Uma carta expedida do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda pelo Ministro Martinho de Mello e Castro, dirigida ao Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil - 14/02/1788 de ( registros)
Uma carta expedida do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda pelo Ministro Martinho de Mello e Castro, dirigida ao Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil
14 de fevereiro de 1788, quinta-feira. Há 236 anos
Na América colonial, até o século XIX, nunca foi assaz conjurado o perigo de novos confrontos entre os dois impérios ibéricos Umacarta expedida do Palacio de Nossa Senhora da Ajuda, em 14/211788,pelo Ministro Martinho de Mello e Castro, dirigida ao Vice-Rei e Capitão General de Mar e Terra do Estado do Brasil, D. Luiz de Vasconcelos e Souza, dava conta de provável intercorrência belicosa no LesteEuropeu. O risco de novo desequilíbrio despertava cuidados com o Suldo Brasil, deilando imediato alerta sobre a odiosa prática do recrutamento que a Capitania de São Paulo e a gente paulista tanto abominavam. A espada continuava pendente. O Ministro não escondia a preocupação diante de um novo eperigoso desequilibrio dos blocos europeus, ao ser informado que napróxima primavera (1788) Áustria e Rússia. desejosas de se expandirna peninsula Balcânica e no mar Negro, preparavam uma campanhacontra o Império Turco. O fato despertava o interesse das outras potências imperialistas, a França, a Inglaterra, a Holanda e podia fazerromper os Tratados, quebrando a paz na Europa e dellando imediatasrepercussões na América portuguesa. A Martinho de Mello e Castrocabia pouco mais do que recomendar ao Vice-Rei (D. Luiz de Vasconcelos e Souza) aquelas medidas cautelares adotadas na defesa doEstado do Brasil, tais como expressa vigilância e organização sobre asTropas Pagas e Auxiliares, em terra, mar e fortatezas. A informaçãodevia ser repassada aos Capilães Generais, incluindo São Paulo, emsigilo para não despertarreação ""Jazendo por agora sem maiorruidoas mais próprias e melhor combinadas disposições,,:".Os grandes esforços de Carlos 111 (Espanha), objetivando recuperar as suas possessões no Mediterrâneo e na América frente ãGrã-Bretanha, a grande vitoriosa da Guerra dos 7 Anos, bem comopara inibir a expansão desla na América Portuguesa com correspondente reação do Estado do Brasil, pareciam os estertores de Casteladiante do inevitável, a crise fatal do sistema colonial ibérico e o esfacelamento do império l1ispano-americano ~ue induziriam ao aparecimento das primeiras nações sul-americanas. Naquele final do século XVIII,um novo conceito de mercado e as disputas do capitalismo internacional se faziam acompanhar de doutrinas filosóficas e modelosimpaclantes de organização política que melilor se adequavam às jovens nações da América, ínclusive o Brasil.