Getúlio Vargas pronunciou um importante discurso durante almoço no encouraçado “Minas Gerais”, em comemoração do aniversário da batalha naval do Riachuelo. Diante de ministros e de altas lideranças militares, o presidente afirmou:
“Marchamos para um futuro diverso de quanto conhecíamos em matéria de organização econômica, social ou política e sentimos que os velhos sistemas e fórmulas antiquadas entram em declínio.
Não é, porém, como pretendem os pessimistas e os conservadores empedernidos, o fim da civilização, mas o início, tumultuoso e fecundo, de uma nova era”.
E continua: “Passou a época dos liberalismos imprevidentes, das demagogias estéreis, dos personalismos inúteis e semeadores de desordem.
À democracia política substitui a democracia econômica, em que o poder, emanado diretamente do povo, e instituído para a defesa do seu interesse, organiza o trabalho, fonte de engrandecimento nacional e não meio caminho de fortunas privadas.
Não há mais lugar para regimes fundados em privilégios e distinções; subsistem somente os que incorporam toda a nação nos mesmos deveres e oferecem, equitativamente, justiça social e oportunidades de luta pela vida”.
O discurso de Vargas, entendido por muitos como um flerte com as ideias fascistas, causou grande impacto. Para o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, que temia um alinhamento do Brasil com a Alemanha, foi um aviso: o apoio brasileiro tinha um preço.
Meses depois, ele retomaria as negociações para o financiamento de uma usina siderúrgica no Brasil.