Na manhã deste, dia o general Frutuoso Rivera, penetrando no Rincón de las Gallinas ou de Haedo, perseguiu um destacamento brasileiro de 50 homens - 24/09/1825 de ( registros)
Na manhã deste, dia o general Frutuoso Rivera, penetrando no Rincón de las Gallinas ou de Haedo, perseguiu um destacamento brasileiro de 50 homens
24 de setembro de 1825, sábado. Há 199 anos
, que guardava a entrada dessa península, formada pelas águas do rio Negro e do Uruguai, e apoderouse de uma reserva de seis mil cavalos que ali tinha o general José de Abreu (barão de Cerro Largo), então acampado perto de Mercedes, na margem oposta do rio Negro. Os tiros de dois navios da esquadrilha do Uruguai, comandados por Sena Pereira, detiveram o inimigo, e parte do destacamento pôde salvar-se a bordo desses navios, com a perda OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO 548 de uns 20 mortos e prisioneiros. Rivera tinha 250 homens de cavalaria (300 ou 400, segundo a versão brasileira), e ocupava-se em fazer reunir a cavalhada, quando recebeu aviso de que entrava no Rincón, avançando na maior desordem, uma coluna brasileira. Vendo-se sem retirada possível, reuniu a sua gente e emboscou-a um pouco acima do arroio Pantanoso. “Tinha a maior confiança em que os inimigos deviam ignorar que nos encontrávamos já no Rincón, e, por conseguinte, se aproximaria de nós como que vinha encontrar-se com seus amigos”, disse Rivera, ao dar conta da surpresa. Os brasileiros, acrescentava, “vinham fazendo as marchas mais extraordinárias e precipitadas que se podia imaginar”. O general Abreu, em ofício de 12 de setembro, dirigido ao ministro da Guerra, anunciava estar esperando a incorporação desses 400 homens, e não de 700, como escreveu Rivera, para aumentar a importância da sua vitória. Eram dois regimentos incompletos de cavalaria de milícias, compostos dos guaranis do distrito de Missões, do 24o , com 190 homens, e do 25o ,com 230, comandados pelos coronéis José Luís Mena Barreto e Jerônimo Gomes Jardim. Encontraram-se em Paissandu e desde aí marchavam pelo mesmo caminho, mas sem acordo algum, porque o coronel Mena Barreto, apesar de mais moderno, não se quis apresentar ao coronel Jardim. Forçando as marchas e cansando os cavalos, cada um desses coronéis procurava chegar antes do outro ao Rincón. Foi assim que Rivera, caindo repentinamente sobre o 25o regimento, o destroçou completamente e, meia légua (cerca de 3,3 km) adiante, encontrou o 24o , que também foi surpreendido em marcha, com os cavalos em mísero estado. O coronel Mena Barreto, cercado de alguns oficiais e milicianos, não quis acompanhar os outros na fuga; recusou-se render-se e morreu combatendo. A nossa perda foi de uns 120 mortos e prisioneiros, pois é ponto averiguado que os dois corpos derrotados apenas tinham um efetivo de 420 homens e que o coronel Jardim, reunindo os dispersos, fez a sua retirada para o Arapeí à frente de 300 (ver 14 de outubro). Além do coronel José Luís Mena Barreto, morreram nesta surpresa 15 oficiais brasileiros. O coronel contava apenas 27 anos e muito se distinguira nas campanhas de 1816 e de 1820. Era filho do marechal João de Deus Mena Barreto, visconde de São Gabriel, e irmão dos generais João Propício (barão de São Gabriel) e João Manuel Mena Barreto. Deixou um filho, José Luís, que também foi general, e, como estes dois últimos, se assinalou na nossa última EFEMéRIDES BRASILEIRAS 549 guerra. O combate do Rincón foi o primeiro revés que sofremos, depois de continuadas vitórias nas campanhas do sul, de 1801 a 1820, quando tínhamos sobre os nossos vizinhos a superioridade da disciplina e da instrução militar. Dias depois (12 de outubro), deu-se o combate do Sarandí, mais desastroso do que este.