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Avista-se de Olinda e do Recife a expedição holandesa do general Hendrick Corneliszoon Loncq
14 de fevereiro de 1630, quinta-feira. Há 394 anos
1630 — Avista-se de Olinda e do Recife a expedição holandesado general Hendrick Corneliszoon Loncq, que vinha interprenderPernambuco. Compunha-se dos navios seguintes (as palavras entreaspas são as traduções dos nomes neerlandeses e os algarismosindicam número de canhões): Amsterdam (42, com o pavilhão dogeneral Loncq, comandante em chefe da expedição), HollandschenThuyn (“Jardim Holandês”, 38, almirante Ita, segundo comandanteda esquadra), Princesse Aemilia (38, vice-almirante Van TrappenBanckert), Uytrecht (35, contra-almirante Melck Meydt), Swol (24,commandeur Van Uytgeest), Faem (“Fama”, 36), Salamander (36),Hollandia (34), Provintie Van Uytrecht (30), Swart Leeuwe (“LeãoNegro”, 24), Amersfoort (26), Overyssel (26), Geele Sonne (“SolAmarelo”, 24), Fortuyn (10), Vergulde Valck (“Falcão Dourado”, 26),Campen (22), Domburgh (22), Leeuwinne (“Leoa”, 18), Groot Galeon(“Galeão Grande”, 20), Tertholen (28), Gulde Sonne (“Sol Dourado”,20), Leeuwe (“Leão”, 16), Swaen (“Cisne”, 22), Goude Leeuwe (“Leãode Ouro”, 18), Neptunus (28), Eendracht van Dordrecht (“Concórdiade Dordrecht”, 20), Munnickendam (33), Enchuysen (28), Groen-Wiif(“Hortelã”, 16), t’Wapen van Hoorn (“As armas de Hoorn”, 16), JongheMauritius (“Jovem Maurício”, 18), Groeninghen (32), Het Wapen vanNassauw (“As armas de Nassau”, 26), Omlandia (28), Graef Ernest(“Conde Ernesto”, 26), Matanza (20); patachos: Brack (“Braco”,cão de caça, 14), Swart Ruyter (“Cavaleiro Negro”, 44), Eenhoorn(“Unicórnio”, 10) Voghel Phoenix (“Pássaro Fênix”, 12), Halve MaenEFEMéRIDES BRASILEIRAS119(“Meia Lua”, 14), Muyden (14), Moorinne (“Moura”, 16), Post Pferdt(“Cavalo de posta”, 14); Meerminne van Zelandt (“Sereia da Zelândia”,8), Eendracht van Derveer (“Concórdia de Derweeren”, 14), OragnieBoom (“Laranjeira”, 14), David (14), Salm (“Salmão”, 16), Ovijewaer(“Cegonha”, 12), Vos (“Raposa”, 14), Swaluwe (“Andorinha”, 10),Otter (“Lontra”, 14), Havick (“Açor”, 12), Spaensch Fregat (“FragataEspanhola”, 10) e Kleyn Fortuyn ou Fransch Preysjen (“PequenaFortuna” ou “Presa Francesa”, 3). Total de 56 naus e patachos (com1.175 canhões, além de 13 pinaças armadas cada uma com quatro ou seispeças, o que elevava a 69 o número de velas e a 1.235 o de bocas de fogo).Laet (Iaerlick Verhael) e Netscher (Les Hollandais au Brésil) omitiramalguns desses navios. O pessoal compunha-se de mais de 7.280 homens,sendo 3.780 marinheiros e 3.050 e tantos soldados, estes últimos sob ocomando do coronel Diederick van Waerdenburch (algarismos de Laete do Bref Recit, que acompanha a gravura de Visscher, então publicadaem Amsterdam com o título De Stadt Olinda de Pharnambuco, verovertden E. Generaes Hendrick C. Loncq. Anno 1630. Quase um mês depois,a 11 de março, chegaram mais 665 soldados, com o tenente-coronelAlexandre Seton nos navios seguintes: Oragnien (34), Wassende Maen(“Crescente”, 22), Tiger (24), Sonne Bloem (“Girassol”, 16), Adam enEva (16), Concórdia (14), Ouden St. Jan (“Velho São João”, 2), Diemen(14) e Ouden Oragnie-Boom (“Velha Laranjeira”, 14). Ao todo: novenavios com cerca de 180 canhões. Para se opor a esta formidávelexpedição, o general Matias de Albuquerque, chegado poucos mesesantes (18 de outubro), dispunha apenas de 1.500 homens, sendo 160de tropa regular (inclusive 27, que trouxera da Europa), 650 milicianosde Olinda e do Recife, 300 de Paratibi, São Lourenço e Iguaraçu, duascompanhias formadas com a gente do mar, e 200 índios do principalAntônio Filipe Camarão. Os únicos fortes eram os de São Francisco daBarra (16 canhões), sobre a ponta norte da muralha natural que formao porto, e o de São Jorge (24 canhões), situado no local em que estáhoje a igreja do Pilar (bairro do Recife). O da Barra, também chamadoentão de forte do Mar ou da Lage, fora terminado em 1614; o de SãoJorge era um velho forte “fabricado mais para defender-se dos índiosque das nações do norte”, diz o autor das Memórias diárias, e ficavafora da povoação do Recife, que naquela época tinha apenas 150 casase armazéns e uns 500 moradores. Matias de Albuquerque cercara com OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO120trincheiras e paliçadas essa povoação, acrescentara duas baterias ao fortede São Jorge, e começara também a proteger com trincheiras a entãovila de Olinda, que contava 200 casas, cinco conventos, sete igrejas e obrade 2.700 habitantes. Só as trincheiras do lado do mar estavam terminadas.Um forte, começado no istmo, tinha apenas prontos os alicerces. Na ilhade Santo Antônio, chamada antes de Antônio Vaz, havia apenas o conventode franciscanos, algumas casas e um estaleiro. Na povoação do Recifehavia quatro peças; em Olinda, outras tantas. No poço, amarrou Matias deAlbuquerque duas linhas, de oito navios cada uma, para serem incendiadosquando o inimigo tentasse a entrada. Na Barreta, postou um navio, armadocom 10 peças. Dos nossos 1.500 homens, 650 guarneciam os dois fortese as trincheiras do Recife e de Olinda, e os outros foram mandados para apraia do Pau Amarelo ou ficaram às ordens do general, para acudirem aospontos ameaçados (ver o dia seguinte).

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