524 - Carta do embaixador Juan de Çúñiga a Carlos V* [28848]
03/04/1526 - Partida [311]
01/12/1527 - Subiram o rio* [321]
01/12/1527 - Uma carta do embaixador João da Silveira a Dom João III era portadora de notícias alarmantes* [320]
1529 - A denominação Santa Catarina aparece, pela primeira vez, no mapa-mundi de Diego Ribeiro [22009]
17/08/1531 - Diário de Pero Lopes [11623]
01/09/1531 - De onde partiu a expedição, com 80 soldados bem equipados, sendo 40 besteiros e 40 arcabuzeiros, que acabou aniquilada? [1413]
1533 - Adorno assassina Henrique Montes [22649]
1538 - Uma expedição capitaneada por Alonso Cabrera partiu da Espanha rumo ao Rio da Prata, em socorro à expedição de Pedro de Mendoza, o fundador de Buenos Aires [22707]
1538 - Documento [26455]
1538 - Expedição de Mercadillo à província de Maxifaro, perto das cabeceiras do Amazonas, e ao país dos Omágua [374]
1540 - Tupinambás [28562]
01/09/1542 - Tem-se registro de uma ofensiva por parte dos Tupinambás à região* [22106]
1545 - Carta de mestre Pedro de Medina [419]
1545 - Descoberta das minas de Potosí [20131]
1548 - Pascoal Fernandes aprisiona o Frei Alonso Lebron [29273]
1549 - Entrada grande de Domingo Martinez de Irala [438]
09/10/1549 - Depoimento de Brás Arias, em Sevilha [443]
1550 - Primeira notícia da descoberta de metais preciosos foi o biscainho João Sanches: “e na parte donde nós outros povoamos, os portuguezes encontraram muitas minas de prata muito ricas, e isto digo porque na minha presença fizeram muitas fundições, as quais todas enviam ao rei de Portugal para que logo mande povoar toda a costa” [19970]
1552 - Caminho [28849]
26/12/1552 - Maniçoba / Ulrico Schrnidel partiu de Buenos Aires, que veio do Paraguai a São Vicente, passando por Santo André, a vila de João Ramalho [21277]
01/01/1553 - Carta de D. Duarte da Cósta ao Rei [25214]
13/06/1553 - Ulrico Schmidel chegou a São Vicente [22134]
30/06/1553 - Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante do "proprietário" das terras adquiriu em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte [19958]
1554 - Documento [480]
21/04/1554 - Carta [484]
01/09/1554 - Documento* [26573]
01/06/1560 - Partida da expedição de Bras Cubas* [19975]
01/01/1574 - CARTA de nomeação de Domingos Garrucho para mestre-de-campo-general da projectada jornada de descobrimento da lagoa do Ouro [619]
1580 - Peru [26565]
03/11/1580 - O Minion of London zarpou de Harwich a três de novembro de 1580 com dois integrantes da tripulação de John Winter a bordo, homens que conheciam a rota e tinham no currículo uma estadia em São Vicente [26999]
1582 - Conversa com o então embaixador de Portugal em Londres, Antônio de Castilho [689]
24/03/1582 - Chegada da armada de Valdez ao Rio de Janeiro [20442]
1584 - Discourse of Western Planting [707]
01/04/1591 - Alvará de Felipe II concediendo privilegios a Gabriel Soares de Sousa [20517]
1596 - Expedição de Martim Correia de Sá [23868]
1599 - Richard Hakluyt [799]
1600 - Relato do padre Andrea Lopez [22702]
01/07/1601 - D. Francisco partiu de São Paulo, com destino incerto* [20561]
13/01/1606 - Carta dos oficiais da Câmara da vila de São Paulo, dirigida ao donatário da capitania Lopo de Souza [25778]
09/03/1607 - Belchior Dias Carneiro comandou uma bandeira de cerca de 50 homens brancos e muitos nativos. Esta expedição partiu de Pirapitingui, no rio Tietê, rumo ao sertão dos nativos bilreiros e caiapós. O objetivo explícito era o descobrimento de ouro e prata e mais metais [23982]
19/02/1609 - Aporta a Pernambuco dom Francisco de Sousa, nomeado capitão-general e governador da Repartição do Sul (ver 11 de junho de 1611) [13088]
22/04/1609 - BN. Biblioteca Nacional do Brasil. 22/04/1609 Carta de Dom Diogo de Menezes, governador do Brasil, escrita da Bahia ao rei D. Felipe II em que se lhe queixou de prover Dom Francisco de Souza as Fortalezas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Vicente desobrigando-o da homenagem que delas tinha e lhe apontou alguns inconvenientes pertencentes ao governador daquela província e a sua fazenda como dela se podem ver] [26807]
15/06/1609 - D. Francisco chegou em São Paulo [27279]
01/01/1610 - D. Francisco enviou a Madri um de seus filhos, Antônio de Sousa, com dois regalos para d. Filipe II: uma espada e uma cruz forjadas com o pouco ouro das minas de São Paulo* [922]
10/06/1611 - O triste destino de D. Francisco de Souza, fundador do Itavuvu e 7° Governador-Geral do Brasil [20084]
18/06/1612 - Inventário de Martim Tenório, registrado em ebirapoeira, termo da Vila de São Paulo [6350]
01/11/1613 - Balthazar e seu irmão, André Fernandes, rumam ao sertão de Paraupava, em Goiás* [8962]
1628 - “Do lado espanhol” [27597]
1636 - Carta de Manuel Juan Morales ao rei Filipe IV (1605- 1665), “O Grande” [20596]
1636 - Quevedo, escrito por volta de 1636 [1185]
08/08/1672 - Carta do secretário do Conselho Ultramarino, solicitando informações sobre as minas de prata de Sabarabuçu e outras minas de esmeraldas e ouro de fundição de que se tinha notícia e que haviam motivado a preparação da jornada de Fernão Dias [20911]
1687 - Ruiz Montoya en Indias (1608-1652). Francisco Jarque (1609-1691) [29437]
1699 - Já em fins do século XVII, como os viajantes que saíssem do Brasil para o Guairá ainda podiam avistar a senda de São Tomé, onde andara o apóstolo [22701]
1702 - Livro de Frei Antônio do Rosário, aponta entre os tesouros do Brasil o diamante, que seria então mandado “não em bisalhos, mas em caixas, que todo ano vem a este Reyno” [1543]
1727 - Descoberta dos diamantes no Brasil, no Cerro Frio [1617]
1791 - Missionários franceses do Cambodge se deixarão impressionar também pela possibilidade da mesma aproximação com S. Tomé [31547]
28/06/2013 - “Terra sem mal” [28164]





