1837 — Falece no Rio de Janeiro o marechal Raimundo José daCunha Matos, notável como militar, administrador, geógrafo e escritor.Português de nascimento, prestou serviços na campanha de Roussillon,nas ilhas de São Tomé e Príncipe e depois, no comando da fortaleza deSão Sebastião da Barra de São Tomé; achando-se no Rio de Janeiro em1817, tomou parte na expedição que foi a Pernambuco para combatera revolução republicana que ali estalara; exerceu, em seguida, o cargode vice-diretor do Arsenal do Exército, na corte, comandante dasarmas na província de Goiás em 1823, de onde regressou em 1826,para representar essa província na Câmara dos Deputados. Era entãobrigadeiro. Marchou logo depois para o Rio Grande do Sul, a fim deservir às ordens do marquês de Barbacena, comandante em chefe doexército. Em 1831, foi nomeado inspetor do Arsenal de Guerra; passouà Europa com licença e de regresso teve o comando da Academia Militare o cargo de vogal do Supremo Conselho Militar, sendo promovidoem 1835 ao posto de marechal de campo graduado. Cunha Matosescreveu: “Memória da campanha do senhor dom Pedro de Alcântara,ex-imperador do Brasil, no Reino de Portugal, etc.; itinerário do Riode Janeiro ao Pará e Maranhão pelas províncias de Minas Gerais eGoiás etc.; repertório da legislação militar etc.; corografia histórica dasilhas de São Tomé, Príncipe, Ano Bom e Fernando Pó etc.; corografiahistórica da província de Goiás etc.” Todos esses trabalhos e muitosoutros não mencionados aqui foram publicados em diferentes épocas esão muito apreciados. Cunha Matos foi secretário perpétuo da SociedadeAuxiliadora da Indústria Nacional e um dos membros fundadores doInstituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual foi vice-presidente(ver 2 de novembro de 1776).