D. Franscisco retornou a Lisboa portando cartas de Belchior de Amaral, que afirmava ter participado do sepultamento do corpo do rei português - 24/08/1578 de ( registros)
D. Franscisco retornou a Lisboa portando cartas de Belchior de Amaral, que afirmava ter participado do sepultamento do corpo do rei português
24 de agosto de 1578, quinta-feira. Há 446 anos
Fontes (3)
1° de 3 fonte(s) [k-3632] O Sebastianismo na iconografia popular. Pedro Vittorino Data: 13 de fevereiro de 1923, ver ano (82 registros)
Segundo Frei Bernardo da Cruz, o Cardeal D. Henrique teve a certeza da morte do Rei por carta de Belchior do Amaral que trouxe Francisco de Souza. Várias circunstâncias, porém, são dignas de nota:
Encarregado de conduzir a prata que devia acompanhar o cadáver de D. Sebastião, foi mandado à África num moço da capela real, Francisco Vieira, o qual permaneceu em Ceuta quase um ano, aguardando a liquidação do negócio, o que prova as dificuldades que o revestiam, Sousa Vitterbo, que cita este fato, comenta:
"Tamanha demora contribuiu, decerto, para suscitar na imaginação do povo a suspeita de que D. Sebastião tinha desaparecido misteriosamente e não ficara morto na batalha."
2° de 3 fonte(s) [26293] Os quatro embusteiros que se fizeram rei de Portugal, jornal “A Gazetinha“, página 10 Data: 20 de fevereiro de 1940, ver ano (95 registros)
O mundo, desde o seu começo, esteve sempre cheio cheio de embusteiros, na mais alta sociedade. Mas, ao que parece, não houve na História, gesto mais audacioso de que o daqueles quatro indivíduos que, em Portugal, por volta de 1578, tentaram fazer-se passar, aos olhos do povo português, pelo rei então desaparecido, D. Sebastião. que nunca mais voltou da célebre batalha de Alcacer-Kebir.
D. SEBASTIÃO, O DESEJADO
Filho do príncipe d. João e de sua mulher a princesa d. Joana, filha de Carlos V, neto portanto de d. João III, foi este o 16° rei de Portugal. Nasceu algumas semanas depois da morte de seu pai. A educação, que o moço monarca recebera, havia feito dele um exaltado, quase um fanático. Só devaneava combates contra os inimigos da fé e se tornou ideia fixa em seu espirito o desejo de recuperar as praças da África, abandonadas por seu avô, e de reconquistas o império de Marrocos.
OS FALSOS D. SEBASTIÃO
Com a fé do povo na volta de D. Sebastião e com o seu desaparecimento no seio dos exércitos inimigos, acharam alguns indivíduos que não seria difícil fazer-se passar pelo desaparecido rei de Portugal.
A credulidade do povo foi então explorada por quatro indivíduos, que ficaram conhecidos na História pelos nomes de "O Rei Penamacor", "O Rei da Ericeira, "O Pasteleiro do Madrigal" (Gabriel Espinosa) e "O Calabrês" (Marco Tullio Catironi).
Não é preciso dizer que foram desmascarados e severamente punidos. O primeiro deles, "O Rei de Penamacor", era filho de um oleiro de Alcahsça, que, com o auxilio de dois cúmplices, tentou em Penamacor, em 1584, explorar o povo, na sua boa fé, fazendo-se passar por D. Sebastião.
Preso e condenado a remar nas galés, embarcou a bordo da "Invencível Armada" e, quando esta passou junto das costas da França, logrou escapar-se, nunca mais se tendo notícias dele. "O Rei da Ericeira" chamava-se Mateus Alvares e era filho de um pedreiro açoriano. Fizera-se eremita na Ericeira. Foi enforcado em 1585.
A LENDA DO PRÍNCIPE ENCOBERTO
O povo português não se convencera de que D. Sebastião tivesse morrido. Firmemente, esperava que ele surgisse cedo ou tarde para expulsar o usurpador. Muitos espíritos crédulos continuaram a acreditar que D. Sebastião se conservava oculto numa ilha ignorada, donde, em manhã de nevoeiro, voltaria numa galé para reclamar o seu trono aos espanhóis.
E foi assim que se formou a lenda do Príncipe Encoberto e nasceu a seita dos Sebastianistas, que durou mais de duzentos anos. Anos em meados do século XIX havia Sebastianistas em Portugal.
3° de 3 fonte(s) [27557] Anais de História de Além-Mar, 2010. José Carlos Vilardaga Data: 2010, ver ano (130 registros)
Já o nosso Francisco, o neto, acompanhou a armada de Dom Sebastião na malfadada batalha de Alcácer-Quibir na conquista do Marrocos, comandando um dos galeões da armada real, cujo almirante era seu tio D. Diogo de Souza. Em 24 de agosto de 1578 retornou a Lisboa portando cartas de Belchior de Amaral, que afirmava ter participado do sepultamento do corpo do rei português em Fez. Nosso homem era, portanto, porta-voz de uma das notícias mais ansiosamente aguardadas da história de Portugal: o destino do corpo do rei.