  Cosme Fernandes Pessoa
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1953
Atualizado em 04/11/2025 07:46:37
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953
•  Cidades (11): Cananéia/SP, Carapicuiba/SP, Cubatão/SP, Iguape/SP, Itu/SP, Santos/SP, São Bernardo do Campo/SP, São Paulo/SP, São Vicente/SP, Sorocaba/SP, Tatuapé/SP
•  Pessoas (45): Alvaro Afonso, Ana Camacho (f.0), Antônia Quaresma (1505-1613), Antonio Camacho (n.1556), Antônio Pinto (n.1558), Antônio Pinto, filho (f.1617), Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Balthazar Fernandes (1577-1670), Brás Cubas (1507-1592), Caethana/Catharina Ramalho, Cristovão Diniz (f.0), Domingos Afonso, Domingos Luis Carvoeiro (1540-1615), Domingos Luís Grou (1500-1590), Francisco de Sousa (1540-1611), Francisco Pinto, filho, Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), Gaspar Dias (1569-1590), Gonçalo Camacho (1525-1600), Henrique da Cunha (1506-1580), Jerônima Dias, João Ramalho (1486-1580), João Tourinho Maciel (n.1535), Jorge Ferreira (1493-1591), José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), José de Anchieta (1534-1597), Lopo Dias Machado (1515-1609), Luís Alvarez, Luís Gonzaga da Silva Leme (1852-1919), Maria Castanho de Almeida (n.1534), Marina de Chaves (f.1599), Marta Teixeira (1477-1530), Mestre Bartolomeu Camacho (n.1500), Mestre Bartolomeu Gonçalves (1500-1566), Mestre Domingos Gonçalves Fernandes (1500-1589), Padre Guilherme Pompeu de Almeida (1656-1713), Paula Camacho, Paula Camacho (Ferreira), Pedro Collaço Vilela, Pedro Cubas (1538-1628), Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), Rodrigo Alvares (f.1598), Ruy Pinto (f.1549), Tapuía (1500-1560), Vitória Pinto
•  Temas (14): “o Rio Grande”, Almotacel, Capitania de Santo Amaro, Cemitérios, Ermidas, capelas e igrejas, Ipiranga, Metalurgia e siderurgia, Nossa Senhora da Expectação do Ó / Carmo, Piqueri, Rio Tamanduatei, Santa Ana das Cruzes, São Paulo de Piratininga, Tamoios, Vila de Santo André da Borda
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953
Data: 1953
Página 119(ar fernandes
    Registros relacionados
1515. Atualizado em 10/10/2025 23:26:43
1°. Nascimento de Lopo Dias Machado (1515-1609) em Portugal, viria ao Brasil e se casaria com Beatriz, uma das filhas do cacique Tibiriça Foi pai de três filhos Belchior Dias Carneiro, Isaac Dias Carneiro e Gaspar Dias. E três filhas, Isabel, Suzanna, Jerônima e Antônia Dias
Lopo Dias. Nascido em Portugal. Foi um dos povoadores de Santo André, onde consta das atas a sua existência nos anos de 1555 e 1558, e onde foi casado, em primeiras núpcias, com Beatriz Dias, que, com discrepância nas tradições e nas opiniões dos linhagistas, se supõe filha de João Ramalho ou de Tibiriçá.

