c | Entrada triunfal do exército aliado na cidade de Buenos Aires, depois da batalha de Monte Caseros |
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| 18 de fevereiro de 1852, quarta-feira. Há 172 anos |
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| | | 1852 — Entrada triunfal do exército aliado na cidade de BuenosAires, depois da batalha de Monte Caseros, que pôs termo à longaditadura do general Rosas. Desse exército fazia parte uma divisão dequatro mil brasileiros (ver 3 de fevereiro), sob o comando do generalMarques de Sousa, depois conde de Porto Alegre. “Neste dia”, escreveuSarmiento, “Buenos Aires esteve sublime. Era um monumento dagrandeza humana, evocada dentre o sangue e as ruínas... O triunfochegou à praça, onde, na frontaria grega da catedral, se tinha levantadouma arquibancada, para dar assento a 800 senhoras das mais distintas.Os vivas ao general, ao libertador, eram cordiais, entusiásticos,incessantes; porém, a fatal questão de gosto, capitalíssima onde hámulheres elegantes, diminuía a seriedade dos sentimentos. Passarambatalhões de Buenos Aires com os chiripás e os camisas vermelhas,desalinhados, e fatigantes, pela monotonia desta cor, tão ofensiva à vista.Deus fez verdes as folhas das árvores; se as houvesse feito vermelhas, OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO144ter-nos-ia dado outra espécie de olhos. Chegaram os batalhõesorientais, precedidos pelo coronel Cesar Diaz, vestidos com gosto erodeados de um pequeno Estado-maior de jovens elegantes. Desfilaramaqueles batalhões, com calças, casaca e quepe manufaturados em Paris,de cores escuras com todo o equipamento das tropas europeias, e ummovimento de prazer, de felicidade e de entusiasmo novo irrompeude todas as partes, em trânsito. Viam afinal tropas decentes – esta eraa palavra –, e na lembrança das matronas evocava-se a memória dosnossos antigos exércitos, dos veteranos da guerra do Brasil, daquelesterríveis couraceiros de Lavalle, daqueles penachos, barretinas, cordõese medalhas dos heróis de cem batalhas. Chegaram os brasileiros, e entãoo sentimento público se exaltou por outra causa. O general Mancilla,por sentimento malcabido naquelas circunstâncias, tinha feito indicar aogeneral vencedor que não entrassem os brasileiros na cidade, para nãoa humilhar; o próprio general Urquiza tinha tratado de diminuir a partede glória que lhes coube em Caseros. Os brasileiros queixavam-se, e opovo quis dar-lhes satisfação. A todos os navios no porto tinham sidopedidas bandeiras brasileiras, que foram colocadas nas ruas, e a apariçãodo general Marques de Sousa, tão jovem, tão culto, tão simpático, foi osinal de nova recrudescência de entusiasmo. Encontrei depois esse meudigno amigo perto da Recoleta, voltando com seu Estado-maior para oacampamento, e apenas podia falar tão comovido estava pela gratidão.‘Não esperava amigo’, me disse ele, ‘tais manifestações! Que povo! eque felicidade tê-lo conhecido!’ Vinte dias depois, quando embarcou,a população de Buenos Aires, as senhoras e os jovens, encheram osarredores do molhe, fizeram-no desta vez chorar de prazer, e os vivase os lenços agitados no ar acompanharam-no, até que o seu escalerchegou ao navio que devia conduzir.” (Sarmiento, Campaña en elejército grande aliado). | |
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