| 28 de agosto de 1891, sexta-feira. Há 133 anos |
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| | | Antônio Ribeiro era negro, ex-escravo e tinha 41 anos em 1891. Morava a 11 anos em Itaqueri (de cima da serra, atual Itirapina-SP), um bairro rural vinculado à Rio Claro no período.Trabalhava em lavoura e sabia ler e escrever. Era natural da Bahia e deve ter chegado à região com a corrente do tráfico interprovíncial de escravos décadas antes. Vejamos o conteúdo do processo que logo na sua capa traz o apelido do querelado: Antônio Confusão.O crime aconteceu em meados de 1891. O subdelegado Raphael da Silva Maia anotou no inquérito policial de corpo de delito, como Antônio, ex-escravo de Zacarias Machado de Oliveira.Em 28 de agosto de 1891, Antônio Confusão apareceu na casa do fazendeiro Antônio de Oliveira Guimarães para se entregar, pedindo que o amarrasse.
No auto de corpo de delito feito na cadeia de Morro Pelado (distrito de Rio Claro), os peritos encontraram escoriações no antebraço esquerdo de Antônio Confusão que deram como proveniente da corda que amarram para prendê-lo, ou por alguma queda e que não por instrumento contundente.
Naquele tempo os peritos não eram profissionais especializados. Na casa de Confusão encontraram a arma do crime: uma faca com vestígios de sangue da vítima.
Foram arroladas dezenas de pessoas para compor o corpo de testemunhas na investigação do crime. No entanto, o delegado concluiu pela infelicidade de não haver testemunhas de “vista”. Somente pessoas que estavam nas redondezas e que não foram testemunhas oculares do assassinato. Contudo, todos sabiam o motivo da desavença: o fazendeiro tinha a prática de surrupiar a colheita de seus empregados, aliás, uma prática recorrente aos fazendeiros do período (DEAN, 1977, p. 100).5Contra o querelado o escritório de advogados da defesa (M.P. Siqueira Campos; J. I. de Figueiredo; J. P. de Castro de Rio Claro) apresentou a seguinte queixa de Emidia da Silva Maia, esposa de Oseias: que seu marido contratou Antônio Confusão para prestar serviços em sua propriedade agrícola no início de agosto de 1891. Mas, como era muito rixoso6 e malandro, foi despedido do trabalho. Contudo, Antônio ficou na fazenda até terminar seu serviço de juntar o café derriçado.No dia 28 de agosto, por volta das 10 horas da manhã, segundo constou Emidia, Oseias saiu de sua fazenda Monte Alegre, no bairro de Itaqueri, de chinelo e em mangas de camisa, completamente desarmado e despreocupado de qualquer agressão, a fim de receber o café que Antônio havia colhido | |
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