Passou para São Paulo, onde morava na praça, e foi almotacel em 1562, 1563, e 1583; vereador em 1564. sucedendo a João Ramalho, e em 1576. Aqui, não se sabe quando nem com quem, casou segunda vez, esteve ainda muitos anos em grande atividade até 1600; mas em 1608 alegou ser muito velho, para se escusar à curadoria dos seus netos, no inventário do capitão Belchior Dias Carneiro.

Em 1609 já era segunda vez viúvo e, reiterando por escrito a escusa, alegou "ter-se entregue aos padres do Carmo". Aos carmelitas de São Paulo legou ao menos a fazenda do Mogi, em que pouco tempo depois se erigiu a vila de Santa Ana das Cruzes.

Além dos filhos descritos por S. Leme, I, 34, creio que teve, entre outros:

AB) Isaque e Gaspar Dias. Mortos pelos nativos no sertão, respectivamente em 1590 e 1593, na ida e na volta da expedição de Macedo e Grou.

C) Jerônima Dias. Teria sido mulher de Gonçalo Camacho, segundo tradições colhidas por Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953. Páginas 346 e 347]
1534. Atualizado em 08/07/2025 02:27:18
2°. Possível nascimento de Gonçalo Camacho, filho de Bartolomeu Camacho e sua segunda esposa
Gonçalo Camacho. Em 1588 morava em São Paulo (I, 345) e de 1590 a 1593 esteve no sertão na bandeira de Macedo e Grou (1, 476). Segundo a tradição alcançada pelo general Arouche, foi casado com Jerônima Dias, filha de Lopo Dias. Pedro Taques, no começo de seus estudos, admitiu essa tradição. Mais tarde, porém, passou a considerar Gonçalo Camacho como natural de Viana, irmão de Paula Camacho e casado em Santos com filha de Jorge Ferreira.

As hipóteses dos dois casamentos em rigor não se excluem, pois eles poderiam ser subsequentes. Admitirei, portanto, ambas. Também admito a de que fosse ele irmão de Paula Camacho. Mas, para admitir a de naturalidade no reino, seria preciso verificar se Bartolomeu, casado ou viúvo, trouxe do reino filha, casada ou viúva, e os dois netos. Gonçalo Camacho deixou geração em Santos, como diz Pedro Taques. [Páginas 317, 318 e 319]
1540. Atualizado em 31/10/2025 16:09:13
3°. Casamento de Rodrigo Alvares e Catarina Ramalho
Rodrigo Álvares, qualificado às vezes como piloto e uma como mestre de navios, era ferreiro. Estabeleceu-se em Santos cerca de 1540 e casou com Catarina Ramalho, filha de Bartolomeu Gonçalves. Participou de guerras contra os tamoios e os franceses. Teve muitas terras em Santos, por herança e por compra, vindo a ser sua quase todas as que tinham sido do sogro e outras. [Páginas 302 e

