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Oficiais do Regimento de Infantaria de Segunda Linha da Vila de Sorocaba escrevem ao Príncipe Regente
1 de julho de 1822, segunda-feira. Há 202 anos
Ver Sorocaba/SP em 1822
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No momento em que os Oficiais do Regimento de Infantaria de Segunda Linha da Vila de Sorocaba hão de unir seus votos á Representação, que o Povo do Rio de Janeiro fez subir á Augusta Presenta de V.A.R., tiverão a agradável notívia do sempre memorável Decreto de 3 de junho, pelo qual V. A. R. , atendendo os votos gerais, liberalisou este inefável bem;

Ao mesmo tempo ficarão arrebatados de entusiasmo, e julgarão de sua obrigação reiterar os protestos de gratidão, e cordial obediência, que consagrão a V. A. R.Todos sabem, Augusto Senhor, a lisongeira sensação, que causou ao Brasil o grito da liberdade, levantado no Douro, repetito no Tejo: os mesmos princípios foram proclamados do soberbo Amazonas ao Rio da Prata; cega confiança empunham as palavras meigas de igualade, e fraternidade; nossos destinos foram entregues sem reserva; porém a esperança durou pouco; apenas foi o Senhor D. João VI; Benefico Fundador deste Reino, arrebatado do seio dos Brasileiros, mudaram de tom; principiaram a decidir sobre os nossos mais importantes direitos; sem esperar os nossos Procuradores; em fim a seguir uma marcha tão oposta a seus próprios princípios, de que não numeramos os fatos; porque V. A. R. melhor conhece, que não deixava duvidar-se, o sistema desorganizador, e colonial, em que pertendião novamente sujeitar-nos.Nesta critica circunstância tudo era incerteza, desassocego: a desconfiança tinha se apoderado dos espíritos; por um lado temia-se a antia opressão colonial, por outro o velho despotismo, mal exinto, de que os interessados no comércio exclusivo colonial sabião valer-se: não se via se não o abismo cavado debaixo de nossos pés, tremenda tempestade sobre nossa cabeça.Porém V. A. R. tomando a heróica Resolução de não desamparar o Brasil, dissipou a tempestade, apagou as tochas da discórdia, esmagou as hidras do despotismo, e outorgando aquele incomparável Decreto lançou a pedra fundamental da Constituição, que há de abrigar das inconstâncias do tempo e numerosa família Portuguesa deste, e do outro Hemisfério, plantou a árvore da Liberdade, que há de produzir sazonados frutos da razão, e da justiça; finalmente completou a obra da nossa Regeneração Política.Portanto á Sabedoria, Prudência, e Paternal disvelo, com que V. A. R. promove a nossa felicidade, defendo os nossos direitos, levando Seu Augusto Nome no Templo da Imortalidade, constituem-nos na ingênua confissão que a V. A. R. tudo devemos, e que faltando-nos expressões que evalham tão assinalados benefícios, reconhecemos nossas vidas penhoradas para a satisfação deste sagrado dever.Deus Guarde a Sagrada Pessoa de V. A. R.Quartel de Sorocaba: Cel. Ignácio Alves de Toledo; Tenente-coronel João Floriano da Costa; Sargento-Mór Graduado Rafael Tobias de Aguiar e mais 18.

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