1870 — Falecimento, no Rio de Janeiro, do senador e conselheirode Estado, visconde de Jequitinhonha, nascido a 23 de março de 1794em Salvador. Chamava-se Francisco Gomes Brandão e com esse nomeformou-se em Direito na Universidade de Coimbra, acrescentando entãoo de Montezuma, que lhe davam os seus condiscípulos; por ocasião domovimento da Independência, passou a assinar Francisco Gê Acaiaba OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO128de Montezuma. Na Bahia, fez-se jornalista em 1822, mas a tipografiado seu periódico foi destruída nesse mesmo ano por oficiais e soldadosportugueses. Montezuma seguiu para Cachoeira e foi secretário dogoverno que se instalou aí durante a Guerra da Independência. Dissolvidaa Constituinte, de que era membro, foi desterrado para a Europa com osAndradas, e só volveu ao Brasil em 1831. Na Câmara dos Deputadose na imprensa, tornou-se então um dos mais ardentes adversários dosvencedores de 7 de abril. Publicou por esse tempo, entre outros panfletos,A liberdade das Repúblicas, em defesa das instituições e contra apropaganda federalista (1833). De 16 de maio a 19 de setembro de 1837,foi ministro da Justiça e de Estrangeiros no último gabinete do regenteFeijó. Combateu logo depois, até 1840, os ministérios do novo PartidoConservador, contribuindo para a revolução parlamentar da maioridade.Por alguns meses ocupou o cargo de ministro do Brasil em Londres.Separou-se, desde 1841, de todas as ligações partidárias, ora apoiando,ora combatendo os gabinetes dos dois grandes partidos constitucionais.Foi o primeiro orador parlamentar que, em nosso país, atacou de frenteos importadores de escravos africanos, e teve também a honra de serum dos precursores da propaganda abolicionista. Em 17 de maio de1865, apresentou ao Senado vários projetos para a extinção gradual daescravidão: um deles declarava abolida a escravidão no fim de 10 anospara os escravos maiores de 25 e no fim de 15 anos para todos os mais.