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data.txt
Créditos/Fonte: Reprodução / Internet
1. Bartolomeu Camacho. Se fosse casado com filha de Jerônima Dias e neta materna de João Ramalho, como quer uma das tradições colhidas pelo general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), deveria ter existido no terceiro quartel do século XVI e estender-se em ramos apreciáveis somente nas proximidades de 1600. Melhor, invertendo as gerações, genro de João Ramalho e sogro de Jerônima Dias, como informa o padre Guilherme Pompeu, que se considerava seu quinto e não quarto neto; e, consequentemente, de existência presumível no segundo quartel do século XVI. Só por si, a opinião do Creso parnaibano é de muito maior valor no caso de que as tradições que chegaram até já muito deformadas ao tempo do general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834). A circunstância de não se achar na documentação da época nenhuma referência ao nome de Bartolomeu Camacho, longe de infirmá-la, vem dar-lhe maior força. E o que é decisivo é o fato de se terem registrado nas atas da câmara de São Paulo, nada menos de três vezes, informações genealógicas referentes a diversos dos seus netos, as quais, embora não lhe mencionem o nome, convergem todas nele, pelo apelido Camacho dos diferentes ramos (II, 192, III, 18 e 127). Bartolomeu Camacho foi, portanto, um dos genros de João Ramalho, embora Silva Leme, depois de admiti-la, haja repudiado essa afirmação. E a pre-paulistana com quem casou, se não foi de outro leito de João Ramalho, pode ter sido Antonio Quaresma, referida no testamento do pai, da qual Silva Leme não descobriu o estado.

Antes ou depois desta teve outra mulher, conforme as citadas informações, - Talvez se possa identificar Bartolomeu Camacho com algum dos que na mesma época, tendo esse prenome, foram conhecidos outros apelidos, de que temos notícia. (V. Antunes, Carrasco e Gonçalves). Apesar da nebulosidade em que fica o seu nome, nele entroncam as mais antigas famílias paulistas, e é por uma de suas mulheres que quase todas elas se prendem a João Ramalho e aos tupiniquins de Piratininga. Embora talvez nascido no litoral, os seus filhos e netos, principalmente as filhas e netas, muito contribiram para o povoamento das primeiras vilas do campo. Foram suas filhas:

A) Fulana Camacho. Creio que casou com Baltazar Nunes. Esta foi mãe de Paula Camacho e creio que de Gaspar Nunes e de Isabel Nunes, e sogra de João Maciel e Pedro Martins. Ao contrário do que dizem Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) e S. Leme, segundo os quais Paula Camacho veio casada de Portugal com João Maciel, este declarou que era casado na capitania com filha de povoador ("Reg.", I, 14 e 183).

B) Fulana Camacho. Casou com Jerônimo Dias. Era meia irmã da precedente, conforme informação de Matias de Oliveira. Foi mãe de Ana Camacho e sogra de Domingos Luis Carvoeiro.

C) Ana Camacho. Casou com Domingos Afonso. Irmã inteira da precedente.

D) Maria Camacho. Casou depois de 1560 com Cristóvão Diniz.

E) Beatriz Camacho. Casou cerca de 1573 com Francisco Farel.

F) Fulana Camacho. Casou com Fernão Álvares. Foi a mãe de Antonio Camacho, Esperança Camacho, José Álvares e Apolonia Domingues.

G?) Fulana Camacho (F?). Casou primeira vez com Fernão Abreu ou Álvares, e segunda vez com Francisco Maldonado.

H) Gonçalo Camacho. Em 1588 morava em São Paulo (I, 345) e de 1590 a 1593 esteve no sertão na bandeira de Macedo e Grou (1, 476). Segundo a tradição alcançada pelo general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), foi casado com Jerônima Dias, filha de Lopo Dias. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), no começo de seus estudos, admitiu essa tradição. Mais tarde, porém, passou a considerar Gonçalo Camacho como natural de Viana, irmão de Paula Camacho e casado em Santos com filha de Jorge Ferreira. As hipóteses dos dois casamentos em rigor não se excluem, pois eles poderiam ser subsequentes. Admitirei, portanto, ambas. Também admito a de que fosse ele irmão de Paula Camacho. Mas, para admitir a de naturalidade no reino, seria preciso verificar se Bartolomeu, casado ou viúvo, trouxe do reino filha, casada ou viúva, e os dois netos. Gonçalo Camacho deixou geração em Santos, como diz Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). [Páginas 317, 318 e 319]

Bartolomeu Gonçalves. "Como se lê em Frei Gaspar da Madre de Deus (1715-1800), em nota à descrição da fundação de Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos foi o único ferreiro da capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual, em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Braz Cubas grande sesmaria em Santos. Assumiu mestre Bartolomeu considerável importância, depois de morto, em quase todas as questões de Santos. Tem-se também na história e na genealogia, até do planalto. Foi ele o mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra, e não teria sido exclusivamente magistral o seu parentesco com esses e outros povoadores do planalto. [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953. Página 375 e 376]
25 de janeiro de 1555, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:04
4°. Bras Cubas concede sesmaria ao ferreiro "Mestre Bartolomeu", chamado Domingos, que havia chegando com Martim Afonso em 1531, quando "enganados" pelo "Bacharel" em Cananéia
1. Bartolomeu Gonçalves. "Como se lê em Frei Gaspar, em nota à descrição da fundação de Santos, veio com Martim Afonso, e durante mais de vinte anos foi o único ferreiro da capitania, um mestre Bartolomeu, que primeiro se chamava Domingos Gonçalves, o qual, em 1555, tendo mulher e filhas, obteve de Braz Cubas grande sesmaria em Santos. Assumiu mestre Bartolomeu considerável importância, depois de morto, em quase todas as questões de Santos. Tem-se também na história e na genealogia, até do planalto. Foi ele o mestre dos primeiros ferreiros que transpuseram a serra, e não teria sido exclusivamente magistral o seu parentesco com esses e outros povoadores do planalto. [p. 375 e 376]
1559. Atualizado em 23/10/2025 15:34:08
5°. Possível casamento
Gonçalo Camacho. Em 1588 morava em São Paulo (I, 345) e de 1590 a 1593 esteve no sertão na bandeira de Macedo e Grou (1, 476). Segundo a tradição alcançada pelo general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), foi casado com Jerônima Dias, filha de Lopo Dias. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), no começo de seus estudos, admitiu essa tradição. Mais tarde, porém, passou a considerar Gonçalo Camacho como natural de Viana, irmão de Paula Camacho e casado em Santos com filha de Jorge Ferreira. As hipóteses dos dois casamentos em rigor não se excluem, pois eles poderiam ser subsequentes. Admitirei, portanto, ambas. Também admito a de que fosse ele irmão de Paula Camacho. Mas, para admitir a de naturalidade no reino, seria preciso verificar se Bartolomeu, casado ou viúvo, trouxe do reino filha, casada ou viúva, e os dois netos. Gonçalo Camacho deixou geração em Santos, como diz Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953. Páginas 317, 318 e 319]
16 de janeiro de 1562, sexta-feira. Atualizado em 23/10/2025 15:34:10
6°. Reuniu-se em sua casa a câmara, na falta de espaço do concelho, tendo requerido ao capitão mor que ordenasse o recolhimento à vila dos moradores de seu termo, porquanto estava a caminho de uma guerra
Em 1562 Domingos Grou hospedou o capitão, que era, ou João Ramalho ou Pero Colaço, e não Pero Fernandes como por erro se lê no texto impresso de uma das atas, e que estava prestes a partir para a guerra. Então a câmara, reunida em sua casa, pediu ao capitão que mandasse recolher à vila todos os moradores do seu termo. No fim desse ano estava em São Paulo.
1569. Atualizado em 23/10/2025 15:36:42
7°. Falecimento de Beatriz Dias
1 de janeiro de 1570, sexta-feira. Atualizado em 20/07/2025 06:32:05
8°. Rodrigo Alvares obteve do capitão-mór Jorge Ferreira sesmaria dessas terras (Fazenda do Jatan)
Rodrigo Álvares. Qualificado às vezes como piloto e uma como mestre de navios. Era ferreiro. Estabeleceu-se em Santos cerca de 1540 e casou com Catarina Ramalho, filha de Bartolomeu Gonçalves. Participou de guerras contra os tamoios e os franceses. Teve muitas terras em Santos, por herança e por compra, vindo a ser sua quase todas as que tinham sido do sogro e outras. Passou a residir em São Paulo, onde já tinha roças no Tatuapé.

