Foi ativista político e escritor, Fernando Dini Neto dirigiu desde 1996 o Centro Eclético Céu Sagrado, entidade que presta assistência a dependentes químicos.
Atuou em tantas e variadas frentes que se tornou um multimídia. Estudioso de ciências, da filosofia e, principalmente, da bíblia, escreveu, em 2006, o livro "Histórias para Acordar Gente Grande".
Criativo, para divulgar o trabalho manteve um caixão sob o outdoor instalado no cruzamento das avenidas Washington Luiz e Barão de Tatuí.
Fernando Dini Neto nasceu numa família vocacionada ao talento. Seu pai, Pedro Dini, tinha um senso inventivo dos maiores e, com mais de 80 anos, desenvolveu, entre outros, um engenho que aproveitava a energia solar.
Três de seus irmãos, Heloísa, Sônia e Emerenciano enveredaram pelo Direito e construíram bem sucedidas carreiras como advogados. Emerenciano ingressou na polícia civil como delegado.
Heloísa, primeira mulher a presidir a subseção local da OAB, foi casada com o ex-prefeito Gualberto Moreira, e é mãe do cirurgião plástico Gal Moreira Dini; como Sônia, atua no ramo previdenciário.
Para alguns, Dini tinha um perfil excêntrico, próprio da inteligência acima da média. Era capaz de discutir qualquer assunto com propriedade.
Politizado, liderou, sozinho, campanhas em favor do voto consciente, da cidadania, contra o uso das drogas.
Promovia a conscientização de uma forma curiosa: por conta própria, investia na pintura de muros, na produção de cartazes e até em anúncios nos jornais de circulação local.
Num deles, datado de 1995, pregava: "Não basta ser brasileiro. Tem de ser Livre".
O texto publicado num 7 de setembro, data da independência do país, destacava, em dado momento, que "o caminho da verdadeira liberdade do homem e da felicidade está no entendimento constante do valor da vida e na busca à justiça"".
Fernando Dini era um panfletário convicto, mas priorizava as causas legítimas. Quando o voto eletrônico foi adotado nas eleições, desenhou uma urna funerária, chamando a atenção para a importância da escolha acertada.
Fernando Dini Neto trabalhou, ainda, no segmento da reciclagem. Sua empresa retirava da cidade de São Paulo algo em torno de 150 toneladas por mês de embalagens plásticas que eram transformadas em matéria prima reaproveitável.
Ele faleceu em 22 de abril de 2012 aos 64 anos. Dini foi acometido por um acidente vascular cerebral (AVC), do qual tentava se recuperar desde então, porém, não resistiu às consequências do quadro e faleceu.
Sorocaba se despediu de um de seus mais abnegados filhos, um dos que mais souberam entender a dimensão do amor ao próximo. Uma pessoa maravilhosa, de quem todos irão se lembrar sempre.
Fernando Dini Neto foi casado com Cecília Pereira Dini, e teve os filhos Heitor, Flávio e Juliana. O corpo do comerciante foi velado na Igreja Céu Sagrado, à avenida Paulo Varchavich 1.805, Sítio Nina, e foi sepultado às 16h, no cemitério Pax.