A Maçonaria cumpriu um papel decisivo em grandes mudanças de rumo históricas na sociedade brasileira, como a declaração de Independência, o fim do sistema escravagista e a proclamação da República. E ainda pode, no momento atual, dar sua contribuição para que o próximo processo eleitoral não seja dominado pela cultura do ódio. Este foi o destaque da sessão especial do Senado em homenagem aos 180 anos da organização maçônica Grande Colégio de Ritos no Brasil e os 300 anos de fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra.A sessão foi marcada pelo pronunciamento do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que lembrou que a própria sabedoria popular já ensina que "o ódio é um mau conselheiro". Apesar disso, no entender dele e dos demais oradores, o país vem há anos dominado, no que se refere à política, pela "cultura do ódio", onde não existe mais respeito pelas opiniões divergentes.- Vivemos uma verdadeira tragédia, em que os grupos sociais se digladiam, sectários, sem respeito uns pelos outros. Caminhamos para mais um pleito neste clima, em que os objetivos não são esclarecidos. E o ódio costuma ser trágico quando passa a definir os rumos de um país - afirmou.Cristovam disse que o sentimento de "raiva e frustração" existente hoje na maior parte do eleitorado contra a classe política é "algo perfeitamente compreensível", uma vez que o sistema encontra-se eivado de "corrupção e irresponsabilidades". Ainda assim, devem grupos como a Maçonaria e outros tentarem racionalizar o debate durante o processo eleitoral, ou o resultado será ainda "mais desigualdade, violência e retrocesso civilizacional".ApoiosO teor do pronunciamento de Cristovam foi apoiado pelos representantes da Maçonaria presentes, que foram o reitor do Grande Colégio de Ritos em São Paulo, Felipe Marzano e o mestre do Grande Oriente em Brasília, Almir Vieira. Ambos lembraram que à despeito dos 180 anos de organização formal da ordem, ela já exercia uma forte influência na sociedade brasileira desde o século 17.Cristovam e Hélio José (Pros-DF) também lembraram que o presidente a ser eleito em 2018 estará no comando da nação quando ela celebrará os 200 anos de independência, em 2022. Mais uma ocasião em que a sociedade, com a participação da Maçonaria, deverá debater em que condição se encontra nossa independência, a luta contra a escravidão e a prática republicana.- Não é republicano convivermos com o foro privilegiado, e com desigualdades sociais tão evidentes. Não é realmente independente uma nação que não investe em ciência e tecnologia, assim como manter a maior parte do povo sem a formação educacional adequada é mantê-lo quase na escravidão - finalizou Cristovam.Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)MAIS NOTÍCIAS SOBRE:Fonte: Agência Senado