Encontramos no livro do Tombo do Carmo o registro de uma doação que fez José Preto e sua mulher Catharina Dias aos carmelitas, onde lemos "... aonde hora se começar abrir os alicerces para a dita Igreja, onde morão os ditos padres...".
Esse documento, datado de 27 de fevereiro de 1627 confirma, por um lado, a devoção da família de José Preto à Nossa Senhora do Carmo já que, para sustento daqueles religiosos, faziam uma doação de quatrocentos cruzados em diversos bens, como farinha de trigo e de "guerra", carnes de porco e pano de algodão (tudo ao preço da praça de Santos).
Essas dádivas deveriam ser entregues, a metade no primeiro ano e a outra , no segundo, com a condição, no entanto, de terminarem a construção do convento, pois em caso contráro a nada se obrigavam.
Por outro lado, esse documento nos permite, também, inferir a época provável da chegada daqueles primeitos carmelitas a Mogi, se não vejamos: se considerarmos que os fundadores residiam na vila em fevereiro de 1627 e que os alicerces da obra já tinham tido início, podemos concluir, com razoável margem de segurança, que aqueles religiosos nela haviam chegado há bem mais tempo, provavelmente muitos meses atrás.
Os documentos de doação daquelas primeiras sesmarias aos padres fundadores, em 1626, no entanto , nos permitem recuar ainda mais a época da sua provável chegada a vila, se considerarmos que entre uma outra das terras recebidas havia uma distância de muitas léguas a separá-las e que evidentemente, teriam que nos er um conhecimento prévio dos sítios que pertenciam obter, para os lados de Mogi.
Poranto, podemos situar a sua chegada no final de 1625, se não definitivamente, ao menos para reconhecimento da região.
O problema do loca para a construção do convento, no entanto, parece não ter sido fácil de ser resolvido, e o Padre Frei Manuel Pereira, juntamente com o irmão Frei Sebastião da Encarnação, foram muito felizes na escolha, e também muito exigentes.
Procuraram situar a greja a pequena distância da Matriz, em local de topografia favorável e próximo a boa agua ocorre neste terren, que melhor se apresentava aos olhos daqueles religiosos, já tinha dono e pertencia a José de Bulhiins. [1]Pelas pesquisas de Madalena Marques sabemos que já em 1627 a ordem tinhacomo propriedades terras em Sabaúna (Mogi), perto de Jacareí, e mais três sesmarias: perto deSanto Ângelo, do Rio Tietê e no caminho de Bertioga, possuindo também alguns chãosconcedidos pela vila de Mogi. No ano de 1633, a ordem encaminhou petição ao capitão Peroda Mota Leyte, requerendo sesmaria com a demarcação do ribeiro Cabusú . Sua carta desesmaria foi concedida aos 29 de maio de 1633. No campo de indicação da demarcação dasterras, lê-se:[...] do Ribr.o q’ chamão Cabusú ……………….. em ………………. a legua serem emas terras …………………………. consta e suas pedr.ras com a pensão de…………………………. p.r q.to era algúas pessas ………………………. fazer moinhono dito ribr.o o q’ tem grande perjuizo da ………………………….. capella…………………………. justissa dado a tal lisensa como constava de meu despachoq’ me…………………. mandase cõ pena de dous ………………………………….. coalquer ……………………………………….. q’ faz fizerê resp.……………………………………… dese fazer moinho no dito Ribr.o p.a o q’ se lhepasase Carta e reseberão mersse segundo a sua petisão [...] [2]
"Boigy - Cadernos da Divisão do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal"