Tomada de Vila Rica, no Paraguai, pelos paulistas, sob o comando de Francisco Pedroso Xavier (natural de Parnaíba, onde faleceu em 1679) - 14/02/1676 de ( registros)
Tomada de Vila Rica, no Paraguai, pelos paulistas, sob o comando de Francisco Pedroso Xavier (natural de Parnaíba, onde faleceu em 1679)
14 de fevereiro de 1676, sexta-feira. Há 348 anos
Fontes (1)
1676 — Tomada de Vila Rica, no Paraguai, pelos paulistas, sob o comando de Francisco Pedroso Xavier (natural de Parnaíba, onde faleceu em 1679). Nessa ocasião, destruíram eles também as aldeias próximas, que eram São Pedro, Terecani, São Francisco, Ibirapajara, Candelária e Santo André Mbaracaju. Quando regressavam, foramalcançados pelo sargento-mor Juan Diaz de Andino (com 400 soldados de cavalaria e mais de 600 índios), na serra de Maracaju; no entanto, repeliram o ataque e chegaram a São Paulo com a presa realizada na incursão (quatro mil indígenas cativados, cavalgaduras e bens das igrejas saqueadas). Essa Vila Rica, destruída por Pedroso Xavier, ficava sobre a margem esquerda do Jejuí, no lugar chamado Tapuitá, território da atual República do Paraguai; não deve, pois, ser confundida com aprimeira Vila Rica, que estava na foz do Corumbataí, afluente do Ivaí, território brasileiro, e que foi destruída pelos paulistas em 1632; esta era a Vila Rica de Guairá, e aquela a Vila Rica del Espírito Santo. Os habitantes desta segunda Vila Rica, que puderam escapar, transferiramse para as vizinhanças de Ajos e depois foram fundar a terceira Vila Rica, que é a que ainda hoje existe com este nome no Paraguai. [Obras do Barão do Rio branco VI. Efemérides brasileiras. Páginas 120 e 121]
E para documentar a asserção, relatava o cabo castelhano que justamente fizera Pedro Xavier base de operações em um ponto do grande rio, perto das ruínas de Ciudad Real,ali deixando forte destacamento para se guardar a retaguarda.E, além das vias fluviais, existia o caminho terrestre, muito conhecido, nos anos antigos, pois servira de comunicação entre Ciudad Real e as aldeias jesuíticas. Por ele, em quarenta dias se atingia a vila de Sorocaba, assim contavam Juan de Mongelos e os prisioneiros. [Historia Geral das Bandeiras Paulistas Escripta á vista de avultada documentação inedita dos archivos brasileiros, hespanhoes e portuguezes Tomo Quarto - Cyclo de caça ao indio - Luctas com os hespanhoes e os Jesuitas - Invasao do Paraguay - Occupação do Sul de Matto Grosso - Expedições á Bahia - Desbravamento do Piauhy (1651-1683), 1928. Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Páginas 91 e 92]
Em 1599, enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias! [Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar. Páginas 58, 59 e 60]
1° de fonte(s) [26749] Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) - Monções Capítulos de expansão paulista Data: 1945, ver ano (71 registros)
Mesmo para levar cargas a curta distância foram de pouco uso os cavalares e menos ainda os muares. Estes são, aliás, raridade no Brasil seiscentista, ao oposto do que se dá em Buenos Aires ou no Peru. O mais antigo de que há notícia em São Paulo, em 1636 o “burro castiço” de Antonia de Oliveira,23 deve ter vindo do Paraguai, de onde André Fernandes, seu marido, trouxe burros e cabras pelo caminho fluvial. Depois, bem depois, aparecem um macho, além de duas mulas, no espólio de Francisco Pedroso Xavier, que, dois anos antes de morrer, recolhera cavalgaduras na Vila Rica do Espírito Santo.
Em verdade, só quando Cristóvão Pereira de Abreu melhorar, em 1733, o caminho do sul, percorrendo-o com numerosas cabeças de gado, começa a mudar a situação. Em meados do mesmo século já é grande o número dos muares trazidos — sabe-se de um negociante que veio com, outro com 691, em 1751 —, mas esses vão provavelmente para as Minas. Naquele ano de 1751, do total de 8994 animais que pagam direitos em Curitiba, predominam os cavalares — 6094, ou quase 68%26 —, seguindo-se, com menos de 27%, os muares e, finalmente, os bovinos, que não chegam a 6%. [Página 138 do pdf]
i Este mesmo caso foi contado no capítulo “Do peão ao tropeiro”, de Caminhos e fronteiras, op. cit., p. 130, onde se lê: “Com os cavalos começam a introduzir-se, em larga escala, os muares, que só excepcionalmente aparecem referidos nos antigos inventários paulistas. Duas mulas e um macho, pertencentes a Francisco Pedroso Xavier, e o burro castiço de Antônia Oliveira, são quase tudo quanto encontramos. A partir de 1733, ou pouco depois, é que começa a avolumar-se o número de bestas muares vindas do Sul, geralmente de passagem para as minas”. [Página 169 do pdf]
Em percursos mais consideráveis empregavam-se índios e mamelucos, depois pretos de carga, e nem existiria quase outro meio de transporte possível enquanto não se ampliassem as primitivas veredas ou se introduzissem bestas muares e burros. Estes constituem aliás verdadeira raridade no Brasil seiscentista, em contraste com o que ocorria no Paraguai, em Buenos Aires, no Peru e outras partes das Índias de Castela. Em São Paulo, o primeiro de que dá notícia a documentação conhecida é, em 1632, o “burro castiço” do inventário dos bens de Antônia de Oliveira.
Teria vindo do Paraguai, de onde o capitão André Fernandes, marido da mesma Antônia de Oliveira, trouxera burros e cabras pelo caminho dos rios, com a ajuda de índios que lhe mandou dar o governador d. Luís de Céspedes. Só a falta dessas criações na capitania explica o trabalho que se fez preciso para transportá-los através de tão longo e penoso trajeto. Os primeiros muares, por sua vez, um macho e duas mulas, figuram no inventário de Francisco Pedroso Xavier e podem ter vindo por sua vez no meio dos cavalos que trouxera o defunto dois anos antes, de seu assalto a Vila Rica.
Mas só depois de 1733, data da expedição de Cristóvão Pereira de Abreu, começam a surgir as mulas em grandes quantidades. Pelos meados do século, o número das que vêm dos campos do sul, geralmente com destino às minas de ouro, já será considerável, havendo um indivíduo, em 1751, que levou 681 e outro 493. Mesmo assim, o total das 2312 cabeças que naquela data passam pelo registro de Curitiba ainda é duas a três vezes menor que os dos equinos. Parece significativo que só dois anos mais tarde venha a aparecer em São Paulo o primeiro regimento de ferradores de que trata a documentação municipal. Já então vendem-se na cidade, a preços vários, ferraduras e cravos: é justamente essa variedade nos preços o que motiva a postura. [Páginas 223 e 224 do pdf]