Em 1570, alegando os serviços prestados e ter mulher e filhos, obteve do capitão-mór Jorge Ferreira sesmaria dessas terras (fazenda do Jatan), que, pela margem direita do ribeirão Tatuapé iam até o rio Grande, e, por este acima, até um outeiro, em que, dizia ele, dividiam com as de Braz Cubas (Piquerí?) - Foi nas vizinhanças dessas terras que mais tarde Jerônimo Leitão concedeu sesmarias aos nativos e a João Ramalho.

- Até o ano de 1588, Braz Cubas não perturbou o domínio e posse a Rodrigo Álvares no Jatan. Nesse ano, em que os seus negócios eram geridos pelo filho e procurador, Pedro Cubas, iniciou Braz Cubas, contra ele, uma ação que ficou no ano seguinte paralisada, com despacho que mandava autor e réu exibirem seus títulos, a fim de se proceder à demarcação, enchendo-se primeiro a carta mais antiga, depois a outra. Faleceu Rodrigo Alvares em 1598, deixando os filhos:
1570. Atualizado em 31/10/2025 14:05:34
9°. “um deles nobre e conhecido por Domingos Luís Grou, ambos casados e ambos com família tendo cometido um assassinato fugiram com os seus para o sertão, metendo-se de companhia com os bárbaros (carijós), que estavam com os nossos em guerra, estimulando-os a que acometessem e pondo em assombro e medo toda a capitania”
Então a câmara, reunida em sua casa, pediu ao capitão que mandasse recolher à vila todos os moradores do seu termo. No fim desse ano estava em São Paulo. Em 1563, na iminência de ataque a São Paulo, foi eleito capitão dos nativos, assinando o respectivo termo. Anos depois, com outro morador também casado e chefe de família, tendo praticado na vila um assasínio, levou todos os seus para o sertão do Anhembí, entre os nativos rebelados, indo em 1570 reconciliá-lo o padre José de Anchieta [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953. Página 383]
7 de fevereiro de 1588, domingo. Atualizado em 24/10/2025 15:48:11
10°. Aprovando a construção da Igreja Matriz
3° - Gonçalo Camacho. Em 1588 morava em São Paulo (I, 345) e de 1590 a 1593 esteve no sertão na bandeira de Macedo e Grou (1, 476). Segundo a tradição alcançada pelo general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834), foi casado com Jerônima Dias, filha de Lopo Dias. Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777), no começo de seus estudos, admitiu essa tradição. Mais tarde, porém, passou a considerar Gonçalo Camacho como natural de Viana, irmão de Paula Camacho e casado em Santos com filha de Jorge Ferreira. As hipóteses dos dois casamentos em rigor não se excluem, pois eles poderiam ser subsequentes. Admitirei, portanto, ambas. Também admito a de que fosse ele irmão de Paula Camacho. Mas, para admitir a de naturalidade no reino, seria preciso verificar se Bartolomeu, casado ou viúvo, trouxe do reino filha, casada ou viúva, e os dois netos. Gonçalo Camacho deixou geração em Santos, como diz Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). [Páginas 317, 318 e 319]
17 de agosto de 1588, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 02:35:40
11°. Sentença
Até o ano de 1588, Braz Cubas não perturbou o domínio e posse de Rodrigo Álvares no Jatan. Nesse ano, em que os seus negócios eram geridos pelo filho e procurador, Pedro Cubas, iniciou Braz Cubas, contra ele, uma ação que ficou no ano seguinte paralisada, com despacho que mandava autor e réu exibirem seus títulos, a fim de se proceder à demarcação, enchendo-se primeiro a carta mais antiga, depois a outra. Faleceu Rodrigo Alvares em 1598, deixando os filhos:

Luís Álvares (filho de Rodrigo Álvares). Natural de Santos. Casou com Antonia Gaga, que suponho filha de Henrique da Cunha. Era carpinteiro. Em sociedade com Domingos Luis Carvoeiro, contratou em 1598 a construção do corpo da igreja.

No ano seguinte, Pedro Cubas deu andamento à reivindicação das terras do Tatuapé, alegando que o pai não prosseguira no feito por ter resolvido que Rodrigo Alvares as fruísse em vida. Luís Álvares então vendeu a Jorge Neto Falcão as benfeitorias do Tatuapé e os seus direitos em litígio.

