Dilermando encontrava-se com Ana em sua casa na Estrada Real de Santa Cruz, local afastado do Bairro da Piedade, onde foi surpreendido por Euclides. Euclides tinha passado em casa de parentes, onde conseguira uma arma, no dia 15 de agosto de 1909, um domingo. O escritor entra gritando no aposento, berrando que estava ali para “matar ou morrer”. Ele acerta Dinorah, irmão de Dilermando, e ainda acerta 3 tiros no amante da esposa, mas Dilermando tinha treinamento militar e conseguiu sacar sua arma antes e desferir dois tiros em Euclides da Cunha, que morreu no local.[1][2][6][7]Seu irmão Dinorah, que era atleta do Botafogo, ficou ferido, mas se recuperou e chegou a ser campeão estadual em 1910, mas ficou com hemiplegia, o que debilitou mais e mais sua saúde e, não suportando a condição, suicidou-se em 1921.[1][4]JulgamentoA imprensa brasileira logo fez de Dilermando o vilão da história por ter matado o Imortal da Academia Brasileira de Letras. Dilermando foi exposto como um vilão e, mesmo o inquérito policial indicando que a morte foi por legítima defesa, isso não teve relevância para a opinião pública. O jornalista Orestes Barbosa foi um dos únicos a defendê-lo. Esse caso constitui-se em um marco da parcialidade na imprensa brasileira. Em uma entrevista concedida à revista Diretrizes, de Samuel Wainer, Dilermando afirma que não conseguiria expor sua versão dos fatos “nem se pagasse”.[8]Dilermando foi acusado de homicídio e levado a juri popular, presidido pelo juiz Manuel da Costa Ribeiro. Ele foi absolvido por legítima defesa, mas mesmo assim a visão do público não mudou e ele continuou carregando o estigma do assassinato.[1][4]