A incrível história do navio chinês encalhado em Superagui
1 de outubro de 1969, quarta-feira. Há 55 anos
Meu Paraná: A incrível história do navio chinês encalhado em SuperaguiO Sin Hai II havia saído da China, ficou à deriva no Atlântico e foi encalhar no nosso litoralPor RedaçãoRPC TVimprimirMeu Paraná (Foto: Reprodução)O Meu Paraná deste sábado (8) vai revelar o mistério do Sin Hai II, um barco pesqueiro, de bandeira chinesa, com mais de 40 metros de comprimento e 300 toneladas. E estava quase lotado de peixe, na maioria atuns, pescados ao longo de vários meses no mar. Essa embarcação acabou sendo palco de um grande mistério.O navio partiu de um porto no sul da ilha de Taiwan, na costa da China, em 1969 segundo relatos. No trajeto, atracou nas Ilhas Maldivas e nas Ilhas Maurício, no Oceano Índico. Passou pela Cidade do Cabo, na África do Sul, se lançou no Oceano Atlântico em direção ao Brasil e encalhou na praia deserta da ilha de Superagui, a pelo menos seis quilômetros da vila mais próxima.O aposentado Querino Gabriel da Silva viveu essa história intensamente. Ele lembra que antes do navio encalhar, houve uma tragédia a bordo. “O cozinheiro conectou a mangueira que levava oxigênio aos alojamentos dos tripulantes num reservatório de gás amônia, usado para congelar os peixes. Com isso, 22 tripulantes morreram asfixiados porque o cozinheiro trancou por fora as portas dos quartos. O marujo alucinado poupou o comandante, o chefe da casa de máquinas e um marinheiro, que foi obrigado a jogar os corpos no mar e depois se matou”.O assassino da tripulação foi preso e mandado para a China, onde consta que foi executado. Os outros dois sobreviventes, muito abalados, foram parar no hospital.Querino comandou a operação corajosa para desencalhar o navio, já que a própria seguradora desistiu de resgatar a embarcação e concordou apenas em assinar um contrato de risco: só pagaria pelo serviço se o navio fosse salvo. Para se libertar da areia, o Sin Hai II precisava de uma maré alta, e ninguém podia prever quando ela viria. Só em 27 de março de 1971, seis meses depois de ter encalhado, o navio voltou a navegar. Era o fim de uma operação ousada, que nem a companhia seguradora acreditou que pudesse dar certo. De Superagui, o navio seguiu pra Paranaguá e de lá para o porto de Santos, onde foi entregue para a seguradora. Hoje ainda opera nos mares de Portugal.