Com caixão fechado, família enterra corpo errado em Santo André
9 de abril de 2020, quinta-feira. Há 4 anos
Duas famílias de Santo André, na Grande São Paulo, abriram boletins de ocorrência contra um hospital do município por uma troca de corpos na quarta-feira (8). Os mortos estavam envolvidos em sacos, seguindo protocolo de segurança para coibir o contágio por coronavírus.
Em entrevista ao programa “Bom Dia SP”, da TV Globo, a família contou que Dona Amir Martins da Silva, de 92 anos, caiu e quebrou o fêmur há duas semanas. Ela estava no Centro Hospitalar de Santo André e seu estado de saúde piorou – inicialmente, a suspeita era de morte por coronavírus, mas foi confirmado óbito por broncopneumonia.
Para retirar o corpo, os familiares foram proibidos de entrar no necrotério. Um funcionário da funerária apareceu com o caixão lacrado e o corpo teve que ser enterrado sem realização de velório.
Depois da cerimônia, o hospital entrou em contato com a família para informar que o corpo liberado havia sido o errado. A confusão foi descoberta quando a família de Francisco Carlos da Silva, 54 anos, foi buscar o corpo do familiar e notou que se tratava de uma mulher.
O hospital nega responsabilidade na troca e afirma que os corpos são identificados com etiquetas – já o filho de Dona confirma ter visto o nome da mãe na região do peito do corpo, que estava coberto por sacos.
Após o boletim de ocorrência, a polícia determinou a exumação do corpo de Francisco para novo enterro, dessa vez com a sua família. Dona também terá novo enterro na manhã desta quinta-feira (9).
Em nota, a Prefeitura de Santo André disse que o episódio é um “constrangimento inconcebível” e que o caso será apurado, com a possibilidade do afastamento dos responsáveis pela troca de corpos.