' Quase mil pessoas desapareceram em Sorocaba durante 2011 - 01/01/2011 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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Quase mil pessoas desapareceram em Sorocaba durante 2011
2011. Há 13 anos
Ver Sorocaba/SP em 2011
76 registros
Homens são maioria entre as vítimas sorocabanas.Projeto de deputado sorocabano quer unificar cadastros de desaparecidos.Mayco GerettiDo G1 Sorocaba e JundiaíFACEBOOKJá ao lado do pai, Sandra mostra cartaz usado na busca por informações. (Foto: Mayco Geretti/ G1)Já ao lado do pai, Sandra mostra cartaz usado nabusca por informações. (Foto: Mayco Geretti/ G1)Entre janeiro e dezembro de 2011 foram registrados 972 desaparecimentos de pessoas junto às unidades da Polícia Civil de Sorocaba, sendo que 59 destas (6%) eram crianças e adolescentes. Como a maioria das famílias procura as autoridades para registrar o sumiço, mas não lembra de comunicar quando há a localização, não há como saber quantas ainda continuam desaparecidas.Durante todo o ano passado, apenas 21 boletins de ocorrência de localização de pessoas desaparecidas foram registrados pela Polícia Civil local.Quando me ligaram dizendo onde ele estava, fomos até lá desesperados. Foi uma alegria muito grande, pois eu não conseguia me alimentar ou dormir na sua ausênciaSandra da Silva, que encontrou o pai após oito dias de buscas por SorocabaEntre os desaparecidos, os homens são maioria, com 583 casos (59%). A doméstica Sandra da Silva Graciano vivenciou por oito dias a angústia de ter um ente querido desaparecido. Seu pai Gumerciando Antônio Graciano, que tem 65 anos e sofre de Alzheimer, saiu de sua casa para dar uma volta e, ao anoitecer, não regressou. Sem ter ideia de onde estava, o homem dormiu na rua sem qualquer proteção. Ele não sabe informar como conseguiu se alimentar. "Quando o encontrei ele estava bastante sujo. Parece que tirei um piano das minhas costas. Foi um sofrimento muito grande", relata Sandra, que após o ocorrido deixou o emprego para poder cuidar mais de perto do pai e evitar novos desaparecimentos.Mas a história de sofrimento, em alguns casos, não é abreviada. Há dois anos a comerciante Ivone Santos procura pela filha, uma estudante que à época tinha 19 anos. "A dúvida de não saber se ela está bem, ou mesmo viva, é o que me consome. Temo receber a notícia de que ela está morta, por outro lado gostaria de um desfecho para essa história. O fato de não haver um ponto final torna a vida de toda a família uma eterna espera", relata a comerciante, que integra um grupo de mães de desaparecidos em São Paulo.Sistemas de busca ineficazesSegundo o delegado seccional de Sorocaba, André Moron, quando um boletim de coorrência é registrado após um desaparecimento a mensagem é passada a todas as unidades policiais do estado e passa a constar no sistema da polícia. "Não há buscas para todos os desaparecidos, Quando sabemos que alguém desapareceu em uma mata ou temos um caso mais específico, colocamos todos os esforços nisso, mas a polícia não tem a possibilidade de buscar pessoa por pessoa", relata.Uma pessoa que desaparece em São Paulo, não consta como desaparecida para a polícia de outro estado.A busca, na maioria das vezes, cabe às próprias famílias, que ao terem uma pessoa próxima desaparecida descobrem da pior forma a ineficácia do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, que foi lançado há cerca de dois anos pelo Governo Federal.O banco de dados, que precisa ser abastecido pelos estados, recebe poucas atualizações. Atualmente existem cerca de 2 mil cadastros, enquanto levantamentos mostram que em todo o país desaparecem cerca de 200 mil pessoas ao ano.Além disso, os banco de dados de desaparecidos não são interligados entre os estados, ou seja: se uma pessoa desaparecer em Sorocaba, ela não constará como desaparecida para a polícia de uma cidade do Nordeste, por exemplo.Projeto pode mudarPara mudar isso, o deputado estadual Hamilton Pereira conseguiu aprovação na Câmara de um projeto que prevê a interligação de todos os sistemas nacionais. Além disso, nos registros de desaparecimentos contariam informações do DNA da vitima, com base em exames realizados em seus pais ou irmãos. "Não será a garantia de que uma pessoa desaparecida será encontrada, mas é uma forma mais digna de dar satisfação a quem procura por alguém que sumiu", afirma.O deputado relata que durante a elaboração do projeto conversou com familiares de desaparecidos que semanas após o ocorrido procuraram a polícia querendo saber de novidades e ficaram sabendo que os boletins de ocorrência registrados nem mesmo constavam no sistema e, logo, o desaparecimento sequer havia se tornado de conhecimento das autoridades.

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