No dia 22 de junho de 1873 foi terminado, no Recife, o assentamento do cabo submarino transatlântico, e começa neste dia a correspondência telegráfica entre o Brasil e a Europa.
O Barão de Mauá, Dom Pedro II e os cabos telégraficos
Em 1853, quatro anos após ter sido concluída a primeira ligação telegráfica submarina, o governo imperial já se preocupava com a ligação, por esse meio, do Brasil com a Europa.
Houve algumas tentativas que não vingaram. Finalmente, em 1872, foi concedido ao Barão de Mauá, por decreto de 16 de agosto, o direito de lançar cabos submarinos e explorar a telegrafia por 20 anos.
Em 23 de dezembro de 1873, concluia-se a ligação entre Belém, Recife e Salvador ao Rio de Janeiro, na presença de Pedro II que, da praia, assistiu à chegada do cabo e a finalização da ligação em uma construção em Copacabana.
Tão pronto a ligação foi concluída, o Imperador enviou cabogramas aos presidentes das três Províncias, nos seguintes termos: "Já se acha o cabo submarino no território da capital do Brasil.
A eletricidade começa a ligar as cidades mais importantes deste Império, como o patriotismo reúne todos os brasileiros no mesmo empenho pela prosperidade de nossa majestosa pátria.
O Imperador saúda, pois, a Bahia, Pernambuco e Pará por tão fausto acontecimento, na qualidade de seu primeiro compatriota e sincero amigo. Até aos bons anos de 1874." Neste dia, o Barão de Mauá foi elevado a Visconde.
Em 22 de junho de 1874, quando a ligação com a Europa foi completada (de Recife a Carcavelos em Portugal,via Cabo Verde e Ilha da Madeira), a notícia foi alcançar o Imperador em visita à Biblioteca Nacional, então na Rua do Passeio, 46.
Sua Majestade mandou passar cabogramas ao presidente da Brazilian Submarine Telegraph Company _depois_ Western Telegraph Co. Ltd. E aos monarcas de Portugal, Inglaterra e Áustria.
Houve manifestações na Câmara e júbilo popular. A Imprensa divulgou, por vários dias, notícias à respeito.
O telegrafo submarino, que nos ligava espiritualmente á Europa, suprimindo, por assim dizer, o largo fôsso do Oceano que nos separava, era agora estabelecido imediatamente depois do lançamento do cabo que unia os Estados Unidos á Inglaterra.
O telegrafo, como mais tarde o telefone, em suma, as principais invenções do seculo, não duvidavamos em adotar, assim nos permitiam os nossos recursos e as condições especiais em que nos encontrávamos.
O Brasil era, de fato, a primeira nação da America latina. Essa hegemonia o Imperio a conservaria zelosamente até a sua quéda.