O dia em que o São Bento encarou o Brasil de Pelé e Guarrincha
26 de maio de 1966, quinta-feira. Há 58 anos
Quem tem mais de 60 anos, vive na cidade de Sorocaba desde que nasceu e gosta de futebol, com certeza se recorda com um certo saudosismo e muito orgulho de um tempo em que o mais tradicional time de futebol da cidade, o EC São Bento, figurava entre os grandes clubes do futebol paulista, e porque não nacional também.
Um fato que comprova essa grandeza do ¨azulão¨de Sorocaba é um jogo ocorrido no ano de 1966, mais especificamente no dia 26 de maio, e contra a seleção brasileira, de Pelé, Garrincha e companhia, até então a atual campeã do mundo.
Nos dias de hoje ao ver a expressão que o São Bento tem no cenário do futebol brasileiro fica até difícil acreditar que um dia o time sorocabano pôde ser um bom teste para a seleção, na preparação para uma copa do mundo.
Mas na ocasião foi exatamente isso que aconteceu, devido ao seu bom desempenho no campeonato paulista, que vinha sendo frequente desde o campeonato de 63, e com o titulo de um torneio organizado pela Federação Paulista de Futebol em 1966, sem a presença dos chamados clubes grandes, o São Bento foi convidado para um amistoso contra a seleção nacional, que fazia sua preparação para a copa do mundo do mesmo ano, na cidade de Serra Negra no interior Paulista.
Então chega o grande dia de um jogo que até hoje pode ser considerado um dos mais (senão o mais) importante da centenária história do EC São Bento.
O Estadio Municipal de Serra Negra ( hoje Estadio Municipal Antonio Barbosa Pinto da Fonseca), estava lotado com incríveis dois mil pagantes, lotação máxima do estadio na época.
Todos ansiosos para ver as estrelas da seleção, que entrou em campo com uniforme todo azul, obrigando assim o visitante sorocabano a usar camiseta branca.
Estavam em campo todas estrelas da seleção, escalados pelo técnico Vicente Feola, a escalação completa foi Gilmar, Carlos Alberto, Brito (Bellini), Leõnidas (Dias), Rildo, Denilson (Dino Sani) Gerson, Garrincha, Servílio, Pelé e Amarildo.
O adversário, que fazia o jogo mais importante de sua história, mas que para o publico presente no estadio de Serra Negra, era um mero detalhe que em nada atrapalharia o brilho dos ídolos Pelé e Garrincha.
O São Bento estava com força máxima também, mas já sem a sua grande estrela da época, Paraná que havia transferido-se para o São Paulo FC, e que estava no banco de reservas da seleção Brasileira naquele dia.
O técnico Wilson Francisco Alves, o Capão, colocou em campo Walter Gonzales (Mariano), Fernando (Valdir Caruso), Marinho Peres, Gibe, Salvador, Gonçalves (Nei Silva), Bazaninho, Copeu (carlinho Costa), Almir (João Carlos) Picolé, Afonsinho.
O primeiro tempo foi muito equilibrado, com o rápido ataque são bentista dando muito trabalho e canseira a dupla de zagueiros da seleção Brito e Leônidas, fato que obrigou o treinador do Brasil Vicente Feola a trocar a dupla por Bellini, o experiente zagueiro capitão na conquista do primeiro mundial do Brasil em 1958, e o pelo versátil Dias.
E reza a lenda que Feola havia pedido para o treinador do time sorocabano retirar o meia Copeu, para dar sossego ao lateral da seleção Rildo. O primeiro tempo terminou 2 a 1, para o selecionado nacional.
No segundo tempo o técnico Capao, modificou muito o São Bento, colocando vários jogadores ainda muito jovens e sem experiencia para um jogo daquele porte, ai o Brasil deitou e rolou, principalmente Gerson.
O jogo terminou com o placar de 7 a 1 para a seleção brasileira, com gols de Servílio, Pelé, Dias, Gerson, Dino Sani, Amarildo e Gibe (contra) para o Brasil, e o único gol do São Bento foi marcado por Picolé.
Local: Estádio Municipal de Serra Negra Árbitro: Aurélio Hohu (Liga de Serra Negra) Renda: Cr$ 7.990.000,00 Público pagante: aproximadamente 2000 pessoas