Clemente Álvares nasceu em Santos, onde foi inventariado o pai. Casou primeiro com Maria Gonçalves, falecida em 1599, filha de Baltasar Gonçalves; [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Volume XLVII. Triênio de 1951-1953. Páginas 302 e 303]
Julho de 1597. Atualizado em 23/10/2025 15:41:03
12°. Retorno*
3. Domingos Afonso. Em 1597 morava em São Paulo, e foi casado com Ana Camacho, filha, creio, de Bartolomeu Camacho e Antonia Quaresma e neta materna de João Ramalho. O casal teve aqui chãos que haviam sido de Alvaro Eanes e que vendeu a Antonio de Siqueira. O mesmo, se não foi algum filho homônimo, morava em 1585 em São Vicente ou Santos (I, 281), esteve em São Paulo em 1597, na volta da bandeira de João Pereira de Sousa ("Inv.", I, 105), e aqui morou de 1600 a 1602; em 1600 foi almotacel, em 1601, procurador do conselho, e em 1602, qualificado como carpinteiro, foi membro de comissão de orçamento de Igreja. Creio que algumas filhas suas casaram com povoadores de São Paulo. [Página 297]
30 de maio de 1598, sábado. Atualizado em 23/10/2025 17:08:19
13°. “auto de concerto que fizeram os oficiais da câmara com Domingos Luiz e Luiz Alvares” para fazerem "corpo de igreja" e capela matriz. Obrigaram-se esses empreiteiros a executar “obra de taipa de pilão a razão de quatro reais o taipal, com tal condição que os taipaes fossem de cutelo ou pedaço para serem também contados.”
Luís Álvares (filho de Rodrigo Álvares). Natural de Santos. Casou com Antonia Gaga, que suponho filha de Henrique da Cunha. Era carpinteiro. Em sociedade com Domingos Luis Carvoeiro, contratou em 1598 a construção do corpo da igreja.

No ano seguinte, Pedro Cubas deu andamento à reivindicação das terras do Tatuapé, alegando que o pai não prosseguira no feito por ter resolvido que Rodrigo Alvares as fruísse em vida. Luís Álvares então vendeu a Jorge Neto Falcão as benfeitorias do Tatuapé e os seus direitos em litígio.
1599. Atualizado em 24/10/2025 02:36:03
14°. Pedro Cubas
Luís Álvares (filho de Rodrigo Álvares). Natural de Santos. Casou com Antonia Gaga, que suponho filha de Henrique da Cunha. Era carpinteiro. Em sociedade com Domingos Luis Carvoeiro, contratou em 1598 a construção do corpo da igreja.

No ano seguinte, Pedro Cubas deu andamento à reivindicação das terras do Tatuapé, alegando que o pai não prosseguira no feito por ter resolvido que Rodrigo Alvares as fruísse em vida. Luís Álvares então vendeu a Jorge Neto Falcão as benfeitorias do Tatuapé e os seus direitos em litígio. [Páginas 302 e 303]




  Cosme Fernandes Pessoa
  n.1480  23/10/2025 15:51:07º de 313
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1866
Atualizado em 04/11/2025 07:46:39
Chorographia historica, chronographica, genealogica, nobiliaria e politica do imperio do Brasil. Tomo I, 1866. Alexandre José de Mello de Moraes (1816-1882)
•  Cidades (5): Bertioga/SP, Santana de Parnaíba/SP, São Paulo/SP, São Sebastião/SP, Sorocaba/SP
•  Pessoas (11): Antonio Rodrigues (Piqueroby) (1495-1589), Antônio Rodrigues de Almeida II (1635-1706), Brás Cubas (1507-1592), Gonçalo Monteiro, Isabel de Gamboa, Jorge Ferreira (1493-1591), Manuel Fernandes Ramos (1525-1589), Martim Afonso de Sousa (1500-1564), Paschoal Fernandes, Pero Lopes de Sousa (1497-1539), Salvador Correia de Sá, O Velho (1538-1631)
•  Temas (5): Apoteroby (Pirajibú), Bituruna, vuturuna, Curupacé, Otinga, Ytutinga
Chorographia historica, chronographica, genealogica, nobiliaria e politica do imperio do Brasil. Tomo I
Data: 1866
Créditos: Alexandre José de Mello de Moraes (1816-1882)
Página 240
    Registros relacionados
18 de novembro de 1566, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:45:40
1°. Terras
7 de junho de 1567, sexta-feira. Atualizado em 24/10/2025 04:28:42
2°. Concedidas em 7 de junho de 1567 terras a Manoel Fernandes além da ilha de São Sebastião até o rio de Curupacé
Maherecanã; na página 42 concedeu em 6 de maio de 1566 a Domingos Garocho terras além da Bertioga, começando do morro chamado Buriquioca; na página 44 confirmou em 27 de abril a data que Gonçalo Monteiro, como procurador de D. Isabel da Gambôa, viúva de Pedro Lopes de Souza, tinha concedido além da Bertioga, direito à serra de Itutinga, a Jorge Ferreira; na página 60 concedeu em 7 de junho de 1567 terras a Manoel Fernandes além da ilha de São Sebastião até o rio de Curupacé; na página 69 concedeu a Paschoal Fernandes, condestável da fortaleza da Bertioga, terras além da dita fortaleza pela praia adiante uma légua, a 18 de novembro de 1566; na página 6 concedeu em 15 de novembro de 1568 a Manoel Fernandes terras além da ilha de São Sebastião da banda da terra firme, antes de chegar à enseada da ilha dos Porcos até chegar ao rio de Curupacé; [Páginas 240 e 241]
1597. Atualizado em 23/10/2025 17:21:28
3°. Tem minas de ouro de lavagem nas chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobrio no anno de 1597 o Paulista Afonso Sardinha, como fica referido
14 de novembro de 1625, sexta-feira. Atualizado em 26/10/2025 10:26:44
4°. Distante 35 km do Piratininga, sob protestos de São Paulo, oficializou um novo núcleo de pressão e concorrência sobre os gentios do sertão, o povoado que cresceu ao redor da capela foi elevado à categoria de vila com a denominação de Santana de Parnaíba
A vila de Santa Anna da Parnahyba foi fundada pelo paulista André Fernandes, que por si e seus irmãos tinha estabelecido este sítio e povoação com capela da invocação da mesma gloriosa Santa da fundação de seus pais que depois veio a servir de matriz. Está povoação foi ereta em vila ano de 1625 por provisão do conde de Monsanto, que estava donatário da capitania de São Vicente.

Tem minas de ouro de lavagem chamadas de Vuturuna, em cuja terra as descobriu no ano de 1597 o paulista Afonso Sardinha, como fica referido; e o rio Tietê também tem ouro desde o lugar da vila baixo, até muito além do morro de Aputerebú (...)
1 de janeiro de 1638, sexta-feira. Atualizado em 25/02/2025 04:47:05
5°. Com este sexto donatario se conservou esta capitania até o anno de 1638, porém ele cedeu e traspassou esta sua capitania em dote e casamento ao conde da Ilha do Príncipe, Luiz Carneiro, Como se vê do documento seguinte
1 de abril de 1654, sexta-feira. Atualizado em 04/11/2025 00:46:01
6°. Confirmação da posse das terras
Com este sexto donatario se conservou esta capitania até o anno de 1638, porém elle cedeu e traspassou esta sua capitania em dote e casamento ao conde da Ilha do Príncipe, Luiz Carneiro, como se vê do ducumento seguinte:

D. Luiz Carneiro, senhor das ilhas de Santa Helena e de Santo Antonio e do Príncipe, conde delia, do conselho de Sua Magestade, que Deos guarde, etc. Dou poder ao Sr. Luiz de Almeida, meu sobrinho, para que por mim e com meu nome me faça mercê de mandar tomar posse da capitania de cem léguas de terra no districto do Rio de Janeiro, com tudo a ella pertencente, na forma das doações delia e mercê que Sua Magestade me leni feito, por renunciarão do Sr. I). Diogo de Faro e Souza, em parte do dote da condessa sua prima e minha muito prezada e estimada mulher, e para mandar cobrar as rendas da dita capitania, tomar contas e dar quitações, e prever em todas as cousas que a bem delia convier, para o que lhe dou todos os poderes em direito necessários para substabelecer em um e mais procuradores que lhe parecer, com os mesmos poderes. Lisboa, o derradeiro de Abril de 1654 annos. — O conde da Ilha.


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