Gaspar Fernandes (Antunes)Nascimento: ~ 1550Origem: PortugalNasceu por volta de 1550, em Portugal.Era irmão de Lucas Fernandes.Casou-se com Domingas Antunes (Preto), filha do português Antonio Preto e da portuguesa F... Antunes. Veio para o Brasil em 1561.
Gaspar foi bandeirante e conhecia bem o caminho de Peabiru até o sertão do Paraguai, de onde trazia índios aprisionados.
Gaspar faleceu em 1600, em sua fazenda de Emboaçava. Em seu testamento, Gaspar afirma:
Estando eu, Gaspar Fernandes, enfermo em uma cama, em todo o siso e entendimento que Nosso Senhor teve por bem me dar, para com ele me reger e governar como é sua santa vontade, e porquanto não sou sabedor do que o Senhor será servido fazer de mim, pelo que, como fiel cristão, determinei fazer esta cédula de testamento [...] para nele declarar minha ultima vontade e descarregar no melhor modo que puder minha consciência; e porquanto ao presente nesta vila não há escrivão, pedi e roguei ao meu compadre Miguel Pinheiro que esta cédula fizesse, a qual é a seguinte:A Gonçalo Madeira devo, que se deve pagar do monte mor de minha fazenda, dez cruzados em porcos vivos, e há de se entregar uma vaca.Hão de tornar ao dito Gonçalo Madeira uma sela que tinha me vendido.Devo aos herdeiros de Salvador de Chaves três cruzados em criação.Devo ao genro de Gonçalo Madeira cinco galinhas em milho.Devo a meu genro Bartolomeu Rodrigues duas peças de escravos que lhe prometi em casamento, de mais das que lhe tenho entregue, deixando fora Pero que ele me tornou a enjeitar.Mais declaro que o dito meu genro há de haver da milharada desta presente novidade e da mandioca e mais legumes [...] que eu prometi ao dito meu genro.Mais devo a meu genro quinhentos réis.Devo a Francisco Martins digo ao rendeiro que foi Maldonado um porco cevado e mando que se lhe dêem.Devo mais dois porcos cevados a Diogo de Lara e mando que se lhe dêem.Deve-me Belchior da Veiga [...] patacas, em dinheiro que lhe emprestei.Deve-me José de Camargo cinco patacas e meia, em dinheiro contado que lhe emprestei.Deve-me Simeão Alves duas patacas e meia, em dinheiro que lhe emprestei.Deve-me Silvestre Francisco uma peça [escravo] dos carijós.Mais deve o dito Silvestre Francisco dez cruzados, que lhe dei de resgate.Deve-me o ourives um cruzado.Deve-me André Peres, o alfaiate, mil réis, em dinheiro que lhe emprestei.Levou-me Manoel Nunes do Espírito Santo, de encomenda, trinta varas de lingüiça e dois cabaços de manteiga de porco, de que lhe há de trazer retorno.Inventário: Roupas e alguns panos; Caixas; Espada e adaga; Castiçal de latão; Tachos; Ferramentas; Mesa e cadeiras; Vacas e "um touro que fugiu das vacas"; Leitões; Roças; e 8 peças [escravos] Foi pai de seis filhos e duas filhas:
1.1. Manoel Antunes, casado com Inocência Rodrigues. Manoel faleceu em 1642.
1.2. Sebastião Fernandes Preto, casado com Anna de Pinha, filha de Brás de Pina e de Isabel Lopes (Pina). Sebastião faleceu em 1650, e Anna em 1661.
1.3. Inocêncio Fernandes Preto, casado com Catharina Côrtes.
1.4. Gaspar Fernandes, casado em 1636, em São Paulo, com Isabel da Cunha, filha de João Gago da Cunha e de Catharina do Prado (Vicente). Gaspar faleceu em 1639, e Isabel casou-se pela segunda vez, com Manoel da Costa. 1.5. Custódio Fernandes, solteiro em 1624.1.6. Maria Lucas, casada com Bartholomeu Rodrigues (Lucas). Bartholomeu faleceu em 1610, em São Paulo, e Maria casou-se pela segunda vez, com Gaspar de Pinha, filho de Brás de Pina e Isabel Lopes (Pina). Sem filhos deste segundo casamento. Maria faleceu em 1632.1.7. Isabel Antunes, casada com Francisco Saraípe. Após a morte de Francisco, Isabel casou-se pela segunda vez, com Sebastião Soares. Isabel faleceu antes de 1624.1.8. Gabriel Fernandes. Gabriel faleceu antes de 1624. [-] Fontes e comentários 1. Luís Gonzaga da Silva Leme. Genealogia Paulistana. Vol. III (Prado), pág. 243; Vol. VIII (Preto), pág. 323.2. Francisco de Assis Carvalho Franco. Dicionário de Bandeirantes e Sertanistas do Brasil. Pág. 159.3. Site da Internet do Projeto Compartilhar. [2]
O caso de Manoel Pinheiro Zurara, rapidamente esboçado no capítuloprecedente, merece um pouco mais de atenção aqui. Trata-se, sem sombra de dúvida, domesmo que aparece na data de chão dada ao vigário João Pimentel, em São Paulo, noano de 1607. Sabemos que, apesar de ter sido identificado como Miguel PinheiroAzurara e castelhano por alguns autores, era, de fato, português e seu primeiro nomeManoel.819 Conforme seu depoimento dado em Assunção, era “avencidado” há mais detrinta anos no reino de Nova Granada, onde tinha mulher e filhos. Os processos de 1606não apresentavam a sua idade, mas, em suas petições, sempre alegava ser “viejo y muienfermo”. Devia, portanto, ter chegado ainda jovem às Índias de Castela, por volta de1570. É provável que tenha vindo ao Brasil em 1590 por mandato de D. Francisco deSouza, pois era mineiro de ouro, e seguido para São Paulo, juntamente com ManuelJuan, a fim de averiguar os indícios do minério na região. Ele permaneceu longos anosna vila, já que, em 1600, escreveu o testamento de Gaspar Fernandes - genro de AntonioPreto e sujeito, por sinal, bastante assíduo na região paraguaia [1]